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RESUMO:
REVISÃO DE LITERATURA
Dorothy Bergner foi a primeira que descreveu a ocorrência natural de haplóides esporofíticos
na espécie de erva daninha Datura stramonium em 1922. Isso foi rapidamente seguido por relatos
semelhantes em tabaco ( Nicotiana tabacum ), por Clausen & Mann, em 1924 (Forster et al. 2007) ,
posteriormente, em várias outras espécies.
Entre 1964 e 1966, o primeiro haplóide gerado por meio de cultura de anteras foi obtido por
Guha & Maheshwari, em Datura stramonium. Isso correspondeu a um grande avanço na produção
artificial de duplo-haplóides (Wedzony et al. 2009). Na década de 1970 houve a conversão de
haplóides estéreis (H) em duplo-haplóides (DH). Em 1974, houve o lançamento da primeira cultivar
utilizando DH a Maris haplona de canola (Thompson 1972) . Anos depois, Kasha e Kao (1970),
noticiaram a descoberta de uma maneira alternativa e promissora para produção de haploides, através
de cruzamentos interespecíficos entre diferentes espécies de cevada.
Nos anos 80, inúmeros protocolos, inovações científicas e tecnológicas para a obtenção de
linhagens DH, em mais de 200 espécies vegetais, no entanto, somente nos últimos vinte anos que se
mostrou possível na produção de sementes melhoradas (Forster et al. 2007, Pierre et al. 2011).
Importância de di-haplóides
planta haplóide, ocasionando a di-haplóidia, onde as linhagens são desenvolvidas a partir dos gametas
𝐹2 , produzidos pelas plantas 𝐹1 , chamadas de “plantas doadoras” (Canhoto 2010, Seguí-Simarro and
Nuez 2008). Esse método vem sendo bastante utilizada para a geração de grande quantidade de
linhagens endogâmicas em um período mais curto de tempo quando comparado ao método
convencional, pois permite uma drástica redução de mão de obra, ganho de tempo e possibilidade de
se avaliar um maior número de indivíduos devido à maior rapidez em que os híbridos podem ser
gerados (Rosa et al. 2016). O estágio que alcança a obtenção de dihaplóides abrange a geração de
haplóides por meio de cruzamentos de indução, seguida da separação de haplóides da descendência
desse cruzamento (Lopes 2019). Na atividade de obtenção de linhagens DH, assim como no sistema
de autofecundações tradicionais, é feita a seleção per se dos melhores genótipos. Porém, essa seleção
é realizada em uma etapa posterior, após a obtenção e duplicação do indivíduo haplóide. E, por não
haver a necessidade de autofecundações sucessivas, no sistema DH, é possível avaliar um número
bem maior de plantas (Pierre et al. 2011).
Como toda técnica inovadora, muita discussão tem ocorrido sobre o assunto, sendo apontadas
vantagens e desvantagens do seu emprego no melhoramento de plantas. Os autores Carvalho et al.
(2008) apresentam as seguintes:
(haplóides) passam a ser 2n (Belicuas et al. 2007). No entanto, bastantes métodos de duplicação
cromossômica têm sido publicados. Um avanço importante na técnica de duplicação foi apresentado
por Gayen et al. (1994) onde inovaram cortando a ponta do coleóptilo das plântulas haplóides (com
3-4 dias de germinação) e colocando-as imersas em uma solução de colchicina mais dimetilsulfóxido
(DSMO), por 12 horas, a 18 °C. Anos mais tarde, Deimling, Röber e Geiger (1997) aumentaram ainda
mais a eficácia do método, reduzindo as raízes de 20- 30 mm e colocando as plântulas imersas no
escuro. Outro método utilizado para a duplicação foi desenvolvido por Zabirova et al. (1996), em
que, no estádio de 3-4 folhas, a solução de colchicina é injetada cerca de 3-5 mm acima do ápice.
Após a injeção, as plântulas são mantidas no escuro, por dois dias, a 18 ºC e, em seguida, plantadas
em campo.
Estudos sobre o uso de di-haplóide (DH) foram feitos por Gomez-Pando et al. (2009),onde foi
demonstrado que linhagens DH de cevada possuem potencial produtivo e qualidade nutricional para
serem utilizados pela indústria. Além disso, essa tecnologia mostrou-se viável em termos financeiros
e temporais para obtenção dessas linhagens em relação às metodologias convencionais. O
melhoramento de milho também utiliza DH como demonstrado por Gallais & Bordes (2007), que
compararam a variação genética entre linhagens endogamias obtidas por meio das técnicas de
descendente de uma única semente, seleção recorrente e duplo-haplóide. O uso da técnica DH
compensou financeiramente pela possibilidade de obtenção de linhagens em um tempo menor e estas
linhagens estarem aptas ao uso como parentais de híbridos comerciais, contribuindo assim para uma
maior eficiência do programa de melhoramento de milho. Além disso, a tecnologia de DH é utilizada
pelas grandes empresas privadas, devido também ao fato de que, segundo Morris et al. (2003), o
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lançamento no mercado de cultivares em um tempo menor e agregando tecnologia, pode ser benéfico
devido a obtenção de direito de patentes. Assim, a técnica de duplo-haplóide pode ser utilizada para
diversas culturas desde que sejam realizados estudos relacionados ao tempo e recursos financeiros
disponíveis por meio de uma equipe de melhoristas e administradores de empresa.
CONCLUSÃO
O benefício no uso do sistema de di-haplóides havendo obtenção de linhagens puras pode ser
justificado por benefícios tais como reduzir o tempo necessário para produção de uma nova variedade
e consequentemente diminuição nos custos e antecipação dos lucros,uma maior variância genética, a
melhor eficiência na seleção e, ainda, como teste para identificar cruzamentos promissores alcançadas
pelo processo de haploidização, faz deste método uma interessante ferramenta para o melhoramento
genético vegetal.
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