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SUMÁRIO

Introdução ......................................................................................................... 03

1. Tipos de conhecimentos ................................................................................. 04

2. Histórico da Filosofia ...................................................................................... 07


2.1. Períodos da Filosofia na Grécia ............................................................. 07
2.2. Os pré socráticos ..................................................................................... 09
2.3. Os sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles .............................................. 10

3. O pensamento filosófico contemporâneo ....................................................... 19

4. A Filosofia e as ciências especiais ................................................................. 27


4.1. O método da Filosofia comparado ao método científico .......................... 28
4.2. Filosofia e Psicologia ................................................................................29
4.3. O ceticismo ...............................................................................................30
4.4. Filosofia e sabedoria prática ..................................................................... 32

5. Principais divisões da Filosofia ........................................................................ 35

6. Filosofia e educação ........................................................................................ 37


6.1. Aplicações da Filosofia da educação ...................................................... 37
6.2. A educação transformando a sociedade ................................................. 37
. 6.3. Os sujeitos do processo educativo ...........................................................38

Referências Bibliográficas .................................................................................. 40

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INTRODUÇÃO.

Filosofia, que palavra acertada! (“...) em


todo o nosso saber sempre permanecerá
a Filosofia, isto é, sempre um saber
apenas em progresso, cujo grau superior
ou inferior devemos apenas ao nosso
amor à sabedoria, isto é, à nossa
liberdade”.

Schelling (1780-1854)

A palavra Filosofia é de origem grega e


é composta por dois termos Phylos (amor,
amigo) + Sophya (sabedoria). Portanto a
palavra Filosofia no sentido etimológico
significa amor ou amizade à sabedoria.
Segundo os historiadores foi Pitágoras (séc. VI
a.C.) quem inventou a palavra Filosofia.

“Pitágoras queria dizer que o filósofo não é


movido por interesses comerciais – não
colocava o saber como propriedade sua, como
uma coisa para ser comprada ou vendida no mercado; também não é movido
pelo desejo de competir – não faz das ideias e dos conhecimentos uma
habilidade para vencer competidores ou “atletas intelectuais”; mas é movido pelo
desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida; em
resumo, pelo desejo de saber. A verdade não pertence a ninguém, ela é o que
buscamos e que está diante de nós para se completada e vista, se tivermos
olhos (do espírito) para vê-la.” (CHAUI, 1997, p.20).

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2. TIPOS DE CONHECIMENTO.
Tendo-se em conta que a Filosofia pode ser considerada como uma
reflexão crítica a respeito do conhecimento, precisamos então “conhecer o
conhecimento”. Este é o objetivo deste tópico e da própria Filosofia.
Para se falar de conhecimento, devemos distinguir os diferentes tipos
existentes:
O conhecimento popular é aquele passado de geração em geração, sem
formalidade com base em experiências pessoais, “portanto empírico” e
desprovido de um conhecimento mais a fundo, mais sistemático. esse tipo de
conhecimento pode ser também denominado de senso comum.
O conhecimento cientifico é “transmitido por intermédio de treinamento
apropriado” (MARCONI E LAKATOS, 2010) sendo um conhecimento formal,
obtido por métodos científicos. Visa buscar a forma como as coisas funcionam de
modo sistemático.
Busquemos um exemplo no qual o conhecimento popular e o científico se
tornam evidentes. Um camponês mesmo desprovido de conhecimento dito
científico sabe a época adequada para o plantio e a colheita dos produtos
cultivados na área onde trabalha. Nessa mesma área a agricultura utiliza-se de
sementes selecionadas, de adubos químicos, de defensivos contra as pragas e
controle biológico de insetos. Neste exemplo, mesclam-se dois tipos de
conhecimento: o primeiro empírico vulgar ou popular, geralmente típico do
camponês; o segundo cientifico obtido de modo racional, por procedimentos
científicos.
Enfim, cada tipo de conhecimento tem uma característica intrínseca. O
conhecimento popular é considerado como senso comum, pois não consegue
atingir um nível de aprofundamento e sistematização, tornando também o
conhecer limitado ao indivíduo através das experiências pessoais ou a um grupo
de determinada comunidade. Já o conhecimento científico, por conseguir
organizar e sistematizar uma rede de conhecimentos é considerado contingente,
porque seus valores de verdade podem ser confirmados ou contestados via
experimentação, não apenas por simples reflexão.
Outro tipo de conhecimento que muito nos interessa é o conhecimento
filosófico. O mesmo pode ser considerado como racional, pois seus valores de
verdade estão disponíveis para discussões reflexivas, sem que haja a
necessidade da experimentação científica.

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É considerado inspiracional todo conhecimento teológico, de cunho
religioso. Ele é dotado de valores que não tem como objetivos primários serem
experimentados ou debatidos, mas serem aceitos como verdade e seguidos.
Esses conhecimentos são revelados ao homem e aceitos como e indiscutíveis.

No quadro abaixo resumimos as principais idéias sobre o assunto:

Senso comum Conhecimento adquirido no dia a dia, espontaneamente,


sem a preocupação com o método, crítica ou pesquisa.
Conhecimento transmitido de geração a geração,
baseado na experiência.
Conjunto de opiniões aceitas sem reflexão crítica.

Conhecimento Conhecimento que requer observação e método. É


Científico racional, objetivo, analítico, verificável.
Conhecimento Conhecimento adquirido através do raciocínio e da
Filosófico. reflexão.
Conhecimento Conhecimento adquirido através da fé depende da crença
Teológico. de cada um.

O quadro nos mostrou que o conhecimento filosófico exige raciocínio e


reflexão para a elaboração de conclusões.
Esse conhecimento filosófico evoluiu através do tempo, refletindo sempre
as condições políticas, econômicas e sociais de uma época, como será
apresentado no capítulo seguinte.

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Observe o gráfico extraído da Wikipedia (2011) e crie um texto sobre o
mesmo

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2. HISTÓRICO DA FILOSOFIA.

É preciso iniciar ressaltando que nossa proposta para o estudo da


Filosofia neste módulo não é descrever todo o pensamento filosófico ao longo do
tempo. Estamos chamando a sua atenção para a necessidade de escolhas. O
foco do nosso estudo da História da Filosofia está dividido nos capítulos: dois
com o surgimento e desenvolvimento da Filosofia na Grécia e no capítulo três. o
pensamento filosófico contemporâneo:

.A Filosofia nasce em um período em que os mitos eram cultivados para


explicar as coisas existentes. Temas como morte, origem do homem, dos
animais entre outros eram explicados pelos gregos através dos mitos e das
histórias, contadas pelos poetas rapsodos e aedos, (Poeta popular, ou cantor,
que ia de cidade em cidade recitando poemas épicos na Grécia Antiga) Esses
homens seriam inspirados pelos deuses e autorizados para contá-los e, ninguém
podia questionar o que era contado.

Várias foram as condições históricas, políticas, econômicas e sociais que


contribuíram para o surgimento da Filosofia.
A Filosofia volta-se para o próprio homem, levando-o a refletir de forma
crítica sobre o mundo e a cultura, com um pensamento organizado e com o uso
da razão, promovendo uma passagem do saber mítico ao saber racional.

2.1. Períodos da Filosofia grega.

A Filosofia grega pode ser dividida em três períodos; são eles:

Período pré-socrático ou cosmológico, período socrático ou


antropológico, e o período helenístico ou grego-romano.

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No período pré-socrático os filósofos procuravam explicar a origem do
universo usando a razão e de forma sistemática de modo que substituísse as
explicações mitológicas. Eles queriam descobrir racionalmente a matéria prima
de que eram feitas todas as coisas. O filósofo Sócrates é a referencia da divisão
dos dois primeiros períodos da Filosofia.
Vamos apresentar um quadro síntese esses três períodos, suas
características e os principais filósofos:
Períodos Características Filósofos
Pré- Nasce com Tales de .Tales de Mileto-para ele a origem de tudo era a
Socrático Mileto e vai até água.
Sócrates. É marcado .Anaxímenes - acreditava que o elemento
pela busca de primordial era o ar.
elaborações .Anaximandro – pensava que o ilimitado não
cosmológicas tivesse uma qualidade definida.
.Heráclito de Éfeso – para ele o elemento
primordial era o fogo
Socrático De Sócrates até Sofistas-primeiros filósofos deste período.
Aristóteles; Ensinavam técnicas de persuasão.
Sócrates- para este filósofo, o homem deve se
conhecer primeiro para depois tentar-
compreender todas as outras coisas.
Platão- discípulo de Sócrates, autor de “O mito
da caverna”.
Aristóteles- discípulo de Platão, filósofo de
maior influência da civilização ocidental. Ele foi
o criador da lógica sistematizou os diferentes
campos do conhecimento.
Helenístico Vai dos dois grandes Alexandre Magno - mais célebre conquistador
ou Greco- sistemas do mundo antigo.
romano. cosmopolitas até ao
final do Império
Romano do
Ocidente;
Período marcado
pela interação
cultural grega e a
dos povos orientais,
conquistadas pelos
macedônios.

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.
Destacamos o significado de duas palavras mencionadas nesse capítulo:
MITO (grego mithos, fábula) narrativa tradicional, integrante da cultura de um povo, que
utiliza elementos simbólicos e sobrenaturais para explicar o mundo e dar sentido à vida humana.

MITOLOGIA – Conjunto de mitos de uma determinada cultura.

2.2. Os pré-socráticos.
Termo que designa, na história da Filosofia, os primeiros filósofos gregos
anteriores a Sócrates, também denominados fisiólogos por se ocuparem com o
conhecimento do mundo natural (physis).
Tales de Mileto (640-c. 548 a.C.) é considerado, já por Aristóteles, como o
"primeiro filósofo", devido à sua busca de um primeiro princípio natural que
explicasse a origem de todas as coisas. Tales é tido como fundador da escola
que inclui seu discípulo Anaximandro. Como Filosofias pré-socráticas, além da
atomista, incluindo Leucipo (450(c.460-c. 370 a.C.), temos a pitagórica, fundada
por Pitágoras de Samos (século VI a.C.); a Eleata, de Xenófanes (século VI a.C.)
e Parmênides (c.510 a.C.) e seu discípulo Zenão; a mobilista, de Heráclito (c.480
a.C.). A Filosofia grega toma novo rumo, sendo que a preocupação cosmológica
deixa de ser predominante, dando lugar a uma preocupação maior com a
experiência humana, o domínio dos valores e o problema do conhecimento.
Os pensadores pré-socráticos viveram no "mundo grego", mas nem todos
antes de Sócrates. Alguns sim, outros não. Eles viveram entre o século sete e o
meio do século quarto A.C. Sócrates nasceu em 470 e morreu em 399 A.C.
(todas as datas, antes de Cristo, são, na sua maioria, estimativas). Uma boa
parte desses pensadores foram, antes de tudo, cosmólogos. A Cosmologia é o
estudo, teoria ou descrição do cosmos, do universo. E vários deles trabalharam
em um sentido reducionista, isto é, tentaram encontrar uma substância única, ou
força exclusiva, ou princípio básico capaz de ser apresentado como o elemento
efetivamente real e primordial do cosmos.

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A Filosofia dos pré-socráticos (Filósofos da Natureza) voltava o seu
pensamento para a origem (racional) do mundo, do cosmos. Ou seja, estes
filósofos dedicavam-se às incosmológicas, buscando a arché (o princípio
fundamental de todas as coisas). De seus escritos quase tudo se perdeu,
restando apenas poucos fragmentos.

2.3. Os sofistas - Sócrates, Platão e Aristóteles.


A palavra sofista, etimologicamente, quer dizer sábio, mas depois das
críticas de Platão passou a ter um valor pejorativo e passou a significar impostor.
Os sofistas (lat. Sophista, do Gr. Sophistes) eram professores ambulantes
que cobravam para ensinar e transmitiam um saber pronto, sem critica e sem
questionamento se o que ensinavam era verdadeiro ou não. Usavam qualquer
argumentação ou recurso para convencer as pessoas que os ouviam.
Os sofistas eram
professores dotados de grande
sabedoria, pesquisadores, pois
viviam em busca de
informações através de
expedições que faziam para
obterem novos conhecimentos.
Tinham finalidade de trabalhar
com uma clientela de poder
aquisitivo alto, ensinando os jovens a se tornarem políticos, de boa dicção com
grandes conhecimentos nas leis, o domínio e o poder. Os sofistas, devido à
contradição que havia na Grécia, vendiam o saber e a oratória. Mas pouco se
importavam se o que diziam era ou não verdadeiro. Por isso, Platão se opunha
aos sofistas.
Na Grécia clássica, os sofistas foram os mestres da retórica e oratória,
professores itinerantes que ensinavam sua arte aos cidadãos interessados em

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dominar melhor a técnica do discurso, instrumento político fundamental para os
debates e discussões públicas, já que na polis grega as decisões políticas eram
tomadas nas assembléias. Contemporâneos de Sócrates, Platão e Aristóteles,
foram combatidos por esses filósofos, que condenavam o relativismo dos
sofistas. Sua defesa da idéia de verdade é resultado da persuasão e do
consenso entre os homens. A Metafísica se constitui assim, nesse momento, em
grande parte em oposição à sofística. Devido a isso e ao triunfo da Metafísica na
tradição filosófica, ficou imagem negativa dos sofistas como "produtores do falso"
(segundo Platão em O sofista), manipuladores de opiniões, criadores de ilusões.
Estudos mais recentes, entretanto, buscam revalorizar, de forma mais isenta, o
pensamento dos sofistas, mostrando que seu relativismo baseava a doutrina da
natureza humana e de sua relação com o real, bem como indicam a importância
da contribuição dos sofistas para os estudos de gramática, retórica e oratória,
para o conhecimento da língua grega e para o desenvolvimento de teorias. Não
há, porém, uma doutrina única, comum a todos os sofistas, mas apenas certos
pontos de contato entre várias concepções bastante heterogêneas.
Dentre os principais sofistas destacaram Protágoras e Hípias de Elida.
Das principais obras dos sofistas só chegaram até nós fragmentos, muitas vezes
citados através de seus adversários, como Platão.
A educação sofista era individualista e subjetiva, ou seja, bastava a sua
própria ideia.
Para fazermos um paralelo entre Sócrates, seu discípulo Platão e o
discípulo deste, Aristóteles. Observe o quadro a seguir. Repare as visões de
educação de cada um deles:

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Sócrates - Ensinava pelo diálogo;
- Se preocupava era levar as pessoas, por autoconhecimento, à
sabedoria e à prática do bem;
- Valorizava acima de tudo a verdade e as virtudes;
Platão - Defendeu a idéia que a educação era responsabilidade do
Estado;
- Defendia que não era possível ou desejável transmitir
conhecimentos aos alunos, mas antes levá-los a procurar
respostas, eles mesmos, a suas inquietações.
Aristóteles - Criador da Lógica;
- Organizou, sistematizou e ordenou varias ciências;
- A educação para ele era um caminho para a vida pública;
- cultivou a retórica em sua escola, baseando-se na lógica e na
dialética;

“Conhece-te a ti mesmo”: Essa frase


resume a idéia principal do pensamento de
Sócrates.

Sócrates nasceu em Atenas por volta de


469 a.C. e morreu em 399 a.C., acusado de

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corromper os jovens e não crer nos deuses da cidade. Sócrates foi julgado e
condenado à morte por envenenamento, ele se recusou a fugir ou a renegar
suas convicções para salvar a vida. Ingeriu cicuta e morreu rodeado por seus
amigos.
Filho de um escultor e de uma parteira. Adquiriu a cultura tradicional dos
jovens atenienses, aprendendo música, ginástica e gramática. Seu interesse
inicial foi pela Física, mas firmou-se como grande educador e filósofo. Deduzindo
que sua sabedoria só podia ser resultado da percepção da própria ignorância –
“só sei que nada sei” – passou a dialogar com as pessoas que se dispusessem a
procurar a verdade e o bem.
Sócrates desenvolveu sua Filosofia por meio de diálogos, usando a ironia
(perguntar, fingindo ignorar) e a maiêutica (relativo ao parto) como meios de
desenvolvê-los e socializa-los. Ele não respondia, e sim perguntava, não
ensinava, mas indagava.

• Ironia – no grego, ironia significa interrogação. É um modo de expressão


que consiste em se dizer o contrário do que se pensa ou sente, com uma
intenção sarcástica ou provocativa. Sócrates, através da ironia provocava
em seus discípulos a vontade de aprender. Perguntas como o que é o
bem? E a coragem? E a piedade? Eram feitas por ele,
Sua intenção era que seus discípulos tomassem consciência de suas
próprias respostas, levando-os a refletir sobre o que a princípios tinham
tanta certeza.
• Maiêutica – técnica de trazer à luz as ideias subjacentes nas pessoas, ou
seja, que já existam nelas, de forma oculta e inconsciente, abrindo mão
de seus conceitos conhecidos para chegar a novas ideias.
Durante os diálogos, através da ironia, Sócrates fazia perguntas
embaraçosas e, com isso levava as pessoas a caírem em contradição. Através
da maiêutica ajudava os seus debatedores a trazer verdade do inconsciente para

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o consciente, fazendo perguntas bem elaboradas induzia as pessoas a trazer em
questão suas próprias idéias.

Sócrates não deixou nenhum livro escrito, o que se conhece dele foi
registrado pelos seus discípulos, principalmente por Platão e Xenofonte, e até
mesmo pelos seus adversários.

Vamos conhecer um pouco mais sobre Platão:

"Aprender é mudar posturas”. (Platão)

Platão nasceu por volta de 427 a.C. e


morreu em 347 a.C. Seu verdadeiro nome é
Aristocles, mas devido os seus ombros largos
recebeu o apelido de Platão, que vem do grego
plato. Sua família era uma família aristocrática
de Atenas. Quando tinha cerca de 20 anos,
aproximou-se de Sócrates, com quem descobriu
o interesse pelos estudos filosóficos. Como a
maioria dos jovens de sua classe, quis entrar na
política. Contudo, a oligarquia e a democracia
lhe desagradaram. Após a morte de Sócrates à morte, Platão e saiu em viagem
pelo mundo. Quando retornou fundou sua própria escola filosofa, sua Academia
e desenvolveu um método de investigação sistemática, criando uma comunidade
de alunos e mestre.
Platão desenvolveu algumas ideias a frente de seu tempo, para ele o
Estado deveria assumir a educação, e não deveria ter diferenças entre a
educação para os homens e as mulheres.
Segundo Platão, o conhecimento sensível, universal, imutável e absoluto.
Platão procurava determinar a relação entre o conceito e a realidade, fazendo
deste problema o ponto de partida da sua Filosofia. Para ele, tudo que

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percebemos através dos sentidos não passam de sombras dos seres que
habitam o mundo das ideias.
Platão escreveu importantes obras, como “A República”, “As Leis”. Na
Obra “A República”, ele escreveu “O mito da caverna”, uma alegoria usada para
explicar seu pensamento e sua Filosofia.

O Mito da Caverna

“Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração


após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços
estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo
lugar e a olhar apenas para frente, não podendo girar a cabeça nem para trás
nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali
penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa
no interior.
A luz que ali entra provém
de uma imensa e alta
fogueira externa. Entre ela
e os prisioneiros - no
exterior, portanto - há um
caminho ascendente ao
longo do qual foi erguida
uma mureta, como se fosse
a parte fronteira de um
palco de marionetes.
Ao longo dessa
mureta-palco, homens
transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e
todas as coisas.

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Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros
enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas
transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens
que as transportam.

Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras


vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem
podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres
humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam
porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade
possível é a que reina na caverna.

Que aconteceria, indagava Platão, se alguém libertasse os prisioneiros?


Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna,
veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora
dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada
da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.

Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na


verdade é a luz do sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois,
acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as
estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas,
descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as
sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora
está contemplando a própria realidade.

Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna,


ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria
libertá-los.

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Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam
dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com
suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele
teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente
acabariam por matá-lo.”

Extraído do livro "Convite à Filosofia" de Marilena Chauí.

Vamos agora verificar a compreensão do texto, estabelecendo a relação


entre o conteúdo e o seu cotidiano.

Qual a relação entre o mito da caverna e a sua vida?

Agora vamos ampliar os conhecimentos sobre Aristóteles:


Aristóteles nasceu em 384 a.C. em
Estagira, na Macedônia e morreu em 322 a.
C. Filho de um médico. Aos 17 anos foi
enviado à Academia de Platão, em Atenas,
onde estudou e produziu Filosofia durante 20
anos – parte de sua obra no período tem o
objetivo de atacar a escola rival, de Isócrates,
segundo a qual a finalidade do ensino era
levar os alunos a dominar a retórica para
serem capazes de defender qualquer ponto
de vista, dependendo do interesse. Na
Academia, a finalidade da educação era alcançar a sabedoria. Com a morte de
Platão, em 347 a.C., Aristóteles mudou-se para Assos, na atual Turquia,
possivelmente decepcionado por não ter sido escolhido para substituir o mestre

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na direção da Academia. Em 343 a.C., foi chamado por Felipe II, da Macedônia,
para educar seu filho, Alexandre, e permaneceu na função durante vários anos,
até que o pupilo começou a conquistar um vasto império (que incluía a Grécia,
anexada por seu pai). De volta a Atenas, Aristóteles fundou a própria escola, o
Liceu, desenvolvendo uma obra marcadamente antiplatônica. Depois da morte
de Alexandre, Aristóteles passou a ser perseguido por ter colaborado na
educação do imperador macedônio. Refugiou-se em Cálcis, onde morreu em 322
a.C.
Aristóteles classificou as Ciências em:
Ciências produtivas, Ciências praticas e Ciências teóricas.

Ciências produtivas Ciências que estudam as práticas produtivas ou as


técnicas.
Ex: Arquitetura, Economia e Medicina.
Ciências práticas Ciências que estudam as práticas humanas enquanto
ações que têm nelas mesmas seu próprio fim.
Ex: Ética e Política
Ciências teóricas Ciências que estudam coisas que existem
independentemente dos homens e que suas ações e
que, não tendo sido feitas pelos homens, só podem ser
contempladas por eles.
Ex: Física, Psicologia, Astronomia e Teologia.

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3. O PENSAMENTO FILOSÓFICO CONTEMPORÂNEO.

A Filosofia denominada de Contemporânea abrange o período de meados


do século XIX até aos dias atuais. Logo se você está atento/a deve ter percebido
que, digamos assim, saltamos períodos longos da história e não estamos
contemplando toda a produção filosófica existente. Ao tentarmos traçar um painel
sobre os diferentes pensares da Filosofia, precisamos fazê-lo ressaltando que o
corpo de conhecimento que cada uma das vertentes apresentadas, reflete em
certa medida o mundo múltiplo em que vivemos. Nenhuma delas pode ser
considerada como a única maneira correta de analisar a trajetória do homem e
todas elas recebem críticas e adesões. O painel que será apresentado no nosso
módulo buscará dar a você aluno o gosto pelo conhecimento das diferentes
óticas para interpretação do mundo em que vivemos. Outra observação
importante é a questão da quebra do tempo linear uma vez que as concepções
não se extinguem para surgirem outras. Pelo contrário elas coexistem, se
completam e algumas surgem da contestação a outras

Se durante a maior parte da Idade Média, o aglutinador da sociedade era


a fé católica, com o seu modo de pensar o passado, eram os teólogos e os
sacerdotes que davam a base moral à sociedade.
Na modernidade, o Positivismo pregou que os cientistas deveriam
substituir os sacerdotes e teólogos, ou seja, a base moral e social deveria ser
dada pelo pensamento científico. Desse modo, o positivismo de Augusto Comte
não é somente mais uma corrente filosófica dentre outras, mas aquela que se
propõe a acompanhar, a promover e a estruturar o último estágio da
humanidade, fundado e condicionado pela ciência e pela razão.
Essa é uma matriz filosófica marcada pelo culto da ciência e pela
sacralização do método científico.

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No século XIX, o otimismo positivista ou cientificista levou a Filosofia a
supor que, no futuro, só haveria ciências, e que todos os conhecimentos e todas
as explicações seriam dados por elas. Assim, a própria Filosofia poderia
desaparecer, não tendo motivo para existir.
O positivismo foi um movimento filosófico, social e educacional surgido na
Modernidade, na França, por volta do século XIX, permanecendo presente até
nossos dias, apesar da oposição que sofreu dos estudiosos progressistas
contemporâneos.
O positivismo corresponde ao pensamento sociológico de Comte.
De acordo com Giddens. (2005, p.28):
Ele [Comte] acreditava que a sociologia deveria
aplicar os mesmos métodos científicos rigorosos ao
estudo da sociedade que a física ou a química usam no
estudo do mundo físico. O positivismo sustenta que a
ciência deveria estar preocupada somente com entidades
observáveis que são conhecidas diretamente pela
experiência. Baseando-se em cuidadosas observações
sensoriais, pode-se inferir as leis que explicam a relação
entre fenômenos observados. Ao entender a relação
causal entre os eventos, os cientistas podem então
prever como os acontecimentos futuros ocorrerão...

Dessa forma, Comte propôs, analisando a sociedade de sua época, que a


condição fundamental seria fazer uma reforma intelectual por meio de uma
ciência positiva e da ciência social. A reforma da sociedade proposta por Comte
deveria seguir três passos: reorganização intelectual, seguida pela reorganização
moral e, por fim, política.
Segundo Comte, a grande tarefa que caberia à Filosofia positivista seria a
de restabelecer a ordem na sociedade capitalista industrial. Expressou um tom
geral de confiança nos benefícios da industrialização e um otimismo em relação

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ao progresso capitalista, guiado pela técnica e pela ciência. Tratava-se do
entusiasmo burguês pelo progresso capitalista e pelo desenvolvimento técnico-
industrial.

No entanto, no século XX, a Filosofia passou a mostrar que as ciências


não possuem princípios totalmente certos, seguros e rigorosos para as
investigações, que os resultados podem ser duvidosos e precários, e que,
freqüentemente, uma ciência desconhece até onde pode ir e quando está
entrando no campo de investigação de outra.
Os princípios, os métodos, os conceitos e os resultados de uma ciência
podem estar totalmente equivocados ou desprovidos de fundamento. Com isso,
a Filosofia voltou a afirmar seu papel de compreensão e interpretação crítica das
ciências, discutindo a validade de seus princípios, procedimentos de pesquisa,
resultados, de suas formas de exposição dos dados e das conclusões, etc.

Assim Marx, no final do século XIX, e Freud, no início do século XX,


puseram em questão esse otimismo racionalista. Marx e Freud, cada qual em
seu campo de investigação e cada qual voltado para diferentes aspectos da ação
humana - Marx, voltado para a economia e a política; Freud, voltado para as
perturbações e os sofrimentos psíquicos -, fizeram descobertas que, até agora,
continuam impondo questões filosóficas.
Marx postulou que temos a ilusão de estarmos pensando e agindo com
nossa própria cabeça e por nossa própria vontade, racional e livremente, de
acordo com nosso entendimento e nossa liberdade, porque desconhecemos um
poder invisível que nos força a pensar como pensamos e agir como agimos. A
esse poder - que é social - ele deu o nome de ideologia.

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Toda uma mitologia está contida em nossa linguagem.
L.Wittgenstein, Observações sobre o Golden Bough de
Frazer.

A “Filosofia pragmática” refere-se a concepções de filosofia que defendem


não só uma distinção entre teoria e prática, mas, sobretudo o primado da razão
prática em relação à razão teórica, incluindo desde Kant, cuja última obra de
1804 intitulou-se precisamente Antropologia de um ponto de vista pragmático,
até algumas correntes da filosofia contemporânea.
O termo “pragmática” é derivado do grego pragma, significando coisa,
objeto, principalmente no sentido de algo feito ou produzido, sendo que o verbo
pracein, significa precisamente agir, fazer. Enquanto corrente filosófica o
pragmatismo originou-se no final do século XIX e desenvolveu-se, sobretudo ao
longo do século XX, principalmente nos Estados Unidos. Charles Sanders Peirce
(1839-1914), William James (1842-1910) e posteriormente John Dewey (1859-
1952), são os principais representantes desse pensamento em suas várias
vertentes.
Contemporaneamente Richard Rorty (1931-) se destaca como
defendendo o que tem sido caracterizado como neopragmatismo. O filósofo de
Harvard, Stanley Cavell (1926-) também pode ser incluído dentre os
representantes do pragmatismo contemporâneo.
Peirce destacou-se por sua obra, de grande originalidade e complexidade
Para ele a concepção de jogos de linguagem de Wittgenstein pode ser incluída
nessa vertente.
Esse interesse pelas formas e pelos modos de funcionamento da
linguagem corresponde a uma corrente filosófica conhecida como Filosofia
Analítica cujo início é atribuído ao filósofo austríaco Ludwig Wittgenstein. Trata-
se basicamente de uma visão filosófica segundo a qual o estudo da linguagem

24
deve ser realizado em uma perspectiva pragmática, ou seja, enquanto prática
social concreta, examinando, portanto a constituição do significado lingüístico a
partir da interação entre falante e ouvinte, do contexto de uso, dos elementos
sócio-culturais pressupostos pelo uso, e dos objetivos, efeitos e conseqüências
desses usos.
Na filosofia alemã dois nomes ligados à corrente pragmática vão ter
destaque. São eles J.Habermas (Pragmática universal e Teoria da ação
comunicativa) e K.O. Apel (Pragmática transcendental). Ambos inspirados no
pragmatismo e na filosofia pragmática da linguagem desenvolveram concepções
de pragmática voltadas para a análise das condições de possibilidade da
comunicação, de seus pressupostos e de suas implicações, inclusive nos
campos da ética e da política.
Encontramos, portanto, contemporaneamente, várias acepções de
pragmática e de pragmatismo, com origens historicamente diversas e diferenças
profundas. Em linhas gerais podemos dizer que todas compartilham a atribuição
de uma importância central à prática, à experiência concreta, aos aspectos
aplicados do conhecimento e aos contextos concretos de uso, desde signos
específicos e seus usuários até teorias científicas e suas aplicações. Adotam
também uma posição anti-metafísica, no sentido de que não aceitam a
concepção de uma realidade supra-sensível, além da experiência concreta e
totalmente distinta desta, acessível apenas a um pensamento racional
privilegiado, o que seria tarefa do filósofo, ou do teórico.

.
Mais um conceito novo e você vão precisar prestar muita atenção nessa
vertente filosófica para inseri-la no cotidiano.
A Fenomenologia é uma pura descrição do que se mostra por si mesmo;
não pressupõe nada nem o mundo natural, nem o sentido comum, nem as
proposições da ciência, nem as experiências psicológicas. Coloca-se antes de

25
toda a crença e de todo o juízo para explorar simplesmente o dado. O interesse
pela consciência reflexiva ou pelo sujeito do conhecimento deu então surgimento
a essa corrente filosófica, iniciada pelo filósofo alemão Edmund Husserl.

(...) "Condenado porque não se criou a si próprio; e, no


entanto, livre, porque uma vez lançado ao mundo, é
responsável por tudo quanto fizer"
(SARTRE em O existencialismo é um humanismo, 1978, p. 9).

Existencialismo é um conjunto de doutrinas filosóficas que tiveram como


tema central a análise do homem em sua relação com o mundo, em oposição a
filosofias tradicionais que idealizaram a condição humana.
É também um fenômeno cultural, que teve seu apogeu na França do pós-
guerra até meados da década de 1960, e que envolvia estilo de vida, moda, artes
e ativismo político. Como movimento popular, o existencialismo influenciará
também a música jovem bem a forma de vestir e ver o mundo como os góticos e
emos.
Apesar de sua fama de pessimista e lúgubre, o existencialismo, na
verdade, é apenas uma filosofia que não faz concessões: coloca sobre o homem
a responsabilidade por suas ações
O escritor, filósofo e dramaturgo francês Jean P. Sartre (1905-1980) é
maior expoente da filosofia existencialista. Ele partiu do seguinte princípio: a
existência precede a essência. Com isso, quer dizer que o homem primeiro
existe no mundo - e depois se realiza, se define por meio de suas ações
Assim, os existencialistas negam que haja algo como uma natureza
humana - uma essência universal que cada indivíduo compartilhasse -, ou que
esta essência fosse um atributo de Deus. Portanto, para um existencialista, não é

26
justo dizer "sou assim porque é da minha natureza" ou "ele é assim porque Deus
quer".
Ao contrário, se a existência precede a essência, não há nenhuma
natureza humana ou Deus que nos defina como homens. Primeiro existimos, e
só depois constituímos a essência por intermédio de nossas ações no mundo. O
existencialismo, desta forma, coloca no homem a total responsabilidade por
aquilo que ele é.
Portanto, para um existencialista, o homem é condenado a se fazer
homem, a cada instante de sua vida, pelo conjunto das decisões que adota no
dia-a-dia.

A Filosofia na atualidade a dá ênfase à ética e à epistemologia


principalmente. Como conseqüência dessa opção os filósofos passaram a ter um
interesse primordial pelo conhecimento das estruturas e formas de nossa
consciência e também pelo seu modo de expressão, isto é, a linguagem.
Desde a Segunda Guerra Mundial, com o fenômeno do totalitarismo -
fascismo, nazismo, stalinismo -, com as guerras de libertação nacional contra os
impérios coloniais e as revoluções socialistas em vários países; desde os anos
60, com as lutas contra ditaduras e com os movimentos por direitos (negros,
índios, mulheres, idosos, homossexuais, loucos, crianças , os excluídos
econômica e politicamente); e desde os anos 70, com a luta pela democracia em
países submetidos a regimes autoritários, um grande interesse pela Filosofia
política ressurgiu e, com ele, as críticas de ideologias e uma nova discussão
sobre as relações entre a ética e a política, além das discussões em torno da
Filosofia da História.

27
Nos nossos dias está em voga um movimento filosófico conhecido como
desconstrutivismo ou pós-modernismo, que vem ganhando preponderância. Seu
alvo principal é a crítica de todos os conceitos e valores que, até hoje,
sustentaram a Filosofia. A desconstrução, é um conceito elaborado por Jacques
Derrida, e traz uma crítica dos pressupostos dos conceitos filosóficos.

28
4. A FILOSOFIA E AS CIÊNCIAS ESPECIAIS.

A Filosofia está na origem de diferentes ciências e saberes. Você pode


perceber isso se recorrer, por exemplo, a história da Educação, da Sociologia e
até mesmo da Matemática ou da Física.
Há mesmo quem afirme ser a Filosofia a mãe de todas as Ciências.
Por outro lado à medida que as diferentes disciplinas foram criando corpo
teórico próprio passa a haver um questionamento se a forma de pensar a
Filosofia poderia ser considerada como ciência.
Muitos acadêmicos se perguntam: se a filosofia é ciência. Chaui (2005)
citada por Schutz que diz: "ciência é aquilo que tem método e objeto", fica claro
que concordamos com ela.
Sendo assim, qual o objeto da Filosofia? Para Schutz (2011) O objeto da
Filosofia é o pensamento e também o homem e tudo aquilo que ele produz
enquanto cultura (arte, outras ciências, religião).
Ainda segundo Schutz (2011) vários órgãos de pesquisa como CNPq e
Capes afirmam a Filosofia como ciência humana. .
A dúvida a respeito do caráter científico da Filosofia surge no séc. XVI
quando filósofos racionalistas elegem a Matemática modelo para as demais
ciências. Desde então: Biologia, Física, Química, etc., ganham status de ciência
por produzir modelos para explicar a realidade e prever seu comportamento.
Tratando-se de exatidão, no caso dessas ciências , derivadas da Filosofia, é
preciso considerar que os modelos não são cópias da realidade, são tentativas
de explicá-la porque só se pode copiar algo que se vê e o cientista não vê a
"realidade", imagina-a. E os modelos se tornam leis quando explicam um grande
número de casos tanto prever o clima,como fabricar a bomba atômica e são
aceitos. Vale ressaltar que mesmo usando a linguagem matemática, nem sempre
há acerto, senão a Meteorologia não erraria nunca!

29
O autor ressalta que há vários métodos filosóficos para estudar a
realidade e parafraseia Rubem Alves em Filosofia da Ciência: "a ciência não
descreve a realidade, ela constrói modelos para explicá-la". Por isso não é
possível afirmar que a Filosofia, a História, a Pedagogia não são ciências apenas
porque seus modelos não descrevem "realidades”.
Schutz (2011) conclui afirmando que a Filosofia tem métodos e objeto.
A Filosofia difere das ciências especiais com respeito à sua maior
generalidade e a seu método. Ela investiga os conceitos que são supostos
simultaneamente por inúmeras ciências diferentes, além das questões que não
se situam no âmbito das ciências.

4.1. O método da Filosofia comparado ao método científico.

Como já enfatizamos, com respeito a seus métodos, a Filosofia difere


fundamentalmente das ciências especiais. A não ser quando se aplica a
matemática, todas as ciências utilizam processos de generalização empírica,
mas a Filosofia reserva a tal método um lugar muito modesto.
Particularmente, parece humanamente impossível que os filósofos
possam alcançar a certeza e a clareza que caracterizam a matemática. Essa
diferença entre os dois campos de estudo pode ser atribuída a várias causas.

A Filosofia, não utiliza, por exemplo, como geralmente se faz em


matemática, fazer deduções apenas a partir de postulados ou definições

Desse modo, é muito difícil encontrar uma analogia adequada entre os


métodos da Filosofia e os de qualquer outra ciência.

30
É igualmente impossível definir de modo preciso qual é o método da
Filosofia, a não ser limitando de forma grotesca o seu objeto. A Filosofia não
emprega um método único, mas uma variedade de métodos que diferem de
acordo com o objeto ao qual são aplicados. E a tentativa de defini-los de maneira
independente de sua aplicação carece de qualquer propósito útil. Reforçamos
afirmando que a Filosofia requer grande variedade de métodos, pois deve
abranger em sua interpretação todo tipo de experiência humana. Não obstante,
ela está longe de ser meramente empírica, pois, tanto quanto possível, tem a
tarefa de apresentar uma imagem coerente dessas experiências e a partir delas
inferir o que pode ser inferido de uma realidade distinta da experiência humana.

4.2. Filosofia e Psicologia.

Há uma ciência que mantém uma relação bastante peculiar com a


Filosofia: a Psicologia. Na prática, é muito mais provável que as teorias
psicológicas particulares venham a exercer influência sobre um argumento
filosófico ou, uma teoria a respeito do bem e do mal do que as teorias
particulares de uma ciência física.
É provável que isso aconteça devido ao fato de que apenas recentemente
a Psicologia emergiu como ciência especial, ao contrário do que ocorreu com as
ciências físicas, que há muito já haviam alcançado posição estável, dispondo de
bastante tempo para esclarecer seus conceitos básicos de acordo com seus

31
próprios objetivos. Há uma geração, a psicologia era comumente ensinada por
filósofos, sendo muito difícil considerá-la uma ciência natural.

4.3 O ceticismo.

Os filósofos têm-se preocupado muito com uma criatura bastante


estranha: o cético absoluto. Não obstante, tal pessoa não existe. Se existisse,
refutá-lo seria impossível. Similarmente, ele não nos poderia refutar ou afirmar
alguma coisa, nem mesmo seu ceticismo, sem contradizer a si mesmo, pois a
afirmação de que nenhuma espécie de conhecimento ou crença pode ser
justificada é uma crença. Em contrapartida, também não poderíamos provar que
o cético está errado, na medida em que toda prova deve admitir algo, ainda que
seja alguma premissa, e também as leis da lógica. Se o princípio da não-
contradição não é verdadeiro, não podemos refutar algum mediante o argumento
de esse alguém está caindo em contradição. Um filósofo não pode, portanto,
partir ex nihilo (partir do nada) e provar tudo: ele é forçado a fazer certas
suposições.
Se a afirmação de algo não excluísse sua própria contradição, nenhum
significado poderia ser atribuído a qualquer asserção e ninguém poderia jamais
ser contestado, na medida em que tanto a asserção quanto a refutação poderiam
ser corretas. Não podemos negar que, em certos casos, pode ser equivocado
atribuir ou não a algo uma qualidade. Seria incorreto dizer que certas pessoas
são ou não calvas, não só devido à ausência de uma definição precisa do que
seja "calvo", mas também porque, na prática, "calvo" e "não-calvo" significam
extremos entre os quais reside uma classe intermediária de casos em que não
deveríamos aplicar um desses termos, e sim "parcialmente calvo" ou "mais ou
menos calvo".
Um exemplo semelhante ocorre entre os profissionais da área de
Educação. Quando se utilizava apresentar o resultado da avaliação usando

32
letras era comum se ouvir sobre a avaliação do trabalho de um aluno ou de seu
conceito final: Luís é aluno C+ enquanto Miguel é B+ e Ana é A-. Isso mostra que
os escores de avaliação que utilizavam letras não davam conta do universo
possível entre as aprendizagens dos alunos. Parece que chegamos à situação
acima com classificações de calvo,não calvo ou parcialmente calvo.
De modo similar, o princípio da não-contradição é perfeitamente
compatível com o fato de um homem ser bom com relação a certo aspecto e
mau com relação a outro, ou mesmo com relação ao mesmo aspecto, ser bom
num momento e mau em outro.
A Filosofia deve também aceitar a evidência da experiência imediata,
embora essa atitude não nos leve tão longe quanto poderíamos esperar. Não
dispomos normalmente de experiência imediata sobre outros espíritos, a não ser
o nosso, sendo provável que a evidência da experiência imediata não possa
dizer-nos que os objetos físicos que parecemos experimentar, existem
independentemente de nós mesmos. Logo constatamos que, não obstante,
deveremos fazer novas suposições, se quisermos admitir que conhecemos
certas coisas a respeito das quais a vida cotidiana não oferece qualquer suporte
para que possamos achar que as conhecemos realmente. Todavia, não devemos
concluir que a impossibilidade de se justificar uma crença do senso comum
mediante um argumento implica necessariamente sua falsidade.
Pode ser que, no nível do senso comum, possuamos um conhecimento
genuíno ou uma crença justificada que seja por si próprio estabelecido e que
dispense uma justificação filosófica. Não cabe ao filósofo, nesse caso, provar a
verdade da crença, pois isso pode ser impossível, mas dar-lhe a melhor
explicação possível, examinando acuradamente aquilo que ela envolve.
Se usarmos a expressão "crença instintiva" para denominar aquele tipo
de crença que tomamos como evidentemente verdadeira antes de qualquer
crítica filosófica, e que continua a parecer verdadeira em nossa vida cotidiana,

33
após a crítica filosófica e a despeito dela, que não pode certamente ser acusado
de credulidade demasiada.
Por outro lado, seria tolice supor que todas as crenças do senso comum
devem ser verdadeiras da maneira como se nos apresentam. Talvez seja função
da Filosofia aperfeiçoá-las, mas não descartá-las, ou alterá-las de modo a torná-
las irreconhecíveis.

4.4. Filosofia e sabedoria prática.

A Filosofia está associada tanto ao saber teórico quanto à sabedoria


prática, à qual aludimos através de expressões do tipo "considerar
filosoficamente as coisas". De fato, o sucesso da Filosofia teórica não nos
oferece qualquer garantia de que seremos filósofos no sentido prático ou de que
agiremos e sentiremos de modo correto sempre que nos envolvermos em
determinadas situações práticas. Uma das postulações favoritas de Sócrates é a
de que sempre podemos fazer o bem desde que saibamos o que é o bem; não
obstante, isso só é verdade se acrescentamos ao significado do termo "saber"
uma adequada nitidez emocional daquilo que sabemos do ponto de vista teórico.
O fato de sabermos (ou acreditarmos) que fazer algo que desejamos iria
acarretar muito mais sofrimento a outra pessoa - o Senhor. A - do que prazer
para nós mesmos, sendo, em consequência, não-recomendável, não nos
impede, todavia, de praticar tal ação, pois a ideia de causar sofrimento ao
Senhor. A poderia parecer-nos menos repugnante que a de perdermos aquilo
que cobiçamos. Na medida em que é inteiramente impossível a qualquer ser
humano sentir o sofrimento alheio com a mesma intensidade que os seus, ocorre
sempre a possibilidade de sermos tentados a abandonar nossos deveres,
fazendo-se necessário não apenas o conhecimento, mas também o exercício da
vontade.

34
A Filosofia não é garantia de nossa conduta correta ou do perfeito
ajustamento de nossas emoções às nossas crenças filosóficas
Obviamente, não é intenção afirmar que a Filosofia não contribui para
vivermos uma vida exemplar, mas apenas que não pode por si só levar-nos a
viver de modo exemplar nem decidir o que seja esse tipo de vida. Entretanto, ela
pode, a esse respeito, pelo menos proporcionar valiosas sugestões. E teria muito
mais a dizer sobre a conexão entre Filosofia e vida exemplar, se incluíssemos
uma discussão especial da ética, disciplina filosófica que trata do bem e da ação
correta.
A Metafísica ou ainda a Filosofia crítica nos é de pouca valia para
decidirmos o que devemos fazer. Pode levar-nos a conclusões que facilitem
encararmos as adversidades de maneira mais serena, mas isso depende de
quem filosofa, não havendo infelizmente acordo universal entre os filósofos
quanto à possibilidade de uma concepção otimista do mundo ser justificada
filosoficamente.
Ao mesmo tempo, devemos estudar atentamente e não recusar-nos a
ouvir as alegações dos que pensam ter alcançado, mediante recursos que não
podem ser incluídos nas categorias usuais do senso comum, verdades
inspiradoras e reconfortantes a respeito da realidade. Não devemos tomar como
certo que as pretensões de uma cognição genuína em matéria de experiência
místico-religiosa, com relação a um diferente aspecto da realidade, devam ser
necessariamente descartadas como carentes de justificativa apenas por não se
ajustarem a um materialismo sugerido, mas de modo algum provado e, agora,
nem mesmo sustentado pela ciência moderna.

35
Filosofando – Você está com dúvidas?
Releia o capítulo de novo e

Crie um texto resumo deste tópico do nosso estudo.

36
5 -. PRINCIPAIS DIVISÕES DA FILOSOFIA
Neste tópico nós escolhemos apresentar alguns questionamentos a você
como uma forma de subsidiar seu entendimento sobre como filósofos pensam as
diferentes divisões da Filosofia. Consideramos que elas são: a metafísica, a
epistemologia, a antropologia física, a ética, a estética, a filosofia da ciência, a
filosofia política e a filosofia da história.
1- Metafísica:
O que é a realidade? Há uma realidade aparente e outra real? O que é
o aparente?O que é real? Deus existe? O que entendemos por Deus?

2-Teoria do Conhecimento ou Epistemologia:


O que é conhecimento? É possível saber? Se possível, qual o alcance do
conhecimento humano?Essa é a verdade?

3- Antropologia Filosófica:
Ele é o homem? É mais que um animal consciente? Tem alma própria? O que o
diferencia dos outros animais?

4- Ética:
O que é bom? O que é o mal? Como proceder? Como ter critérios objetivos para
distinguir entre o bem e o mal?

5- Estética:
Essa é a beleza? Que é feio? Uma coisa é bela porque nós gostamos ou
gostamos porque ela é bonita?

6- Filosofia da Ciência:
Quais são as principais características do conhecimento científico? A ciência é a
única maneira de chegar à verdade? Esse é o objetivo da ciência?

7- Filosofia Política:
O que é política? Qual relação entre ética e política? O que constitui as relações
de poder entre os seres humanos?

37
8- Filosofia da História: Qual é a diferença entre acontecimentos históricos
e naturais? Existem leis da história? Elas diferem das da natureza?

Estas oito classificações são usualmente aceitas como uma especificação


dos diversos assuntos que compõem a Filosofia.

ATIVIDADE

1- Para maiores esclarecimentos crie um glossário para buscar a definição


de cada uma das divisões da Filosofia.

2- Relacione a definição com o conceito de acordo com as perguntas


apresentadas. na página 36 e coloque nos parênteses o número correspondente

( ) é concebida como o estudo da natureza da realidade em seus


aspectos mais gerais, na medida em que podemos fazê-lo.

(...) a parte da que trata da investigação da natureza e dos critérios de


verdade, assim como da maneira pela qual obtemos conhecimento.

(...) lida com os valores e a problemática do "dever".

(...) consiste na aplicação da Filosofia a questões relacionadas com os


indivíduos enquanto organizados sob a égide de um Estado.

(...) consiste na aplicação da Filosofia ao exame da arte e da noção de


beleza.

38
6- FILOSOFIA E EDUCAÇÃO.

A educação dentro de uma sociedade não se manifesta como um fim em


si mesmo, mas sim como um instrumento de manutenção ou transformação
social.
Assim sendo, ela necessita de pressupostos, de conceitos, que
fundamentem e orientem os seus caminhos. A nós cabe a tarefa de elucidar o
que há atrás das propostas educativas que se apresentam.
A Filosofia vai nos auxiliar nessa tarefa.
6.1. Aplicações da Filosofia da Educação.
A Filosofia fornece à educação uma reflexão sobre a sociedade na qual
ela está situada, sobre o educando, o educador e para onde esses elementos
podem caminhar.
O educando: quem é? O que deve ser?Qual o seu papel no mundo; o
educador: quem é? Qual o seu papel no mundo? A sociedade: o que é o que
pretende? Qual deve ser a finalidade da ação pedagógica?
Esses são alguns problemas que exigem a reflexão filosófica.
Não temos como desvincular a Filosofia e a Educação. Desta forma é
preciso ressaltar que ao buscarmos analisar a Educação com a lente da Filosofia
podemos encontrar três tendências filosófico-políticas que condicionam a ação
no binômio Educação e sociedade. São elas: Educação como redenção da
sociedade; Educação como reprodução da sociedade e a escolhida por ser a
mais próxima da nossa forma de filosoficamente pensar a Educação: educação
como transformação da sociedade.

6.2. Educação como transformação da sociedade.


Não há uma pedagogia que esteja isenta de pressupostos filosóficos.
É possível compreender a educação dentro da sociedade, com seus
determinantes e condicionantes, mas com a possibilidade de trabalhar pela sua

39
democratização. Para tanto, importa interpretar a educação como uma instância
dialética, que serve a um projeto, a um modelo, a um ideal de sociedade. Ela
trabalha para realizar esse projeto na prática. Assim, se o projeto for
conservador, medeia a conservação, contudo se o projeto for transformador,
medeia a transformação; se o projeto for autoritário, medeia a realização do
autoritarismo; se o projeto for democrático, medeia a realização da democracia.
Do ponto de vista prático trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a
seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas
populares. Lutar contra a marginalidade, através da escola, significa engajar-se
no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino da melhor qualidade
possível nas condições históricas atuais.
Saviani indaga: O papel de uma teoria crítica da educação é dar
substância concreta a essa bandeira de luta, de modo a evitar que ela seja
apropriada e articulada com os interesses dominantes?
A educação como transformadora da sociedade recusa-se tanto ao
otimismo ilusório, quanto ao pessimismo imobilizador. Por isso, propõe-se
compreender a educação dentro de seus condicionantes e agir estrategicamente
para a sua transformação. Propõe-se desvendar e utilizar das próprias
contradições da sociedade, para trabalhar criticamente pela sua transformação.
Quando não pensamos, somos pensados e dirigidos por outros.

6.3. Os Sujeitos do Processo Educativo

O ser humano emerge no seu modo de ser dentro de um conjunto de


relações sociais. São as ações, reações, os modos de agir, as condutas
normatizadas, as censuras, as convivências sadias ou neuróticas, as relações de
trabalho, de consumo etc. que constituem prática, social e historicamente o ser
humano. O ser humano é prático, pois é através da ação que modifica o

40
ambiente, tornando-o satisfatório ás suas necessidades; e enquanto transforma a
realidade, constrói a si mesmo no seio das relações sociais determinadas.
O ser humano é social na medida em que vive e sobrevive socialmente. A
sua prática é dimensionada por suas relações com os outros.
O ser humano é histórico uma vez que suas características não são fixas nem
eternas, mas determinadas pelo tempo, que passa a ser constitutivo de si
mesmo.
Em síntese, o ser humano é ativo, vive determinadas relações sociais de
produção, num determinado momento do tempo. Como consequência disso,
cada ser humano é propriamente o conjunto das relações sociais que vivem, de
forma prática, social e histórica.
O ser humano se torna propriamente humano na medida em que,
conjuntamente com outros seres humanos, pela ação, modifica o mundo externo
conforme suas necessidades e ao mesmo tempo, constrói-se a si mesmo.
Assim, enquanto ele humaniza a natureza pelo seu trabalho, humaniza-se a si
mesmo.
Educador e educando, como seres individuais e sociais ao mesmo tempo,
constituídos na trama contraditória de consciência crítica e alienação, interagem
no processo educativo. Eles são sujeitos da história na medida em que a
constroem ao lado de outros seres humanos, num contexto socialmente definido.

Educando - Educador - Sociedade - Transformação –Manutenção

Elabore um pequeno texto usando os termos que aparecem em destaque

no retângulo, procurando mostrar o papel da educação na sociedade.

41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASTRO, Ana M e DIAS, Edmundo F. Introdução ao pensamento


sociológico. São Paulo: Moraes, 1992.

CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática, 1997

DURANT, W. História da Filosofia Moderna. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

EWING, A.C. O que é Filosofia e por que vale a pena estudá-la. Rio de
Janeiro: Zahar, 1984.

GIDDENS, Anthony. Sociologia: uma breve porém crítica introdução. Rio de


Janeiro: Zahar, 1984.

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http://www.ifcs.ufrj.br/~cehc/Artigos/danilo%20marcondes/pragmatica.pdf.Acesso
em 12 de abril de 2011

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Metodologia Científica. São Paulo: Editora Atlas, 2000.

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Página 3. Disponível em http://educacao.uol.com.br/filosofia/existencialismo-

SIMMEL, Georg. As questões fundamentais da Sociologia. Rio de Janeiro:


Zahar, 1984.

42
SCHULTZ, Gerson. N. Lemos. A filosofia da ciência ou a ciência da
filosofia?.Disponível em http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/a-
filosofia-da-ciencia-ou-a-ciencia-da-filosofia. Acesso em 12 de abril de 2011

FIGURAS

MICROSOFT. Office 2007. Clipart. Figuras

WIKIPEDIA. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/. Acesso em 11 de abril de


2011.

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