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Por:Fernando Diniz
Especialista em Armas e Tropas Especiais
diniz@defesanet.com.br
www.defesanet.com.br
Numa época em que a expressão Forças Especiais ganha cada vez mais espaço,
não só entre os militares, mas também na mídia, é interessante examinarmos os
feitos de uma das primeiras unidades militares a agirem como tal.
Dentro da mística que envolve as Forças Armadas Alemãs durante a II Guerra
Mundial, conhecemos os nomes de unidades famosas como o Afrika-Korps, as
temidas Waffen SS, as unidades Panzer ( blindadas ) e os Fallschirmjaeger ( Pára-
quedistas). Porem fora do âmbito militar, quase ninguém ouviu falar de uma das
mais espetaculares unidades militares da II Guerra, não ficando a dever nada a
seus companheiros mais famosos.
Esta unidade tem suas origens em diversas pequenas formações secretas que
operaram nos estágios iniciais da guerra, notadamente nas invasões da
Tchecoslováquia e da Polônia. Consistiam principalmente de homens nascidos e
criados em minorias raciais alemãs nestes paises, e operavam atrás das linhas
inimigas, antes da chegada das forças regulares.
Diferente das Waffen SS, que buscavam a aparência superior ariana, altos, louros e
de olhos azuis, os Brandenburger eram escolhidos justamente por características
físicas que não os fizessem chamar a atenção em território inimigo.
No inicio, cada membro deveria ser fluente em pelo menos uma língua estrangeira,
e treinado em operações militares especiais.O treinamento era feito numa área
pertencente a Abwehr, perto de Berlin, onde também eram treinados espiões e
sabotadores. O currículo concentrava-se em línguas estrangeiras, demolições,
comunicações, penetração em território inimigo em segredo, incluindo por pára-
quedas, e táticas de combate de pequenas unidades. Mais tarde, surgiram cursos
de equitação, direção e pilotagem. Familiarização com armas incluía todas as armas
não-alemãs, desde pistolas a tanques Sherman e T-34. Alguns homens eram
pilotos, e numa ocasião na África do Norte, usaram um Spitfire inglês capturado
para vôos de observação. Outros receberam instrução especializada nos
laboratórios da Abwehr em Berlin-Tegel, onde aprenderam a lidar com
equipamentos secretos, como detonadores de tempo, explosivos plásticos,
documentos falsificados, disfarces, etc.
Unidades Básicas
4. Cia formada por homens que tinham vivido fora da Alemanha, especialmente na
Península Ibérica ou na África. Todos falavam Inglês, Francês, Português ou
dialetos africanos, especialmente swahili.
Mais tarde, foram agregadas novas unidades, formadas por voluntários ucranianos,
alem de voluntários fluentes em árabe e romeno.
Uma companhia (a 15a) foi formada por 127 dos melhores esquiadores da
Alemanha, inclusive um Medalha de Ouro das Olimpíadas de 1936, e recebeu
treinamento especializado para operar na extensa região do Circulo Ártico, que
forma a área de fronteira russo-finlandesa, especialmente nas cercanias do porto
russo de Murmansk. Esta unidade foi a responsável por um dos mais espetaculares
raids do Front Leste. Guiados por finlandeses, os Brandenburger atravessaram os
piores pântanos da Europa, durante duas semanas, assolados por milhões de
mosquitos e outros insetos, pesadamente carregados com armas, explosivos,
barcos e mantimentos, para atingirem a famosa ferrovia de Murmansk, por onde
escoava todo o material de guerra enviado pelos Aliados aos russos.
No verão de 1942 foi criada uma companhia de raiders, para operações fluviais e
ribeirinhas, formada por voluntários do Cáucaso.Sua área de atuação eram os
inúmeros rios, lagos e córregos do Front Leste. A Brigada Árabe lutou a partir de
1940 no Líbano, Síria, Iraque e Iran, e mais tarde no Cáucaso, contra os russos,
com aliados curdos.
Equipamento
Outra jogada interessante foi a inserção em 1940 de cinco homens via submarino
na África do Sul, para provocar um levante das tribos contra o domínio branco.
Quando a guerra terminou, alguns dos sobreviventes com bom domínio de inglês
foram absorvidos pelos Comandos Britânicos, e receberam mais tarde documentos
britânicos. Muitos emigraram para a África, a serviço dos ingleses, enquanto outros
juntaram-se à Legião Estrangeira Francesa. Lutaram com bravura ao lado de seus
ex-inimigos, especialmente na Indochina e na Argélia.
A história de seus feitos merece ser melhor contada, pois suas teorias e
experiências práticas forneceram a base da formação de modernas unidades de
Forças Especiais, como os SEALs da US Navy e muitos outros ao redor do mundo.
Literatura recomendada
Twilight Warrios - 22Book, England
Corpos de Elite - Editora Abril