Sejam Sumário Bem-vindos Aspetos importantes da linguagem e estilo de Fernão Lopes Aulas 61&62 - 08/02/2021 Modos de Representação da Narrativa Contar uma história, Brief Introduction ou seja, construir uma narrativa, implica uma ação, desenvolvida num determinado espaço e num determinado tempo, praticada por personagens, que nos é transmitida por um narrador. De que forma se desenvolve um Texto Narrativo? NARRAÇÃO DESCRIÇÃO
A ação avança –momentos Descrição das personagens e do
de avanço espaço – momentos de pausa
MONÓLOGO DIÁLOGO
Uma personagem fala As personagens falam entre si
consigo mesma NA CRÓNICA DE D.JOÃO I O que Fernão Lopes relata é apenas uma representação aproximada do que se passou, reproduz o essencial Na Crónica de D. João I, a narração dos acontecimentos alterna com a descrição e com o diálogo para incutir vivacidade e energia no relato dos episódios mais relevantes da Crise de 1383-1385. Podemos dizer que se Fernão Lopes cria ritmo e tensão aproxima do estilo através da forma expressiva de cinematográfico ou jornalístico, (uma reportagem) narrar os acontecimentos e da introdução de discurso direto no relato (“– U matom o Meestre?”). Narração Relato de acontecimentos e de conflitos, situados no tempo e encadeados de forma dinâmica, VERBO originando a ação, o seu avanço e todas as movimentações que numa narrativa são feitas pelas personagens (verbos de movimento e formas verbais do pretérito-perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito). O dinamismo da ação resulta do uso de tempos, formas e aspetos verbais como o imperfeito do indicativo, o gerúndio e o aspeto durativo. O uso de recursos expressivos é relativamente pobre e pouco vai além da comparação, da metáfora e da personificação. EXEMPLOS “ ..as moças que sem medo, apanhando pedra pelas herdades, cantavam...”
“ "...como o Mestre e os da cidade souberam da
vinda del-Rei de Castela, e esperarom seu grande e enorme poderoso cerco (causa), logo foi condenado de recolherem pera a cidade os "As gentes que esto ouviam, a rua ver que mais mantimentos que aver cousa era....começavam a tomar pudessem...”(consequência) armas......cavalgou logo a pressa....bradando a quaisquer ..." Descrição Informações sobre as personagens, os objetos, ADJETIVO o tempo e os lugares, que interrompem a dinâmica da ação e vão desenhando os cenários (verbos copulativos ou de ligação e formas verbais do pretérito imperfeito).
São-nos dados pormenores significativos das
coisas, dos acontecimentos, das paisagens ou das pessoas descritas: a forma material e as dimensões, o rosto e o vestuário, os comportamentos que se repetem, etc. Descrição nas Crónicas de D.João I
As descrições são pautadas pelo O uso de verbos associados
forte apelo visual, isto é, pelo ao olhar (“oolhae”, “vede”) visualismo. O narrador desempenha ajuda a salientar o o papel da testemunha dos visualismo das situações acontecimentos; percorre os espaços descritas. Por vezes, as e caracteriza os lugares, o ambiente sensações visuais são e as figuras (indivíduos ou grupos) associadas às auditivas que encontra. (cap. XV). EXEMPLOS “...e em setenta e sete torres que ela tem em redor de si, foram feitos fortes caramanchões de madeira, ois quais eram bem fornecidos descudos e lanças...” “Ali virieis os muros cheos de gente, com muitas trombetas e brados e apupos esgrimindo espadas e lanças e semelhantes armas” “De trinta e oito porta que há na cidade, as doze eram todo o dia abertas, encomendadas...” Argumentação Texto de Opinião Perguntas Retóricas EXEMPLOS “...era estranha cousa de ver”
“...Oh geração que depois veio, povo bem
aventurado, que não foi...”
“...Oh que fremosa cousa era de ver!”
Diálogo Interação verbal ou Marcas de oralidade e a simplicidade da conversa entre duas linguagem (registo corrente e ou mais personagens vocabulário familiar), os verbos de (discurso direto com movimento, os verbos introdutores do registos de língua discurso (“bradar”), as interjeições e as variados). apóstrofes (“Ó Senhor!”). EXEMPLOS •“Acorramos ao Mestre, amigos, acorramos ao Mestre,...”
•“Amigos apacificai-vos, ca eu vivo e são
soom a Deus draças” Monólogo Conversa da personagem consigo mesma, discurso mental não pronunciado ou pronunciado, mas sem ouvinte (discurso direto com frases simples e reduzidas, muitas vezes com suspensões) Dúvidas? Sintam-se à vontade para perguntar sobre aspetos que não compreendera