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Problema 1

Prove

[ AB, CD ] = − AC {D, B} + A{C, B} D − C {D, A} B + {C, A} DB .

Solução :

Temos que :

[ AB, CD ] = ABCD − CDAB . (1)

Pode-se escrever o termo ABCD como :

A BCD = A{C , B} D − ACBD . (2)

Da mesma forma escreve-se o termo ACBD como :

ACBD = AC {D , B} − ACDB . (3)

O segundo termo do lado direito de (1) pode também ser escrito como :

CDAB = C {D, A} B − CADB . (4)

Substituindo (4), (3) e (2) em (1), tem-se :

[ AB, CD ] = A {C , B} D − AC {D, B} + ACDB − C {D, A} B + CADB . (5)

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E finalmente, fazendo ACDB + CADB = {C , A} DB , temos :

[ AB, CD ] = − AC {D, B} + A{C , B} D − C {D, A} B + {C , A} DB . (6)

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Problema 2

Suponha que uma matriz X 2x 2 ( não necessariamente Hermitiana, nem


unitária ) seja escrita como

X = a0 + σ .a , (1)

onde a0 e a1,2,3 são números.

a. Como são a0 e ak (k = 1, 2,3) relacionados ao tr ( X ) e ao tr(σ k X ) ?


b. Obtenha a0 e ak em termos dos elementos da matriz X ij .

Solução :

a. Consideraremos σ o vetor cujos componentes são as matrizes de Pauli :

⎛0 1⎞ ⎛ 0 −i ⎞ ⎛1 0 ⎞
σ1 = ⎜ ⎟ σ2 = ⎜ ⎟ σ3 = ⎜ ⎟
⎝1 0⎠ ⎝i 0 ⎠ ⎝ 0 −1⎠

Então a matriz X , escrita explicitamente, fica :

⎛a 0 ⎞ ⎛ 0 1 ⎞ ⎛ a1 0 ⎞ ⎛ 0 −i ⎞ ⎛ a 2 0 ⎞ ⎛ 1 0 ⎞ ⎛ a3 0 ⎞
X =⎜ 0 ⎟+ ⎜ ⎟⎜ + + =
⎝ 0 a0 ⎠ ⎝ 1 0 ⎠ ⎝ 0 a1 ⎠⎟ ⎜⎝ i 0 ⎟⎠ ⎝⎜ 0 a2 ⎠⎟ ⎜⎝ 0 −1⎟⎠ ⎝⎜ 0 a3 ⎠⎟
(2)
⎛ a0 + a3 a1 − ia2 ⎞
X =⎜ ⎟
⎝ a 1 + ia 2 a 0 − a 3 ⎠

O tr ( X ) e definido como tr ( X ) = ∑ X jj , então


j

tr ( X ) = 2a0 . (3)

Calcularemos agora os tr(σ k X ) para k = 1, 2 e 3 :

⎛ a1 + ia2 a0 − a3 ⎞
σ1X = ⎜
⎝ a0 + a3 a1 − ia2 ⎟⎠ (4)
tr (σ1 X ) = 2a1

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⎛ a 2 − ia1 −ia 0 + ia 3 ⎞
σ2X = ⎜ ⎟
⎝ia0 + ia3 ia1 + a2 ⎠ (5)
tr (σ2 X ) = 2a2

⎛ a0 + a3 a1 − ia2 ⎞
σ3X = ⎜ ⎟
⎝ − a1 − ia2 − a0 + a3 ⎠ (6)
tr (σ3 X ) = 2a3

Podemos escrever em forma compacta


 
tr (σ X ) = 2a ; tr ( X ) = 2a 0 (7)

b. Para escrever a 0,1,2,3 em termos dos elementos X ij faremos uso do (3), (4),
(5) e (6), respectivamente :

1 1
a 0 = trX = ( X 11 + X 22) (8)
2 2

1 1
a1 = tr (σ1X ) = ( X 21 + X 12 ) (9)
2 2

1 1
a2 = tr ( σ2 X ) = ( −iX 21 +iX12 ) (10)
2 2

1 1
a3 = tr (σ 3 X ) = ( X 11 − X 22 ) (11)
2 2

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Problema 3

Mostre que o determinante de uma matriz 2 x 2 σ .a é invariante sob
 
  ⎛ iσ .nˆφ ⎞   ⎛ −i σ.nˆφ ⎞
σ .a → σ .a ' ≡ exp ⎜ ⎟σ .a exp ⎜ ⎟. (0)
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

Encontre ak' em termos de ak quando n̂ esta na direção positiva z e


interprete o seu resultado.

Solução :
 
iσ nˆφ −iσ .nˆφ ⎞
Observamos que os operadores exp ⎛⎜ . ⎞⎟ e exp ⎛⎜ ⎟ são Hermitianos
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠
adjuntos um do outro. Chamaremos estes operadores de U e U†,
1
respectivamente. Notamos que UU † = 1 . Logo det U † = . Então :
det U

 
det( σ.a ') = det U det( σ.a ) det U †
  1  (1)
det( σ.a ') = det U det(σ .a ) = det (σ .a )
det U

Calcularemos agora os ak ' em termos dos a k para nˆ = zˆ . Neste caso, σ .nˆ = σ 3 .
Faremos a expansão :
k
⎛ iσ φ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
exp ⎜ 3 ⎟ = ∑ ⎜ ⎟ σ 3k (2)
⎝ 2 ⎠ k k! ⎝ 2 ⎠

Usando a propriedade da matriz σ 3 :

⎧ 1, se k e par

σ 3k = ⎨ ,
⎪σ 3 , se k e impar

Podemos escrever :

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⎛ iσ φ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
k k

exp ⎜ 3 ⎟ = ∑ ⎜ 2 ⎟ + ∑ k! ⎜ 2 ⎟ σ 3 (3)
⎝ 2 ⎠ k par k ! ⎝ ⎠ k impar ⎝ ⎠

De forma análoga, temos :


k k
⎛ iσ φ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
exp ⎜ − 3 ⎟= ∑ k ⎜ ⎟ − ∑ σ
k ! ⎝⎜ 2 ⎠⎟ 3
(4)
⎝ 2 ⎠ k par ! ⎝ 2 ⎠ k impar

Dessa forma, escrevemos (0) como :

⎧ k k ⎫
 ⎪ 1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞ ⎪
σ .a ' = ⎨ ∑ ⎜ ⎟ + ∑ ⎜ ⎟ σ 3 ⎬ [σ 1a1 + σ 2a 2 + σ 3a3 ]
⎪k par k ! ⎝ 2 ⎠ k impar k ! ⎝ 2 ⎠ ⎪
⎩ ⎭
(5)
⎧ ⎫
1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
k k
⎪ ⎪
⎨∑ ⎜ ⎟ − ∑ ⎜ ⎟ σ3 ⎬
⎪k par k ! ⎝ 2 ⎠ k impar k ! ⎝ 2 ⎠ ⎪
⎩ ⎭

Usando as relações entre as matrizes de Pauli σ iσ j = −σ jσ i ( j ≠ i ), podemos


formar o termo de (5) que envolve o 10 termo entre colchetes :

⎧ ⎫ ⎧ ⎫
1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞ 1 ⎛ iφ ⎞
k k k k
⎪ ⎪ ⎪ ⎪
σ1⎨ ∑ ⎜ ⎟ − ∑ ⎜ ⎟ σ 3 ⎬ a1 ⎨ ∑ ⎜ ⎟ − ∑ ⎜ ⎟ σ 3⎬ =
⎪⎩ k par k ! ⎝ 2 ⎠ k impar k ! ⎝ 2 ⎠ ⎪⎭ ⎪⎩ k par k ! ⎝ 2 ⎠ k impar k ! ⎝ 2 ⎠ ⎪⎭ (6)
⎛ − iσ3 φ ⎞ ⎛ − iσ3 φ ⎞
σ 1 exp ⎜ ⎟ a1 exp ⎜ ⎟
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

De forma totalmente análoga o termo de (5) formado pelo segundo termo


entre colchetes fica :

⎛ − iσ3φ ⎞ ⎛ − iσ 3φ ⎞
σ 2 exp⎜ ⎟ a2 exp⎜ ⎟ (7)
⎝ 2 ⎠ ⎝ 2 ⎠

Finalmente poderemos escrever o termo formado pelo terceiro termo entre


colchetes de (5) :

⎛ iσ 3φ ⎞ ⎛ − iσ 3φ ⎞
σ 3 exp⎜ ⎟ a3 exp⎜ 2 ⎟ (8)
⎝ 2 ⎠ ⎝ ⎠

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Assumindo que a1,2,3 são números escrevemos (5) como :


σ .a ' = a1σ 1e −iσ φ + a 2σ 2 e −iσ φ + a 3σ 3
3 3
(9)

Desenvolveremos agora e− iσ φ : 3

1
e − iσ3 φ = I − i σ3 φ + (−i σ3 φ ) 2 + 1 (−i σ3 φ ) 3 + 1 ( −i σ3 φ ) 4 + ...
2! 3! 4!
I 2 1 I 4
e − iσ3 φ = I − i φσ3 + ( −i φ ) + (−i φ)3 σ3 + ( −i φ ) + ...
2! 3! 4!
I 1 I 1
e − iσ3 φ = I − i φσ3 − φ2 + i φ3 σ3 + φ4 − i φ5 σ3 + ... (10)
2! 3! 4! 5!
⎡ 1 1 ⎤ ⎡ 1 1 ⎤
e − iσ3 φ = I ⎢ 1− φ 2 + φ 4 + ...⎥ − iσ 3 ⎢φ − φ 3 + φ 5 + ...⎥
⎣ 2! 4! ⎦ ⎣ 3! 5 ⎦
e − iσ3 φ = I cos φ − iσ 3 senφ

Onde I e a matriz identidade 2x 2. Substituindo

⎛1 0 ⎞ ⎛0 1⎞ ⎛ 0 −i⎞
σ3 = ⎜ ⎟; σ1 = ⎜ ⎟; σ 2= ⎜ ⎟,
⎝ 0 −1 ⎠ ⎝1 0⎠ ⎝i 0⎠

Temos :

 ⎛0 a1' ⎞ ⎛ 0 −ia2' ⎞ ⎛ a '3 0 ⎞


σ .a ' = σ 1a1 '+ σ 2a2 '+ σ 3a3 ' = ⎜ ' ⎟+⎜ ⎟+ ⎜ ⎟
⎝a
1 0 ⎠ ⎝ ia2 ' 0 ⎠ ⎝ 0 − a3' ⎠

Logo,

 ⎛ a3' a1' − ia2' ⎞


σ .a ' = ⎜ ' ' ⎟ (11)
⎝ a + ia
1 2 −a3' ⎠

O segundo termo de (9) fica :

3
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−iσ 3φ
a1σ 1e + a 2σ 2e −iσ 3φ + a 3σ 3 = (a1σ 1 + a 2σ 2 )e −iσ 3φ + a 3σ 3 =
⎛ 0 a1 − ia2 ⎞ ⎡ ⎛cos φ 0 ⎞ ⎛ senφ 0 ⎞ ⎤ ⎛ a3 0 ⎞
=⎜ ⎟⎢ −i ⎟⎥ + ⎜ ⎟ (12)
⎝ a1 + ia2 0 ⎠ ⎣ ⎜⎝ 0 cos φ ⎟⎠ ⎜⎝ 0 − φ ⎠⎦ ⎝ 0 −a3 ⎠
sen
⎛ a3 ( a1 − ia2 )(cos φ + isenφ ) ⎞
=⎜ ⎟
⎝ ( a1 + ia2 )(cos φ − isenφ ) − a3 ⎠

Comparando (11) e (12), temos :

a3' = a3 (13)

a1' −ia 2' = (a1 −ia 2 )(cos φ + isen φ) = a1 cos φ + ia1senφ − ia2 cos φ + a 2senφ

Logo :

⎧ a1' = a1 cosφ + a2 senφ


⎨ ' (14)
⎩ a2 = a2 cosφ − a1 senφ

Vemos então que a transformação em questão é uma rotação espacial do


sistema de coordenadas do espaço Euclidiano ordinário, visto que as
equações (13) e (14) são as relações de transformações de um vetor quando
o sistema de eixos cartesianos é girado de um ângulo φ .

Rotação de um sistema de coordenadas S ' em torno do eixo z :

⎧ x '1 = x1 cos φ + x2 senφ



⎨ x '2 = x2 cos φ − x1senφ
⎪x' = x
⎩ 3 3

Referência : Marion, Pág. 5.

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Problema 4

Usando as regras da álgebra de bras e kets, prove ou calcule o seguinte :

a. tr ( XY ) = tr(YX ) , onde X e Y são operadores;


b. (XY )† = Y † X † , onde X e Y são operadores;
c. exp [if ( A) ] = ? na forma de bra-ket, onde A é um operador Hermitiano
cujos autovalores são conhecidos;
 
d. ∑ Ψ *a ' ( x ')Ψ a ' ( x '') , onde Ψa ' ( x ') = x ' a ' .
a'

Solução :

a. Temos que o traço de uma matriz é definido por :

trC = ∑ i C i .
i

Assim, se C = XY , obtemos :

trC = tr ( XY ) = ∑ i XY i = ∑ i X 1Y i = ∑ i X j jY i ,
i i i, j

tr ( XY ) = ∑ j Y i i X j ,
i, j

Pois,

i X j e jY i ,

são números e comutam, logo, como

1= ∑ i i ,
i

temos que

tr ( XY ) = ∑ j YX j = tr (YX ) ,
j

logo,

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tr ( XY ) = tr (YX ) .

b. Temos que

(XY ) α ↔ α ( XY )

XY α = X (Y α )↔ ( α Y † ) X † = α Y † X †
DC

o que fornece

( XY )† = Y †X † .

c. Uma função de operador pode ser escrita na forma de série de potências.


Assim, como


xn
ex = ∑ ,
n =0 n!

podemos escrever a função acima como :


in
[ f ( A) ] = 1+ if ( A) − 1 [ f ( A) ]2 − [ f ( A) ]3 + ...
i
=∑
( A) n
e if
n =0 n ! 2! 3!

Fazendo e if ( A) atuar em um autoket de A , a saber, a , obtemos :

1
e if ( A) a = a + if ( A) a − [ f ( A) ]2 a − i [ f ( A) ]3 a + ... (1)
2! 3!

Para saber o efeito de f ( A) sobre a , vamos expandir f ( A) em serie de


Taylor em torno do origem :

f ( A) = ∑ cn An
n=0

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