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EDUCAÇÃO

AMBIENTAL

Parte I | p.1
p.2 | Educação Ambiental
Parte I | p.3
p.4 | Educação Ambiental
EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
COMPILAÇÃO E ORGANIZAÇÃO

Rita de Cássia Lima Bezerra


Maria Isa Pinheiro C. Gonçalves
José Patrício Pereira Melo
Maria Neuma Clemente Galvão
Cristóvão Teixeira Rodrigues Silva
José Reginaldo Medeiros Feitosa

Fortaleza – Ceará
2010/2011

p.6 | Educação Ambiental


GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ
CID FERREIRA GOMES

PRESIDENTE DO CONSELHO DE POLÍTICAS


E GESTÃO DO MEIO AMBIENTE
PAULO HENRIQUE ELLERY LUSTOSA DA COSTA

SUPERINTENDENTE DA SEMACE
JOSÉ RICARDO ARAÚJO LIMA

SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO
Maria Izolda CELA DE ARRUDA COELHO

REITOR DA UNIVERSIDADE REGINAL DO CARIRI – URCA


PLÁCIDO CIDADE NUVENS

COORDENADORA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL


E ARTICULAÇÃO SOCIAL/CONPAM
MARIA JOSÉ DE SOUSA HOLANDA

COORDENADOR EXECUTIVO DO GeoPark Araripe


JOSÉ PATRÍCIO PEREIRA MELO

coordenadora de educação ambiental da semace


virgÍnia adÉlia RODRIGUES CARVALHO
Índice
Primeira parte

p.14 | I.1 A região do Cariri cearense: aspectos econômico-ambientais


p.16 | I.2 O que é um Geoparque?
p.17 | I.3 Conhecendo o GeoPark Araripe

Segunda parte

p.20 | II.1 Vestígios do tempo no Araripe


p.23 | II.2 Vestígios Paleontológicos
p.25 | II.3 Conhecendo a Arqueologia da Chapada do Araripe

Terceira parte

p.30 | III.1 Educação Ambiental


p.32 | III.2 Meio Ambiente e Saúde
p.34 | III.3 Direito Ambiental

p.8 | Educação Ambiental


Quarta parte

p.40 | IV.1 Desenvolvimento Humano Sustentável


p.42 | IV.2 Aspectos Sociológicos
p.44 | IV.3 História e cultura - GeoPark Araripe - história / artes
p.46 | I.V.4 Instituições de guarda e difusão de conhecimento
e acervo material do GeoPark Araripe

Quinta Parte

p.54 | V.1 Política Nacional de Educação Ambiental

Anexos

p.60 | Órgãos de Defesa do Meio Ambiente

Parte I | p.9
p.10 | Educação Ambiental
Apresentação
O Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente - CONPAM, por meio
da Coordenadoria de Educação Ambiental e Articulação Social - COEAS, que possui
a competência de coordenar e articular a Política Estadual de Educação Ambiental,
interagindo com os diversos setores interessados nas questões ambientais, definindo
diretrizes, programas e planos para integração e compatibilização das ações de
Educação Ambiental no âmbito do Estado do Ceará, e a Universidade Regional do
Cariri – URCA/Gestora do GeoPark Araripe promovem o desenvolvimento de um
trabalho integrado, visando a execução de ações socioambientais.

A cartilha é direcionada a professores, membros dos Conselhos de
Defesa do Meio Ambiente e gestores dos municípios que compõem o GeoPark,
promovendo e divulgando o GeoPark Araripe, como meio de desenvolvimento
regional, possibilitando aos cidadãos a aprendizagem de conteúdos sobre os
recursos naturais da Região do Cariri, da conservação ambiental e do geoturismo,
incentivando o enraizamento da Educação Ambiental na Região.

É esperado que a educação ambiental contribua para a melhoria das
condições sociais, políticas e econômicas, à medida que estimule a preservação,
a conservação ambiental e a conscientização de suas responsabilidades com a
realização do projeto GeoPark Araripe.

Para tanto, é necessário mais que informações e conceitos; é preciso saber
o que se quer transformar, para que os esforços sejam canalizados para ações
significativas que possam contribuir na transformação do nosso ambiente social.

O processo democrático que deve ser construído é aquele que estabeleça
relações entre as pessoas e os fatos, causas e consequências, e verdadeiramente
possa contribuir na formação de uma cidadania plena.

Paulo Henrique Ellery Lustosa da Costa


Presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente - CONPAM
Primeira

p.14 | I.1 A região do Cariri cearense: aspectos econômico-ambientais


p.16 | I.2 O que é um Geoparque?

p.12 | Educação Ambiental


parte

p.17 | I.3 Conhecendo o GeoPark Araripe

Parte I | p.13
I.I A região do Cariri cearense:
aspectos históricos da economia regional
A biorregião do Araripe compreende uma área comum entre os estados do
Ceará, Pernambuco e Piauí, ocupando a parte central do Nordeste brasileiro. Na
porção cearense, ao Sul, se situa o Cariri – o lado mais fértil, com indicadores de
desenvolvimento econômico superiores aos dos demais Estados.

A história econômica do Cariri, observando a partir do período colonial, é
marcada por uma sucessão de momentos prósperos, alternando-se com crises na
pecuária e nas suas principais lavouras. Neste período, o desempenho da economia
teve uma dinâmica cíclica, alternada de entradas e saídas da população em busca de
novas ações.

A cultura araripense nasceu do chamado ciclo do couro. A pecuária e char-
queação foram atividades econômicas predominantes, durante metade do século
XVIII. Sobretudo a vertente cearense, quando estabeleceu intenso comércio entre
Ceará, Bahia e Paraíba.

Simultaneamente à atividade pecuária, ainda no início da colonização,


surgiu a atividade agrícola de abastecimento intenso e de subsistência para as
famílias. Os mais significativos expoentes do período foram: a mandioca, o milho e
o feijão. E, somente no século XIX, a atividade algodoeira tomou impulso, gerando
o consórcio algodão x pecuária x culturas de subsistência.

Destacam-se as atividades que desempenham um papel central, a partir
do qual foi organizada a economia caririense: o complexo algodoeiro-pecuária, a
agricultura de alimentos e o complexo minerador - comandado pela extração de
gipsita e calcário laminado, estando ambos em crise, por encontrar-se em área com
pouca recuperação do meio ambiente degradado. Destacam-se, também, outras
atividades importantes para a economia regional, como a pecuária de corte/leite,
a piscicultura, a apicultura e a ovinocaprinocultura, com suas especialidades sub-
regionais, com destaque para a chapada do Araripe, pouco urbanizada, e em cujo
topo, se encontra o pequizeiro nativo, a mandiocultura, além da produção de milho,
feijão e especialmente o mel da floração do cipó de croapé ou cipó uva, entre outros
da flora nativa.

Os sistemas de produção ou de exploração e uso dos recursos naturais têm


que cumprir compromissos estabelecidos pela legislação de proteção ambiental com

p.14 | Educação Ambiental


respeito ao modelo de gestão adotado em planos de manejos de recursos naturais,
embora isso não seja cumprida na sua totalidade.

Pedra Cariri, extraído das minas de calcário laminado em Santana do Cariri e Nova Olinda no Ceará, é
amplamente utilizada na indústria da construção civil

Numa economia globalizada, o grande desafio é promover o desenvolvimen-


to das regiões por meio de integração dos diversos segmentos de sua economia. Esta
integração geralmente implica diversificação da produção, como forma de ampliar o
espaço econômico e de reduzir as vulnerabilidades às variações do mercado.

As mudanças necessárias e a velocidade de fazer integração e diversificação
dependem das condições físicas (infraestrutura) e técnicas das atividades produ-
tivas. A inserção do GeoPark Araripe nos contextos regional pode significar um
avanço na política de desenvolvimento humano sustentável, em razão do forte
apelo educacional, conservacionista e de promoção do geoturismo, considerando as
características naturais do Cariri.

Raimunda de Sousa Oliveira


Economista – GeoPark - URCA

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I.2 O que é um Geoparque?
É um território com limites defi-
nidos, que possui sítios de grande valor
científico, cujos patrimônios socioeco-
nômico, cultural, histórico, ambiental,
geológico, paleontológico, arqueológico
e outros elementos da biodiversidade,
apresentam importância, raridade e
riqueza que contam a história da terra
e conferem identidade ao território do
Araripe cearense.
Vista do Pontal da Santa Cruz
Nesse território está localizado
um determinado número de sítios geológicos e paleontológicos, selecionados
conforme a relevância das suas características para a história da terra. Apesar do
destaque, principalmente relacionado ao patrimônio geológico, também se consi-
derou a ocorrência de outros aspectos fundamentais relacionados à biodiversidade,
história, cultura, arqueologia, dentre outros.

Um Geoparque tem, inclusive, papel ativo no desenvolvimento econômico


de seu território, que passa a ser, também, mais reconhecido em função das suas ri-
quezas naturais, possibilitando o desenvolvimento do Geoturismo, como estratégia
na dinâmica econômica local.

A UNESCO, através de sua Divisão de Ciências da Terra, numa parceria


com outros organismos ligados à conservação e preservação ambiental, lançou o
Programa GeoParks da UNESCO, criando a Rede Global de GeoParks.
Na criação do GeoPark Araripe, a UNESCO reconhece o patrimônio geológico,
paleontológico, biológico, arqueológico e um conjunto de manifestações culturais
desta região, como de interesse de preservação para a humanidade.

Maria Isa Pinheiro Gonçalves


Pedagoga - Professora do Departamento de Educação da URCA
José Reginaldo Medeiros Feitosa
Historiador – Bolsista da FUNCAP – GeoPark Araripe

p.16 | Educação Ambiental


i.3 Conhecendo o GeoPark Araripe
O GeoPark Araripe foi criado pela Universidade Regional do Cariri – URCA,
no ano 2005, e reconhecido pela UNESCO, em 21 de setembro de 2006. O mote
principal para a criação deste patrimônio mundial foi a Bacia Sedimentar do Araripe
(depressão da crosta terrestre onde ocorreu a decomposição de sedimentos que for-
maram rochas com características específicas), com suas formações geológicas que,
em sua maioria, possuem fósseis singulares, além da Chapada do Araripe e a Floresta
Nacional do Araripe. Este conjunto é reconhecido mundialmente por sua biodiversi-
dade exuberante, além de registros da passagem de homens primitivos em rochas da
região e seus artefatos líticos que se somam a um conjunto de tradições folclóricas.

O GeoPark Araripe compreende 59 geossítios, compondo um conjunto
natural e cultural de onde se podem contemplar todas as peculiaridades da região
do Cariri.

Mapa de localização dos 09 Geossítios do GeoPark Araripe

Foram catalogados, inicialmente, 59 geossítios de reconhecida importân-


cia, dos quais dez estão sendo preparados especialmente para visitação, pesquisa e
educação ambiental em contato com a natureza, por sua beleza, destaque científico
e aspectos culturais. Os visitantes têm à sua disposição material didático, guias e
informações gerais, na sede do GeoPark Araripe.

Antonio Álamo Feitosa Saraiva


Paleontólogo – Coordenador Científico do GeoPark Araripe
Diretor do Museu de Paleontologia da URCA

Parte I | p.17
Segunda

p.20 | ii.1 Vestígios do tempo no Araripe


p.23 | ii.2 Vestígios paleontológicos

p.18 | Educação Ambiental


parte

p.25 | ii.3.1 Conhecendo a Arqueologia da Chapada do Araripe

Parte I | p.19
ii.1 Vestígios do tempo no Araripe
A natureza está sempre fazendo coisas, é claro que ela deixa registrado o
resultado do que faz. Onde? Nem na TV, nem nos livros! A natureza registra suas
ações nas rochas! Por isso, se soubermos ver o que está escrito, vamos saber o que
a natureza andou fazendo no tempo passado, e aí podemos saber a... história do
nosso planeta! As rochas contam histórias! Têm vestígios do tempo passado!

E no Araripe existem rochas! No Araripe existem vestígios do tempo pas-


sado! Então, vamos ver o que estes vestígios impressos nas rochas contam...
Em primeiro lugar, a gente pode ver que as rochas no Araripe estão dispostas
como uma torta, em camadas de cores diferentes: umas são cinzentas, como as da
cachoeira de Missão Velha; outras são amarelinhas, como a pedra cariri; outras são
quase brancas, como a gipsita; e outras ainda são avermelhadas, como as que vemos
na chapada. Estas rochas têm cores diferentes, porque se formaram em tempos e
ambientes diferentes. As que estão mais embaixo são as mais antigas, são as que se
formaram há mais tempo.

O tempo... O tempo tem di-


mensões fantásticas! Desde que nosso
planeta se formou, já se passaram
milhões de anos, um tempo difícil de
imaginar! Assim, o tempo registrado
nas rochas também é de milhões de
anos. As rochas mais antigas da Região
do Araripe, chamadas granitos e filitos,
têm a idade de quase 650 milhões de
anos. São as rochas que estão embaixo
dos pés da estátua do Padre Cícero, em Cachoeira de Missão Velha
Juazeiro do Norte, cheias de grãozinhos
(cristais) pretos, brancos e cor-de-rosa.

Em cima dos granitos, quando ainda não existiam plantas na Terra, uma
grande área no Maranhão, Piauí e Sul do Ceará foi invadida pelas águas de um
rasinho, que deixou seu vestígio nos arenitos cinzentos, que hoje podemos ver na
Cachoeira de Missão Velha. Lá já foi mar! Foi mar há quase 450 milhões de anos...
Muito tempo...
Depois, o tempo passou, passou... por quase 300 milhões de anos. Então, a
África e América começaram a se separar, e entre elas se formou o Oceano Atlântico.

p.20 | Educação Ambiental


Com a separação destes dois continentes, formou-se um grande e longo desfiladeiro
que ia desde a cidade de Salvador até o Araripe, passando pelo interior da Bahia e
de Pernambuco. Com o passar do tempo, este desfiladeiro ficou entulhado de areia
e lama vermelha das regiões vizinhas e fechou. Mas, nessa época, quase toda esta
área era coberta por uma floresta de pinheiros, que deixou um registro: os troncos
fósseis que hoje encontramos perto da rodovia que liga Barbalha a Missão Velha.

O tempo passou mais um pouco, e o clima foi esquentando, esquentando...


E se instalou na Terra período de aquecimento global, o Cretáceo, quando ainda
nem existiam as pessoas, nem os carros, nem a indústria... Mas existiam dinos-
sauros, pterossauros e peixes esquisitíssimos! Pois nesse tempo, o Araripe, o Piauí
e o Maranhão foram novamente inundados por águas, pois, com o derretimento
das calotas polares, os oceanos inundaram todas as áreas continentais baixas. E
o Araripe então ficou nas margens de um braço de mar equatorial, cheio de areia,
onde havia lagoas, lagunas e a foz dos rios que, às vezes, ficavam cheios d’água e às
vezes secavam... O mundo nunca para!...

Vista da Chapada do Araripe, com paredão de arenitos da Formação Exu com aproximadamente 98
milhões de anos

Mas como é que sabemos disso? Sabemos contar esta história, porque
no Araripe se formaram várias camadas de rochas, uma diferente da outra. Bem
embaixo, formou-se uma camada de arenitos cinzentos e folhelhos mais escuros,
com restos de vegetais, peixes e conchas. Depois, em cima, há camadas de pedra
cariri, um calcário laminado (fino como a lâmina de uma faca) amarelinho, que tem
Parte I | p.21
preservado dentro dele muitas piabinhas, insetos, rãs, crocodilos e folhas fósseis,
vestígios da abundante vida que ali se desenvolvia, num clima quente e úmido.

Depois, estão as camadas de gesso (ou evaporito), que marcam um tempo


seco, um tempo no qual a água dos lagos evaporou. E, em cima do gesso, há camadas
de arenitos e de folhelhos cinzentos com pedras de peixe, como são também cha-
madas as concreções calcárias. Esta concreção, em geral, tem um fóssil dentro que,
na maioria das vezes, é um peixe. Mas podem ser também ossos de pterossauros, de
tartarugas, galhos de plantas... São vestígios de um ambiente com águas mornas,
cada vez mais profundas... ´´O mundo nunca para!´´

Com o passar do tempo, as águas dos mares retrocederam, pelo natural


resfriamento global, e a Região do Araripe foi secando, secando... As areias das
praias foram se depositando, depositando, até que formaram as camadas de arenito
vermelho e duro que existem hoje, na encosta da Chapada do Araripe.
É assim que as rochas contam a história do nosso planeta mostrando grãos diferen-
tes, cores diferentes, fósseis diferentes! São os vestígios de um tempo passado, que
a natureza deixou para nós descobrirmos!

Maria Helena Hessel


Paleontóloga – Universidade Federal do Ceará
Francisco Idalécio de Freitas
Geólogo – GeoPark Araripe - URCA

p.22 | Educação Ambiental


ii.2 Vestígios paleontológicos
A paleontologia estuda
restos ou vestígios de seres
que viveram há mais de 1
milhão de anos. Os restos
de seres vivos encontrados
geralmente são ossos,
contudo, raramente são
preservados tecidos moles
como músculos, pele e até
órgãos internos. Os vestí-
gios são tubos de vermes
ou insetos, pegadas ou
qualquer marca deixadas
Foto de vegetal fóssil (Brachyphyllum obesum) da família dos
por seres vivos que ficam
pinheiros encontrado na pedra cariri ´´gravados`` em rochas.
Um resto de ser vivo é con-
siderado fóssil a partir de 1
milhão de anos, porque é o tempo necessário, mínimo para que haja fossilização, e
daí até os dias atuais, animais e plantas praticamente não variaram na composição
das espécies como as conhecemos. A substituição das moléculas que compõem os
restos de seres vivos por outras substâncias encontradas no ambiente para petrifi-
cação das estruturas que vão se tornar fósseis, podem ser observadas apenas a partir
de 11 mil anos.

A Bacia do Araripe é um lugar diferen-


ciado, quando se trata de paleontologia, porque
existe um grande número de exemplares fósseis,
na casa dos bilhões. Esse lago antigo apresentava
todas as condições para a formação de fósseis,
na época em que a região era formada por um
conjunto de lagos, geralmente interligados, ou
um grande lago sob influência marinha. Nesse
ambiente aquoso, aconteciam eventualmente
variações ambientais, como variação da tempe-
ratura da água ou da salinidade. Essas variações
causavam a morte da maioria dos seres que Inseto fóssil com aproximadamente 110
estavam nesse ambiente, até mesmo dos que se milhões de anos

Parte I | p.23
alimentavam de cadáveres. Quando os cadáveres caíam no fundo do lago, eram
cobertos pela precipitação do carbonato de cálcio, uma substância semelhante à cal,
mudando a sua composição química e preservando-os até os dias de hoje.

Esses fósseis são conhecidos mundialmente e presentes, nos principais


museus de paleontologia do mundo. Foram por muito tempo, motivo de tráfico e
disputados por pesquisadores e colecionadores nacionais e internacionais. Na Bacia
do Araripe, também já foram feitas descobertas de restos de animais do Pleistoceno,
como as preguiças gigantes, com menos de um milhão de anos, alguns que convi-
veram com os antigos habitantes das Américas, antes da chegada dos colonizadores
europeus.

Ramos de planta que produzia frutos do Período Cretáceo

Antônio Álamo Feitosa Saraiva


Paleontólogo – Coordenador Científico do GeoPark Araripe
Diretor do Museu de Paleontologia da URCA

p.24 | Educação Ambiental


ii.3.1 Conhecendo a Arqueologia da
Chapada do Araripe

Crianças conhecendo a Fundação Casa Grande - Utensílio doméstico de pedra polida


Memorial do Homem Kariri

Um sítio arqueológico é um lugar onde se encontram os vestígios da vida


e da cultura material dos povos do passado. Esses vestígios podem estar sobre a
superfície do solo ou enterrados. Para estudarmos um sítio arqueológico, precisa-
mos de um arqueólogo, que usa métodos apropriados para essa tarefa. Se tentarmos
escavar ou explorar um sítio arqueológico, sem o devido conhecimento, podemos
destruir as informações que ele contém. Para encontrar as informações que procura,
o arqueólogo, como um detetive, remove cuidadosamente, às vezes com um pincel,
as camadas de terra que cobrem as pistas deixadas pelos povos do passado. Esses
vestígios podem ser os artefatos, que são objetos feitos pelo homem, seus instrumen-
tos de trabalho, de caça, pesca, vasilhas etc. Podem ser estruturas, como construções,
casas, abrigos, depósitos de alimentos; ou podem ainda ser ecofatos, que são coisas
da natureza usadas pelo homem, como por exemplo, restos de alimentos, ossos,
pedras, carvão etc. Ou seja, uma arqueologia e paleontologia forense.

Desenho sobre mito relacionado aos índios Kariri Sítio arqueológico Olho da Mãe D’água em
Nova Olinda
Parte I | p.25
O Vale da Chapada do Araripe representa, para o estudo da arqueologia
do Nordeste, um lugar de refúgio para a vida humana, pois bandos de homens
caçadores e coletores, fugindo da aridez do sertão, em tempos muito antigos, foram
atraídos pelas águas das fontes da Chapada do Araripe, deixando os testemunhos
de sua presença, através de vestígios culturais que atualmente são estudados pela
arqueologia. Uma importante pista, para a identificação dos sítios arqueológicos da
Chapada do Araripe, são as lendas e os mitos do povo Kariri, que são testemunhos
orais da cultura dos povos que habitaram a região, antes da colonização.

Para enterrar os mortos, os indígenas da Chapada do Araripe se utilizavam
de urnas funerárias e praticavam um ritual de inumar os mortos, ou seja, queimar
e depositar as cinzas do morto dentro de um pequeno prato, que era guardado
em uma urna maior, chamada de “Igaçaba”. Junto com as cinzas eram enterrados
também alguns objetos pertencentes ao indivíduo. Essas Igaçabas são encontradas
pelos arqueólogos, nas proximidades dos Rios Batateira, Salgado e seus afluentes.

Artefato cerâmico de uso doméstico Urna funerária em exposição na Fundação


Casa Grande

Dentre todos os vestígios arqueológicos da Chapada do Araripe, destacam-


se os sítios arqueológicos de arte rupestre ou registro rupestre.

Os artistas pré-históricos da Chapada do Araripe pintaram e gravaram
inúmeros paredões, nos leitos dos rios, e abrigos, no alto da chapada. Para pintar os
painéis de arte rupestre, eram utilizados dedos, pincéis feitos com madeira, chuma-
ços de pelo ou penas e gravetos. As cores mais comuns são o vermelho, o amarelo e
o preto. Também gravaram, esculpindo a rocha com ferramentas de pedra polida,
água e argila. Em alguns sítios (como no Sítio Santa Fé, Crato-CE) utilizando-se do
próprio dedo, preencheram o interior das gravuras com tinta, dotando as figuras da
semelhança de pássaros em perspectiva.

p.26 | Educação Ambiental


Entre os agentes que ameaçam o patrimônio arqueológico da Chapada do
Araripe estão principalmente a exploração das jazidas minerais, para construção ci-
vil (argila, calcário, paralelepípedo etc.) em áreas de grande potencial arqueológico;
as queimadas, após a broca do roçado; as pichações dos paredões de arte rupestre;
e as visitas desordenadas aos sítios arqueológicos.

Crianças da Fundação Casa Grande conhecendo sítio arqueológico

O conhecimento crítico e a apropriação consciente pelas comunidades do


seu patrimônio arqueológico são fatores indispensáveis, no processo de preservação
sustentável desses bens, assim como o fortalecimento dos sentimentos de identidade
e cidadania. Nesse sentido, o GeoPark Araripe reúne e divulga esses bens, buscando
levar as crianças e os adultos a um processo ativo de conhecimento, apropriação e
valorização de sua herança cultural.

Rosiane Limaverde
Arqueóloga – Fundação Casa Grande

Parte I | p.27
Terceira

p.30 | III.1 Educação ambiental


p.32 | III.2 Meio ambiente e saúde

p.28 | Educação Ambiental


parte

p.34 | III.3 Direito Ambiental

Parte I | p.29
III.1 Educação Ambiental
Século atrás, já havia pessoas denunciando a devastação ambiental no pla-
neta, entre elas o cacique indígena norte-americano Seattle, em 1854, que mostrou
como os índios sabiam viver saudáveis e felizes, sem destruir os recursos naturais,
demonstrando conhecer profundamente as leis da natureza. Outro exemplo é o de
Raquel Carson que, em 1962, publicou o livro “Primavera Silenciosa,” chamando
a atenção e mostrando que países ricos tinham tradição de crescer às custas da
destruição dos recursos naturais de países subdesenvolvidos e pobres.

Após a II Guerra Mundial, a


história da Educação Ambiental -
EA, relaciona-se mais diretamente
com os movimentos sociais de cunho
ambientalista, os quais presumem
uma transformação na mente,
nas atitudes e no comportamento,
buscando um desenvolvimento hu-
mano ético, com base em valores e
vivências para o cuidado com a vida
e o respeito a ela.

Em 1946, a política ambiental
Programa de Ed. Ambiental do GeoPark Araripe com
é retomada, sob o patrocínio da
as Escolas
UNESCO, na Suíça e do governo
francês. Em 1948, é criada a União
Internacional para a Proteção da Natureza – UIPN. Na década 50, emerge um
ambientalismo científico via UIPN. Em 1956, a UIPN passou a ser denominada
como União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Natu-
rais - UICN.

O princípio básico da UICN encontra-se na conservação da natureza, nos
recursos naturais renováveis da Terra, sobre os quais estão estruturados os valores
da civilização humana.

As preocupações com a EA, no movimento ambientalista, aumentaram
com o decorrer do tempo. Foi na primeira Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, na Suécia, em 1972, que foi
legalmente convencionado o termo EA. Nos anos seguintes, a EA foi inserida nas

p.30 | Educação Ambiental


agendas nacionais e internacionais, para contribuir com a formação humana, de
maneira mais equilibrada, para o meio ambiente e a sustentabilidade do planeta.

No cenário internacional, a UNESCO, junto ao Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), criou o Programa Internacional de EA
(PIEA), a fim de promover nos países membros a reflexão, a ação e a cooperação
para ações internacionais conjuntas na área. A discussão no momento era a polui-
ção causada principalmente pelas indústrias.

Na Conferência de Estocolmo, como já foi citado acima, em suas


resoluções importantes, cria-se o termo Educação Ambiental, mostrando que se
deve educar o cidadão para a solução dos problemas ambientais.

Aula de campo de Ed. Ambiental no Geossítio Parque dos Pterossauros

Maria Neuma Clemente Galvão


Pedagoga – Coordenadora de Educação Ambiental do GeoPark Araripe

Parte I | p.31
III.2 Meio Ambiente e saúde
A Constituição Federal, de 1988, expressa a preocupação com a influência
do meio ambiente na saúde em diversos de seus artigos:

Art. 196 define saúde como direito de todos e dever do Estado, garantido me-
diante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para
sua promoção, proteção e recuperação;
Art. 225 diz: todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-
se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo, preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.

A Lei nº 8.080/90, que institui o Sistema Único de Saúde (SUS), destaca


como fatores determinantes e condicionantes da saúde, entre outros, “a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte,
o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais”. Além disso, salienta que “os níveis
de saúde da população expressam a organização social e econômica do País” (BRA-
SIL, 1990, Art. 3.º). Acrescenta, ainda, que dizem respeito também à saúde as ações
que se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico,
mental e social (BRASIL, 1990, Art. 3.º, parágrafo único).

O perfil de saúde da população brasileira no quadro atual está composto
por três cenários principais. O primeiro deles revela, predominantemente, doenças
cardiovasculares e neoplásicas (respectivamente, primeira e terceira causas de óbi-
to), tais expressões mórbidas são consideradas como efeito de condições genéticas, de
vida e trabalho vivenciadas pelas populações, principalmente por aquelas expostas a
determinados poluentes ambientais. O segundo é conformado pelas doenças infecto-
parasitárias, nitidamente determinadas também pelas condições socioambientais.
As chamadas causas externas compõem o terceiro, que engloba os acidentes e as
violências. Pode-se dizer que esses três cenários constituem-se como acontecimentos
socioambientais produtores de traumas, lesões e doenças (BRASIL, 2007).

A área que trata da inter-relação entre saúde e meio ambiente foi denomina-
do de Saúde Ambiental. Segundo definição estabelecida pelo Ministério da Saúde:
O campo da saúde ambiental compreende a área da saúde pública, afeita ao
conhecimento científico e à formulação de políticas públicas e às correspon-
dentes intervenções (ações) relacionadas à interação entre a saúde humana

p.32 | Educação Ambiental


e os fatores do meio ambiente natural e antrópico que a determinam, con-
dicionam e influenciam, com vistas a melhorar a qualidade de vida do ser
humano sob o ponto de vista da sustentabilidade (BRASIL, 2007).

Em 1998, o Ministério da Saúde, por meio de sua Secretaria de Políticas, montou


um grupo de trabalho, com participantes das principais universidades do País, de
órgãos ambientais e da Organização Pan-americana de Saúde - OPAS, para elaborar
uma Política Nacional de Saúde Ambiental. O documento preliminar ficou pronto
em junho de 1999. Seu propósito era:
A prevenção de agravos à saúde decorrentes da exposição do ser humano a
ambientes nocivos e a redução da morbi-mortalidade por doenças transmis-
síveis, crônico-degenerativas e mentais mediante, sobretudo, a participação
do setor saúde na criação, na reconstituição e na manutenção de ambientes
saudáveis, contribuindo, assim, para a qualidade de vida da população bra-
sileira (BRASIL, 1999, p. 15).

Segundo Câmara e Tambellini (2003, p. 100):

Nas Américas, a Saúde Ambiental, antes relacionada quase que exclusiva-


mente ao saneamento e qualidade da água, incorporou outras questões que
envolvem poluição química, pobreza, equidade, condições psicossociais e
a necessidade de um desenvolvimento sustentável que possa garantir uma
expectativa de vida saudável para as gerações atuais e futuras.

Nesse sentido, o Ministério da Saúde vem implementando um Sistema


de Vigilância em Saúde Ambiental em todo o País, para aprimorar um modelo
de atuação no âmbito do SUS, e vem constituindo competências que objetivam
a implementação de ações em que é constatada a relação entre saúde humana,
degradação e contaminação ambiental (BRASIL, 2007).

A Vigilância Ambiental em Saúde foi definida pela Fundação Nacional de


Saúde – Funasa, como:
Um conjunto de ações que proporciona o conhecimento e a detecção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes do meio am-
biente que interferem na saúde humana, com a finalidade de identificar as
medidas de prevenção e controle dos fatores de risco ambientais relacionados
às doenças ou outros agravos à saúde (BRASIL, 2001).

Maria do Socorro Vieira


Enfermeira – Professora do Departamento de Enfermagem
Cíntia de Lima Garcia
Aluna de Enfermagem
Parte I | p.33
III.3 Direito Ambiental
Meio Ambiente é “a interação do conjunto de elementos naturais, artifi-
ciais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas
as suas formas” (FACIN, 2009).
Dentre as iniciativas para conter o avanço da degradação do meio am-
biente e dos recursos naturais, as legislações de proteção ambiental surgem como
um dos elementos que obrigam cidadãos e Estado a refletir antes de poluir.
A legislação ambiental possui como fim resguardar o meio ambiente,
adequando à necessidade humana a sua utilização sustentável.

Meio Ambiente como Direito Fundamental

Os direitos fundamentais constituem direitos e garantias previstos de


maneira genérica ou específica na Carta Magna. Buscam assegurar a dignidade
da pessoa humana e garantir o conjunto de medidas que mantém o Estado De-
mocrático de Direito.
De cunho humanista, como os demais direitos fundamentais, o meio
ambiente ponderado resguarda a dignidade e vida humana, pois não há como se
discutir que a degradação dos recursos ambientais dificulta e existência dos ho-
mens. A escassez de bens naturais antes de comprometer a vida humana dificulta
seu desenvolvimento social, econômico e cultural.
Congruente a este processo, o Legislador Constitucional do Brasil aten-
tou-se para implantar na Carta Fundamental de 1988 direitos que transcendem a
individualidade, como o direito a um meio ambiente sadio, amparado no Artigo
225 da Constituição Federal.

Unidades de conservação na Bacia sedimentar do Araripe

Parte significativa das áreas de GeoPark Araripe


está em espaços territoriais protegidos. Dentre eles,
encontram-se as unidades de conservação. Nestes
geossítios destacam-se, também, áreas de preservação
permanente por estarem em áreas de mata ciliar, de
nascente, topo de morros e montes, encostas e bordas
Rio Batateiras, em Crato da Chapada do Araripe ou simplesmente estão em
regime especial de proteção como as áreas de minera-
ção – com a presença de fósseis, achados arqueológicos etc.
As unidades de conservação consistem em espaços territoriais especial-
mente tutelados. No Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC,
p.34 | Educação Ambiental
instituído pela lei 9.985/2000, as unidades se subdividem em dois blocos com
características especificamente definidas: unidades de proteção integral e unida-
des de uso sustentável.
Existem nas áreas do GeoPark Araripe entre os municípios de Santana
do Cariri, Nova Olinda, Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Missão Velha, de
modo parcial, seis destas modalidades de unidades de conservação da natureza:
a Área de Proteção Ambiental (APA do Araripe), a Floreta Nacional (FLONA do
Araripe) situada em cinco municípios da região do Cariri cearense: Santana do
Cariri, Crato, Barbalha, Jardim, Missão Velha e quatro Monumentos Naturais
(Geossítio Cachoeira de Missão Velha, Geossítio Riacho do Meio em Barbalha,
Geossítio Batateiras em Crato e Geossítio Pontal da Santa Cruz em Santana do
Cariri) instituído mediante decreto do Governo do Ceará, 28.506/06.
Nas unidades de proteção integral é permitido tão somente atividades
que não ponham em perigo o equilíbrio ecológico, ou seja, o uso indireto dos
recursos naturais: educação ambiental, pesquisa e outras atividades autorizadas
no Plano de Manejo da Unidade, bem como na legislação própria.
As unidades de uso sustentável, por sua vez, consistem em áreas de uso
direto dos recursos naturais, no que tange à sua possível exploração e utilização,
conforme regramentos descritos no Plano de Manejo da Unidade, condicionado à
autorização do órgão competente responsável pela gestão e desde que o uso se dê
de forma sustentável.
As unidades de conservação federal são gerenciadas pelo Instituto Chico
Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio, autarquia federal criada
para este fim. A APA e FLONA do Araripe são unidades federais e encontram-se
na categoria de unidades de uso sustentável. Os Monumentos Naturais são UC
de Proteção Integral, estas terão sua gestão realizada pela URCA e pela SEMACE
com apoio de um Conselho Gestor.
O direito a um meio ambiente equilibrado transcende aos direitos me-
ramente individuais e se qualifica como direito difuso e, especialmente, consiste
num direito fundamental. Exatamente por tutelar concomitantemente cada
indivíduo e toda a coletividade. Os espaços territoriais protegidos e parcialmente
regulamentados no texto constitucional no seu Artigo 225 deixam ainda mais
evidentes essa intenção do legislador.

José Patrício Pereira Melo


Advogado – Professor do Departamento de Direito da URCA
Zósimo Mota Queiroz
Estudante do Curso de Direito da URCA

Parte I | p.35
p.36 | Educação Ambiental
Parte I | p.37
Quarta

p.40 | IV.1 Desenvolvimento humano sustentável


p.42 | IV.2 Aspectos Sociológicos

p.38 | Educação Ambiental


parte

p.44 | IV.3 História e cultura - GeoPark Araripe - história / artes


p.46 | I.V.4 Instituições de guarda e difusão de conhecimento
e acervo material do GeoPark Araripe

Parte I | p.39
IV.1 Desenvolvimento humano
sustentável
Tudo na vida se desenvolve! Nós somos um exemplo disso; no momento
em que somos gerados, desenvolvemo-nos no ventre das nossas mães, nascemos,
crescemos e estamos sempre em evolução. Mas não nos desenvolvemos sozinhos, e
sim junto com um todo... junto com uma sociedade.

A expressão Desenvolvimento
Sustentável foi usada, pela pri-
meira vez, em 1987, na publicação
de um relatório ambientalista,
conhecido como “Nosso Futuro
Comum”, que diz: “Desenvol-
vimento Sustentável é aquele
que atende às necessidades do
presente sem comprometer a
capacidade das futuras gerações
de atenderem as suas próprias
necessidades”. É preciso, porém,
Crianças do Projeto Verde Vida Crato-CE
ressaltar que o desenvolvimento
só será efetivamente sustentável,
se for um desenvolvimento atrelado às necessidades da humanidade, que deverá ser
suprida no presente, mas tendo preocupação constante com o futuro, reconhecendo,
assim, a necessidade que a natureza, as pessoas e o mundo têm de desenvolvimento,
mas com saúde, preocupação e respeito com tudo e todos sempre.

Mas como fazer isso? Como devemos seguir para que esse desenvolvimento
humano aconteça? Essas questões realmente são algo que precisa ser pensado, pois,
se não soubermos o que fazer nem como agir, ficaremos apenas na conversa. Exis-
tem caminhos já definidos e trabalhados por muitas pessoas, que nos mostram que,
para caminhar em busca do tão sonhado desenvolvimento humano sustentável, é
necessário, antes de tudo, valorizar e tentar promover a igualdade entre todas as
pessoas e sociedades. Igualdade de raça, de gênero, de acesso e de oportunidades ao
desenvolvimento econômico. É necessária também a administração responsável de
tudo que produzimos e consumimos, devendo-se usar e produzir apenas o necessá-
rio para o nosso desenvolvimento físico, econômico e intelectual, respeitando assim
os limites da humanidade, da natureza e seus recursos não renováveis, agindo de
forma responsável e com respeito às gerações futuras.

p.40 | Educação Ambiental


Embora tudo pareça fácil, muita coisa tem que ser feita, como: a redução
da pobreza, satisfação das necessidades básicas, melhoria da qualidade de vida das
pessoas, assim como o acesso democrático da sociedade às políticas, possibilitando
a participação desta nas decisões que interferem diretamente no modo de vida e
no desenvolvimento da sustentabilidade do planeta e da sociedade, como um todo.
Nesse sentido, o desenvolvimento humano sustentável, mostra-nos o quanto ele
será grandioso, se tratar as questões econômicas, sociais, políticas e culturais, com
a mesma preocupação.

Crianças brincam no parque dentro da Fundação


Casa Grande

Mas, para que tudo isso aconteça de fato, é necessária a modificação de


certos atos culturais, adquirindo-se uma postura de respeito ao meio ambiente e,
sobretudo ao homem, em que esse respeito à humanidade precisa ser culturalmente
aceito e vivenciado por todos. Portanto, a ideia de sustentabilidade tem que ser
requerida para qualquer tipo de desenvolvimento.

Para que essas ideias sejam aprendidas por nós, faz-se necessário que a
educação, como um todo, viva os princípios da educação popular e emancipatória,
possibilitando as múltiplas dimensões do desenvolvimento humano, viabilizando
as relações em busca de novas atitudes e hábitos, na direção da sustentabilidade e
da cidadania.

Luciana Lacerda
Geógrafa – GeoPark Araripe

Parte I | p.41
IV.2 Aspectos sociológicos

Complexo da Colina do Horto

O Cariri constitui-se numa espécie de oásis, no sertão nordestino, através


das marcas deixadas pelas levas de romeiros provenientes dos mais diversos Estados
do Nordeste, que buscam salvação espiritual e material na Juazeiro Celeste.

Essa confluência torna o Cariri o locus de um imenso caleidoscópio de prá-
ticas sóciocultural, com uma infinidade de rituais, saberes e formas de expressão,
compondo um verdadeiro caldo composto pelos valores, pelas identidades, enfim,
pela cultura de uma parcela expressiva não só das várias faces do Nordeste, mas da
população brasileira.

As paisagens culturais caririenses, formadas por movimentos impostos


pelo homem, através do seu trabalho, da sua cultura e da emoção, revelam a ri-
queza da pluralidade de seu povo: são as festas, como a do Pau da Bandeira de
Santo Antônio, em Barbalha; a de São Sebastião, em Nova Olinda; a de São José,
em Missão Velha; a de Senhora Santana, em Santana do Cariri, as romarias em
Juazeiro; são as expressões artesanais em couro, argila, madeira, cipó e palha; é
a culinária; são as diferentes formas de expressão, como as bandas cabaçais, os
reisados; são a música e a literatura popular, entre tantos outros aspectos que
expressam a alma caririense.
p.42 | Educação Ambiental
A proposta do GeoPark, assentada nos pilares da geoeducação, geocon-
servação e geoturismo, poderá trazer consigo reflexos nas dimensões econômica,
ambiental e patrimonial, atuando como um importante elemento capaz de impul-
sionar o desenvolvimento sustentável da região. Mas, para que isso possa ocorrer
efetivamente, é fundamental que as comunidades envolvidas reconheçam e valori-
zem suas riquezas sócioculturais.

Nesse sentido, o lema consolidado por


Aluísio Magalhães de que a comunidade é a
melhor guardiã de seu patrimônio traz à tona a
necessidade de as comunidades conhecerem e
reconhecerem as suas especificidades e poten-
cialidades, a fim de assegurar a perpetuação dos
bens culturais, e também viabilizar a articulação
dos agentes envolvidos, visando à sua promoção
e melhorias para as suas comunidades.

Oficina do Sr. Espedito Seleiro em Nova


Olinda

Renata Marinho Paz


Historiadora – Professora da URCA

Parte I | p.43
IV.3 História e cultura
GeoPark Araripe – História / Artes

O Cariri, que antigamente fez par-


te da rota de migração e retiro para povos
nômades, desde o século XVIII tornou-se
densamente habitado. Talvez seja um dos
maiores atrativos do GeoPark Araripe a
contínua presença humana no Cariri, o
convívio histórico entre grupos humanos
diversos e a sua rica cultura popular.

Entre as manifestações humanas, Baião de dois com pequi, comida


desde sempre, destacam-se as expressões típica da região
de sua arte, mormente a arte gráfica, que
faz parte intrínseca da cultura nordestina e merece o cuidado da mão pública,
através de mecanismos de incentivo, revitalização e proteção. Nenhuma outra ex-
pressão visual é capaz de transportar o espectador a um passado tão remoto como
as expressões gráficas – lembrando que os fósseis, muito antes da presença humana,
representam estruturas que remetem pictoricamente ao universo gráfico, forman-
do relevos, incisões provocadas não pela mão humana, mas por processos naturais
(como se fosse uma arte feita pela própria natureza). Os restos vegetais fossilizados
nas lajes da Pedra Cariri formam texturas naturais, originais – não muito diferentes
das fibras em papéis e das texturas modernas em materiais ‘artísticos’ – em que o
espectador facilmente encontra grande força estética.

O Cariri é uma das regiões mais prósperas em relação à cultura popular, no


Brasil. A presença da romaria em torno de Padre Cícero, a diversidade em artesana-
to e manifestações folclóricas destacam a região não apenas dentro do Ceará, como
no Nordeste inteiro.

No Cariri cearense, até pouco tempo atrás, havia uma abundância destes
signos, partindo dos antigos registros rupestres da população pré-histórica, até
expressões mais contemporâneas. Encontram-se ainda marcas de vaqueiros nas
encruzilhadas dos antigos caminhos de boi, nos utensílios domésticos, como baús
de couro, móveis de madeira e chocalhos de metal e símbolos comerciais que
identificam a produção da rapadura, também diversas expressões de fé, como os
inúmeros crucifixos afixados em portas das casas de romeiros. Ultimamente, no

p.44 | Educação Ambiental


entanto, esta cultura gráfica parece
desaparecer, diante da crescente
presença de imagens massificadas,
como a de cartazes e murais das
campanhas políticas.

Mas há espaço para tradições lo-


cais, como a xilogravura (impressão
a partir de matrizes em madeira que
se encontra tipicamente nas capas
de folhetos de cordel) e abrem-se
novos horizontes para expressões
contemporâneas, como o grafite.

Estátua do Padre Cícero

Titus Riedl
Historiador – Professor da URCA

Parte I | p.45
I.V.4 Instituições de guarda e difusão
de conhecimento e acervo material
do GeoPark Araripe
Para conhecer o GeoPark Araripe, precisamos caminhar por seus Geossítios.
No entanto, nem sempre isso é possível, então podemos visitar os seus museus.
Os museus são instituições abertas ao público que adquirem, conservam,
pesquisam, comunicam e exibem um determinado patrimônio. Esse patrimônio
constitui-se de bens naturais e/ou culturais de valor reconhecido por uma localidade,
região ou país.

Peça do acervo fóssil do Museu de Paleontologia de San-


tana do Cariri

Assim, no Museu de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri, que


fica na cidade de Santana do Cariri, podemos aprender sobre Geologia, a ciência
que trata da história da Terra e da evolução da vida registrada nas rochas, que é
objeto de estudo da Paleontologia.
O acervo do Museu de Paleontologia é composto por peças que registram
milhões de anos de valiosas informações sobre a formação da Terra e a evolução da
vida no planeta.
Através do acervo do museu, ficamos sabendo que a Região do GeoPark
Araripe já foi um grande lago de água salgada, e também já abrigou dinossauros,
inclusive o Santanaraptor placidus, cujo fóssil apresentou ao ser encontrado, por pa-
leontólogos do Museu Nacional e da URCA, em 1991, raras condições de conservação
“seus sinais petrificados constituem um fóssil de alto nível de preservação”, e indicam
que ele “era um dinossauro de um metro e meio de altura, carnívoro, bípede e feroz”.

p.46 | Educação Ambiental


A arqueologia é o estudo das sociedades passadas em seus diversos aspectos
a partir dos objetos materiais por elas deixados; assim ela estuda o homem partindo
de sua cultura material.
Na Fundação Casa Grande - Memorial do Homem Kariri, que fica na
cidade de Nova Olinda, poderemos encontrar um museu que em seu acervo dispõe
da cultura material e imaterial do homem Kariri.

Museu da Fundação Casa Grande

Esta Casa guarda as lendas que são contadas como uma explicação para as
muitas formações rochosas e inscrições rupestres existentes na Chapada do Araripe.
Contém os achados arqueológicos como máscaras, provavelmente utiliza-
das em rituais, urnas funerárias, machadinhas, instrumentos musicais, utensílios
para preparo de alimentos, fotos de sítios arqueológicos e mitológicos.

Desenho da Ponte de Pedra e registro da lenda


feito pelo meninos da Fundação Casa Grande

Identidade se traduz no sentimento de pertencimento a uma comunidade.


Diz o poeta “se queres ser universal canta a tua aldeia”, mas só poderemos fazer isso
se a conhecermos, a valorizarmos e nos sentirmos parte dela.
Em Juazeiro do Norte, encontramos o Memorial Pe. Cícero e o Museu Vivo
do Pe. Cícero, os quais exibem cenas do cotidiano deste sacerdote, chamado por seus
Parte I | p.47
p.48 | Educação Ambiental
Parte I | p.49
devotos de o “santo do sertão”. Nestes locais podemos conhecer a história desse homem
que influenciou/influencia todo o contexto nordestino, sobretudo do Cariri cearense.
Também em Juazeiro do Norte podemos visitar o Centro Cultural Mestre
Noza e apreciar o trabalho dos artesãos que da madeira bruta extraem a arte do
cotidiano.

Bonecos talhados em madeira no Centro Cultural Mestre Noza em Juazeiro do Norte – CE

Na cidade do Crato temos o Museu de Arte Vicente Leite, com exposição


de obras de arte de Sinhá DÁmora, Celita Vacani, Vicente Leite, dentre outros
artistas, e o Museu Histórico do Crato com peças da época de Bárbara de Alencar,
considerada por muitos uma heroína, e de Lampião e Maria Bonita, com a história
do cangaço registrada em peças expostas para serem conhecidas.
Na área do GeoPark Araripe há outros museus? Sim, busque mais informa-
ções e lembre-se: ao visitar um museu, antes procure saber sobre ele, seus objetivos
e acervo, e na visita siga os seguintes passos:

1. pratique exercícios de observação, olhe atentamente os objetos expostos,


pesquise, investigue a sua função e significado;
2. registre o conteúdo observado, pesquisado, da forma como preferir, dese-
nhos, textos... é uma maneira de fixação do conhecimento percebido;
3. explore o tema visto, isso desenvolve as capacidades de análise e julgamento
crítico, uma história sempre pode ser recriada, é interagindo com os objetos
que descobrimos novas possibilidades;
4. aproprie-se do conhecimento adquirido, isto tem a ver com afetividade, só
podemos amar aquilo que conhecemos. Recriar o conhecimento através de
obras de arte, pintura, poesia, texto, filme, vídeo... é uma forma de valoriza-
ção do patrimônio.
p.50 | Educação Ambiental
Ir a um museu é divertido, neste espaço há aprendizagem e ensino, mais
que tudo isso há a construção da cidadania, a certeza de que dela decorre direitos e
deveres que nos ligam aos outros e nos fazem conscientes de nossas responsabilida-
des com o presente, o passado e o futuro.

Isabelle de Luna Alencar Noronha


Pedagoga - Professora do Depto. de Educação da URCA.

Parte I | p.51
Quinta

p.54 | V.1 A Política Nacional de Educação Ambiental

p.52 | Educação Ambiental


parte

Parte I | p.53
V.1 A Política Nacional de
Educação Ambiental
De fato, o papel da Educação
Ambiental já estava reconhecido, in-
ternacional e nacionalmente, muito
antes da promulgação da Política
Nacional de Educação Ambiental,
basta ver a profusão de documentos,
tratados, cartas de recomendação,
portarias etc. existentes. Com base
nessas recomendações acordadas em
âmbito internacional, o Congresso
Nacional instituiu a Política Nacional
de Educação Ambiental, por meio da Educação Ambiental na Chapada do Araripe
Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999.
Essa lei, por sua vez, foi regulamentada, visando seu detalhamento e operacionali-
zação eficaz.

Assim, a Lei reproduz as concepções básicas da Educação Ambiental, as


mesmas que têm sido discutidas pelos educadores e que constam nos documentos
internacionais e que já estavam expressas no Programa Nacional de Educação Am-
biental. Retomando: interdisciplinaridade – a Educação Ambiental deve ser exercida
como uma prática integrada em todos os níveis e modalidades de ensino; direito
coletivo – todos têm direito à Educação Ambiental; responsabilidade coletiva.

O Sistema Nacional do Meio Ambiente/SISNAMA, o Sistema Educacional,


os meios de comunicação, o poder público em geral e a sociedade, como um todo,
têm a responsabilidade de promover a Educação Ambiental, permeando suas ações,
seus projetos, e a Educação Ambiental deve ser trabalhada dentro de um enfoque
holístico, por meio de uma prática democrática, participativa e inclusiva, abordando
a concepção de meio ambiente em sua totalidade, ressaltando a interdependência
entre o meio natural e os processos socioeconômicas, políticos e culturais. Estes
enfoques visam a construção de uma prática sustentável; e, por fim, a capacitação
como estratégia fundamental de implementação da Educação Ambiental.

No que diz respeito ao ensino formal, a grande novidade da Política


Nacional de Educação Ambiental é que ela, atendendo às recomendações da pes-
quisa educacional da Unesco e de todos os tratados internacionais sobre Educação

p.54 | Educação Ambiental


Ambiental, propõe a integração da Educação Ambiental às disciplinas. Segundo a
lei, a presença no ensino formal da Educação Ambiental deve abranger, de modo
integrado, os currículos das instituições de ensino públicas e privadas, englobando:
educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação superior, educação
especial, educação profissional, educação de jovens e adultos. Ou seja, torna obriga-
tório tratar a dimensão ambiental, em todos os níveis e modalidades de ensino, mas
ela não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino.

A Política Nacional de Educação
Ambiental institucionaliza e legaliza
a Educação Ambiental. Em segundo,
a PNEA é um avanço importante que
consolida um entendimento amplo da
Educação Ambiental, retratada nos
seus princípios básicos.

Uma lei tem muitas funções, e


a principal delas é garantir direitos e
deveres dos cidadãos, da sociedade, do
Visita de campo para coleta e pesquisa de fósseis poder público.

A PNEA incluiu a Educação


Ambiental na escola, de forma oficial, significa tratarmos as questões ambientais, de
modo duradouro, abrangente e profundo. Assim, as gerações que hoje participam
do processo educacional formal têm, com a Lei 9.795/99, o argumento e o amparo
legal para exigir de professores, orientadores pedagógicos e direção escolar a inclusão
da Educação Ambiental em seu processo educativo. Por outro lado, os educadores
terão a possibilidade de fundamentar e enriquecer sua prática pedagógica, com a
absorção da dimensão ambiental nos conteúdos específicos de suas disciplinas. Ao
poder público e às instituições de ensino compete definir e desenvolver estratégias
de implementação da lei. É, portanto, um parâmetro para definição de políticas
públicas, nas diferentes esferas de governo.

PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL - PRONEA

O Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA, cujo caráter


prioritário e permanente deve ser reconhecido por todos os governos, tem como
eixo orientador a perspectiva da sustentabilidade ambiental, na construção de um
país de todos, assume as seguintes diretrizes do Ministério do Meio Ambiente e do
Ministério da Educação:

Parte I | p.55
Estudantes percorrendo trilha na Floresta do Araripe

* Transversalidade e Interdisciplinaridade;
* Descentralização Espacial e Institucional;
* Sustentabilidade Sócioambiental;
* Democracia e Participação Social;
* Aperfeiçoamento e Fortalecimento dos Sistemas de Ensino, Meio Ambiente e
outros que tenham interface com a educação ambiental.

PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E FINALIDADES DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PRINCÍPIOS

a. Considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos


naturais e criados pelo homem, tecnológicos e sociais;
b. Constituir um processo contínuo e permanente, começando pelo pré-escolar
e continuando, através de todas as fases do ensino formal e não-formal;
c. Aplicar um enfoque, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina,
de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada;
d. Examinar as principais questões ambientais, do ponto de vista local, regional,
nacional e internacional, de modo que os educandos se identifiquem com as
condições ambientais de outras regiões geográficas.

p.56 | Educação Ambiental


OBJETIVOS
e. Consciência: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirir consciência
ambiental e ajudá-los a sensibilizar-se por estas questões;
f. Conhecimento: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirir diversi-
dade de experiências e compreensão fundamental do meio ambiente e dos
problemas anexos;
g. Comportamento: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a comprometerem-
se com uma série de valores e a sentir interesse e preocupação ambiental,
motivando-os de tal modo que possam participar ativamente da melhoria e
proteção ao meio ambiente;
h. Habilidades: ajudar os grupos sociais e os indivíduos a adquirir as habilidades
necessárias para determinar e resolver os problemas ambientais;
i. Participação: ajudar os grupos sociais e os indivíduos, quanto à participação
ativa nas tarefas que têm por objetivo resolver os problemas ambientais.

FINALIDADES

j. Ajudar a fazer compreender, claramente, a existência e a importância da


interdependência econômica, social, política e ecológica, nas zonas urbanas
e rurais;
k. Proporcionar a todas as pessoas a possibilidade de adquirir os conhecimentos,
os sentidos dos valores, as atitudes, o interesse ativo, as atitudes necessárias
para proteger e preservar o meio ambiente;
l. Incentivar novas formas de conduta nos indivíduos, nos grupos sociais e na
sociedade em seu conjunto, a respeito do meio ambiente, garantindo-lhes
uma melhor qualidade de vida;

Maria José de Sousa Holanda


Coordenadora de Educação Ambiental e Articulação Social do CONPAM

Parte I | p.57
Anexos

p.60 | Órgãos de Defesa do Meio Ambiente

p.58 | Educação Ambiental


Parte I | p.59
ÓRGÃOS DE DEFESA
DO MEIO AMBIENTE

IBAMA - INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E


DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS
Fonte: www.ibama.gov.br

É o órgão federal executor da Política Nacional do Meio Ambiente com atuação


em todas as unidades da Federação (Estados, Municípios e Distrito Federal).
            Atua na área de pesca, fauna, flora, poluição, degradação, normatização,
pesquisa, educação ambiental, técnica e unidades de conservação dentre outras.
Basicamente atua-se nas seguintes linhas.

São 14 os objetivos finalísticos do IBAMA definidos para o cumprimento


de sua missão institucional: 

01 - reduzir os efeitos prejudiciais e prevenir acidentes decorrentes da


utilização de agentes e produtos agrotóxicos, seus componentes e afins, bem
como seus resíduos; 

02 - promover a adoção de medidas de controle de produção, utilização,


comercialização, movimentação e destinação de substâncias químicas e
resíduos potencialmente perigosos; 

03 - executar o controle e a fiscalização ambiental nos âmbitos regional e


nacional; 
p.60 | Educação Ambiental
04 - intervir nos processos de desenvolvimento geradores de significativo
impacto ambiental, nos âmbitos regional e nacional; 

05 - monitorar as transformações do meio ambiente e dos recursos naturais; 

06 - executar ações de gestão, proteção e controle da qualidade dos recursos


hídricos; 

07 - manter a integridade das áreas de preservação permanentes e das


reservas legais; 

08 - ordenar o uso dos recursos pesqueiros em águas sob domínio da União; 

09 - ordenar o uso dos recursos florestais nacionais; 

10 - monitorar o status da conservação dos ecossistemas, das espécies e do


patrimônio genético natural, visando a ampliação da representação ecológica; 

11 - executar ações de proteção e de manejo de espécies da fauna e da flora


brasileiras; 

12 - promover a pesquisa, a difusão e o desenvolvimento técnico-científico


voltados para a gestão ambiental; 

13 - promover o acesso e o uso sustentado dos recursos naturais, e 

14 - desenvolver estudos analíticos, prospectivos e situacionais verificando


tendências e cenários, com vistas ao planejamento ambiental.

Escritório Regional de Crato - Praça Joaquim Fernandes Teles, s/nº - Bairro


Pimenta - 63100-000 Crato/CE - Tel.: (88) 3521-1529

Parte I | p.61
INSTITUTO CHICO MENDES
DE CONSERVAÇÃO DA
BIODIVERSIDADE - ICMBIO

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é o mais


novo órgão ambiental do governo brasileiro. Foi criado pela Lei 11.516, de 28 de
agosto de 2007. É uma autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e
integra o Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). A sua principal missão
institucional é administrar as Unidades de Conservação (UCs) federais, que são
áreas de importante valor ecológico.
Nesse sentido, cabe ao instituto executar as ações da política nacional de
Unidades de Conservação, podendo propor, implantar, gerir, proteger, fiscalizar e
monitorar as UCs instituídas pela União.
O instituto tem também a função de executar as políticas de uso sustentável
dos recursos naturais renováveis e de apoio ao extrativismo e às populações
tradicionais nas Unidades de Conservação federais de uso sustentável.
As suas outras missões institucionais são fomentar e executar programas de
pesquisa, proteção, preservação e conservação da biodiversidade e exercer o poder
de polícia ambiental para a proteção das unidades de conservação federais.

FLONA
Verônica Maria Figueiredo Lima
Chefe do Escritório Regional de Crato
Praça Joaquim Fernandes Teles, s/nº
Bairro Pimenta
CEP: 63100-000 - Crato/CE
Tel.: (88) 3523.1999
E-mail: veronica.lima@icmbio.gov.br

APA
Francisco Willian Brito Bezerra
Chefe do Escritório Regional de Crato
Praça Joaquim Fernandes Teles, s/nº
Bairro Pimenta
CEP: 63100-000 - Crato/CE
Tel.: (88) 3521.5128
E-mail: apaararipe@hotmail.com

p.62 | Educação Ambiental


BACIA HIDROGRÁFICA
DO RIO SALGADO

Tem uma área de drenagem de 12.865 km², correspondente a 8,25% do


território cearense, sendo o seu principal rio o Salgado, abrangendo grande parcela da
região Sul do Estado. Esta bacia é composta por 23 municípios (ver lista abaixo).
São grandes as potencialidades dessa bacia. Os melhores aquiferos da bacia
do Jaguaribe estão localizados nessa região, notadamente no Cariri. Por conta disso,
a maior parte de seus municípios é atendida por poços.
Essa bacia apresenta uma capacidade de acumulação de águas superficiais
de 447,41 milhões m³, num total de 13 açudes públicos gerenciados pela
COGERH, perenizando 270 km de trecho de rio.

Sede e Secretaria Executiva - COGERH Crato


Rua André Cartaxo, 454 – Centro. CEP 63100-170 - Crato/CE.
Fone: (88) 3523.6302
E-mail: comite.salgado@cogerh.com.br
Site: www.cbhsalgado.com.br

ABAIARA FARIAS BRITO ORÓS


ACOPIARA GRANJEIRO PARAMBU
AIUABA ICÓ PEDRA BRANCA
ALTANEIRA INDEPENDÊNCIA PENAFORTE
ALTO SANTO IGUATU PEREIRO
ANTONINA DO NORTE IPAUMIRIM PIQUET CARNEIRO
ARARIPE IRACEMA PORTEIRAS
ARNEIROZ IRAPUÃ PINHEIRO POTENGI
ASSARÉ JATI POTIRETAMA
AURORA JAGUARETAMA QUITERIANÓPOLIS
BAIXIO JAGUARIBARA QUIXELÔ
BANABUIÚ JAGUARIBE QUIXERAMOBIM
BARRO JARDIM SABOEIRO
BARBALHA JUAZEIRO DO NORTE SALITRE
BOA VIAGEM JUCÁS SANTANA DO CARIRI
BREJO SANTO LAVRAS DA MANGABEIRA SÃO JOÃO DO JAGUARIBE
CAMPOS SALES LIMOEIRO DO NORTE SENADOR POMPEL
Parte I | p.63
CARIRIAÇU MAURITI SONOLÓPOLE
CARIUS MILAGRES TABOLEIRO DO NORTE
CATARINA MILHÃ TARRAFAS
CEDRO MISSÃO VELHA TAUÁ
CRATEÚS MOMBAÇA UMARI
CRATO NOVA OLINDA VÁRZEA ALEGRE
ERERÊ NOVO ORIENTE

Total = 71 municípios.

SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL
DO MEIO AMBIENTE - SEMACE

A SEMACE integra o Sistema Nacional de Meio Ambiente na qualidade de órgão


seccional do Estado do Ceará, competindo-lhe especialmente:
Fonte: www.semace.ce.gov.br:

I . Executar a Política Estadual de Controle Ambiental do Ceará, dando


cumprimento às normas estaduais e federais de proteção, controle e utilização
racional dos recursos ambientais e fiscalizando a sua execução;
II. Estabelecer os padrões estaduais de qualidade ambiental;
III. Administrar o licenciamento de atividades poluidoras do Estado do
Ceará;
IV . Estabelecer o zoneamento ambiental do Estado do Ceará;
V . Controlar a qualidade ambiental do Estado, mediante levantamento e
permanente monitoramento dos recursos ambientais;
VI . Adotar as necessárias medidas de preservação e conservação de recursos
ambientais, inclusive sugerir a criação de áreas especialmente protegidas, tais
como, Estações Reservas Ecológicas, Áreas de relevante interesse ecológico
e Parques Estaduais;
VII. Exercer o controle das fontes de poluição, de forma a garantir o
cumprimento dos padrões de emissão estabelecidos;
VIII. Aplicar, no âmbito do Estado do Ceará, as penalidades por infrações à
legislação de proteção ambiental, federal e estadual;
p.64 | Educação Ambiental
IX. Baixar as normas técnicas e administrativas necessárias à regulamentação
da Política Estadual de Controle Ambiental com prévio parecer do Conselho
Estadual do Meio Ambiente;
X. Promover pesquisas e estudos técnicos no âmbito da proteção ambiental,
concorrendo para o desenvolvimento da tecnologia nacional;
XI. Desenvolver programas educativos que concorram para melhorar a
compreensão social dos programas ambientais;
XII. Celebrar convênios, ajustes, acordos e contratos com entidades públicas
e privadas, nacionais ou internacionais para execução de atividades ligadas
aos seus objetivos.

Superintendência Estadual do Meio Ambiente - Semace


Rua Coronel Secundo, 255 - Crato - (88) 3102.1288 - www.semace.ce.gov.br

2º PELOTÃO DA COMPANHIA
DE POLÍCIA MILITAR AMBIENTAL

ESTADO DO ESTADO DO CEARÁ


Secretaria da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social
POLÍCIA

Preservando o Meio Ambiente para as Presentes e Futuras Gerações.

A. 2º PEL/CPMA (Juazeiro do Norte).


Endereço: Av. Ailton Gomes s/nº, Parque Ecológico das Timbaúbas – Bairro José
Geraldo da Cruz, Juazeiro do Norte/CE, CEP: 63031-140 (e-mail: cpma2pelnea@
yahoo.com.br)
Fundação: 02/12/1996
Responsável: Francisco Paulo Rabelo de Luna – Capitão QOPM, Comandante do
2º PEL/CPMA.

Área de Atuação do 2º PEL/CPMA – Juazeiro do Norte

Parte I | p.65
DEPARTAMENTO NACIONAL
DE PRODUÇÃO MINERAL - DNPM

Fonte: www.dnpm.gov.br

Missão
Gerir o patrimônio mineral brasileiro, de forma social, ambiental e
economicamente sustentável, utilizando instrumentos de regulação em benefício
da sociedade.
Visão do Futuro
Ser reconhecido pela sociedade como uma instituição de excelência capaz
de gerir o patrimônio mineral de forma sustentável no interesse da nação.
O Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, autarquia
federal, criada pela Lei nº 8.876, de 2 de maio de 1994, vinculada ao Ministério
de Minas e Energia, dotada de personalidade jurídica de direito público, com
autonomia patrimonial, administrativa e fi nanceira, com sede e foro em Brasília,
Distrito Federal e circunscrição em todo o território nacional.
O DNPM tem por fi nalidade promover o planejamento e o fomento da
exploração mineral e do aproveitamento dos recursos minerais e superintender
as pesquisas geológicas, minerais e de tecnologia mineral, bem como assegurar,
controlar e fi scalizar o exercício das atividades de mineração em todo o território
nacional, na forma do que dispõem o Código de Mineração; o Código de Águas
Minerais; os respectivos regulamentos e a legislação que os complementam.
Centro de Pesquisas Paleontológicas da Chapada do Araripe (Museu do Crato)

Resp.: JOSÉ ARTUR FERREIRA GOMES DE ANDRADE


End.: Praça da Sé, 105 – Centro
Crato – CE - 631000-000
Fone/Fax: (88) 521 1619
E-mail: dnpmcpca@netcariri.com.br

p.66 | Educação Ambiental


CONPAM - Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente

Fonte: www.conpam.ce.gov.br

Missão
Promover a defesa do meio ambiente bem como formular, planejar e
coordenar a Política Ambiental do Estado, de forma participativa e integrada em
todos os níveis de governo e sociedade, com vistas a garantir um meio ambiente
ecologicamente equilibrado, economicamente viável e socialmente justo, para a
presente e futuras gerações.

Competências;
I. Elaborar, planejar e implementar a política ambiental do Estado;
II. Monitorar e avaliar a execução da política ambiental do Estado;
III. Promover articulação interinstitucional nos âmbitos federal, estadual e
municipal e estabelecer mecanismos de participação da sociedade civil;
IV. Efetivar a sintonia entre sistemas ambientais federal, estadual e
municipais;
V. Fomentar a captação de recursos financeiros através da celebração de
convênios, ajustes e acordos com entidades públicas e privadas, nacionais e
internacionais, para a implementação da política ambiental do Estado;
VI. Propor a revisão e atualização da legislação pertinente ao sistema
ambiental do Estado;
VII. Coordenar o sistema ambiental estadual;
VIII. Exercer outras atribuições necessárias ao cumprimento de suas
finalidades nos termos do regulamento.

Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente – CONPAM


Rua Osvaldo Cruz, 2366 – Bairro Dionísio Torres
CEP: 60125-151 – Fortaleza – CE
Telefones: (85) 3101 1234 /1235 /1236 /1237      Fax: (85) 3101 1233

Parte I | p.67
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARAÚJO, Iara Maria de. Desenvolvimento: uma proposta para a construção da


emancipação social. Fortaleza, MEC, UFC/Virtual, Núcleo Humanas, 2007.
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Navigandi, Teresina, ano 13, n. 2159, 30 maio 2009. Disponível em: <http://jus2.
uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=12838>. Acesso em: 31 jul. 2009.
BITTENCOURT, Circe (org.). O Saber Histórico na Sala de Aula. 3 ed. São Paulo:
contexto, 1998 (Repensando o Ensino)
BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Subsídios para
construção da Política Nacional de Saúde Ambiental – Brasília: Ed. do Ministério
da Saúde, 2007. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/biblioteca/livros/
subi_miolo.pdf Acesso em:17 de out 2009
BRASIL. Ministério da Saúde. Sistema Nacional de Vigilância Ambiental de Saúde.
Diário Oficial da União. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2001
BRASIL. Lei Federal nº 8.080, de setembro de 1999. Dispõe sobre as condições
para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamen-
to dos serviços correspondentes e dá outras previdências. Diário Oficial da União.
Brasília, DF, 20 set 1990. Poder Executivo.
Brasil. MPO / Secretaria Especial de Políticas Regionais. Estratégia e prioridades
para o desenvolvimento do Nordeste. Editora Universo – Universidade Católica de
Brasília, Brasília, junho de 1997.
COGERH. A gestão das águas no Ceará. Fortaleza, CE, Secretaria de Recursos
Hídricos do Ceará, 2002.
Costa, André Monteiro, Pontes, Carlos Antônio Alves, Gurgel, Idê Gomes Lia,
Augusto, Giraldo da Silva. Saúde Ambiental. Laboratório de Saúde Ambiental –
Departamento de saúde coletiva / CPQAM / FIOCRUZ – Gráfica Report. sd.
FACIN, Andréia Minussi. Meio ambiente e direitos humanos. Jus Navigandi, Te-
resina, ano 7, n. 60, nov. 2002. Disponível em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/
texto.asp?id=3463>. Acesso em: 26 jul. 2009.
GOUVEIA, Nelson. Saúde e Meio Ambiente nas cidades: os desafios da saúde
ambiental. Disponível em www.scielo.com.br. Acesso em 21.02.2010.
GRUNBERG, Evelina. Manual de atividades práticas de Educação patrimonial.
Brasília,DF: IPHAN, 2007.
Horta, Maria de L. Parreiras; GRUNBERG, Evelina; Monteiro, Adriane Queiroz.
Guia Básico de educação patrimonial. Brasília, IPHAN, Museu Imperial, 1999.
HORTA, Maria de Lourdes Parreiras; GRUNBERG, Evelina; MONTEIRO,
Adriane Queiroz. Guia Básico de Educação Patrimonial. 3 ed. Brasília: Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Museu Imperial, 2006.

p.68 | Educação Ambiental


LIMA, Máriton Silva. Direitos humanos, direitos e garantias fundamentais indivi-
duais e coletivos. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 1300, 22 jan. 2007. Disponível
em: <http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=9416>. Acesso em: 31 jul.
2009.
Limaverde, Rosiane. Os registros rupestres da Chapada do Araripe, Ceará, Brasil.
UFPE, dissertação de Mestrado. Recife, 2006.
Magalhães, Antônio Rocha (org.). Respostas Governamentais às secas: A experi-
ência de 1987 no Nordeste, Edição, Imprensa Nacional Oficial do Ceará – IOCE,
1991.
Ministério do Planejamento e Orçamento. Projeto Áridas – Nordeste: uma estraté-
gia de desenvolvimento sustentável. Brasília, 1995.
OLIVEIRA, Francisco de. Elogia para uma religião: SUDENE, Nordeste. Plane-
jamento e conflito de classe. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1977. (Estudo sobre o
Nordeste, V1).
SANTOS, Adriana Maia. A reserva legal e sua importância na preservação das flores-
tas. Disponível em <http://www.facs.br/revistajuridica/edicao_fevereiro2004/.../
disc08.doc> Acesso em 27.07.09
Tenório, Maria Cristina; Franco, Teresa Cristina. Seminário para implantação da
temática pré-história brasileira no ensino de 1º, 2º e 3º graus. UFRJ/MN, 1994.

Parte I | p.69
p.72 | Educação Ambiental

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