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Amálgama de prata

PRÉ-CLÍNICA – MATERIAIS DENTÁRIOS

DEFINIÇÕES AMÁLGAMA ODONTOLÓGICO - CRÍTICAS

Amálgama ► Sofre pressão da sociedade


É toda liga metálica que contem mercúrio líquido ↪ Toxicidade do mercúrio tanto para
em sua composição pacientes como para profissionais ➙ 3%
(nesse sentido, a toxicidade do mercúrio
Amálgama de prata não é um argumento eficaz)
É um material formado a partir da mistura de uma
liga sólida de prata com mercúrio líquido ► Pressão das empresas multinacionais
↪ O amálgama de prata é um material funcional e ↪ Aspecto estético
durável, capaz de durar cerca de 30 nos na boca - A resina confere um aspecto estético
do paciente (se o paciente tiver uma excelente bem melhor ➙ maior custo ➙ maior
higienização bucal, pode durar até mais)
lucro das empresas
- O amálgama dura muitos anos ➙ as
Amalgamação
empresas perdem com a venda desse
É o processo de misturar o mercúrio líquido com
produto
um ou mais metais ou ligas para formar o
amálgama.
↪ Quando partículas metálicas são misturadas EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA
com mercúrio, a porção externa das partículas é
▪ Fator estético – importante
dissolvida. Ao mesmo tempo, o mercúrio se
▪ Indicação para uso de resina em dentes
difunde para o interior das partículas metálicas.
posteriores: cavidades rasas e/ou não
↪ Quando a solubilidade do metal do mercúrio é
apropriadas
excedida, cristais de composto contendo mercúrio
começam a precipitar.
OBS: Amálgama não é indicado para cavidades
↪ Nesse mesmo estágio, as partículas metálicas
rasas
coexistem com o mercúrio líquido conferindo uma
consistência plástica a massa, ou seja, a mistura
Curiosidade: Quanto mais velha uma restauração
pode ser adaptada a qualquer formato usando
de amálgama, melhor
pressão leve.
↪ Conforme o conteúdo de mercúrio na massa
diminui pela formação dos precipitados, a mistura CUSTO X BENEFÍCIO
vai endurecendo.
► Longevidade de 30 anos
► Economicamente variável
HISTÓRICO
► Técnica mais simples
▪ Período empírico: dos tempos imemoriais até ► Domínio da técnica
o ano 1895 ► A inquestionável dificuldade da técnica
↪ Marco: estudo sobre o “Amálgama de prata” com outros materiais
por G. V. Black (1895) – a composição básica ► Malefício fica irrisório diante da
do amálgama dental e as técnicas para a magnificência do amálgama –
aplicação foram cientificamente definidas. longevidade do material, quanto mais
▪ Período pré-científico: 1895-1919 velho melhor, garantias do amálgama de
↪ Marco: aparecimento das primeiras prata.
especificações em odontologia (até hoje = 102
anos)
▪ Período científico: 1919 até hoje
O amálgama de prata não é um material OBS2: A prata (Ag) aumenta a resistência e
estético, pois não tem uma cor harmoniosa diminui o escoamento (Creep - escoamento das
com a cor natural do dente. Mas, mesmo estruturas sólidas).
assim, ainda é o material restaurador mais
Zinco
indicado para os dentes posteriores, por ser
É um desoxidante. É um agente de limpeza, o
bastante resistente aos esforços
qual durante a fabricação, combina-se com
mastigatórios
oxigênio e impurezas, diminuindo a
possibilidade de formação de outros óxidos ➙
COMPOSIÇÃO por isso melhora a resistência química,
prevenindo a liga de sofrer corrosão
Especificação nº1 da ADA:
► Prata (Ag) – mín. 65%
FABRICAÇÃO DA LIGA
↪ Aumento da resistência da restauração
↪ Assegura uma cristalização em tempo ▪ Fusão dos componentes (Ag, Sn, Cu, Zn)
adequado ▪ Processa para formar o lingote (estrutura
↪ Diminui o escoamento sob ação de sólida na forma de cano ou barra)
cargas ▪ Tratamento térmico homogeneizador
↪ Apresenta expansão no momento de ▪ Usinagem do lingote (torno mecânico)
presa ↪ Reduzir o tamanho da apara por moagem
em moinho de bolas, formando grãos menores
► Estanho (Sn) – máx. 29% como se tivesse triturado
↪ Facilita a amalgamação ▪ Tratamento/lavagem com ácido
↪ Auxilia na redução da expansão da prata ▪ Envelhecimento ou recozimento

► Cobre (Cu) – até 6% para as ligas PROCESSAMENTO DE FORMAÇÃO DO


convencionais; as ligas com alto teor de LINGOTE
cobre pode chegar a ter 29%
↪ Aumento da dureza e resistência Componentes da liga são colocados em um forno
mecânica especial impedindo a vaporização ou queima
↪ Diminui escoamento e corrosão excessiva dos metais.

► Zinco (Zn) – máx. 2% HOMOGENEIZAÇÃO


↪ Usado como antioxidante
↪ Pode provocar expansão do amálgama ▪ Trabalho mecânico a quente
▪ Consiste na difusão atômica para aliviar a
► Mercúrio – máx. 3% nucleação dos átomos
▪ Os lingotes são colocados em um forno e são
OBS: Existem ligas pré-amalgamadas que já aquecidos a temperatura de 400 a 425ºC por
possuem mercúrio em sua composição 24 horas

AG + + SN + CU + ZN TORNO MECÂNICO
HG
AFINIDADE ⇓ ⇑ - - ▪ Trabalho mecânico a frio
TEMPO DE ⇓ ⇑ - - ▪ O lingote é colocado em um torno e é reduzido
PRESA a partículas pequenas
RESISTÊNCIA ⇓ - ⇑ - ▪ Para obter ligas esferoidais, os componentes
MECÂNICA são humedecidos em uma atmosfera de gás
EXPANSÃO ⇑ ⇓ - - inerte, onde se solidificam sob a forma de
RESISTÊNCIA ⇓ - - ⇑ micro esferas.
QUÍMICA ▪ Define o tamanho da liga
OBS1: Tempo de presa = Cristalização do
amálgama ENVELHECIMENTO OU RECOZIMENTO

▪ Trabalho mecânico a frio


▪ Reorganização dos grãos
▪ Assegura um produto estável quando ► Ligas convencionais
colocado a 100ºC - Seu defeito é devido a presença da fase
gama 2
OBS: A diferença entre a homogeneização e o
envelhecimento/recozimento é apenas o tipo de ► Ligas sem zinco
trabalho mecânico, em que um é a frio e outro a ↪ Na odontopediatria, era muito difícil fazer
quente. uma restauração com amálgama sem que as
crianças sofressem contaminação pela
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A FORMA umidade (ex: saliva). O amálgama com zinco,
em contato com essa umidade durante a
► Limalhas ou irregulares trituração ou condensação na cavidade, pode
- São produzidas pela moagem ou gerar uma expansão tardia.
fresagem de um lingote da liga de
amálgama. ► Ligas com alto teor de cobre
- Durante a fabricação da liga, as limalhas
são formadas.
LIGAS CONVENCIONAIS – REAÇÃO DE
CRISTALIZAÇÃO

Ag3Sn (liga) + Hg (mercúrio) ⇄ Ag3Sn (gama) +


Ag2Hg3 (gama 1) + Sn7-8Hg (gama 2)

OBS: Ag3Sn (liga) – composto intermetálico

► Esferoidais Como a solubilidade da prata no mercúrio e


- São produzidas pela atomização da liga muito menor do que a do estanho, a fase
líquida em uma câmara preenchida com Ag2Hg3 precipita primeiro e é designada γ1,
um gás inerte. enquanto a fase Sn7-8Hg precipita mais tarde e
é designada γ2

➙ As ligas de baixo teor de cobre geralmente são


misturadas com mercúrio em uma proporção de
1:1. Essa quantidade de mercúrio não é suficiente
para consumir as partículas de pó completamente;
como consequência, partículas não consumidas
estão presentes no amálgama cristalizado. Assim,
► Misturadas um típico amálgama de baixo teor de cobre é um
- Mistura de limalhas e esferas compósito em que as partículas de carga não
- Fase dispersa reagidas estão embebidas nas fases γ1 e γ2.

OBS1: Quanto maior o número de partículas Ag-


Sn não reagidas retidas na estrutura final, mais
resistente o amálgama vai ser.

OBS2: A fase γ2 é a mais fraca e menos estável


em termos de resistência à corrosão e pode sofrer
ataque corrosivo especialmente em pequenas
irregularidades de superfície das restaurações.
OBS: O pó é produzido por atomização do líquido
da liga, produzindo essencialmente partículas
AMALGAMAÇÃO
esféricas.
↪ Promove a mistura da liga com o mercúrio.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO À
COMPOSIÇÃO
O cobre entra na composição das ligas na forma
de uma liga eutética (em proporções que variam
de 6% até o máximo permitido para o estanho
29%)

Tipos de ligas eutéticas:


↪ Binário - (Ag/Cu)
↪ Ternário - (Sn/Ag/Cu)
↪ Quaternário - (Sn/Ag/Cu/In)

OBS:
→ A liga binária poderá apresentar-se: misturada
(fase dispersa) ou liga de composição única
(na forma esférica).
→ As demais só na forma de liga de composição
única.

LIGAS COM ALTO TEOR DE COBRE –


A. Dissolução da prata e estanho dentro do REAÇÃO DE CRISTALIZAÇÃO
mercúrio;
B. Precipitação dos cristais γ1 (Ag2Hg3), 1) Ag3Sn (liga) + Ag3Cu2 (eutético – fase
dentro do mercúrio; dispersa) + Hg (mercúrio) ⇄ Ag3Sn (gama) +
C. Consumo de mercúrio remanescente pelo Ag2Hg3 (gama 1) + Sn7-8Hg (gama 2) + Ag3Cu2
crescimento e grãos γ1 e γ2 (Sn7-8Hg);
D. Cristalização final do amálgama de prata. 2) Sn7-8Hg (gama 2) + Ag3Cu2 (eutético) ⇄ Cu6Sn5
+ Ag2Hg3 (gama 1)
RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DAS
FASES DO AMÁLGAMA
LIGA – CLASSIFICAÇÃO QUANTO A
► γ: 70.000 psi FORMA/ APRESENTAÇÃO COMERCIAL
► γ1: 25.000 psi
► γ2: 10.000 psi ► Pó
↪ menor resistência mecânica e ► Pastilhas ou comprimido
química ► Cápsulas

FASE GAMA 2: Sn7-8Hg TAMANHO MÉDIO DAS PARTÍCULAS


↪ Reage com o oxigênio e sais de cloro da saliva ► Corte regular (≅45 μm);
e dos alimentos, formando sais e óxidos de
► Corte fino (≅35 μm);
estanho e liberando o mercúrio.
► Corte microfino (≅26 μm).
↪ Este Hg, combina-se com o remanescente da
↪ possui menos Hg
fase gama (Ag3Sn) produzindo expansão e
diminuindo a proporção desta fase – gama –
OBS: quanto menor o tamanho, menor a
(redução da resistência mecânica).
quantidade de mercúrio
↪ Assim, onde existia fase gama 2 serão
encontrados poros, o que resulta em redução da
Vantagens das ligas de tamanhos menores:
resistência mecânica.
• Necessita menos Hg
Conclusão: é a fase mais fraca e mais propensa a • Melhores características de manipulação
corrosão • Produzem restaurações com superfícies mais
lisas, com cristalização e resistência em menor
tempo
LIGAS COM ALTO TEOR DE COBRE • Diminui a ocorrência de fraturas e corrosão
- A presença do cobre reduz a fase gama 2 (“fase • Adquire rápida dureza
ruim”) • Apresenta resistência à compressão mais alta
• Acabamento e polimento melhores
• Expansão menor − Mantém grade conteúdo de Hg (livre)
− Produz maior número de espaços vazios
DIFERENÇAS ENTRE LIGAS USINADAS E na massa
ATOMIZADAS (Limalha e esférica) − A liga não é convenientemente reduzida
em seu tamanho nem uniformemente
▪ Proporção recoberta pelo Hg
↪ Esférica exige menor Hg pois apresenta − Escultura e polimento tornam-se precários
menor área de superfície por volume − Produz menor resistência mecânica e
química.
▪ Trituração
↪ O deslizamento das esferas favorece a • Supertrituração
remoção “completa” de óxido − Massa mais lisa e com consistência mais
adequada
▪ Condensação − O Hg é mais facilmente removido durante
↪ Limalha necessita pressão maior a condensação
− Porosidades internas pouco frequentes
▪ Técnica sensível para esférica
− Produz maior resistência mecânica e
↪ Dificuldade de estabelecer o contorno
química
proximal
− Número menor de irregularidades
superficiais
▪ Resistência à compressão
− Pode provocar contração.
↪ Após 24h são semelhantes, porém, após 1h
a esferoidal é aproximadamente 25% mais
• Trituração recomendada: normal ou
resistente
intermediária
▪ Resistência à tração
SUBTRITURAÇÃO SUPERTRITURAÇÃO
↪ Após 1h é 30 a 40% mais resistente, e em
⇑ Mercúrio Massa lisa
24h são semelhantes
⇑ Porosidades Consistência mais
adequada
▪ Superfície
Escultura e polimento Mercúrio é facilmente
↪ A superfície das restaurações com ligas precários removido durante a
esferoidais é superior e, após 1 ano, estas condensação
apresentam menor degradação como fraturas, ⇓ Resistência ⇓ Porosidades e
corrosão, etc. irregularidades
⇑ Corrosão ⇑ Contração
PROPORÇÃO LIGA/MERCÚRIO ⇑ Tempo de trabalho

► Peso – 1:1 balança de Crandall 2. INSERÇÃO


► Volume – manual ou amalgamador
► Pré-pesados – comprimidos ou cápsulas Deve ser inserido em pequenas porções com
auxílio do porta amálgama
AMALGAMAÇÃO OU TRITURAÇÃO
3. CONDENSAÇÃO
Promover maior contato entre a liga e o mercúrio
através da remoção da película de óxido que É o ato de acomodar o amálgama na cavidade
protege a liga removendo o máximo de excesso de Hg da
→ Mecânica – amalgamador em cápsula mistura

Tempo de trituração ▪ Levar o amálgama à cavidade em


• É analisado: consistência da mistura, pequenos incrementos (porta-amálgama)
resistência do amálgama e textura da ▪ Condensadores: quanto menor a ponta,
superfície maior a força aplicada (pressão/área)
▪ Tempo: menos de 3 minutos, entre uma
• Subtrituração: porção e outra
− Cristaliza rápido
Defeitos da condensação
► Pressão
► Tempo OBS: Ligas com alto teor de cobre ➙ alteração
► Muito Hg dimensional 4x menor (< gama 2)
► Bordas bem definidas
▪ Efeito do tamanho da partícula: quanto
4. ESCULTURA maior o tamanho da partícula ➙ mais
quantidade de Hg em relação ao número de
Características anatômicas partículas ➙ mais gama 2 ➙ maior a
expansão
5. BRUNIMENTO
OBS: quanto menor a expansão, maior a
Integridade marginal resistência química e mecânica

6. ACABAMENTO E POLIMENTO ▪ Efeito do formato das partículas: as


esferoidais necessitam de menos Hg ➙ menor
▪ Remover riscos, fissuras e irregularidades da expansão
superfície da restauração
▪ Melhorar a estética ▪ Efeito do tempo de trituração: quanto menor
▪ Conforto do paciente o tempo de trituração (subtrituração) ➙ o Hg
▪ Menor acúmulo de biofilme
envolve ou atinge menos partículas ➙ tempo
▪ Menor corrosão
de cristalização mais rápido ➙ mais Hg na
massa ➙ maior expansão
7. RAIO-X FINAL

Conferir a adaptação marginal ▪ Efeito de condensação: quanto maior a


↪ nas faces proximais – presença de excessos pressão ➙ menor a expansão (pois elimina
mais Hg)

FATORES IMPORTANTES OBS: A condensação é continuada da trituração

→ Escolha da liga ▪ Efeito da contaminação por umidade:


→ Relação mercúrio/liga; expansão tardia = se o amálgama de prata
→ Procedimento de trituração ou entra em contato com a saliva ou umidade das
amalgamação; mãos, o zinco reage com o oxigênio da água e
→ Técnica de condensação; desprende o hidrogênio gasoso. O gás
→ Características anatômicas; acumula-se na intimidade do amálgama, o
→ Integridade marginal (brunimento); qual causa escoamentos localizados ou
→ Acabamento e polimento expansão

PROPRIEDADES RESISTÊNCIA
► Alterações dimensionais; ↪ Existe uma relação inversa entre a propriedade
► Resistência a compressão; mecânica do amálgama de prata X a quantidade
► CREEP ou escoamento. de Hg ➙ formação da fase γ2.

ALTERAÇÕES DIMENSIONAIS ▪ Resistência à compressão = 310 Mpa –


excelente
Pequena contração inicial, seguida de ±20 μm/cm ▪ Resistência à tração e flexão podia melhorar
após 24 horas. ▪ Resistência mecânica
− Quanto menos Hg ➙ menos γ2 ➙ mais
Alteração dimensional X Variáveis resistência;
▪ Efeito da proporção liga/mercúrio: quanto − Partículas esferoidais: menos Hg ➙ maior
maior a quantidade de mercúrio ➙ maior a resistência;
formação de fase gama 1 e gama 2 ➙ maior a − Quanto menor a partícula ➙ menos Hg ➙
expansão maior resistência;
− Amálgama com alto conteúdo de cobre: CAUSAS DE INSUCESSOS
menos Hg ➙ maior resistência;
− Supertrituração: menos Hg ➙ maior ► Preparo incorreto da cavidade
resistência; ► Preparo incorreto do amálgama de prata
− Quanto maior pressão de condensação ➙ ► Alterações na polpa, fratura do dente e
elimina mais Hg ➙ maior resistência; outras causas patológicas
− "Quanto maior o tempo de condensação
dentro dos limites práticos ➙ elimina mais VANTAGENS
Hg ➙ maior resistência. ▪ Adaptabilidade às paredes cavitárias;
▪ Resistência aos esforços mastigatórios, ao
OBS: tempo de cristalização ➙ aumento desgaste (resistência mecânica);
progressivo da resistência ▪ Insolubilidade no meio bucal;
▪ Alterações dimensionais toleradas pelo dente;
ESCOAMENTO = CREEP ▪ Condutibilidade térmica menor que a dos
metais puros;
É a resistência do amálgama ou deformação ▪ Superfície brilhante;
produzida por uma carga presente no decorrer de ▪ Fácil manipulação;
um certo tempo e sob variação de temperatura. ▪ Não produz alterações de importância nos
tecidos dentários;
OBS: Presença do Indio na composição ➙ ▪ Escultura fácil e imediata;
reduz o creep e a quantidade necessária de Hg, ▪ Polimento final perfeito;
além de aumentar a resistência à compressão. Por ▪ Tolerância pelo tecido gengival;
outro lado reduz o brilho após o polimento e tende ▪ Eliminação fácil, se necessário;
a aumentar a rugosidade superficial (óxido de ▪ Baixo custo
índio na superfície). ▪ Experiência clínica
▪ Menor infiltração marginal
OBS: A prata aumenta a resistência e diminui o ▪ Menor reincidência de cárie
escoamento (creep)
DESVANTAGENS
CORROSÃO
▪ Modificação Volumétrica;
Fase γ2: ▪ Condutibilidade térmica;
↪ Sn7-8Hg Reage com o oxigênio e sais de cloro ▪ Esfericidade;
da saliva e dos alimentos, formando sais e óxidos ▪ Falta de resistência nas bordas (frágil);
de estanho e liberando o mercúrio, o qual se ▪ Cor não harmoniosa.
combina com a fase γ (causa expansão).
↪ Os sais e óxidos e de estanho depositam-se nas OBS: sujeito à corrosão e ação galvânica
superfícies das restaurações, podendo causar,
quando em grande quantidade, problemas INDICAÇÕES
higiênicos e implicações gengivais.
↪ Por outro lado, um pequeno processo de → Cavidade classe I de Black
corrosão na interfase dente/restauração pode → Cavidade classe II de Black
produzir uma restauração estável. → Cavidade classe V de Black
→ Dentes decíduos
Maior corrosão ➙ menor resistência ➙ maior
selamento marginal → Sistema público (SUS)
→ Dentes posteriores
→ Pacientes com higiene oral precária
TIPOS DE FALHAS → Preenchimento para peças protéticas
→ Restaurações subgengivais
► Recidiva de cáries
► Fratura das bordas das restaurações
► Alterações dimensionais do material (15% CONTRA-INDICAÇÕES
das falhas)
→ Dentes anteriores e/ou onde há
► Problemas pulpares ou periodontais comprometimento de estética;
→ “Cavidades extensas ou de paredes organismo causado pelo uso de amálgamas nos
frágeis”; dentes”
→ Onde não se evite o galvanismo;
→ Em casos de sensibilidade. ↪ O consumo de mercúrio no âmbito
odontológico corresponde apenas a 3% do
REQUISITOS DE UM MATERIAL uso geral.
RESTAURADOR IDEAL
Cuidados com o mercúrio
▪ Restabelecer a função; ▪ Recipientes inquebráveis e hermeticamente
▪ Resistência à abrasão; ▪ fechados;
▪ Boa adaptação marginal; ▪ Forrar o local de trabalho com material
▪ “Biocompatibilidade”; impermeável e de fácil limpeza;
▪ Reproduzir a cor natural do dente ▪ Limpar qualquer gotícula de mercúrio;
▪ Nunca tocar no mercúrio;
MERCÚRIO ▪ Qualquer resto de amálgama deve ser
colocado em recipiente com solução
▪ Hg puro = líquido à temperatura ambiente. reveladora;
▪ Teor máximo de impureza = 0,02%. ▪ Trabalhar em local ventilado;
▪ Material tóxico. ▪ Evitar pisos com carpetes;
▪ Evitar aquecer o mercúrio ou amálgama
Contaminação (remoção, desgaste, acabamento e
↪ A contaminação do ar é observada polimento);
praticamente em todos os consultórios em que se ▪ Usar amalgamadores em cápsulas (melhor);
utiliza amálgama de prata; ▪ Evitar condensadores eletrônicos;
↪ Tem sido observada a presença de Hg no ▪ Fazer exames anuais para pesquisas de níveis
sangue, na urina, na saliva e nos cabelos, tanto de de mercúrio;
dentista como de todo o pessoal auxiliar e mesmo ▪ Examinar periodicamente o ar do consultório;
de pacientes. ▪ Alertar quanto aos perigos da contaminação
pelo mercúrio;
OBS: Os níveis são na grande maioria dos casos, ▪ Para descontaminação ambiente, usar
inferiores àqueles permitidos pelas entidades compostos de enxofre.
“controladoras”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Níveis sanguíneos de mercúrio
▪ Normal: 5 a 10 ngHg/ml → Apesar das várias teorias existentes sobre
▪ Toxicidade: 100 a 200 ngHg/ml os efeitos negativos do mercúrio no
▪ Franca toxicidade: 400 ngHg/ml organismo, os estudos demonstram não
haver diferenças significativas em
Efeitos colaterais pacientes com e sem restaurações de
▪ Hipersensibilidade - tipo IV (celular ou tardia) – amálgama.
1% da população → Anseia-se, assim, que no futuro, seja
manipulado um material biocompatível,
▪ Vapor de Hg – maior significância duradouro, estético, adesivo e com todas
- Pacientes: 1,1 a 4,4 μg/dia as propriedades mecânicas pertinentes ao
- Trabalhadores indust.: 350 μg/dia amálgama, então “o ciclo do velho
(40hs/semana) amálgama” poderia terminar.

▪ Sangue: NO SERVIÇO PÚBLICO


- Pacientes com amálgama de prata: 0,7ng/ml
- Após ingestão alimentos marinhos: 2,3 a 5,1 → Considera-se que 80% das restaurações
ng/ml em dente posteriores nas UBS’s do Brasil
- Ingestão de alimentos: 15 μg/dia são feitas com amálgama;
- Ar: 1 μg/dia → O amálgama é um material de eleição no
serviço público em função de suas
"Não existe na literatura científica nenhum relato excelentes características físicas e
de prejuízo ao mecânicas, associadas ao baixo custo.
→ Possibilitando atender um número maior OBS: Após fazer a amalgamação, temos apenas
de pessoas e oferecendo resistência e 3 minutos no máximo para condensar o amálgama
durabilidade das restaurações; na cavidade, tempo em que podemos continuar
→ Assim, acredita-se que o amálgama com outra porção.
assuma um importante papel ante os Após preenchimento da cavidade, aguarda 5
problemas encontrados pelos profissionais minutos para remover a amostra da mesma.
que trabalham com a saúde pública, pois
se aplica à realidade das populações mais Falhas
carentes, na qual não se tem fácil acesso - Poros: pressão de condensação
aos serviços de saúde bucal. - Linhas: tempo entre uma porção e outra
→ As resinas compostas têm ocupado lugar - Excesso de Hg
de destaque na prática clínica diária em - Ângulos mal definidos
dentes anteriores mas no setor público
existe a preferência pelo uso do amálgama
de prata nos dentes posteriores.
→ Isso pode ser explicado pelo custo
elevado, exigência técnica mais sofisticada
dos procedimentos com resina composta,
como o uso de dique de borracha para
isolamento absoluto e sabe-se que ele não
faz parte da rotina dos procedimentos
clínicos do serviço público, levando a um
comprometimento do procedimento.

PRÁTICA

Materiais
1. Condensadores para amálgama;
2. Porta-amálgama;
3. Pote dappen;
4. Espátula inox para cimento nº 24;
5. Espátula Le Cron;
6. Toalha para mãos;
7. Toalha plástica;
8. Jaleco;
9. Luvas;
10. Máscara.
11. Gorro.

Prática
1. Colocar jaleco, luvas, máscara, gorro… (EPI);
2. Preparar a bancada;
3. Amalgamação com amalgamador mecânico
(cápsula);
4. Colocar o amálgama no pote dappen ou usar
casulo da cápsula;
5. Levar o amálgama à cavidade com auxílio do
porta-amálgama
em pequenas porções e condensá-lo, iniciando
com o condensador menor;
6. O excesso de mercúrio que se localizar na
superfície durante a condensação, deverá ser
desprezado, em separado no vidro;
7. Remover os corpos de prova, após 5 minutos
de concluir o preenchimento.

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