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APOSTILA DE FILOSOFIA

Fonte: http://filosofia-mitologia.blogspot.com// e http://aprendendofilosofia.blogspot.com/2009/03/por-que-estudar-


filosofia.html.

Profa. Ma. Anna Paula Alencar


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Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde do Centro Baiano
Disciplina: Filosofia
Série: 1° Ano
Professora: Anna Paula Alencar
Curso: _____________Turno:_______
Aluno:_____________________________________

I ciclo

FAZENDO ACONTECER
Quase não existe diferença visível entre o atleta vencedor e o que chega por último.
Ambos possuem o mesmo número de músculos para trabalhar.
Ambos jogam com as mesmas regras e usam equipamentos semelhantes.
Porém, o vencedor é o que tem a determinação de vencer. O vencedor é aquele que faz
o que é preciso, treina dia após dia, esforça-se um pouco mais a cada treino, é capaz de
visualizar sua passagem pela linha final à frente do resto.
A diferença está no que eles fazem com o que têm.
Você já possui a matéria-prima para o sucesso e a realização. Você possui o necessário
para atingir a grandiosidade em tudo que você quiser. Você tem dentro de si o
potencial para conquistas extraordinárias.
Ninguém é mais nem menos equipado para o sucesso do que você.
Mas é você quem deve fazê-lo acontecer, e é quem tem que assumir o compromisso,
fazendo o que for necessário para atingir a grandiosidade de que é capaz.
Não é tão fácil, mas é mais fácil do que você imagina: tudo depende de sua atitude
diante dos fatos ... São pequenos gestos dia a dia.

Nunca esqueça que:

A mais longa caminhada só é possível passo a passo...


O mais belo livro do mundo foi escrito letra por letra...
Os milênios se sucedem, segundo a segundo...
Não fosse a gota e não haveria chuvas...
As imensas dunas se compõem de minúsculos grãos de areia...

Por isso, vá devagar, planeje dia a dia, estabeleça e concretize sua meta “só por
hoje” e que assim seja dia após dia, passo a passo, com pequenos gestos, com pequenas
mudanças para atingir o sucesso que desejar.

Não é fácil nem rápido... Mas vale a pena tentar!

Referência: https://www.mensagenscomamor.com/mensagem/589

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ATIVIDADE 01:

1- Pense e responda: como você se ver amanhã em relação a:


a) Trabalho;
b) Estudos;
c) Família;
d) Amigos;
e) Saúde.

2- Veja-se no futuro desempenhando o papel que escolheu (detalhes do que estaria


fazendo).
3- Formule bem sua meta: o que é preciso fazer para alcançar meus objetivos?
4- Quais características você já tem que pode te ajudar a alcançar seus objetivos?
5- Quais características você precisa desenvolver para alcançar seus objetivos?
6- Você acha que o estudo da Filosofia pode te ajudar em alguma coisa em relação
a seu futuro? Explique.

Aula 02: Explicação e detalhamento dos acordos e


combinados com a turma (Avaliações, entrega das
atividades, participação, etc.).

Aula 03: ORIGEM E NASCIMENTO DA FILOSOFIA NA GRÉCIA ANTIGA

A palavra filosofia é grega e composta por duas outras: Philos e Sophia:

➢ Philo significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais.


➢ Sophia quer dizer sabedoria.

Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo


saber. A filosofia é um modo de pensar e exprimir os pensamentos que surgiram
especificamente com os gregos. Ela surge quando alguns gregos, admirados e
espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera,
começaram a fazer perguntas e a buscar respostas para elas, demonstrando que o mundo
e os seres humanos e as coisas da natureza, os acontecimentos e as ações humanas
podem ser conhecidos pela razão humana, e que a própria razão é capaz de conhecer-se
a si mesma.
Ela surge quando se descobriu que a verdade do mundo e dos humanos não era
algo secreto e misterioso, que precisasse ser revelado por divindade e alguns escolhidos,
mas que, ao contrário, podia ser conhecida por todos, através da razão.
Por fim, a filosofia surge quando a mente humana começou a procurar a
verdade das coisas, a relação causa e efeito, as leis gerais explicativas dos fatos
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particulares, começando assim a nova fase do saber humano. O lugar onde essa
mutação se opera é a cidade.
O pensamento passa do reinado do mito ao império da lógica filosófica. O
mito que antes fornecia uma ordenação mental do mundo, capaz de satisfazer às
exigências racionais da mente primitiva, passa a dar lugar aquilo que a razão iria
encontrar e dizer.
A Filosofia surgiu na Grécia Antiga, que era um centro cultural importante
e recebia influências de várias partes do mundo por volta do século VI a.C. A
Filosofia e então surge da necessidade de explicar o mundo e encontrar respostas
para a origem das coisas, dos fenômenos da natureza, da existência e da
racionalidade humana. No início, a filosofia estava intimamente relacionada com a
religião: mitos, crenças, etc. Assim, o pensamento mítico foi dando lugar ao
pensamento racional, ou ainda, do mito ao logos. Assim, o pensamento crítico começou
a florescer e muitos indivíduos começaram a procurar respostas fora da mitologia grega.
Essa atitude de reflexão que busca o conhecimento significou o nascimento da Filosofia.
Tales de Mileto, é considerado o primeiro filosofo grego, pois, tinha uma
enorme necessidade de entender o mundo, não apenas como todos diziam entender, mas
de uma força mais profunda, com argumentos concretos, reais, racionais.
Em (469 a.C.-399 a.C.) surge Sócrates, um filósofo grego, mesmo não sendo o
primeiro filósofo da história, é reconhecido como o "Pai da Filosofia Ocidental" por
representar o grande marco da filosofia ocidental. Sócrates era conhecido como um
homem sábio que morava em Atenas.
Sócrates tinha a convicção de que nada sabia — o que foi considerado um sinal
extremo de sabedoria e reconhecimento das próprias limitações, o que o levou à
busca da verdade.
Teve uma contribuição muito importante nos campos da epistemologia e lógica.
Usava o método socrático, em que se faz uma série de perguntas para promover
uma compreensão profunda do assunto em discussão. Não deixou nenhuma obra
escrita e seus ensinos chegaram até nós pelos relatos de Platão, seu aluno.

Referência:
https://www.sabedoriapolitica.com.br/products/o-nascimento-da-filosofia/
https://www.stoodi.com.br/blog/filosofia/origem-da-filosofia/

O QUE PERGUNTAVAM OS PRIMEIROS FILÓSOFOS?

Por que os seres nascem e morrem? Por que os diferentes também parecem fazer
surgir os diferentes: o dia parece fazer nascer a noite, o inverno parece fazer surgir a
primavera, um objeto escuro clareia com o passar do tempo, um objeto claro escurece
com o passar do tempo? Por que tudo muda? Foram perguntas como essas que os
primeiros filósofos fizeram e para elas buscaram respostas.
Sem dúvida, a religião, as tradições e os mitos explicavam todas essas coisas,
mas suas explicações já não satisfaziam aos que interrogavam sobre as causas da
mudança, da permanência, da repetição, da desaparição e do ressurgimento de todos os
seres. Haviam perdido força explicativa, não convenciam nem satisfaziam a quem
desejava conhecer a verdade sobre o mundo.

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Os primeiros filósofos gregos são frequentemente chamados de filósofos da
natureza ou pré-socráticos, isso porque eles se interessam sobre tudo pela natureza e
pelos processos naturais e por terem surgido antes do filosofo Sócrates. Alguns de seus
nomes: Tales, Anaxímenes, Anaximandro, Anaxágoras, Heráclito, Parmênides etc.
buscavam na natureza o princípio – arché (comum a todas as coisas, força que
origina os fenômenos naturais) – chave para entender todas as coisas. Os pré-
socráticos queriam encontrar os princípios eternos.
Os primeiros filósofos queriam entender os fenômenos naturais, sem que
para isto recorrer aos mitos. Portanto, a cosmologia tem por finalidade estabelecer
uma visão racional, compreensível do surgimento e da organização do universo;
buscavam um princípio lógico absoluto que definisse o mundo, que esclarecesse como
as coisas surgem e desaparecem, enquanto a natureza permanece sempre a mesma.

Referência: https://pgfilo.blogspot.com/2012/09/o-que-perguntavam-os-primeiros-
filosofos.html

FILOSOFOS PRÉ-SOCRÁTICOS

Os filósofos pré-socráticos fazem parte do primeiro período da filosofia grega.


Eles desenvolveram suas teorias do século VII ao V a.C., e recebem esse nome pois
são os filósofos que antecederam Sócrates.
Esses pensadores buscavam nos elementos natureza as respostas sobre a
origem do ser e do mundo. Focando principalmente nos aspectos da natureza, eram
chamados de “filósofos da physis” ou "filósofos da natureza".
Foram eles os responsáveis pela transição da consciência mítica para a
consciência filosófica. Assim, buscaram dar uma explicação racional para a origem de
todas as coisas.

A mitologia grega explicava o universo através da cosmogonia (cosmo,


"universo" e gónos, "gênese", "nascimento"). A cosmogonia dá sentido a tudo o que
existe através da ideia de nascimento a partir de uma relação (sexual) entre os deuses.
Os filósofos pré-socráticos abandonaram essa ideia e construíram
a cosmologia, explicação do universo baseado no lógos ("argumentação", "lógica",
"razão"). Os deuses deram lugar à natureza na compreensão sobre a origem das coisas.
A filosofia nascida com esses primeiros filósofos deu origem a toda uma
produção de conhecimento e de representação da realidade. Toda essa construção
serviu como base para o desenvolvimento da cultura ocidental.

Confira abaixo uma lista dos principais filósofos do período pré-socrático:

1-Tales de Mileto; 4. Heráclito de Éfeso; 8. Zenão de Eléia;


2-Anaximandro de 5. Pitágoras de Samos; 9. Demócrito de
Mileto; 6. Xenófanes de Abdera.
3. Anaxímenes de Cólofon;
Mileto; 7. Parmênides de Eléia;

Fim da Filosofia Pré-Socrática

A filosofia pré-socrática tem seu fim com a mudança do pensamento que


tinha como foco a natureza. Com a intensificação da vida pública, as atenções dos
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filósofos passaram a se relacionar com a vida pública e a atividade humana. Esse novo
período tem o filósofo Sócrates como marco da mudança e é chamado também de
período antropológico da filosofia.

Referência:
https://www.todamateria.com.br/filosofos-pre-socraticos/

ATIVIDADE 02:

01- O que é Filosofia?


02- Onde e quando surgiu a Filosofia?
03- Qual a importância das ideias dos pré-socráticos?
04- “A preocupação em perguntar e compreender a natureza do mundo (a physis) era comum.
Queria entender a origem, aquilo que originou todas as coisas, o princípio delas.”
A- Sofista.
B- Socrática.
C- Aristotélica.
D- Pré-Socrática.
04- Quem foi o primeiro filosofo?
05- Quem é considerado o pai da Filosofia? Explique.
06- Quem eram os pré-socráticos? Cite o nome de alguns.
07-O que é um mito? Explique.

ATIVIDADE 03: Faça uma pesquisa escrita em seu caderno sobre os principais pré-
socráticos abaixo (mínimo 10 linhas sobre cada filosofo):

1-Tales de Mileto; 3. Anaxímenes de 6. Xenófanes de


2-Anaximandro de Mileto; Cólofon;
Mileto; 4. Heráclito de Éfeso; 7. Parmênides de Eléia;
5. Pitágoras de Samos;

DO MITO À FILOSOFIA

Um mito é uma narrativa de caráter simbólico, relacionada a uma dada


cultura. O mito procura explicar a realidade, os principais acontecimentos da vida, os
fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semideuses
e heróis. O mito é simplesmente então uma história narrada, indiferente do
julgamento que façamos sobre ela de verdadeira ou falsa.
O conhecimento mítico - Foi a primeira etapa da consciência humana. Nele,
havia um só plano. Tudo se passava num mesmo nível: forças da natureza, forças
divinizadas, homens e animais atuando num mesmo nível.

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CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DO MITO

Dentre suas características, podemos destacar que o mito nas sociedades tribais é
sempre um mito coletivo. O mito também tem como característica o fato de ser sempre
dogmático, isto é, apresentar-se como verdade que não precisa ser provada e que não
admite contestação, sendo, portanto, incontestável e inquestionável.
Dentre suas funções, destaca-se que o mito acomoda e tranquiliza o ser humano
diante de um mundo assustador, dando-lhe a confiança de que, através de suas ações
mágicas, o que acontece no mundo natural depende, em parte, dos seus atos.
O mito também busca fixar modelos exemplares de todas as funções e atividades
humanas. Um exemplo disto é o ritual.

O MITO HOJE

Hoje, com todo pensamento crítico e reflexivo, que teve início com os primeiros
filósofos na Grécia do século VI a.C., e o desenvolvimento do pensamento científico a
partir do século XVII os mitos parecem não ter mais importância e existência.
Mas não é bem assim que acontece. Apesar dos avanços do conhecimento
humano, das evidências descobertas pela ciência, os mitos continuam presentes, pois
o ser humano não apreende a realidade somente a partir da razão, mas também
por meio da afetividade e da emoção.
Exemplos de Mitos atuais:
- Mídia, os super-heróis;
- Campo político, certas pessoas são transformadas em heróis;
- Artistas e esportistas podem ser transformados em modelos exemplares.
- As novelas, ao trabalharem a luta entre o Bem e o Mal. Os padrões de vida, de
felicidade e de beleza reproduzidos nos meios de comunicação, principalmente na
televisão, são transformados em mitos que, aos telespectadores se tornam verdades
desejáveis e que devem ser alcançados, tornando-se assim, requisitos para a realização
humana.

Referência: https://resumos.soescola.com/filosofia/mito-e-a-filosofia/

ATIVIDADE 04:

Questão 1 – (Unioeste 2011) “O mito é uma narrativa. É um discurso, uma fala. É uma
forma de as sociedades espelharem suas contradições, exprimirem seus paradoxos,
dúvidas e inquietações. Pode ser visto como uma possibilidade de se refletir sobre a
existência, o cosmos, as situações de ‘estar no mundo’ ou as relações sociais”. Everado
Rocha.

Mediante essa definição geral de mito é correto afirmar que

a) as sociedades com conhecimentos científico, tecnológico e filosófico complexamente


constituídos não possuem mitos, pois eliminaram as dúvidas e os paradoxos.

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b) Platão, um dos filósofos mais estudados e influentes do pensamento ocidental, não
recorria aos mitos em seus diálogos, apesar de ter sido o primeiro a utilizar o termo
mitologia.

c) alguns mitos oferecem modelos de vida e podem servir como referências para a vida
de muitas pessoas mesmo no século XXI.

d) as sociedades antigas, ocidentais e orientais, foram fundadas sobre o mesmo mito


primitivo, variando, apenas, os nomes de seus personagens.

e) todas as afirmações acima estão corretas.

ATIVIDADE 05:
1) Quais são as funções do mito?
2) Quais são as características do mito?
3) Que exemplos de mitos contemporâneos o texto apresenta?
4) Qual a diferença entre mito e Filosofia?
5) Cite exemplos de mitos na atualidade.

ATIVIDADE AVALIATIVA 06:

- Fazer uma pesquisa (escrita no caderno individualmente) e APRESENTAR


SEMINÁRIO EM SALA SOBRE: Mitologias (Grega, Romana, Indiana, Indígena e
Nórdica).
- Atenção: Tópicos que não podem faltar na pesquisa e apresentação do seminário
(dentre outros aspectos):
-O que é? (mitologia da equipe);
-03 principais mitos;
-03 principais deuses.

SENSO COMUM

Senso comum ou Conhecimento Popular é um conjunto de opiniões e modos


de sentir geralmente aceitos de modo acrítico como verdades e comportamentos
próprios da natureza humana. Assim, o senso comum são opiniões geralmente
aceitas em época determinada. Isto significa que o senso comum varia com a época,
ou melhor, de acordo com o conhecimento relativo alcançado pela maioria num
determinado período histórico, embora possa existir uma minoria mais evoluída que
alcançou um conhecimento superior ao aceito pela maioria.
Por isso a Filosofia se distanciou do mito e do senso comum, mas não os
desconsiderou, porém, busca questionar, investigar, ampliar os horizontes de
conhecimento sobre o assunto abordado.

Referência: https://www.historiadomundo.com.br/curiosidades/senso-comum.htm

ATIVIDADE 07:

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1- Analise a charge abaixo e responda: Podemos associar a charge à manifestação de
senso comum? Justifique sua resposta (10 linhas).

CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO FILOSÓFICO

Existem muitos conhecimentos filosóficos possíveis. No modo ocidental como


conhecemos, é importante salientar pelo menos 4 características importantes para
lembrar sobre esse tipo de saber:

• Reflexivo: visa entender os pensamentos e as ideias humanas, produzindo


especulações e hipóteses sobre o assunto. Logo, o exercício reflexivo deve ser
constante;
• Questionador: a filosofia é questionadora porque ela parte de dúvidas a
respeito do mundo. Assim, não tomar as coisas como dadas e certas, e pensar
sobre elas é primordial;
• Racional: o empreendimento do pensamento realizado para produzir filosofia
deve ser guiado pela razão. Ou seja, o conhecimento filosófico deve ser guiado
por critérios lógicos e coerentes;
• Sistemático: além de formular hipóteses sobre o mundo, essas ideias devem ser
organizadas sistematicamente, relacionando-se uma com as outras. Portanto,
as contradições não são desejáveis.

Essas características são critérios importantes para discutir sobre o conhecimento


filosófico. Além disso, elas são úteis também para guiar debates mais gerais, garantindo
uma relação mais democrática na sociedade.

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Referência: https://www.todoestudo.com.br/filosofia/conhecimento-filosofico

AULA: ASPECTOS QUE CONTRIBUÍRAM PARA O SURGIMENTO DA


FILOSOFIA.

Apesar das contradições da mitologia, a filosofia nasceu fortalecida por fatos


históricos que aconteceram e contribuíram para esclarecer as diversas modificações
ocorridas. Os fatos históricos acima citados e que fortaleceram o avanço da filosofia
foram:
* Viagens marítimas – navegando por territórios antes desconhecidos os gregos
perceberam que as criaturas imaginárias criadas pela mitologia grega não eram reais e
que também não existiam deuses em outras regiões, como sugeria a mitologia e sim
seres humanos. Também concluíram que os mares não eram moradia de monstros e
outros seres. Com as viagens o mundo perdeu seu caráter mítico ou lendário, os
exploradores descobriram um mundo repleto de belezas e conhecimentos, seu
surgimento foi sendo esclarecido pouco a pouco, mistério este que a mitologia já não
conseguia explicar.
* Invenção do calendário - Os gregos aprenderam que era possível contar o
tempo das estações do ano, definindo quando e de que forma aconteciam as mudanças
do clima e do dia, notando que o tempo passava por transformações
espontaneamente e não por intervenções divinas.
* Invenção da moeda – Os gregos aprenderam a arte de negociar, não mais se
efetuava a venda de uma mercadoria aceitando como pagamento a troca por mercadoria
semelhante, o pagamento tornou-se monetário, ou seja, a moeda substituiu o poder de
troca.
* Surgimento da vida urbana e uso da escrita – O desenvolvimento da cidade
trouxe aos gregos uma situação financeira mais igualitária, o prestígio social que
antes era benefício de apenas algumas famílias diminuiu, assim como o prestígio que
detinham. As artes ganharam patrocinadores, estimulando assim o surgimento de novos
artistas. Invenção da escrita alfabética - O uso do alfabeto fez com que os gregos se
expressassem de forma mais clara, colaborando para que suas ideias fossem melhor
compreendidas e difundidas pelo mundo afora, levando a sabedoria as pessoas.
* Invenção da política – Surgiram novas fontes de informação, a lei passou a
abranger muitas outras coisas e chegou até as pessoas, criou-se uma área pública
voltada para discurso e debates, local no qual os gregos debatiam e propagavam suas
ideias a respeito da política.

Referência:https://www.algosobre.com.br/filosofia/condicoes-historicas-para-o-
surgimento-da-filosofia.html

ATIVIDADE 08:

1ª) A Internet tem papel principal hoje em nossas vidas, transforma o nosso modo de
pensar de agir, com base nessa afirmação, como você entende a relação da Filosofia
com Internet nos dias atuais?

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2ª) A invenção da política é uma das centralidades que contribuíram para o surgimento
da Filosofia, mediante a essa afirmação, quais outras contribuições a invenção da
política desenvolvem?

SÓCRATES

Filósofo grego, nascido em Atenas e se tornou um dos principais


pensadores da antiguidade na Grécia. Ele é considerado o fundador da
filosofia ocidental. Foi no esplendor de Atenas que Sócrates floresceu.
Ele andava pela cidade (pólis grega) quase como um maltrapilho descalço. Assim
fazia filosofia, perambulando e questionando. Ele não era bem aceito pela aristocracia
grega, que não o entendendo bem, pensava que suas ideias contrariavam a tradição e os
deuses. Ele também criticou muitos aspectos da cultura grega.

SÓCRATES E OS SOFISTAS

Sócrates detestava os sofistas. Eles eram os professores particulares da Grécia


Antiga. Por cobrarem para ensinar, Sócrates os repudiava, afinal ele não cobrava e
vivia de doações. Outro problema era que muitos dos sofistas ensinavam não a
verdade, mas formas de se falar para defender qualquer opinião (retórica), para
convencimento das pessoas.
O ser humano deve perseverar na integridade em primeiro lugar, já que a
pior coisa que pode acontecer é uma alma se corromper. Com certeza esta é uma
das principais ideias de Sócrates, afinal ele preferiu morrer para não se desonrar.
Assim, Sócrates foi condenado a beber cicuta aos 71 anos, um tipo de veneno,
no tribunal de Heliastas. Assim fez e morreu. Ele foi condenado à morte porque foi
considerado culpado de desvirtuar os jovens atenienses com suas ideias. Uma vez que
Sócrates era um grande orador, muito eloquente, ele foi considerado um risco para
a cidade. As acusações que pesavam sobre Sócrates eram:
➢ Subversor da ordem social;
➢ Corruptor da juventude;
➢ Ateu em relação aos deuses antigos.

Sócrates defendia que:


➢ É preferível sofrer injustiça do que cometê-la;
➢ Jamais se deve responder à injustiça pela injustiça, nem fazer mal a outrem, nem
mesmo àquele que nos fez mal;
➢ As virtudes constituem a unidade;
➢ A virtude é um conhecimento.
➢ Não adianta saber muita coisa e ser desonesto. A vida intelectual está
intimamente ligada à honestidade, à vida virtuosa.

MÉTODO DIALÉTICO SOCRÁTICO (MAIÊUTICA)

A filosofia de Sócrates envolvia necessariamente o diálogo. O mestre, por meio


das perguntas, conduz o aluno ao conhecimento por ele mesmo. Assim evitam-se
também as contradições. Para cada resposta, novas perguntas podem ser feitas,

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assim aprimora-se o conhecimento. Por isso Sócrates era chamado de parteiro de
ideias. O método socrático é composto de:
1. Maiêutica: Perguntas sucessivas para se chegar a uma definição ou conceito.
2. Ironia: Forma de mostrar aos outros que estavam enganados sobre o que
pensavam estarem certos.
Ele prezava tanto o diálogo que não deixou nenhuma obra escrita. O que
sabemos de Sócrates, o resumo de sua vida e de sua filosofia, nos veio por dois de seus
discípulos: Platão e Xenofontes.

Frases mais famosas de Sócrates:


- Só sei que nada sei.
- O início da sabedoria é a própria ignorância.

ATIVIDADE 09: REFLEXÃO: AS TRÊS PENEIRAS

Um rapaz procurou Sócrates e disse-lhe que precisava contar-lhe algo sobre alguém.
Sócrates ergueu os olhos do livro que estava lendo e perguntou:
- O que você vai me contar já passou pelas três peneiras?
- Três peneiras? - indagou o rapaz.
- Sim! A primeira peneira é a VERDADE. O que você quer me contar dos outros é um
fato? Caso tenha ouvido falar, a coisa deve morrer aqui mesmo. Suponhamos que seja
verdade. Deve, então, passar pela segunda peneira: a BONDADE. O que você vai
contar é uma coisa boa? Ajuda a construir ou destruir o caminho, a fama do próximo?
Se o que você quer contar é verdade e é coisa boa, deverá passar ainda pela terceira
peneira: a NECESSIDADE. Convém contar? Resolve alguma coisa? Ajuda a
comunidade? Pode melhorar o planeta?
Arremata Sócrates:
- Se passou pelas três peneiras, conte!!! Tanto eu, como você e seu irmão iremos nos
beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para
envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre irmãos, colegas do planeta.

Leia o texto acima e responda o que se pede:

1) Quem é Sócrates e o que ele quis ensinar com esse texto?


2) Qual o sentido das "peneiras", na leitura?
3) Um fato merece ser contado quando...
4) Como posso avaliar se o que vou falar é verdadeiro, bom e necessário?
5) É fácil ou difícil tomar conhecimento de alguma história, guardar segredo ou
simplesmente esquecer que ouviu, sem maiores comentários.
6) É sempre bom ter-se em mente a seguinte máxima: "Fazer aos outros, somente aquilo
que queremos que façam a nós". Como você pode interpretar essa máxima?

PLATÃO

Platão existiu por volta de 428 a 347 A.C. em Atenas, na Grécia Antiga. Ele foi um
discípulo do filósofo considerado o maior de todos os tempos: Sócrates. Platão
nunca escondeu a enorme admiração e respeito que tinha para com ele, chegando a

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transformá-lo em personagem. Após a morte de seu mentor, Platão criou sua própria
escola de filosofia, conhecida como Academia.
Por sua vez, Platão foi mestre Aristóteles. Mesmo sendo seu aluno Aristóteles não
concordava com boa parte do que Platão dizia, seguindo outro caminho filosófico.

PRINCIPAIS IDEIAS DE PLATÃO:

A Teoria das Ideias é o centro do pensamento platônico.


Para nos aprofundarmos mais nisso, precisamos entender os dois mundos de Platão.
O Mundo das Ideias e o Mundo Sensível. Entenda a seguir:

Mundo das Ideias: Seria uma realidade abstrata dentro da realidade material. O
Mundo das Ideias seria o lar de todas as ideias primordiais, ou seja, é apenas lá que se
pode encontrar as ideias imortais e perfeitas. Tudo o que vemos aqui é apenas uma
sombra do que realmente existe lá.

Mundo Sensível: Este universo representaria a realidade, o mundo material no


qual vivemos. De acordo com Platão, ele nada mais é do que uma cópia do Mundo das
Ideias. Por isso, ele é imperfeito e mortal, tendo um “prazo de validade”.

O MITO DA CAVERNA

O Mito da Caverna foi uma metáfora criada por Platão no livro A


República.
Segundo a narrativa, um grupo de pessoas vivia em uma enorme caverna desde
que nasceram. Eles tinham todo o seu corpo amarrado por correntes e que, por isso,
não podia se mexer e muito menos olhar ao redor.
Os mesmos eram obrigados a olhar única e fixamente para uma parede
escura e vazia. Atrás deles havia uma grande fogueira e, como não podiam vê-la, outras
pessoas passavam por ela e o fogo projetava as sombras diretamente na parede para a
qual os acorrentados olhavam fixamente.
Como não podiam se mexer, eles acreditavam que aquelas sombras eram as
únicas verdades sobre o mundo em que viviam.
Contudo, no relato sobre o Mito da Caverna, um dia, um dos acorrentados
conseguiu se soltar e saiu de dentro da caverna.
De início, a luz solar, a claridade e o acesso a um universo composto pelas mais
variadas cores o fizeram recuar, visto que aquilo ardia os seus olhos, assim como o
assustava.
No entanto, ele resolveu enfrentar aquela claridade e aos poucos foi saindo
da caverna novamente. Devagar ele foi abrindo os olhos e, quando conseguiu abri-
los completamente, explorou todos os lugares possíveis e fez descobertas incríveis
sobre o mundo que o cercava, deixando cada vez mais a escuridão da caverna de
lado.
Com o intuito de compartilhar todo o conhecimento aprendido na
natureza, ele resolveu voltar para a caverna para contar aos outros
prisioneiros tudo o que havia descoberto.
Porém, eles não acreditaram no homem e chamavam-no de louco. Foram
muitas as tentativas para que os amigos cressem, afinal, ele queria que seus pares se

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libertassem daquela escuridão, mas esse comportamento acabou enfurecendo-os ainda
mais.
Os companheiros acorrentados julgavam que sua sanidade estava
comprometida e que ele era um perigo para os demais, podendo, inclusive, fazer com
que outras pessoas ficassem loucas. Com esse pensamento, os companheiros mataram o
ex-acorrentado quando ele tentou libertá-los.

SIGNIFICADO DO MITO DA CAVERNA

- Caverna: Prisão, seja da inteligência que não consegue ir longe ou do corpo preso aos
sentidos.
-Prisioneiros: Pessoas ignorantes, que não querem conhecer a verdade e possuem
apenas opiniões.
- Sobras da caverna: Conhecimento imperfeito, distorcido, preconceitos, mentiras.
- Luz do Sol: Filosofia, conhecimento verdadeiro, iluminação da verdade.
- Saída da caverna: Libertação da ignorância, descoberta da verdade, vida verdadeira,
alcance da sabedoria.

ATIVIDADE 10:
1. O que é a caverna?
2. Que são as sombras das estatuetas?
3. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna?
4. O que é a luz exterior do sol?
5. O que é o mundo exterior?
6. Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os
outros prisioneiros?
7. O que é a visão do mundo real iluminado?
8. Por que é que os prisioneiros ridicularizam, espancam e matam o companheiro?
9. Atualmente temos cavernas? Quais?

SANTO AGOSTINHO DE HIPONA

354 d.C em Tagaste, na África, foi que nasceu Agostinho. Antes de elaborar um
conjunto de pensamentos que influenciaria todo o período medieval (as principais ideias
de santo Agostinho), ele se envolveu com uma seita tornando-se maniqueísta.
Sabendo muita filosofia dos neoplatônicos e abandonando o maniqueísmo aos
poucos, santo Agostinho conheceu santo Ambrósio. Este era um bispo com quem sua
mãe muito conversava. Ela o pedia que ajudasse seu filho a se converter.
Santo Agostinho ouve uma voz dizer “Toma e lê”, pega a bíblia, abre e lê a primeira
passagem que encontra, na qual constava:

“Andemos honestamente como de dia, não em orgias e


bebedices, não em impudicícias e dissoluções, não em
contendas e ciúmes; mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo,
e não vos preocupeis com a carne para não excitardes as
suas cobiças.” (Romanos, 13: 13-14).

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PRINCIPAIS IDEIAS

Teoria da iluminação divina: Ele entendeu que a razão natural é um meio que
Deus deu ao homem para que este conheça a verdade. Outro meio, mais elevado e que
alcança o que a razão não dá conta, é a Revelação, ao qual se assente por fé. Logo, para
ele a fé e a razão não se contradizem, sempre se ajudam e apontam para a mesma
verdade. Mais ainda, com sua conversão, segundo o próprio, viver uma vida virtuosa o
ajudou a ser mais inteligente.
Deus não é autor do mal: Como explicar que mesmo havendo somente um
princípio bom (um Deus bom), há o mal? Deus não é o autor do mal, sendo o mal a
ausência de Deus. De acordo com sua filosofia o mal é nada, é uma ausência, assim
com o frio não é produzido, sendo só a ausência do calor; ou como a escuridão, que não
é produzida, senão pela ausência da luz. Nesse mesmo sentido, a ausência de Deus leva
ao mal, não havendo nada que o produza diretamente. O mal então começa quando
uma criatura que possui o livre arbítrio, usa-o para se afastar de Deus ao invés de
se aproximar.
A função do livre arbítrio era evitar que alguma criatura fosse obrigada a
amar a Deus, sendo convidada a fazer isso livremente. Mas o que se verificou foi que
muitas usaram mal o livre arbítrio e se afastaram do maior bem possível. Por isso se deu
o mal, a ausência do bem.

Referência: https://www.suapesquisa.com/biografias/santo_agostinho.htm

Atividade 11:

1) Observe a imagem, em seguida responda o que é


solicitado.

https://files.cursoenemgratuito.com.br/uploads/2019/06/charge-criacionismo.jpg

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- De acordo com a filosofia de Santo Agostinho é correto afirmar que Deus é o autor do
mal? Explique.

ATIVIDADE 12: A teoria da iluminação divina, contribuição original de Agostinho à


filosofia da cristandade, foi influenciada pela filosofia de Platão, porém, diferencia-se dela em
seu aspecto central. Assinale a alternativa abaixo que explicita esta diferença.

a) A Filosofia agostiniana compartilha com a filosofia platônica do dualismo, tal como este foi
definido por Agostinho na Cidade de Deus. Assim, a luz da teoria da iluminação está situada no
plano suprassensível e só é alcançada na transcendência da existência terrena para a vida eterna.
b) A teoria da Iluminação, tal como sugere o nome, está fundamentada na luz de Deus, luz
interior dada ao homem interior na busca da verdade das coisas que não são conhecidas pelos
sentidos; esta luz é Cristo, que ensina e habita no homem interior.
c) Agostinho foi contemporâneo da Terceira Academia, recebendo os ensinamentos de
Arcesilau e Carnéades, o que resultou na posição dogmática do filósofo cristão quanto à
impossibilidade do conhecimento da verdade, sendo o conhecimento humano apenas verossímil.
d) A alma é a morada da verdade, todo conhecimento nela repousa. Assim, a posição de
Agostinho afasta-se da filosofia platônica, ao admitir que a alma possui uma existência anterior,
na qual ela contemplou as ideias, de modo que o conhecimento de Deus é anterior à existência.

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Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde do Centro Baiano
Disciplina: Filosofia
Série: 1° Ano
Professora: Anna Paula Alencar
Curso______________________ Turno:_______
Aluno:___________________________________

II Ciclo

ORIGEM DA POLÍTICA

A política surgiu na Grécia, aproximadamente no século VI a.C. Nesse período, o


homem grego começou a passagem da consciência mítica para a atitude filosófica. Como
a política surgiu nessa fase, ela não era como é hoje, pois dizia respeito exclusivamente à
organização das pólis. Estas eram cidades-estados, que se autogeriam e que foram pioneiras
na democracia.
Política vem do grego politeia, que deriva de pólis, “cidade-Estado”, ou seja,
a relação do homem com a cidade. A utilização do termo passou a ser popular no
século V a.C., quando Aristóteles desenvolveu a sua obra intitulada precisamente
“Política”. No seu livro, Aristóteles define que a política é uma forma para que os
cidadãos alcancem a felicidade. No entanto, para que esse objetivo seja alcançado, é
necessário que o governo haja com justiça e seja democrático e que as leis sejam
obedecidas.
Os filósofos gregos compreendiam a política como o ápice da realidade humana, como vida
boa e virtuosa, a principal característica do homem livre. Acima da vida política está apenas a
vida contemplativa, vivida pelos sábios, mas para os demais, o governo da cidade é o que há
de melhor.
Qual é o papel do filósofo nessa história? A filosofia deve fornecer, nada mais nada
menos, que a verdade, ou seja, os melhores conceitos possíveis para o governo das cidades. A
filosofia e a política nasceram na mesma época, século VI a.c, daí vem o hábito de dizer que “a
filosofia é filha da pólis”.
Nesse período, embora a cosmologia fosse o ponto alto dos discursos filosóficos, muitos
pré-socráticos foram responsáveis pela administração de suas cidades. A política define a essência
do homem.
Talvez os gregos não compreendessem a política como nós, ou melhor, na teoria
pensamos de forma bem semelhante, mas na prática a coisa fica mais complicada. Para eles a
política tinha por fim último a justiça comum.
Precisamos entender que a justiça não era uma realidade isolada, ao contrário, ela
representava tudo no mundo grego, ela era a ordem natural que governava o mundo.
Segundo São Tomás de Aquino, a política é a arte de governar os homens e
administrar as coisas, visando o bem comum de acordo com as normas da reta razão; sendo
assim, ela é essencial para que haja um entendimento coletivo. De maneira mais explicada, a
Política é uma forma de organização social e de fixação de regras destinadas a todos,

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independentemente de status, cargo, formação ou origem — o que promove, também, respeito aos
direitos humanos.
A democracia também nasceu na Grécia. O governo grego era democrático e pioneiro
no quesito cidadania. Todos os cidadãos tinham direito à participação política, isso ocorria nas
ágoras, praças públicas. Eles decidiam no debate quem tinha as melhores ideias para conduzir a
cidade.
Sabe onde a filosofia se encaixa? Ora, se era preciso um confronto na base do
discurso, era preciso encontrar os melhores argumentos possíveis. Essa necessidade de ter
argumentos colaborou de modo muito significativo para o surgimento e consolidação da
filosofia.

Referência: https://descomplica.com.br/artigo/como-surgiu-a-politica/4nB/

Atividade 01: Observe a charge:

A charge carrega um tom sarcástico. Qual momento da charge demonstra isso? Por que?
Justifique sua resposta.

2 – Observe a charge a baixo e responda:

Baseando-se na charge identifique qual frase representa como ocorre é gerido um


governo e quais tipos de governo funcionam dessa maneira:

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POLÍTICA MODERNA

O termo “política” é muito abrangente. Usamos a palavra em diversos


sentidos: quando um amigo age de maneira mais impulsiva e inadequada,
recomendamos que seja mais político.
Muitas referências são feitas a política da boa vizinhança e centenas de outras
políticas poderiam ser mencionadas. No nosso caso, vamos nos restringir a falar de
política, no sentido de exercitar a cidadania, pelo qual os homens podem se tornar mais
participantes da “coisa pública".
Política é o processo de formação, distribuição e exercício do poder para a
resolução de um conflito de interesses. (Harold D. Lasswell e Abraham Kaplan).
Política pode ser definida também como uma atividade orientada
ideologicamente para a tomada de decisões de um grupo para alcançar determinados
objetivos.
Nesse quesito, a política também pode ser vista como a atividade que o
cidadão desempenha quando exerce os seus direitos tratando de assuntos políticos,
seja por meio do seu voto ou mesmo de suas opiniões.
Dentre as várias definições de política, destacava-se as Políticas públicas, o
termo pode parecer um pouco redundante, já que é o governo o responsável pelo
estabelecimento das leis de que regem uma sociedade. Mas o governo possui várias
outras funções, tais como atuar na justiça, na saúde e no funcionamento econômico, por
exemplo.
A política pública atua quando aparecem problemas que necessitem de
soluções específicas, logo, esse tipo de política pode ser vista como o governo
atuando na resolução de problemas após a realização de análises e depois também
de realizar avaliações. Por fim, a política pública compreende ações para a solução
de problemas sociais, sendo que para isso ela envolve a cidadania.
A maneira de governar está em constante reformulação devido às novas
aspirações da sociedade e em alguns casos dos próprios governantes. O objetivo dessas
constantes reflexões em relação à efetividade da política visa um ponto de equilíbrio
entre os interesses dos governantes e do povo.
Vale ressaltar, porém que qualquer decisão tomada unilateralmente sem
ouvir previamente as minorias corre o risco de tornar o modelo de governo
ditatorial e intolerante, o que prejudica fatalmente tanto a estrutura social de uma
nação como também a própria filosofia política moderna.
No passado, a política estava muito atrelada a igreja, como uma forma de
coercitividade sobre a sociedade, incluindo a fé na economia e na vida social.
Com o passar do tempo, a política se desvencilhou da religião e passou a servir como
um gatilho para as ações realizadas entre os indivíduos na sociedade. Ou seja, ela
desenvolve a sociedade como um todo e faz parte da estrutura social sendo crucial para
a vida em sociedade.
Um bom exemplo de política está em nosso país, onde a partir da segunda
metade do século XX, com o crescimento exponencial do espaço urbano, se fez
necessária a criação da CLT, que teve e continua tendo grande contribuição para o
trabalhador, e, dentro dessa política outras passaram a ser instituídas com maior

19
frequência, e, podemos citar alguns tipos de contratos segundo a Consolidação das
Leis Trabalhistas.

PODER

Vem do latim potere, “ser capaz de”. Para Bertrand Russell, poder é ter a capacidade
de fazer com que os demais realizem aquilo que queremos.
Para Norberto Bobbio, existem três formas de poder:
- Poder Econômico:
Utiliza a posse de bens socialmente necessários para induzir os que não os possuem
a adotar determinados comportamentos.
Procura garantir o domínio da riqueza controlando as forças produtivas.
Ex: Relação empresa/funcionário.

Poder ideológico:
Utiliza a posse de ideias, valores, doutrinas para influenciar a conduta das pessoas, a
agir e pensar.
Garante o domínio sobre o saber, controlando a organização do consenso social.
Ex: Meios de comunicação em massa.

Poder Político:
Utiliza a posse dos meios de correção social, isto é, o uso da força física
considerada legal e autorizada pelo direito.
Garante o domínio da força institucional e jurídica.
Pode interferir nos outros poderes.
Ex: Forças armadas, órgãos de fiscalização, polícia, tribunais.

ESTADO

Vem do Latim status que significa “estar firme”.


Para Max Weber, o Estado é a instituição política que, dirigida por um governo
soberano, reivindica o monopólio do uso legítimo da força física em um determinado
território, subordinando os membros da sociedade que nele vivem.
É a instituição que detém o poder político.

➢ Estado # Governo (governo é transitório, passível de mudanças, responsável


por gerir a máquina pública).

ESTADO E SOCIEDADE CIVIL

Estado – Instituição que exerce o poder político coercitivamente. Sociedade


Civil - Relações sociais que se desenvolvem fora do poder institucional do Estado. Ex:
Igrejas, clubes.
O Estado é chamado a intervir nos conflitos da sociedade civil. Os partidos
políticos são considerados uma ponte entre a sociedade civil e o Estado.
As relações entre a sociedade civil e o Estado podem ser:
Esquema Fechado – autoritarismo e opressão do Estado sobre a sociedade civil.
Esquema Aberto – maior participação da sociedade civil no Estado.

20
POLÍTICA GREGA X POLÍTICA MODERNA
Podemos afirmar que o modelo de política estruturado no passado,
especificamente na Grécia, visava determinar a prática da ética nas relações, assim
como visavam anteder ao bem comum. Por fim, a política era inerente ao homem e
atrelada à ética, mas que tinha como fim o bem de todos.
Na atualidade, o conceito de política atual objetiva realizar o desejo de uma
minoria que busca imperar sobre o desejo dos demais, fugindo aos conceitos éticos
de anteriormente.

Referência: https://cursoenemgratuito.com.br/politica-poder-e-estado-sociologia/

ATIVIDADE 02:

1 - Leia a tirinha a seguir:

Ela apresenta o poder que a mídia exerce sobre as pessoas, criando a ideologia da
cultura de massa, valiosas para a organização da sociedade capitalista. Para você, quais
são as consequências das pessoas que não possuem consciência da atuação da ideologia
dominante sobre seu comportamento?

2 - Explique cada uma das principais formas de exercício de poder (econômico, político
e ideológico).

NICOLAU MAQUIAVEL

• Filósofo, historiador e diplomata italiano que viveu os séculos XV e XVI;


• Costuma cair muito no Enem, inclusive na prova de linguagens;
• É um pensador da política, considerado o pai da ciência política moderna;
• Seu conceito mais famoso, embora não seja uma frase dita de fato por ele, é que
os fins justificam os meios. O conceito de que os fins justificam os meios está o
tempo todo na obra principal dele, “O príncipe”.
• Defensor do Estado laico;
• Considera-se que ele implantou a modernidade.

21
• Defende o estudo da política como campo autônomo, não condicionado por
outros campos de estudos;
• Realismo político: é necessário trabalhar com as coisas como elas realmente
são, e não como elas “deveriam ser”;
• Há uma visão pessimista do homem, que para Maquiavel tende a ser mau -
assim, o político deve levar isso em consideração ao tomar suas decisões;
• Embora o ideal fosse ser temido e amado, é muito difícil conciliar ambos -
dessa maneira, a escolha mais funcional para o estado é ser temido;
• A virtude é a habilidade natural, e a virtude política do príncipe é um complexo
de força, astúcia e capacidade de dominar a situação; a essa virtude opõe-se a
sorte, e metade das coisas humanas dependem da sorte;
• O ideal político de Nicolau Maquiavel é a volta aos princípios da república
romana;
• O príncipe por ele descrito era considerado uma necessidade do momento
histórico.

OBRA “O PRÍNCIPE”

Nicolau Maquiavel foi um pensador florentino que viveu no período


renascentista e escreveu o livro intitulado O Príncipe, dedicado a Lourenço de
Médici. O livro foi publicado em 1932, sendo uma espécie se guia baseado em suas
experiencias do passado. Nessa obra, o autor sugeriu as condições necessárias para
que um soberano absoluto fosse capaz de conquistar, reinar e, principalmente, manter
seu poder. O mais complexo para um soberano, na visão de Maquiavel, era a
manutenção do poder de um rei.
"O Príncipe" sintetiza o pensamento político de Maquiavel. A obra foi escrita
durante algumas semanas, em 1513, durante o exílio de Maquiavel, que tinha sido
banido de Florença, acusado de conspirar contra o governo. Mas só foi publicada em
1532, cinco anos depois da morte do autor.
Em "O Príncipe" (palavra que designa todos os governantes), a política não é
vista mais através de um fundamento exterior a ela própria (como Deus, a razão ou a
natureza), mas sim como uma atividade humana.
O livro tenta definir as formas de governo, as virtudes do soberano e uma
nova ética do fazer político; “O Príncipe” faz considerações e recomendações aos
futuros ou atuais príncipes, abordando sempre a melhor maneira de administrar o
governo. Maquiavel descreve as maneiras de conduzir -se nos negócios
públicos internos e externos, além de demonstrar com inúmer os exemplos
como conquistar e manter um principado, isto é: O Príncipe trata-se de um
manual para como se chegar e manter-se no poder.

PRINCIPAIS IDEIAS DO LIVRO “O PRÍNCIPE”

➢ O livro tenta definir as formas de governo, as virtudes do soberano


e uma nova ética do fazer político;
➢ Maquiavel entendeu que, para um governante ter sucesso não
precisaria ser bondoso, bastaria apenas saber governar;
➢ O que move a política, segundo Maquiavel, é a luta pela conquista e
pela manutenção do poder;
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➢ Virtú e fortuna: Demonstração do tamanho da habilidade de um
governante;
➢ O conceito de que os fins justificam os meios está o tempo todo na
obra principal dele, “O príncipe”.
➢ “O Príncipe”: considerações e recomendações aos futuros ou atuais
príncipes, abordando sempre a melhor maneira de administrar o
governo.
➢ Revolução do modo de pensar e estudar a política.

COMO CONQUISTAR E MANTER O PODER: VIRTÙ E FORTUNA

A Virtù de Maquiavel trata-se de um conhecimento prático, técnico da


realidade efetiva das coisas. São qualidades como astúcia, inteligência, perspicácia,
etc. O sujeito possuidor da Virtù é o que obtém êxito em obter e manter o poder.
A Fortuna diz respeito às circunstâncias, ao tempo presente e às necessidades
do mesmo: a sorte individual.
Para o filósofo, a ordem das coisas em todas as dimensões da realidade que
influenciam a política. Observa-se que a Fortuna não pode ser vista como um
obstáculo ao governante, mas um desafio político que deve ser conquistado e atraído.
O príncipe que vive despreparado em função da Fortuna apenas atrairia
desonra e fracasso, mas o de Virtù procura utilizá-la, controlá-la da tal forma
que lhe possa ser útil.

OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS?

O que move a política, segundo Maquiavel, é a luta pela conquista e pela


manutenção do poder. A primeira leitura que se fez dos escritos de Maquiavel tomou o
livro como um manual de conselhos práticos aos governantes. A premissa de que "os
fins justificam os meios" (frase que não é de Maquiavel, no entanto) passou a nortear a
compreensão da obra. Daí a reputação de maquiavélico dada ao governante sem
escrúpulos.
A frase “os fins justificam os meios” foi lida e relida de diversas
formas, sendo uma das interpretações mais conhecidas a de que, não
importa o que o príncipe (governante) faça em seus domí nios, desde que
seja para manter-se como autoridade máxima.
O filósofo quebrou assim com a ideia de que todo governante quer o bem do
povo. Revelou ainda que muitos governantes não fazem a separação entre público
(o que é de todos) e o privado (o que é particular) e que alguns se apropriam dos
bens públicos para adquirirem força e poder diante de seus adversários.
Sem expor qualquer ideia do que seja um bom ou mau governo, Maquiavel
entendeu que, para um governante ter sucesso, este, não precisaria ser bondoso,
bastaria apenas saber governar. Isto nos leva à ideia de que não importa como
conseguimos o poder (se por hereditariedade, por corrupção, Golpe de Estado, etc.),
mas de como mantemos o poder uma vez conquistado, pois a finalidade de todo
governante é ter e manter o poder.
Maquiavel pensa assim porque vê na sociedade um ambiente de conflito entre as
classes existentes, ou seja, a sociedade como um campo de forças onde uma classe
quer impor sobre a outra a sua vontade, neste sentido exercer poder. Cabe antão ao
23
governante mediar estes conflitos, buscando a paz e a felicidade entre as classes sociais
existentes.

MELHOR SER AMADO OU TEMIDO?

Fonte: https://pt.slideshare.net/kariiineoliveira/1-nicolau-maquiavel-o-cidado-sem-
fortuna-o-intelectual-de-virtpdf

ATIVIDADE 03:

1 - Maquiavel foi responsável por criar uma nova concepção sobre autonomia da
política, informe qual tipo de governo Maquiavel defendia?

2 – É correto afirmar que a política, para Maquiavel, tem base religiosa ou ética? No
que ele se baseia para desenvolver sua teoria?

24
REVOLUÇÃO POLÍTICA

Com seus novos conceitos e ideias, Maquiavel revolucionou o modo de


pensar e estudar a política. O autor faz uma análise fria e racional sobre
como é possível manter-se no poder, mostrando quase um passo a passo de
como manter o respeito do povo e dos súditos sem ser odiado, mas
também sem ser amado em demasia.
O Príncipe é recheado de considerações e recomendações aos futuros
ou atuais príncipes, abordando sempre a melhor maneira de administrar o
governo. Logo, a obra tornou-se uma teoria do Estado moderno, mas
sempre inserida no contexto da Itália renascentista, em que se lutava contra
os particularismos locais, além das repúblicas, reinos, ducados e Estados
Papais que dividiam a península.

ALGUMAS DE FRASES INSERIADAS NA OBRA “O PRINCIPE”

- "Os homens ofendem mais aos que amam do que aos que temem".
- "Todos os profetas armados venceram, e os desarmados foram destruídos".
- "A ambição é uma paixão tão forte no coração do ser humano, que, mesmo que
galguemos as mais altas posições, nunca nos sentimos satisfeitos".
- "Os homens quando não são forçados a lutar por necessidade, lutam por
ambição".
- "O homem que tenta ser bondoso todo tempo está fadado à ruína entre os inúmeros
outros que não são bons".
- "O homem esquece de forma mais fácil a morte do pai do que a perda do
patrimônio".

Referências:
- https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/maquiavel-seu-pensamento-politico.htm
- https://www.todamateria.com.br/o-principe-de-maquiavel/-
-https://pt.slideshare.net/kariiineoliveira/1-nicolau-maquiavel-o-cidado-sem-fortuna-o-
intelectual-de-virtpdf

ATIVIDADE 04:

1. Que diferenças podemos encontrar na virtú do cidadão e na virtú


necessária ao príncipe, segundo Maquiavel?
2. Qual é a finalidade da vida política para Nicolau Maquiavel?
3. “Os fins justificam os meios”. Explique a frase atribuída ao filósofo
Nicolau Maquiavel relacionando-a a conduta e postura do príncipe
idealizado por ele.
4. “O homem é o lobo do homem”. Explique a frase de Thomas Hobbes
relacionando-a a sua concepção de natureza humana.
5. “O maquiavelismo é uma interpretação de “O Príncipe” de Maquiavel,
em particular a interpretação segundo a qual a ação política, ou seja, a
ação voltada para a conquista e conservação do Estado, é uma ação que
não deve ser julgada por meio de critérios diferentes dos de conveniência

25
e oportunidade.” Com base no texto e nos conhecimentos sobre o
tema, explique o que é poder político para Maquiavel.

ATIVIDADE AVALIATIVA 05: Faça um resumo sobre as ideias contidas no livro “O


príncipe” de Nicolau Maquiavel (mínimo 02 paginas caderno).

ANALFABETO POLÍTICO

“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos
acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da
farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a
política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor
abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto
e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”. Autoria não confirmada. O texto é
atribuído a Bertolt Brecht (1988, p. 42).

REFLEXÃO SOBRE AS IDEIAS CONTIDAS NO POEMA “ANALFABETO


POLITICO”

Segundo o autor, não há pior analfabeto do que o analfabeto político, sua


ignorância não decorre da alfabetização, mas, da sua ignorância quanto à
compreensão de que a totalidade das relações que vivencia, em sociedade, são
políticas. E que, do preço do pão ao acesso às atividades de lazer, das relações de
vizinhança às relações afetivas, todas são marcadas pela política.
Diante disso, ignorar a política é ignorar, na essência, a compreensão das
relações que todo ser humano sociabilizado vivencia, nas relações sociais, sejam
profissionais, afetivas, econômicas, religiosas e familiares.
Desse modo, o analfabetismo político, assim como a alienação social, é
extremamente nocivo ao País e compromete a sua existência como democracia. É
extraordinariamente necessário educar a população para pensar em como ser pode
mudar a política, estendendo a atenção aos homens/mulheres públicos(as) para muito
além da época eleitoral, e não em se afastar dela.
Uma pergunta é muito frequente:
a) Todas as pessoas deveriam aprender política? Na nossa opinião, sim. Participar da
política é parte do exercício da cidadania e como diz Brecht, “quem não gosta de
política está condenado a ser dirigido por quem gosta “. Um povo que não goste de
política, é tudo o que os políticos desejam!

VALE A PENA SER ANALFABETO POLÍTICO?

Faz sentido você não participar dos acontecimentos políticos e permanecer na


nociva cidadania passiva que gera as mais absurdas injustiças sociais?
A corrupção gera desigualdade financeira, fome, miséria, violência, dentre
outras mazelas.
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E então, você ainda quer continuar sendo um analfabeto político?????

ATIVIDADE 06:
01: Quem é o analfabeto político?
02: De que forma a politica afeta o preço dos produtos?
03- Quais as consequências da ignorância política segundo o poema?
01- Você concorda com quem afirma que não se interessa pela política? Explique.
02- Existe alguma relação do poema com a realidade brasileira atualmente?
03- Quais os três adjetivos dados ao político no final do texto e quais os dados aos
empresários?
04- A política interfere na sua vida? De que forma?
05- Como podemos participar dos acontecimentos políticos? Explique.
06- Você se considera analfabeto político?

Atividade 07: Elabore um texto Explicando a relação existente entre


política, cidadania e senso crítico (20 a 25 linhas).

Atividade 08: Atividade: Assista o vídeo “Como fazer um voto


consciente” no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=yupe-X0-
c5U&list=PLt8to5G4zvYdYqWlw1HlzU5lYRbPXkRKz&index=34&t
=4s.
Após assistir o vídeo proposto, faça um breve resumo em seu caderno com
as principais ideias contidas nele (mínimo 12 linhas).

Atividade 09: Atividade: Assista o vídeo “Como escolher um bom


candidato” no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=f3r8-
RKh7c4&list=PLt8to5G4zvYdYqWlw1HlzU5lYRbPXkRKz&index=3
3
Após assistir o vídeo proposto, faça um breve resumo em seu caderno com
as principais ideias contidas nele. (mínimo 12 linhas).

Atividade 10: Atividade: Assista o vídeo “Participação política além do


voto” no endereço: https://www.youtube.com/watch?v=TeWheT-
mFDQ&list=PLt8to5G4zvYdYqWlw1HlzU5lYRbPXkRKz&index=37
Após assistir o vídeo proposto, faça um breve resumo em seu caderno com
as principais ideias contidas nele. (mínimo 12 linhas).
27
Jeitinho brasileiro

A expressão “jeitinho brasileiro” se refere à abordagem improvisada e muitas


vezes informal com a qual o brasileiro resolve situações problemáticas. Esse jeitinho
brasileiro de ser é visto tanto como negativo quanto positivo, consoante a situação na
qual ele é aplicado.

Diz-se que a primeira prática do jeitinho brasileiro aconteceu em 1946, quando


um cidadão estrangeiro solicitou um visto a um consulado brasileiro. Na época, o
indivíduo teve seu pedido registrado sob a profissão de agrônomo (quando na verdade
ele era médico), como forma de ter o seu processo facilitado.
Apesar de a origem da prática ter ocorrido em 1946, o registro histórico e oficial
da expressão deu-se em 1982.
Confira as informações abaixo, entenda o que é o jeitinho brasileiro e conheça suas
diferentes conotações.

Lado negativo do jeitinho brasileiro

No que diz respeito à conotação negativa, o jeitinho brasileiro é associado


à corrupção, à falta de educação, à falta de civismo, à lábia e ao mau-caratismo.
Entende-se como jeitinho brasileiro toda e qualquer tentativa de enganar outra(s)
pessoa(s) em benefício próprio.
Os próprios brasileiros muitas vezes associam o conceito do jeitinho a uma
tentativa de resolver os problemas ou as situações difíceis através de métodos incorretos
no que diz respeito ao cumprimento de regras e até mesmo de leis

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Charge ilustrando a conotação negativa do jeitinho brasileiro

Exemplo prático:

Um cidadão vai a um banco para pedir informações. Ao chegar lá, ele se depara
com uma grande fila de clientes que aguardam por atendimento.
O cidadão acha desnecessário esperar todas aquelas pessoas serem atendidas,
afinal o caso dele “é rapidinho”, pois ele “só” quer fazer “uma perguntinha”.
Dessa forma, o cidadão vai diretamente ao guichê e apesar do desagrado de
todos aqueles que aguardavam na fila, consegue esclarecer sua questão juntamente do
atendente do balcão. A isso podemos chamar de jeitinho brasileiro.
O correto seria o cidadão aguardar na fila, como todos os outros clientes,
independentemente de a sua questão ser rápida ou não.
No entanto, ele acabou dando um “jeitinho” de resolver seu problema de outra forma,
por sinal incorreta, desrespeitando os outros clientes.

Lado positivo do jeitinho brasileiro

Se por um lado o jeitinho brasileiro é motivo de desagrado, por outro ele é


considerado uma das maiores qualidades dos cidadãos brasileiros.
Famoso por seu jeito alegre e descontraído de ser, diz-se que o povo brasileiro
costuma se comportar com mais informalidade e descontração do que cidadãos de
outras nacionalidades, até mesmo nas mais estressantes situações.
No que diz respeito à conotação positiva, o jeitinho brasileiro é associado a
uma forma leve, criativa, flexível e otimista de levar a vida e resolver situações,
respeitando toda e qualquer norma social.

Exemplo prático:

Uma família passa toda uma semana planejando o fim de semana em uma região
de veraneio: praias para visitar, trilhas a percorrer, atividades ao ar livre, etc.
Exatamente um dia antes de viajar, o tempo muda drasticamente e os planos de sol e
mar têm de ser cancelados.
No entanto, isso não é um problema para essa família, pois eles prontamente
replanejaram o fim de semana e substituíram as atividades ao ar livre por atividades
agradáveis em locais fechados (boliche, kart, etc.)
Em outras palavras, em vez de ficarem chateados e revoltados com a alteração
repentina da programação, eles decidiram curtir e desfrutar da melhor forma possível, o
tempo em que estariam reunidos.

Fonte: https://www.significados.com.br/jeitinho-brasileiro/

29
Atividade 11: Explique em um texto o que é jeitinho brasileiro e se você
concorda com essa prática (mínimo 15 linhas).

CIDADANIA

A cidadania é um termo indispensável para que exista uma


organização social estruturada. Praticar a cidadania é o mesmo que ter
consciência dos direitos e obrigações exigidos e praticá-los de modo
responsável. Teste seus conhecimentos com as questões sobre cidadania.
A cidadania é um assunto bastante discutido nos dias atuais.
A cidadania é o agrupamento de direitos e deveres impostos aos indivíduos que
vivem em sociedade. Cada cidadão possui deveres e direitos que são impostos, com
o objetivo de mostrar como usufruir os espaços, transformar e intervir.
Cidadania é uma expressão originada do latim civitas, que tem como
significado cidade. Na antiguidade, todas aquelas pessoas que viviam na cidade eram
consideradas cidadãos, por isso possuíam direitos e deveres simplesmente por viverem
na cidade, porém atualmente, a cidadania não se limita somente aos espaços urbanos,
mas sim também aos espaços rurais.

Direitos e deveres
A cidadania é composta pela união dos direitos e deveres, que devem ser exercidos por
cada cidadão, e eles sofrem mudanças de acordo com cada nação ou grupo social, de
acordo com suas características. Porém, após a Declaração Universal dos Direitos
Humanos, algumas questões foram consideradas universais, ou seja, quase todos os
lugares passaram a aderir aos mesmos critérios dos direitos humanos.

Alguns deveres do cidadão impostos são:


• Voto eleitoral;
• Cumprimento das leis;
• Educar e proteger os seus semelhantes;
• Proteger o meio ambiente, natureza;
• Cuidado pelo espaço, patrimônios público e social do País.

Alguns direitos do cidadão são:


• Voto eleitoral;
• Direito de ir e vir;
• Liberdade para escrever e dizer o que pensa, porém é necessário assinar o
que disse e escreveu;
• Todos devem respeitar a crença e a fé, no pensamento e nas atividades
sociais;
• Os cidadãos são livres para exercer qualquer trabalho, ofício ou profissão,
porém a lei pode exigir que exista algum tipo de estudo e diploma;
• Direito à saúde, moradia, alimentação, trabalho, previdência social, lazer e
educação.
Além disso, cidadania também pode ser entendida como a nacionalidade do
cidadão, pois ela te torna um indivíduo que está legal em determinado território

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administrado por um Estado Nacional, como por exemplo a cidadania brasileira,
cidadania americana, assim por diante.

Cidadania no Brasil

Segundo a Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada no dia 5 de


outubro de 1988, pela Assembleia Nacional Constituinte, que é formada por um total
de 559 congressistas (deputados e senadores), implementou o sistema democrático,
depois de passar por um período militar brasileiro. Dessa forma, a democracia é,
assim como a cidadania, recente no Brasil.

Referências:
-https://www.todamateria.com.br/cidadania/
-https://www.significados.com.br/cidadania/
- https://www.stoodi.com.br/blog/dicas-rapidas/o-que-e-cidadania/

CIDADÃO E CIDADANIA

O que é ser cidadão?

É nascer e ter um nome

Ter família e onde morar?

Muitos nascem apenas ...

Não tem nome e nem sobrenome

Não conhecem a família

Não tem um lar para morar

Nem comida e escola, nem onde trabalhar.

É o Zé, a Maria, o João, a Tiana.

Moram ao léu, debaixo das pontes.

Sonham um dia ter um documento.

Saber assinar e ter um lugar digno para morar.

E poder dizer com orgulho:

Sou um cidadão brasileiro!

(Regina Célia Vilaça)

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ATIVIDADE 12: Segundo o poema, o que é ser cidadão? Relacione as problemáticas
inseridas no poema com a realidade.

ATIVIDADE 13: Fazer um dicionário filosófico em equipe (máximo 05 pessoas).

• Fazer dicionário em um caderno pequeno (separado somente para isso).


• Procurar o Significado de cada palavra e colocar imagens que representem a
palavra pesquisada
• Usar 01 folha de caderno para cada palavra pesquisada.
• Será avaliado: Organização, conceituação correta, criatividade e a estética do
trabalho.
• Trabalho em Equipe: Máx. 06 pessoas.

PALAVRAS:

AVANÇO TECNOLÓGICO
CETICISMO
CINEMA
CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
CONCEITOS
CONHECIMENTO
CONSCIÊNCIA
CONSUMISMO
CONSUMO
CONTRACULTURA
CULTO
CULTURA
DESMISTIFICAR
DOGMATISMO
ÉTICA
EXCLUSÃO
FILOSOFIA
GERAÇÃO
HIPERCONSUMISMO
IDÉIA
IDENTIDADE
INCULTO
INDÚSTRIA CULTURAL
INTANGÍVEL
KARL MARX
MODA
MORAL
MUDANÇA
NATUREZA
NORMAS
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PADRONIZAÇÃO
PENSAMENTO
RAZÃO
REGRAS
SOCIEDADE
SÓCRATES
SUFICIÊNCIA
TANGÍVEL
TRANSFORMAÇÃO
VERDADE

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Centro Estadual de Educação Profissional em Saúde do Centro Baiano
Disciplina: Filosofia
Série: 1° Ano
Professora: Anna Paula Alencar
Residentes:
Curso: _____________Turno:_______
Aluno:___________________________________

III ciclo

O arquivo – Conto de Victor Giudice

No fim de um ano de trabalho, João obteve uma redução de quinze por cento em seus
vencimentos. João era moço. Aquele era seu primeiro emprego.
Não se mostrou orgulhoso, embora tenha sido um dos poucos contemplados. Afinal,
esforçara-se. Não tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a agradecer ao
chefe.
No dia seguinte, mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade. Com o
salário reduzido, podia pagar um aluguel menor.
Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava satisfeito.
Acordava mais cedo, e isto parecia aumentar-lhe a disposição.
Dois anos mais tarde, veio outra recompensa.
O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial.
Dessa vez, a empresa atravessava um período excelente. A redução foi um pouco maior:
dezessete por cento. Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança.
Agora, João acordava às cinco da manhã. Esperava três conduções. Em compensação,
comia menos. Ficou mais esbelto. A pele tornou-se menos rosada. O contentamento
aumentou.
Prosseguiu a luta.
Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu.
João preocupava-se. Perdia o sono, envenenado em intrigas de colegas invejosos.
Odiava-os. Torturava-se com a incompreensão do chefe. Mas não desistia. Passou a
trabalhar mais duas horas diárias.
Uma tarde, quase ao fim do expediente, foi chamado ao escritório principal.
Respirou descompassado.
– Seu João. Nossa firma tem uma grande dívida com o senhor.
João baixou a cabeça em sinal de modéstia.
Sabemos de todos os seus esforços. é nosso desejo dar-lhe uma prova substancial de
nosso reconhecimento.
O coração parava.

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– Além de uma redução de dezesseis por cento em seu ordenado, resolvemos, na
reunião de ontem, rebaixá-lo de posto.
A revelação deslumbrou-o. Todos sorriam.
– De hoje em diante, o senhor vai passar a auxiliar de contabilidade, com menos cinco
dias de férias. Contente?
Radiante, João gaguejou alguma coisa ininteligível, cumprimentou a diretoria, voltou ao
trabalho.
Nessa noite, não pensou em nada. Dormiu pacífico, no silêncio do subúrbio.
Mais uma vez, mudou-se. Finalmente, deixou de jantar. O almoço era um sanduíche.
Emagreceu, sentia-se mais leve, mais ágil. Não havia necessidade de muita roupa.
Eliminou certas despesas inúteis, lavadeira, pensão.
Chegava em casa às onze da noite, levantava-se às três da madrugada. Esfarelava-se
num trem e dois ônibus para garantir meia hora de antecedência.
A vida foi passando, com novos prêmios.
Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O organismo
acomodara-se à fome. Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das estradas. Dormia
apenas quinze minutos. Não tinha mais problemas de moradia ou vestimenta. Vivia nos
campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com os farrapos de um lençol adquirido há
muito tempo.
O corpo era um monte de rugas sorridentes.
Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho.
Quando completou quarenta anos de serviço, foi convocado pela chefia:
– Seu João. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais férias. E sua
função, a partir de amanhã, será a de limpador de nossos sanitários.
O crânio comprimiu-se. Do olho amarelado escorreu um líquido tênue. A boca tremeu,
mas nada disse. Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos. Tentou sorrir:
– Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas eu vou requerer minha
aposentadoria.
O chefe não compreendeu:
– Mas seu João, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro de alguns
meses já vai ter de pagar a taxa inicial para permanecer em nosso quadro. Desprezar
tudo isto? Quarenta anos de convívio? O senhor ainda está forte. Que acha?
A emoção impediu qualquer resposta.
João afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, tornou-se lisa. A estatura
regrediu. A cabeça se fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se, planas,
compactas. Nos lados, havia duas arestas. Ficou cinzento.
João transformou-se num arquivo de metal.
Conto incluído na coletânea “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século”,
organizado pelo crítico literário Italo Moriconi

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Fonte: https://armazemdetexto.blogspot.com/2021/01/conto-o-arquivo-victor-giudice-
com.html

Atividade 01:

1- Como devemos entender as constantes “promoções” de João?


2- Qual seria a maior de todas as “promoções”?
3- Como João é desumanizado? Explique.
4- Quais lições poderíamos tirar desse conto? Explique.

IDEOLOGIA

A ideologia é um conhecimento deformado e falseado da realidade que


beneficia um grupo em detrimento de outro. Quem tem mais poder na sociedade, tem
mais possibilidade de impor sua ideologia. Porque tem um pensamento mais elaborado
e tem à sua disposição melhores meios para difundi-la.
Ao desvendar as artimanhas da ideologia, compreendemos o fenômeno de
adaptação diárias dos trabalhadores ao processo de produção nas empresas, por
exemplo. Frases incorporadas à cultura do povo
“O trabalho é necessário”, “O trabalhador é preguiçoso”; Todos ganham
com trabalho”; Quem não trabalha não come”; “O trabalho engrandece o
homem” – afetam a prática e a dimensão simbólica e, portanto, a idéia de trabalho
em nossa sociedade. Esse conteúdo ideológico resulta em controle do processo de
trabalho: operações de vigilância sobre o trabalhador, sua produtividade, seu ritmo, e até
sobre suas necessidades primárias. Quando o trabalho não proporciona uma vida digna
ao trabalhador, vale perguntar: qual trabalho engrandece o homem?
O que induz os homens a aceitar essa realidade e submeter-se à sua dinâmica,
fazendo-os parecer mais objetos que sujeitos das atividades? O que leva o cidadão
brasileiro a não demonstrar sua revolta, quando o equivalente a milhões e milhões de
dólares é subtraído dos cofres públicos e utilizado para atender a interesses e caprichos
particulares?
Há uma resposta que dá fundamento a essa indagação e indignação: a ideologia
– um não saber, fruto da falta de informações completas e verdadeiras, que nos leva a
identificar o social com uma realidade pasteurizada, livre da dominação, dos conflitos e
das contradições.
Essa á a lógica da ideologia: ambígua e contraditória. Se, por um lado, ela
escamoteia a realidade dos fatos, por outro, pode, também, revelar as armadilhas
da dominação social. A ideologia não se impõe de modo absoluto, pois em seu
movimento ela provoca a nossa capacidade de crítica e conhecimento.
É preciso aprender a linguagem da ideologia e aprender a sua lógica. O
fenômeno dos “caras-pintadas” nos proporcionou essa chance, ainda que tenha sido
manipulado pelos meios de comunicação de massa e o seu símbolo, apropriado pelos
políticos profissionais.
Os “caras-pintadas” foram um lampejo de consciência política na história
recente do Brasil. Num lance, as passeatas de 1992 relataram um lado escondido da
realidade: a faixa presidencial caíra no chão e “o rei estava nu”. Hoje os “caras-
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pintadas” desapareceram como a fugacidade do próprio movimento que os tornou
públicos. Certamente concluíram educação básica e devem estar cursando a
universidade e disputando vagas no mercado de trabalho brasileiro. No Brasil de hoje,
que outros motivos poderiam desencadear processos sociais capazes de desmascarar
outras faces encobertas da ideologia?
A ideologia reúne ideia e prática em uma lógica dissimuladora. Para
enfrentá-la, é preciso desenvolver o espírito crítico.

COMO NASCE A IDEOLOGIA?

Numa certa tribo primitiva da Austrália, o ritual de passagem da infância para a


vida adulta era cercado de crueldades, para provar a força, resistência e coragem dos
jovens. Entre outras coisas, o jovem era fechado numa cabana, junto a um enxame de
furiosas abelhas. O jovem deveria suportar todas as ferroadas sem soltar um ai. Depois
ele deveria enfrentar feras no mato com instrumentos precários de autodefesa...Enfim,
somente após um ritual de atrocidades é que ele poderia ser considerado membro adulto
da tribo, com todos os privilégios reservados apenas aos guerreiros.
Só os filhos dos chefes religiosos da tribo, que presidiam tais rituais, é que
estavam isentos dessas práticas, porque só pelo fato de serem de descendência sagrada,
eles já partilhavam da força dos deuses, o que os habilitava para posições privilegiadas.
Foram os próprios deuses que, no princípio, assim estabeleceram as coisas!
Nem é preciso dizer, que num passado muito distante, foram os religiosos que
criaram e regulamentaram os rituais de passagem.
A ideologia é um conhecimento deformado e falseado da realidade que
beneficia um grupo em detrimento de outro. Quem tem mais poder na sociedade,
tem mais possibilidade de impor sua ideologia. Porque tem um pensamento mais
elaborado e tem à sua disposição melhores meios para difundi-la. Os membros sagrados
da tribo, devido sua posição privilegiada tinham maiores condições de impor sua
cosmovisão a todo o grupo. Afinal, seu papel é altamente legitimado pela crença
generalizada no seu poder sobrenatural. O fenômeno ideológico é um produto
necessário do fenômeno da desigualdade social.
A desigualdade é um fenômeno de poder e esse poder precisa legitimar-
se. Precisam, portanto, justificar a necessidade da permanência da realidade como ela é,
mantendo um quadro de ideias para convencer os outros disso.

Referências:
-https://www.todoestudo.com.br/sociologia/ideologia
-https://www.todapolitica.com/ideologia/

ATIVIDADE 02:
1. Usando unicamente suas palavras, procure definir o que é ideologia.
2. Para que serve a ideologia?
3. A ideologia serve aos interesses de qual grupo social?
4. O que está por trás de um discurso ideológico?
5. O que precisamos desenvolver para entendermos a ideologia e não sermos
manipulados por ela?

ATIVIDADE 03:
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1. Por que, segundo o autor, os rituais de passagens são exemplos de ideologia?
2. Faça um texto, de no mínimo 10 linhas, sobre o que você entende por desigualdade
social?
3. Como a ideologia contribui para a desigualdade social?
4. Na nossa sociedade, existem diversos rituais de passagens, comente alguns deles,
destacando sua relação com a ideologia.
5. “Uma criança pede sua mãe que compre um tênis para ele praticar caminhada nos fins
de semana. Ao chegar a loja a mãe e a criança se depara com dois calçados de igual
modelo: 01 da marca Nike e o outro da Topper; a diferença de preço é que o primeiro é
de $150,00. A Criança afirma que quer o tênis da marca Nike. Quando a mãe pede que
ele justifique a escolha, ele responde: É o que Neymar usa, e ele joga muito bem
futebol”. Comente este texto, relacionando-o com a Ideologia: onde podemos encontrar
a ideologia nesse diálogo da mãe com o filho? Por quê?

ATIVIDADE 04:

Ideologia – Cazuza

Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Ah eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do Grand Monde
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
O meu prazer
Agora é risco de vida

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Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Ah saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo em cima do muro
Em cima do muro.

Questão 01: De acordo com o que você leu sobre o tema e a partir da letra
da música quais relações podem ou não serem estabelecidas acerca do tema
Ideologia.

ATIVIDADE 05: Leia o texto abaixo e responda o que se pede:

A palavra “alienação” (alienare) significa “tornar alguém alheio a alguém”.


Atualmente, o termo é utilizado em diferentes áreas (direito, economia, psicologia,
antropologia, comunicação, etc.) e contextos.
Na Filosofia, desde então, o conceito de alienação está associado a uma espécie
de vazio existencial. Relaciona-se, assim, com a falta de consciência própria, de modo
que o sujeito perde sua identidade, seu valor, seus interesses e sua vitalidade. Como
consequência, o sujeito tende a objetificar-se, tornar-se coisa. Em outras palavras, ele
torna-se uma pessoa alheia a si mesma. Isto acarreta uma mistificação da realidade. As
coisas são entendidas como necessárias, a forma na qual a sociedade se encontra passa a
ser entendida como o único modo possível de organização.

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O estado de alienação interfere na capacidade dos indivíduos sociais de agirem e
pensarem por si próprios. Ou seja, eles não têm consciência do papel que desempenham
nos processos sociais.

Questão 01: Analisando a imagem descreva qual a função exercida pelos operários da
linha de montagem:

Atividade 06: Atividade com música.


Desconstruindo Amélia
Pitty

Já é tarde, tudo está certo


Cada coisa posta em seu lugar
Filho dorme ela arruma o uniforme
Tudo pronto pra quando despertar
O ensejo a fez tão prendada
Ela foi educada pra cuidar e servir
De costume esquecia-se dela
Sempre a última a sair

Disfarça e segue em frente


Todo dia até cansar
Uooh
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa
Assume o jogo
Faz questão de se cuidar
Uooh
Nem serva, nem objeto
Já não quer ser o outro
Hoje ela é o também

A despeito de tanto mestrado


Ganha menos que o namorado
E não entende porque
Tem talento de equilibrista
Ela é muita se você quer saber
Hoje aos 30 é melhor que aos 18
Nem Balzac poderia prever
Depois do lar, do trabalho e dos filhos
Ainda vai pra nigth ferver

Disfarça e segue em frente


Todo dia até cansar

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Uooh
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa
Assume o jogo
Faz questão de se cuidar
Uooh
Nem serva, nem objeto
Já não quer ser o outro
Hoje ela é o também

Uuh

Disfarça e segue em frente


Todo dia até cansar
Uooh
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa
Assume o jogo
Faz questão de se cuidar
Uooh
Nem serva, nem objeto
Já não quer ser o outro
Hoje ela é o também

1- Qual a principal mensagem da música? Explique em 10 linhas.

2- Na canção, quais as tarefas da mulher?

3- Na frase: “Disfarça e segue em frente / Todo dia até cansar / Uooh!”, que
significado expressa?

4- De acordo com a canção, qual a mudança que a mulher resolve fazer?

5- Quais são as desigualdades retratadas na música?

6- Depois de ler a letra da canção, qual mensagem fica para todos?

7- Que mudanças são apontadas pela música em relação a mulher?


8- Que outras mudanças precisam ocorrer na sociedade para melhorar a vida das
mulheres?
9- Dê que forma homens e mulheres podem se ajudar para garantir uma vida mais
digna e feliz?

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ALIENAÇÃO

A palavra alienação vem do latim alienare, que significa “tornar algo alheio
a alguém”, ou seja, “torna algo pertencente a outro”. Na concepção filosófica
contemporânea quer dizer um processo pelo qual os atos de uma pessoa são
influenciados por outros, em uma posição inferior e contrária a quem o influencia. Nesta
acepção, a palavra deve seu uso ao filósofo Karl Marx.
Marx identificou dois momentos distintos de alienação, o primeiro consiste o da
objetivação, que se refere à capacidade da pessoa se objetivar, ou seja, de se exteriorizar
nos objetos e nas coisas que ele cria. O segundo momento é aquele em que o indivíduo
principalmente no capitalismo, após transferir suas potencialidades aos seus produtos
deixa de identifica-los como sua obra. Ou seja, os produtos não são pertencentes a quem
os produziu, mas tornam-se “estranhos” a eles, tanto no plano econômico, como no
psicológico e no social.
Na nossa sociedade o processo de alienação atinge múltiplos campos da vida
humana, invadindo as relações das pessoas com o trabalho, lazer, consumo, seus
semelhantes e consigo mesmo. Abaixo encontra-se especificado a alienação do
trabalho.

ALIENAÇÃO DO TRABALHO

Na nossa sociedade a produção econômica transformou-se no objetivo


imposto às pessoas, quer dizer, não são as pessoas o objetivo da produção, mas a
produção em si. Esse processo acentuou-se no século XIX quando o trabalho nas
indústrias se tornou rotineiro, automatizado e especializado, subdividido em múltiplas
operações, pois se visava economizar tempo e aumentar a produtividade.
A forma de organização do trabalho em linhas de operação e montagem,
aperfeiçoada posteriormente pelo economista Frederick Taylor, ficou conhecida como
“taylorismo”, a sua consequência é que a fragmentação do trabalho conduz uma
fragmentação do saber, uma vez que o trabalhador perde a noção de conjunto do
processo produtivo.
Essa forma de organização do trabalho conduz ao trabalho alienado e ainda pode
ser observado em muitas indústrias, onde o operário é restringido ao cumprimento de
ordens relativas a qualidade e quantidades da produção. O trabalhador não pode decidir
sobre o resultado final, repete sempre as mesmas operações mecânicas produz bens
estranhos a sua pessoa, aos seus desejos e as suas necessidades.
O trabalhador é submetido a um sistema que comumente não lhe permite
desfrutar financeiramente de sua própria atividade. Dessa forma, a meta é produzir
para satisfazer as necessidades do mercado não propriamente à do trabalhador.
Fabricam-se para uma elite econômica enquanto o trabalhador mantém-se
miseravelmente.
O trabalho alienado costuma ser marcado pelo desprazer, pela exploração e
embrutecimento do trabalhador. Em Manuscrito econômico-filosóficos, Marx
descreve este processo:
Primeiramente, o trabalho alienado se apresenta como algo externo ao
trabalhador, algo que não faz parte de sua personalidade. Assim, o trabalhador não se
realiza em seu trabalho, mas nega-se a si mesmo. Permanece no local de trabalho com
uma sensação de sofrimento em vez de bem estar, com um sentimento de bloqueio de
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suas energias físicas e mentais que provoca cansaço físico e depressão. Nessa situação,
o trabalhador só se sente feliz em seus dias de folga enquanto no trabalhado permanece
aborrecido. Seu trabalho não é voluntario, mas imposto e forçado.
O caráter alienado desse trabalho é facilmente atestado pelo fato de ser evitado
como uma praga; só é realizado à base de imposição. Afinal, o trabalho alienado é um
trabalho de sacrifício, de mortificação. È um trabalho que não pertence ao trabalhador,
mas sim à outra pessoa que dirige a produção. (MARX, 1989, p. 23).
Na alienação o ser humano perde sua individualidade, transforma-se em
mercadoria, sente-se como uma “coisa”, que só alcançará sucesso no “mercado das
personalidades” (COTRIM, 2010, p. 147)! Cada pessoa vê a outra segundo
critérios e valores definidos por esse mercado.

CONSUMO ALIENADO

Como podemos definir o termo consumo? Consumir significa utilizar, dar


fim a algo, para alcançar determinado objetivo. Então, consumir é participar de um
patrimônio construído pela sociedade. Assim, além de atender às necessidades
individuais, o consumo expressaria também a forma pela qual o indivíduo está integrado
à sociedade.
O consumidor alienado age como se a felicidade consistisse, apenas, numa
questão de poder sobre as coisas, ignorando o prazer obtido com aquilo que
verdadeiramente ama. O consumo deixa de ser um meio de expressão do prazer
pessoal e se transforma num fim em si mesmo. Torna-se um ato obsessivo alimentado
pelo apetite de novidade e distinção social.

LAZER ALIENADO

Lazer alienado é, segundo Karl Marx, uma forma de dominação. A


dominação ideológica sobre o homem é tão forte e eficaz que tira dele até a liberdade de
escolha do que fazer em seu pouco tempo livre. No mundo em que a produção e o
consumo são alienados, é difícil evitar que o lazer também não o seja.
A passividade e o embrutecimento naquelas atividades repercutem no tempo
livre. Sabe-se que pessoas submetidas ao trabalho mecânico e repetitivo na linha de
montagem têm o tempo livre ameaçado pela fadiga mais psíquica do que física,
tornando-se incapazes de se divertir. Ou então, exatamente ao contrário, procuram
compensações violentas que as recuperem do amortecimento dos sentidos.
A propaganda da bem-montada “indústria do lazer” orienta as escolhas e os
modismos, manipula o gosto, determinando os programas: boliche, patinação,
discotecas, danceterias, filmes da moda. Até aqui, fizemos referência a determinado
segmento social que tem acesso ao tempo de lazer.
Resta lembrar que as cidades não têm infraestrutura que garanta aos mais
pobres a ocupação do seu tempo livre: lugares onde ouvir música, praças para
passeios, várzeas para o joguinho de futebol, clubes populares, locais de integração
social espontânea. Isso torna muito reduzida a possibilidade do lazer ativo, não-
alienado, ainda mais se supusermos que o homem se encontra submetido a todas as
formas de massificação pelos meios de comunicação.
A indústria cultural e de diversão vende peças de teatro, filmes, livros, shows,
jornais e revistas como qualquer outra mercadoria. E o consumidor alienado compra
seu lazer da mesma maneira como compra seu sabonete. Consome os “filmes da
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moda” e frequenta os “lugares badalados” sem um envolvimento autêntico com o
que faz.

Referências:
- https://www.infoescola.com/filosofia/alienacao/
- https://filosofiatotal.com.br/lazer-alienado/
- https://filosofiatotal.com.br/consumo-alienado/

ATIVIDADE 07:

1) Após a leitura do poema, comente se a pessoa a quem o poema se refere é um


indivíduo alienado. Justifique sua resposta.

Intertexto
Bertold Brecht
1898 – 1956.

Primeiro levaram os negros


Mas não me importei com isso
Eu não era negro

Em seguida levaram alguns operários


Mas não me importei com isso
Eu também não era operário

Depois prenderam os miseráveis


Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável

Depois agarraram uns desempregados


Mas como tenho meu emprego
Também não me importei

Agora estão me levando


Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

MORAL E ÉTICA

Em filosofia, ética é a área de estudo e reflexão sobre as ações. Neste sentido,


trata-se de uma reflexão sobre a moral. também pode ser definida como um conjunto de
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conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano na tentativa de
explicar as regras morais de forma racional e fundamentada.
Especificamente sobre os princípios que nos levam a agir de uma forma ou
de outra, princípios morais sobre o que é certo e o que é errado. A pretensão é ser
universal e conseguir descrever os princípios de cada tipo de comportamento.
Desta maneira, pode-se afirmar que a ética é a parte da filosofia que estuda a moral, pois
reflete e questiona sobre as regras morais. Uma conduta ética pode ser um tipo de
comportamento mediado por princípios e valores morais.

O QUE É MORAL?

É da competência da moral abordar os valores e os costumes de cada povo.


Como são os valores daquela cultura? São específicos dela ou são de toda a raça
humana? Em alguns lugares o que é certo e bom, em outros pode ser mau e ruim.
Trata-se de costume ou de moral?
A moral pode ser definida como o conjunto de regras aplicados no cotidiano e
que são utilizadas constantemente por cada cidadão. Tais regras orientam cada
indivíduo que vive na sociedade, norteando os seus julgamentos sobre o que é certo ou
errado, moral ou imoral, e as suas ações.
Desta maneira, a moral é fruto do padrão cultural vigente e engloba as
regras tidas como necessárias para o bom convívio entre os membros que fazem parte
de determinada sociedade.
A moral é formada pelos valores previamente estabelecidos pela própria
sociedade e os comportamentos socialmente aceitos e passíveis de serem
questionados pela ética.
Pode-se afirmar que, ao falarmos de moral, os julgamentos de certo ou
errado dependerão do lugar onde se está.

O QUE É SER ÉTICO?

Ser Ético nada mais é do que agir direito, proceder bem, sem prejudicar os
outros. É ser altruísta, é estar tranquilo com a consciência pessoal. "É cumprir com os
valores da sociedade em que vive, ou seja, onde mora, trabalha, estuda, etc."
Ética é tudo que envolve integridade, é ser honesto em qualquer situação, é
ter coragem para assumir seus erros e decisões, ser tolerante e flexível, é ser
humilde.
Todo ser ético reflete sobre suas ações, pensa se fez o bem ou o mal para o seu
próximo. Ser ético é ter a consciência "limpa".

Referências: https://www.todamateria.com.br/etica-e-moral/

Moral e ética: Exemplos

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A ética tem como fundamento explicar as regras e comportamentos morais do
ser humano de maneira racional e científica, através de legislações que legitimam este
comportamento perante a sociedade.
Já a moral está relacionada com o conjunto de regras aplicadas no cotidiano por
cada cidadão, conforme seu próprio entendimento entre o que é certo ou errado.
Em um contexto filosófico, a ética e a moral possuem significados diferentes, porém
bastante relacionados nas questões de conduta de um indivíduo em sociedade. Veja
alguns exemplos de ética e moral:

1. Ajudar a quem precisa

Quando alguém lhe pede alguma ajuda financeira na rua ou algum idoso lhe
pede auxílio para atravessar a rua, você tem a opção de ajudar ou não.
Entretanto, a moral, por estar mais relacionada com os valores individuais, pode
permitir com que reflita sobre aquela situação e ofereça a ajuda necessária.

2. Cometer atos ilícitos


Esta é uma questão importante para ser refletida dentro dos conceitos da moral e
da ética. Situações ilícitas como roubar ou matar, são, por lei, passíveis de punição e,
moralmente falando, não condizem com os bons valores e costumes da sociedade.
Portanto, cometer atos ilícitos como roubar e matar são considerados pela ética e pela
moral ações que possuem punições, sejam elas éticas legais ou morais.

3. Jogar lixo na rua

Se ao caminhar por uma via pública uma pessoa estiver com alguma embalagem
que pretenda se desfazer, pela ética ela deve jogar esta embalagem no lixo. Isso seria o
correto tanto pela ética quanto pela moral.
Entretanto, ela pode decidir jogar a embalagem na via pública. Pela ética isso é
tido como algo ruim, pois além de sujar a rua essa pessoa pode estar dando um mau
exemplo para que outros indivíduos possam vir a cometer este mesmo ato.
Num sentido mais amplo, a finalidade das duas é muito semelhante, pois tanto a
ética quanto a moral são responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta dos
indivíduos e a melhor forma de agir em sociedade.
.
4. Furar fila
Outra questão que exemplifica a reflexão sobre a ética e a moral é a ação de
furar fila em locais de atendimento público, como bancos, restaurantes, etc.

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O correto, pela ética seria respeitar a ordem e aguardar a sua vez. Entretanto,
esta ação não é algo que implique grandes punições e uma pessoa pode cometer, se
achar que esteja correto fazer isso, mesmo que moralmente não seja o mais correto.

5. Maltratar animais

Esta é uma atitude bem polêmica e controversa na reflexão sobre a moral.


Porque é preciso levar em conta que em determinados países, cada grupo ou sociedade
possui seu próprio código de ética relacionado a esta questão.
É fato, que moralmente falando, maltratar animais é uma atitude negativa.
Porém, em um determinado país, por exemplo, utilizar animais para pesquisa científica
pode ser considerado ético, devido ao código de ética já estabelecido.
Já para outro grupo social, que atua em defesa dos animais, esta atitude pode ser
considerada um desrespeito aos princípios.

6. Prejudicar algum colega de trabalho

No ambiente de trabalho, é comum que se tenha a chamada ética profissional,


onde se supõe que todos os funcionários ajam de acordo com estes princípios.
Entretanto, se por razões de crescimento pessoal dentro da empresa, algum
funcionário resolver prejudicar algum colega de trabalho, esta atitude, seja pela ética ou
pela moral, não é considerada como algo correto.
Além deste funcionário não estar agindo de acordo com o código de ética
profissional, moralmente falando, não é algo que condiz com o que a sociedade
considere correto.

Fonte: https://www.significados.com.br/exemplos-de-etica-e-moral/

ATIVIDADE 08:

01 – Defina o que é ética.


02 - O que é ser ético?
03 - Por que é tão difícil ser ético?
04 – O que são valores morais?
05 – Quais os valores cultivados em nossa sociedade?
06 – Por que a ética é essencial para que haja equilíbrio em uma sociedade?
07– Qual a diferença entre ética e moral?

LIBERDADE

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Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo
com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de
estar livre e não depender de ninguém.
Liberdade é também um conjunto de ideias liberais e dos direitos de cada
cidadão. Liberdade é classificada pela filosofia, como a independência do ser
humano, o poder de ter autonomia e espontaneidade.
A liberdade é um conceito utópico, uma vez que é questionável se realmente os
indivíduos tem a liberdade que dizem ter, se com as mídias ela realmente existe, ou não.
Diversos pensadores e filósofos dissertaram sobre a liberdade como Sartre, Descartes,
Kant, Marx e outros.
Ninguém nasceu para estar preso ou confinado. Tanto que a falta de liberdade é
uma das formas mais comuns de castigo em nossa sociedade. Ser livre parece ser um
desejo de todo ser humano. Como definir o que é liberdade? De acordo com o
dicionário Houaiss, liberdade é o direito de expressar qualquer opinião, agir como
quiser; independência. Ter licença ou permissão. É também a condição de não ser
prisioneiro ou escravo. A liberdade se desdobra em diversos tipos: de pensamento, de
opinião, política, religiosa, etc. Todas essas variações tentam localizar nossas possíveis
experiências de autonomia e de não dependência. A liberdade é uma das grandes
questões da humanidade.
Muitas são as perguntas. A liberdade seria uma experiência da condição
humana? Um valor que nos define ou um valor da nossa ação? Somos livres de
verdade? Temos limites e o outro tem limites? Será que temos liberdade sobre
nosso próprio corpo, nossos pensamentos e nossas ações na sociedade? Para boa
parte da tradição filosófica, a liberdade denota a ausência de servidão e estaria ligada
principalmente à vontade, ao livre arbítrio, ao prazer de decidir. Ela seria vivenciada no
interior do homem. Ou seja, liberdade é o nome que se dá ao fato de que temos
autonomia para escolhemos nossos rumos.
Fundador do racionalismo moderno, o filósofo René Descartes (1596-1650)
associa a liberdade ao conceito de livre-arbítrio. O homem é livre na medida em que
pode escolher fazer ou não alguma coisa sem ser coagido por força exterior.
A liberdade também existia no sentido político e civil. John Locke (1632- 1704)
acreditava que o Estado se tornaria imprescindível para a criação de leis que
regulamentem os direitos naturais dos indivíduos, como o direito à propriedade. “Onde
não há lei, não há liberdade”, disse Locke. Para ele, a sociedade não retira a
liberdade dos indivíduos, mas a normatiza. Ele entendia que a liberdade deveria
ser garantida por leis promulgadas pelo legislativo, em consenso com a
comunidade.
O suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) afirmou que os homens nascem livres e
que a liberdade não existe sem igualdade. Não haveria democracia sem a livre circulação de
ideias. Ele difundiu o conceito de que a liberdade é um direito e um dever ao mesmo tempo.
Para ele, haveria um pacto social para que o indivíduo mantenha sua liberdade. Esse pacto
deveria ser fruto da vontade geral. O povo faria parte do processo de elaboração das leis e de
cumprimento delas. Seria um ato de liberdade criá-las e obedecê-las.
No final do século 19, Karl Marx (1818-1883) criticou a liberdade e sua relação
com o capitalismo. Para ele, quando a sociedade é dividida em proletários e capitalistas, as
pessoas se tornam meras ferramentas de produção e a atividade produtiva se torna coerção, a
vida humana se reduz à mera sobrevivência. É o que ele chama de “necessidade”. Quem tem de
comer a qualquer custo fará todo o esforço para isso e está no domínio da necessidade. Quando
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conseguimos nos livrar da necessidade, a ideia do “livre para” acontecer. Marx dizia que a
diminuição da jornada de trabalho é a condição para a liberdade e para o
desenvolvimento pleno das personalidades e das capacidades humanas.
A filósofa Hannah Arendt analisou que esses sistemas políticos contribuíram
para reforçar a ideia de que a liberdade não pode ser vivenciada no domínio político.
Mas para ela, só existe poder legítimo quando existe liberdade.

Referências:
- https://socientifica.com.br/o-conceito-de-liberdade-segundo-filosofia/
-https://jus.com.br/artigos/62456/o-conceito-de-liberdade-segundo-hannah-arendt-e-
isaiah-berlin

ATIVIDADE 09:
1. Somos originalmente livres?
2. O que é determinismo?
3. Durante a vida, nós, a nossa família, a comunidade em que vivemos constrói um
conceito de liberdade, de acordo com os valores vigentes, ou seja, para
manutenção de um status quo, o que nos remete ao seguinte questionamento: O
que é a Liberdade?

4. Leia a pergunta e marque abaixo a alternativa correta: Em que é que consiste o


livre-arbítrio?

a) Consiste na possibilidade de executarmos ações.


b) Consiste na possibilidade de podermos fazer escolhas determinadas pela nossa
vontade.
c)Consiste na impossibilidade de executarmos ações livres.
d)Consiste na possibilidade de julgarmos as nossas ações.

ATIVIDADE 10: Leia o texto abaixo e responda as questões propostas.

O Passarinho engaiolado

Dentro de uma linda gaiola vivia um passarinho. De sua vida o mínimo que se poderia
dizer era que era segura e tranquila, como seguras e tranquilas são as vidas das pessoas
bem casadas e dos funcionários públicos.
Era monótona, é verdade. Mas a monotonia é o preço que se paga pela segurança. Não
há muito o que fazer dentro dos limites de uma gaiola, seja ela feita com arames de ferro
ou de deveres. Os sonhos aparecem, mas logo morrem, por não haver espaços para
baterem suas asas. Só fica um grande buraco na alma, que cada um enche como pode.
Assim, restava ao passarinho ficar pulando de um poleiro para outro, comer, beber,
dormir e cantar. O seu canto era o aluguel que pagava ao seu dono pelo gozo da
segurança da gaiola.

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Bem se lembrava do dia em que, enganado pelo alpiste, entrou no alçapão. Alçapões
são assim; tem sempre uma coisa apetitosa dentro. Do alçapão para a gaiola, o caminho
foi curto, através da Ponte dos Suspiros.
Há aquele famoso poema do Guerra Junqueiro, sobre o melro, o pássaro das risadas de
cristal. O velho cura, rancoroso, encontrara seu ninho e prendera seus filhotes na gaiola.
A mãe, desesperada com o destino dos filhos, e incapaz de abrir a portinha de ferro, traz
no bico um galho de veneno. Meus filhos, a existência é boa só quando é livre.
A liberdade é a lei. Prende-se a asa, mas a alma voa... Ó filhos, voemos pelo azul...!
Comei...! É certo que a mãe do passarinho nunca lera o poeta, pois o que ela disse ao
filho, foi: Finalmente minhas orações foram respondidas. Você está seguro, pelo resto
de sua vida. Nada há a temer. Não é preciso se preocupar. Acostuma-se. Cante bonito.
Agora posso morrer em paz.
Do seu pequeno espaço ele olhava os outros passarinhos. Os bem-te-vis, atrás dos
bichinhos; os sanhaços, entrando mamões adentro; os beija-flores com seu mágico bater
de asas; os urubus nos seus vôos tranquilos da fundura do céu; as rolinhas arrulhando,
fazendo amor. As pombas voando como flechas. Ah! Os prudentes conselhos maternos
não o tranquilizavam. Ele queria ser como os outros pássaros, livres...Ah! se aquela
maldita porta se abrisse.
Pois não é que, para surpresa sua, um dia o seu dono a esqueceu aberta? Ele poderia
agora realizar todos os seus sonhos. Estava livre, livre, livre!
Saiu. Voou para o galho mais próximo. Olhou para baixo. Puxa! Como era alto. Sentiu
um pouco de tontura. Estava acostumado com o chão da gaiola, bem pertinho. Teve
medo de cair. Agachou-se no galho, para ter mais firmeza. Viu uma outra árvore mais
adiante. Teve vontade de ir até lá.
-se se suas asas aguentariam. Elas não estavam acostumadas. O melhor seria não
abusar, logo no primeiro dia. Agarrou-se mais firmemente ainda. Neste momento um
insetinho passou voando bem na frente do seu bico. Chegara a hora. Esticou o pescoço
o mais que pôde, mas o insetinho não era bobo. Sumiu mostrando a língua.
__ Ei, você __ era uma passarinha. __ Vamos voar juntos até o quintal do vizinho. Há
uma linda pimenteira, carregadinha de pimentas vermelhas. Deliciosas. Apenas é
preciso prestar atenção no gato, que anda por lá... Só o nome gato lhe deu arrepio. Disse
para a passarinha que não gostava de pimentas. A passarinha procurou outro
companheiro. Ele preferiu ficar com fome. Chegou o fim da tarde e, com ele a tristeza
do crepúsculo. A noite se aproximava. Onde iria dormir? Lembrou-se do prego amigo,
na parede da cozinha, onde sua gaiola ficava dependurada. Teve saudades dele. Teria de
dormir num galho de árvore, sem proteção. Gatos sobem em árvores? Eles enxergam no
escuro? E era preciso não esquecer os gambás. E tinha de pensar nos meninos com seus
estilingues, no dia seguinte.
Tremeu de medo. Nunca imaginaria que a liberdade fosse tão complicada. Somente
podem gozar a liberdade aqueles que têm coragem. Ele não tinha. Teve saudade da
gaiola. Voltou. Felizmente a porta ainda estava aberta.
Neste momento chegou o dono. Vendo a porta aberta, disse:
__ Passarinho bobo. Não viu que a porta estava aberta. Deve estar meio cego. Pois
passarinho de verdade não fica em gaiola. Gosta mesmo é de voar.
Rubem Alves

QUESTÕES PROPOSTAS:

1. O que seria, segundo as suas ideias a liberdade?


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2. Em sua opinião qual a noção de liberdade que a maioria dos seres humanos costumam a
adotar?
3. O que seria a construção de uma gaiola em torno de nossas vidas?
4. A liberdade é para poucos?
5. Existe relação entre liberdade, responsabilidade e coragem?
6. Existem limites para a liberdade? Exemplifique.
7. Qual a diferença entre ser escravo do desejo e lutar pelo que se quer?

ATIVIDADE 11:

Questão 01: É possível conciliar Liberdade com Predestinação. Explique sua resposta.
Questão 02: Até que ponto reflexão a respeito de nós mesmos pode nos ajudar a tomar
decisões coerentes e livres?
Questão 03: Alguns generais nazistas que lideraram o massacre dos Judeus durante a
segunda guerra mundial usaram o argumento de que “apenas seguiram ordens”. você
concorda com esse argumento? Explique sua resposta.

FELICIDADE

A felicidade é um estado durável de plenitude, satisfação e equilíbrio físico


e psíquico, em que o sofrimento e a inquietude estão ausentes. Abrange uma gama
de emoções ou sentimentos que vai desde o contentamento até a alegria intensa ou
júbilo.
A felicidade tem, ainda, o significado de bem-estar espiritual ou paz interior.
Existem diferentes abordagens ao estudo da felicidade -pela filosofia, pelas religiões ou
pela psicologia. O homem sempre procurou a felicidade. Filósofos e religiosos sempre
se dedicaram a definir sua natureza e que tipo de comportamento ou estilo de vida
levaria à felicidade plena.
Visão de Aristóteles
Aristóteles foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande e
tem uma visão sobre a felicidade. Em seu livro “Ética e Nicomaco” Aristóteles pensou
profundamente sobre a felicidade humana. Para Aristóteles a felicidade não está
ligada aos prazeres ou as riquezas, mas a atividade prática da razão. Em sua
opinião, a capacidade de pensar é o que há de melhor no ser humano, uma vez que a
razão é nosso melhor guia e dirigente natural.
A felicidade não pode ser um ponto de chegada, ou seja, uma conquista. A
felicidade é uma visão de mundo. Ela acontece no processo, enquanto o sujeito vai
construindo a sua vida e, sobretudo, resinificando os seus valores. A felicidade enquanto
participação ativa do sujeito, não é inata. Ou seja, ela pode ser ensinada aos outros. Por
isso estudos indicam que pessoas felizes vivem mais e são mais generosas.
Para o filósofo medieval Santo Agostinho, a felicidade plena é Deus, que
permite ao homem rever e superar a sua condição pecadora. Enquanto pecador, o
homem busca ansiosamente encontra-se com Deus para ser feliz plenamente. Por isso
ele dizia: “Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não

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descansar em ti”. Portanto, a felicidade em Agostinho advém de uma situação limite que
permite compreender o finito como contraponto do infinito.
Emmanuel Lévinas, um dos Filósofos mais desafiadores e fecundos do século
vinte, também se preocupou com a questão da felicidade. Para ele, a felicidade
humana passa pelo reconhecimento do rosto do outro. O rosto do Outro é a forma
como a felicidade se impõe a mim, enquanto sujeito existente. Se eu nego esse outro,
que é totalmente diferente de mim, eu não poderei ser feliz. Portanto, para o filósofo
Lévinas a alteridade é o caminho da felicidade humana.
Em suma, o que esses filósofos estão dizendo, cada um a sua maneira, é que
a felicidade humana pode ser alcançada. Que a felicidade repousa sobre a noção de
alteridade, de ética, de amor, de solidariedade, de respeito pelo outro.
Ou seja, que certas ações e atitudes precisam ser incorporadas na sua vida
para você ser plenamente feliz. Enfim, quem quer ser feliz nessa vida deve anunciar o
esquecimento de si e abrir-se mais para o outro, especialmente aqueles mais
necessitados, os pobres de espírito, de afeto, de amor, de carinho...

Referências:
-https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-e-felicidade-o-que-e-ser-
feliz-segundo-os-grandes-filosofos-do-passado-e-do-presente.htm
-https://br.blastingnews.com/sociedade-opiniao/2018/03/a-felicidade-humana-segundo-
a-filosofia-002456307.html

ATIVIDADE 12: Leia o texto abaixo e responda as questões propostas.

A FELICIDADE E AS ESCOLHAS: AS DIFERENTES POSIÇÕES


SOBRE FELICIDADE E COMO SER FELIZ EM MEIO AS ESCOLHAS.

Em nosso cotidiano, ouvimos falar constantemente sobre o tema da felicidade.


Muitas pessoas afirmam que desejam ser felizes, que querem alcançar a felicidade, ou
que estão infelizes. Isso nos leva a refletir sobre as seguintes questões: a felicidade é um
conceito objetivo ou subjetivo? Existe "a" felicidade ou cada um tem seu conceito sobre
o que é ser feliz? Frente a estas dúvidas, a tendência é tentar negar a existência da
felicidade. Perigosa tentação, pois às vezes é mais fácil negar a felicidade do que aceitar
que ela existe e reconhecer que não a possuímos... Estamos frente a uma situação
limite... pouco discutida e que quase não é refletida em nosso cotidiano corrido... Você
já parou para pensar sobre o que é a felicidade? Você já se perguntou um dia por
que todo mundo a deseja ou acredita na sua existência?
Desde a Grécia Antiga os filósofos já se ocupavam sobre a questão da felicidade. Em
especial, um grande filósofo chamado Aristóteles já postulava importantes
considerações sobre esse tema. Segundo ele, todas as coisas que existem tendem para
um fim. O homem, por sua vez, também existe para uma finalidade: “ser feliz”. Nesse
sentido, Aristóteles constata que existe um grande consenso entre os homens: “todos
querem ser felizes”; mas também há um grande descenso entre eles: “O que é a
Felicidade?”. Como o próprio autor afirma em sua obra Ética a Nicômaco: “Todos estão
de acordo e dizem ser o fim do homem a felicidade e identificam o bem viver e o bem
agir com o ser feliz. Diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade, o homem limitado
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não a concebe da mesma forma que o sábio”. Sendo assim, nem todos os homens
compreendem a felicidade de maneira semelhante.
Para resolver esse dilema, Aristóteles afirma que o homem verdadeiramente feliz
é aquele que age segundo sua própria natureza, isto é, que age racionalmente e visa ser
virtuoso, visto que para esse filósofo grego, a essência do homem é sua razão, pois
todos tendem ao saber. Mas qual é de fato a nossa natureza? Muitos dizem que somos
seres essencialmente bons, outros dizem que somos naturalmente maus e egoístas.
Mas podemos acreditar também que somos seres inacabados... incompletos... que
ao invés de nascerem com uma essência pré-estabelecida, buscam construir esta suposta
essência na própria existência, na vida real, no cotidiano. Assim sendo, podemos ser
tanto anjos como demônios. Nossa natureza depende de nossas escolhas, e devido a
isso, nossa felicidade também dependerá delas.
É o que afirma o filósofo francês Jean-Paul Sarte em sua obra “O
Existencialismo é um Humanismo” : “Se verdadeiramente a existência precede a
essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço é o de pôr
todo homem no domínio que ele é, de lhe atribuir a total responsabilidade da sua
existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos
dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é
responsável por todos os homens”. Dessa maneira, eliminando uma natureza pré-
definida que nos dirá o que é ser feliz, podemos analisar uma outra perspectiva sobre o
tema, afirmando que a felicidade se encontra na forma como fazemos nossas escolhas,
ou seja, encarando a vida da maneira como ela realmente se apresenta, vivendo-a
intensamente com responsabilidade.
Ora, encarar a vida tal como ela se apresenta não é tarefa fácil. Somos seres
jogados na existência e estamos condenados a fazer escolhas. Cada possibilidade de
existência assumida significa a renúncia de outro modo de vida. Dessa maneira,
podemos acertar ou errar, ganhar ou perder. Tudo depende de nossas escolhas. A
angústia é a disposição emocional que nos acompanha neste drama da existência. Como
então ser feliz em uma realidade tão dura como essa?
A felicidade não é uma disposição emocional. Ser feliz não é estar sempre alegre.
O sofrimento e a angústia também fazem parte da vida e da própria felicidade. Se tudo
na vida fosse só alegria, as pessoas não dariam real valor a felicidade... Às vezes, é
preciso chorar para sabermos o quanto é bom sorrir... é preciso sentir saudades para
saber o quanto gostamos de alguém... Às vezes, quando temos tudo, nada parece ter
valor. A vida é constante movimento, ela é um antes, um durante e um depois. Por isso,
devemos viver o momento, sem deixar de olhar para nosso passado e nos projetar para o
futuro. Os momentos difíceis são parte integrante da vida e deles não podemos escapar.
No entanto, estes momentos são necessários para que possamos valorizar os
acontecimentos felizes e encontrarmos a felicidade. É partindo desse ponto de vista, que
o filósofo Karl Jaspers ressalta: "Os problemas e conflitos podem ser a fonte de uma
derrota, uma limitação para a nossa potencialidade, mas também podem dar lugar a uma
maior compreensão da vida e o nascimento de uma unidade que se fortalece com o
tempo."
Frente a estes pontos de vista, esse artigo chega a conclusão de que a felicidade
não deve ser entendida como um objetivo ditado por uma essência pré-definida
existente no homem, ou como um sentimento. A felicidade pode ser entendida como a
própria vida sendo vivida de maneira intensa e responsável nas próprias escolhas do dia-
a-dia, seja nas alegrias ou nos sofrimentos, buscando sempre tirar um aprendizado para
aquilo que ocorre conosco. Como afirma Erich Fromm: “buscar a felicidade é como
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caçar borboletas: quanto mais você tenta, mais ela foge. No entanto, se você deixar a
borboleta voar e se preocupar com outras coisas, ela pode até pousar em seus ombros”.

Arnin Braga

QUESTÕES PROPOSTAS:

1. Quais são os principais problemas filosóficos levantados logo ao início


do texto a respeito do tema da felicidade?
2. Desde que período os filósofos tratam do tema da felicidade e o qual o
principal filósofo a abordar este tema?
3. O que Aristóteles afirmava em relação à finalidade última do homem?
4. Qual a principal divergência entre os homens quando o assunto é a busca
pela felicidade?
5. O que Aristóteles afirma em relação ao homem verdadeiramente feliz?
6. Para Aristóteles qual a essência do homem?
7. O que o texto afirma em relação à natureza humana?
8. O que o filósofo Sartre afirma sobre a responsabilidade?

ATIVIDADE 13: Faça uma redação (20 a 25 linhas), respondendo a seguinte questão:
o que é felicidade e como a felicidade pode se relacionar com as angústias, as escolhas e
problemas encontrados no percurso da nossa existência.

NORMAS E DICAS PARA ELABORAÇÃO DE CARTAZES

- Coloque título no cartaz;


- Use apenas cartolina branca ou papel metro BRANCO;
- Não use texto no cartaz (coloque apenas os TÓPICOS mais importantes);
- Use mais FOTOS e IMAGENS do que texto;
- Escreva no cartaz com letra grande (que possa ser lida a pelo menos 2 metros de
distância do cartaz), legível e sem erros de português.
- Deixe o cartaz limpo, sem amassos e sem rasuras;
- Faça 02 cartazes caso precise ou faça o seu cartaz maior, em papel metro branco para
colocar todo o conteúdo necessário (usando apenas tópicos e imagens);
- O cartaz deverá estar BONITO, ORGANIZADO e CRIATIVO.

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NORMAS E DICAS PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS

- Estude o assunto com antecedência para ter domínio do conteúdo. Será essencial;
- Não é permitido usar papel ou qualquer outro lembrete na hora da apresentação (use
somente o cartaz para EXPLICAR);
- Não decore nada. Apenas procure entender o assunto e explicar o que você entendeu
com suas palavras. Para isso, leia bastante e assista vídeo aulas disponíveis na
internet. Pergunte também em sala de aula o que não ficou claro para esclarecimento de
dúvidas. Tais procedimentos auxiliarão a ter domínio, clareza e segurança na hora da
apresentação;
- Estude o assunto todo. NÃO DIVIDA o assunto em partes. Será cobrado o domínio
TOTAL do conteúdo e não apenas uma parte dele na hora da apresentação;
- A ORDEM de apresentação das equipes será definida na hora, pela professora da
disciplina;
- A apresentação seguirá esquema de SORTEIO, a ser realizado na hora. O aluno
sorteado deverá apresentar o conteúdo completo ou o que lhe for perguntado (a nota
será dada de acordo com o seu DESEMPENHO E DOMÍNIO DO CONTEÚDO na
hora da apresentação);
- O aluno que FALTAR, FOR SORTEADO E NÃO APRESENTAR OU APENAS
TENTAR LER terá a nota zerada automaticamente.
- Tente relaxar na apresentação. Estamos todos aprendendo.

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:
- Todos esses critérios serão levados em consideração para atribuição da Nota.
- A nota será computada individualmente e em equipe (de acordo com os critérios
estabelecidos).

DICAS PARA FAZER REDAÇÃO DISSERTATIVA

ESTRUTURA DA REDAÇÃO DISSERTATIVA:

Introdução (+ ou – 5 linhas).
Desenvolvimento 1: (+ ou – 8 á 10 linhas).
Desenvolvimento 2: (+ ou – 8 á 10 linhas).
Conclusão: (+ ou – 5 linhas).

• Título só é obrigatório se for solicitado no enunciado da redação


• Redação: Mínimo de 25 e máximo de 30 linhas.
• Leia bastante: Só é possível escrever sobre o que sabemos...
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• Cuidado com suas opiniões: Desrespeito a vida, intolerância religiosa, etc.
podem eliminar sua redação.
• Cuidado com a letra. A letra precisa ser legível e de tamanho adequado.
• Reserve pelo menos 30 minutos para passar a redação a limpo.
• Evite usar primeira pessoa no texto (Eu, nós).

Exemplo prático:

Tema exemplo: Pena de morte

Introdução:
Você pode iniciar com uma afirmação ou uma conceituação do tema a ser abordado.
O objetivo é contextualizar o problema/questão a ser analisada no decorrer do texto.

Exemplo: O que é pena de morte. Posicionamentos: contra - não resolve.

Desenvolvimento 1 e 2: Um parágrafo para cada desenvolvimento/ponto de vista a ser


defendido.
Formas mais comuns: pontos positivos x pontos negativos;
1 argumento para cada parágrafo;
Causa x consequência, etc.

Exemplo:
1º parágrafo: direito à vida – religião.
2º parágrafo: Como é em outros países - Estados Unidos.

Conclusão:
O que podemos concluir sobre o que foi discutido? (É bom, ruim, eficaz, ineficaz, etc.).
Argumente em cima disso. Aponte uma solução/intervenção para o problema.

Exemplo: A pena de morte é ineficaz; solução: erradicação da miséria.

REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lucia. Filosofando: Introdução á Filosofia. São Paulo, Editora Moderna,
1993.

Aristóteles e a política. Disponível em: https://filosofiatotal.com.br/aristoteles-e-a-politica/.


Acessado em: 15/10/20.

Biografia dos Filósofos. Só Filosofia. Disponível em: http://filosofia.com.br/. Acessado em:


25/10/20.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 2000

56
Conceitos de Filosofia Política. Disponível em: https://conceitos.com/filosofia-
politica/Acessado em: 20/10/20.

Como surgiu a política? Disponível em:https://descomplica.com.br/artigo/como-surgiu-a-


politica/4nB/. Acessado em: 20/10/20.

IGLÉSIAS, M. O que é Filosofia e para que serve: Filosofias. In: REZENDE, A. Curso de
Filosofia: para professores e alunos dos cursos de ensino médio e de graduação. Rio de
Janeiro: Zahar, 1986, p. 1-2.

O que é estética e qual a sua relação com arte e Filosofia? Disponível em:
https://cursoenemgratuito.com.br/estetica/. Acessado em: 05/10/20.

O que é Filosofia? Disponível em: https://www.todamateria.com.br/o-que-e-filosofia/.


Acessado em: 25/10/20.

MURCHO, D. A natureza da Filosofia e o seu ensino, 2008, p.82-84. Disponível em:


http://www.repositorio.ufop.br/bitstream/123456789/5397/1/ARTIGO_NaturezaFilosofiaEnsino
.pdf. Acesso em: 30/08/2020.

WEFFORT, F. C. (Org.) Os Clássicos da Política: Burke, Kant, Hegel, Tocqueville, Stuart


Mill, Marx. Volume 2º, Editora Ática, 2006.

Nota: Este trabalho é um curto resumo dos conteúdos da disciplina, resultante da compilação
de textos extraídos da internet, oriundos de blogs, sítios, artigos científicos, dentre outras
fontes, devendo sempre ser complementado com outros livros e materiais recomendados, bem
como ser realizado os exercícios e as atividades propostas.

“A essência do conhecimento consiste em aplicá-lo, uma vez possuído”.


Confúcio.

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