Você está na página 1de 32

A Terra apresenta uma enorme variedade de seres vivos.

Os biólogos calculam que na Terra


existam hoje 30 a 50 milhões de espécies, das quais cerca de 2 milhões foram descritas e
denominadas
É, então, natural que muitas interrogações se levantem:
• Qual a origem da multiplicidade de espécies que povoam a Terra?
• De que modo, ao longo do tempo geológico, as formas de vida se foram
alterando?
As explicações para a origem das espécies foram surgindo ao longo dos séculos,
fortemente influenciadas por princípios religiosos, filosóficos e culturais.
O estudo do conhecimento que existe numa determinada época condiciona as
explicações que são avançadas.
Ainda hoje não existe consenso quanto à origem da diversidade das espécies.
• A observação das espécies de seres vivos induz a ideia que estas são imutáveis:
durante toda a nossa vida observamos que as gerações são constituídas por
indivíduos idênticos que não sofrem modificações.
Mas, tendo os indivíduos permanecido imutáveis ao longo do tempo,
como terão surgido as espécies ancestrais?
• Esta observação de imutabilidade condicionou as ideias dos primeiros filósofos e
naturalistas relativamente à origem da diversidade das espécies:
Platão (427-347 a. C.) → ilustre filósofo grego, explicou a diversidade do
mundo vivo pela teoria das formas: todos os seres vivos eram cópias de formas
perfeitas, imutáveis e eternas numa dimensão espiritual.
Aristóteles (384-322 a. C.) → admitia que todos os organismos se
encontravam organizados de acordo com uma escala natural, eterna e imutável,
tendo cada um o seu lugar fixo: os seres apresentavam-se hierarquizados dos
mais simples para os mais complexos, terminando no Homem.
De acordo com Aristóteles, os organismos podem surgir por geração
espontânea, isto é, a partir de matéria inerte, por ação de um princípio ativo.
…Se se comprimir roupa interior suja num recipiente
contendo trigo, ao fim de alguns dias (digamos 21), um
fermento escoado da roupa envolve o trigo e (…) Princípio
transforma-o em ratos. E o mais extraordinário, não são ativo
nem crias de mama, nem prematuros, mas brotam
completamente formados… Jan Baptista van Helmont (1577-1644)

Francisco Redi
(1632 – 1723)

Todas as formas
de vida surgem
a partir de uma
forma de vida
preexistente
 considerava que as espécies são permanentes, perfeitas e que não sofrem
evolução;
 prevaleceu mais de 2000 anos e marcaram profundamente a civilização
ocidental;
 devido ao carácter de absoluta verdade, constituiu um obstáculo insuperável
ao avanço da Ciência.

Princípio Criacionista ou Criacionismo

 os seres vivos foram originados por criação divina. Como obra divina, a
criação implica perfeição e estabilidade: depois de criadas as primeiras
espécies, perfeitas, estas mantêm-se fixas ao longo dos tempos;
 as imperfeições que ocorreram devem-se à imperfeição e corrupção do Mundo.

Foi calculada a idade da Terra em pouco mais de 6000 anos

No final do séc XVIII, estas ideias começaram a ser postas em causa.


A ideia do Mundo apresentar variações ao longo do tempo e de as espécies não
serem exceção a essas modificações, começou a implantar-se. São
fundamentalmente duas áreas do conhecimento que vão contribuir para a
transição do Fixismo para o Evolucionismo:

o estudo das espécies atuais


Carl Von Linné (1707-1778) = Lineu

botânico sueco que estabeleceu um sistema hierárquico de classificação dos seres


vivos, que ainda hoje tem utilidade: o estudo pormenorizado da morfologia dos
seres vivos permitiu o conhecimento de semelhança e diferença entre esses
indivíduos, sugerindo relações de parentesco e até uma possível origem
comum;
era fixista criacionista e os seus trabalhos destinavam-se não só a catalogar a
Natureza, mas também a descobrir os propósitos do Criador relativamente à
origem das espécies;
contudo, admitia a variabilidade das espécies considerando-o como simples
acidentes sem importância;
os dados recolhidos por Lineu para apoiar o criacionismo acabaram por apoiar as
ideias evolucionistas.
a análise pormenorizada dos fósseis

• o estudo dos fósseis mostrava que algumas das espécies encontradas não
tinham correspondência com as espécies atuais;
• os fósseis presentes em determinados estratos apresentavam características
diferentes dos fósseis que surgiam noutras camadas.

George Cuvier (1769-1832) → fixista que propôs a Teoria do Catastrofismo


para explicar o surgimento de determinadas formas fósseis em alguns estratos,
sem que houvesse continuidade dessas formas de vida nos estratos mais recentes:
uma sucessão de catástrofes tinha ocorrido no decurso da História da Terra e
fenómenos como dilúvios ou glaciações teriam ocorrido em determinados locais
conduzindo à destruição dos seres vivos aí existentes;
• estas áreas seriam repovoadas por seres vivos que migravam de outros locais.
George Louis Leclerc, conde de Buffon (1707-1788) → fixista criacionista,
explicou a origem da diversidade de espécies segundo uma conceção
Transformista:
as espécies derivavam umas das outras por degeneração e que esta
transformação era lenta e progressiva, existindo espécies intermédias até às
formas atuais;
esta conceção transformista encerra uma visão evolucionista na qual o tempo
geológico é fundamental para que estes fenómenos tenham lugar;
Buffon admitia que circunstâncias ambientais, como o clima e o alimento, eram
a razão desta transformação por degeneração: enquanto algumas formas originais
persistiam, outras degeneravam, conduzindo à formação de espécies próximas.

Maupertuis (1698-1759): os seres vivos resultaram de uma seleção


provocada pelo ambiente. As variações espontâneas teriam produzido “a
infinita variedade de animais que hoje vemos”
Estas ideias não tiveram aceitação na época.
O desenvolvimento da Geologia, no final do séc XVIII e durante o séc XIX,
permitiu ter uma noção mais clara sobre os fenómenos que têm lugar no nosso
planeta: a visão estática do Mundo foi substituída pela ideia de um planeta em
constante mudança: os astrónomos argumentam que a Terra não é o centro do
Universo. Newton dá explicações matemáticas para o movimento dos planetas e
dos objetos na Terra.
Maupertuis (1698-1759) – Teoria de Maupertuis
Defendia que os organismos vivos derivam da mesma fonte inicial (progenitor
comum), sendo eliminados os que têm características mais aberrantes e ficando
aqueles com ligeiras alterações relativamente aos progenitores.
«As espécie devem a sua primeira origem a algumas produções fortuitas nas quais as
partes elementares não retiveram a ordem que tinha nos pais ou nas mães. Cada grau de
erro teria feito nova espécie e à força de dispersões repetidas teria surgido a diversidade
infinita de animais que hoje conhecemos, que possivelmente aumentará com o tempo (…).»
Maupertuis, sob o pseudónimo de Dr. Braumann

Buffon (1707-1788) era um fixista com ideias transformistas.


«(…) os naturalistas que estabeleceram irreflectidamente as famílias nos animais e nos vegetais não parecem ter
sentido toda a extensão destas consequências, porque, se está provado que se pode estabelecer estas famílias
com razão (…), se é verdade que um burro não é senão um cavalo degenerado, não haverá limite ao poder da
natureza e não procedemos mal se supusermos que, de um único ser, ela soube tirar com o tempo todos os
outros seres organizados.»

- A idade da Terra devia atingir 2 993 800 anos


Buffon submete-se contemporizador: “mais vale ir
com os outros do que ir parar à forca”
James Hutton (1726-1797): geólogo que defendia que o planeta era e sempre
tinha sido dominado por forças terrestres como os ventos, a chuva, a geada,
responsáveis por fenómenos de erosão, subsidência e sedimentação bem como
por fenómenos de fusão magmática. Defendeu, também, a Teoria do
Uniformitarismo ou Princípio das Causas Atuais em que os fenómenos
geológicos existentes na atualidade são idênticos aos que ocorreram no passado.

Charles Lyell (1797-1875) → geólogo que confirma a Teoria do Uniformitarismo


e conclui que:

as leis naturais são constantes no espaço e no tempo;

os acontecimentos do passado devem ser explicados a partir dos mesmos


processos naturais que se observam na atualidade, dado que as causas que
provocaram determinados fenómenos no passado são as idênticas às que provocam
os mesmos fenómenos actualmente Princípio das Causas Atuais
a maioria das alterações geológicas ocorreram de forma lenta e gradual
Princípio do Gradualismo
Foi relutante em aceitar a transformação das espécies, mas a sua teoria de
mudança geológica tornou possível o aparecimento de teorias relativas à evolução
biológica.
Louis Pasteur

Só no século XIX o espontaneísmo é definitivamente abandonado


A ideia de a diversidade de seres vivos resultar de um processo dinâmico de lenta
transformação de espécies ao longo do tempo – Teoria Evolucionista –, é
defendida por:
Jean Baptiste de Monet, cavaleiro de Lamarck (1744-1829) → taxonomista
francês com grande conhecimento sobre anatomia dos seres vivos, admitia que
estes provinham de outros e que cada espécie ocupava um lugar na “escala
natural” na qual o Homem ocupava o topo. Assenta nos seguintes Princípios:
Lei da Gradação – os seres vivos evoluíram dos mais simples para os mais
complexos;
Lei da Transformação das Espécies – o ambiente afeta a forma e a
organização dos seres vivos, modificando-os;
Lei do Uso e Desuso – o ambiente e as necessidades dos indivíduos são as
causas responsáveis pela evolução dos seres vivos: as necessidades impostas
pelo ambiente permite adaptarem-se pelo uso ou desuso de determinados órgãos
(conduzia ao seu desenvolvimento ou à sua atrofia);
Lei da Transmissão dos Caracteres Adquiridos – as modificações impostas
pelo meio ambiente permitia-lhes uma melhor adaptação, sendo transmitidas à
descendência.
 A ação do meio conduz a alterações nos indivíduos/transformação das espécies – o ambiente
afeta a forma e a organização dos seres vivos, transformando-os no sentido de uma maior
perfeição e adaptação ao meio. Estas mudanças operam-se ao fim de poucas gerações.
 A evolução é gradual e progressiva – os seres vivos evoluíram dos mais simples para os mais
complexos
 Lei do uso e do desuso – o uso de um dado órgão leva ao seu desenvolvimento e o desuso pode
conduzir ao seu atrofiamento e eventual desaparecimento

 O uso/desuso de um órgão tem consequências – a necessidade dos seres vivos se adaptarem às


condições ambientais conduziria a um uso ou desuso de determinados órgãos o que originaria
uma hipertrofia ou uma hipotrofia dos mesmos.
 A função do órgão determina a sua estrutura – …são os hábitos e a maneira de viver que, com o
tempo constituem a forma do corpo e das suas partes…
 Lei da herança dos caracteres adquiridos – todas as alterações resultantes do uso e do desuso
dos órgãos são transmitidas à descendência.
 Transmissão à descendência dos caracteres adquiridos – as modificações permitiam uma melhor
adaptação ao meio, sendo transmitidas à descendência.
Principais críticas ao Lamarckismo:
• admitia que a matéria viva tinha uma “ambição natural”
de se tornar melhor, de forma a que cada ser vivo seria
impelido para um grau de desenvolvimento mais
elevado;
• a lei do uso e desuso, embora válida para alguns órgãos
(músculos), não explicava todas as modificações;
• a lei da transmissão dos caracteres adquiridos não é
válida, uma vez que a atrofia ou a hipertrofia de uma
estrutura adquirida durante a vida do ser vivo não é
transmitida à descendência (atualmente sabe-se que só
as características inscritas no material genético é que
são transmitidas à descendência; modificações que
podem ocorrer nos órgãos de um indivíduo devido à sua
atividade, não passam para o material genético).
A teoria de Lamarck não foi aceite na sua época.
A hipótese proposta por Lamarck despertou a curiosidade e a investigação desse
fenómeno (EVOLUÇÃO) a inúmeros cientistas.

Ficou conhecida a experiência do alemão August Weissman que, cortando as


caudas de ratos e cruzando esses animais, observou que os descendentes dos
cruzamentos nasciam com caudas. Seguiu com a experiência durante vinte
gerações e obteve sempre este resultado.
Charles Darwin (1809-1882):

• realizou uma expedição à volta do Mundo, como naturalista (inicialmente


fixista), a bordo do Beagle, com o objetivo de cartografar pormenorizadamente
a costa sul-americana;

Nessa viagem, estudou a fauna e a


flora das costas da América do Sul,
Austrália e arquipélagos de Cabo
Verde e Galápagos.

• achando que cada espécie teria


sido criada para ocupar um
determinado lugar, levou-o a
pensar que todas as espécies
insulares se deveriam assemelhar
entre si;
No final da viagem, na tentativa de explicar os seus achados, levantou questões que o
conduziram a admitir que as espécies evoluem…

“Se as espécies são imutáveis, se os animais e plantas que habitam a Terra atualmente foram criados
como se apresentam, por que razão, por exemplo, espécies de animais e de plantas com planos de
organização semelhante como as espécies de pássaros e de árvores das Galápagos foram colocadas em
ilhas próximas e não distribuídas homogeneamente pelo mundo?”
“Por que razão ilhas com as mesmas condições físicas como Galápagos e Cabo Verde não foram
contempladas com espécies semelhantes?”

Na sua teoria, Darwin fornece evidências de que várias espécies de


organismos se originaram através de um processo gradual de
diferenciação a partir de formas ancestrais.
 Verificou que as espécies de Cabo Verde assemelhavam-se mais às da costa
africana e muito pouco, às das ilhas Galápagos.

Darwin propõe uma descendência comum – as aves das Ilhas de Cabo Verde
assemelhavam-se mais com as da costa africana porque partilhavam um
ancestral comum mais recente.
Darwin recolheu um conjunto de dados:
Dados Biogeográficos:
• foram alvo de um estudo mais profundo o
arquipélago de Cabo Verde, ao largo da costa
africana e as ilhas Galápagos, ao largo da
costa sul-americana, tendo verificado que as
espécies existentes em Cabo Verde se
assemelhavam mais com as da costa africana e
muito pouco com as das ilhas Galápagos; isto
levou-o a pensar que partilhavam um ancestral
comum mais recente;
• pelo contrário, as ilhas Galápagos possuíam
uma fauna e flora muito particulares; foram
alvo do seu estudo:

os tentilhões – diferentes em cada ilha quanto ao tamanho, cor e forma do bico,


apresentavam uma grande semelhança entre si fazendo supor uma origem comum; eram até
muito semelhantes aos que existiam na costa americana. Admitiu que estas espécies tinham
vindo do continente americano e que as condições existentes em cada ilha tinham conduzido
à diversidade observada.
as tartarugas apresentavam variedades distintas em cada ilha, mas as semelhanças entre
si também eram muito grandes:

Darwin admitiu, então que estas


espécies tinham vindo da costa
americana e que teriam sido as
condições existentes em cada ilha,
as responsáveis pela evolução das
espécies, conduzindo à diversidade
observada
Dados Geológicos:
Lyell admitia que a Terra tinha vários milhões de anos de idade e que sofria
mudanças lentas e graduais ao longo da sua História.
A observação de fósseis e de fenómenos vulcânicos fizeram Darwin aceitar as
ideias de Lyell e transportá-las para o mundo vivo: os seres vivos também
experimentavam modificações lentas e graduais, que conduziriam à
modificação das características das espécies.
Thomas Malthus (1766-1834) defendia que a população
humana tendia a crescer de forma geométrica, enquanto os
recursos alimentares eram produzidos segundo uma progressão
aritmética: se a fome e as epidemias não condicionassem o
crescimento, a população humana duplicaria de 25 em 25 anos;

Darwin transpôs as ideias de Malthus para as populações de animais e


admitiu que, embora as populações tendam a crescer geometricamente,
tal não acontece; a manutenção mais ou menos constante do número de
indivíduos fica a dever-se a:
• nem todos os animais de uma população se reproduzem;
• a falta de alimento e as condições ambientais condicionam o
desenvolvimento, a reprodução e a sobrevivência dos animais;
• um grande número de indivíduos morre pela sobrevivência devido à
competição, parasitismo ou predação;

• as doenças são responsáveis pela morte de um número significativo de indivíduos.


Seleção Natural – Darwin admitiu que a Natureza faz uma seleção dos
indivíduos reprodutores, com a diferença de que são os fatores ambientais
que comandam essa seleção e de era necessário muito tempo para que as
modificações fossem visíveis.

O mecanismo evolutivo proposto por Darwin – Origem das Espécies por


Seleção Natural – assenta nos seguintes Princípios:
• os indivíduos de uma mesma espécie apresentam variabilidade das suas
características (cor, forma, tamanho, etc) Variabilidade Intraespecífica;
• as populações têm tendência a crescer segundo uma progressão geométrica,
produzindo mais descendentes do que aqueles que acabam por sobreviver
Teoria de Malthus;
• entre os indivíduos de uma determinada população estabelece-se uma luta
pela sobrevivência, devido à competição pelo alimento, pelo espaço e
outros fatores ambientais. Assim, em cada geração, um número significativo
de indivíduos é eliminado;
• alguns indivíduos apresentam
características que são favoráveis
à sua sobrevivência no meio em que
se encontram. Os indivíduos que não
apresentarem características vantajo-
sas, resultantes da variação natural,
vão sendo eliminados. Assim, ao longo
de gerações, a Natureza seleciona os
indivíduos melhor adaptados às
condições ambientais, ocorrendo a
sobrevivência dos mais aptos;
• os indivíduos detentores de variações
favoráveis e, por isso, melhor
adaptados, vivem durante mais tempo,
reproduzem-se mais e, assim, as suas
características são transmitidas à
geração seguinte Transmissão da
Característica Mais Apta à
Descendência;
• a reprodução diferencial permite uma lenta acumulação de determinadas
características que, ao fim de várias gerações, conduz ao aparecimento de novas
espécies.
Embora os trabalhos e as conclusões de Darwin parecessem bem convincentes, ele não
conseguiu explicar de forma satisfatória, como as variações (base de sustentação da sua
teoria) surgiram, pois nada se sabia acerca da transmissão de caracteres hereditários ou
sobre o material genético dos seres vivos.
Tanto Lamarck como Darwin valorizam quer o papel do meio, quer a
adaptação. No entanto, apresentam explicações muito diferentes para a origem
das espécies:
Princípio de Darwin
Princípios Fundamentais de - Seleção Natural
Lamarck
Independentemente do meio, existiam
- Lei do Uso e Desuso nas populações de flamingos variações
- Lei da Herança dos Caracteres naturais que passam de geração em
Adquiridos geração – havia variações no tamanho
O flamingo, alimentando-se na das patas –;
borda da água, quando escasseia Num ambiente em que escasseia
o alimento tem de recorrer, para alimento, os flamingos que possuíam
a sua alimentação, a águas mais estes membros mais desenvolvidos
profundas; tinham acesso mais fácil ao alimento,
O esticar permanentemente das estavam melhor adaptados,
patas para chegar ao alimento, sobreviviam melhor e reproduziam-se
criou a necessidade de aumentar mais;
o tamanho dos músculos e dos Deste modo, aumentaram o seu
ossos desses órgãos; número na população face ao número
de flamingos de patas curtas, que
Em cada geração, foram surgindo indivíduos que tinham acabaram por desaparecer;
as patas cada vez mais longas, características estas que A seleção favoreceu os flamingos
foram transmitindo aos seus descendentes chegando, melhor adaptados a um ambiente
assim, à forma atual; onde o alimento estava em zonas mais
O ambiente cria necessidades que levam ao profundas.
aparecimento de estruturas morfológicas O ambiente era o motor da evolução
indispensáveis a uma melhor adaptação. por realizar uma seleção natural dos
mais aptos.
Lamarck Darwin

A ocorrência de modificações ambientais – escassez de As populações de girafas apresentavam, independente


vegetação rasteira – criou a necessidade de as girafas do meio, variações morfológicas, existindo girafas com o
alcançarem ramos mais altos; pescoço mais longo e outras com o pescoço mais curto;
O esforço continuado de esticar o pescoço para atingir O aparecimento de modificações ambientais terá
esses ramos, levaria ao desenvolvimento de pescoços cada levado à diminuição da vegetação rasteira, pelo que as
vez mais longos, em cada geração; girafas de pescoço mais longo atingiam, mais facilmente, a
Esta característica foi sendo transmitida de geração em folhagem das árvores, continuando a alimentar-se;
geração, conduzindo ao aspecto atual das girafas. Estas girafas estavam melhor adaptadas a este meio,
alimentavam-se melhor e reproduziam-se mais;
A seleção natural fez aumentar o número de girafas de
pescoço longo.
Alfred Russel Wallace (1823-1913) → naturalista que propôs uma teoria sobre a origem e transformação das
espécies que era, praticamente, idêntica à de Darwin.
Em resumo:

Evolucionismo – considera
que os seres vivos se
Fixismo – considera que os modificaram, lenta e
seres vivos atuais têm o progressivamente ao longo
mesmo aspeto desde que do tempo
se formaram, não sofrendo
evolução.
Seleção Artificial – Darwin percebeu que, recorrendo a
cruzamentos controlados, era possível selecionar um conjunto de
características desejadas: ao fim de algumas gerações, as
populações apresentavam características muito diferentes das
características presentes nas populações originais;

Você também pode gostar