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A Origem da Filosofia
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Hanilda Regina Rodrigues dos Santos, acadêmica do curso de Direito 1º período
saber. A verdade não é de ninguém, é o que buscamos e está diante de nós para
contemplar e ver se temos olhos (espírito) para ver.
Acho que essa filosofia nunca teve um grande público, pelo menos um
público realmente comprometido em segui-la de forma consistente. Os filósofos
sempre tiveram um trabalho solitário, sem muito apoio ou participação pública.
Não nascemos filósofos (e felizmente poucos o são), mas a boa filosofia
é, a meu ver, construída sobre o conhecimento natural que todos temos em
virtude do simples fato de sermos humanos. Este conhecimento natural carrega
como seu segredo sagrado a experiência da maravilha. Nosso conhecimento
está sempre rodeado de ignorância. Desde crianças, descobrimos rapidamente
que não somos os originais, os donos do universo, mas que viemos de algo (e
de alguém); descobrimos que somos efeitos, causados, em uma palavra:
derivados.
Também descobrimos que estamos sempre na estrada, indo para um
destino ou outro, seja apenas mais uma fase do nosso crescimento. Além disso,
quando ainda estamos na infância, verificamos de forma competente e
convincente que existe um mundo ao nosso redor que está muito além de nosso
conhecimento e controle. Um pouco mais tarde, mas ainda fazendo parte de
nossas conquistas cognitivas na juventude, aprendemos que temos que fazer
escolhas e que delas surgem todo tipo de coisas boas e ruins.
Conclui-se, o que torna os filósofos diferentes, não melhores, é que em
suas vidas eles não podem deixar de prolongar suas questões sobre origens,
destinos, universos e liberdade, enquanto questionam incuravelmente a
verdade, a bondade e a beleza e esses temas vão amadurecer formalmente em
várias disciplinas: entre outras, metafísica, cosmologia, antropologia filosófica,
ética, filosofia política e estética (todas monitoradas pela lógica, esse grande
servo, mas mestre terrível).
Assim os seus praticantes não descansarão até que tenham obtido pelo
menos alguns novos raios de luz sobre as causas primordiais, os fins mais
últimos e os "mundos" transcendentes ao nosso redor e, finalmente, sobre as
fontes de liberdade que nos perseguem e nos provocam. Para os filósofos,
causas, efeitos, conexões e consciência (no sentido moral e psicológico) não são
apenas parâmetros da vida pragmática; eles são um chamado à aventura
intelectual.