Identificação do texto fichado: JULIO, Meneses Josimeire. Perspectivas de investigação da
sala de aula a partir de uma teoria social de gênero. ANPED, 2008. Objetivo geral: analisar as interações sociais que ocorrem em situações de aprendizagem utilizando o conceito de masculinidade elaborado por Connell (1995). Objetivo específico: exemplificar o conceito de masculinidade de Connell (1995) tomando como parâmetro a Física, disciplina de alto prestígio acadêmico, icônica de um ideal de racionalidade e masculinidade valorizado na cultura ocidental. Palavras chave: masculinidade, situações de aprendizagem, interações sociais. Metodologia de pesquisa: a autora não explicita os procedimentos metodológicos, apenas afirma o uso a teoria da masculinidade de Connell (1995) para identificar padrões hegemônicos em determinada escola e em determinado currículo (p. 12). Conclusão: a escola é um espaço contraditório porque ao mesmo tempo em que herdou estruturas do patriarcado, é também um lugar de revolução e de conquistas de raça, classe e gênero; as transformações sociais exigem transformações de gênero; os indivíduos podem ser plurais e terem relações diversas em suas vidas cotidianas, mas padrões de gênero são sempre identificáveis em suas atitudes voluntárias e involuntárias; a teoria de masculinidade de Connell (1995) pode permitir o reconhecimento de dinâmicas de poder, padrões de resistência, subordinação e marginalização latentes nas relações e práticas que se configuram em situações de aprendizagem e em outros tempos e espaços escolares. Comentários próprios: o artigo explica que os padrões de masculinidade tradicionais revelam fragilidades que antes eram encobertas, e que a masculinidade só existe em oposição à feminilidade, numa relação de gênero antagônica que deixa efeitos na personalidade, na cultura e na experiência física de homens e mulheres. Há quatro padrões de masculinidade: hegemonia (legitimação do patriarcado), subordinação (dominação de mulheres e homens gays por homens heterossexuais), cumplicidade (apoio ao projeto de masculinidade hegemônica sem assumi-lo em sua totalidade) e marginalização (o que os grupo dominantes permitem aos grupos dominados). Na escola, disciplinas de prestígio, inclusive a prática desportiva, costumam ser associadas ao universo masculino. Tal ocorrência tem a ver com a masculinidade hegemônica e reforçam as bases para que meninos tenham mais sucesso acadêmico e social. Porém, o desempenho escolar também está associado à percepção de professorxs quanto ao comportamento e atitude das crianças, sendo a disciplina, comumente mais visível nas meninas, tão valorizada quanto a aprendizagem.