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No entanto, é a suposição de que um objeto pode ter uma natureza verdadeira,

ou existir em um estado ou condição verdadeira, porque isso implica que um


objeto pode ter uma natureza diferente, não verdadeira, ou que pode realmente
existir em um estado não verdadeiro.

Em nome da verdade, as características que obscurecem ou ocultam a


verdadeira natureza de um objeto são sacrificadas e eliminadas por meio da
restauração. Do ponto de vista das teorias clássicas, o conservador tem o dever
– talvez o dever moral – de impor a verdade e, ao fazê-lo, tem o direito de se
livrar ou alterar algumas características materiais desse objeto: as
características materiais que fez com que existisse em um estado ou condição
falso, as características que fizeram sua natureza falsa prevalecer.

Remover as camadas escurecidas de verniz em 'Bacchus and Ariadne' de


Tiziano, reduzir 'El caballero de la mano en el pecho' ao seu tamanho original ou
limpar o túmulo de Giuliani de Medici são operações que visam revelar a
verdadeira natureza dessas obras-primas.

No entanto, não importa o quão difundidas sejam essas suposições, a lógica por
trás delas é gravemente falha. Os objetos não podem existir em um estado de
falsidade, nem podem ter uma natureza falsa. Se eles realmente existem, eles
são inerentemente reais.

Quando os conservadores examinaram o trabalho, descobriram que o papel


quebradiço havia se fragmentado em muitos pedaços pequenos e que pequenas
lascas do vidro protetor haviam se emaranhado ao redor do buraco. A laboriosa
restauração incluiu a recuperação de muitos pedacinhos de papel e a remoção
de todas as lascas.

No entanto, em que sentido é possível pensar que a restauração trouxe o


desenho de Leonardo de volta à sua verdadeira condição? Está agora em uma
condição mais autêntica do que estava depois do tiro? A resposta deve ser 'não'.

Como se encontrava em mau estado, a escultura foi restaurada por volta desta
data, muito provavelmente por Carlo Albacini. A restauração foi feita seguindo
os gostos e normas vigentes na época. Em 1976 a escultura foi desmontada em
pequenas e os pinos corroídos foram trocados. Em 1951, foi comprado por John
Paul Getty para se tornar parte do Museu Getty.

A restauração deve ser realizada de modo que não venha a danificar ou


modificar o objeto, pois objeto tem o seu valor e acaba descaracterizando o
cenário de uso em que o objeto se encontra nesse caso a capela sistina é um
ótimo exemplo.

Todo objeto tem o seu significado Stone Henge remete o observador para
tempos passados ou para culturas perdidas.

É o conservador quem decide se um objeto danificado deverá ser evidenciado o


seu dano; se um farol em ruínas deve ser testemunho da obsolescência das
funções que desempenhou há muito tempo ou, antes, testemunho de velhas
técnicas de construção e iluminação;

O autor em alguns desta parte do texto faz uma breve discussão sobre o que
deterioração, o que é dano e o que é desastre.

Como posso dizer que um objeto é realmente autêntico em função das


alterações sofridas ao longo de sua existência. Podendo ser alterações
antrópicas, neste caso do ser humano e não naturais como as pátinas do tempo.

Qual é o plano e política de preservação que dá diretriz para a conservação do


objeto, neste sentido verificar e seguir essa política é de suma importância para
que se norteie essa conservação.
Este argumento depende fortemente da capacidade fundamental dos objetos de
conservação de comunicar significados, que foi descrito no Capítulo 2.

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