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Aluna: Clara Solano

Turma 28216.3 – Meio Ambiente


Professora Therezinha Gauri
Disciplina: Biologia

IV SEMANA INDÍGENA

A IV Semana Indígena aconteceu há algum tempo, mas seus efeitos reverberam em mim até
hoje. Ela abriu caminho para reconhecimento de minha ancestralidade, ela estimulou a
descolonização do meu cotidiano e fez renascer um pouco da minha força e empoderamento
enquanto mulher. Cada momento desse evento foi precioso, enriquecedor e marcante. Mas entre
todos eles, tenho certeza que o que mais mexeu comigo foi a mesa redonda “Filosofia e Bem Viver
dos Povos de Abya Yala”. Essa mesa foi crescente, emocionante, como um filme. De início eu não
entendi direito qual era o assunto central, e na medida que fui fazendo as conexões, fui me
emocionando mais e mais. Um dos momentos mais marcantes pra mim foi quando Ademário disse
que o mundo está perdido porque é machista e negligencia a natureza feminina, “os homens têm
que menstruar com suas mulheres”. A fala de Ademário foi uma as últimas e essas palavras fizeram
com que cada emoção que tive ao longo da mesa aflorasse. Me arrepiei e até derramei algumas
lágrimas. Um pouco depois, a fala de Nádia, cheia de sabedoria e vivência, falou sobre como
devemos amar nosso sangue menstrual e entender que ele é sagrado. Entre essas duas falas, Edson
Kayapó fez uma síntese de tudo e trouxe o assunto que gira em torno de todos os problemas do
mundo: o desencantamento causado pelo capitalismo. E é isso que, afinal, o bem viver vem
combater. O bem viver é a restauração do conhecimento ancestral, é a união dos povos de Abya
Yala, ou seja, dos povos nativos da América, terra nossa.
Creio que para que esses assuntos sejam tratados em sala, devemos, como já respondido
pelo Cacique Juvenal Tupinambá nessa mesma mesa, “desmontar as ideias que promovem a
homogeneização das pessoas”, isto é, abordar a pluralidade de conhecimentos e visões de mundo
entre diferentes povos de diferentes lugares do mundo, e, especialmente, de nossos povos
originários. Tudo isso pode ser abordado com naturalidade, sem que haja um dia ou semana
específico para isso, por mais que estes sejam importantes. Afinal, o conhecimento europeu é
tratado com naturalidade, e por isso que é hegemônico. Vamos tratar nossa história com orgulho e
pertencimento, estimulando sempre o estudo para aprofundamento do conhecimento.

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