Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
OLDAIR ZANCHI
Florianópolis
2021
OLDAIR ZANCHI
Florianópolis
2021
OLDAIR ZANCHI
______________________________________________________
Professor e orientador Aldo Nunes da Silva Junior, Especialista
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Professor Julian Salvan, Mestre
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
Professor Wânio Wiggers, Mestre
Universidade do Sul de Santa Catarina
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte
ideológico e referencial conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade do Sul de
Santa Catarina, a Coordenação do Curso de Direito, a Banca Examinadora e o Orientador de
todo e qualquer reflexo acerca deste Trabalho de Conclusão de Curso.
Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em caso de
plágio comprovado do trabalho monográfico.
____________________________________
OLDAIR ZANCHI
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, que
me conduziu até este momento. À minha esposa
Carin pelo apoio incondicional. Aos nossos
filhos, heranças de Deus, Heitor e Giovana, nos
quais reside minha convicção de fazer o melhor.
Aos meus pais, Iria e Rosalino, pela vida e pelos
valores a mim transmitidos.
AGRADECIMENTOS
AGRADECIMENTO ESPECIAL
Minha amada esposa Carin Ranha de Almeida Coelho Zanchi, pessoa ímpar na minha
vida, que, além de me presentear com nossos preciosos filhos, foi quem primeiro me motivou
seguir essa nova faculdade. Nos meus momentos de angústia, usava sua principal arma, a
oração, cobrindo não só a retaguarda, mas também a frente de batalha. Nenhuma oração foi em
vão, toda palavra proferida se fez matéria, caminhos foram abertos, seguindo em frente, sem
retroceder, pedras removidas e transformadas em pavimento. Carin, sem teu amor essas
palavras não seriam possíveis. Te amo. Muito obrigado.
Meus pequenos, agora não tão pequenos, Heitor de Almeida Coelho Zanchi e Giovana
de Almeida Coelho Zanchi, Deus nos deu como herança, junto com a responsabilidade de
educar e fazer o melhor, repassando os valores cristãos, proporcionando as ferramentas
necessárias para formar o caráter, contribuindo assim na construção de uma sociedade mais
justa e equilibrada.
“[...] inteligência não é ficar espionando a vida das pessoas; inteligência é dotar o
governo de pessoas, de instituições que lhe permitam tomar decisões adequadas nos momentos
devidos” (General Fernando Cardoso).
RESUMO
AI – Agência de Inteligência
AISP – Atividade de Inteligência de Segurança Pública
CGI – Coordenação-Geral de Inteligência
CIAI – Curso de Introdução à Atividade de Inteligência
COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras
COPEI – Coordenação Geral de Pesquisa e Investigação
COSISP – Coordenação-Geral de Integração ao Subsistema de Inteligência de Segurança
Pública
CP – Código Penal
CPP – Código de Processo Penal
CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil
CSP – Contrainteligência de Segurança Pública
DNISP – Doutrina Nacional de Segurança Pública
ENINT – Estratégia Nacional de Inteligência
ENISP – Estratégia Nacional de Inteligência de Segurança Pública
GSI – Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República
ISP – Inteligência de Segurança Pública
MD – Ministério da Defesa
MDIN – Ministério da Defesa e da Integração Nacional
ME – Ministério da Economia
MJSP – Ministério da Justiça e Segurança Pública
MPSC – Ministério Público de Santa Catarina
OB – Ordem de Busca
PB – Pedido de Busca
PC – Polícia Civil
PF – Polícia Federal
PM – Polícia Militar
PNI – Política Nacional de Inteligência
PNISP – Política Nacional de Inteligência de Segurança Pública
PNSPDS – Política Nacional de Segurança Pública e Desenvolvimento Social
PRF – Polícia Rodoviária Federal
RB – Relatório de Busca
RELINT – Relatório de Inteligência
RI – Relatório Interno
RT – Relatório Técnico
SENASP – Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça
SFICI – Serviço Federal de Informações e Contrainformações
SISNI – Sistema Nacional de Informações
SISP – Subsistema de Inteligência de Segurança Pública
SNI – Serviço Nacional de informações
SRF – Secretaria da Receita Federal
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí
LISTA TABELAS
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 16
2 PROCESSO PENAL ........................................................................................................ 19
2.1 SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS ............................................................................ 19
2.1.1 Sistema Inquisitivo ...................................................................................................... 20
2.1.2 Sistema Acusatório ...................................................................................................... 20
2.1.3 Sistema Misto ............................................................................................................... 22
2.2 INVESTIGAÇÃO CRIMINAL ....................................................................................... 22
2.3 DAS PROVAS ................................................................................................................. 24
2.3.1 Princípios Aplicáveis ................................................................................................... 25
2.3.2 Fontes, Meios e Espécie de Provas ............................................................................. 26
2.3.2.1 Da Prova Oral ............................................................................................................. 27
2.3.2.2 Da Prova Documental................................................................................................. 28
2.3.2.3 Da Prova Pericial ........................................................................................................ 29
3 ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA ............................ 31
3.1 CONCEITO ..................................................................................................................... 31
3.2 DOUTRINA E LEGISLAÇÃO ....................................................................................... 33
3.3 AGÊNCIA DE INTELIGÊNCIA .................................................................................... 35
3.3.1 Estrutura Organizacional ........................................................................................... 37
3.3.2 Profissional de Inteligência ......................................................................................... 40
4 O RELINT E AS PROVAS DO PROCESSO PENAL.................................................. 43
4.1 PROCESSO DE PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO ................................................. 43
4.1.1 Metodologia de Produção de Conhecimento ............................................................ 44
4.1.1.1 Do Planejamento ........................................................................................................ 45
4.1.1.2 Da Reunião de Dados ................................................................................................. 46
4.1.1.3 Do Processamento ...................................................................................................... 47
4.1.1.4 Da Formalização e Difusão ........................................................................................ 49
4.1.2 Documentos de Inteligência ........................................................................................ 49
4.1.2.1 Dos Documentos Externos ......................................................................................... 50
4.1.2.2 Dos Documentos Internos .......................................................................................... 51
4.1.2.3 Da Padronização dos Documentos ............................................................................. 51
4.1.3 Compartimentação ...................................................................................................... 52
4.1.4 Relatório de Inteligência (RELINT) .......................................................................... 53
4.2 A (IN)APLICABILIDADE DO RELINT NO PROCESSO PENAL.............................. 53
4.2.1 Inteligência Policial x Investigação Criminal ........................................................... 54
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 59
16
1 INTRODUÇÃO
atos praticados na operação não corram risco de eventual contestação e se perca todo o trabalho
realizado.
Um dos artefatos produzidos pela AI é o Relatório de Inteligência (RELINT), definido
em doutrina e em legislação própria. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo a
análise de produção do RELINT, de forma a identificar os limites de utilização, destinação e a
legalidade da utilização na investigação criminal. Além disso, este estudo busca entender a
estrutura do sistema de inteligência do Brasil bem como das AIs e a metodologia de trabalhos
dos Agentes de Inteligência, verdadeiros soldados do silêncio.
Esta monografia segue as orientações definidas pelo Método de Abordagem Dedutivo,
de natureza qualitativa. A partir de uma premissa geral, o processo penal é apresentado e
conceituado, por meio da abordagem da construção de provas aptas para a decisão judicial, e,
em seguida, é feita a definição da Atividade de Inteligência junto aos órgãos da segurança
pública, identificando os documentos produzidos e sua utilização, à luz da doutrina de
inteligência.
O Método de Procedimento é o Monográfico, pesquisa bibliográfica sobre o assunto, e
documental em legislações e normas, o que trará os subsídios necessários para avançar na
pesquisa, traçando as ligações entre os assuntos de forma concisa e robusta para responder ao
problema: O RELINT pode compor um processo penal com vistas a servir como meio de prova
na persecução penal?
Quanto à primeira etapa da pesquisa, provas admitidas para instruir o processo criminal,
existe um material vasto por se tratar de disciplina obrigatória nos cursos de Direito. Entretanto,
no que tange à atividade de inteligência, configura uma literatura mais restrita, seja na norma
legal, seja no meio acadêmico, trazendo à pesquisa uma seleção de material de estudo mais
apurada.
Este trabalho está estruturado em cinco seções, ou seja, introdução, três capítulos de
desenvolvimento e a conclusão.
No capítulo dois, será abordado o Processo Penal quanto aos sistemas processuais
conhecidos, à tutela processual na investigação criminal e às provas admitidas para compor o
processo penal.
No terceiro capítulo será apresentada a estrutura da atividade de inteligência de
segurança pública: as normas que regem, como é organizada e a atividade de seus agentes.
O capítulo quatro apresenta a metodologia para produção do conhecimento, os artefatos
e a difusão do conhecimento.
18
Por fim, a conclusão reforça conceitos republicanos, trazendo à baila reflexões quanto
à necessidade de instituições mais fortes, utilizando-se dos métodos eficazes de modo a proteger
e evitar ameaças, seja no campo administrativo (atentados, imagem e prejuízos materiais), seja
na preservação da vida, sem ferir o processo penal.
19
2 PROCESSO PENAL
acusação quanto para a defesa, com isonomia entre as partes do processo, como também a
transparência nos atos praticados.
Nas palavras de Nucci (2021, p. 28), o “contraditório está presente; existe a
possibilidade de recusa do julgador; há livre sistema de produção de provas; predomina a maior
participação popular na justiça penal e a liberdade do réu é a regra”.
A natureza do acusado está em negar a culpa, assim, para que o julgador seja imparcial,
entra a figura do acusador como instituição, justifica Lima (2021, p. 45) do “porquê da
existência do Ministério Público como titular da ação penal pública”. Enquanto existir a
separação das partes de acusador e julgador, a imparcialidade será garantida.
Esse sistema vigorou durante a antiguidade grega e romana, com também na Idade
Média, e teve um período de declínio a partir do século XIII quando o sistema inquisitivo
ressurgiu.
Os ordenamentos jurídicos modernos adotam a prática acusatória como regra. No Brasil,
a CRFB a acolheu explicitamente no art. 129, I, quando tornou a propositura da ação penal
pública privativa do Ministério Público (BRASIL, 1988), e no CPP , por meio do art. 3º-A, na
nova redação da pela Lei n. 13.964/2019 (BRASIL, 2019), conhecida por pacote anticrime de
2019, explicitou que a adoção do sistema processual penal “terá estrutura acusatória, vedadas a
iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de
acusação”.
O sistema acusatório pode ser encontrado na legislação de muitos países, não é infalível,
suas práticas acusatórias são utilizadas como regra, mas podem se utilizar de alguns aspectos
inquisitórios, na fase inicial de coleta de provas, dada a efetividade e a celeridade do processo.
Lima (2021, p. 46) esclarece que a:
Gestão de provas: recai precipuamente sobre as partes. Na fase investigatória, o juiz
só deve intervir quando provocado, e desde que haja necessidade de intervenção
judicial. Durante a instrução do processual, prevalece o entendimento de que o juiz
tem certa iniciativa probatória, podendo determinar a produção de provas de ofício,
desde que faça de maneira subsidiária’ (Grifo nosso).
Essa teoria reflete a igualdade entre os sujeitos, a produção de provas cabe às partes,
observados os princípios do contraditório, da ampla defesa, da publicidade, do dever da
motivação e, principalmente, o fato de que o juiz não é o gestor das provas.
22
natural da matéria, e por agentes externos ao evento, que contaminam a área do crime, elevando
o risco de redução da certeza das provas.
As provas pré-constituídas são indispensáveis, somadas a outros elementos de prova,
para formar a convicção do Membro do Ministério Público, titular da ação penal, de modo a
promover oferecimento de denúncia ao judiciário.
De acordo com Nucci (2021), o inquérito policial é uma forma de afastar dúvidas e
corrigir os rumos da investigação, evitando eventual erro judiciário, quando reunidos elementos
confiáveis contra o investigado, o equívoco na acusação se tornará raro. Ressalta-se, ainda, a
necessidade de colhimento de todas as provas possíveis e sensíveis a condições do meio
ambiente, como o exame em cadáver, ou aquelas que podem ser absorvidas no local do crime,
passíveis de desaparecimento.
Lima (2021, p. 159) destaca o caráter instrumental do inquérito policial, apontando
dupla função:
a) preservadora: a existência prévia de um inquérito policial inibe a instauração de
um processo penal infundado, temerário, resguardando a liberdade do inocente e
evitando custos desnecessários do Estado; b) preparatória: fornece elementos de
informação para que o titular da ação penal ingresse em juízo, além de acautelar meio
de prova que poderiam desaparecer com o decurso do tempo. (Grifo nosso)
A notitia criminis à Autoridade Policial dá início à investigação policial, que pode ser
de “cognição imediata”, de “cognição mediata” ou ainda “cognição coercitiva”, que, de acordo
com Tourinho Filho (2017, p. 124):
A primeira [cognição imediata] ocorre quando a Autoridade Policial toma
conhecimento do fato infringente da norma por meio das suas atividades rotineiras.
Diz-se [...] cognição mediata quando a Autoridade Policial sabe do fato por meio de
requerimento da vítima ou de quem possa representá-la, requisição da Autoridade
Judiciária ou do órgão do Ministério Público, ou mediante representação. Ela será de
cognição coercitiva nas hipóteses de prisão em flagrante, [...] toma conhecimento do
fato criminoso, o seu autor lhe é apresentado, conduzido que foi por coerção (Grifo
nosso)
individual, familiar e social, condição econômica, estado de ânimo antes, depois e durante o
crime, e outros elementos para a apreciação do seu temperamento e caráter; j) colher
informações sobre filhos, idades e se possuem alguma deficiência, e nome e do responsável
pelos cuidados dos filhos (BRASIL, 1941).
Terminado o prazo para conclusão do Inquérito Policial, a Autoridade Policial deverá
produzir um relatório minucioso com todas as informações apuradas na investigação, podendo
ainda indicar testemunhas não inquiridas, devendo ser enviado para o juiz competente. Quando
se tratar de caso de difícil elucidação, poderá a Autoridade Policial requerer a devolução dos
autos com novo prazo para realização de novas diligências. Instrução dada pelo art. 10, §§ 1º,
2º e 3º, do CPP (BRASIL, 1941).
Nesse tema, são aplicáveis outros princípios, como a da comunhão da prova, que é
comum e não pertence a nenhuma das partes; da autorresponsabilidade das partes, que assumem
as consequências da atividade ou inatividade probatória; da liberdade probatória, que
proporciona a mais ampla liberdade probatória, seja quanto ao tipo, meios e ao tempo de sua
apresentação; e o princípio do favor rei, que equilibra as forças do acusador e todo o seu aparato
governamental, em favor da parte menor do processo penal, com mecanismos e aparatos
normativos em favor do acusado, conferindo tratamento desigual aos desiguais de modo a
alcançar a igualdade, com recurso como a interpretação da prova em favor do réu, absolvição
por falta de provas, revisão criminal pro reo, entre outras (TOURINHO FILHO, 2017).
Das espécies de provas, conceitua Nucci (2021) o corpo de delito como a existência do
crime, a materialidade; exame de corpo de delito é a prova pericial da materialidade do crime;
interrogatório é o ato em que o réu ou o indiciado apresenta a sua versão dos fatos, na frente da
autoridade policial ou do juiz, podendo ficar em silêncio; confissão é a admissão de culpa de
forma voluntária, diante de autoridade competente em ato solene e público, e essa declaração
será reduzida a termo; testemunha, pessoa compromissada com a verdade, traz o conhecimento
de um fato juridicamente relevante à autoridade competente; reconhecimento de pessoas e
coisas é um ato formal de identificação que possa conectar ao ato ilícito indicando a culpa;
acareação é o meio pelo qual se confrontam duas pessoas que apresentaram declarações
contraditórias, objetivando extrair a verdade dos fatos; documento é a base material válida para
registrar manifestação de vontade, de um fato juridicamente relevante; indício é um fato
secundário que se relaciona com o fato principal, por raciocínio indutivo-dedutivo, desde que
conhecido e provado; busca é o trabalho desenvolvido por agentes públicos na investigação, a
fim de descobrir algo útil ao processo criminal; apreensão é o ato de tomar algo de alguém ou
de algum lugar, de coisa ou pessoa, visando a prova ou preservação, seja do bem ou da pessoa.
de “afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha [...]” tem previsão de pena
de reclusão, de dois a quatro anos, mais multa (BRASIL, 1940).
O depoimento somente terá valor jurídico se respeitadas as condições de ampla defesa.
A ausência das partes no momento da coleta de depoimento, seja no escritório do Advogado,
seja no gabinete do Promotor de Justiça, ou mesmo no gabinete do Juiz, inviabilizada a prova,
tornando ilícita e não será admitida no processo. Nas palavras de Nucci (2021), mesmo quando
o magistrado entender necessário colher algum depoimento de ofício (art. 209 do CPP), deverá
designar audiência própria, com ciência tanto para acusação como para a defesa.
A prova documental é a forma de expressar a verdade dos fatos em uma peça, seja
escrita, gráfica, filme, esquemas, e-mail, carta, planilha, croquis, mídias digitais etc., isto é, que
expresse pensamento ou vontade humana, que venha provar um fato ou acontecimento
juridicamente relevante. Admite-se a juntada da prova documental em qualquer fase processual,
com a ciência das partes, exceto quando a lei proibir, ou seja, pelo art. 479 do CPP, o qual não
permite, durante um julgamento, a leitura ou exibição de documento se este não tiver sido
juntado três dias úteis antes, para ciência da outra parte (BRASIL, 1941).
Tourinho Filho (2017, p. 635) reitera que documento é qualquer coisa representativa de
um fato, dividido quanto à forma:
escritos: são os documentos que tomam corpo no papel em que são escritos;
gráficos: quando os fatos ou ideias são representados “por sinais gráficos diversos
da escrita: desenhos, pinturas, cartas topográficas etc.”;
diretos: quando o fato representado se transmite diretamente para a coisa
representativa – fotografia, cinematografia, microfotografia etc. (Grifos no original)
São admitidos no processo penal os documentos anônimos, aqueles que não têm
identificação da autoria e, nestes casos, a avaliação do juiz determinará o valor da prova, que
poderá ter um peso menor do que um documento nominado.
É importante destacar que o documento anônimo não será descartado, uma vez que o
art. 232 do CPP menciona que qualquer forma documental que descreve um fato com relevância
jurídica configura prova (BRASIL, 1941).
Segundo Tourinho Filho (2017), perícia é um exame executado por pessoa capacitada
em determinados conhecimentos técnicos, científicos, ou experiência qualificada sobre
determinados fatos, condições pessoais ou circunstâncias relevantes para o desembaraço de
determinada missão, de modo a promover a comprovação ou não de um fato.
A perícia tem natureza variada, atua em áreas com o propósito de determinar a
insanidade mental do acusado, faz análises laboratoriais, faz análise e determinação de
instrumentos utilizados na cena do crime, além de, o mais importante, faz a atividade de perícia
do corpo de delito.
O profissional que desenvolve a perícia é o Perito, o qual pode ser servidor de carreira
pública, com diploma superior (art. 159 do CPP), chamado Perito oficial. No entanto, na
ausência do Perito oficial, o exame pericial será realizado por dois profissionais idôneos, com
curso superior, preferencialmente na área técnica em que se pretende periciar, devendo ainda
prestar compromisso de bem desenvolver suas atividades (art. 159, §§ 1º e 2º), chamados de
Peritos não oficiais (BRASIL, 1941).
Ambos os peritos serão remunerados, tanto o oficial pela função pública quanto o não
oficial pelo órgão requerente da perícia, seja o Ministério Público, seja a Defensoria Pública,
ou mesmo pelo Poder Judiciário, quando o juiz determinar por ofício. A fundamentação para o
pagamento do perito não oficial está no art. 3º do CPP, que admite interpretação analógica dos
princípios gerais de direito (BRASIL, 1941), aplicando assim o art. 91 do CPC (BRASIL,
2015b).
Cabe às autoridades, judiciária ou policial, e às partes a iniciativa para o pedido de
perícia, que, de acordo com Tourinho Filho (2017, p. 587):
A Autoridade Policial tem, até, o dever jurídico de determinar, se for o caso, a
realização de exames periciais (CPP, art. 6º, VII). A Autoridade Judiciaria não tem
tal dever, possuindo, entretanto, inteira liberdade de determinar que se procedam a
quaisquer exames periciais. Respeitante às partes, poderão requerê-los àquelas; mas
30
Quando o juízo determinar a produção de provas periciais, essa deverá vir acompanhada
das perguntas (quesitos) ao perito, formulada pelo juiz e pelas partes (art. 159, § 3º, do CPP),
devendo ser encaminhada antes da diligência (BRASIL, 1941). A participação dos envolvidos
na produção dos quesitos é de fundamental importância para o esclarecimento da verdade como
também para garantir a ampla defesa e o contraditório.
Importante destacar que na fase extrajudicial são realizados inúmeros laudos periciais,
por determinação da autoridade policial, sem a participação das partes.
O primeiro trabalho de perícia no local do crime, realizada logo após o isolamento da
área, com a verificação do cadáver, dos instrumentos do crime, das análises toxicológicas e da
dosagem alcoólica dos envolvidos, sem a presença e participação das partes do caso, não
caracteriza a violação dos princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
Segundo Nucci (2021 p.247):
O direito à escorreita produção de provas é inafastável, mesmo reconhecendo-se que
aguardar seria pior, pois os sinais deixados pelo delito poderiam desaparecer. Para
compor os interesses de efetivação do laudo em curto espaço de tempo e de
participação dos interessados na discussão do seu conteúdo, pode haver
complementação da perícia, sob o crivo do contraditório, respeitando-se o devido
processo legal.
Para efetivação de um ato público, existem análises minuciosas para a tomada de decisão
de forma segura. Quanto mais elevado o cargo, mais importante será o conhecimento produzido
por órgão de inteligência e maior a necessidade do assessoramento para a entrega dos artefatos
de inteligência, estes fundamentais para a subsidiar a tomada de decisão.
O escopo de abrangência dos assuntos para produção de conhecimentos por uma AI
pode variar os assuntos internos (nacionais) como nos externos (internacionais), conhecimentos
específicos de eventuais ameaças reais ou potenciais como também em análises preditivas,
buscando a neutralização do evento danoso.
A autoridade necessita do conhecimento completo sobre determinado alerta, na forma
de relatório, com informação tratada dentro de metodologia própria, a qual dará discernimento
entre oportunidades e ameaças, graus de riscos, e se de interesses do Estado, da sociedade ou a
integridade da própria autoridade.
Recentemente foi publicado, no Diário Oficial da União, o Decreto n. 10.777, de 24 de
agosto de 2021, que instituiu a Política Nacional de Inteligência de Segurança Pública (PNISP).
O referido instrumento legal estabelece parâmetros e limites da atuação da Atividade de
Inteligência de Segurança Pública (AISP) (BRASIL, 2021b), no âmbito do Subsistema de
Inteligência de Segurança Pública (SISP). No mesmo Diário Oficial da União, também foi
publicado o Decreto n. 10.778, de 24 de agosto de 2021, que aprovou a Estratégia Nacional de
Segurança Pública (ENISP) (BRASIL, 2021c).
A PNISP é a diretriz mais elevada de orientação para AISP, nela estão observados os
princípios fundamentais da Constituição, com base na Política Nacional de Inteligência (PNI)
e nos fundamentos da Doutrina Nacional de Segurança Pública (DNISP).
Já a ENISP, de caráter orientativo, visa consolidar conceitos e identifica os principais
desafios para a AISP, define ainda os eixos estruturantes e os objetivos estratégicos, de modo a
antecipar as ameaças e identificar oportunidade para o melhor aproveitamento
3.1 CONCEITO
A AISP é regida pela Doutrina Nacional de Segurança Pública (DNISP), que nada mais
é que um conjunto de conceitos, características, princípios, valores, normas, métodos,
procedimentos, ações e técnicas que orientam e disciplinam, numa linguagem especializada,
32
A inteligência tem como natureza complementar ser meio, jamais fim, ou seja, todo o
trabalho desenvolvido visa assessorar no processo decisório, e não a agência decidir. Nesse
sentido, Márcio Paulo Buzanelli, Diretor-Geral da ABIN entre 2005 e 2007, assinalou os
chamados fundamentos filosóficos da inteligência como “[...] instrumento fundamental para a
tomada de decisão [...] natureza complementar [...] meio e não fim [...] acesso direto a chefia
[...] adequar-se a uma política e servir-se de instrumento a estratégia [...]” (GONÇALVES,
2017, p. 27).
Desse modo, a inteligência não decide, inteligência é o próprio processo de produção de
conhecimento.
A Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) também foi criada pela Lei n. 9.883/1999
como órgão da Presidência da República, ocupando posição de central do SISBIN, com a
responsabilidade de planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar todas as atividades
de inteligência do país (BRASIL, 1999a).
O Decreto n. 4.376, de 13 de setembro de 2002, veio regulamentar a organização e o
funcionamento do SISBIN, composto, segundo o art. 4º, das mais diversas áreas do Poder
Executivo Federal, com representantes de todos os Ministérios nas estruturas administrativas,
variando entre Secretarias, Diretorias, Centros de Inteligência, Departamento e Institutos. Tem
cadeira no SISBIN a Controladoria-Geral da União, a Advocacia-Geral da União e o Banco
Central e fazem parte de sua composição os órgãos de inteligência dos Estados Membros,
mediante convênio específico, e desde que ouvido o órgão de controle externo da AISP
(BRASIL, 2002).
O plano de cargos e salários da ABIN, Lei n. 11.776/2008, criou as carreiras de Oficial
de Inteligência, Oficial Técnico de Inteligência, Agente de Inteligência e Agente Técnico de
Inteligência (BRASIL, 2008). Recentemente a estrutura regimental e o quadro de cargos e
funções de confiança foram atualizados pelo Decreto n. 10.445, de 30 de julho de 2020
(BRASIL, 2020a).
No arcabouço normativo, tem-se as já citadas PNISP, ENISP e PNI (Decreto n.
8.793/2016), esta última inserida no debate legislativo em 9/12/2009, retornando ao Executivo
somente em 2016, quando o então Presidente da República Michel Miguel Elias Temer Lulia
fez publicar o decreto (BRASIL, 2016a). Esse ato, segundo Gonçalves (2017, p. 138), “trouxe
novo fôlego à Inteligência no Brasil”.
O Subsistema de Inteligência de Segurança Pública (SISP) foi criado pelo Decreto n.
3.695/2000, com a finalidade, segundo o art. 1º, de coordenar as atividades de inteligência de
segurança pública em todo o país, além de subsidiar os governos federal e estadual com
informações pertinentes à tomada de decisão. No mesmo ato foi criado o Conselho Especial do
SISP, com atribuições definidas no art. 4º, que compete propor a integração dos órgãos de
inteligência de segurança pública dos Estados e do Distrito Federal; estabelecer as normas de
operação e de coordenação da AISP; acompanhar e avaliar o desempenho da AISP; e constituir
comitês técnicos para analisar matérias específicas, podendo convidar especialistas para opinar
sobre o assunto (BRASIL, 2000).
A Portaria n. 1.185, de 20 de dezembro de 2017, aprovou o regimento interno da
Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), que tem atribuições de interesse da AISP.
Além das atribuições diretamente ligadas à segurança pública, possui aquelas de interesse direto
35
AI é uma estrutura administrativa própria, com vínculo no setor público, podendo ser
da esfera estadual ou federal, integrantes do SISBIN e do SISP, e seus artefatos são destinados
a uma autoridade com poder de decisão específico. Essas agências são conhecidas por Agência
de Inteligência (AI), Superintendência (braço estadual da ABIN), Centro de Inteligência (CI),
Núcleo de Inteligência (NuInt), Divisão de Inteligência (DI), Setor de Inteligência, Assessoria
de Inteligência, entre outros.
36
Para que uma AI seja estruturada e considerada como tal, obrigatoriamente deverá
possuir dois ramos de atuação, conforme o anexo único do Decreto n. 10.777/2021: de
Inteligência de Segurança Pública (ISP), que produz e difunde os conhecimentos para subsidiar
as autoridades de segurança pública competentes, no processo decisório, para o planejamento e
a execução das políticas de segurança pública; e de Contrainteligência de Segurança Pública
(CSP), que busca prevenir, detectar, neutralizar e obstruir as ações identificadas como ameaças
às AISP, na atuação dos órgãos de segurança pública e nos dados sensíveis em poder do Estado
(BRASIL, 2021b).
No campo das atividades de inteligência, existem áreas distintas para as mais diversas
análises de informação, podem ser categorizadas por áreas de interesse, ou seja: política;
militar; científica e técnica; sociológica; econômica; e ambiental. Porém, existem outras
classificações, dadas por outros autores: inteligência nacional; inteligência estratégica;
inteligência tática; inteligência externa; inteligência doméstica ou interna; contraespionagem;
militares; e não militares. Nesse contexto, Gonçalves (2017, p. 31) identifica um número mais
amplo de categorias:
[...] a inteligência militar, inteligência policial (associada à análise criminal),
inteligência fiscal, inteligência econômica e financeira, inteligência competitiva, a
inteligência estratégica e, no cerne da atividade, inteligência governamental ou de
Estado, a qual pode ser subdividida em interna e externa.
Figura 1- SISBIN
Presidência
da República
GSI
Órgão
Central
ABIN
Agência
Central
A imagem demostra a ABIN como Agência Central, que está diretamente subordinada
à Presidência da República, por meio do GSI. A estrutura organizacional da ABIN está dividida
em órgãos de assistência direta e imediata ao Diretor-Geral da ABIN, composta por: gabinete;
assessorias de governança e relações internacionais; Corregedoria-Geral; e Secretaria de
Planejamento e Gestão. As unidades para assuntos específicos: Centro de Inteligência Nacional
(CIN); Departamento de Inteligência (DI); Departamento de Contrainteligência (DC); e
Departamento de Operações de Inteligência (DOI). Na estrutura ainda consiste das unidades
estaduais (BRASIL, 2020a).
O Sistema Brasileiro de Inteligência (SISBIN), instituído pelo Decreto n. 4.376/2002,
visando organizar e coordenar as AISP, é formado por órgãos delegados: Casa Civil da
Presidência da República; do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República;
38
Ministério da
Agência Brasileira de Inteligência Controladoria-Geral da União
Defesa
Ministério das
Ministério do Meio Ambiente
Relações Exteriores
Ministério da Agricultura,
Ministério da Saúde
Pecuária e Abastecimento
Gabinete de
Segurança
Institucional
Polícia Militar
Ministério de Unidades
Integração Federativas Polícia Civil
Nacional
Demais Órgãos
Órgão
Central
Polícia Federal
Ministério da
Ministério de Justiça e
Segurança Polícia Rodoviária Federal
Defesa
Pública
Demais Órgãos
Ministério
da Fazenda
Para o êxito da AISP, além dos princípios fundamentais que deverão ser seguidos “à
risca” pelos profissionais de ISP, destaca-se a ética profissional, que é fundamental para manter
o respeito e a seriedade dos trabalhos de uma AI. A ética fortalece o regime democrático de
direito, eleva a qualidade do trabalho, reduzindo a zero o risco de uso indevido de informação
sigilosa, fazendo cumprir com excelência seu papel de órgão de assessoramento.
O trabalho do profissional de inteligência na análise de dados obtidos na internet, ou
seja, fontes abertas, que, por um lado ampliou o alcance na obtenção de informação, por outro
42
Orientação
Produção de
Difusão
conhecimento
Reunião de Formalização e
Planejamento Processamento
Dados Difusão
Consulta à
Prazo Análise Difusão
Arquivos
Finalidade
Aspectos
Essenciais
Medidas de
Segurança
Medidas
Extraordinárias
4.1.1.1 Do Planejamento
conhecimento, pois a oportunidade foi perdida. A caixa Faixa de Tempo define os marcos
temporais, data início e fim, considerados para produção do conhecimento.
A identificação do Usuário, que poderá ser a autoridade ou o órgão assessorado, como
tomador de decisão, requisitante autorizado a utilizar o conhecimento a ser produzido.
A caixa Finalidade define a que se presta o conhecimento a ser produzido e, nesse
momento, nem sempre estará claro ou mesmo existe a possibilidade de se determinar no início
do planejamento, considerando os elementos disponíveis para o estudo.
Outra caixa, os Aspectos Essenciais, são aqueles listados nos assuntos que necessitam
saber. Os assuntos conhecidos, ou seja, para os quais já existe algum tipo de resposta para as
perguntas iniciais (completas ou incompletas), que expressam algum grau de certeza, opinião
ou dúvida; assuntos a conhecer, que necessitam de novas respostas, ou novos elementos de
convicção às respostas já disponíveis.
Fazem parte do processo de planejamento as Medidas de Segurança, que visam a
proteção das ações de todo o processo de produção de conhecimento, com a definição do grau
de sigilo preliminar. Existem ainda as Medidas Extraordinárias, necessárias quando
extrapolados os recursos normais da AISP e, nesses casos, o acionamento do Elemento de
Operações, da próxima fase da metodologia, a Reunião de Dados (BRASIL, 2020c).
4.1.1.3 Do Processamento
E, por fim, o Resultado da Avaliação se dará com a formalização da análise das frações
que compõem o conhecimento e, assim, expressará o estado de certeza, de opinião ou dúvida
do Agente de Inteligência.
A caixa Análise, da fase de Processamento, somente com os dados reunidos, pertinentes
e devidamente avaliados com relação aos Aspectos Essenciais serão examinados para
estabelecer o grau de importância em relação ao assunto do planejamento.
Na Integração será formado um conjunto coerente, ordenado e lógico do conhecimento,
composto por frações significativas do conhecimento levantado, integrando em um só bloco de
informações. A interpretação dos dados, nesta fase, não será necessária, e o processo passará
para fase de Formalização e Difusão.
Na caixa Interpretação, será estabelecido o significado final do assunto, por meio das
relações de causa e efeito, que apontam para as tendências e padrões, possibilitando previsões
baseadas do raciocínio. Em situações mais complexas, para aprofundar o conhecimento, é
possível aplicar as seguintes técnicas:
Delineamento da Trajetória: determina a evolução do estudo com base na
integração das informações, por meio de identificação, especificação e
interpretação de continuidade, descontinuidades e correlações entre fenômenos.
49
4.1.3 Compartimentação
a atividade de inteligência policial está voltada para obtenção de evidências, indícios, provas
de materialidade e autoria. No quadro abaixo, as diferenças básicas entre a Atividade de
Inteligência e Investigação Criminal.
Proativa Reativa
Assim, a atividade de Inteligência Policial não deve ser confundida com Investigação
criminal. Nas palavras de Gonçalves (2017, p. 37), em conformidade com a doutrina de
inteligência da Polícia Federal, as operações são divididas:
[...] operação de inteligência policial em sentido amplo (assessoramento), que são
aquelas voltadas à busca de dados para a produção de conhecimento para assessorar
o processo decisório; e a operação de inteligência policial em sentido estrito
(operacional), ou seja, aquelas que envolvem “ação especializada realizada por órgão
de inteligência policial, no âmbito da atividade de Polícia Judiciária da União, que é,
por determinação Constitucional [...] com o objetivo de produzir diretamente
provas em investigação criminal”. Enquanto o produto final das operações de
inteligência policial de assessoramento é um Relatório de Inteligência (RELINT),
classificado [...], a operação de inteligência policial em sentido estrito tem como
resultado um “documento policial destinado aos autos da investigação criminal
[...] (Grifo nosso).
Nada impede que numa investigação criminal sejam usados procedimentos semelhantes
da metodologia da Inteligência Policial, de modo a identificar provas dos autores de um crime,
como também na análise criminal. No entanto, vale destacar que as atividades de Inteligência
Policial (ou Criminal), de Inteligência de Segurança Pública e Investigação Criminal têm
propósitos distintos, não podendo, de forma alguma, um documento de inteligência ser utilizado
na instrução de um inquérito policial ou em um processo penal.
57
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL. Legislação sobre Sisbin. Brasília, DF: Agência Brasileira de Inteligência, 2021a.
Disponível em: https://www.gov.br/abin/pt-br/centrais-de-
conteudo/publicacoes/copy3_of_Col2.pdf. Acesso em: 29 set. 2021.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça (1. Turma). Embargos de Declaração 46.029 – Mato
Grosso do Sul. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental na reclamação.
Suposta violação à súmula vinculante 14. Inocorrência. Ausência de estrita aderência entre o
ato impugnado e o ato paradigma invocado. Relator: Ministro Alexandre de Moraes, 13 de
abril de 2021d. Disponível em:
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=755645424. Acesso
em: 10 dez. 2021.
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de processo civil, DF: Presidência
da República, 2015b. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm. Acesso em: 13 nov. 2021.
DAZEM, Guilherme Madeira. Curso de processo penal. 7. ed. São Paulo: Thomson Reuters
Brasil, 2021. E-book. Acesso restrito via Minha Biblioteca.
LIMA, Renato Brasileiro. Manual de processo penal: Volume único. 10. ed. rev. ampl. e
atual. São Paulo: Ed. JusPodivm, 2021. 1648 p.
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2021. 696 p.
TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Manual de processo penal. 17. ed. rev. e atual.
São Paulo: Saraiva, 2017. 1044 p.