INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇAO,

CIÊNCIA E TECNOLOGIA – RIO DE JANEIRO

CAMPUS PINHEIRAL

BRENO HENRIQUE ÁVILA PEREIRA

FICHAMENTO TEXTO 2:
Planeta Terra: presente, passado e futuro
por Thomas Rich Fairchild

PINHEIRAL, RJ
2022
 IFRJ – CAMPUS PINHEIRAL
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Breno Henrique Ávila Pereira

TEIXEIRA, W. et al. Planeta Terra: passado, presente e futuro. In: FAIRCHILD, T. R. (Org.)
Decifrando a Terra. 2. ed. São Paulo: Editora Nacional, 2009. cap. 20, p. 536-563.

2. Objetivos da obra
Divulgar o conhecimento geocientífico da Terra, de forma a contribuir com a educação
em diferentes níveis, em prol de novas atitudes para a sustentabilidade do desenvolvimento;
oferecer conhecimento integrado com implicações vitais; e permitir a compreensão dos
fenômenos correntes e dos que atuaram ao longo da história do planeta (TEIXEIRA, 2009).

3. Argumentos principais do autor

Discute atualismo partindo da premissa de que o presente é a chave para o passado, de
modo que ao observarmos, analisarmos, e investigarmos as peculiaridades da Terra atual,
aproximamo-nos mais de sua realidade pretérita. Porém, ao citar o paleontólogo sueco Stefan
Bengtson, que oferece uma analogia paralela para o princípio de atualismo (“o presente não é
a chave para o passado; o presente proporciona apenas uma visão limitada e parcialmente
representativa do passado”), o autor enriquece a discussão do termo e chama atenção para a
necessidade de uma análise atenta dos registros geológicos.
 Traz os conceitos de tendências seculares, processos cíclicos e eventos singulares.
Sendo o primeiro referente aos “[...] processos físicos, químicos ou biológicos que, uma vez
iniciados tendem a produzir efeitos cada vez mais distintos das condições originais.” O segundo
à “[...] uma série de eventos, normalmente recorrentes, que perfazem parte de um processo mais
amplo que se inicia e termina mais ou menos no mesmo estado.” E o último à “[...] eventos
imprevisíveis que se destacaram por sua magnitude excepcional ou pelo efeito que tiveram no
desenrolar subsequente da história do planeta [...]” (TEIXEIRA, 2009, p. 543).

Argumenta que das tendências seculares observáveis, a mais fundamental é expressa

pela segunda lei da termodinâmica. Uma vez que a matéria e a energia, no fim, estão sempre se
degradando rumo a um suposto estado final de inércia absoluta. E por meio dessa constante
degradação, dessa transformação ininterrupta, é que podemos compreender a passagem do
tempo.

4. Citações destacadas
“Desde que a Terra se diferenciou em litosfera, hidrosfera e atmosfera há mais de 4 bilhões de
anos, processos naturais, ainda ativos hoje, ditaram os rumos da evolução geológica ê biológica.
Em razão disso, o geólogo nortea-se pelo princípio de atualismo – ‘O presente é a chave do
passado’ No entanto, em muitos aspectos o passado difere do presente, ainda que os processos
geológicos atuais e do passado obedeçam às mesmas leis universais da Física e da Química.”
(TEIXEIRA, 2009, p. 536)

“Há mais de 3.400 anos, uma das mais violentas erupções vulcânicas destruiu repentinamente,
a ilha vulcânica Strongili, hoje Santorini, no sul do mar Egeu, dizimando uma das civilizações
mais avançadas da época. A devastação dos minoanos foi tão súbita e completa que o pouco
que se sabia de sua existência até a Idade Média era mais lenda do que história. Muitos
estudiosos acreditam, pois, que a erupção de Strongili e a extinção da civilização minoana
constituem a base da lenda de Atlântida.” (TEIXEIRA, 2009, p. 537)

“O registro da saga humana registrada nas lendas, nas escrituras antigas e na literatura científica
dos últimos dois séculos nos fornece um quadro geral da frequência, duração e magnitude dos
eventos da dinâmica externa e interna da Terra. Muitos dos relatos dos terríveis flagelos bíblicos
encontram fundamento científico na instabilidade tectônica da região do Oriente Médio. A
destruição das cidades de Sodoma e Gomorra pode ser explicada, por exemplo, por atividades
sísmicas e vulcânicas na zona de falha do Mar Morto (limite, entre as placas africana e da
Arábia, onde essas duas cidades se localizavam. Histórias desse tipo, interpretadas
cientificamente, com inferências obtidas da própria análise do registro geológico, permitem-
nos compreender melhor a dinâmica da Terra em termos da frequência e da duração de suas
manifestações.” (TEIXEIRA, 2009, p. 537)

“Das tendências seculares observadas na natureza, a mais fundamental é expressa pela segunda
lei da termodinâmica: a entropia no Universo sempre tenderá a aumentar, ou seja, a matéria e a
energia estão degradando-se rumo a um suposto estágio final de inércia uniforme e total. Por
meio desse fenômeno termodinâmico, podemos entender a passagem do tempo, pois, se tudo
permanecesse igual, como poderíamos distinguir entre o presente, o passado e o futuro? Essa
lei fundamenta, ainda, as teorias da evolução do Universo e explica o decréscimo secular na
geração de calor pelo decaimento radioativo de materiais naturais.” (TEIXEIRA, 2009, p. 544)

6. Comentário/ Análise geral da obra

Texto claro e didático, rico em informações instigantes e interessante para pensar a
abordagem de conteúdos densos e complexos em sala de aula, de uma forma acessível e
eficiente. Os trechos que discorrem sobre as lendas e suas conexões com a realidade da
dinâmica da Terra demonstram bem a abordagem instrutiva e cativante do autor.
Definitivamente uma excelente bibliografia para qualquer aula de ciências.