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Amós do Álvaro Rafael

Chadida Chihonda Salimo

Edson Fernando Saguate Afonso

Lígia Carvalho Abacar

Gestão da Prevenção nas Empresas.


(Curso de Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos 3º Ano, Laboral)

Universidade Rovuma
Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação
Nacala-porto, Setembro de 2022
Amós Do Álvaro Rafael

Chadida Chihonda Salimo

Edson Fernando Saguate Afonso

Lígia Carvalho Abacar

Gestão da Prevenção nas Empresas.

(Curso de Licenciatura em Gestão de Recursos Humanos 3º Ano, Laboral)

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira de


Gestão da Prevenção a ser entregue no
departamento de Recursos Humanos, de carácter
avaliativo; ao dr. Francisco José Paulo Manuel.

Universidade Rovuma

Instituto Superior de Transporte, Turismo e Comunicação

Nacala-porto, Setembro de 2022


Índice

i. Introdução................................................................................................................................4

Objectivo geral:...........................................................................................................................4

Objectivos específicos:...............................................................................................................4

Metodologia de pesquisa.............................................................................................................4

1. Gestão de prevenção nas empresas.........................................................................................5

1.1. História da segurança do trabalho no mundo.......................................................................5

1.2. Evolução Histórica da Gestão Prevenção............................................................................5

1º período: Final do século XIX à primeira metade do século XX.............................................6

2º período: Décadas de 60 e 70.................................................................................................7

3º período: Década de 80...........................................................................................................7

1.3. Definição: (prevenção)........................................................................................................8

1.4. Protecção Colectiva e Individual.........................................................................................9

1.5. Sinalização de segurança...................................................................................................10

2. Referências legislativas da Gestão de Prevenção.................................................................10

2.2. Tendências actuais de Gestão de prevenção......................................................................11

2.2.1 Prevenção de erros:..........................................................................................................11

2.2.2 Inserção dos Trabalhadores nos Programas: Treinamento..............................................11

3. Princípios Gerais de Prevenção............................................................................................14

ii. Conclusão.............................................................................................................................16

iii. Referencias Bibliográficas...................................................................................................17


i. Introdução

O presente trabalho é da cadeira de Gestão de Prevenção e tem como tema em alusão Gestão
da Prevenção nas Empresas, pretende-se dar a conhecer aos leitores sobre a análise das
variáveis que permitam medir Esforços de Prevenção em diferentes actividades; analisar
fontes de risco e respectivas causas, identificando os mais recentes desenvolvimentos na
determinação de índices de prevenção e o seu contributo para o desenvolvimento das
organizações. Ou seja, valorizar o cumprimento em termos de Higiene e Segurança do
Trabalho nas Organizações através de índices de desempenho positivo, que representam
índices de avaliação de cultura de segurança.

Objectivo geral:

 Conhecer a abordagem da Gestão da Prevenção nas Empresas.

Objectivos específicos:

 Promover acções para que haja comprometimento e envolvimento dos empregados


para existência de uma boa comunicação sobre Higiene e Segurança no Trabalho;
 Desenvolver metodologias para uma proposta de determinação de índices de
prevenção de acidentes nas Empresas;
 Integrar as variáveis de Gestão de Prevenção nas Empresas no sentido de prevenir
Acidentes de Trabalho e/ou Doenças Profissionais.

Metodologia de pesquisa

A metodologia usada nesta investigação foi estruturada de acordo com as seguintes fases:
 Pesquisa Bibliográfica;
 Levantamento de variáveis e síntese dos elementos relevantes encontrados;
 Construção de uma primeira versão dos índices de prevenção;
 Elaboração e aplicação de um questionário;
 Análise dos Resultados;
 Conclusões e Recomendações.
1. Gestão de prevenção nas empresas

1.1. História da segurança do trabalho no mundo

O estudo da prevenção no que se refere ao trabalho é mais remoto do que podemos imaginar:
o primeiro acto prevencionista está presente no livro mais antigo e valioso de toda civilização,
para construção do imaginário cristão “... de toda árvore do jardim comerás livremente, mas
da árvore do bem e do mal, dela não comerás, por que no dia que dela comeres certamente
morrerá...” (Gênesis 2: 16 a 17).

Em Deuteronômio, Capítulo 22, versículo 8, diz: “Quando construíres uma nova casa farás
uma balaustra em volta do teto, para que não derrame sangue sobre tua casa, se viesse
alguém a cair lá de cima”. Esta outra passagem bíblica nos remonta a ideia de que a
preocupação com segurança é retratada muito antes do que podemos imaginar. Relatos
existentes em papiros descrevem que povos como os egípcios já se preocupavam com a saúde
de seus trabalhadores e as condições as quais pedreiros e mineiros estavam submetidos. A
partir de então está preocupação não parou de atrair interesses da população, não havendo
discriminação devido à classe social.

1.2. Evolução Histórica da Gestão Prevenção

O homem primitivo associava as tarefas mais arriscadas às tarefas mais importantes (caça,
pesca). O homem das cavernas descobriu o minério e os metais que passaram a auxiliar o seu
trabalho mas também provocaram as primeiras doenças profissionais. Os riscos do trabalho
apareceram juntamente com o homem nas primeiras relações com o trabalho, mas as
primeiras referências de doença profissional, datam de 2360 a.C.

O homem passou a trabalhar com máquinas, e, com a evolução, a sua complexidade aumentou
e aumentaram também os riscos e acidentes. Perante a necessidade de precaver o colaborador,
são dados os primeiros passos no sentido da protecção. O aparecimento da primeira máquina
de fiar, veio mudar um pouco da história da segurança, uma vez que, estas máquinas, ruidosas
e sem qualquer tipo de protecção, trabalhavam a um ritmo superior de qualquer colaborador
pertencente à classe trabalhadora, que era, essencialmente, composta por mulheres e crianças
sem formação nem experiência.

Estas trabalhavam em ambientes sem condições e sem horários de trabalho. O resultado foi o
aumento drástico do número de acidentes de trabalho.
Aprovou-se no Parlamento britânico, a primeira lei de protecção aos colaboradores,
estabelecendo um limite de 12 horas de trabalho, proibindo o trabalho nocturno, obrigando os
empregadores a ter higiene, limpeza e ventilação nos edifícios. E, seguida a esta, outras leis
foram aprovadas mas foram pouco eficientes por oposição dos empregadores.

A Lei das Fábricas trouxe resultados práticos e levou os empregadores a contratar médicos.
Neste ano, a Alemanha aprovava a Lei Operária.

Posteriormente surgiram preocupações, para além de estudar a influência do trabalho sobre a


saúde, fazer exames de admissão, periódicos e prevenção das doenças. A partir daqui o
desenvolvimento industrial foi acompanhado do desenvolvimento de legislação e da
obrigatoriedade de serviços médicos (legislação de 1855).

Segundo a OIT os factos mais recentes datam a história da segurança de meados de


1700, quando fora publicada na Itália a obra “As Doenças dos trabalhadores”, pelo
médico Bernardino Ramazzini, considerado pai da medicina do trabalho. Porém, facto
de grande marco ocorreu entre 1760 e 1830 na Inglaterra, já com a evolução
tecnológica veio a Revolução Industrial, e com ela o desenvolvimento, trazendo
consigo sérios agravantes para saúde e segurança dos trabalhadores devidos aos
diversos riscos que estavam expostos, onde nem mesmo os supervisores poderiam
evitar (protecções inadequadas nas máquinas foram a causa de muitos acidentes e
mortes).

As condições de trabalho não foram sempre as melhores para a saúde dos trabalhadores. No
princípio, o ciclo dos equipamentos inseguros e as condições de trabalho foram responsáveis
por cerca de trinta e seis por cento de todos os acidentes industriais. O resto foi causado pelos
próprios trabalhadores.

Segundo Cabral (2002), a evolução histórica da segurança e da saúde do trabalho, pode ser
caracterizada pela existência de três (3) períodos fundamentais:

1º Período: Final do século XIX à primeira metade do século XX

 Regulamentação inicial das condições de trabalho em actividades mais perigosas;


 Criação de corpos de inspecção específicos para controlo de aplicação da
regulamentação;
 Alteração de regime da duração do trabalho, condições de trabalho nos
estabelecimentos industriais, sistema de reparação de acidentes de trabalho,
regulamento de segurança nos trabalhos da construção civil.

2º Período: Décadas de 60 e 70

 Influência da OIT, com desenvolvimento legislativo e criação de instituições.


 A Gestão da Segurança e Saúde do Trabalho nas Organizações Prestadoras de
Serviços.

3º Período: Década de 80

 Influência europeia, marcada pela OIT.


 Influência de directivas europeias na legislação no âmbito de riscos específicos.
 Convenção 155 (relativa à segurança, à saúde dos trabalhadores e ao ambiente de
trabalho).

Ainda, segundo Cabral (2002), o número de acidentes de trabalho diminui se as empresas:

 Identificarem as potenciais situações de risco;


 Investirem em medidas de segurança;
 Adoptarem programas de prevenção;
 Escutarem as campanhas de sensibilização.

Desta forma, nas pequenas e médias empresas, pode ser mais complicado identificar as
situações de risco e implementar medidas de segurança, dado que estas empresas muitas vezes
não têm os recursos necessários para o fazer.

Segundo Miguel (2012), detalha que para dissuadir as empresas de incumprimento das
normas de segurança no local de trabalho estão:

 As suspensões dos trabalhos caso haja falhas graves de segurança;


 A notificação para a tomada de medidas de melhoria das condições de segurança;
 A aplicação de sanções;
 O custo elevado dos acidentes de trabalho, que excedem o prémio dos seguros pago
pela empresa, tanto em espécies como em dinheiro;
 Perda de serviços;
 Perda de reputação;
 Possíveis processos em tribunal;
 Atrasos no cumprimento dos compromissos;
 Queda na produtividade;
 Falta de motivação dos trabalhadores;
 Absentismo dos trabalhadores

Neste sentido, a evolução tecnológica trouxe situações mais perigosas com a utilização de
máquinas, químicos, stress, entre outros que “obrigaram” o colaborador a agir com mais
cuidado, e a tomar real percepção das potenciais consequências que pode vir a sofrer.

Com efeito, a aplicação do conceito de saúde e segurança progrediu, no sentido de fazer frente
aos excessos praticados pelas empresas, pela gestão organizacional contra a força de trabalho.

1.3. Definição: (prevenção)

De acordo com Ferreira (1986). O termo prevenir significa “preparar; chegar antes de;
dispor de maneira que evite (dano, mal); impedir que se realize” Logo com este fio de pensar
do autor podemos dizer que a prevenção nas empresas “exige uma acção antecipada baseada
no conhecimento da história anterior, isto é, dos acontecimentos passados a fim de tornar
improvável o progresso posterior dos riscos ou acidentes de trabalho”.

Segundo Freitas (2005), diz que Gestão de Prevenção é a identificação de perigos, avaliação
de riscos, medidas construtivas organizacionais, protecção colectiva e individual e sinalização
de segurança. Tudo isto, será feito através de implementação e aplicação de plano de
prevenção de riscos profissionais, o resultado da implementação e aplicação deste plano de
intervenção é através do sistema de gestão de prevenção integrado no sistema geral da
prevenção.

O sistema de prevenção de riscos profissionais adoptado cumpre as exigências da


organização, cujo objectivo é a melhoria contínua do sistema de prevenção das organizações.
Portanto refere-se a continua das condições de segurança e saúde no trabalho. Freitas (2005).

As acções preventivas definem-se como intervenções orientadas de modo a evitar o


surgimento de doenças específicas, reduzindo sua incidência e prevalência nas Empresas/
organizações. A prevenção envolve gestão, previsão, planeamento e empenho, para prevenir
acidentes, avaliar riscos e implementar acções antes que aconteça um acidente ou que se
contraia uma doença. Ferreira at. al. (1986).
Isto só pode ser concretizado com as medidas supramencionadas e com a cooperação
de todas as partes envolvidas: o empregador, que tem a responsabilidade máxima de
proporcionar condições de trabalho com segurança e saúde, gestores, supervisores,
trabalhadores e respectivos representantes para as questões da segurança e saúde,
como os sindicatos, através da comunicação, de acordos colectivos, comissões de
segurança, etc. Todas estas entidades têm um papel importante a desempenhar na
melhoria da segurança e saúde no trabalho, mediante um diálogo social eficaz. OIT,
(2004)

1.4. Protecção Colectiva e Individual

De acordo com o autor Miguel (1998), ilustra detalhadamente a EPIs que a organização deve
dispor para a protecção dos colaboradores contra os acidentes de trabalho:

a) Protecção da Cabeça: Esta protecção é geralmente utilizada na construção civil. Serve


para prevenir acidentes que possam ferir o nosso "motor".

b) Protecção para os Olhos: Os olhos constituem uma das partes mais sensíveis do corpo,
onde os acidentes podem atingir maior gravidade.

c) Protecção para os Ouvidos: Os auriculares são introduzidos no canal externo e visam


diminuir a intensidade das variações de pressão que alcançam o tímpano.

d) Protecção de Mãos e Membros Superiores: Os ferimentos nas mãos constituem o tipo de


lesão mais frequente que ocorre na indústria. Daí a necessidade da sua protecção.

e) Protecção das Vias Respiratórias: A atmosfera dos locais de trabalho encontra-se muitas
vezes contaminada em virtude da existência de agentes agressivos. Por isso é necessário
proteger as vias respiratórias.

f) Protecção para Quedas: Em todos os trabalhos que apresentam risco elevado de queda
livre, deve utilizar-se o cinto de segurança (arnês). Este deve ser ligado a um cabo resistente.

g) Protecção para o Tronco: O tronco é protegido através de vestuário. O vestuário de


trabalho deve ser cingido ao corpo para se evitar a prisão pelos órgãos em movimento.

h) Protecção para os Pés: Para que os pés não deixem de funcionar, devemos utilizar
protecção para os pés. Se por acaso acontecer algum acidente com eles, talvez nunca mais
possamos trabalhar.
1.5. Sinalização de segurança

Podemos considerar a sinalização dos locais e áreas de trabalho quer como factor na
prevenção de incêndios, quer como factor muito importante na sua protecção. Por sinalização
entende-se genericamente, o conjunto de estímulos ópticos ou visuais, acústicos e tácteis, que
podem condicionar e orientar a actuação das pessoas.

A prevenção dos riscos é encarada como uma condição fundamental para que os trabalhadores
tenham uma vida digna em sociedade e as empresas alcancem sucesso entre os seus
competidores, num mercado global.

Portanto, existem sinais de valorização da área SHST, tais como a prevenção dos riscos, que é
encarada como uma condição fundamental, e a qualificação dos profissionais (embora não
explícitas em termos de posição temporal); refere ainda que deve ser uma realidade,
explicitando as suas razões da integração da gestão da prevenção no sistema de gestão global
das empresas.

De acordo com Miguel (1998), enfatiza que “uma gestão eficiente implica o aproveitamento
óptimo dos recursos disponíveis e um local de trabalho seguro, que proteja a saúde dos
trabalhadores, melhore a sua motivação, promova a qualidade de produção e contribua,
consequentemente, para aumentar o rendimento da empresa”

2. Referências legislativas da Gestão de Prevenção.

De acordo com Lei de trabalho moçambicana, Lei nº 21/2007 de 01 de Agosto, no Artigo 222
nº 1, “Acidente de trabalho é o sinistro que se verifica, no local e durante o tempo do
trabalho, desde que produza, directa ou indirectamente, no trabalhador subordinado lesão
corporal, perturbação funcional ou doença de que resulte a morte ou redução na capacidade
de trabalho ou de ganho”.

2.1. Considera-se ainda acidente de trabalho de acordo com a Lei nº 21/2007, que ocorra:

a) na ida ou regresso do local de trabalho, quando utilizado meio de transporte fornecido pelo
empregador, ou quando o acidente seja consequência de particular perigo do percurso normal
ou de outras circunstâncias que tenham agravado o risco do mesmo percurso;

b) antes ou depois da prestação do trabalho, desde que directamente relacionado com a


preparação ou termo dessa prestação;
c) por ocasião da prestação do trabalho fora do local e tempo do trabalho normal, se verificar
enquanto o trabalhador executa ordens ou realiza serviços sob direcção e autoridade do
empregador;

d) na execução de serviços, ainda que não profissionais, fora do local e tempo de trabalho,
prestados espontaneamente pelo trabalhador ao empregador de que possa resultar proveito
económico para este.

2.2. Tendências actuais de Gestão de prevenção

2.2.1. Prevenção de erros:

Seguindo a análise de Itiro Iida (2002), existem diversas formas para prevenir os erros
humanos. Uma delas é substituir o homem pela máquina, principalmente em tarefas simples e
repetitivas ou que exijam grandes forças. Contudo, deve-se observar que as máquinas erram
menos, mas dificilmente corrigem os seus próprios erros, enquanto o ser humano é mais
sensível a isso.

A aplicação dos conhecimentos ergonómicos no aperfeiçoamento de mostradores, controles,


postos de trabalho e outros aspectos contribui claramente para a redução dos erros. Isso
significa que as máquinas devem ser construídas de forma que não operem enquanto todos os
procedimentos de segurança não tenham sido adoptados. Por exemplo, trens e elevadores que
só se movimentam com as portas fechadas, ou uma caixa com chave eléctrica que só se abre
quando a energia estiver desactivada. Certos dispositivos incluídos na própria máquina,
também podem reduzir os erros e acidentes. Itiro Iida. at. al (2002),

Os erros de digitação de teclados podem ser reduzidos se houver um tempo mínimo de 20 a


30 ms entre dois accionamentos sucessivos. É o caso também de veículos que tenham um
limite superior de velocidade. A selecção, treinamento e supervisão adequada do operador
também contribuem na redução de erros. Naturalmente, um operador treinado, que execute o
trabalho com satisfação, e com um ritmo adequado, cometerá menos erros. Itiro Iida. at. al
(2002),

2.2.2 Inserção dos Trabalhadores nos Programas: Treinamento

Ainda em relação aos aspectos culturais vinculados à segurança e saúde do trabalhador, ao


longo dos anos em que se lidou com essa questão, constatou-se algo, de certa forma,
paradoxal, porém verdadeiro e importante: tão nefastas quanto as doenças e os acidentes do
trabalho são as formas escolhidas por algumas empresas para com eles lidar.

O enfrentamento dessa questão, por sua complexidade e multicausalidade, não passa apenas
pelo treinamento específico de trabalhadores para fazer segurança, independentemente das
condições físicas onde o trabalho se realiza. Acredita-se até que treinar trabalhadores para o
estrito cumprimento de normas – em ambientes agressivos, desfavoráveis à vida, onde a
organização do trabalho em nada favorece o seu exercício correcto – sem lhes oferecer as
condições necessárias e abertura para discutir, ponderar e propor medidas de melhorias, tanto
no ambiente quanto na organização do trabalho, é exacerbar o estado de angústia que
caracteriza a exposição, consciente, a riscos potencialmente capazes de gerar danos à saúde.
Isso porque, uma coisa é expor-se a uma situação de risco à saúde e/ou à integridade física,
sem saber o que isso significa; outra, bem diferente, é ter consciência do problema e ter que a
ele expor-se sem condições para agir. www. Google. com. pelo site:
https://www.controlsafe.pt/principios-gerais-da-prevencao/

Nesse caso, o dano não se restringe apenas àquele provocado pelo risco em questão, mas,
também, pelo sofrimento de natureza mental de não poder proteger-se. Oferecer essa condição
ao trabalhador, na expectativa de que ela seja um caminho alternativo para a solução do
problema acidentário, além de não representar solução alguma, aprofunda ainda mais o fosso
que separa os propósitos da empresa em relação ao tema do engajamento voluntarioso e
compromisso dos trabalhadores. www. Google. com. pelo site:
https://www.controlsafe.pt/principios-gerais-da-prevencao/

Nada mais danoso a qualquer programa de gestão de SST do que o constrangimento sofrido
por trabalhador submetido a treinamento específico de segurança promovido pela própria
empresa, mas que, ao tentar praticar as lições aprendidas, é impedido de fazê-lo, ora por
decisão de suas chefias imediatas, sem justificativas convincentes para tal, ora por
impedimento das próprias condições de trabalho. No caso da segunda hipótese, o conflito está
intimamente relacionado ao fato de o conteúdo do treinamento não ter considerado as
peculiaridades do ambiente e do trabalho. www. Google. com. pelo site:
https://www.controlsafe.pt/principios-gerais-da-prevencao/

A abordagem integrada das questões de segurança do trabalho, ambiente e cultura representa


na actualidade um grande desafio para melhorar os ambientes de trabalho e reduzir acidentes.
Por outro lado, um sistema de produção, qualquer que seja ele, não é sustentável quando o
ambiente em que os trabalhadores exercem suas actividades não é seguro e saudável, cause
mortes, mutilações e doenças da força de trabalho. (Oliveira, 1998).

Para obter uma sadia qualidade de vida, o homem necessita conviver em um ambiente
ecologicamente equilibrado, sendo que uma das unidades principais desse conjunto é o
ambiente do trabalho, no qual o homem passa a maior parte do seu dia útil. O ambiente de
trabalho está inserido no ambiente geral, de modo que é impossível atingir um ambiente
equilibrado e sustentável ignorando o ambiente de trabalho, nem se pode alcançar qualidade
de vida sem ter qualidade no trabalho (Oliveira, at. al. 1998).

Em todos os sentidos, a ocorrência desse fato pode ser debitada à desvinculação da SST dos
processos produtivos e da própria organização do trabalho. Iguais a isso, ou pior, são
determinadas posturas assumidas, de forma contundente, por alguns gerentes ao reivindicarem
direitos legalmente instituídos para proteger trabalhadores, habitual e permanentemente,
expostos a agentes nocivos à saúde, como os adicionais de insalubridade e periculosidade. E,
da mesma forma, a aposentadoria especial.

Para que haja uma boa Gestão e prevenção de acidentes nas organizações é necessário
implementar as seguintes estratégias:

 Informação – é confiança dos indivíduos na organização para relatar os erros, os


acidentes e os incidentes ocorridos. Aspecto essencial para construir uma cultura
informada (Reason, 1997).
 Aprendizagem organizacional – é a forma como a organização trata as informações,
como é feita a análise dos acidentes e dos incidentes, se são propostas acções de
melhoria e se são implementadas e se os empregados são informados sobre estas
acções, e se há busca contínua de melhorar os processos visando à segurança do
trabalho (AIEA, 2002b & Reason, 1997).
 Envolvimento – é a participação dos empregados nas questões de segurança, como na
análise dos acidentes e incidentes que lhe diz respeito, na identificação e análise dos
riscos do ambiente de trabalho, nas propostas de acções para melhoria da segurança do
trabalho e sua implementação, na elaboração e revisão dos procedimentos
relacionados com sua actividade, no planeamento das suas actividades, e a
participação em comités de segurança, encontros de segurança, etc. (Choudhry; Fang
& Mohamed. 2007; Gordon; Kirwan & Perrin, 2007).
 Comunicação – é a forma, a conveniência e a oportunidade que é feita à comunicação
sobre os temas relativos à segurança do trabalho, e se há um canal aberto de
comunicação entre os empregados e superiores hierárquicos. Inclui também se a
comunicação chega aos empregados, se é compreendida por eles e se a organização
monitora a efectividade da comunicação (Cooper, 1998 & Westrum, 2004).
 Comprometimento – é evidenciado pela proporção de recursos (tempo, dinheiro,
pessoas) e suportes alocados para a gestão da segurança do trabalho, pelo status da
segurança do trabalho em relação à produção, pela existência de um Sistema de
Gestão da Segurança do Trabalho, em que constam a visão e objectivos da
organização, definição de responsabilidades, a política de treinamento e qualificação,
procedimentos, recompensas, sanções e auditorias.

O verdadeiro comprometimento significa mais que políticas escritas e mencionar a


importância da segurança do trabalho nos discursos, precisa haver coerência entre as palavras
e a realidade (Dejoy et al., 2004; Flin et al., 2000; AIEA, 2002b; Mannan, 2006).

3. Princípios Gerais de Prevenção

Em 1989 foi publicada pela Comissão Europeia a Directiva 89/ 391/ CEE, de 12 de Junho –
designada por Directiva Quadro – que veio introduzir e definir um quadro de execução de
medidas destinadas a promover a melhoria da Segurança e Saúde dos Trabalhadores.

 Prevenir o acidente é mais barato do que corrigir as consequências possíveis de não o


ter feito.
 A filosofia preventiva, prevista na lei sobre Higiene e Segurança no Trabalho, visa a
obtenção de níveis elevados de segurança, saúde e bem-estar dos trabalhadores em
cada local de trabalho, reduzindo ou eliminando os riscos de acidente, o mais possível.

A Directiva Quadro expressa, claramente, a responsabilidade intransferível dos empregadores,


de assegurarem a segurança e a saúde dos trabalhadores em todos os aspectos relacionados
com o trabalho, o que pressupõe, desde logo, que a prevenção deve ser gerida nos próprios
locais de trabalho, em função de todos os riscos existentes e sobre todos os intervenientes,
privilegiando as medidas que conduzam à eliminação dos riscos.

Podemos, pois, destacar como aspectos essenciais da directiva quadro, os seguintes:


 Assunção clara da obrigação geral do empregador em todos as questões relacionadas
com a segurança e saúde no trabalho;
 Definição de um quadro de participação dos trabalhadores ao nível da empresa, como
forma de permitir uma maior eficácia dos princípios e medidas a adoptar;
 Definição de princípios gerais de prevenção pelos quais as entidades empregadoras
devem nortear as suas actividades neste domínio;

Neste sentido, segundo Miguel (1998), os Princípios Gerais de Prevenção constituem-se, por
um lado, como obrigações derivadas da obrigação principal dos empregadores estarem
obrigados a assegurar aos trabalhadores condições de segurança e saúde em todos os aspectos
relacionados com o trabalho.

Para o mesmo, a hierarquia dos Princípios Gerais de Prevenção é, pois, as seguintes:

1º. Evitar ou eliminar os riscos;

2º. Avaliar os riscos que não podem ser evitados ou eliminados;

3º. Combater os riscos, na origem;

4º. Adaptar o trabalho ao homem, agindo sobre a concepção, a organização e os métodos de


trabalho e de produção;

5º. Realizar todos estes objectivos tendo em conta o estado de evolução da técnica;

6º. Substituir o que é perigoso pelo que é isento de perigo ou pelo que se assuma como menos
perigoso;

7º. Integrar a prevenção dos riscos num sistema coerente que abranja a produção, a
organização, as condições de trabalho e o diálogo social;

8º. Adoptar prioritariamente as medidas de protecção colectiva, recorrendo às medidas de


protecção individual unicamente no caso de a situação impossibilitar qualquer outra
alternativa;

9º. Formar e informar os trabalhadores.

No entanto, e infelizmente, a abordagem da segurança e saúde do trabalho através da


prevenção correctiva, ainda faz parte do quotidiano da prevenção, na maioria das nossas
empresas, ignorando, assim, os fundamentos da nova abordagem da prevenção.
ii. Conclusão

Chegamos ao fim do nosso trabalho de pesquisa, da cadeira de Gestão de Prevenção, que tem
como tema Gestão da prevenção nas Empresas. Deste modo, com as nossas pesquisas
concluímos que para que haja sucesso no que concerne com a segurança do trabalho nas
organizações depende da capacidade de realizar um bom diagnóstico da sua situação. Isto é
para ter um Sistema de Gestão da Segurança do Trabalho bem sucedido, é necessário que a
organização tenha uma cultura de segurança estabelecida.

Uma organização somente pode considerar que tem uma cultura de segurança quando atingir
integralmente o último estágio de maturidade, no qual a segurança é a mais alta prioridade.

Assim, recomendamos que o modelo desenvolvido neste estudo seja validado em trabalhos
futuros, para fortalecer suas bases teóricas, e posteriormente ser utilizado como uma
importante ferramenta de gestão de segurança nas empresas, contribuindo para o sucesso e o
bom desempenho do Sistema de Gestão de Segurança no Trabalho (SGST), que, por sua vez,
impactará na segurança das operações, dos trabalhadores e na prevenção de acidentes do
trabalho
iii. Referencias Bibliográficas

AIEA, (2002) & Reason, (1997). Riscos do ambiente de trabalho (3ª ed.). São Paulo. Brasil.
Elevesier.

Cabral (2002). História da segurança e da saúde do trabalho (2ª ed.). Porto. Portugal. Chizer-
edition

Choudhry; Fang & Mohamed, (2007); Gordon; Kirwan & Perrin, (2007). Importância da
segurança do trabalho Rio de Janeiro. Brazil. Televes

Cooper (1998) & Westrum, (2004). Monitoramento e efectivação da comunicação


organizacional. Revista USA Star.

Dejoy et al., (2004); Flin et al., (2000); AIEA, (2002) & Mannan, (2006). Verdadeiro
comprometimento nas políticas empresarias em matérias de segurança no trabalho. (7ª ed.).
Revista da University Pretoria linnd.

Ferreira (1986). Protecção dos colaboradores contra os acidentes de trabalho. (3ªed.). São
Paulo. Brazil. Porto-editoras.

Ferreira (1986). Saúde laboral nas empresas e a promoção da saúde via educação: entre a
tradição e a inovação. (3ªed). São Paulo. Brazil. Revista Latino-Am.

Itiro Iida (2002). Prevenção de erros humanos nas Empresas. São Paulo. Brazil. Porto
editoras.

Lei nº 21/2007 de 01 de Agosto.

Livro sagrado bíblia (Gênesis 2: 16 a 17).

Miguel (1998). Protecção dos colaboradores contra os acidentes de trabalho. São Paulo.
Brazil. Elevesier.

Miguel (2012). Incumprimento das normas de segurança no local de trabalho. (6ª ed.) São
Paulo. Brazil. Elevesier.

OIT (2004). Melhoria da segurança e saúde no trabalho São Paulo. Brazil. Revista Latino-
Am

Oliveira, (1998). Segurança do trabalho (2ª ed.). São Paulo. Brasil.


Organização da Promoção no Domínio da Segurança e da Saúde no Trabalho, OIT, 2004,
versão espanhola: http://www.ilo.org/public/spanish/standards/relm/ilc/ilc93/pdf/rep-iv-1.pdf

www. Google. com. pelo site: https://www.controlsafe.pt/principios-gerais-da-prevencao/

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