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BRAM STOCKER:
SOBREVIDA
“Seu rosto tinha um acentuado perfil aquilino, com um nariz magro e pronunciado, e
narinas curvadas de uma forma peculiar; sua testa era larga e arredondada, e o cabelo
escasseava nas têmporas, mas era farto no resto da cabeça. Suas sobrancelhas eram
muito densas e quase se encontravam acima do nariz, com pelos cerrados que
pareciam se enrolar, de tão profusos. A boca, até onde eu conseguia vê-la sob o bigode
farto, era rígida e de aparência cruel, com dentes brancos e peculiarmente afiados. Os
dentes superiores projetavam-se sobre os inferiores e apareciam entre os lábios, que
eram notavelmente corados e revelavam uma surpreendente vitalidade num homem
daquela idade. Quanto ao resto, suas orelhas eram pálidas, com extremidades bastante
pontudas. O queixo era largo e forte, e as maçãs do rosto, firmes, ainda que magras. O
efeito geral era de extraordinária palidez.” (STOKER, p.27, 2014)
“Subitamente, senti que punham a mão em meu ombro, e ouvi a voz do conde a me
dizer um bom-dia. Fiquei surpreso, pois me intrigava o fato de não tê-lo visto, já que o
reflexo do espelho abarcava todo o quarto às minhas costas.” ( p.35, 2014)
“O que vi foi a cabeça do conde saindo da janela. Não vi o rosto, mas reconheci-o pelo
pescoço e pelo movimento das costas e dos braços. De qualquer modo, eu não
confundiria as mãos que tive tantas oportunidades de estudar. (...) Meus sentimentos,
contudo, transformaram-se em repulsa e terror quando vi o corpo inteiro do conde
emergir aos poucos da janela e começar a se arrastar pela parede do castelo, à beira do
terrível abismo, com a cabeça para baixo e a capa esvoaçando ao redor como se fosse
um par gigantesco de asas. (...) exatamente como faz um lagarto.” (p.44-45, 2014)
“Ali, dentro de uma daquelas grandes caixas (das quais havia cinquenta, ao todo),
deitado sobre um monte de terra, estava o conde! Não saberia dizer se morto ou
adormecido, pois seus olhos estavam abertos e imóveis, mas sem o aspecto vítreo de
toda sua palidez. Os lábios estavam vermelhos como sempre. Não havia, porém,
qualquer sinal de movimento - pulso, respiração ou o bater do coração.” (p.59, 2014)
A SOBREVIDA
A SOBREVIDA DA
DA PERSONAGEM
PERSONAGEM
HOTEL TRANSYLVANIA (2012, 2015, 2019)
CASTLEVANIA: LORD OF SHADOW (2010)
NOSFERATU (1922)
DRÁCULA, DE BRAM STOCKER (1992)
REFERÊNCIAS
STOKER, Bram. Drácula. Tradução Adriana Lisboa - 2ed - Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2014.