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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNA DE BOM DESPACHO

BOXE: OS ATLETAS E A “LUTA” OLIMPISMO X PROFISSIONALISMO

Lucas Emanuel Soares Borges Mattos


Odilon Pereira de Castro Neto

BOM DESPACHO
2017
A quatro anos acontece o maior evento esportivo do mundo os jogos olímpicos,
onde atletas de diversas modalidades e países se reúne para uma disputa,
decidindo quem é o melhor de cada modalidade. Assim ao longo dos anos os jogos
passam por diversas mudanças e conflitos uma delas é saída e entrada de diversas
modalidades esportivas, um dos grandes conflitos entre paradigmas ligados aos
jogos Olímpicos é o existente entre amadorismo e profissionalismo, assim uma
dualidade que permeia os jogos desde a primeira edição até os dias atuais. Segundo
o ator Rubio (2010) podemos considerar que hoje movimento olímpico vive a fase do
profissionalismo. Em algumas modalidades, a dualidades entre amadores e
profissional foi resolvida anteriormente, O mais evidente é o boxe modalidade na
qual até os jogos Olímpicos de 2012 existia uma limitação que atletas profissional
podia lutar, assim estas modificações foram acontecendo com um novo estatuto da
Associação Internacional de Boxe (AIBA) valido que em 2010 passou a considerar
os lutadores olímpicos como “profissionais” porem podem disputar combates
profissionais pela AIBA e não podendo disputar cinturões de outras entidades, assim
o boxe se fechou, tendo vivido período de recrudescimento das regras contra o
profissionalismo recentemente. A uma grande divergente sendo o boxe olímpico e o
boxe profissional, ambos os atletas não podem competir a mesma competição,
sendo o boxe profissional luta visando o dinheiro podendo lutar em diversas
entidades, já os lutadores do boxe olímpicos dedicam apenas nas competição
olímpicas visando mais uma questão de estátos, tendo salario da entidade olímpica.
Assim como em outros países, o boxe também enfrentou resistência para entrar
no Brasil. De acordo com Viera e Freitas (2007) “muitas vezes, as lutas não eram
vista com bons olhos e eram tidas como ‘coisas ligadas ao mundo marginal’”. O
esporte passou por altos e baixos, ligados ao sucesso ou a lesões dos atletas. Ainda
na década de 20, o Clube Espéria, de São Paulo, foi palco de lutas. O embrião de
uma organização mais rígida, porém, só surgiu na década de 30, no Rio de Janeiro.
Vale lembra que os primeiros brasileiros só chegaram aos Jogos Olímpicos em
1948. O Brasil teve três representantes: Manoel Francisco do Nascimento, Ralph
Benedito Zumbano e Vicente Antônio dos Santos, seguindo de participação em
todos os jogos seguintes. Após a medalha de Olímpica de Servilio de Oliveira, em
1968 o brasil viveu um jejum de 44anos ate Londres, onde veio uma prata de
Esquiva Falcão e duas pratas com Yamaguchi Falcão e Adriana Araujo.
Em suas críticas ao boxe, Ferreira (1967, p. 82 e 83) discute a questão dos
lucros obtidos pelos empresários, chegando a “invocar” o espírito do amadorismo,
ao afirmar que “Um desporto, mesmo profissionalizado, não pode servir de pretexto
para enriquecer indivíduos em detrimento da saúde de seus praticantes. A verdade é
que o boxe profissional constitui um meio vergonhoso de exploração”.
O autor faz ainda outra provocação, ao questionar a prática amadora do boxe:
“Existirá de facto a prática verdadeiramente sem interesse material do pugilismo? Se
existem tais casos, são raros. O amadorismo puro é uma mentira porque o que
verdadeiramente existe são os falsos amadores ou os profissionais encapotados”.
Pires (2007) destaca que as mudanças costumam ser traumáticas e geram
conflitos entre as entidades que gerem o esporte. O boxe é uma prova clara disto.
Afinal, ao privar lutadores que competem em outras entidades, o quê faz a AIBA a
não ser impedir a participação de alguns dos maiores boxeadores do mundo nos
Jogos Olímpicos, competição que, em tese, deve reunir os melhores de todas as
modalidades? Mesmo tendo se passado duas décadas do trabalho realizado por
Wacquant, é possível perceber que os problemas relacionados à dualidade entre
amadorismo e profissionalismo no boxe não são exclusividades do Brasil. Fica claro
que a situação enfrentada por vários pugilistas brasileiros é a mesma que afligiu os
lutadores com o qual Wacquant conviveu. E No meio desta disputa, porém, estão os
atletas, que acabam divididos entre os sonhos de conquistar fortunas e fama com o
esporte, ou lutar pela glória olímpica. Infelizmente, diferentemente de outras
modalidades, o pugilista é obrigado a fazer uma dura escolha: lutar
profissionalmente ou fazer a opção pelo olimpismo.

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