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TRABALHO DE FILOSOFIA – 1ª UNIDADE

Prof. Azamor Coelho


Turma: 28216.1
Aluno(a): Clara Solano Maciel de Freitas

Estudo dirigido sobre o livro “O Mundo de Sofia”

1. Sofia levava uma vida tranquila e “normal” até receber cartas de um


professor anônimo contendo perguntas que são feitas frequentemente por
muitas pessoas, mas que nunca foram realmente respondidas: “Quem é
você?”, “De onde vem o mundo?” e “Há vida após a morte?”. Tais questões
acendem o imaginário e podem fazer com que nós pensemos por horas e
horas a fio, e com Sofia não foi diferente. Ela, de repente, passou a achar as
preocupações da sociedade fúteis e superficiais em relação a essas perguntas
tão grandiosas, e não conseguia mais pensar em outra coisa se não em qual
seria a resposta a essas questões.
Identifiquei-me com a personagem na forma de enxergar essas
inquietações, pois esses são questionamentos que me intrigam desde a
infância, e que acabaram se tornando um incentivo para que eu viva
intensamente, pois creio que as respostas para essas perguntas,
principalmente para a primeira, vêm com o tempo, a partir das vivências que
desenvolvemos e de evoluções e [re]construções constantes. Sendo assim,
cada indivíduo responderá de forma diferente dependendo da forma como
enxerga o mundo, que é baseada na sua criação, credo, ambiente, educação,
entre outros fatores.

2. Porque, questões como as recebidas por Sofia entre outras que a Filosofia
traz, englobam a todas e todos, indo muito além dos interesses e fatores
pessoais de cada um, já que dizem respeito a tudo que está a nossa volta,
dentro e fora de nós, sem as quais coisas como nosso programa televisivo
preferido, trabalho ou rotina nem existiriam. Como o próprio Jostein Gaarder
coloca, “Quem se interessa por perguntas assim está se ocupando de algo que
as pessoas vêm discutindo desde quando começamos a habitar este planeta.”
Afinal, se o interesse por essas perguntas deixa de existir, se perde também
toda a sede de descoberta, logo, não há mais sentido em estar vivo.

3. Pois, como foi colocado pelo autor, “A única coisa que necessitamos para
sermos filósofos é a capacidade de nos admirarmos com as coisas”. Ele diz
que, gradualmente, nós perdemos interesse no mundo e nos elementos que o
compõem, pois eles se tornam tão corriqueiros que acabamos deixando de
questioná-los ou simplesmente de nos fascinarmos com eles, e que isso acaba
fazendo com que as pessoas vivam numa espécie de piloto automático. Por
outro lado, a partir do momento em que nos desprendemos da visão rotineira
de ver o planeta e passamos a enxergar cada coisa, por mais simples que seja,
como um “milagre”, algo incrível e misterioso, e posteriormente passamos a
questionar o motivo da existência dessas coisas, nos tornamos – de certa
forma – filósofos. O filósofo sempre vê a necessidade de ponderar sobre tudo
que nos rodeia e nos forma, por mais “comum” que seja, logo, nunca perde o
encanto e interesse por essas pequenas coisas.

4. O mito surge da necessidade de explicar o que parecia na época,


inexplicável. É uma forma de esclarecer as dúvidas sobre o mundo e a vida em
geral pela visão dos deuses, que seriam detentores de todo o poder sobre o
universo. Era muito mais forte antes da Filosofia e Ciência se desenvolverem,
mas não é menos importante, pois sem o conhecimento mitológico não se
pode entender sobre o conhecimento filosófico. Diferencia-se dos outros
conhecimentos, pois é contado como uma história, com personagens
imaginários e universos paralelos.

5. Os filósofos da natureza foram os primeiros a se interessarem pela


natureza e seus processos, criando reflexões e questões profundas sobre os
mesmos, procurando entender como tudo aquilo era possível, responder a
todas as perguntas que sempre açoitaram a mente humana, porém, dessa vez
sem recorrer aos mitos. Queriam fazer isso por meio de observações bem
atentas da própria natureza, e finalmente, libertaram a filosofia da religião.
Como diz Jostein Gaarder, “deram os primeiros passos para o estabelecimento
de um modo científico de pensar, fundamentando todas as ciências naturais
que surgiram depois.”.

6. A teoria atômica de Demócrito diz que todas as coisas que existem eram
constituídas pelos átomos, que até então eram partículas minúsculas
indivisíveis e invisíveis a olho nu, que eram consideradas eternas e imutáveis.
Quando algo morria ou se desintegrava, todas essas partículas se separavam
e poderiam se recombinar com outras, formando assim um novo ser. Ele
acreditava que esse processo também se aplicava à alma, ou seja, quando
uma pessoa morria, sua alma não ia para o Mundo Inferior, e tampouco ficava
vagando sem rumo pela Terra, e sim, se quebrava em milhares de átomos, que
posteriormente se juntariam formando uma nova alma.

7. A interpretação dada é que tudo (bom e mau, certo e errado, belo e feio)
deve ser analisado de um ponto de vista humano, levando em conta as
especificidades de cada sociedade.

8. A limitação cogitada foi que as partículas mínimas que Demócrito e outros


pré-socráticos acreditavam ser eternas, constantes e que não se
desintegravam, não poderiam formar novamente outros seres. Pois eles – pré-
socráticos - não tinham uma explicação aceitável de como tais partículas
poderiam, depois de muitos anos, formar um cavalo, por exemplo, ou um
crocodilo, e não um “crocofante” ou “eledilo”, se não fossem capazes de
pensar. Logo o que Platão disse foi que, para que torne a se formar esse
cavalo ou esse crocodilo, é preciso que haja uma ideia desse animal, a qual
existiria numa realidade autônoma, que ele chamava de “mundo das ideias”,
onde se encontram “fôrmas”, padrões de imagens primordiais, eternas e
imutáveis.

9. Como dizia Joseph Goebbel, “Uma mentira repetida mil vezes torna-se
verdade”. Isto é, se uma pessoa passa todos os seus dias vivendo apenas de
determinada maneira, num determinado lugar, sem procurar entender o motivo
de estar ali, ela acaba conformando-se com qualquer situação que for imposta
a ela, e não vê a necessidade de questionar, e se, de repente, resolver fazê-lo,
e tentar fugir dos padrões que lhe foram estabelecidos, será considerada
“subversiva” e será alvo de linchamentos, sejam esses verbais ou físicos. Ele
relaciona o mito com o caminho que um filósofo percorre na busca pelo
conhecimento claro: uma prisão escura, que representa a dúvida, e após
observações e reflexões, a libertação: uma clareza das ideias. “A relação entre
a escuridão da caverna e a natureza exterior corresponde à relação entre as
fôrmas da natureza e o mundo externo” dizia Platão.

10. Aristóteles via as “fôrmas” não como fôrmas de biscoitos, que estariam
“guardadas em algum armário na natureza”, e sim como as características
particulares de cada ser, e que a ideia de um cavalo ou uma galinha não era
nada mais do que um conceito criado pelo Homem. O exemplo trazido no livro
é que, no caso de uma galinha, sua fôrma seria o bater de suas asas, o
cacarejar, a possibilidade de botar ovos, entre outros, logo, quando ela morria,
perdia sua fôrma, o que fazia com que ela deixasse de ser uma galinha
propriamente dita, transformando-se apenas numa substância de galinha.
Platão dizia que nada poderia existir sem antes ter passado pelo mundo das
ideias, ou seja, sem ser previamente imaginado. Já Aristóteles argumentava
que tudo surgia no mundo dos sentidos, pois era preciso “sentir” (ver, tocar,
etc) algo para depois atribuir um conceito a essa coisa.

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