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SUMÁRIO
Introdução ......................................................................................................... 03
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INTRODUÇÃO.
Schelling (1780-1854)
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2. TIPOS DE CONHECIMENTO.
Tendo-se em conta que a Filosofia pode ser considerada como uma
reflexão crítica a respeito do conhecimento, precisamos então “conhecer o
conhecimento”. Este é o objetivo deste tópico e da própria Filosofia.
Para se falar de conhecimento, devemos distinguir os diferentes tipos
existentes:
O conhecimento popular é aquele passado de geração em geração, sem
formalidade com base em experiências pessoais, “portanto empírico” e
desprovido de um conhecimento mais a fundo, mais sistemático. esse tipo de
conhecimento pode ser também denominado de senso comum.
O conhecimento cientifico é “transmitido por intermédio de treinamento
apropriado” (MARCONI E LAKATOS, 2010) sendo um conhecimento formal,
obtido por métodos científicos. Visa buscar a forma como as coisas funcionam de
modo sistemático.
Busquemos um exemplo no qual o conhecimento popular e o científico se
tornam evidentes. Um camponês mesmo desprovido de conhecimento dito
científico sabe a época adequada para o plantio e a colheita dos produtos
cultivados na área onde trabalha. Nessa mesma área a agricultura utiliza-se de
sementes selecionadas, de adubos químicos, de defensivos contra as pragas e
controle biológico de insetos. Neste exemplo, mesclam-se dois tipos de
conhecimento: o primeiro empírico vulgar ou popular, geralmente típico do
camponês; o segundo cientifico obtido de modo racional, por procedimentos
científicos.
Enfim, cada tipo de conhecimento tem uma característica intrínseca. O
conhecimento popular é considerado como senso comum, pois não consegue
atingir um nível de aprofundamento e sistematização, tornando também o
conhecer limitado ao indivíduo através das experiências pessoais ou a um grupo
de determinada comunidade. Já o conhecimento científico, por conseguir
organizar e sistematizar uma rede de conhecimentos é considerado contingente,
porque seus valores de verdade podem ser confirmados ou contestados via
experimentação, não apenas por simples reflexão.
Outro tipo de conhecimento que muito nos interessa é o conhecimento
filosófico. O mesmo pode ser considerado como racional, pois seus valores de
verdade estão disponíveis para discussões reflexivas, sem que haja a
necessidade da experimentação científica.
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É considerado inspiracional todo conhecimento teológico, de cunho
religioso. Ele é dotado de valores que não tem como objetivos primários serem
experimentados ou debatidos, mas serem aceitos como verdade e seguidos.
Esses conhecimentos são revelados ao homem e aceitos como e indiscutíveis.
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Observe o gráfico extraído da Wikipedia (2011) e crie um texto sobre o
mesmo
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2. HISTÓRICO DA FILOSOFIA.
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No período pré-socrático os filósofos procuravam explicar a origem do
universo usando a razão e de forma sistemática de modo que substituísse as
explicações mitológicas. Eles queriam descobrir racionalmente a matéria prima
de que eram feitas todas as coisas. O filósofo Sócrates é a referencia da divisão
dos dois primeiros períodos da Filosofia.
Vamos apresentar um quadro síntese esses três períodos, suas
características e os principais filósofos:
Períodos Características Filósofos
Pré- Nasce com Tales de .Tales de Mileto-para ele a origem de tudo era a
Socrático Mileto e vai até água.
Sócrates. É marcado .Anaxímenes - acreditava que o elemento
pela busca de primordial era o ar.
elaborações .Anaximandro – pensava que o ilimitado não
cosmológicas tivesse uma qualidade definida.
.Heráclito de Éfeso – para ele o elemento
primordial era o fogo
Socrático De Sócrates até Sofistas-primeiros filósofos deste período.
Aristóteles; Ensinavam técnicas de persuasão.
Sócrates- para este filósofo, o homem deve se
conhecer primeiro para depois tentar-
compreender todas as outras coisas.
Platão- discípulo de Sócrates, autor de “O mito
da caverna”.
Aristóteles- discípulo de Platão, filósofo de
maior influência da civilização ocidental. Ele foi
o criador da lógica sistematizou os diferentes
campos do conhecimento.
Helenístico Vai dos dois grandes Alexandre Magno - mais célebre conquistador
ou Greco- sistemas do mundo antigo.
romano. cosmopolitas até ao
final do Império
Romano do
Ocidente;
Período marcado
pela interação
cultural grega e a
dos povos orientais,
conquistadas pelos
macedônios.
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.
Destacamos o significado de duas palavras mencionadas nesse capítulo:
MITO (grego mithos, fábula) narrativa tradicional, integrante da cultura de um povo, que
utiliza elementos simbólicos e sobrenaturais para explicar o mundo e dar sentido à vida humana.
2.2. Os pré-socráticos.
Termo que designa, na história da Filosofia, os primeiros filósofos gregos
anteriores a Sócrates, também denominados fisiólogos por se ocuparem com o
conhecimento do mundo natural (physis).
Tales de Mileto (640-c. 548 a.C.) é considerado, já por Aristóteles, como o
"primeiro filósofo", devido à sua busca de um primeiro princípio natural que
explicasse a origem de todas as coisas. Tales é tido como fundador da escola
que inclui seu discípulo Anaximandro. Como Filosofias pré-socráticas, além da
atomista, incluindo Leucipo (450(c.460-c. 370 a.C.), temos a pitagórica, fundada
por Pitágoras de Samos (século VI a.C.); a Eleata, de Xenófanes (século VI a.C.)
e Parmênides (c.510 a.C.) e seu discípulo Zenão; a mobilista, de Heráclito (c.480
a.C.). A Filosofia grega toma novo rumo, sendo que a preocupação cosmológica
deixa de ser predominante, dando lugar a uma preocupação maior com a
experiência humana, o domínio dos valores e o problema do conhecimento.
Os pensadores pré-socráticos viveram no "mundo grego", mas nem todos
antes de Sócrates. Alguns sim, outros não. Eles viveram entre o século sete e o
meio do século quarto A.C. Sócrates nasceu em 470 e morreu em 399 A.C.
(todas as datas, antes de Cristo, são, na sua maioria, estimativas). Uma boa
parte desses pensadores foram, antes de tudo, cosmólogos. A Cosmologia é o
estudo, teoria ou descrição do cosmos, do universo. E vários deles trabalharam
em um sentido reducionista, isto é, tentaram encontrar uma substância única, ou
força exclusiva, ou princípio básico capaz de ser apresentado como o elemento
efetivamente real e primordial do cosmos.
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A Filosofia dos pré-socráticos (Filósofos da Natureza) voltava o seu
pensamento para a origem (racional) do mundo, do cosmos. Ou seja, estes
filósofos dedicavam-se às incosmológicas, buscando a arché (o princípio
fundamental de todas as coisas). De seus escritos quase tudo se perdeu,
restando apenas poucos fragmentos.
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dominar melhor a técnica do discurso, instrumento político fundamental para os
debates e discussões públicas, já que na polis grega as decisões políticas eram
tomadas nas assembléias. Contemporâneos de Sócrates, Platão e Aristóteles,
foram combatidos por esses filósofos, que condenavam o relativismo dos
sofistas. Sua defesa da idéia de verdade é resultado da persuasão e do
consenso entre os homens. A Metafísica se constitui assim, nesse momento, em
grande parte em oposição à sofística. Devido a isso e ao triunfo da Metafísica na
tradição filosófica, ficou imagem negativa dos sofistas como "produtores do falso"
(segundo Platão em O sofista), manipuladores de opiniões, criadores de ilusões.
Estudos mais recentes, entretanto, buscam revalorizar, de forma mais isenta, o
pensamento dos sofistas, mostrando que seu relativismo baseava a doutrina da
natureza humana e de sua relação com o real, bem como indicam a importância
da contribuição dos sofistas para os estudos de gramática, retórica e oratória,
para o conhecimento da língua grega e para o desenvolvimento de teorias. Não
há, porém, uma doutrina única, comum a todos os sofistas, mas apenas certos
pontos de contato entre várias concepções bastante heterogêneas.
Dentre os principais sofistas destacaram Protágoras e Hípias de Elida.
Das principais obras dos sofistas só chegaram até nós fragmentos, muitas vezes
citados através de seus adversários, como Platão.
A educação sofista era individualista e subjetiva, ou seja, bastava a sua
própria ideia.
Para fazermos um paralelo entre Sócrates, seu discípulo Platão e o
discípulo deste, Aristóteles. Observe o quadro a seguir. Repare as visões de
educação de cada um deles:
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Sócrates - Ensinava pelo diálogo;
- Se preocupava era levar as pessoas, por autoconhecimento, à
sabedoria e à prática do bem;
- Valorizava acima de tudo a verdade e as virtudes;
Platão - Defendeu a idéia que a educação era responsabilidade do
Estado;
- Defendia que não era possível ou desejável transmitir
conhecimentos aos alunos, mas antes levá-los a procurar
respostas, eles mesmos, a suas inquietações.
Aristóteles - Criador da Lógica;
- Organizou, sistematizou e ordenou varias ciências;
- A educação para ele era um caminho para a vida pública;
- cultivou a retórica em sua escola, baseando-se na lógica e na
dialética;
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corromper os jovens e não crer nos deuses da cidade. Sócrates foi julgado e
condenado à morte por envenenamento, ele se recusou a fugir ou a renegar
suas convicções para salvar a vida. Ingeriu cicuta e morreu rodeado por seus
amigos.
Filho de um escultor e de uma parteira. Adquiriu a cultura tradicional dos
jovens atenienses, aprendendo música, ginástica e gramática. Seu interesse
inicial foi pela Física, mas firmou-se como grande educador e filósofo. Deduzindo
que sua sabedoria só podia ser resultado da percepção da própria ignorância –
“só sei que nada sei” – passou a dialogar com as pessoas que se dispusessem a
procurar a verdade e o bem.
Sócrates desenvolveu sua Filosofia por meio de diálogos, usando a ironia
(perguntar, fingindo ignorar) e a maiêutica (relativo ao parto) como meios de
desenvolvê-los e socializa-los. Ele não respondia, e sim perguntava, não
ensinava, mas indagava.
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o consciente, fazendo perguntas bem elaboradas induzia as pessoas a trazer em
questão suas próprias idéias.
Sócrates não deixou nenhum livro escrito, o que se conhece dele foi
registrado pelos seus discípulos, principalmente por Platão e Xenofonte, e até
mesmo pelos seus adversários.
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percebemos através dos sentidos não passam de sombras dos seres que
habitam o mundo das ideias.
Platão escreveu importantes obras, como “A República”, “As Leis”. Na
Obra “A República”, ele escreveu “O mito da caverna”, uma alegoria usada para
explicar seu pensamento e sua Filosofia.
O Mito da Caverna
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Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros
enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas
transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens
que as transportam.
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Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam
dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com
suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele
teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente
acabariam por matá-lo.”
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na direção da Academia. Em 343 a.C., foi chamado por Felipe II, da Macedônia,
para educar seu filho, Alexandre, e permaneceu na função durante vários anos,
até que o pupilo começou a conquistar um vasto império (que incluía a Grécia,
anexada por seu pai). De volta a Atenas, Aristóteles fundou a própria escola, o
Liceu, desenvolvendo uma obra marcadamente antiplatônica. Depois da morte
de Alexandre, Aristóteles passou a ser perseguido por ter colaborado na
educação do imperador macedônio. Refugiou-se em Cálcis, onde morreu em 322
a.C.
Aristóteles classificou as Ciências em:
Ciências produtivas, Ciências praticas e Ciências teóricas.
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3. O PENSAMENTO FILOSÓFICO CONTEMPORÂNEO.
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No século XIX, o otimismo positivista ou cientificista levou a Filosofia a
supor que, no futuro, só haveria ciências, e que todos os conhecimentos e todas
as explicações seriam dados por elas. Assim, a própria Filosofia poderia
desaparecer, não tendo motivo para existir.
O positivismo foi um movimento filosófico, social e educacional surgido na
Modernidade, na França, por volta do século XIX, permanecendo presente até
nossos dias, apesar da oposição que sofreu dos estudiosos progressistas
contemporâneos.
O positivismo corresponde ao pensamento sociológico de Comte.
De acordo com Giddens. (2005, p.28):
Ele [Comte] acreditava que a sociologia deveria
aplicar os mesmos métodos científicos rigorosos ao
estudo da sociedade que a física ou a química usam no
estudo do mundo físico. O positivismo sustenta que a
ciência deveria estar preocupada somente com entidades
observáveis que são conhecidas diretamente pela
experiência. Baseando-se em cuidadosas observações
sensoriais, pode-se inferir as leis que explicam a relação
entre fenômenos observados. Ao entender a relação
causal entre os eventos, os cientistas podem então
prever como os acontecimentos futuros ocorrerão...
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ao progresso capitalista, guiado pela técnica e pela ciência. Tratava-se do
entusiasmo burguês pelo progresso capitalista e pelo desenvolvimento técnico-
industrial.
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Toda uma mitologia está contida em nossa linguagem.
L.Wittgenstein, Observações sobre o Golden Bough de
Frazer.
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deve ser realizado em uma perspectiva pragmática, ou seja, enquanto prática
social concreta, examinando, portanto a constituição do significado lingüístico a
partir da interação entre falante e ouvinte, do contexto de uso, dos elementos
sócio-culturais pressupostos pelo uso, e dos objetivos, efeitos e conseqüências
desses usos.
Na filosofia alemã dois nomes ligados à corrente pragmática vão ter
destaque. São eles J.Habermas (Pragmática universal e Teoria da ação
comunicativa) e K.O. Apel (Pragmática transcendental). Ambos inspirados no
pragmatismo e na filosofia pragmática da linguagem desenvolveram concepções
de pragmática voltadas para a análise das condições de possibilidade da
comunicação, de seus pressupostos e de suas implicações, inclusive nos
campos da ética e da política.
Encontramos, portanto, contemporaneamente, várias acepções de
pragmática e de pragmatismo, com origens historicamente diversas e diferenças
profundas. Em linhas gerais podemos dizer que todas compartilham a atribuição
de uma importância central à prática, à experiência concreta, aos aspectos
aplicados do conhecimento e aos contextos concretos de uso, desde signos
específicos e seus usuários até teorias científicas e suas aplicações. Adotam
também uma posição anti-metafísica, no sentido de que não aceitam a
concepção de uma realidade supra-sensível, além da experiência concreta e
totalmente distinta desta, acessível apenas a um pensamento racional
privilegiado, o que seria tarefa do filósofo, ou do teórico.
.
Mais um conceito novo e você vão precisar prestar muita atenção nessa
vertente filosófica para inseri-la no cotidiano.
A Fenomenologia é uma pura descrição do que se mostra por si mesmo;
não pressupõe nada nem o mundo natural, nem o sentido comum, nem as
proposições da ciência, nem as experiências psicológicas. Coloca-se antes de
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toda a crença e de todo o juízo para explorar simplesmente o dado. O interesse
pela consciência reflexiva ou pelo sujeito do conhecimento deu então surgimento
a essa corrente filosófica, iniciada pelo filósofo alemão Edmund Husserl.
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justo dizer "sou assim porque é da minha natureza" ou "ele é assim porque Deus
quer".
Ao contrário, se a existência precede a essência, não há nenhuma
natureza humana ou Deus que nos defina como homens. Primeiro existimos, e
só depois constituímos a essência por intermédio de nossas ações no mundo. O
existencialismo, desta forma, coloca no homem a total responsabilidade por
aquilo que ele é.
Portanto, para um existencialista, o homem é condenado a se fazer
homem, a cada instante de sua vida, pelo conjunto das decisões que adota no
dia-a-dia.
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Nos nossos dias está em voga um movimento filosófico conhecido como
desconstrutivismo ou pós-modernismo, que vem ganhando preponderância. Seu
alvo principal é a crítica de todos os conceitos e valores que, até hoje,
sustentaram a Filosofia. A desconstrução, é um conceito elaborado por Jacques
Derrida, e traz uma crítica dos pressupostos dos conceitos filosóficos.
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4. A FILOSOFIA E AS CIÊNCIAS ESPECIAIS.
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O autor ressalta que há vários métodos filosóficos para estudar a
realidade e parafraseia Rubem Alves em Filosofia da Ciência: "a ciência não
descreve a realidade, ela constrói modelos para explicá-la". Por isso não é
possível afirmar que a Filosofia, a História, a Pedagogia não são ciências apenas
porque seus modelos não descrevem "realidades”.
Schutz (2011) conclui afirmando que a Filosofia tem métodos e objeto.
A Filosofia difere das ciências especiais com respeito à sua maior
generalidade e a seu método. Ela investiga os conceitos que são supostos
simultaneamente por inúmeras ciências diferentes, além das questões que não
se situam no âmbito das ciências.
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É igualmente impossível definir de modo preciso qual é o método da
Filosofia, a não ser limitando de forma grotesca o seu objeto. A Filosofia não
emprega um método único, mas uma variedade de métodos que diferem de
acordo com o objeto ao qual são aplicados. E a tentativa de defini-los de maneira
independente de sua aplicação carece de qualquer propósito útil. Reforçamos
afirmando que a Filosofia requer grande variedade de métodos, pois deve
abranger em sua interpretação todo tipo de experiência humana. Não obstante,
ela está longe de ser meramente empírica, pois, tanto quanto possível, tem a
tarefa de apresentar uma imagem coerente dessas experiências e a partir delas
inferir o que pode ser inferido de uma realidade distinta da experiência humana.
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próprios objetivos. Há uma geração, a psicologia era comumente ensinada por
filósofos, sendo muito difícil considerá-la uma ciência natural.
4.3 O ceticismo.
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letras era comum se ouvir sobre a avaliação do trabalho de um aluno ou de seu
conceito final: Luís é aluno C+ enquanto Miguel é B+ e Ana é A-. Isso mostra que
os escores de avaliação que utilizavam letras não davam conta do universo
possível entre as aprendizagens dos alunos. Parece que chegamos à situação
acima com classificações de calvo,não calvo ou parcialmente calvo.
De modo similar, o princípio da não-contradição é perfeitamente
compatível com o fato de um homem ser bom com relação a certo aspecto e
mau com relação a outro, ou mesmo com relação ao mesmo aspecto, ser bom
num momento e mau em outro.
A Filosofia deve também aceitar a evidência da experiência imediata,
embora essa atitude não nos leve tão longe quanto poderíamos esperar. Não
dispomos normalmente de experiência imediata sobre outros espíritos, a não ser
o nosso, sendo provável que a evidência da experiência imediata não possa
dizer-nos que os objetos físicos que parecemos experimentar, existem
independentemente de nós mesmos. Logo constatamos que, não obstante,
deveremos fazer novas suposições, se quisermos admitir que conhecemos
certas coisas a respeito das quais a vida cotidiana não oferece qualquer suporte
para que possamos achar que as conhecemos realmente. Todavia, não devemos
concluir que a impossibilidade de se justificar uma crença do senso comum
mediante um argumento implica necessariamente sua falsidade.
Pode ser que, no nível do senso comum, possuamos um conhecimento
genuíno ou uma crença justificada que seja por si próprio estabelecido e que
dispense uma justificação filosófica. Não cabe ao filósofo, nesse caso, provar a
verdade da crença, pois isso pode ser impossível, mas dar-lhe a melhor
explicação possível, examinando acuradamente aquilo que ela envolve.
Se usarmos a expressão "crença instintiva" para denominar aquele tipo
de crença que tomamos como evidentemente verdadeira antes de qualquer
crítica filosófica, e que continua a parecer verdadeira em nossa vida cotidiana,
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após a crítica filosófica e a despeito dela, que não pode certamente ser acusado
de credulidade demasiada.
Por outro lado, seria tolice supor que todas as crenças do senso comum
devem ser verdadeiras da maneira como se nos apresentam. Talvez seja função
da Filosofia aperfeiçoá-las, mas não descartá-las, ou alterá-las de modo a torná-
las irreconhecíveis.
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A Filosofia não é garantia de nossa conduta correta ou do perfeito
ajustamento de nossas emoções às nossas crenças filosóficas
Obviamente, não é intenção afirmar que a Filosofia não contribui para
vivermos uma vida exemplar, mas apenas que não pode por si só levar-nos a
viver de modo exemplar nem decidir o que seja esse tipo de vida. Entretanto, ela
pode, a esse respeito, pelo menos proporcionar valiosas sugestões. E teria muito
mais a dizer sobre a conexão entre Filosofia e vida exemplar, se incluíssemos
uma discussão especial da ética, disciplina filosófica que trata do bem e da ação
correta.
A Metafísica ou ainda a Filosofia crítica nos é de pouca valia para
decidirmos o que devemos fazer. Pode levar-nos a conclusões que facilitem
encararmos as adversidades de maneira mais serena, mas isso depende de
quem filosofa, não havendo infelizmente acordo universal entre os filósofos
quanto à possibilidade de uma concepção otimista do mundo ser justificada
filosoficamente.
Ao mesmo tempo, devemos estudar atentamente e não recusar-nos a
ouvir as alegações dos que pensam ter alcançado, mediante recursos que não
podem ser incluídos nas categorias usuais do senso comum, verdades
inspiradoras e reconfortantes a respeito da realidade. Não devemos tomar como
certo que as pretensões de uma cognição genuína em matéria de experiência
místico-religiosa, com relação a um diferente aspecto da realidade, devam ser
necessariamente descartadas como carentes de justificativa apenas por não se
ajustarem a um materialismo sugerido, mas de modo algum provado e, agora,
nem mesmo sustentado pela ciência moderna.
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Filosofando – Você está com dúvidas?
Releia o capítulo de novo e
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5 -. PRINCIPAIS DIVISÕES DA FILOSOFIA
Neste tópico nós escolhemos apresentar alguns questionamentos a você
como uma forma de subsidiar seu entendimento sobre como filósofos pensam as
diferentes divisões da Filosofia. Consideramos que elas são: a metafísica, a
epistemologia, a antropologia física, a ética, a estética, a filosofia da ciência, a
filosofia política e a filosofia da história.
1- Metafísica:
O que é a realidade? Há uma realidade aparente e outra real? O que é
o aparente?O que é real? Deus existe? O que entendemos por Deus?
3- Antropologia Filosófica:
Ele é o homem? É mais que um animal consciente? Tem alma própria? O que o
diferencia dos outros animais?
4- Ética:
O que é bom? O que é o mal? Como proceder? Como ter critérios objetivos para
distinguir entre o bem e o mal?
5- Estética:
Essa é a beleza? Que é feio? Uma coisa é bela porque nós gostamos ou
gostamos porque ela é bonita?
6- Filosofia da Ciência:
Quais são as principais características do conhecimento científico? A ciência é a
única maneira de chegar à verdade? Esse é o objetivo da ciência?
7- Filosofia Política:
O que é política? Qual relação entre ética e política? O que constitui as relações
de poder entre os seres humanos?
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8- Filosofia da História: Qual é a diferença entre acontecimentos históricos
e naturais? Existem leis da história? Elas diferem das da natureza?
ATIVIDADE
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6- FILOSOFIA E EDUCAÇÃO.
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democratização. Para tanto, importa interpretar a educação como uma instância
dialética, que serve a um projeto, a um modelo, a um ideal de sociedade. Ela
trabalha para realizar esse projeto na prática. Assim, se o projeto for
conservador, medeia a conservação, contudo se o projeto for transformador,
medeia a transformação; se o projeto for autoritário, medeia a realização do
autoritarismo; se o projeto for democrático, medeia a realização da democracia.
Do ponto de vista prático trata-se de retomar vigorosamente a luta contra a
seletividade, a discriminação e o rebaixamento do ensino das camadas
populares. Lutar contra a marginalidade, através da escola, significa engajar-se
no esforço para garantir aos trabalhadores um ensino da melhor qualidade
possível nas condições históricas atuais.
Saviani indaga: O papel de uma teoria crítica da educação é dar
substância concreta a essa bandeira de luta, de modo a evitar que ela seja
apropriada e articulada com os interesses dominantes?
A educação como transformadora da sociedade recusa-se tanto ao
otimismo ilusório, quanto ao pessimismo imobilizador. Por isso, propõe-se
compreender a educação dentro de seus condicionantes e agir estrategicamente
para a sua transformação. Propõe-se desvendar e utilizar das próprias
contradições da sociedade, para trabalhar criticamente pela sua transformação.
Quando não pensamos, somos pensados e dirigidos por outros.
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ambiente, tornando-o satisfatório ás suas necessidades; e enquanto transforma a
realidade, constrói a si mesmo no seio das relações sociais determinadas.
O ser humano é social na medida em que vive e sobrevive socialmente. A
sua prática é dimensionada por suas relações com os outros.
O ser humano é histórico uma vez que suas características não são fixas nem
eternas, mas determinadas pelo tempo, que passa a ser constitutivo de si
mesmo.
Em síntese, o ser humano é ativo, vive determinadas relações sociais de
produção, num determinado momento do tempo. Como consequência disso,
cada ser humano é propriamente o conjunto das relações sociais que vivem, de
forma prática, social e histórica.
O ser humano se torna propriamente humano na medida em que,
conjuntamente com outros seres humanos, pela ação, modifica o mundo externo
conforme suas necessidades e ao mesmo tempo, constrói-se a si mesmo.
Assim, enquanto ele humaniza a natureza pelo seu trabalho, humaniza-se a si
mesmo.
Educador e educando, como seres individuais e sociais ao mesmo tempo,
constituídos na trama contraditória de consciência crítica e alienação, interagem
no processo educativo. Eles são sujeitos da história na medida em que a
constroem ao lado de outros seres humanos, num contexto socialmente definido.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EWING, A.C. O que é Filosofia e por que vale a pena estudá-la. Rio de
Janeiro: Zahar, 1984.
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SCHULTZ, Gerson. N. Lemos. A filosofia da ciência ou a ciência da
filosofia?.Disponível em http://www.artigonal.com/ensino-superior-artigos/a-
filosofia-da-ciencia-ou-a-ciencia-da-filosofia. Acesso em 12 de abril de 2011
FIGURAS
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