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416/2013-2
RELATÓRIO
Adoto como relatório a instrução da auditora federal de controle externo Luciana Carina
Soares Costa (peça 5) da Secretaria de Fiscalização de Desestatização e Regulação de Transportes:
2. “Trata-se de solicitação de fiscalização encaminhada a este Tribunal pelo então Presidente da
Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados, Sr. Edmar Arruda,
por meio do Ofício 19/2013/CFFC-P, de 27/2/2013 (peça 1), no sentido de que este Tribunal realize
auditoria para apurar eventuais irregularidades na gestão da Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonia (APPA). O mencionado ofício refere-se à Proposta de Fiscalização e Controle 56/2011 (PFC)
(peça 1, p. 3-11), de autoria do Deputado Rubens Bueno, apresentada no plenário da CFFC, em
7/11/2012, que propõe a realização de fiscalização, com auxílio deste TCU, para apurar possíveis
irregularidades na gestão da APPA.
3. A solicitação em pauta deve ser conhecida por estar amparada no art. 232, inciso III, do Regimento
Interno do Tribunal de Contas da União (RI/TCU), que identifica os presidentes de comissões da Câmara
dos Deputados como legitimados a solicitar a realização de fiscalização a esta Corte de Contas, nos
termos do art. 71, inciso IV, da Constituição Federal de 1988 c/c art. 38, inciso I, da Lei 8.443/1992.
4. Conforme o autor da proposta, a APPA tem sido alvo de denúncias envolvendo problemas
administrativos, desvio de mercadorias, ineficiência operacional, fraudes em licitações, tráfico de
influência, desvio de dinheiro público, pagamento de propinas e irregularidades nos atos de gestão de
pessoal. O Deputado informa, ainda, que os fatos citados estão sendo objeto de investigação por
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada no âmbito da Assembleia Legislativa do Estado do
Paraná.
5. Ante os fatos, a proposta sugere que a fiscalização teria melhor efetividade se executada pelo TCU,
ao qual caberia, in verbis (peça 1, p. 9-10):
a) informar a esta Comissão, de forma sucinta as principais irregularidades encontradas nas
auditorias e inspeções na Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, os respectivos
acórdãos e situação sobre o cumprimento ou não das determinações da Corte de Contas;
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Elaboração: SefidTransporte.
7. A Comissão solicita, também, informações quanto ao cumprimento das determinações emitidas
nesses processos. Para melhor visualização, serão inicialmente relacionadas no Quadro 2 aquelas que
foram monitoradas por este Tribunal e consideradas cumpridas.
Quadro 2 – Determinações dos Acórdãos relacionados no Quadro 1 consideradas cumpridas.
Deliberação Item Monitoramento
9.4. determinar à ANTAQ, que, no prazo de
Acórdão 768/2005- Item 9.1 do Acórdão
30 (trinta) dias, adote as providências
TCU-Plenário 2.059/2006-TCU-Plenário.
necessárias, se ainda não o fez, objetivando a
conclusão dos trabalhos de inventário de
bens, de modo a efetivar o cumprimento da
Cláusula Quinta e dos itens 3.VII e 3.VIII da
Cláusula Quarta do Convênio de Delegação
n.º 37/2001, criando, conforme incumbências
atribuídas pelo citado Convênio, os meios
necessários para a lavratura do Termo de
Cessão de Bens, haja vista que a demora
nessa ação poderá acarretar perda de
informações patrimoniais relevantes, bem
como prejuízos futuros à União
9.1. determinar, com fundamento no art. 43,
Acórdão 632/2007- Item 9.2 do Acórdão
inciso II , da Lei 8.443/1992, c/c o art. 250,
TCU-Plenário 2.659/2010-TCU-Plenário e
inciso IV, do RI/TCU, a audiência do Sr.
item 9.1 do Acórdão
Eduardo Requião de Mello e Silva,
1.599/2011-TCU-Plenário.
Superintendente da Administração dos Portos
de Paranaguá e Antonina – Appa para que,
no prazo de quinze dias, apresente razões de
justificativa acerca das ocorrências a seguir
sinteticamente descritas, que estariam em
desacordo com a legislação aplicável e com
as condições pactuadas no Convênio de
Delegação 37/2001, celebrado entre a União
Federal e o Governo do Estado do Paraná,
conforme registrado nos documentos adiante
apontados:
(...)
9.1.1.3. instalação insuficiente de
defensas, existindo berços totalmente
desprovidos de qualquer proteção, mesmo a
de pneus, negligenciando-se as necessidades
de reposição desses equipamentos;
(...)
9.1.2. na denúncia de fls. 263/269 dos
autos, de autoria do Sr. Luiz Antonio Fayet,
representante da Associação do Comércio
Exterior do Brasil – AEB no Conselho de
Autoridade Portuária do Porto de Paranaguá
– CAP, noticiando as seguintes ocorrências
relativamente ao processo de contratação
emergencial para execução de serviços de
dragagem na Barra da Galheta, situada na
Baía de Paranaguá:
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IV – dar ciência da deliberação que vier a ser proferida à Comissão de Fiscalização Financeira e
Controle da Câmara dos Deputados e ao Sr. Deputado Rubens Bueno; e
V – arquivar esta Solicitação, nos termos do art. 169, inciso V, do Regimento Interno do TCU c/c o
art. 40, inciso V, da Resolução-TCU 191/2006.”
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VOTO
A presente solicitação do Congresso Nacional deve ser conhecida, pois está amparada no
art. 71, inciso IV, da Constituição Federal, c/c o art. 38, inciso I, da Lei 8.443/1992 e o art. 232, inciso
III, do Regimento Interno deste Tribunal.
2. Cuida da Proposta de Fiscalização e Controle 56/2011 (peça 1), de autoria do deputado
federal Rubens Bueno, aprovada pelo plenário da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle
(CFFC) da Câmara dos Deputados, que tem como objeto a realização de atos de fiscalização e
controle, com o auxílio deste Tribunal, para apurar eventuais irregularidades na gestão da
Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA).
3. Segundo o plano de execução e a metodologia de avaliação aprovados pela CFFC (peça 1,
p-9 e 10), “a fiscalização solicitada terá melhor efetividade se executada pelo Tribunal de Contas da União
(TCU) ao qual caberia:
a) informar a esta Comissão de forma sucinta as principais irregularidades encontradas nas
auditorias e inspeções na Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina, os respectivos acórdãos e situação
atual sobre o cumprimento ou não das determinações da Corte de Contas;
b) avaliar a necessidade de se instaurar novo procedimento de fiscalização a fim de apurar os fatos
descritos na justificativa desta proposta de fiscalização e controle, relacionados à competência do Tribunal e, em
caso afirmativo, delimitar a abrangência da fiscalização, a fim de tornar mais objetivo o trabalho, que o próprio
Tribunal, mediante critérios usuais de amostragem em fiscalização, defina os pontos considerados mais
relevantes.”
4. Acolho e adoto a instrução da Secretaria de Fiscalização de Desestatização e Regulação de
Transportes – SefidTransporte (peça 5) como razões de decidir.
5. No tocante ao item “a” acima, a SefidTransporte arrolou quatro processos – TC
008.544/2004-1, 013.937/2005-8, 013.519/2005-8 e 007.369/2008-8 – já julgados por esta Casa
relativos à gestão da APPA e à atuação da Antaq na fiscalização daquela Autoridade Portuária.
6. A unidade técnica apontou, para cada um dos referidos processos, as determinações que
foram expedidas. Informou, ainda, quais foram monitoradas e consideradas cumpridas e quais não
foram cumpridas.
7. Em relação ao item “b”, a justificativa da solicitação de fiscalização indicou possíveis
irregularidades em atos de gestão praticados pela APPA.
8. O Plenário deste Tribunal, ao apreciar o TC 025.190/2012-1 (relator o ministro José Múcio
Monteiro), que tratou de representação sobre possíveis irregularidades na concorrência 7/2012,
promovida pela APPA para contratar implementação de solução e suporte à infraestrutura crítica para
o Porto de Paranaguá, deixou assente que refoge à competência desta Corte de Contas a avaliação dos
atos de gestão da APPA que não envolvem recursos federais (acórdão 217/2013).
9. Os portos de Paranaguá e Antonina foram delegados ao Estado do Paraná, mediante
convênio 37, de 11/12/2001. Este instrumento foi firmado com fundamento na Lei 9.277/1996, que
autoriza a União a delegar aos municípios, aos estados da Federação e ao Distrito Federal a
administração e a exploração de rodovias e portos federais, regulamentada pelo Decreto 2.184/1997.
10. Destaco entendimento contido em trecho do parecer do procurador-geral junto a este
Tribunal, Lucas Rocha Furtado, exarado naquele processo e acompanhado pelo relator, que aborda a
atuação do TCU:
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ANA ARRAES
Relatora
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Fui presente:
(Assinado Eletronicamente)
LUCAS ROCHA FURTADO
Procurador-Geral, em exercício
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