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AMBIENTAL
Parte I | p.1
p.2 | Educação Ambiental
Parte I | p.3
p.4 | Educação Ambiental
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
COMPILAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Fortaleza – Ceará
2010/2011
SUPERINTENDENTE DA SEMACE
JOSÉ RICARDO ARAÚJO LIMA
SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
Maria Izolda CELA DE ARRUDA COELHO
Segunda parte
Terceira parte
Quinta Parte
Anexos
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p.10 | Educação Ambiental
Apresentação
O Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente - CONPAM, por meio
da Coordenadoria de Educação Ambiental e Articulação Social - COEAS, que possui
a competência de coordenar e articular a Política Estadual de Educação Ambiental,
interagindo com os diversos setores interessados nas questões ambientais, definindo
diretrizes, programas e planos para integração e compatibilização das ações de
Educação Ambiental no âmbito do Estado do Ceará, e a Universidade Regional do
Cariri – URCA/Gestora do GeoPark Araripe promovem o desenvolvimento de um
trabalho integrado, visando a execução de ações socioambientais.
A cartilha é direcionada a professores, membros dos Conselhos de
Defesa do Meio Ambiente e gestores dos municípios que compõem o GeoPark,
promovendo e divulgando o GeoPark Araripe, como meio de desenvolvimento
regional, possibilitando aos cidadãos a aprendizagem de conteúdos sobre os
recursos naturais da Região do Cariri, da conservação ambiental e do geoturismo,
incentivando o enraizamento da Educação Ambiental na Região.
É esperado que a educação ambiental contribua para a melhoria das
condições sociais, políticas e econômicas, à medida que estimule a preservação,
a conservação ambiental e a conscientização de suas responsabilidades com a
realização do projeto GeoPark Araripe.
Para tanto, é necessário mais que informações e conceitos; é preciso saber
o que se quer transformar, para que os esforços sejam canalizados para ações
significativas que possam contribuir na transformação do nosso ambiente social.
O processo democrático que deve ser construído é aquele que estabeleça
relações entre as pessoas e os fatos, causas e consequências, e verdadeiramente
possa contribuir na formação de uma cidadania plena.
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I.I A região do Cariri cearense:
aspectos históricos da economia regional
A biorregião do Araripe compreende uma área comum entre os estados do
Ceará, Pernambuco e Piauí, ocupando a parte central do Nordeste brasileiro. Na
porção cearense, ao Sul, se situa o Cariri – o lado mais fértil, com indicadores de
desenvolvimento econômico superiores aos dos demais Estados.
A história econômica do Cariri, observando a partir do período colonial, é
marcada por uma sucessão de momentos prósperos, alternando-se com crises na
pecuária e nas suas principais lavouras. Neste período, o desempenho da economia
teve uma dinâmica cíclica, alternada de entradas e saídas da população em busca de
novas ações.
A cultura araripense nasceu do chamado ciclo do couro. A pecuária e char-
queação foram atividades econômicas predominantes, durante metade do século
XVIII. Sobretudo a vertente cearense, quando estabeleceu intenso comércio entre
Ceará, Bahia e Paraíba.
Pedra Cariri, extraído das minas de calcário laminado em Santana do Cariri e Nova Olinda no Ceará, é
amplamente utilizada na indústria da construção civil
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I.2 O que é um Geoparque?
É um território com limites defi-
nidos, que possui sítios de grande valor
científico, cujos patrimônios socioeco-
nômico, cultural, histórico, ambiental,
geológico, paleontológico, arqueológico
e outros elementos da biodiversidade,
apresentam importância, raridade e
riqueza que contam a história da terra
e conferem identidade ao território do
Araripe cearense.
Vista do Pontal da Santa Cruz
Nesse território está localizado
um determinado número de sítios geológicos e paleontológicos, selecionados
conforme a relevância das suas características para a história da terra. Apesar do
destaque, principalmente relacionado ao patrimônio geológico, também se consi-
derou a ocorrência de outros aspectos fundamentais relacionados à biodiversidade,
história, cultura, arqueologia, dentre outros.
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Segunda
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ii.1 Vestígios do tempo no Araripe
A natureza está sempre fazendo coisas, é claro que ela deixa registrado o
resultado do que faz. Onde? Nem na TV, nem nos livros! A natureza registra suas
ações nas rochas! Por isso, se soubermos ver o que está escrito, vamos saber o que
a natureza andou fazendo no tempo passado, e aí podemos saber a... história do
nosso planeta! As rochas contam histórias! Têm vestígios do tempo passado!
Em cima dos granitos, quando ainda não existiam plantas na Terra, uma
grande área no Maranhão, Piauí e Sul do Ceará foi invadida pelas águas de um
rasinho, que deixou seu vestígio nos arenitos cinzentos, que hoje podemos ver na
Cachoeira de Missão Velha. Lá já foi mar! Foi mar há quase 450 milhões de anos...
Muito tempo...
Depois, o tempo passou, passou... por quase 300 milhões de anos. Então, a
África e América começaram a se separar, e entre elas se formou o Oceano Atlântico.
Vista da Chapada do Araripe, com paredão de arenitos da Formação Exu com aproximadamente 98
milhões de anos
Mas como é que sabemos disso? Sabemos contar esta história, porque
no Araripe se formaram várias camadas de rochas, uma diferente da outra. Bem
embaixo, formou-se uma camada de arenitos cinzentos e folhelhos mais escuros,
com restos de vegetais, peixes e conchas. Depois, em cima, há camadas de pedra
cariri, um calcário laminado (fino como a lâmina de uma faca) amarelinho, que tem
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preservado dentro dele muitas piabinhas, insetos, rãs, crocodilos e folhas fósseis,
vestígios da abundante vida que ali se desenvolvia, num clima quente e úmido.
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alimentavam de cadáveres. Quando os cadáveres caíam no fundo do lago, eram
cobertos pela precipitação do carbonato de cálcio, uma substância semelhante à cal,
mudando a sua composição química e preservando-os até os dias de hoje.
Desenho sobre mito relacionado aos índios Kariri Sítio arqueológico Olho da Mãe D’água em
Nova Olinda
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O Vale da Chapada do Araripe representa, para o estudo da arqueologia
do Nordeste, um lugar de refúgio para a vida humana, pois bandos de homens
caçadores e coletores, fugindo da aridez do sertão, em tempos muito antigos, foram
atraídos pelas águas das fontes da Chapada do Araripe, deixando os testemunhos
de sua presença, através de vestígios culturais que atualmente são estudados pela
arqueologia. Uma importante pista, para a identificação dos sítios arqueológicos da
Chapada do Araripe, são as lendas e os mitos do povo Kariri, que são testemunhos
orais da cultura dos povos que habitaram a região, antes da colonização.
Para enterrar os mortos, os indígenas da Chapada do Araripe se utilizavam
de urnas funerárias e praticavam um ritual de inumar os mortos, ou seja, queimar
e depositar as cinzas do morto dentro de um pequeno prato, que era guardado
em uma urna maior, chamada de “Igaçaba”. Junto com as cinzas eram enterrados
também alguns objetos pertencentes ao indivíduo. Essas Igaçabas são encontradas
pelos arqueólogos, nas proximidades dos Rios Batateira, Salgado e seus afluentes.
Rosiane Limaverde
Arqueóloga – Fundação Casa Grande
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Terceira
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III.1 Educação Ambiental
Século atrás, já havia pessoas denunciando a devastação ambiental no pla-
neta, entre elas o cacique indígena norte-americano Seattle, em 1854, que mostrou
como os índios sabiam viver saudáveis e felizes, sem destruir os recursos naturais,
demonstrando conhecer profundamente as leis da natureza. Outro exemplo é o de
Raquel Carson que, em 1962, publicou o livro “Primavera Silenciosa,” chamando
a atenção e mostrando que países ricos tinham tradição de crescer às custas da
destruição dos recursos naturais de países subdesenvolvidos e pobres.
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III.2 Meio Ambiente e saúde
A Constituição Federal, de 1988, expressa a preocupação com a influência
do meio ambiente na saúde em diversos de seus artigos:
Art. 196 define saúde como direito de todos e dever do Estado, garantido me-
diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação;
Art. 225 diz: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.
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p.36 | Educação Ambiental
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Quarta
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IV.1 Desenvolvimento humano
sustentável
Tudo na vida se desenvolve! Nós somos um exemplo disso; no momento
em que somos gerados, desenvolvemo-nos no ventre das nossas mães, nascemos,
crescemos e estamos sempre em evolução. Mas não nos desenvolvemos sozinhos, e
sim junto com um todo... junto com uma sociedade.
A expressão Desenvolvimento
Sustentável foi usada, pela pri-
meira vez, em 1987, na publicação
de um relatório ambientalista,
conhecido como “Nosso Futuro
Comum”, que diz: “Desenvol-
vimento Sustentável é aquele
que atende às necessidades do
presente sem comprometer a
capacidade das futuras gerações
de atenderem as suas próprias
necessidades”. É preciso, porém,
Crianças do Projeto Verde Vida Crato-CE
ressaltar que o desenvolvimento
só será efetivamente sustentável,
se for um desenvolvimento atrelado às necessidades da humanidade, que deverá ser
suprida no presente, mas tendo preocupação constante com o futuro, reconhecendo,
assim, a necessidade que a natureza, as pessoas e o mundo têm de desenvolvimento,
mas com saúde, preocupação e respeito com tudo e todos sempre.
Mas como fazer isso? Como devemos seguir para que esse desenvolvimento
humano aconteça? Essas questões realmente são algo que precisa ser pensado, pois,
se não soubermos o que fazer nem como agir, ficaremos apenas na conversa. Exis-
tem caminhos já definidos e trabalhados por muitas pessoas, que nos mostram que,
para caminhar em busca do tão sonhado desenvolvimento humano sustentável, é
necessário, antes de tudo, valorizar e tentar promover a igualdade entre todas as
pessoas e sociedades. Igualdade de raça, de gênero, de acesso e de oportunidades ao
desenvolvimento econômico. É necessária também a administração responsável de
tudo que produzimos e consumimos, devendo-se usar e produzir apenas o necessá-
rio para o nosso desenvolvimento físico, econômico e intelectual, respeitando assim
os limites da humanidade, da natureza e seus recursos não renováveis, agindo de
forma responsável e com respeito às gerações futuras.
Luciana Lacerda
Geógrafa – GeoPark Araripe
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IV.2 Aspectos sociológicos
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IV.3 História e cultura
GeoPark Araripe – História / Artes
No Cariri cearense, até pouco tempo atrás, havia uma abundância destes
signos, partindo dos antigos registros rupestres da população pré-histórica, até
expressões mais contemporâneas. Encontram-se ainda marcas de vaqueiros nas
encruzilhadas dos antigos caminhos de boi, nos utensílios domésticos, como baús
de couro, móveis de madeira e chocalhos de metal e símbolos comerciais que
identificam a produção da rapadura, também diversas expressões de fé, como os
inúmeros crucifixos afixados em portas das casas de romeiros. Ultimamente, no
Titus Riedl
Historiador – Professor da URCA
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I.V.4 Instituições de guarda e difusão
de conhecimento e acervo material
do GeoPark Araripe
Para conhecer o GeoPark Araripe, precisamos caminhar por seus Geossítios.
No entanto, nem sempre isso é possível, então podemos visitar os seus museus.
Os museus são instituições abertas ao público que adquirem, conservam,
pesquisam, comunicam e exibem um determinado patrimônio. Esse patrimônio
constitui-se de bens naturais e/ou culturais de valor reconhecido por uma localidade,
região ou país.
Esta Casa guarda as lendas que são contadas como uma explicação para as
muitas formações rochosas e inscrições rupestres existentes na Chapada do Araripe.
Contém os achados arqueológicos como máscaras, provavelmente utiliza-
das em rituais, urnas funerárias, machadinhas, instrumentos musicais, utensílios
para preparo de alimentos, fotos de sítios arqueológicos e mitológicos.
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Quinta
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V.1 A Política Nacional de
Educação Ambiental
De fato, o papel da Educação
Ambiental já estava reconhecido, in-
ternacional e nacionalmente, muito
antes da promulgação da Política
Nacional de Educação Ambiental,
basta ver a profusão de documentos,
tratados, cartas de recomendação,
portarias etc. existentes. Com base
nessas recomendações acordadas em
âmbito internacional, o Congresso
Nacional instituiu a Política Nacional
de Educação Ambiental, por meio da Educação Ambiental na Chapada do Araripe
Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999.
Essa lei, por sua vez, foi regulamentada, visando seu detalhamento e operacionali-
zação eficaz.
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Estudantes percorrendo trilha na Floresta do Araripe
* Transversalidade e Interdisciplinaridade;
* Descentralização Espacial e Institucional;
* Sustentabilidade Sócioambiental;
* Democracia e Participação Social;
* Aperfeiçoamento e Fortalecimento dos Sistemas de Ensino, Meio Ambiente e
outros que tenham interface com a educação ambiental.
PRINCÍPIOS
FINALIDADES
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Anexos
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INSTITUTO CHICO MENDES
DE CONSERVAÇÃO DA
BIODIVERSIDADE - ICMBIO
FLONA
Verônica Maria Figueiredo Lima
Chefe do Escritório Regional de Crato
Praça Joaquim Fernandes Teles, s/nº
Bairro Pimenta
CEP: 63100-000 - Crato/CE
Tel.: (88) 3523.1999
E-mail: veronica.lima@icmbio.gov.br
APA
Francisco Willian Brito Bezerra
Chefe do Escritório Regional de Crato
Praça Joaquim Fernandes Teles, s/nº
Bairro Pimenta
CEP: 63100-000 - Crato/CE
Tel.: (88) 3521.5128
E-mail: apaararipe@hotmail.com
Total = 71 municípios.
SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL
DO MEIO AMBIENTE - SEMACE
2º PELOTÃO DA COMPANHIA
DE POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL
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DEPARTAMENTO NACIONAL
DE PRODUÇÃO MINERAL - DNPM
Fonte: www.dnpm.gov.br
Missão
Gerir o patrimônio mineral brasileiro, de forma social, ambiental e
economicamente sustentável, utilizando instrumentos de regulação em benefício
da sociedade.
Visão do Futuro
Ser reconhecido pela sociedade como uma instituição de excelência capaz
de gerir o patrimônio mineral de forma sustentável no interesse da nação.
O Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, autarquia
federal, criada pela Lei nº 8.876, de 2 de maio de 1994, vinculada ao Ministério
de Minas e Energia, dotada de personalidade jurídica de direito público, com
autonomia patrimonial, administrativa e fi nanceira, com sede e foro em Brasília,
Distrito Federal e circunscrição em todo o território nacional.
O DNPM tem por fi nalidade promover o planejamento e o fomento da
exploração mineral e do aproveitamento dos recursos minerais e superintender
as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral, bem como assegurar,
controlar e fi scalizar o exercício das atividades de mineração em todo o território
nacional, na forma do que dispõem o Código de Mineração; o Código de Águas
Minerais; os respectivos regulamentos e a legislação que os complementam.
Centro de Pesquisas Paleontológicas da Chapada do Araripe (Museu do Crato)
Fonte: www.conpam.ce.gov.br
Missão
Promover a defesa do meio ambiente bem como formular, planejar e
coordenar a Política Ambiental do Estado, de forma participativa e integrada em
todos os níveis de governo e sociedade, com vistas a garantir um meio ambiente
ecologicamente equilibrado, economicamente viável e socialmente justo, para a
presente e futuras gerações.
Competências;
I. Elaborar, planejar e implementar a política ambiental do Estado;
II. Monitorar e avaliar a execução da política ambiental do Estado;
III. Promover articulação interinstitucional nos âmbitos federal, estadual e
municipal e estabelecer mecanismos de participação da sociedade civil;
IV. Efetivar a sintonia entre sistemas ambientais federal, estadual e
municipais;
V. Fomentar a captação de recursos financeiros através da celebração de
convênios, ajustes e acordos com entidades públicas e privadas, nacionais e
internacionais, para a implementação da política ambiental do Estado;
VI. Propor a revisão e atualização da legislação pertinente ao sistema
ambiental do Estado;
VII. Coordenar o sistema ambiental estadual;
VIII. Exercer outras atribuições necessárias ao cumprimento de suas
finalidades nos termos do regulamento.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Parte I | p.69
p.72 | Educação Ambiental