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Oliver Kireze
Catastrofismo
Universidade Rovuma
Nampula
2021
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Oliver Kireze
Catastrofismo
Nampula
2021
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Índice
Introdução ............................................................................................................................... 3
1. CATASTROFISMO ........................................................................................................ 4
Conclusão.............................................................................................................................. 10
Referências bibliográficas..................................................................................................... 11
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Introdução
O catastrofismo foi a corrente de pensamento geológico mais aceite até meados do século
XVIII, sendo o seu principal defensor Georges Cuvier, Pai da Paleontologia. Esta teoria
explica a extinção de floras e faunas, por destruições sucessivas provocadas por inusitadas
catástrofes ou cataclismos, de larga amplitude, que foram ocorrendo ao longo dos tempos
geológicos e que atingiam enormes extensões da Terra.
O presente trabalho tem como objectivo geral de compreender o surgimento das teorias de
catastrofismo.
Para a realização do presente trabalho usou-se o método bibliográfico que constituiu no uso
de obras e artigos publicados na Internet.
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1. CATASTROFISMO
1.1. Conceito de Catástrofe
Catástrofe é uma palavra que procede do grego e significa destruição. Os gregos utilizavam
este termo para referir ao desfecho final de uma tragédia.
Costuma-se dizer que ocorre uma catástrofe quando acontece uma desgraça qualquer. Na
antiguidade as desgraças naturais eram atribuídas ao designo dos deuses e não aos processos
naturais.
1.2. Causas
Existem várias causas que podem originar as catástrofes naturais: terremotos, fortes incêndios,
erupções vulcânicas, tsunamis, enchentes, desmoronamentos, entre outros. Todos eles têm um
denominador comum: a destruição do ambiente e as vítimas ou feridos envolvidos.
Existem várias palavras que são usadas como sinónimo de catástrofe: hecatombe, desastre,
tragédia, etc. Em todas catástrofes há um componente lamentável e, ao mesmo tempo,
imprevisível.
A maioria dos desastres não pode ser prevista, embora em alguns casos exista a possibilidade
de ter um conhecimento prévio aproximado. É o que acontece com alguns fenómenos
meteorológicos.
Uma situação extremamente negativa pode ser considerada também uma catástrofe, por
exemplo, uma profunda crise financeira, a falência de uma família ou de uma empresa, a
derrota humilhante de um exército ou de uma equipe esportiva.
Numa situação como esta é comum a realização de acções de emergência destinadas a atender
as necessidades básicas da população atingida.
Estes acontecimentos são abordados pelos meios de comunicação, dos quais comentam as
necessidades que precisam ser atendidas após uma catástrofe: acções relacionadas à saúde e
higiene, asilo humanitário, abastecimento de alimentos, entre outros.
O catastrofismo tem sido questionado, uma vez que estabelece que somente a partir de
eventos catastróficos ocorrem grandes mudanças terrestres. No entanto, deve-se levar em
conta que na pré-história as condições climáticas e naturais da Terra não eram as mesmas de
hoje e que, com o tempo, ocorreram grandes mudanças naturais sem a necessidade de
fenómenos naturais destrutivos.
Em 1650, Ussher escreveu o livro “Os Anais do Mundo” e, com base na Bíblia, propôs:
Que a criação da Terra ocorreu no domingo, 23 de Outubro de 4004 a.C.;
A expulsão de Adão e Eva do Paraíso ocorreu na segunda-feira, 10 de Novembro de
4004 a.C.;
O fim do Dilúvio Universal ocorreu na quarta-feira, 5 de Maio de 2348 a.C.
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Obviamente, esses dados estavam errados, pois actualmente se estima que a idade da Terra
seja de cerca de 4470 milhões de anos e a mesma para o Sistema Solar.
Este naturalista, Jean Leopold Nicolas Cuvier, de nome verdadeiro, verificou a existência de
descontinuidades importantes e bruscas nas faunas.
Cuvier defendia que estas catástrofes, a que chamou revoluções, tinham atingido
determinadas regiões do Globo, extinguindo faunas e floras que somente podiam ser
estudadas através dos seus restos fossilizados. Ele refutava a noção de evolucionismo,
defendendo que cada organismo só poderia funcionar como um todo; em que a mutação de
uma espécie a inviabilizaria.
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Cuvier explicava as diferenças existentes entre as espécies assim como as formas fósseis das
espécies encontradas em formações geológicas antigas apresentavam.
Quem seguiu Cuvier foi Georges Louis Leclerc, Conde de Buffon. Leclerc foi o primeiro
cientista a formular a teoria catastrófica para a formação do sistema solar; segundo o mesmo,
os planetas existentes teriam sido formados devido à matéria separada do sol, resultante de
uma colisão desta estrela com um cometa.
Para alguns defensores do catastrofismo, o repovoamento tinha lugar por acção divina, no
âmbito de uma corrente do pensamento, conhecida do por Criacionismo, aceite por alguns
naturalistas do século XIX, que também acreditavam que a última das catástrofes admitidas
por Cuvier havia sido o Dilúvio Bíblico.
Importa ainda enfatizar que a partir dos estudos realizados por Cuvier, os geólogos analisaram
as camadas terrestres e consideraram que a tese catastrófica era errónea, uma vez que os
processos de transformação ocorridos ao longo do tempo foram progressivos e uniformes.
Portanto, o catastrofismo e o uniformismo são duas teorias opostas que tentam explicar como
ocorreram as transformações geológicas.
Em outras palavras, ambas as teorias explicam a história da Terra.
Primeiramente, ele utilizaria este método para explicar a formação das rochas do Secundário e
dos períodos mais recentes, uma vez que somente as rochas primárias não apresentavam os
principais vestígios que podiam ser interpretados à época: os fósseis. Desta maneira, ele
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distinguia os períodos geológicos entre aqueles em que era possível aplicar o método
actualista e nos quais esta aplicação estava impossibilitada pela falta de elementos
comparativos.
De Luc estenderia este modelo binário de explicação à distinção que fazia entre os períodos
ocorridos antes e após a última revolução. Para ele, este seria um evento catastrófico, tal como
uma inundação relacionada ao dilúvio bíblico, e era um marco divisor da geo-história, pois
iria dividi-la entre mundos pré e pós-diluvianos. Mas, ainda assim, ele defenderia para a
compreensão destes dois mundos ou períodos a aplicação do método actualista na
interpretação dos seus dados no Registro geológico.
A ocorrência do dilúvio, que De Luc defendia, teria como causa alguns dos processos
geológicos operantes também na actualidade, porém, ele não os identificava precisamente.
Contudo, à diferença dos processos atuais, a operação dos agentes envolvidos neste processo
geológico catastrófico teria ocorrido com uma intensidade maior.
Esta variação de intensidade seria a única causa extraordinária a ser invocada na explicação
de De Luc. Por todo o restante, ele prosseguia utilizando as causas atuais como modelo
comparativo.
Alguns anos mais tarde, James Hutton (1726-1797) também utilizaria a abordagem actualista
para expor sua “Teoria da Terra”, que defendia haver um extremo equilíbrio entre o resultado
dos agentes envolvidos nos processos geológicos.
Esta teoria, que resultava na concepção de um “estado estacionário” na história geológica do
Globo, receberia um grande apoio com a publicação de um livro ilustrativo, escrito por John
Playfair (1748-1819). Ao defender o potencial heurístico da teoria huttoniana, esta obra
contribuiu significativamente para sua aceitação por parte da comunidade científica e do
público culto em geral, visto que muitos dos livros nos quais estas ideias e discussões eram
expostas, como, por exemplo, este de Playfair, tinham ampla circulação entre estas parcelas
da sociedade.
Vários catastrofistas, como o próprio Cuvier, acreditavam que a ruptura, produzida nas
ocasiões de ocorrência das catástrofes, não seria excludente de uma continuidade nos
processos geológicos operantes entre elas. Nestes períodos de relativa “tranquilidade”
geológica, processos da dinâmica geológica, lentos e graduais, estariam operando de uma
maneira análoga à que poderia ser verificada nos processos em operação na actualidade.
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Deste modo, os períodos geológicos mais recentes poderiam ser estudados com maior
precisão, logo apresentariam uma semelhança maior com os processos atuais, facilitando
assim sua interpretação.
A falta de uma explicação causal para esta variação de intensidade não bloqueava a
argumentação da teoria catastrofista, desde que na actualidade os fenómenos geológicos
também operavam variando o grau de sua intensidade, entretanto em menor magnitude do que
durante as catástrofes. Este carácter intenso e/ou súbito destas revoluções podia ser constatado
mediante configuração da distribuição geral dos fósseis, como, por exemplo, as conchas
marinhas fossilizadas encontradas em topos de montanhas, e na formação de estratos
geológicos contendo fragmentos de rochas de localidades distantes.
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Conclusão
Após o término do trabalho conclui-se que, na História da Terra têm ocorrido grandes
alterações tanto a nível geológico como biológico. Com os sucessivos aparecimentos de floras
e faunas fósseis tornou-se cada vez mais óbvio de que a Terra teria muito mais tempo do que
o que se pensava. Os estudiosos da natureza tentaram interpretar e explicar esses fenómenos
que modificavam a superfície terrestre de diferentes maneiras.
Assim surgiram vários tipos de teorias, algumas das quais serviram de base ao conhecimento
científico que é actualmente aceite.
Referências bibliográficas
CUVIER, Georges. Recherches sur les ossemens fossiles oú l’on rétablit les caracteres de
plusiers espèces d’ animaux que les révolutions du globe paroissent avoir détruites, I. Paris,
1812.
Brown, HE, Monnett, VE e Stovall, JW (1958). Introdução à Geologia. Nova York: Blaisdell
Editors.