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EE ZELIA GATTAI AMADO

GEOGRAFIA

GUILHERME REBEIRO, LEONARDO SOUZA, KAUANE BARBOSA, CAIQUE E


BEATRIZ SILVA

ANTROPOCENO

FERRAZ DE VASCONCELOS – SP

2023
GUILHERME REBEIRO, LEONARDO SOUZA, KAUANE BARBOSA, BEATRIZ
SILVA E CAIQUE ALVES

ANTROPOCENO

Trabalho de conclusão sobre antropoceno


apresentado à EE Zélia Gattai Amado, como
requisito trazer conhecimento para o recebimento
em Geografia

Orientador(a): Simone

FERRAZ DE VASCONCELOS – SP

2023
Sumário
I. INTRODUÇÃO.................................................................................................................................1
II. O QUE É O ANTROPOCENO?...........................................................................................................1
III. QUANDO COMEÇOU O ANTROPOCENO?...................................................................................2
IV. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO ANTROPOCENO?.............................................................3
V. POR QUE OUTROS NOMES O ANTROPOCENO É CONHECIDO?......................................................4
VI. O ANTROPOCENO NA AMÉRICA LATINA: UM CHAMADO À AÇÃO.............................................5
I. INTRODUÇÃO
A mudança climática, o rápido acúmulo de gases de efeito estufa (GEE) e
os danos irreversíveis causados pelo consumo excessivo de recursos naturais são
um reflexo das atividades humanas no meio ambiente e na superfície da Terra.
O impacto dessas ações é tal que existe uma corrente de cientistas os
quais defendem que os humanos estão mudando a Terra e seus processos em uma
escala muito maior do que todas as outras forças naturais combinadas. Desta forma,
o planeta estaria vivenciando o que se convencionou chamar de Antropoceno.

II. O QUE É O ANTROPOCENO?


Trata-se de uma nova época geológica moldada pela humanidade e que
está em andamento. Assim é definido o conceito de Antropoceno pelos cientistas. 
Esta hipótese científica se baseia na suposição de que, tal como o clima,
a biodiversidade, os mares, os oceanos e a própria Terra, as pessoas se tornaram
um fator no sistema global, como explica o artigo “A Incursão Antropocênica no Sul
Global”, publicado na revista “Desacatos”, em 2017.
Entretanto, ainda está em discussão se o Antropoceno seria introduzido
como um tempo geológico (como o Pleistoceno ou o Holoceno), dentro do período
Quaternário. Ou se estaria em um nível hierárquico inferior, ou seja, se acaso seria
uma subdivisão dentro do Holoceno, como afirma Manuel Tironi, sociólogo,
acadêmico do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e do Instituto de Sociologia
da Pontifícia Universidade Católica do Chile.

III. QUANDO COMEÇOU O ANTROPOCENO?


Para que o Antropoceno seja considerado um novo tempo geológico, é
necessário encontrar o que se chama "prego de ouro". Em outras palavras, um
indicador sedimentar em uma escala planetária, explica Tironi. Por exemplo, durante
uma grande glaciação (período em que o planeta congela), uma camada geológica
demonstrativa desse período permanece em toda a superfície da Terra. 

Assim, há diferenças de opinião entre os estudiosos sobre o início do


Antropoceno, e esta data ainda está em discussão. A esse respeito, o artigo “O

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Antropoceno - Um Conceito Geológico ou Cultural, ou Ambos?” (também publicado
na “Desacatos”, em 2017, do historiador alemão Helmuth Trischler, fornece alguns
dos marcos os quais, segundo os cientistas, poderiam marcar o início desta nova
época.

De acordo com o artigo, Paul Crutzen e Eugene Stoermer apresentaram


pela primeira vez a ideia do Antropoceno no boletim do Programa Internacional
Geosfera-Biosfera (Igbp). Quando o fizeram, sugeriram que esta nova "Era Humana"
teria começado com a Revolução Industrial, no final do século 18, e com o
desenvolvimento da máquina a vapor, em particular.

Outros estudiosos sugerem que a “Era Humana” teria se iniciado ainda no


século 17 como consequência da colonização das Américas. Este evento resultou
na morte de cerca de 50 milhões de comunidades nativas, o que levou à conversão
de grandes extensões de terra anteriormente cultivadas em floresta tropical. Este
aumento da vegetação sequestrou enormes quantidades de dióxido de carbono da
atmosfera e deixou um traço marcado no registro geológico.

O artigo continua dizendo que há especialistas os quais vão mais longe


na linha do tempo e apontam que o Antropoceno como tendo se iniciado durante
a revolução Neolítica. Ou seja, no curso da transição das sociedades nômades para
o estabelecimento de sociedades permanentes (cerca de 11 mil e 700 anos atrás). 
Durante este tempo, "o homem alterou grandes porções da paisagem e
interveio no patrimônio genético natural cultivando plantas para cultivos e animais
domésticos e deixou vestígios detectáveis no registro geológico", enfatiza o
documento. 

Uma data proposta para o Antropoceno, e que seria mais próxima no


tempo, é a dos anos 50, durante a "grande aceleração". De acordo com essa teoria,
neste período houve um aumento sem precedentes tanto do consumo de massa,
como do crescimento populacional, do desenvolvimento econômico e da
urbanização das populações, como explica o artigo “Antropoceno: As Questões

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Vitais em um Debate Científico”, da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (a Unesco).
Para o acadêmico chileno Manuel Tironi, um “prego de ouro” sobre o qual
há maior consenso e que marcaria o início do Antropoceno seria o irídio (um
elemento químico) deixado pelas detonações nucleares dos anos 50: "Esses
eventos deixaram uma camada que arqueólogos e geólogos do futuro poderão ver".

IV. QUAIS SÃO AS CARACTERÍSTICAS DO ANTROPOCENO?


O especialista explica à National Geographic que o Antropoceno tem duas
características fundamentais. Por um lado, esta é uma época geológica marcada
pela alteração irreversível dos processos biofísicos em escala planetária. E, em
segundo lugar, que esta transformação é o resultado da atividade humana. 
"A tese central do Antropoceno é que a humanidade afetou a natureza a
ponto de ser responsável pelo novo estrato no registro geológico", resume o artigo
“A Incursão do Antropoceno no Sul Global”.

Em sua curta existência, o conceito de Antropoceno tem sido objeto de


controvérsia e o próprio termo foi posto em cheque, informa a Unesco.
"Historiadores e antropólogos têm questionado a referência a anthropos (que
significa um “ser humano genérico”). Eles se perguntam se não seria o caso de
salientar, nesta definição, o homem ocidental e um certo sistema econômico como
responsáveis por se ultrapassar os limites biogeofísicos do planeta", explica o
documento da organização. 
Tironi concorda com esta posição e considera que este conceito "converte
o ser humano em uma espécie genérica". Em outras palavras, isso torna todas as
pessoas igualmente responsáveis. É por isso que, embora o Antropoceno seja o
termo escolhido para definir esta era, outros nomes também foram sugeridos.

V. POR QUE OUTROS NOMES O ANTROPOCENO É CONHECIDO?


Entre os mais relevantes, o especialista chileno menciona os conceitos de
Capitaloceno e Plantationoceno. No primeiro caso, o conceito de Capitaloceno tenta
tornar visível o papel e a responsabilidade que o capitalismo tem no planeta em nível
global.

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Já o Plantationocene se refere à figura das plantações como um símbolo
e foca no processo de colonização, que incluiu escravidão e genocídio, como Tironi
explica. "Esta lógica da plantação se expande e se torna a própria lógica do estado
contemporâneo".

O site da Unesco também menciona outro termo que poderia substituir o


Antropoceno: Ocidentaloceno. Esta palavra é sugerida pelo historiador francês
Christophe Bonneuil, que considera que "a responsabilidade pela mudança climática
não é dos países pobres do mundo, mas dos países ricos industrializados".

VI. O ANTROPOCENO NA AMÉRICA LATINA: UM CHAMADO À AÇÃO


Além do "prego de ouro”, o Antropoceno tem expressões locais, assegura
Tironi. Especificamente na América Latina, ele se manifesta através do
desmatamento da Amazônia ou do extrativismo realizado em países como o Chile,
Peru e Argentina.

Embora ainda haja muito a ser estudado, o impacto da atividade humana


é evidente. É por isso que o Antropoceno é um apelo à ação para enfrentar o
impacto. No artigo “Antropoceno: A Questão Vital de Um Debate Científico”, a
Unesco sugere que todos os países do mundo deveriam fazer um esforço para
reduzir suas emissões de GEE. 

Para o sociólogo Manuel Tironi, esta nova era não só deveria provocar
um senso de urgência, mas também convidar a reflexão sobre como cada pessoa
tem a capacidade de fazer uma transformação no dia-a-dia.

"A transformação tem que nos convidar a repensar nossas práticas em


uma escala mais individual – seja como habitamos este planeta; como nos
relacionamos com a natureza e nossas comunidades; o que é a natureza para nós;
como imaginamos um projeto coletivo, governança e política e como nos projetamos
coabitando a diferença”, finaliza Tironi.

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