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Quimica - I

Introdução
Química: Uma Ciência para o Séc. XXI

Energia e Ambiente Alimentação e Agricultura


• Combustíveis fósseis • Colheitas geneticamente
modificadas
• Biocombustíveis
• Pesticidas naturais
• Energia solar
• Fertilizantes especializados
• Energia nuclear

Materiais e Tecnologia Saúde e Medicina


• Polímeros, cerâmicas, cristais • Sistemas sanitários
líquidos
• Cirurgia com anestesia
• Supercondutores à temperatura
ambiente? • Vacinas e antibióticos

• Computação molecular •Sistemas de nanodelivey


Propriedades dos elementos da
tabela periódica
4
Número atómico (Z) = n.º de protões no núcleo
Número de massa (A) = n.º de protões + n.º de neutrões
= n.º atómico (Z) + n.º de neutrões

Os isótopos são átomos do mesmo elemento (X)


com diferentes números de neutrões no seu núcleo

Número de massa A
ZX
Símbolo do elemento
Número atómico

1 2 3
Usado nas 1H 1H (D) 1H (T)
reatores Não tem as
nucleares propriedades
235 238
92 U 92 U necessárias para
estas aplicações
5
Todos os átomos têm no núcleo protões e neutrões

Excepção

Hidrogénio Deutério Trítio

Num átomo neutro o nº de protões = nº electrões


6
Mundo Micro Mundo Macro
átomos e moléculas (u) (grama)

Massa atómica é a massa de um átomo em


unidades de massa atómica (u).

Por definição:
1 átomo 12C «pesa» 12 u

Nesta escala:
1H = 1,008 u
Massa do protão - 1,007582 u
16O = 16,00 u
Massa do neutrão - 1,008930 u
7
Lítio é:
7,42% 6Li (6,015 u)
92,58% 7Li (7,016 u)

Massa atómica média do lítio:

7,42 × 6,015 + 92,58 × 7,016


= 6,941 u
100

Massa molar M(Li)=6,941 g mol-1


Tabela periódica dos elementos químicos 8

Convenção actual da IUPAC (Internacional Union of Pure and Applied Chemistry)

Quadro em
que os
elementos
com
propriedades
físicas e
químicas
semelhantes
estão
agrupados

Elementos representativos → blocos s e p


Elementos de transição → bloco d
Lantanídeos e Actinídeos → bloco f

nº de electrões de valência do bloco p = (nº do grupo – 10)


• Números quânticos atómicos (n,l,ml,ms)
9

• n – nº quântico principal n = 1, 2, 3, 4,........


• [dimensão espacial]

• l - nº quântico secundário ou angular l = 0, 1, 2, 3,..... n - 1


• [forma] s, p, d, f,.......

• ml – nº quântico magnético ml = l, l - 1, l - 2,........ – l


• [orientação]
• s l=0 ml = 0
• p l=1 ml = 1, 0, -1
Para um certo valor
• d l=2 ml = 2, 1, 0, -1, -2
de l há (2l+1) valores
• inteiros de m f l=3 ml = 3, 2, 1, 0, -1, -2, -3
l
• g l=4 ml = 4, 3, 2, 1, 0, -1, -2, -3, -4

• ms - momento angular de spin ms = + ½, - ½


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Orbitais atómicas
n l ml nº orbitais
por n
1 0 0 s 1
2 0 0 s 4
1 1,0,-1 px+py+pz
3 0 0 s 9
1 1,0,-1 p+p+p
2 2,1,0,-1,-2 d+d+d+d+d
4 0 0 s
1 1,0,-1 p+p+p 16
2 2,1,0,-1,-2 d+d+d+d+d
3 3,2,1,0,-1,-2,-3 f+f+f+f+f+f+f
5 0 0 s 25
1 1, 0, -1 p+p+p
2 2,1,0,-1,-2 d+d+d+d+d
3 3,2,1,0,-1,-2,-3 f+f+f+f+f+f+f
4 4,3,2,1,0,-1,-2,-3,-4 “g+g+g+g+g+g+g+g+g”
- Princípio de energia mínima – são preenchidas em primeiro lugar orbitais de mais baixa energia

- Princípio de exclusão de Pauli – numa orbital só podem entrar 2 electrões e com spins anti-paralelos
Equação de Onda de Schrodinger 11

Y = f(n, l, ml, ms) 4 números quânticos

Dimensão da Forma da Orientação


orbital orbital espacial

Y 2 – probabilidade de encontrar o electrão no espaço

“Y 2”

A orbital 3s é mais penetrante que a 3p e que a 3d – o electrão tem maior probabilidade de se aproximar do núcleo
12
l = 1 (orbitais p)

Cada orbital p pode entender-se como 2 lóbulos em lados opostos do núcleo

l = 2 (orbitais d)
13
l = 3 (orbitais f)
14
Nº quântico de spin

ms = +½ ms = -½
Princípio de exclusão de Pauli — nenhum par de electrões
num átomo pode ter os quatro números quânticos iguais.
15

1s < 2s < 2p < 3s < 3p < 4s < 3d < 4p < 5s < 4d < 5p < 6s
16
Preenchimento de orbitais pelas regras de Wiswesser:

- As orbitais de um átomo neutro são preenchidas por ordem crescente de valor de (n + l)

- Para igual valor de (n + l) é preenchida a orbital de mais baixo valor de n

Orbital n l n+l Ordem de preenchimento


1s 1 0 1 1s
2s
2s 2 0 2
2p
2p 1 3
3s
3s 3 0 3 3p
3p 1 4 4s
3d 2 5 3d
4p
4s 4 0 4 5s
4p 1 5 4d
4d 2 6 5p
4f 3 7 6s
5s 5 0 5 ...
5p 1 6 ...
5d 2 7 ...
5f 3 8
5g 4 9
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Regra de Hund – para orbitais degeneradas (com a mesma energia), só se


verifica o acoplamento de 2 electrões na mesma orbital, com spins anti-
paralelos depois de todas as orbitais degeneradas terem 1 electrão.

Os electrões distribuem-se por orbitais degeneradas (de igual energia),


mantendo os spins paralelos.

A entrada de um segundo electrão na mesma orbital origina sempre uma


certa repulsão entre ambos.


↑ ↑ ↑ ↑↓ ↑ ↑


↑ ↑ ↑ ↑ ↑ ↑↓ ↑ ↑ ↑ ↑
18
Carga Nuclear Efectiva (Zeff ) ― «carga positiva sentida»
por um dado electrão.

Zeff = Z – s 0 < s < Z (s = efeito de blindagem)

Valores aproximados da carga nuclear efectiva “sentida” por um electrão de valência

Z Core Zeff

Na 11 10 1

Mg 12 10 2

Al 13 10 3

Si 14 10 4
19

Regras de Slater: O eletrão no raio r experimenta uma repulsão da


carga total no interior da esfera com raio r; a carga no
exterior daquele raio tem um efeito resultante nulo.

Carga nuclear efetiva, Zeff = Z − S

Z = carga nuclear
S = constante de blindagem

Considere um eletrão particular numa orbital ns ou np:


❖ (ns, np) contribui S = 0.35
❖ Cada eletrão no nível (n-1) contribui S = 0.85
❖ Cada eletrão no nível (n-2) ou níveis inferiores contribui S = 1.00

Considere um eletrão particular numa orbital nd ou nf:


❖ Qualquer outro eletrão no nível (nd, nf) contribui S = 0.35
❖ Cada eletrão em níveis inferiores ao nível em causa contribui S = 1.00
20

Exemplo com um eletrão de valência no oxigénio: O, Z = 8


Configuração eletrónica: 1s2 2s2 2p4

a)(1s2) (2s2 2p4)

b)s = (2 * 0.85) + (5 * 0.35) = 3.45


1s 2s,2p
Z* = Z - s

Z* = 8 – 3.45 = 4.55

Este é retido com cerca de 57% da força que se esperaria para um


núcleo com carga +8.
Carga nuclear efectiva para cada electrão 21
H He

Z 1 2

1s 1,0 1,69

Li Be B C N O F Ne

Z 3 4 5 6 7 8 9 10
1s 2,69 3,68 4,68 5,67 6,66 7,66 8,65 9,64
2s 1,28 1,91 2,58 3,22 3,85 4,49 5,13 5,76
2p 2,42 3,14 3,83 4,45 5,10 5,76

Na Mg Al Si P S Cl Ar

Z 11 12 13 14 15 16 17 18
1s 10,63 11,61 12,59 13,57 14,56 15,54 16,52 17,51
2s 6,57 7,39 8,21 9,02 9,82 10,63 11,43 12,23
2p 6,80 7,83 8,96 9,94 10,96 11,98 12,99 14,01
3s 2,51 3,31 4,12 4,90 5,64 6,37 7,07 7,76
3p 4,07 4,29 4,89 5,48 6,12 6,76
22

Carga Nuclear Efectiva dos electrões de valência(Zeff)

aumento de Zeff
aumento de Zeff
23
Raios
1- Raio atómico/”raio metálico” – metade da distância entre 2 átomos vizinhos
iguais no metal sólido - ligação metálica.
ex: Na, Fe , Ca,…

2- raio covalente – metade da distância entre 2 átomos vizinhos iguais, numa


ligação covalente.
ex: H2, Cl2, O2
- tem que se ter em conta o facto de poder haver ligações múltiplas
- o valor do raio covalente varia com o nº de coordenação

3- raio de Van der Waals - meia distância entre 2 átomos vizinhos iguais que
não estejam ligados por nada a não ser forças de Van der Waals.
ex: Ne, Kr, Xe,….

4 - Raios iónicos - raios dos iões


Raio iónico – calcula-se através da distância internuclear entre o catião e o
anião num cristal iónico – ligação iónica.
ex: MgO
r(O2-) =1,4 Å
r(Mg2+) = ro(Mg-O) – r(O2-)
ro - distância internuclear de equilíbrio
24
Raio atómico /pm
picómetro 10-12 metro

Período 5

Período 2

Período

Raio atómico:
- aumenta à medida que se desce no grupo
- diminui ao longo do período
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Raios iónicos/Å

Li+(4) Be2+(4) B3+(4) C N3- O2-(6) F-(6)


0,59 0,27 0,12 1,71 1,40 1,33
Na+(6) Mg2+(6) Al3+(6) Si P3- S2-(6) Cl-((6)
1,02 0,72 0,53 2,12 1,84 1,81
K+(6) Ca2+(6) Ga3+(6) Ge As3- Se2-(6) Br-(6)
1,38 1,00 0,62 2,22 1,98 1,96
Rb+(6) Sr2+(6) In3+(6) Sn Sb3- Te2-(6) I-(6)
1,49 1,16 0,79 2,21 2,20
Cs+(6) Ba2+(6) Tl3+(6) Pb Bi3- Po2- At-
1,70 1,36 0,88
( n ) - nº de coordenação

Raio iónico:
- diminui da esquerda para a direita quer para os catiões quer para os aniões

O raio iónico depende:


- carga do ião
- nº de coordenação
- percentagem de carácter iónico da ligação
Energias de Ionização 26
- Ao longo do grupo a energia de ionização diminui devido ao aumento do raio atómico.
- Ao longo do período, na generalidade verifica-se um aumento da energia de ionização devido ao
aumento da carga nuclear efetiva.

Energia ionização dos elementos representativos do 2º e 3º períodos

Grupo 1 2 13(III) 14(IV) 15(V) 16(VI) 17(VII) 18(VIII)


Elemento Li Be B C N O F Ne
E.I. 519 895 799 1092 1397 1314 1699 2084
(kcal mol-1)

B - início do preenchimento das orbitais p, menos “penetrante” que a s

1s2 2s2 2px1

↑↓ ↑↓ ↑
O – início do emparelhamento dos electrões das orbitais p

1s2 2s2 2px2 2py1 2pz1

↑↓ ↑↓ ↑↓ ↑ ↑
Energias de Ionização 27

Energia de ionização – energia mínima para remover um electrão de


um átomo na fase gasosa, no seu estado fundamental.

A(g) → A+ (g) + e- (g)


1 eV = 96,49 kJ mol-1

Período
1
2
3
4

Grupo 1 2 13 14 15 16 17 18
28
Energias de ionização em eV

Grupo Elemento EI1 EI2 EI3 EI4

1 Li 5,4 75,6

Na 5,1 47,3 A mudança da ordem de


grandeza das energias de
K 4,3 31,6
ionização de um elemento
2 Be 9,3 18,2 153,9 químico poderá servir para

Mg 7,9 15,0 80,1 identificar o grupo do mesmo.


Ca 6,1 11,9 50,1

3 B 8,3 25,1 38,0 259,4


Al 6,0 18,8 28,4 120,0
Ga 6,0 20,5 30,7 64,0
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Afinidade Eletrónica
Afinidade eletrónica - avalia a afinidade de um átomo por um eletrão e
corresponde ao valor simétrico da variação de energia que ocorre quando um
eletrão é aceite por um átomo no estado gasoso para originar um anião.
Simétrico da Convenção Termodinâmica
AE > 0 consumo de energia
A(g) + e - → A- (g) AE < 0 libertação de energia
Convenção Termodinâmica:
Entalpia de adição de um eletrão → ΔHoAE
ΔHoAE = - AE

F (g) + e– F–(g) DH = –328 kJ/mol AE = +328 kJ/mol


Electroafinidades/eV
H He
0,754 -0,5

Li Be B C N O F Ne
0,618 -0,5 0,277 1,263 -0,07 1,461 3,399 -1,2
-8,75
Na Mg AI Si P S CI Ar
0,548 -0,4 0,441 1,385 0,747 2,077 3,617 -1,0
-5,51
K Ca Ga Ge As Se Br Kr
0,502 -0,3 0,30 1,2 0,81 2,021 3,365 -1,0

Rb Sr In Sn Sb Te I Xe
0,486 -0,3 0,3 1,2 1,07 1,971 3,059 -0,8
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Eletronegatividade
Quando 2 átomos diferentes estão ligados por uma ligação covalente, os eletrões
partilhados na ligação não são igualmente atraídos pelos 2 núcleos desses átomos,
geralmente são mais atraídos por um deles - o mais eletronegativo.
Electronegatividades de Pauling
F F

Período
2
3
4
5

Grupo 1 2 13 14 15 16 17

Eletronegatividade:
- aumenta ao longo do período
- diminui à medida que se desce no grupo
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Compostos iónicos de metais de transição


– os numerais romanos indicam cargas positivas

FeCl2 2 Cl– = –2 então Fe é +2 Cloreto de ferro(II)


ou cloreto ferroso

FeCl3 3 Cl– = –3 então Fe é +3 Cloreto de ferro(III)


ou cloreto férrico

Cr2S3 3 S2- = –6 então Cr é +3 (6/2) Sulfureto de crómio(III)


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Número de oxidação
A carga que o átomo teria numa molécula (ou num composto iónico)
se os electrões fossem transferidos completamente.

1. Elementos livres (estado não-combinado) têm o número


de oxidação zero.

Na, Be, K, Pb, H2, O2, P4 = 0

2. Em iões monoatómicos, o número de oxidação é igual


à carga no ião.

Li+, Li = +1; Fe3+, Fe = +3; O2–, O = –2

3. O número de oxidação do oxigénio é normalmente –2.


No H2O2 e no O22– é –1.
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4. O número de oxidação do hidrogénio é +1 excepto quando está
ligado a metais em compostos binários. Nestes casos, o seu
número de oxidação é –1, ( ex: NaH).

5. Os metais do Grupo IA são +1, os metais do IIA são +2 e o fluor é


sempre –1.

6. A soma dos números de oxidação de todos os átomos numa


molécula ou num ião é igual à carga na molécula ou no ião.

Números de oxidação de todos


os átomos no HCO3– ?

O = –2 H = +1

3 × (–2) + 1 + ? = –1

C = +4

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