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Grandes civilizagoes do passado

(SRECIA
IN TeleFe
Furio Durando

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A GRECIA ANTIGA
Textos Realizacao grafica
Furio Durando Patricia Balocco Lovisetti
Anna Galliani
Realizacao editorial Clara Zanotti
Fabio Bourbon
Valeria Manferto De Fabianis

SUMARIO

PREFACIO pag. 12
A GRECIA NO TRANSCURSO
er
oa |

DOS SECULOS: DO MINOS A AUGUSTO pag. 16


CIVILIZACAO E CULTURA
DA GRECIA ANTIGA pag. 56
A ARTE GREGA ATRAVES DOS SECULOS pag. 90
ITINERARIOS ARQUEOLOGICOS
NA HELADE E NA ASIA MENOR pag. 148
ITINERARIOS ARQUEOLOGICOS
NA MAGNA GRECIA vdg. 146
GLOSSARIO pag. 284
BIBLIOGRAFIA pag. 184 aes a

CREDITOS FOTOGRAFICOS
ian

pag. 285
INDICE pag. 285

1 A Niké da 2-3 O Partenon de 4-5 Segesta, a poderosa


Samotradcia (190 a.C.), Atenas (447-432 a.C.) cidade dos élimos na
joia de um escultor é 0 simbolo da Sicilia, tinha um
rédio, ergue-se ao final perfeicao alcancada espléndido teatro de
da escadaria pelos arquitetos tipologia grega eum
do Louvre. gregos. grande templo dorico.

Pe

6 Da necrépole tracia 6-7 O vivido realismo 10-11 A atmosfera de © Edizione White Star S.r.1. Edicao Brasil
de Borovo (Bulgéria, da arte de Fidias se um banquete entre © Ediciones Folio, $.A., 2005
Diregiio: *
século IV a.C.) reflete nesta cabeca de aristocratas gregos é Rambla de Catalunya, 135
José Luis Sanchez,
procedem estes dots cavalo de mdrmore do reproduzida nas lajes 08008 - Barcelona
Meritxell Almarza
estupendos ritons de frontao oriental do das paredes pintadas da | ee
prata de manufatura
ISBN: 84-413-2256-2 Tradugao:
Partenon. “Tumba do
grega. 8-9 Esta ampla e Mergulhador” de D,L.: B.27.785-2005
realista vista de um Pestum (480 a.C.),
All rigths reserved. Nenhuma parte deste
porto do século XVI com seu ambiente de livro pode ser reproduzida por nenhum Meritxell. A, ma al

a.C. procede de uma musica, brindes e meio sem permissdo do editor.


casa minoica de Acotiri gestos afetuosos entre
(Tera). os convidados. Printed in Spain
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PREFACIO

aiz, esséncia, alma inesgotdvel do 12 Edipo e a Esfinge no


pensamento ocidental; fonte, aflu ente ou circulo central de uma |
. . kylix dtica de figuras |
del ta das mil cul turas mediterraneas, a nermelhas datada de |
antiga civilizacao grega mantém intacta fins do século VI e
ainda hoje o fasctnio exercido durante inicios do século V a.C.:
séculos sobre geracdes e geracbes de uma célebre alegoria de
origem mitologica que
homens: basta ver os turistas que cada dia sintetiza a luta entre a
percorrem aos milhares os vestigios dos vontade de saber do
gregos em todo o mundo e o sucesso das homem e 0
exposicoes dedicadas a eles, examinar os desconhecido.
testemunhos dos estudos gerais e setoriais 45 43 reine spléndida 13 O repert6rio épico
dos historiadores e arquedlogos, as anfora de figuras foi muito utilizado
investigacdes de campo e de laboratério negras, assinada por na ceramica dtica,
que cada ano abrem novas paginas de Exéquias na qualidade como demonstra esta
conhecimento e de puro prazer intelectual de ceramistaeat ribuida —espléndida anfora de
figuras negras
spe a ele mesmo como
e estético para os nossos olhos. Numa pintor, é do periodo assinada por
bibliografia quase exaustiva, portanto, que entre 540 e Exéquias por volta
sentido tem propor um livro como este? 530 a.C.: a cena, de do ano 540 a.C., na
Talvez um pouco imodestamente, mas de _"ealismo crue aT
herdis
ueccaes
aqueus
descritivo, representa
forma consciente, afirmamos que Aquiles no ato de matar Aquiles e Ajax
nenhuma obra de divulgacdo e nenhum Pentesiléia. jogando astrdgalos.
manual erudito conseguiram, até agora,
enfrentar matéria tao fascinante e
complexa conjugando a amplitude dos
temas com a necessdria stntese do deixard indiferente a escolha, um pouco
tratamento, a qualidade da informacao ambiciosa e um pouco provocativa, de
com a das imagens, a exatiddo dos dados inserir - apds os capitulos dedicados a
cientificos com uma linguagem clara e historia e as manifestacées da civilizacao f
simples. Por conseguinte, nestas paginas _helénica - um sintético perfil evolutivo da
queremos oferecer ao leitor uma historia da arte helénica, desde as origens
extraordindria viagem a civilizagao da “egéias” até a conguista romana: oe
Grécia antiga, guiando-o a ela com um também neste caso, naturalmente, ‘a
olhar novo, através de imagens de com a ajuda de imagens de 2
altissima qualidade, freqtientemente absoluta visibilidade e de
inéditas, mas sempre escolhidas segundo indubitdvel sugestividade, entre
critérios de segiiencialidade légica, a fim as quais se destacam, para os
de permitir um imediato enquadramento _—_ complexos monumentais mais
hist6rico e cultural dos temas. O significativos, as espléndidas:
comentario foi confiado a um texto reconstrucoes grdficas da
essencial, mas de absoluto rigor cientifico, equipe editorial. Um
integrado em completas legendas de fotose espetacular itinerario entre as
ilustracoes. Para uma obra documental mais belas cidades e colénias do
como esta, declaradamente orientada para mundo grego encerra o livro, como
a divulgacao, mas voltada também para conclusao do qual pareceu oportuno
estimular e satisfazer os interesses de acrescentar, nas ultimas paginas, um
quem pretende dedicar-se ao estudo deste _ breve glossario para a terminologia técnica
campo, estamos convencidos de que nao e uma bibliografia mtnima.

12
14-15 A imagem chamado Apolo de
humana em tamanho Munique e os de
natural entrou na arte Volomandra (de
grega com as estatuas costas) e Anavissos
de mulheres (k6rai) e (540-530 a.C.), ea
homens (kouroi) kére 680, de estilo
jovens nos séculos ainda jénico, da
VII-VI a.C. Acrépole de Atenas F

A partir da esquerda, obra de Antenor


trés kourol afticos: o (530 a.C.).

13
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A GR EC IA NO TR AN SC UR SO DO S SE CU LO S:
DO MINOS A AUGUSTO
A GRECIA ANTES DOS GREGOS: O SECULOIV A.C.EA _ |
A PRE-HISTORIA Pig. 18 | HEGEMONIA MACEDONICA Pag. #4

O SEGUNDO MILENIO A.C.: EGEUS, O SECULO III A.C::


CRETENSES, MICENICOS Pag. 19 O”HELENISMO UNIVERSAL” Pag. 50

O “MEDIEVO HELENICO” Pég.28 GRACIA CAPTA:


A CONQUISTA ROMANA Pag. 52 |
A EPOCA ARCAICA Pag. 29

OSECULOVA.C.EA A GRECIA ATRAVES


HEGEMONIA ATICA Pég.34 DOS MILENIOS Pag. 54

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16-17 Uma cena do deuses e os gigantes
friso j6nico tardo- (a Gigantomaquia) e
arcaico (525 a.C.) do revela uma jd notdvel
Tesouro dos stfniosem _ habilidade na
Delfos mostra uma representacao do
dramatica etapa da dinamismo e da
batalha entre os profundidade espacial.

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A GRECIA ANTES DOS GREGOS:
A PRE-HISTORIA

18 A concep¢iio
sintética da arte O aparecimento dos primeiros grupos
neolttica grega estd humanos na Grécia remonta ao paleolitico
presente nesta superior (45000-13000 a.C.), com jazidas de
estatueta de argila
pintada por Sesclo:
certa importancia em Epiro, Tessélia e
uma mulher que dd de Argélida, mas sem elementos caracterizadores
mamar a um menino, com respeito ao restante dos Bdlcas e das
uma kourétrophos regides danubianas, através das quais
(3500-3000 a.C.), na
qual se tende a parecem ter-se difundido as diversas culturas
reconhecer, em geral, a deste periodo. A posicao central da pentnsula
primitiva Deusa Mae, yee helénica, antes até que seus habitantes
talvez o mais direto e iC See
persistente reflexo
pudessem definir-se como helenos, aparece em
cultural da sociedade toda a sua importancia por volta de 6800
neolttica fundada a.C.: a precocidade e a consisténcia do
sobre o matriarcado. processo de formagao e configuracao cultural
das primeiras comunidades agricolas em
Creta, nas Ciclades, no Peloponeso e na
Tessdlia permitem afirmar que a partir desta
“porta do Oriente” da Europa se iniciou a
difusao da civilizacao do neolitico por todo o
continente. As primeiras rotas mediterraneas,
quase sempre baseadas nas “pontes” de ilhas
que constelam a extensao azul do mar Egeu,
viram o comércio dos primeiros excedentes de
géneros alimenticios derivados da
sedentarizacao dos grupos humanos; pelas
mesmas rotas, porém, viajavam também o
silice para lascar e a negra e reluzente
obsidiana de Milo, e objetos manufaturados
que demonstram os intercambios de produtos
entre os notdveis povoados distantes e
relagoes “diplomdticas” jd bastante refinadas.
Em pleno neolitico médio e tardio, finalmente,
impressionantes niveis de civilizacao
alcangam os povoados maiores, como os que
se podem encontrar em Sesclo e Dimtni, na
Tessdlia, dotados de muralhas simples ou
multiplas jd no quinto milénio a.C., logo
interessados no inexordvel e ainda nao
plenamente reconstrutdo processo de difusio
dos metais. De fato, em Sesclo, num contexto
que podemos definir jd como “proto-urbano”,
ao bem-estar ocasionado por uma florescente
economia agricola se soma, desde 4500 a.C., 0
aparecimento esporddico de manufaturas
metdlicas, indicadoras de um
importantissimo fator de riqueza e de
desenvolvimento que provoca novos conflitos
pelo acesso e controle das fontes de tio
preciosas matérias-primas.
O SEGUNDO MILENIO A.C::
EGEUS, CRETENSES, MICENICOS

a)

A Andros E Ciros I Sifnos


B Tinos F Serifos J Milo
C Micono G Paros K Tera
D Delos H Naxos

19 esquerda O perfil 19 direita acima A posic¢ao geogrdfica — quase uma ponte


essencial desta A fase mais antiga
pequenissima cabeca da arte egéia (c. 3000-
estendida entre a Anatélia e a Grécia — fez
de um “tdolo” 2500 a.C.) remontam das ilhas Ciclades, no coracao do mar Egeu,
ciclddico de Anttparos, os tipicos “{dolos” uma das regides mais relevantes da
digno de uma obra de marmoreos “em forma civilizagao do Mediterraneo antigo. De fato,
Modigliani, revela o de violino”, sintese
esplendor da execucao extrema da figura entre fins do terceiro e o segundo milénio
dos artistas egeus da humana, como atesta a.C., 0 desenvolvimento das sociedades
segunda metade do este exemplar de urbanas no Oriente determinou uma busca
terceiro milénio a.C. Paros.
cada vez mais intensa de matérias-primas
apreciadas: recursos como a obsidiana em
Milo, o mdérmore em Paros, Tinos e Siros, 0
cobre em Sifnos atrairam para as
comunidades dali os mercadores do Egito e
do Oriente Préximo, que supriam a
insuficiente producao agricola do
arquipélago, dando em troca produtos
alimenticios. Tanto para as ilhas
meridionatis (sobretudo Milo e Tera)
como para as setentrionais (Tenos,
Paros, Naxos, Siros, as “pequenas
Ciclades” como Queros e
Despotic6é, Amorgos, Sifnos,
Citnos, Quéia), 0 periodo
mais florescente parece
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poder fixar-se entre 2200 e


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me, 1700 a.C., periodo apés o
Be qual se verificou a
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progressiva assimilacao
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do arquipélago a érbita de
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Creta e da emergente
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talassocracia de seus
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“orincipes”. O “pertodo de
P ouro” da civilizagao ciclddica viu
=), intercambios comerciais que
es ultrapassam as vastas dimensGes
- egéias e envolvem, como ja se disse,
todo o Mediterraneo oriental; é
ea
nesta fase que sé verificou o
© desenvolvimento das dreas de
Ke habitacao mais importantes,
caracterizadas por notdvel riqueza, além
da ampla variedade de procedéncia dos

19 direita abaixo este “{tdolo” feminino,


A fase madura da arte com indicacao
egéia (2200-2000 a.C.) das caractertsticas
pertence, por seu lado, sexuais.
defensivas em seus luxuosos paldcios-
cidades, complexos arquiteténicos de
centenas de moradas que se retinem em
% ;
torno de um patio central: neles os stmbolos
o ‘“ =
A es do poder central, sempre mais: forte no
B Festo ives deed
C Hagia Triada vertice de uma piramide social em busca de
D Malea uma definicao ainda mais clara, misturam-
E Gurnia se com os afrescos vivos e coloridos que
embelezam corredores e aposentos.
A atividade mercantil é regida pelos
intercambios de produtos alimenttcios e de
manufaturados de alto artesanato arttstico,
entre os quais sobressaem os dos ceramistas,
ebanistas, toreutas e ourives reunidos nas
oficinas do paldcio-cidade. A adogdo de uma
forma de escrita, a chamada “Linear A”, que
—embora ainda nao esteja decifrada — se
pode supor servia principalmente para a
contabilidade interna do Estado, é uma
prova significativa do alto nivel de eficiéncia
e complexidade organizativa dos “palécios-
cidades” cretenses.
Por volta de 1700 a.C., no entanto, por
causas ainda nao esclarecidas (talvez um
terremoto devastador), os “paldcios-cidades”
sao destruidos e rapidamente reedificados,
com formas ainda mais amplas. As funcées
originais — residenciais, administrativas,

20 acima Famoso
exemplar da arte
cretense é 0 afresco
com a “Parisiense”
objetos presentes no equipamento das civilizagdo minoica, usado de Cnosso (século
necropoles. Contemporaneamente ao indiferentemente em vez de XVII a.C.), no qual
se quis captar os
desenvolvimento da civilizacio cicladica,em “cretense”. E é do minos, sobretudo,
aspectos tipicos do
fins do terceiro milénio a.C., Creta, a maior que vem um impulso determinante fascinio e da
ilha egéia, inicia uma extraordindria para a transformacao dos cretensesde ~ = indumentaria
pardbola historica. Por volta de 1900 a.C. povo de cultura econémica agropastoril (ics | e femininos em Creta.
surgem grandiosos palacios-cidades em sata auténtica talassocracia, uM | » = Bee 9» abaixo De Zacres
Cnosso e Festo: trata-se do primeiro nucleo dominio territorial, militar e comercial = ee provém este rhyton
das imponentes residéncias reais que, cerca que regula os intercambios como Egito Vim ea} de serpentina de
de dois séculos depois, assinalarao a
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dos farads e com o reino do Oriente
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definitiva afirmacao do poder absoluto do Préximo e Médio, e que impoe seu entre representacoes
minos, um soberano cujas prerrogativas prestigio sobre as demais ilhas gregas e naturalistas e
oe

nao parecem muito diferentes das do farao evolui para formas cada vez mais decor ee “g
; i geometricas,
no Egito, unindo poderes politicos e grandiosas, monumentats e simbolos do poder dos
religiosos. E do minos que derivao nome da despreocupadamente privadas de muralhas soberanos cretenses.
SE

20
atual Santorini, que na jazida de Acrotiri 21 acima Deusa
restituiu os espetaculares restos de uma misteriosa,
dominadora das forcas
espléndida cidade pequena provida de casas da natureza, talvez
de até cinco andares, com aposentos taumattirgica (as
luxuosamente pintados e demonstrativos de serpentes), e da
fertilidade (0 florido
um ntvel de riqueza que uma catastrofe peito descoberto), a
apagou da histéria. Por volta de 1450 a.C., a imagem da “Senhora
explosao e o afundamento do vulcdo de que das Serpentes”,
antecedente cultural
nascera a ilha dezenas de milhares de anos
da Potnia theron dos
antes transformaram Tera na primeira gregos, permanece
Pompéia da histéria, sepultando-a sob uma conservada nesta
crosta de cingiienta metros de cinza. Os estatueta de louca fina
de Cnosso (século
habitantes tiveram tempo de deixar a ilha AVI @ic,).
(ndo se encontraram caddveres entres as
casas ou nas demais dreas investigadas),
mas os efeitos colaterais foram — segundo os
arquedlogos — um dos fatores
desencadeadores do declinio da civilizagao
cretense: terremotos e maremotos, chuvas de
cinza e escurecimento atmosférico,
alteracdes climdticas devem ter coberto todo
o sul do Egeu e ofereceram uma Creta ja
debilitada a crescente expansao dos
mMICeNICOS.

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produtivas e comerciais —, atestadas pela
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presenca de amplos apartamentos, saloes


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“do trono” e de culto, laboratorios


artesanais e armazéns para guardar as
mercadorias, somam-se vastas esplanadas
das quais ascende uma escadaria que é
geralmente interpretada como embriao do
teatro ao ar livre, para celebrar ritos ou
espetdculos coletivos.
O chamado pertodo neopalaciano (1700-
1450 a.C.) vé surgir também, junto aos 21 abaixo Este
paldcios de Cnosso, Festo, Zacros, Malea e magnifico exemplar de
Tilissos, uma tipologia residencial que rhyton de esteatita em
forma de cabeca
podertamos definir como “de campo”, como taurina é uma obra-
atesta a bela vila achada nao longe de Festo, prima da escultura
verto do moderno povoado de Hagia Triada. cretense neopalaciana.
Os chifres de ouro, a
A esta época corresponde também a criagao baba de jaspe, os olhos
de estradas enlousadas como a espléndida de cristal de rocha, o
“Estrada Real” de Cnosso, que mostra um perfil de madrepérola
cuidado especifico com o contexto indicam o cuidado na
criacio deste vaso
paisagistico e urbanistico onde se acha ritual, talvez
inscrito o paldcio-cidade, mais ainda que destinado a recolher e
uma busca da funcionalidade para qualquer verter o liquido para
uma libacao sagrada, 0
conexao privilegiada (nao se sabe se com um sangue de um touro
templo ou com um centro rural). ou outra coisa — nao se
A minoicizacao das Ctclades meridionais pode dizer com
aparece particularmente intensa em Tera, a exatidao.
21
?-

22 esquerda A pintura 22 direita O alto A civilizacao minéica


mindica expressou pela nivel das artes apresenta motivos de
primeira vez, na arte suntuadrias em Creta é
antiga, um auténtico testificado por uma indubitdvel interesse na
naturalismo, impressionante série arquitetura, na arte ena religiao,
distanciando-se da de ourivesaria e de esta ultima caracterizada pela
tendéncia a fixidez da objetos de luxo
arte egtpcia: as linhas presenga de uma poderosa deusa da
produzidos por hdbeis
fluidas, a rica e mestres vinculados fertilidade a qual estava associado o
vivactssima gama aos paldcios-cidades animal-stmbolo de Creta e do minos, 0%
cromatica, o sentido da (as oficinas ficavam touro. Em sua honra se celebravam
natureza sao evidentes no interior dos
no célebre fragmento enormes complexos ritos de iniciacao da juventude local, h
a)
ay

de afresco do segundo palacianos, como se que previam uma espécie de =


paldcio-cidade de demonstrou sobretudo tauromaquia incruenta, no transcurs@ie
Cnosso, no qual se gracas as escavacoes
acha representado um de Cnosso). Um bom
da qual os rapazes tinham de fazer
jardim variado e exemplo disso é este piruetas desafiando os movimentos
povoado de pdssaros rhyton datado do e os ataques do touro enfurecido.
(perdizes e uma pertodo neopalaciano, A critica observou com razdo que as
poupa), auténtico talhado de uma sé
protétipo de peca de cristal de criacoes artisticas mindicas expressam
representacoes rocha e completado plenamente a fantasia e a inventiva de um
andlogas das eras por uma fintssima povo essencialmente pacifico, dedicado as
helentstica e romana. asa elevada.
atividades produtivas, mas capaz de
apreciar, além das ostentacdes do poder e das
celebracées das armas, os prazeres da vida, o
conforto e o luxo, que achamos nas
espléndidas indumentdrias dos personagens
pintados nos afrescos das paredes dos
paldcios-cidades, nas espléndidas provas da
habilidade dos toreutas, ourives, ebanistas e
escultores, que fascinam os visitantes do

Dr
Museu Arqueolégico de Iraclion, ante, por
exemplo, aposentos inusitados para a
Antiguidade, entre os quais se destacam
banheiros providos de auténticas piscinas
privadas, aparelhos higiénicos e acessérios
dignos da suite mais elegante de um hotel de
alta categoria dos nossos dias.

22
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23 A constante relacao
dos cretenses com o
mar aparece em
numerosas obras de
arte, sobretudo
afrescos, como atesta
esta espléndida prova
do naturalismo vivido
da pintura mindica:
trata-se de um afresco
do século XVI a.C.
procedente de uma
casa de Acrotiri, na
ilha de Tera, destruida
pela erupcao e
afundamento de seu
vulcao. Nele se
delineia a elegante
silhueta de um jovem
pescador
“surpreendido” pelo
olho do artista
enquanto transporta
os frutos de uma pesca
abundante, cena
descrita com tal
cuidado, que se podem
reconhecer grandes
escombros ou talvez
pequenos atuns.

23
A Micenas Contemporaneamente ao florescimento da
B Nauplia civilizacao cretense, entre 2000 e 1609 aC.
C Tirinto
toda a Grécia continental eo Peloponeso
D Vafio
E Pilos foram invadidos e definitivamente
B C au 4 colonizados por um povo indo-europey, og
ray aqueus, Cuja memoria se acha viva até ery
alguns documentos hititas com o nome de
vy Ee Ahijawa. Os grupos humanos procedentes
parece que foram totalmente absorvidos pela
forca rompedora deste povo de pastores-
guerreiros, sempre em busca de pasto para
seus rebanhos. Seu estabelecimento nq
Q
Tessdlia, Bedcia, Atica, Argélida e Messénjq
implicou uma rdépida mudanga do modelo
econdmico-social seminomade a que tinham
permanecido ligados durante toda a sua
viagem através dos Balcas: a projecio
natural da regiao para o Mediterraneo e um
judicioso aproveitamento dos recursos
agricolas e zootécnicos logo levaram os
principes de Iolco, Argos, Micenas, Tirinto e
Pilos, o vértice da rigida piramide social
aquéia, a orientar a notdvel capacidade
produtiva de géneros alimenticios, mas
sobretudo de objetos manufaturados de ouro
e bronze, de tecidos e de fintssima ceramica,
para uma rede de comércio que mercadores
empreendedores estabeleceram em pouco
tempo em todo o Egeu e em todo o
Mediterraneo oriental. Os micénicos,
definidos habitualmente assim apos a
descoberta, gracas aos diletantes e as

24 acima A chamada
\ frutiferas escavacoes arqueolégicas do fim do
século XIX de Heinrich Schliemann, da
relevancia de Micenas, aparecem como uma
“Taca de Nestor”,
achada por sociedade de modelo politico-social
fortemente centralizado e enquadrado numa

a
H. Schliemann na
riquissima tumba IV bipolaridade econémica: grandes
do “Ctrculo funerdrio
propriedades territoriais e um artesanato
A” de Micenas (século
XVI a.C.), é, na empreendedor unidos a uma especializada
verdade, um marinhagem mercantil. Em toda cidade-
kantharos de lamina
de ouro repuxada,
gravada e crivada, de
guase 300 gramas,
mas com evidentes
marcas de uma
execucao técnica e
artistica pouco
elaborada. Le
f
nen ee

24 abaixo Ets uma das


célebres tabuinhas de
argila crua, tisnada
pelo incéndio que
destruiu o palacio
micénico de Pilos, na
Messénia, no século
XI a.C.: € gravada
com silabogramas da
chamada “Linear B”,
a escrita adotada pelos
micénicos.

24
|
25 Um excelente
produto da arte
toréutica micénica é
este belissimo rhyton
com cabeca de leao,
achado na Tumba I do
“Circulo funerdrio A”
de Micenas e datado do
século XVI] a.C.: sua
forma deriva
claramente dos
modelos cretenses, mas
a modelagem é menos
naturalista e apresenta
as ttpicas simplificagoes
€ geometrizacoes da
arte micénica, Os
thyta eram — tanto em
Creta como no mundo
aqueu — vasos
destinados a fungoes
rituais, providos de um
orificio para encher e
de outro para esvaziar,
O que fez supor sua
utilizacao nas libacdes
religiosas e funerdrias.
estado identificdvel com um paldcio 26 acima Este anel-
selo de ouro
fortificado e um “burgo” cercado de procedente de
muralhas megaliticas, no vértice da piramide Micenas é obra de um
social se acha 0 Wanax, um soberano artista micénico, que
absoluto, expressdo de uma aristocracia lhe adaptou uma
concorrida cena de
guerreira e terratenente, lawos e damos, um rito religioso
depositdria de notdveis riquezas imobilidrias; derivada de um
a ela se une um comandante militar, o modelo n1inoico.
lawaghetas. Uma série de consultores e
funciondrios ajudam o soberano na gestao
politica e administrativa, enquanto a
autoridade do povoado parece ter sido o
basilewes, que controlava a propriedade
colettva das terras cultivdveis nao
diretamente possuidas e desfrutadas pelo
wanax. Pouco sabemos da articulacao das
classes inferiores, que parecem ter
compreendido artesfos e trabalhadores da
terra, enquanto é indubitdvel a existéncia de
uma casta servil. Reuniu-se notdvel
quantidade de informacao sobre a civilizacao
micénica através do precioso patriménio de
tabuinhas de argila descobertas nas
escavacoes do destruido paldcio de Pilos, na
Messénia; no paldcio de Cnosso, jd
micenizado no século XV a.C.; e, em menor
medida, em Micenas, Tirinto e Tebas.
Escritas numa lingua de clara matriz indo-
européia e com um “alfabeto” sildbico de
derivacao pictogrdfica —a chamada “Linear
B”, decifrada e interpretada por Michael
Ventris e John Chadwick —, as tabuinhas
atestam a quantidade e as funcoes do pessoal
residente no paldcio, a contabilidade das
mercadorias e dos tributos, normas
administrativas, listas de propriedade de
bens méveis. A economia micénica se
baseava na agricultura e na criacao de gado, de Rodes a Chipre. Na fase mais avancada da alcancado nesta fase é atestado pela expansao
mas a produgao de azeite, linho e la histéria micénica (séculos XIV-XIII a.C.), das muralhas de alguns centros, como

——
favoreceu também o desenvolvimento de um assiste-se a um impulso expansionista Micenas e Tirinto, e sobretudo pelo
surgimento de uma politica de destruigao da

eer
florescente artesanato cosmético (ungientos) comercial cada vez mais acentuado em todo o
e téxtil, que alimentou o comercio: so 0 Mediterraneo, sobretudo no ocidental, a realidade contendora e de controle dos
paldcio de Cnosso exportava anualmente ponto de alguns estudiosos falarem numa pontos geogrdficos nevrdlgicos do
trinta toneladas de la! Junto com esta “oré-colonizagao” micénica sobre as mesmas Mediterraneo através da guerra. Simbolo
atividade, em fins do século XVI a.C. o rotas que seguiriam os gregos do século VIII desta estratégia é a acéo dos aqueus de todaa
artesanato micénico redundou na criacdo de ao século VI a.C.: aparecem postos Grécia contra os frigios de Tréia, que tinham
grandes quantidades de obras de ouro e comerciais na costa da Itdlia e da Espanha feito nascer um poderoso reino que
bronze, através de producées controladas meridionais — por exemplo em Vivara, no controlava o estreito dos Dardanelos, ponto
diretamente pelo paldcio, que proporcionava golfo de Népoles, na Aptilia meridional, na de passagem nevrdlgico entre o mar Egeue 0
as oficinas o cobre das minas de Chipre e o Sicilia oriental e nas ilhas Edlias —, mas a mar Negro, onde havia ricas regides
estanho da Europa central e ocidental. A difusao de mercadorias vai até a metade da mineiras, enormes planicies cultivdvets e 4
presenca relevante de metais preciosos, bacia tirrena e terra adentro, e se prolonga excepcional via fluvial do Danubio.
ambar e pastas vitreas testifica a amplitude até o alto Adridtico e o delta do P6, como Desencadeada por volta de 1250 a.C.
ae

das linhas comerciais micénicas até o século atestam os achados de Frattesina, perto de terminada com éxito, como narra 0
XIII a.C., do Egito @ Siria, da Cilicia a Jénia, Rovigo. O ntvel de bem-estar e de poder memordvel poema épico homérico a Ilfada,

26
26-27 Criado por um e nigelado de ouro e
artista cretense, mas prata, decorado em
achado na Tumba IV ambas as faces,
do “Circulo funerdrio apresenta o tema
A” de Micenas, este aristocrdtico e “herdico”
excepcional punhal de _— da caca ao leo.
bronze incrustado

27 acima esquerda 27 acima direita


Outro anel-selo de O tema da guerra
uma das mais antigas aparece neste terceiro
tumbas reais de anel, totalmente afim
Micenas (século XVI aos anteriores e, como
a.C.) ilustra com eles, curiosamente
vivacidade uma cena procedente de uma
de caca ao cervo. tumba feminina.

ee et
a - = a A Fi
lat ial So oe ee
a Fo eel) a, r , a
a, ye i = a, = or’
_ = 7
> aie = ail

27 abaixo esquemiatico” ttpico da


a Guerra de Tréia foi fruto de uma A ourivesaria micénica arte aquéia; outra vezes
se ana alternou produtos de _ preferi u formas simples pow
;
excepcional coaliza@o das mais poaerosas clara influéncia e elegantes de vasos
cidades aquéias, de Tessdlia a Beécia, de _ artistica mindicacom para beber,
Argélida a Messénia e Lacénia, mas fy. iS outros decorativamente renunciando a
sd aes ape | \' mais pertencentes ao qualquer decoracao,
significou também o ultimo resplendor | “naturalismo como neste kantharos.
uma civilizacdo destinada a apagar-se no
breve transcurso de alguns decénios.
A invasio mediterranea dos chamados Povos ~
do Mar, o blogueio do comércio em que se XN
baseava a economia micénica, 0 ataquee a
destruicao de todas as principais fortalezas,
bem testificadas por amplos fendmenos de
contracio demogrdfica, empobrectmento
material e cultural e abandono dos centros
habitados, assinalaram o inicio do chamado
“Medievo Helénico”.
ee
eee ee eee

27
MEDIEVO HELENICO

As incursées dos chamados “Povos do comunidades de povoados em dreas jamais


Mar”, um conjunto indefinido de pessoas assentadas anunciam a génese da pélis:
que convulsionou o Egeu e o Mediterraneo assim ocorre em Atenas, Argos, Corinto e
oriental e de que emergiram fentcios e Esparta. O pico passado micénico se
filisteus, nos séculos XII e XI, somaram-se transforma em patriménio cultural dos
as ondas de invasores indo-europeus de que aristocratas, matéria poética oral que a
nasceu a civilizacgdo grega: sobretudo os adaptagao do alfabeto fentcio aos dialetos
dorios, que desceram dos inacesstveis vales gregos transforma em literatura —seja
balcanicos, se assentaram historica ou nao a figura de Homero -,
principalmente em Epiro, na enquanto os antigos habitantes micénicos
@ Fs Arcandnia-Etélia, no Peloponeso e véem concentrar-se manifestacoes de culto
* nas ilhas meridionais do mar que constituem o preludio da formacao de
y Sy Egeu, chegando até as costas santudrios, como em Olimpia, Delfos,
sudocidentais da Anatélia; outros Dodona, Istmia e Némea.
helenos, os chamados j6nios e eélios,
contributram para a divisdo das regides
em dreas culturais identificdveis com a
difusdo de trés dialetos de uma lingua unica:
o grego. O desaparecimento dos centros
urbanos e a auséncia de estruturas estatais
favoreceram um modelo social baseado no
ghénos, uma espécie de cla familiar
aristocratico, surgido gracas a auddcia, ao
, ee,
exercicio da forca na apropriacao das terras e
,
——
riquezas e a posse permanente de bens
materiais e armas: no ritual funerdario, a
i. =e
le

cremacao, com sua qualidade “heroica”,


substituiu a inumacao. No plano politico, o
wanax micénico foi substituido pelo
basiletis, um “rei — mais simplesmente, o
28 esquerda 28 direita Os sinais chefe da comunidade —, expressao de uma
Um pequeno bronze do mais evidentes da elite aristocrdtica e respaldado pelos demais
século VIII a.C. achado recuperacao
chefes de familia. Assim como as migracbes
em Creta conserva a demografica e
sugestiva imagem de econémica da Grécia jonicas e eélicas nas costas anatélias
um aedo, ou seja, um no pertodo geométrico determinaram o desenvolvimento de um
cantor de poemas sio o reencontro das primeiro embriao da cidade-estado —a pélis
épicos, figura tipica da necrOpoles, que
atestam o prestigio das
— jd entre os séculos XI e X a.C., a profunda
cultura aquéia e grego-
arcaica, simbolizada familias mais ricas recessdo demogréfica, a pobreza material e
pelo aedo mais famoso através dos adornos cultural, a auséncia de comércio tiveram seu
de todos, Homero. Nas funerarios de notivel
dpice na propria Grécia. No século X a.C.,
formas da arte valor artistico.
geométrica aparece 0 Lm bom exemplo é porém, observam-se sinais de recuperacao
modelo curvo do esta anfora de uma nas aglomeracoes de Carfi e Dreros, em
jogral, com as maos na tumba da necrépole do Creta, e os fendmenos de refundacao de
lira, procurando as Dipilo de Atenas (c.
750-740 a.C.). cidades sobre os restos de antigos centros
notas adaptadas as
“palavras aladas”. micénicos ou de aglomeracées de

28
3 2
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A EPOCA ARCAICA SP Dp As zonas coloridas de

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ZR laranja delimitam os
territorios gregos entre
os séculos Xl e X a.C.
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7 a Sp Xe goes
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ff ae Io
A

As pGleis gregas nascem entre os séculos


Xe IX a. C., como comunidades de
individuos de classes socioeconémicas
diferentes que escolhem concentrar suas
atividades num ponto cémodo por sua
habitabilidade, defensibilidade,
disponibilidade de recursos e perspectivas
comerciais. Ao mesmo tempo, 0 modelo de
assentamento rural dos pertodos
precedentes, encerrado na economia de
auto-suficiéncia integrada sé em parte
por uma modesta rede comercial, perde
relevéncia e entra logo na orbita SS ee

dos novos centros, passando a


constituir a chéra. Nas pdleis
prosperam e aumentam os artesaos,
mercadores, empresdrios, portadores de
uma riqueza movel que poe em xeque os
poderes absolutos dos aristocratas: mais
terras cultivdveis, cavalos ou gado
respaldam o valor das mercadorias
produzidas, com as empresas iniciadas e os
servicos oferecidos j4 nao por um “senhor”
isolado, mas por toda uma coletividade cujo
bem-estar cresce constantemente.
O crescimento demogrdfico e do bem-estar
determina também uma necessidade de
adequacio dos sistemas politicos e das 29 esquerda A célebre 29 direita Nada
estruturas sociais que representam os novos “Dama de Auxerre”, melhor que um tfpico
primeiro exemplar vaso corintio — neste
grupos. As antigas elites aristocrdticas, importante da estatudria caso uma anfora do
porém, mostram-se pouco dispostas a grega, representa uma século VII a.C. — para
compartilhar a gestio do poder e, nao deusa ou, talvez, uma representar 0
seguidora em atitude extraordindrio avanco
conseguindo manter a ordem social, adotam
devota. Foi feita muito comercial da cidade
jd no século VIII e transformam em provavelmente em no Istmo entre os
sistematica no século VII a.C. a fundacao de Creta por volta da séculos VII e V1 a.C.:
colénias no Ocidente mediterrdneo. As metade do século a difusao destes

VII a.C., e € quase o produtos de


oe

tensoes internas se véem assim reduzidas,


bi

paradigma dos artesanato arttstico de


eh

sem provocar intiteis e sanguindrias guerras chamados caracteres qualidade abarcou


Ny
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ald
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de conquista em detrimento das cidades todo o Mediterraneo.


: iat.)

“arcaicos” na
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er ee:
SPINS SPT
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escultura grega.
vizinhas. As colénias gregas do
oS

bei
me
Wiens:
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Ji
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oa

: Ay

29
30 esquerda 30 direita Esta
De Terravecchia di espléndida placa de
Grammichele, no argila pintada,
interior siciliano, pertencente ao frontao
provém esta bela ou @ cumeeira de um
estdtua de Deméter, templo nao
deusa da fertilidade. identificado de
A atualizada tipologia Siracusa (575 a.C.),
formal e o estilo tardo- apresenta a horrivel
arcaico demonstram a Gérgona Medusa
forca da difusao da dando a luz, de sua
cultura grega na propria menstruacao,
Megale Héllas. o cavalo alado Pégaso.

Mediterraneo ocidental, no entanto, foram colénias entre a Sicilia, a Calabria, a Apulia


sobretudo “cabecas de ponte” comerciais que e Lucana. No século VI a.C. se dé a
reforcavam a fun¢ao econdmica dos antigos consolidacao da posicao da Grécia no quadro
emporios, os quais as substitutram das relacées poltticas, econdmicas e culturais
lentamente ainda que mantendo — ao menos em escala mediterranea, do Levante cada vet
nos assentamentos mais antigos, como mais presa da hegemonia asstria sobre 0
Pitecusas, na ilha de Isquia, o primeiro em Ocidente colonizado por gregos e fentcios,
todos os aspectos (770 a.C.) — 0 cardter com intenso intercambio com o Oriente. Nao
“aberto” dos portos em que interagiam sé mercadorias ordindrias, produtos
oa ee, comunidades de mercadores de diversas alimenticios e manufaturados viajam por
i > a etnias; nao faltam, porém, numerosos rotas que unem centros muito longinquos,
: bP ens0s de colénias com destino agricola. mas também “cultura” na acepgao mais
4
x. Nasce assim, na Itdlia meridional e na
.
ampla do termo, naturalmente sob o impulso
; oe Sicilia, uma nova idéia de “helenismo”: é das aristocracias dominantes, que culttvam 0
pe a Megale Héllas, a Magna (ou seja, gosto do luxo e se mostram cada vez mats
fascinadas pelas formas e pela substéncia as
yi

ie
= “Grande”) Grécia, uma espécie de
a
i ie
A ie
5
Tks
Cd

oni S imenso extremo da Grécia propriamente civilizacées orientais. E as colénias -


fundadas também no Oriente, desde o mar
oe

es Bie dita, intrinsecamente ligada a “mde” por


: ie SP cultura te6rica e material, por vocacao e Badltico até o mar Negro ricos em recursos
| 33 Se necessidade. No espaco de poucos primdrios, desde as costas anat6lias até a
aa. decénios surgem, depois de Pitecusas, Macedénia e a Trdcia -, repletas de
= Cumas (740 a.C.), Naxos (733 a.C.), transacées comerciais e ideolégicas,
eens Siracusa (732 a.C.) e outras novas transformam-se em laboratérios de

30
31 As vitimas das Aritstion, obra de
guerras entre péleis Aristocles, datada de
rivais ou entre tiranos cerca de 510 a.C.: 0
e aristocratas foram defunto é representado
numerosas, como com sua armadura de
aia es

atestam tantos hoplita (couraca, elmo,


monumentos funerdrios lanca) com a grande
encontrados, sobretudo delicadeza técnica

na Atica. Aqui vemos a propria do estilo


conhecida estela de arcaico.

experimentacao politica e cientifica, gracas a uma atitude favordvel aos novos


alimentadas agora pelo intelecto de fildsofos, componentes produtivos da sociedade, da
literatos, artistas, cientistas, pelas sugestées qual recebe um forte consenso. O
culturais e materiais difundidas pelo “decisionismo” que o distingue soluciona as
comeércio. O alto ntvel e a amplitude das fens6es sociais e politticas, taluez com punho
interacdes entre o Oriente e o Ocidente de ferro, taluez buscando o consenso popular
desde o século VIII até a metade do século pela propaganda de seu “bom governo”
V1 a.C. fazem pensar que existiu uma através de incentivos a economia ou de
situacao de tolerante, se nao plenamente grandes obras de importancia piiblica, por
pactfica, cooperacao entre as diversas exemplo na edificacao religiosa, como na
realidades, bem atestada, além do mais, por Samos de Policrates (c. 540-520 a.C.), ou,
numerosos fendmenos que a investigacao ainda por exemplo, na capital comercial
arqueologica ajuda a individualizar. Basta helénica do século VII a.C., Cinto, centro de
pensar na chamativa presenca de anforas difusdo de procuradissima cerdmica de
comerciais provavelmente da etrusca Caere aspecto orientalizante, com a qual competem
nas camadas arqueolégicas mais antigas de em vao Atenas, as Ciclades, as ilhas jOnicas.
Cartago, na grande quantidade de produtos Aqui, a dinastia dos Cipsélidas sobrepuja a
fenicio-orientais ao longo das costas magno- dos Bdquidas, potencia os portos de
gregas e no imediato terra adentro da Quenchreai e Léchaion, cria a ousada
Campania, da Etriria e do Lacio. E 0 que didklos, uma estrada no istmo para o
dizer da evidente existéncia de um eixo transporte dos navios do Egito ao golfo de
comercial entre as colénias fenicias da Corinto e ao Jonico, e funda colénias
Cerdenha e Pitecusas, que representa, agricolas e comerciats.
provavelmente, apenas um segmento de Além do mais, como em Atenas, a solucao
uma vasta rede de comércio que vai do para os conflitos sociais é buscada pelas
Estreito de Gibraltar até o Mediterraneo figuras dos legisladores, que tentam reformas
oriental? Temos provas da presenca de constitucionais e fiscais, mas tanto as
auténticos centros comerciais levantinos em tentativas de Drdcon como as de Sélon
contextos urbanos gregos, aos quais fracassam em grande parte e favorecem o
corresponde uma série de postos mercantis advento da tirania. Esparta é uma das
helénicos avancados ao longo das costas da poucas realidades que, fundando-se numa
moderna Tunisia. E para a configuracao da constituicao que une nacionalismo de etnia-
existéncia de uma espécie de “mercado casta e comunismo, se mantém s6lida: neste
comum” concorre, finalmente, 0 uso de um pertodo, enquanto as demais poleis se véem
sistema de tabuinhas contdbeis de facil assaltadas por graves crises, ela procede a
conversao das unidades de medidas de peso e sistemdtica conquista da Messénia e do
de capacidade dos diversos povos, dots restante do Peloponeso, encontrando um
séculos antes da codificacao da matematica tinico obstdculo insuperdvel em Argos.
de precisdo por parte de Pitdgoras! Os séculos VII-VI a.C. trazem também a
No plano polttico, porém, a crise das consolidacao dos santudrios pan-helénicos de
oligarquias aristocrdticas redunda na Delfos e Olimpia como centros religiosos, e
ascensio dos tiranos ao poder. O tyrannos como sedes de competic6es esportivas e
(0 termo é de origem anatélia e significa literdrio-teatrais que atraem concorrentes de
simplesmente “senhor”) é amitide expressao todo o mundo grego. Neles as p6leis acham
de uma familia aristocrdtica, mas se afirma uma sede diplomdtica comum para superar

al
32 Esta pequena tensdes e conflitos e buscam obter influéncia empreende uma polftica externa
estdtua de bronze, que politica sobre o clero, também de origem expansionista de acordo com outros tiranos,
representa um hoplita
completamente armado aristocrética, rivalizando com as armas do e recria a paz social entre as classes em

que se lanca ao ataque obséquio & divindadee com substanciosas conflito, excluindo apenas seus inimigos
contra um inimigo oferendas. Isto significa manter os gastos e pessoais, a poderosa familia dos
imagindrio, deve ser
considerada ao mesmo
propiciar a construgao de espléndidos Alcmeénidas. A fase tirdnica termina em
edificios, dedicar obras de arte, consagrar 510 a.C., apds um decénio de lutas ferozes
tempo uma referéncia
ao passado “heréico” dizimos dos butins de guerra a memoria de contra os filhos de Pisistrato, Htpias e
do helenismo em suas si ante toda a Hélade. A partir de 561 a.C., Hiparco. O segundo foi morto numa trama
proprias raizes urdida pelos aristocratas Harmédio e
“aguéias”, ilustradas também Atenas —e por trés pertodos
pela épica homérica, consecutivos — conhece a tirania. O poder é Aristogtton em 514 a.C.; 0 primeiro tomarg
e um testemunho da assumido por Piststrato, que favorece 0 0 caminho do exilio quatro anos depois,
incessante oposi¢ao
das pequenas cidades-
desenvolvimento da pequena propriedade e enquanto os Alcme6nidas voltam a entrar
estados helénicas a da pequena empresa, arma uma frota, triunfantes em Atenas e comecam com
forca desbordante dos Clistenes a experiéncia da democracia.
persas, s{mbolo da Lima nova ameaca, no entanto, vinda da
eterna luta do Ocidente Jénia, estende-se sobre a Grécia. Constitutdo
contra o Oriente, dos
gregos contra os o Império Persa, primetro Ciro depois
bdrbaros, do Bem Cambises iniciam uma rdpida expansao para
contra o Mal. Como o Ocidente, assimilando todos os antigos
os micénicos tinham
reprimido os troianos, reinos orientais e atraindo para sua orbita,
assim também os as vezes submetendo-as, as regides anatélias
gregos buscavam ocidentais. As florescentes cidades-estados
defender sua
independeéncia polttica
da Jénia, de Mileto, de Efeso, de Focéia, de
do impertalismo do Esmirna e de Samos correm o risco de ser
Rei dos Reis, e por conquistadas, sobretudo pela ambigua
isso a memoria do atitude filopersa de alguns tiranos,
ontem se transformava
na propaganda do transformados em fiducidrios e tributdrios
presente. O tempo dos do Rei dos Reis. Disso resultard a trdgica
heréis tinha voltado. ocasiao das Guerras Persas.

33 Da rica metr6pole
maced6nia de Sindos
provém este exemplar
do renascimento das
mdscaras funerarias
de ouro em pleno
século VI a.C. (a pega
data de 520 a.C.), 7
segundo uma tradigao
de ascendéncia tracia:
trata-se de uma
lamina de ouro
trabalhada de modo
ue reflita com
i superficial
os tracos somdticos
do defunto, encaixada
num elmo de tipo
ilfrico.

a 32
“" Impériopersaem .f, Frota persa destruida
493 a.C. por uma tempestade
I! Estados neutros (492 a.C,)
mmm Estados vassalos da ”* Maratona (490 a.c,)
Pérsia em 492 a.C.
MM Aliados atenienses “8 Termopilas (480 ac)
“— Pontes sobre o
O SECULO V A.C. $ “” Helesponto ®C Salamina (480 a.C,)
E A HEGEMONIA ATICA
*D Platéias (479 a.C,)

Na primeira metade do século V a.C., 0 as estruturas econdmicas ainda agropastoris


helenismo viveu momentos decisivos para a relegavam mutitas zonas internas a um
manutencao de seu espaco, de sua papel secundario. Os regimes tiranicos, por
identidade e de sua autonomia. Embora seu lado, que encontravam amplo consenso,
anteriormente alguns fatores tivessem tinham levado progressivamente as cidades
favorecido o instdvel equilibrio do mundo da Jonia asidtica a gravitar na orbita do
grego, agora esses mesmos fatores se imperialismo persa, e as colénias magno-
transformavam em elos fracos da cadeia, gregas a acentuar a jd notdvel autonomin
sobretudo ante 0 expansionismo persa para o das metropoles,
Ocidente, que Dario I relanca de modo Os primeiros fatores de desequiltbrio interno
pujante: o Egeu era — mais ainda que o podem ser identificados, no intcio do século
Mediterraneo oriental — uma encruzilhada V a.C., na introducao de um modelo polttico
GOLFO DE MALIS
de povos, comeércios, riquezas. Podem-se de transtornadora novidade no panorama
assinalar tais fatores na modesta influéncia grego, se nao na propria histéria do homem:
de Atenas fora da Atica, que absolutamente a instituicao da democracia em Atenas
nao perturbava a hegemonia de Esparta, expressava pela primeira vez a equacao
Corinto e Argos, enquanto no ativissimo “Estado = cidadaos” e confiava o governo da
arquipélago egeu a intensa fragmentacao polis a assembléia do demos (“povo") e a
Se ee
politica abria para muitas ilhas espaco de seus representantes eleitos. Com o
acéo comercial de largo félego; finalmente, envolvimento direto das diferentes classes

BATALHA DAS MSS Persas


TERMOPILAS © Gregos
AY Grande pantano
Ultima resisténcia
de Leodnidas
A Aguas quentes
MON Divisdes de BAIA
DE
Mardonio MARATONA
~ Divisdes de
Pausanias
= — Caminho
BATALHA DE MARATONA

34

sociais e produtivas na eleicao politica, no col6nias magno-gregas. Jd desde
transcurso de meio século Antenas e a Atica aproximadamente 550 a.C. 0 expansionismo
se transformaram no principal pélo comercial cartaginés se traduziu num
econdmico, comercial e cultural do auténtico imperialismo mediterraneo de
Mediterraneo. Do Pireu, o ativtssimo porto cardter anti-helénico: prova disso sao nao $6
da cidade, com as mercadorias e produtos da as partilhas de fato do Tirreno entre Cartago
cultura e da arte, exporta-se o novo modelo e as talassocracias etruscas de Caere,
politico, que é o que as antigas oligarquias Tarquinia, Vulci, Populénia, mas também os
aristocraticas e os tiranos que governaram a gravosos tratados impostos pela antiga
“outra Grécia” viram como um peri go colénia de Tiro a jovem Roma republicana.
concreto: com este temor, as divisées e as Em todo o caso, a tentativa de fazer da
oposicées aumentam, gerando lutas Sicilia uma ilha ptinica esbarrou em
violentas pelo poder entre os “partidos” Himera, em 480 a.C., numa coalizao guiada
filopersas e as aristocracias “iluminadas” pelo tirano Gélon de Siracusa. Em 474 a.C.,
conquistadas — nao sabemos dizer até que também a hegemonia etrusca sobre o Tirreno
ponto — pelo liberalismo econémico e pelo se vé truncada por uma nova coalizao
igualitarismo politico da democracia. magno-grega sob direcdo siracusana na
Um reflexo imediato aparece na revolta batalha naval de Cumas, antiga colénia
jonica antipersa de 499-494 a.C., que atrai a calcidica, que se transformard no polo
dura repressdo de Dario I e desencadeia a comercial mais ativo do Ocidente grego por
agressao a toda a Grécia, uma realidade mais de meio século.
demasiado polimorfa e duvidosa para ser Enquanto isso, em 478 a.C., Atenas
desejada independente. Numerosas péleis promove a constituicao da Liga Délio-dtica,
ricas da Jénia asidtica sao conquistadas —o uma alianca com sede polttica e financetra
drama de Mileto, representado pelo no santudrio de Apolo em Delos: sua meta é
tragedidgrafo Frinico no teatro de Dioniso dar prosseguimento a libertacao das cidades
em Atenas, impressionard o milhar de gregas ainda sob o domtnio persa e enfrentar
espectadores presentes —, mas € em 490 a.C.
que o imponente exército de Dario I, sob o BATALHA DE SALAMINA
comando de Artafernes e Datis, ataca a 35 No prestigioso
Erétria e Atenas: a extraordindria vit6ria Museu Nacional de
dos dez mil homens sob 0 comando do Ndpoles se encontra
esta bela cépia-retrato
estrategista ateniense Milctades em romana do estrategista
Maratona encerra a aventura, mas — dez ateniense Temistocles,
anos depois —o filho de Dario, Xerxes I, a o vencedor dos persas
em Salamina.
frente de um exército e de uma frota Trata-se de uma
colossais, ataca de novo. Esbarra mais uma
SALAMINA

versao totalmente
vez na valorosa resisténcia e na contra- ideal e idealizada,
segundo os cinones
ofensiva da pequena Atenas e de seus da tradicao grega.
modestos aliados: apesar da derrota do
espartano Leénidas nas Term6pilas, uma
garganta que abre caminho para as planicies
da Beécia e da Atica, e da frota grega no GOLFO SARONICO

cabo de Artemtsio, e apesar da conquista


persa de Atenas, com o terrivel saque e 34 direita Este elmo de
34 esquerda Esta
profanacao do santudrio de Atena na moeda de quatro tipo corintio, com sua
acrépole, a batalha naval de Salamina viu o dracmas atenienses de forma caracteristica,
triunfo da frota ateniense. Sob 0 comando de prata, cunhada na provida de prote¢gao
época das Guerras para as orelhas e o
Temistocles, os navios gregos se atreveram, nariz, esteve em uso
Persas, mostra
além do mais, a perseguir os persas em sua claramente a coruja sobretudo durante as
desordenada fuga, e durante todo o ano de sagrada de Atenaseas Guerras Persas:
iniciais do nome da numerosos exemplares,
479 a.C. ameacaram a sua hegemonia sobre do norte e do sul da
cidade que resistiu
a Jénia, restituindo a independéncia a duas vezes aos persas. _Grécia, atestam sua
alguns centros. Concomitantemente, outra ampla difusao.
poténcia oriental golpeou as florescentes

BATALHA DE
PLATEIAS
-— Aliados de Atenas
466-460 a.C.
~~ Liga Délia

qualquer agressao. A democracia ateniense, 36 Esta imagem de


além do mais, forte por causa de um consenso Péricles se deve a
Crésilas: alguns
e uma partictpacao popular sem igual no cidaddos lhe
mundo, desenvolve duas tendéncias encomendaram uma
determinantes para toda a histéria grega da estdtua que o
comentorasse post
segunda metade do século V a.C.: a primeira
mortem na Acrépole
consiste numa cada vez mais acentuada (as leis atenienses
presenca de fortes personalidades de governo proibiam representar a
e de uma atitude agressiva em polttica eftgie de homens ainda
vivos e honrar
externa, tanto no campo econdmico-comercial
publicamente os
como no militar, até definir-se como auténtico politicos, incluindo os
imperialismo; a segunda expressa uma et ee ee beneméritos). A esta
progressiva afirmacao da cidade como capital ‘ee ee |e | Bee = cabeca, uma copia da
e aoe ts | era romana, falta a
cultural do helenismo, da filosofia as letras, fisionomia especifica,
da arte as ciéncias. Estes fendmenos sao segundo o costume
particularmente evidentes na metade do grego: sd 0 elmo do
estrategista, levemente
século, quando o estadista no vértice do
elevado sobre a cabeca,
“partido” democrata, Péricles, apds suceder o permite tmaginar a
conservador Cimon, apresenta um amplo “cabega de ovo” que 0s
programa polttico que leva Atenas ao mais comedidgrafos da
época ironizaram.
alto nfvel de bem-estar produtivo e
econdmico-comercial e cultural jamais visto 37 A cabeca do
no mundo antigo. Em polttica exterior, a chamado Efebo louro,
antiga pélis constituira a Liga Délio-dtica obra-prima de um
desconhecido artista
com numerosas cidades e ilhas egéias: a meta dtico de estilo severo
era o prosseguimento da guerra contra os (c. 485 a.C.),
persas até a libertacao do Oriente grego e a apresenta ainda
vestigios da cor que
mutua defesa em caso de agressao; a sede dourava os cabelos
politica e financeira, inicialmente situada na do jovem, talvez um
ilhota cicladica de Delos, importante sede de atleta ou um
um santudrio a Apolo, foi transferida para guerreiro morto em
batalha, e atesta a
Atenas em 454 a.C., apos muitos protestos total superagao das
dos aliados e com a justificativa de uma maior _ convengées da arte
seguranca e do papel fundamental de Atenas -_ abstrata.
na alianca.
Apos os tratados de paz de 449 a.C. com os
persas, a Liga sobreviveu com uma cada vez
mais acentuada hegemonia ateniense e se
tornou cada vez mais instrumento de uma
polttica hostil com os tradicionais rivais
econémicos e politicos de Atenas: derrotada
Egina em 456 a.C., faltava dobrar Corinto,

36
Megara, e sobretudo Esparta, que
determinava a situacao do Pel
manifestava — grandemente POneso p
muda
concidaddos de Péricles ~ 1 M1 es da Pelos
Ptrito
antiateniense. Da Liga Délio
“a tica, A tengs
e, em menor medida, suas
4$80ciadas
tiravam também muitas vanta
Sens no Plany
economico: de fato, seus j ntegrantes
davay,

a
vida a uma espécie de “mercado co
m im” e
constituiam um forte pélo no coméy
Clo
mediterraneo. A rigueza de Aten
as Crescey
constantemente no transcurso de POUCos
decénios: a descoberta e a exploracao
escravista das minas de prata de Lauri,
(cabo Stinio) e os acessos Privilegiados
js
regioes mineiras do Egeu setentrion
gl derary,
ao Estado uma forga econdmica sem igual
enquanto a empreendedora dindmicg
produtiva e mercantil, incentivada por
medidas legislativas adequadas, cond
uzia q
cidade a dominar o cendrio mediterréneo,
legitimando com o consenso eleitorgl sua
crescente agressividade em polttica ext
ern a,
Pode-se falar, neste ponto, do nascimento de
uma especie de império ateniense no
Mediterraneo helenizado, inicialmente s6
em sentido econdmico, como demonstra 0
dominio das exportacoes do apreciado azeite
atico e, para dar outro exemplo, da
solicitadissima cerdmica com figuras
(difundida jd entre quase toda a realeza
aristocrdtica e “burguesa” do mundo
antigo) e de outras criacdes dos hibeis
artistas e artesdos dticos. O posterior
imtperialismo polttico e militar de Atenas
nao acentua a jd extraordindria vitalidade de
tal comércio, mas, ao contrario, prepara a
sua crise: a tragédia dos trinta anos da
Guerra do Peloponeso mostra claramente
aonde leva a ambigdo de construir impérios
passando por cima da vontade e da
identidade polttica alheias porque se achan
nas midos de gente mais fraca. Por outro
lado, é oportuno precisar que o imperialism
parece, na Antiguidade, o inevitdvel ponto

38 O excepcional Porticello” é,na


desenvolvimento da verdade, o mais antigo
filosofia na Grécia do exemplar de retrato
século V a.C. inspirou fisionémico grego
a denominacdo dada (é datado de cerca de
pelos historiadores a 460-440 a.C.), obra a
esta belissima cabeca um bronzista de levis
de bronze, achada capacidade, atento a
entre os restos de um indagar a realidade
navio afundado nas objetiva do rostoe “
imediacgées da Villa S. fisionomia humanas
Giovanni (Reggio hdbil em reproauzit
Calabria): 0 chamado quase analiticamente
“Filésofo de seu aspecto.
38
de chegada de toda a realidade geopolitica 39 A estela funeréria Peloponeso levou que lhe alcanca uma
mais importante: quando o territério, os de uma rica ateniense, consigo boa parte do donzela. Estd vestida
Hegeso, filha de otimismo e da certeza com roupas que
recursos naturais e a drea comercial original
Proxeno, é um dos humanos. Num revelam um corpo
de um Estado jd nao estavam em condicoes mais intensos interior doméstico ainda jovem e
de sustentar o aumento da populacao e sua testemunhos do leve recolhido, numa florescente: sao os
demanda de bem-estar mediante um
existencialismo que atmosfera de preparativos da esposa
surgiu na arte grega melancolia, a mulher, para as suas ultimas,
incremento dos recursos e da producfo, a no final do século sentada num elegante eternas, negras bodas
manutencao do ntvel de consumo e uma V a.C., quando a diphros, toma um com o principe dos
ampliacao do mercado de difusao dos bens tragédia da Guerra do colar do cofrezinho Infernos, Hades.
produzidos, tudo isso, qualquer que fosse o
modelo polttico, era buscado através de um
expansionismo violento, com guerras de
subjugacao ou de aniquilacao dos posstveis
rivais e com a criacao de um império
polttico-econ6mico-militar. Antes de Atenas,
encaminhara-se nesta direcao Esparta,
embora se limitando ao Peloponeso (jé nos
séculos VII e 1 a.C.) e a grande Cartago
(estamos certos disso ao menos de 550 a.C.
em diante); e do mesmo mecanismo
surgiriam depois as escaladas imperialistas
de Roma entre o século Ill a.C. eo I d.cC.
Voltando a Atenas, é em geral dentro de um
clima de euforia que Péricles, com o apoio da
maioria dos cerca de 40.000 cidaddos
atenienses a pleno titulo (estavam exclutdos
do voto as mulheres, os forasteiros
residentes e os escravos), elabora planos
colossais de monumentalizacao e redefini¢ao
urbantstica da cidade, elevando-a a posi¢ao
de primeira auténtica “capital” da
Antiguidade. Em 431 a.C., porém, 0 mesmo
homem politico arrastava Atenas aos
catastréficos trinta anos da Guerra do
Peloponeso.
Neste ponto, temos de nos deter brevemente
na “anti-Atenas” por exceléncia na Guerra
do Peloponeso: Esparta. A historia da Grecia
antiga representa para muitos, na
lembranca mais imediata, a rivalidade entre
Atenas e Esparta. Com efeito, a diferenga
entre as duas cidades era substancial na
concep¢fo e nas estruturas poltticas, sociais
e econdmicas, para nao dizer culturais. O
confronto militar, que rebentou no ultimo
ee
a
Atenas e
seus aliados
“Império” ateniense
Esparta e
seus aliados
Estados neutros

terco do século V a.C. e prosseguiu anos (a apella); a ordem econdémica e


alternando-se durante todo o IV, foi produto organizativa do Estado se baseava numa
do rompimento dos equilibrios regionais e do espécie de “comunismo” attpico (a igualdade
desenvolvimento de uma tendéncia era absoluta, mas so no interior das
imperialista diferente na ideologia e nas impermedveis classes etno-sociais) e na
formas, nao nos objetivos. A base do Estado manutencao de um colossal dispositivo
espartano era sua célebre Constituic¢ao, militar para a ordem interna e para a
estabelecida, segundo a tradicao, pelo agressiva politica externa. De fato, os
legislador Licurgo (o nome, nao espartanos se ocupavam exclusivamente,
casualmente, significa “iluminador”), desde a infancia, de seu adestramento para o
de forma decididamente tinica no servico militar e civil sob uma rigida
mundo antigo. A sociedade era disciplina, que excluta efetivamente a
articulada em classes de base ao mesmo familia do processo formativo-educacional
tempo étnica e aristocrdtica: os unicos do individuo. As atividades produtivas e
cidadaos a pleno titulo eram os espartanos, comerciais dos lacedeménios, cujos
descendentes dos guerreiros fundadores; beneficios garantiam notdvel riqueza a por
a estrutura polttica era extremamente outro lado austera comunidade-estado,
simples, regida por dois reis “controlados” dispunham dos muito poucos direitos
por um colégio de supervisores (os éforos) proprios dos cidadaos semilivres (os
e aconselhados por um “senado” restrito periecos), enguanto o cultivo das
Nee (a gerusia) e pela assembléia dos propriedades agricolas e a criacao de gado
i : ‘ie de mais de trinta eram entregues aos escravos (os tlotas),
a se auténticas “mercadorias humanas” que
renovavam sua triste condicdo de geracao
40 acima Esta lekythos em geracao; de fato eram descendentes da
funerdria de fundo
branco procedente de gente subjugada da regio e dos prisioneiros
Erétria foi pintada por das guerras travadas contra as regioes
um ceramista dtico circundantes, principalmente messenios.
préximo do Pintor do
Nascida do pretexto de um decreto ateniense
Canavial, por sua vez
inspirado pelo grande que estrangulava o comércio da vizinha
pintor cldssico Parrdsio. rival, Mégara, e da negativa de revoga-lo,a
Ela remonta a cerca de Guerra do Peloponeso foi engendrada
430 a.C. e atesta as
conquistas da pintura inicialmente por Péricles, que — consciente
grega nesse pertodo: a da forca do inimigo — fez com que 0s
perspectiva, a liberdade habitantes da Atica se refugiassem no
de composicao e a
pincelada fluida, o gosto
interior das muralhas urbanas, renunciando
do detalhe naturalista. a coleta para desgastar no plano milttar 0s
adversdrios com uma técnica de “mordee
40 abaixo Esta outra foge”. A forca da frota, o dominio do Ege,
lekythos de fundo
branco, uma das assegurado por aliados sé as vezes
melhores pecas do recalcitrantes, e as disponibilidades
Pintor de Aquiles econdmicas nao impediram o alastramento
(c. 430-400 a.C.),
apresenta, por seu lado, de uma peste que, entre 430 e 428 a.C.
um tema que alude a matou um quinto da populagéo, incluindo°
morte: um guerreiro proprio Péricles (429 a.C.). A primeira
no ato de despedir-se etapa bélica teve fases alternadas, com
da esposa, metdfora de
repetidas invas6es da Atica por parte dos

uma herdica despedida


da vida. peloponésios e a revanche ateniense de
41 Umi doloroso partir para a guerra. um deus”, do herd
testerunho dos lutos A sébria linguagem do orgulhoso de suas
causados pela Guerra naturalismo cldssico se acoes e de sua virtude,
do Peloponeso é esta presta bem @ celebracao traduzidas nas formas
bela estela funerdria de dos dois hoplitas, harménicas e na
dois jovens guerreiros apresentados em fascinagao dos corpos
atenienses mortos, perspectiva, em que Fidias reflete no
Cairedemos e Licéias movimento lento, com modo de tratar as
(420-410 a.C.), o semblante ideal do cabecas, e Policleto no
representados no ato de homem “parecido com de definir o restante.

425 a.C., até que em 421 a.C. se firmou a


paz entre aqueles contendores exaustos e
desmotivados. A ascensao politica de
aventureiros do calibre de Alcibiades e
Nicias, em 420 a.C., abre uma nova etapa,
ee eS

em que Esparta reafirma sua hegemonia


ee

sobre o Peloponeso na manhda seguinte a


ee

batalha de Mantinéia, enquanto Atenas se


inimista com parte de seus aliados e
desconcerta seus proprios cidaddos com o
massacre de Milo e com a infeliz expedicao a
Sicilia (415-413 a.C.): com a ajuda de
Esparta, a poderosa Siracusa inflige um
terrtvel revés a frota e ao exército atenienses,
massacrando milhares de soldados e
condenando a morte por fome outro milhar
de prisioneiros. Numa terceira etapa,
caracterizada pela suspensao da democracia
por parte da faceao oligarca, que dd um
golpe de Estado e busca a paz com Esparta,
reiniciam-se as hostilidades com o retorno
dos democratas ao poder. As primeiras
vitérias de Atenas, agora isolada, seguem-se
as derrotas de 406-404 a.C., que levam o
almirante espartano Lisandro a ocupar
triunfalmente o Pireu e a impor uma
rendigao incondicional, que prevé a
destruicao das fortificacées e da frota e a
adesio 2 Liga Peloponésia, com a renuincia
implicita ao regime democrdtico. Apos um
paréntese tiranico, o retorno da democracia,
realizado com um audaz golpe de Estado de
Trasibulo, é aceito por Esparta, talvez na
conviccfo de que Atenas nao voltara a ser
nunca mais a grande poténcia do século que
estd terminando.
leat en alainem

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O SECULOIVA.C.EA
HEGEMONIA MACEDONICA

No século IV a.C. a Grécia, nem gratificante quanto mais enriquecida de


bem satda da tragédia da Guerra do valores espirituats e éticos, a percepcao de sj
Peloponeso, enfrenta uma série de como “parte do todo” e como “todo numa
conflitos e tensdes regionais provocados parte”, o amor ao saber (“filosofia”) como
pelas efémeras hegemonias alternadas de processo légico tendente ao infinito, tudo
Esparta e Tebas, pela intermitente ocupacao isso é substitutdo lentamente por um
de Atenas e pela afirmacao de ligas de antropocentrismo miope, produto do
poleis cujas escolhas poltticas expressam “dobramento” sobre si mesmo: o
amitde sobretudo o desejo ou a veleidade de individualismo, o culto a personalidade,
subtrair-se a perifericidade nao sé cujos dolorosos frutos sao a percep¢ao da
geografica, a qual pareciam condenadas (é precariedade humana e a obtencao da razio
o caso da Arcadia e da Acarnania-Etélia). numa turgidez de “sentimentos” que
No mundo grego ocidental, enquanto isso, nenhuma filosofia ou religiao pode atenuar.
concretiza-se o definitivo distanciamento No plano histérico, a hegemonia espartana
das antigas colénias da mae patria, e uma nao se concretizou para além de alguns
prova disso é, apos a vitoria sobre Atenas aspectos genéricos: a “descoberta” de que a
(415 a.C.), a politica extremamente politica filopersa entregara a Jénia a um
agressiva de Siracusa do Tirreno ao imperador fraco e contestado, Artaxerxes,
Adridtico, enquanto se consolida o induziu Esparta a apoiar seu irmao e rival,
conhecimento de que s6 os gregos do Ciro Il, mas Atenas, que via com terror uma
Ocidente poderdo salvar-se a si mesmos do consolidacao lacedem6nia na zona em que
desbordante imperialismo cartaginés, que exercia tradicionalmente certa influéncia,
transformou em escombros muitas aproximou-se do soberano persa e
florescentes péleis sicilianas (Selinunte, contribuiu para o fracasso da empresa,
Himera, Gela, Camarina), do mesmo modo obtendo financiamento e o controle dos
que os “bdrbaros” itdlicos fizeram ajoelhar- Dardanelos, uma via privilegiada para as
se ou conquistaram completamente antigas ricas col6nias do mar Negro. A paz posterior
colonias italiotas (Cumas, por exemplo). A (386 a.C.), imposta pela Pérsia, durou
Guerra do Peloponeso é 0 agora um pouco: Esparta tentou impor a Tebas uri
incurdvel estado de conflitividade governo oligdrquico favordvel a ela,
permanente fomentado pela agressividade desencadeando uma reacéo que, em poucos
Reino da 44 A bela estdtua de das pOleis principais na primeira metade do anos, trouxe consigo a hegemonia tebana
Maced6nia bronze de Atena no século e — segundo interpretacdes — causa e sobre a Grécia até 362 aC. |
-* Expansao Museu do Pireu
maced6nica (430 a.C.) é talvez a
efeito da crise dos valores absolutos pelos Em uma situagao politica cada vez mais”
em 336 a.C. imagem mais incisiva quais se havia regido o helenismo durante confusa, entre cidades divididas por invejast
da deusa da sabedoria, séculos. Principios como o sentido profundo oposicées ideolégicas, néo podia deixar de te
adornada com o longo
peplo, mas armada e
de pertenca a uma coletividade, a cidade- éxito o imperialismo da Macedénia, nov
cingida da égida com estado, a certeza de co-participar de uma poténcia mondrquica emergente da
o rosto de Medusa. dimensao ontolégica tao perfeita e “veriferia” setentrional da Grécia.
45 A soberba cabeca
de bronze de Sdttro,
que por volta de 330
a.C, ganhou o titulo
olimpico no pugilato,
é obra de Silanion,
discipulo de Listpo.
O rosto do atleta é
um terrtvel “rosto
cheio de punhos”,
marcado de
inchacoes, rugas e
uma barba hirsuta e
basta de grande
impacto realista.

45
A Macedénia, uma vasta regiao montanhosa com uma inteligente politica “externa”
que desce dos impenetrdveis vales dos Bdlcas variada segundo as diversas regies p
meridionais para as costas do Egeu situagoes politicas com que deparoy:
norocidental e até o Olimpo, ainda que unificou sob seu domtnio toda q Macedénn
povoada por gente de estirpe dorica e em e o Egeu setentrional, estabelecendo “um
contato com os micénicos no segundo protetorado na vizinha Tessdlia. As Péleis
milénio a.C., manteve-se por longo tempo a gregas meridionais, em contrapartida,
margem da historia grega. De Aigai, a divididas em efémeras ligas que Oscilavary
antiga capital, a antiga dinastia dos entre o regionalismo miope e 0 lobbysmo
Argéadas, no poder desde o século VII a.C., polttico-econdmico, foram primeiro objeto de
tentou varias vezes, entre os séculos VI e V, ag6es diplomdticas intensas, destinadas q
uma primeira unificacdo das regides e a favorecer a hegemonia de Filipe Il, através
submissao da Trdcia; durante e depois da por exemplo, de organismos pan-helénicos
hegemonia contemporanea persa (513-480 tradicionais, como a Anfictionia Délfica: ex
a.C.), levou a cabo uma polttica de abertura razao disso, viram compor-se a sustentacap
para a Grécia meridional; Alexandre I, macedonica explicita gracas a forca e aos
finalmente, levou a efeito a expansao para a regimes politicos localmente funcionais de
regiao mineira argentifera de Pangeu, a leste afirmacao da lideranca de Filipe.
do rio Estrimon. A solugao final veio apos anos de guerra,
Na segunda metade do século V a.C., a nos quais se mostrou inexordvel a
Maced6nia interveio prudentemente nos decadéncia das péleis, com a triunfal
assuntos helénicos apoiando ora Atenas, ora vitoria macedénica em Queronéia (338
Esparta, e obtendo o controle da regiao a a.C.): em Corinto, Filtpe II promoveu a
leste do rio Axio. Perdicas II favorece o fundacao de uma liga pan-helénica que
sinecismo de Olinto (432 a.C.) e estende a deixava intacta a autonomia e os
influéncia maced6nica a peninsula ordenamentos da cidade, impunha uma paz
Calctdica, encruzilhada no norte do Egeu de entre todos os gregos e programava a
fortes interesses comerciais, sempre na retomada da guerra contra a Pérsia para
érbita de Atenas. No século IV a.C., os libertar definitivamente todas as cidades
Argéadas preparam sua intervencao nas gregas da Asia submetidas aos sdtrapas
incessantes lutas pela hegemonia entre imperiais. O assassinato de Filipe II no
Atenas, Esparta e Tebas; jd estava preparado teatro de Aigai, as vésperas da expedicio
e amplamente experimentado o antipersa, levou ao trono seu jovem filho
extraordindrio aparato militar que Alexandre III, 0 qual mereceria, apés a
conquistaria o mundo, baseado numa excepcional e brevissima saga histérica de
unidade especial de combate, a “falange todos conhecida, o epiteto de Mégas ou
macedonica”. Filipe II (359-336 a.C.) agiu Magno, o Grande.

46 acima Esta pequena 46 abaixo A larnax de


cabeca eburnea de grossa lamina de ouro
Filipe Il, de trés que continha os restos
centimetros de altura, incinerados de Filipe
achada recentemente II é uma obra-prima
na tumba do ret em gue se soltou a
macedonio em Vergina, imaginacao decorativa
fazia parte, junto com dos habilissimos
outras quatro, de uma ourives macedénios,
réplica em miniatura unindo elegancia e
do grupo feito por delicadeza a
Leécares para o suntuosidade material
Filipeion de Olimpia. e a sua alta fungao.
Na tampa se encontra
46 centro O espléndido o stmbolo do Reino
carcds de ouro de Filtpe Macedo6nio, a estrela
II, uma raridade que de seis raios, enquanto
fez circular hip6teses os lados sao finamente
de ascendéncia cita, era decorados com rosetas
iluminado com uma e adornos de ouro e
cruenta cena de saque. pasta vitrea.

46
4/7 Encontrada intacta A fachada, do tipo
no outono de 1977 “portico cego”, era
pela equipe grega do enfeitada com cores
arquedlogo vivas e tinha uma
Andronikos, a tumba entrada de batentes
II de Vergina foi logo com marmore entre
identificada como a duas colunas doricas,
ultima morada terrena tudo rematado por
de Filtpe II. No relevo um friso continuo
grafico vemos a sélida com a pintura de uma
estrutura com abobada cena de caca invernal
de canhao sobre uma de excepcional ntvel
camara dupla. As artistico, talvez um
parédes foram feitas tema expressamente
| -¢om grandes blocos de criado para esta
es ~ pdros. rebocadas. sepultura.
*
a.

a
ae


1 i

as

or
ele

Pao
ig

_—
2
os
Regides
dependentes
de Alexandre
Império de
Alexandre
Alexandre, uma das maiores figuras dq
ltinerario seguido
por Alexandre Antiguidade, foi sobretudo um homem que,
recebida a heranca politica paterna,
transformou o programa de libertacéo dos
gregos na Asia numa devastadora acio
militar que submeteu, entre 334 e 329 a.C.,0
milenar Império Persa com suas imensgs
provincias, do Egito a Stria, da Jonia a
Mesopotamia. Em 328-327 a.C., 0 soberano
prosseguiu até as mais remotas regides do
mar Caspio e as margens do Indo, para além
do qual suas proprias tropas nao quiseram
prosseguir; uma aventura da qual sito
testemunho as dezenas de cidades fundadas
até no Oriente, como no Egito e na Anatolia,
com o nome de Alexandre. Alexandre,
portanto, seguiu uma polttica de mistura
étnica entre gregos e macedénios e povos
conquistados. Entrou na histéria grega uma
idéia polttica nova, impossivel para os
pequenos mundos das péleis de ontem: a
idéia de um império universal dos gregos,
uma “Grécia onde quer que haja gregos”,
uma “Grécia universal” — muito mais que
uma Megale Héllas! —, mde de culturne
civilizacao para um mundo que, superadas
as barreiras das etnias e dos regionalismos,
fosse espelho das proprias mil culturas e
civilizacoes, e as entrelacasse e revitalizasse.
A morte precoce do soberano, sucedida emt
323 a.C., com apenas 33 anos, na Babilonts,

48 Alexandre, o soberano. A este


Grande, foio primeiro __iiltimo artista se
personagem histérico _atribui esta si 9
ocidental a ser objeto imagem juvert
de um auténtico culto Alexandre, i
a personalidade ainda — caracterizada pe
em vida, O mito que tipica anastolé
se criou em torno de cabelos aT topele
suas gestas gerou uma espec
he ie gold 9 olhar
numerosas 5imagens, bipartido, e P
intenso,
mas s6 a Listpo, e pr ofundo ¢ mv itado
talvez a Leécares, se idealmente ae
consentiu retratar para hori lorios0>-
oficialmente o distantes ¢ 8
ree
eae iew
=

quando sua mulher persa, Roxane, ainda


levava no ventre o herdeiro do trono,
interrompe a espetacular aventura, mas faz
entrar pela primeira vez na historia
ocidental a idéia de uma monarquia
universal, capaz de reunir a humanidade
sob uma tinica bandeira e uma tunica,
riguissima e articulada cultura.
A “viagem” de Alexandre, o Grande,
nado redundou, porém, numa cessacao da
historia grega: ao contrério, o “helenismo
universal” fez da cultura grega um
patrimonio de todos os povos com que
topou, para além dos rigidos limites das
cem péleis. Com ele, em esséncia, nasceu
0 fendmeno do helenismo.

49 acima O mito das 49 abaixo Detalhe do


empresas de Alexandre, célebre mosaico com a
0 Grande, ilustrou batalha de Isos entre
também numerosas Alexandre, o Grande,
obras de arte feitas nos e Dario, achado na
territ6rios alcancados Casa do Fauno em
por suas conguistas, Pompéia, e
como prova a considerado uma
impetuosa imagem do copia fiel do afresco
Jovem rei sobre este original de Filoxeno
Jamoso sarcéfago, de Erétria para o
achado em Sidon dinasta maced6nio
(Libano), que conserva Cassandro (final do
vestigios de seu século IV a.C.).
cromatismo original. 49
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Reino de Ptolomeu | Arménia | a ¢ \
Reino de Antigono | Atropatene | | \ \
Reino de Seleuco | Tracia | ~~. y
mS ania
Paflag6nia ~ Macedénia ee —-_ 7

Pode-se captar o sentido profundo da novas capitais dos reinos em que se


renovacao helenistica se se considera que, jd desmembrou o império: Alexandria,
pouco depois da morte de Alexandre, Antioquia, Pérgamo e, em plano
enquanto se dao as guerras de poder entre subordinado, Pela, a nova capital
diddocos, os generais macedOnios que maced6nica sob a dinastia dos Antigénidgs,
tinham seguido o soberano em suas Morto Alexandre, a luta pela sucessfo se
empresas, novos centros de grandissima entrelaca com uma imediata revolucio
vitalidade econ6mica e cultural se estao grega, ceifada bruscamente por Anttpatro,
afirmando fora da Hélade hist6rica: em regente em Aigai (322 a.C.): na Asia joga-se
Atenas, Rodes, Siracusa se instalam as o destino de Cassandro, Listmaco, Antigono
Monoftalmos, Seleuco e Ptolomeu, os quais
no transcurso de quarenta anos de lutas
repartiram o império, dividindo-o em reinos
mais ou menos vastos. A Cassandro cabe
inicialmente a Macedénia, depois assumida
por Anttgono Gonatas, vencedor dos
invasores celtas da Asia Menor em 277 a.C,,
para cair depois nas maos de Seleuco, até a
Mesopotamia e o planalto traniano; a Tracia
vai para Lisitmaco, derrotado depois por
Seleuco; no Egito tem inicio a dinastia dos
Ldgidas com Ptolomeu; em 240 a.C. se une 0
reino independente de Pérgamo, soba
dinastia dos Atdlidas, promotores de um
rico comércio e de uma elevada cultura
artistica. A Macedonia antigénida assume 0

o
50 Quase 0 sfmbol
é0
da arte helenistica
r a n d e f r i s o do altar
g
,
de Zeus em Pérgame
onde o tema da
usé
batalha entre de
e gigantes se
araforme numa
ost
alegoria das vitori
das.
guerras dos Atdli
51 Na arte helentstica papel de poténcia hegeménica de uma Grécia
houve espaco também ja em declinio, na qual s6 Atenas mantém
para uma corrente
“intimista” e tendente um prestigio cultural digno do passado,
a representacao do enquanto Esparta, apés uma tentativa de
sentimento, como ordenamento “popular”, é superada pela
atesta a bela estdtua
do rapaz envolto
Liga Aquéia com a ajuda macedénica (227-
numa capa curta 222 a.C.). Um crescimento substancial

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i.
achada em Trales, coloca as cidades insulares da Grécia,

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na Asia Menor.

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especialmente Cos e Rodes, numa posicio

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6tima para entretecer relacées entre o

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Oriente e o Ocidente e administrar

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oligarquias mercantis moderadas, capazes de

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anforas de Rodes e Cos, de 230-220 a.C., na

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planicie padana, prova do envio de vinho aos

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Alexandria num centro comercial e cultural

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sem-par. Nela se concentram o Museu e a

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Biblioteca, instituicoes culturats de of
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extraordindrio relevo, e nela se desenvolve =
uma das mais admiradas escolas artisticas: a
de pergaminhos; dela parte, em meados do
século, a conquista de Cirenaica, Licia,
Panfilia e Chipre. O poder egipcio comecara
a declinar no intcio do século II a.C., tomado
de corrupcao no vértice do poder e vitima do
incipiente expansionismo de Roma, que —
domada Cartago — se dirige a dominar o
cendrio mediterraneo. O vasto reino dos
Seléucidas passa a ter uma nova capital,
Antioquia, na Stria, e a transforma num
centro de helenizacao de cujo crisol de gente
na encruzilhada de culturas milenares se
desenvolveu uma das dreas mais florescentes
e ricas do globo. A liberalidade dos
soberanos marcou todo o século, no qual,
apesar de tudo, se produziu 0
desmembramento do reino em Estados
grandes e pequenos, da India a Bactriana, da
Pérsia a Anatélia, na qual emergem os
reinos da Arménia, da Capad6cia e de
Pérgamo.
j ~) P

GRACIA CAPTA: —
/
A CONQUISTA ROMANA /
iF

O século II a.C. é marcado pelo choque da destruicéo de Cartago, Corinto é Macedonia —_ Chipre
decisivo entre a declinante poténcia assediada e completamente arrasada. A “" Bitinia e Ponto
macedonica e a emergente dos romanos: estes Grécia se vé transformada na provincia Galacia

ultimos, nao satisfeitos com ter castigado o romana de Acaia, a excegao de algumas
~~ Licia e Panfilia
apoio de Filtpe V a Antbal na guerra de 215- cidades “abertas”.
205 a.C., intervieram novamente na Grécia Finalmente, enquanto a pléiade de Estados
em 200-196 a.C., com o pretexto de libertar surgidos das cinzas dos grandes reinos
as antigas pOleis do jugo macedénico. Tito desmembrados dos diddocos serao
QOutncio Flaminino, no comando dos conquistados pela forca ou pela rendicao
exércitos romanos, derrotou o inimigo na espontanea entre os séculos II e 1 a.C. (€ 0
dura batalha de Cinocéfalos e proclamou, por caso do de Pérgamo, deixado em heranga
ocasiao dos Jogos Istmicos de 196 a.C., a para Roma pelo ultimo Atdlida), o Egito,
autonomia das cidades gregas. Na verdade, apesar de ver-se imerso em graves
era 0 primeiro passo para a submissao de um dificuldades, manterd sua autonomia até o
berco de civilizagao de cuja importancia e de fatidico ano de 31 a.C., quando a ultima
cujo fascinio se davam conta os ambientes rainha ldgida, Cleépatra VI, se suicidard na
culturalmente mats evolutdos e livres das manhda seguinte a batalha de Accio, vencida
elites senatoriais da Urbe. por Otaviano contra Marco Antonio,
A seqtiéncia de guerras contra as dinastias entregando de fato o reino milenar dos
da Siria estabelece o controle romano sobre o faraés ao novo principe de Roma.
reino seléucida, reduzido a provincia em 129 52 Ao periodo romano, —
a.C., enquanto a Terceira Guerra ou seja,aépocade =
Macedénica leva, com a batalha de Pidna em florescimento maximo
de Delos (séculos Il-I
168 a.C., ao fim da monarquia macedonica e a.C.), transformada emt
a divisio da regiao em quatro republicas sob porto franco egeu na
a tutela romana. costa de Rodes, 8
O apoio dado por Rodes aos inimigos de correspondem obras de
excelente nivel artfstico,
Roma na primeira metade do século se como esta cabecade —
voltou contra a ilha do Colosso: em uma perdida estatua de
166 a.C., os romanos proclamam Delos bronze pertencente a
um personagem mao
“porto franco” e truncam a economia de identificdvel, mas de
Rodes. A ultima revolta macedonica, tracos realisticamente
apoiada por numerosas cidades gregas individualizados
contra Corinto, termina com a enésima
(c. 100 a.C.).
vitoria romana: em 146 a.C., o mesmo ano 53 A admiragio dos
romanos pela grande
arte grega se reflett
sobretudo na
sistentdtica elaboragee
de copias artisticas das J
obras mais belas e
famosas, com sensive
lores
diversidade de va

deste belissimo ™ f
x e m p l o , co pi a re o
por e
um original praxite”” ao
da primeira metade
século 1V a.C-,
evidencia outra
qualidade.

52
A GRECIA ATRAVES DOS MILENIOS

Proto-historia Medievo Helénico Periodo alto-arcaico Periodo médi


o-
Pré-historia
c. 2800-1220 a.C. c, 1220-900 a.C. c. 900-725 a.C, arcaico 725-61
0 ac
45000-2800 a.C.

Na Idade do Bronze (Helddico Os “Povos do Mar” Um lento crescimento O florescen fe comércio das
O paleolitico superior e o
mesolttico tém uma Antigo, Médio e Tardio), devastam o Egeu eo demografico e econdmico poleis (especialmente
populagao esporddica, aparecem as primeiras ondas Mediterraneo oriental, consolida as nascentes Cori nto) e das colénias co
m
afinidades culturais com os indo-européias: emergem impedindo o comércio. Ao péleis: Atenas, Argos, o Egito eo Oriente ¢ a
Bdlcas e caracteristicas claras afinidades culturats mesmo tempo, uma nova Tebas, Esparta, Corinto, concorrencia-interacio
entre a Grécia continental, as invasio indo-européia da Célcis, Erétria, Mileto, comercial em escala
t{picas: nomadismo, caca,
coleta espontanea de frutas. ilhas egéias e as costas Grécia através dos Bdlcas, a Esmirna, Fécea e outras mediterranea com fentcios
No sétimo milénio a.C. anatélias. Primeiro se dos dérios, poe fim aos reinos cidades irrompem no cendrio etruscos (controladores de
aparecem os primetiros estabelecem as Ciclades, eixo micénicos do século XII a.C. do comércio mediterraneo, importantes regides
nuicleos de agricultores- de um florescente comercio, Inicia-se um longo periodo acelerando a fundagao de metaliferas no Ocidente)
pastores da Europa na vinculado ao aparecimento das de reassentamento, colénias e impérios no provocant um notdvel
Macedénia, na Tessélia, no elites de poder. Por volta de caracterizado por uma Ocidente e no Ortente e crescimento — ndo sé
Peloponeso, nas Ciclades, em 1900 a.C., Creta desenvolve o alarmante diminuicao rivalizando pacificamente econdmico, mas também
Creta: provavelmente o primeiro modelo estatal demografica, crise com fenicios e etruscos. cultural — da Grécia: surgem
influxo oriental. Desenvolve- ocidental. Surgem os paldcios- econdmica, desaparectmento Definem-se as disposigdes fecundas producées
se uma florescente rede de cidades, residéncias do minos das estruturas constifucionats, firmemente literdrias, filoséficas e
comércio terrestre e e centros de poder politico e de socioecondmicas e poltticas nas maos das aristocractas, artisticas, estas tiltimas
marttimo que abrange todo o producao. Apés a reconstrugao micénicas, auséncia de que derrogam a monarquia particularmente senstveis
continente (importantes as dos paldcios-cidades (1700 centros urbanos: é 0 em favor da oligarquia (com aos modelos orientais,
“rotas” da obsidiana, do a.C.), a talassocracia minéica “Medievo Helénico”. Dérios, a tinica excecao da diarquia importados em grande
ambar e do sal). Entre o domina o Egeu. A catdstrofe jonios e edlios determinam a “controlada” em Esparta). quantidade pelo gosto do
sexto eo quarto milénio a.C., de Tera (1450 a.C.) sacode formacao dos “dialetos” Dao-se guerras de conquista luxo da aristocracia
nascem notdveis centros também Creta e prepara sua gregos nas zonas ocupadas e conflitos para o controle dominante. As tensies
habitados, alguns dos quais conquista por parte dos apés mais de um século de dos recursos primdrios. O sociais entre nobres e démos
(Dimini, Sesclo) dotados de aqueus, ivasores de grande movimentos. Pela forca das desenvolvimento da escrita, redundam, em Corinto,
uma ordem “proto-urbana” e parte da Grécia por volta de armas e das riquezas, gracas a adaptacao do Argos e Sicion, nas ascensio
fortificados. Por volta de 1700 a.C. A riquissima afirmam-se elites alfabeto fenicio, assenta as ao poder dos tiranos,
4500 a.C., aparecem civilizagao micénica se impoe aristocraticas familiares ou bases para a redagao dos enquanto prossegue a
produtos manufaturados de dos enormes paldacios-cidades de cla que seguem o ritual poemas homéricos, a lliada e colonizacfo, tanto no
cobre nativo: a difusao do fortificados. Nos séculos XIV- funerario “herédico” da a Odisséia. Refinadas Ocidente como no Ortente.
metal favorece o XIII a.C., um vigoroso cremacao. Comeca a producoes ceramicas e de Consolida-se a importancia
desenvolvimento agricola e o expansionismo comercial cria difundir-se o uso do ferro. metal e as exportagoes de religiosa e polttica dos
crescimento demografico, estabelecimentos “pré- No século X a.C., a azeite e vinho colocam em santudrios pan-helénicos de
com estruturas sociais mais coloniars” até no Mediterraneo recuperacao econdmica geral lugar preeminente Atenas, Delfos e Olfmpia.
articuladas. ocidental, enquanto a Guerra favorece o nascimento dos Corinto, Argos e as cidades
de Trota estabelece o controle centros urbanos, 0 comércio da Eubéia. Outras fundagoes
Paleolitico superior até os Dardanelos. e uma expansao de tipo coloniais na Italia
e mesolitico colonial nas costas anatélias. Instituicao dos meridional
(c. 45000-6800 a.C.) Florescimento da Jogos Olimpicos (688-648 a.C.)
civilizacao cicladica. Incurs6des dos (776 a.C.)
Neolitico e primeira Formagao da civilizacdo “Povos do Mar” Segunda Guerra
difusao do cobre mindica (c. 1220-1180 a.C.) Fundacao de Pitecusas, Messenia
(c. 6800-3500 a.C.) (c. 2800-2000 a.C.) primeira colénia (684-668 aC.)
Invas6es indo-européias ocidental
Idade do Cobre Primeiros palacios- e fim da civilizacao (c. 770 a.C.) Os Cipsélidas,
(c. 3500-2800 a.C.) cidades mindicos micénica tiranos de Corinto
(c. 1900-1700 a.C.) (1220-1120 a.C.) Primeira “Constituicao” (657-583 a.C.)
em Atenas e Esparta
Destruigao e gos
Nascimento (c.754-753 a.C.) Fidon, tirano de Ar
reconstrucao dos dos primeiros (c. 650-630 a.C.)
palacios-cidades centros urbanos e Primeira Guerra
mindicos. primeira colonizacgao Messénia Fundacao de Cirene
Invasao aquéia da Grécia. (110-900 a.C.) (631 a.C.)
(743-724 a.C.)
Florescimento micénico
(c, 1700-1450 a.C.) Legislacao de Dracon
Fundacoes coloniais
em Atenas
na Italia meridional
Colapso da civilizacao
(740-708 a.C.) (624-620 a.C)
mind6ica (c. 1450 a.C.)

Hegemonia comercial
micénica no Mediterraneo
(c. 1450-1250 a.C.)

Guerra de Tréia
(c. 1250-1220 a.C.,)

o4
05D ee eg oe Oe aie cis a

Periodo baixo- Era das Guerras Periodo classico Periodo macedonico Periodo helenistico
arcaico c. 610-510 a.C. Persas 510-449 a.C, 449-338 a.C., 338-323 a.C. 323-146 a.C.
Enquanto Esparta aperfeicoa Clistenes instaura a democracia Péricles leva Atenas ao dpice A hegemonia macedénica Antipatro reprime a revolta
a hegemonia do Peloponeso em Atenas, eo rei persa Dario I de seu esplendor econémico, sobre as p6leis gregas se grega, mas enfrentam
(sé Argos resiste), os conflitos ameaga as pOleis da Jénia, que cultural e artistico. A busca de manifesta em forma de uma quarenta anos de guerra os
socioecondémicos entre as reagem envolvendo as satrapias hegemonia imperialista em alianca que se renova até generais macedénios de
oligarquias e as classes recentemente conquistadas. Apés politica externa desencadeia depois do assassinato de Alexandre, os quais dividem o
produtoras do demos, que uma valorosa resisténcia, Mileto rebelides e conflitos contra a Filipe II em Aigai, a antiga imenso império em reinos
reclamam maior peso politico, e as demais colénias caem: 0 pdlis dtica em todo o mundo capital. Seu herdetro, fortemente helenizados,
redundam em tentativas de castigo é durissimo. Em 490 a.C., grego. A rivalidade com Alexandre III, chamado “o inaugurando longas dinastias.
reforma como a de Sélon em a Primeira Guerra Persa vé 0 Esparta, Corinto, Tebas e Grande” pelas empresas que Nascem Estados de grande
Atenas. Os fracasso destas triunfo do ateniense Milctades em Siracusa provoca a Guerra do realizou, retoma com vigor 0 relevancia politica, econémica
iniciativas faz aumentar o Maratona. A Segunda (480 a.C.), Peloponeso, que durard trinta programa de luta antipersa e cultural, com capitais
numero de regimes tiranicos declarada por Xerxes I, fracassa, anos e terminard com a no qual se véem envolvidos espléndidas e vitais. Leis
que varrem as aristocractas apos alguns éxitos e o intitil derrota de Atenas, que passa 0 todos os gregos para libertar polémicas como a etélia, que
dominantes, como vemos em saque de Atenas, na batalha ultimo decénio sob efémeros a cidade dominada pelos dispersa os celtas invasores em
Atenas, Mégara, Samos, naval de Salamina. Com o apoio governos oligdrquicos. O sdtrapas do Rei dos Reis. A 280 a.C., ou a aquéia, que poe
Naxos e Mileto. Na Magna jOnico, a guerra prossegue sob a século IV a.C. se abre com o aventura se transforma fim @ independeéncia de
Grécia, as antigas colénias se direcao de Atenas, que funda a retorno da democracia em numa marcha triunfal de Esparta, nao poem em questio
tornam cada vez mais Liga Délio-dtica. Os gregos do Atenas, os ataques de Esparta conquista — de batalha em a hegemonia dos Antig6nidas
aut6nomas, fundam Ocidente derrotam os a Pérsia e o expansionismo batalha — por todo o Império em toda a Grécia. Como eles,
subcolénias, guerreiam pela cartagineses e os etruscos. Sob cartaginés na Sicilia, enquanto Persa e suas imensas os Seléucidas na Asia Menor,
hegemonia regional. A tirania Temistocles e Cimon, inicia-se 0 outras guerras dilaceram a provincias. Alexandre chega na Stria e na Mesopotamia, os
dos Psistrdtidas leva Atenas a@ imtperialismo militar e econdmico Grécia. Esparta afirma a sua até as margens do Indo e a Lagidas no Egito e os Atdlidas
superioridade comercial, o que ateniense, num estado de perene hegemonia durante alguns atual regiao afega, fundando em Pérgamo reinam até a
porém nao dura muito tempo. conflito com as demais péleis. decénios, antes de ser vencida cidades que levam seu nome, conquista romana, ocorrida
O império persa se lanca, a Calias firma a paz com a Pérsia e substituida alternadamente e cria o primeiro império entre os séculos II e I a.C., apés
partir de meados do século VI (449 a.C.). por Atenas e Tebas, esta uma universal da historia, duras guerras de conquista.
a.C., & conquista do Oriente e poténcia emergente. A partir promovendo a helenizacao
ameaca de perto as pdleis da Constituicao democratica de 356 a.C., Filipe II da cultural dos paises Revolta antimaced6nica
Jonia. em Atenas Maced6nia inicia a conquista conquistados. Sua morte, na Grécia
(508-507 a.C.) sistemdatica da Grécia, sucedida na Babilonia (323-322 a.C.)
Legislacao de Sélon alcancada em 338 na quando tinha somente 33
em Atenas Revolugao antipersa Queronéia. A Pax Macedénica anos, desencadeia ferozes Partilha do império
(c.594-591 a.C.) na Jénia é imposta a todos os gregos em lutas pela sucessao, e leva e formacado dos
(499-494 a.C.) Corinto. algumas pOleis a levantar de reinos helenisticos
Trés etapas da tirania novo inutilmente a cabeca. (322-281 a.C.)
de Psistrato em Atenas Primeira Guerra Persa Hegemonia de Péricles
(561-527 a.C.) (490 a.C.) em Atenas Liga de Corinto entre Monarquia absoluta
(449-429 a.C.) gregos e macedOnios macedOnica sobre a
Incéndio do santuario Segunda Guerra Persa (338 a.C.) Grécia
de Apolo em Delfos (480 a.C.) Guerra do Peloponeso (276-239 a.C.)
(431-404 a.C.) Assassinato de Filipe II
(548 a.C.) em Algal Nasce o reino helenistico
Batalha de Himera entre
gregos e cartagineses Golpe de Estado (336 a.C.) de Pérgamo
Policrates,
tirano de Samos (480 a.C.) oligarquico em Atenas (240 a.C.)
(546-522 a.C.)
(411 a.C.) Reinado de
Segunda revolucao
Alexandre III, o Grande Revolucgao “democratica”
antipersa na Jonia Guerra entre gregos (336-323 a.C.) em Esparta.
Conquista persa Fim da independéncia
do Oriente Préximo (479 a.C.) e cartagineses na Sicilia
(409-392 a.C.) Alexandre III conquista espartana
e do Médio o Império Persa (227-222 a.C.)
(559-513 a.C.) Liga Délio-atica
(478 a.C.) Rendicgao de Atenas e (334-329 a.C.)
regime dos 30 Tiranos. Roma liberta os gregos
Expulsao dos Psistratidas Campanhas de do dominio maced6nico
de Atenas Batalha naval de Cumas (200-196 a.C.)
entre gregos e etruscos Restauracao democratica Alexandre III na India
(514-510 a.C.) (403 a.C.) e em Bactriana
(474 a.C.) Roma derrota e
(328-327 a.C.)
Hegemonia espartana divide a Macedonia
Terceira Guerra Messénia Alexandre III morre em quatro republicas
(404-379 a.C.)
na Babilonia (171-168 a.C.)
Guerras de Atenas tebana (323 a.C.)
Hegemonia
contra Egina e Corinto Roma reduz a Macedé6nia
(464-455 a.C.) (379-362 a.C.)
e a Grécia a provincias.
Filipe II da Macedonia Sitio e destruicgao
Tratado de paz de Corinto
submete a Grécia
entre gregos e persas (147-146 a.C.)
(449 a.C.) (356-338 a.C.)
55
CI VI LI ZA CA O E CU LT UR A DA GR EC IA AN TI GA

A CASA GREGA P dg. 58 O TEATRO Pag. 78

O LUXO NA GRECIA O ESPORTE


DOIS MIL ANOS
DE OURIVESARIA Pag. 60 A GUERRA

O UNIVERSO
RELIGIOSO GREGO Pag. 70
O TEMPLO GREGO
E AS ORDENS
ARQUITETONICAS
96-57 Nesta terracota — espécie de dados
pintada, achada em obtidos das grandes
Capua e datada de vértebras de
_ : ae cerca de 300 a.C., mamtferos (ovinos e€
e Fnke pe representa-se uma bovinos). A liberdade
So aah | cena de cotidianidade da composiecao bela
intima: duas mogas variedade gestual jd
sao retratadas jogando __ sao helenisticas.
astragalos, uma


he a eee fag De oe
ape al Se
+s
A CASA GREGA 58 Um magnifico
escorco de intimidade
doméstica brota desta
delicada argila de
A casa teve durante muitos séculos um estilo severo,
. _ srocedente de Lécria
papel marginal na vida cotidiana dos gregos, PIOceden hae
Epizefiria (Calabria): .
acostumados a passar do lado de fora das numa cena de ;
paredes domésticas as muitas horas contetido mitolégico,
destinadas as atividades laborais, 2 politica, #4 deusa levantaa
+ ts ~ ,_.. tampa de uma cesta de
a distracao.
stracao. A casa era sobretudo um refuigio as de
19 interior
para a noite, dado que nem sequer todas as um aposento cheio de
refeicdes eram feitas ali, e sobretudo era o utensilios variados. ,
“carcere branco” onde transcorria a maior
parte de sua obscura existéncia a mulher
grega, sem importar qual fosse sua condicao,
a menos que tivesse escolhido a moralmente
incé6moda mas socioeconomicamente Lad
gratificante posicao de hetera, a meio oS
caminho entre a animadora de salao ¢ os)
cultural, a amante clandestina por amor e <6 -
conveniéncia e a prostituta de luxo. Nos <
séculos arcaicos, a casa passou rapidamente
das formas e estruturas mais primitivas e
essenciais derivadas do mégaron proto-
histérico a uma variedade de tipos, bem
refletidos na planimetria, que compreendem
aposentos dispostos ora longitudinalmente,
ora frontalmente; ora ao redor de uma
espécie de patio privado, ora em zonas
vizinhas a outros nticleos; ora num modulo
+e (ope
% OS |
cubico ou paralelepipedal, ora em planta )
absidal; para nado falar da variedade de
técnicas de edificagao que compreendem um | CX RPV
CH
i Le tte
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4
5

amplo uso da armacdo de madeira e do adobe


=

como alternativa ao tijolo cru estucado sobre


base de pedra. Menos variado, em
contrapartida, parece o quadro das formulas
de cobertura, nas quais ao teto plano de
tradigdo ciclddica, funcional também paraa
captacao, coleta, decantagao e derivagao dla
dgua da chuva, se unem mais raramente
solucoes de uma ou vérias vertentes. |
Uma mudanca mais clara da tendéncia €
uma aparente maior consideragao por parte
dos construtores a funcionalidade e 40
conforto da residéncia doméstica aparece
ye E
a ee

mesmo tempo que o surgimento da


de 40
urbanistica racional na segunda me ta
a.C.: no estd claro se se tra taade
século V
um sinal precoce da iminente conversa? ,
existent
homem grego a uma concep¢ao da
mais individualista. E tudo 0 que s¢pode
a
i

na Nee Te cn iapeedliemmiantimneessntiiciaes

59 cima As tainagras
ete Is

sao estatuetas
femininas de argila
que amitide ajudam a
compreender aspectos
da indumentdria
58-59 O algado grifico entrea parte reservada = grega naera
desta casa grega do aos homens eo gineceu, _helentstica: seu
século IV aC. é fruto da amitide com dgua- nombre deriva do de
elaboragao dos dados furtada, onde as Tanagra, na Bedcia,
obtidos de algumas casas mulheres se dedicavama onde a produgio de
de Olinto: reconhecem-se tecer, as dependéncias de _tais objetos foi t{pica
o corredor de acesso, 0 servico, os armazéns eas entre os séculos Ill e
patio central, a separacao tendas isoladas. I a.C.

patio central com portico, o qual anuncia a


distritos residenciais setentrionais,
tipologia doméstica aristocrdtica das
articulados em longas divisérias isoladas ao
sucessivas eras helenistica e romana,
longo do eixo maior de uma ruela de
a encontrou-se também uma caractertstica
passagem, areacao e drenagem que servia
perceber em Olinto, que, renascido numa difusdo de pavimentos de mosaico com
dois alinhamentos de cinco casas de forma
| drea “periférica” da Grécia, a peninsula nto , de fat o, foi um pon to de seixos fluviais representando cenas
pad rao . Oli
i: Calctdica, soube conquistar e conservar uma mitolégicas.
ruptura na elaboracao da forma
posigao de prestigio e de singular paridade do mé st ic a hel éni ca em pro l de A abundancia de aposentos, todos girando
arquit eté nic a
com as principais poténcias do pertodo, a0 tip os co ns um ad os e sta nda rd. De ao redor de um patio peristilado; 0 aumento
formas e
menos até o ano de sua destruigao por Filtpe da do conforto; a difusao dos pavimentos de
(34 8 a.C .), e que fi xo u pa ra fato, pela primeira vez na histéria
II da Ma ce dé ni a uma pedra o de mosaico, a tendéncia a apresentar
arquitetura grega, em Olinto se deu
sempre uma rica imagem urbanistica e a si st em at iz ac ao da unidade uma cenografia variada nos complexos
ci da de de cer ca ten dén cia
ar qu it et on ic a rel ati va a um a se di sp un ha m ao domésticos, amitide com atengao ao contexto
doméstica . Os ap os en to s
de 20.000 habitantes. O tragado urbano, pat io co m ao me no s um lad o paisagtstico circundante, concluem a
redor de um
primordialmente ortogonal, centrava-s
e
pe as fi xa s pa re ci am ser as evolucio da casa grega na fase helentstica: 0
com portico; as
sobre grandes eixos vidrios orien tados do um a coz inh a e um a pequena que antes tinha apenas a funcao de modesto
de res idé nci a,
norte para o sul, cruzados por redes de Al ém dis so, ob se rvou-se refligio do camponés transformava-se no
divisdo par a ban ho.
menor amplitude, mas a natureza do terreno an da r sup eri or ao menos pequeno reino privado do sudito deferente,
a presenca de um
e as exigéncias de desenvolvimento da uni dad e. No dis cre to satisfeito consigo mesmo e com as solidas
sobre uma par te
implicaram variantes importantes, como 0 vil as da par te ur ba na ori ent al, paredes, um joalheiro nao demasiado
niimero de chamativo para uma vida consagrada agora
aparecimento de artérias diagonais. A am iu de por um a insolita
caract eri zad a
reconstrucdo dos velhos bairros ajustou a de ap os en to s a0 red or de um a aparéncia.
abundancia
ordem original, adaptando-a a dos novos 59
O LUXO NA GRECIA:
DOIS MIL ANOS DE OURIVESARIA

Cretenses, micénicos e gregos usaram


muitos materiais apreciados para
embelezar suas moradas, para seu
adorno pessoal, pelo gosto do luxo
como exibicao de uma condi¢ao social e
oe
‘a a

econdmica de alto nivel: madeiras como



ea ee ee

o cipreste, o cedro do Libano, o pinho


aie

de Alepo, o buxo, e mais raramente


ee

o ébano; o marfim; pedras duras como


eel

a calced6énia, a cornalina, a ametista,


o quartzo rosa, verde e fumé, o ldpis-
7,

lazuli, as mais humildes calcitas


cristalinas, a turmalina, a obsidiana,
as granadas; também o vidro fundido
em pastas coloridas gracas a habilidade
dos fentcios e dos egipcios; e, acima de
tudo, metais preciosos. A Grécia,
de todo o modo, nunca produziu muito
ouro, se se excetuam as regtoes
montanhosas periféricas da Trdcia e
da Macedénia e algumas ilhas egéias.
A abundancia de produtos dureos na
Creta mindica e no mundo micénico se
deve, de fato, a aquisicdes do Oriente,
no quadro de uma polttica comercial e
diplomdatica que unia a realidade
helénica do segundo milénio a.C. ao
antigo Egito, a regiao strio-palestina,
a Anatolia e a Mesopotamia.
Na Grécia dos... gregos, em
contrapartida, o longo paréntese de
pobreza do Medievo Helénico termina no
século VII a.C. com uma maior afluéncia
de ourives orientais, logo imitados pelas
oficinas orientalizantes da mae pdtria e
das colénias, mas até o século VI a.C. a 60 Este maravilhoso lados, separadas por
consciéncia do valor intrinseco do ouro nao pendente “em naveta” uma palmeta e duas
feito com técnica mista rosetas, hd duas nikai;
implica uma auténtica explosdo da economia (estampado, repuxado, embaixo, num
monetaria e um uso muito mais vasto do granulado, embreado e torvelinho de glébulos
metal amarelo em ourivesaria. A ourivesaria gravado) demonstra o e finas malhas de ouro,
altissimo ntvel arttstico hd duas pombas e sete
minoica é de surpreendente beleza, coerente
dos ourives de Tarento pingentes em forma de
— do ponto de vista figurativo — com o no século IV a.C. Aos anfora.

60
61 acima Devem 61 centro De uma
riquissima tumba de
Se.Se

considerar-se do século
IV a.C. estas duas Ginosa (Apiilia) procede
helas fibulas de ouro “a este colar de ouro
sanguessuga” com formado de pequenos
i

decoracoes florais em tubos e placas rematados


filigrana sobre lamina. num complexo né
Se

Pertenceram a um herctileo com ricos


disperso enxoval motivos vegetais em
funerdrio encontrado técnica de granulacao
| numa escavacao em e embreadura, obra de
Cumas no intcio do um excelente ourives

é
>

=
if
século e estio expostas tarentino sobre modelos

sl
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no Museu Nacional de difundidos da

a
Népoles. Sua datacao Maced6nia para todo

Me Na
‘A
|
permite supor sua o mundo grego no

i.
Ae
a
pertenca a um con texto transcurso do século
sepulcral nativo. IV a.C.

he
rh oe
he
Oe are
.
i, ry

61 abaixo Aos anos


BAR
ws de 330-300 a.C.
RY J Me Borah /)!1\ ee is corresponde, por seu
HY \ Saag aE plenee ties lado, este colar de ouro
com pingentes de
a

rosetas e anforas com


granulado em dupla
flor de lotus, excelente
prova da pericia dos
ourives da Grecia
setentrional, achado
na riquissima Tumba
“A” de Homélio, na
Tessdlia, e conservado
no Museu de Volos.
St
ff ie
naturalismo de toda a arte cretense, mas 62 abaixo esquerda 62-63 Um soberbo
De uma tumba de diadema de ouro com
tecnicamente afim a egtpcia e oriental, flores de ouro e
Crispiano (Apilia)
propensa a um amplo uso do repuxado, procede este estupendo esmalte resplandece
da talha, da incrustacao, da laminacao e da brinco com pingente nestas pdginas: talvez
associacao com pedras duras e louca fina. que representa a seja produto dos
cabeca de uma mulher ourives tarentinos, e
A secura da linguagem artistica micénica, foi depositado numa
adornada com joias de
em contrapartida, dilui-se na ourivesaria tradicao tarentina. rica tumba de Canosa
dos principais centros peloponésios gracas (Apulia) no século
receptividade dos ourives locais, que, num 62 abaixo direita III a.C.
Esta c6pia de um par
sistema de intercambios culturais muito de brincos em forma
abundantes e de circulagao de “informagées” de grifo data do século
técnicas e tecnoldgicas, experimentam IV a.C., mas sua
solugdes compésitas, temas e linguagens iconografia remonta
ao século VII a.C.,
formais variados. Basta pensar na presenca deriva da tradicao
de uma xicara de produgaéo minéica ao lado animalista
de uma de imitacao micénica na tumba de “monstruosa” da arte
orientalizante e é
Vafio, na traducao — as vezes um pouco testemunho da
indbil — de iconografias orientais nas cabecas continuidade de
de broches ou nos anéis-selos, nas novas alguns temas
propostas de técnicas anatélias andlogas ao decorativos na arte
grega, especialmente
nigelado na espléndida série de punhais em suas expressoes
incrustados, as originalissimas mdscaras
funerdrias, as loucas de estilo fitomorfo ou
marinho, aos rttons zoomorfos das tumbas de
Micenas, Midea-Dendra e Tirinto, nos quais
as criacdes locats se mesclam com as
importacoes de Creta e das ilhas
minoicizadas.

62
: v4 Ti] ull
ee ri te le ae niyo

pL 7:1 Rae
a ates
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——————EE—

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ile, t .* ¥

: ie =

63 acima Outro 63 centro A variedade


diadema de ouro de joias de ouro feitas
repuxado e gravado pelos ourives de
confirma o ntvel de luxo Tarento entre os
alcangado pelas elites —século [Ve Ill.a.C.
nativas da Apilia (observemos estes
helenistica, atestado brincos de trés
pelos excepcionais pingentes) mostra
achados arqueolégicos uma grande variedade
em toda a regido, da decorativa. O
Dédunia (Gargano) a substrato estiltstico e
\\ Leucas. parte do repertério
ndo-figurativo deste
“barroco” helentstico
podem encontrar-se de
novo nas criacdes dos
ourives apulianos do
Medievo ao século VIL.

je ae Pa ie oe | =

0 oe rage oe ae a
Ty Mace er Te - at a
1 a LF ee | ®
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i el ae El
ey

63
#
ae es as

aes
al - -

64 acima Esteramode 64 abaixo Este


mirto florido diadema — de folhas
pertenceu a uma de bronze
luxuosa coroa de ouro entremescladas com
datada da segunda insetos e bagas de
metade do século IV argila revestida de
a.C. e encontrada na ouro — mostra as
Macedénia central. conexoes artisticas
entre ourives gregos
e itdlicos nos século
IV e lll a.C.: de fato,
a peca procede da
Campania.
64-65 Esta belissima
coroa de ouro formada
de folhas de louro e de
azinheira é um
excepcional testemunho
da ourivesaria tessdlia
na época helentstica:
foi achada nas
imediacoes de Volos,
e pode datar-se de fins
do século IV e intcios
do Il] a.C.

65 centro Outro
diadema de ouro,
contemporaneo da
anterior e procedente
de Tarento, reproduz
com fidelidade uma
grinalda de folhas de
azinheira branca, a
arvore preferida de
Zeus.

6 66 abaixo O fasctnio
Wee da infinita e
A
inesgotdvel
iT
ie

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<

ea :
criatividade da
ag
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o
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ourivesaria grega se
“oy
1

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4

encontra as vezes num


.
Stes

objeto simples, neste


a

caso um pequeno cetro


revestido de uma fina
malha de ouro e
rematado num capitel
corintio de que brotam
INKY folhas de azinhetra.

se, coke

Seas yeete
oh ea is a 2

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ii nT od at tee -

sie ieceeeniiear ee |

ty Sa
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Plage A
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fee

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ne sitet uek = f ti

65
66 acima Nestas 66 abaixo Esta
paginas mostramos pulseira enroscada do
toda a variedade de tipo a tampons — ou
pecas conhecidas e seja, uma pulseira de
menos conhecidas da tradicao celta e, mais
ourivesaria grega geralmente,
helenitstica em sua “barbara”, decorada
grande variedade de com proeminentes
técnicas: neste caso, animats em ambas as
um finissimo pingente extremidades —
de malha de ouro com apresenta um trabalho
fibulas e granulos quase miniaturista.
inseridos em varias
alturas.
ee,
Zi
ee
a
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*
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a,
a
66-67 centro acima A 67 acima direita
um ourives do Egito Anéis de ouro com
ptolemaico se deveria gemas incrustadas
atribuir este colar ou (a gliptica teve grande
peitoral luxuosamente desenvolvimento na
decorado com cabecas arte grega helentstica)
de Sileno, glandes e e uma pulseira de
botoes de létus de malha de ouro dupla e
grossa lamina de ouro, fecho com cabecas de
unidas a malha que as ledo — outros
sustenta mediante festemunhos da
sdlidos entrelacados. variedade da producao
da ourivesaria
66-67 centro abaixo e helentstica.
67 abaixo A habilidade
dos ourives permitia
delicadezas virtuosas,
como demonstra este
eee

outro colar de ouro


eeeee

com pequenas anforas


ee
ee

pendentes sobre uma


ee

dupla fileira de
eee

finissima malha de
eee
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sustentacao.
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geomeétrico nao im pede que se Ob
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> decoracdes
nao figurativas em brincos, anéis e
ee pulseiras produzidos Para Os aristocr
zou a = hea
e <
atas
Cs de Atenas, Eléusis e Erétria no
século
} — ~Villa.C., nem o desapareciment
o
Bh, Precoce das técnicas da
' microgranulagao e da malha dure
q,
particularmente no auge do século
seguinte, quando o estilo orientaliz
ante
exibia toda a fantasia de seu repertério
animalista e fantastico, todo o refinamento
das joias “barrocas”, auténticas obras-
primas de desenho de ourivesaria, toda q
variedade de aplicacées das decoracées e
indumentarias, preciosos utenstlios
domeésticos e acess6rios pessonis. A parte
representada pelos centros mais orientais
do mundo helénico, na mais estreita e
precoce relacao com os pélos de irradiacio

hEGFielidliieniiigedy rir

68 direita e 69
esquerda Estas duas
pequenas laminas dle
ouro em repuxado,
buril e filigrana
procedem do trimulo
III de Cralevo ( Tricia)
68 esquerda Todo o com figurinhas se acha a cena das cratera serviu e datam da primeira
esplendor da época de pldsticas em toda ela. bodas de Dioniso e apreciados vinhos, metade do século IIT
Alexandre, o Grande, e Foi encontrada numa Ariadne entre a danca dom dos dons, hino ao a.C. Representam dots
toda a inventiva e tumba de Derveni, desenfreada de ménades efémero prazer da vida grifos, animats
sensibilidade dos perto de Salonica, e em éxtase sensual e de terrena e ao instinto fantdsticos gratos a0
agut
artistas macedénios se data de 330 a.C.; sdtiros excitados pelo primitivo que gosto bdrbaro €
acham presentes nesta pertencia a um ondear frenético dos desencadeia o milagre, empregados paroas dos
famosa e grande aristocrata, Astitinios, seguidores de Dioniso. delicia daquele mundo decorar element
s e s d e w i m c avalo
cratera de bronze filho de Anaxagoras e Tudo no vaso parece de “principes” e arn e
dourado com asas em Larissa, como reza feito para surpreender aristocratas para o que pertencel
um
voluta, ricamente uma inscricao na os convidados dos qual foram feitas obras certamente @
decorada em relevo e borda. Em seu ventre banquetes em que a como esta. principe tracio.

68
at
IRS
levantinos, talvez gracas até a forca Sao porém o século IV a.C. e tod
a aera
ag
wn
econémica dos destinatarios aristocrdticos e helentstica 0 que nos deixa aténitos
pela
tiranicos locais ou vizinhos, é evidente na lmaginacao, a riqueza de desenho,
de
seqiiéncia de achados em Rodes, mas nao composi¢ao ponderal e decorativa,
o
esquecamos o que mostrou aos nossos olhos esplendor das criacées dos ourives. Tarent
o,
as necropoles de Creta, Milo e Corinto. Ruvo de Puglia, Crispiano, Ginosa, Canosa,
O florescimento dos santudrios nas eras Koccagloriosa se situam ao lado de Pela,
arcaica e cldssica constitui uma boa razaio Demetriade, Vergina, Sindos, Derveni.
para ilustrar a quantidade e a qualidade da E jd desde o século V a.C., de Siracu
sa, RO
ourivesaria achada em Delfos, Oltmpia, Camarina e Atenas, e até da Macedénia,
ite C6 : ©
Metaponto e Lécria, mas também a Sravadores de fama universal como Evénct Qatar, gsm ;
explosto da Grécia como poténcia comercial fazem as matrizes para as moedas de ourg.iie
do Mediterraneo redundou na abundante e prata, auténticas esculturas em ag :
produgao de adornos preciosos encontrados baixtssimo relevo e em miniatura, de Ae
nos lugares mais dispersos e até periféricos
ou secunddrios do mundo grego, colénias
inclutdas. Lougas prectosas, decoracées de
utensilios de madeira ou bronze e joias
perfeitamente acordes com o gosto
dominante das varias fases da arte grega
indicam a qualidade arttstica de seus
fazedores.

|
:

POOE CCIE ORG Gere


ae r aS cy ~ ie Se ’

er gl ee ill ere en
aren

69 direita Um dos
69 centro A célebre espléndidos rhyta de
phiale do chamado A grossa lamina durea do
Tesouro de
ee

Tesouro de Panagjuriste
ee a

Panagjuriste (Tracia, representa a cabeca de


¢. 310 a.C.) é uma uma amazona com elmo
estupenda taca para e tem uma curiosa asa
libacdes trabalhada a em forma de Esfinge
repuxado, cinzel e alada (de qualquer
buril e representa trés forma, é dificil que isto
ee

circulos concéntricos constitua uma alusao


de cabecas de negros e ao contexto funebre).
um de glandes, Sua pertenca a familia
entremesclados com reinante dos odrisios
ee

motivos vegetais de (séculos [V-III a.C.) é


ee ee

flor de létus, motivo mais que provavel, dado


de possivel derivacao seu altissimo valor.
€gtpcia a cargo de
eee ee

artistas helénicos.
ee

69
ee
ee
70 esquerda Uma 70 direita acima Uma
O UNIVERSO estatueta de bronze dos
auténtica obra-prima
RELIGIOSO GREGO da tiltima fase da primeiros anos do século aes
arte arcaica V a.C. nos oferece um
peloponésia é este tipico retrato do pat
raro original de dos deuses do Olimpo, i
bronze, o chamado Zeus, 0 poderoso
Apolo do Pireu senhor do raio, 0
(500 a.C.), que inquieto sedutor de
representa 0 deus deusas, ninfas e
no ato de receber — menos amitide —
uma oferenda. criaturas mortals.

O politetsmo da religiao helénica se


caracterizou por alguns elementos: 0 numero
relativamente reduzido de divindades
“olimpicas” (pelo nome do monte Olimpo, o
“teto da Grécia”, onde se supunha que
moravam) comuns a todos os gregos, aos
quais se somavam divindades menores,
heréis divinizados, deménios masculinos e
femininos; a imitacao da onipoténcia divina 70 direita abaixo /1 Um pinax de argila
A belissima estdtua de dos primeiros decénios dy
ante o Destino; o grande antropomorfismo Atena Afaia se erguia século V a.C. de Lécrig-
das divindades, 0 que pressupode um refinado em sua habitual veste Epizeftria (Caldbria)
(e antropocéntrico!) nivel de elaboracao da divina no meio de uma conserva uma cena de
batalha entre gregos e oferenda de dons rituais
idéia do sobre-humano e uma limitacao
troianos no frontao (sarmentos de videira,
automatica do misticismo; a falta de um clero oeste do templo da um kantharos, ui galo)
organizado em castas, jd que sacerdotes e deusa em Egina ao casal homenageado,
sacerdotisas eram simples adeptos do culto, (510-500 a.C.). Core e Hades, da parte
de Dioniso.
nao depositarios de uma ortodoxia; acima de
fudo, a idéia de religiao como atitude de
respeito para com a divindade e os valores
morais da comunidade, prescindindo do
plano de consciéncia individual. De qualquer

et
modo, houve orientacdes misticas de clara
derivacao oriental, e talvez auténticos
“desvios” teofisicos quer em alguns cultos,
como os mustérios de Dioniso, Deméter,
Core-Perséfone e Hades, quer em algumas
————

filosofias, como o pitagorismo e o platonismo,


quer através da difusdo tardia — do helenismo
a época romana imperial — de cultos
particulares, desde o de Hermes Trimegisto
até os de Isis e Mitra, para citar os mais
conhecidos. A falta de textos sagrados era agua e da terra, provocador de tormentas e
compensada pelo imenso patriménio terremotos, impetuoso e animoso, era objeto
mitolégico a que literatos, fildsofos e poetas de um culto devotissimo em Istmia, nas
podiam ter acesso com grande liberdade de imediacoes de Corinto. Atena, virgem
escolha e interpretacao. guerreira, protetora da cidade que levava seu ¥
Sf
nome, presidia as atividades artesanais e
a

As principais divindades eram Zeus, pai e


— s 7 7h

irmao de todos os deuses, deus do céu e da favorecia a civilizacao humana, garantindo a


ne

luz diurna, ordenador do cosmos, garantidor ordem contra a barbarie; era venerada nao sé 7
i.

em Atenas, mas também em Egina e Tégea.


ro

e protetor de todo e qualquer poder


Nanallsesnemameniont
ed

Po
-"

Apolo, o belissimo e ambiguo deus portador


F

legalmente constituido e do direito, venerado


i
i

por todos os gregos; Hera, sua iracunda irma da saude e de terriveis epidemias, patrono da
ie

lad
aa
J

e infeliz esposa (0 rei do Olimpo nunca musica e das letras, dava a conhecer seu
a
cf

primou pela fidelidade...), protegia o valor através de respostas enigmaticas, os


aan :
7
*

matrimonio e a vida conjugal, as ordculos. Era venerado sobretudo em Delfos


parturtentes e a vida doméstica, e era e Delos, mas também tinha grandes templos
venerada em Argos, Olimpia e Samos; em Corinto, Figaléia, Termos e Didimo. Sua
Posidon, senhor das riquezas primordiais da irma Artemisa, deusa cacadora aparentada

70
com as orientais “Senhora dos animais” e Hermes, deus mensagetro,
protetor dos do cércere da cotidianidade e manifestar-se
isis, protegia a natureza selvagem e velava comerciantes, arautos e ladrée
s, guia das nas dimensoes teatrais da tragédia e da
os confins que separavam idealmente a almas aos Infernos, cuidador
dos confins e comeédia; Hefesto, o deus forjador, deforme e
condicgao humana primordial e a civilizacao; curador; Deméter, protetora da
terra e da amantissimo esposo da belissima Afrodite;
eram-lhe dedicados importantes santudrios agricultura, objeto de cultos de mi
stérios em Ares, misterioso deus protetor do esptrito
em Efeso e Kerkyra (Corfu). A bela deusa do Eléusis, ligada as divindades infe
riores de guerreiro; Hércules, stmbolo do homem
amor em qualquer de suas formas, Afrodite, Core-Perséfone, sua filha, e Hades; Di
oniso, semideus que, através de longos e dolorosos
gue se pode remontar a semttica Istar- deus da embriaguez e do prazer dese
nfreado,
)|
trabalhos, alcanca a imortalidade; Asclépio,
Astarte, era adorada em Pafo, na ilha de nume tutelar do distanciamento mimé
tico deus da medicina, veneradtssimo em Cos,
Chipre e em Citera. Nao devemos esquecer necessario ao homem para libertar a psiq
ue Pérgamo e Epidauro.

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71
O TEMPLO GREGO
E AS ORDENS
ARQUITETONICAS

42%

O templo grego, diferentemente do


santuario, que se ergue num lugar escolhido
pela propria divindade por meio de uma
manifestacao ou aparicao & qual rendem
culto os homens, nasce da vontade humana
de consagrar um terreno a “propriedade” de
um deus, edificando um lugar de culto
reservado no interior de um recinto sagrado
“extirpado” da propriedade circundante (0
témenos). A partir das incertas formas de
sino ou de moradas de maior relevo
documentadas nos séculos X-VIII a.C., 0
templo logo assume dimensGes
monumentais gracas também ao progressivo
————

abandono da técnica original de edificacao


em madeira e tijolos crus pela totalmente em
pedra, que proporcionava uma estrutura
mais estavel e duradoura. A hipotese de que
essa transformacao teria sido acelerada
pelos contatos culturais e
comerciais com 0 mundo
egipcio e médio-oriental Se
nao tem sentido, se se leva
em consideracao a longa pratica 3
de modelos arquitet6nicos monumentais
nas regides helddica, mindica e micénica.
A primeira fase da evolucao do tempo grego
se dd entre os séculos VIII e VII a.C., como
confirmam os exemplares mais antigos
encontrados nas escavacées (Termos, [stmia,
Olimpia). Os primeiros templos foram feitos
com alicerces de pedra, armacao de
sustentacao e travejamento de madeira,
erguidos em tijolos crus rebocados,
cobertura e revestimento arquitet6nicos —
estes ultimos com funcdo protetora da
armacao de madeira — em terracota pintada Pin wd
Se ite eens
de cores vivas, talvez com figuras em baixo eg
| eas
odie
eo
et
relevo. Parece que se dedicava grande estende até a pr no qu al am it id e se ve ne rava yrntd
Adyton,
atencao ao embelezamento destas e de outras de arquitetos e artistas, como atesta a antigiitssima imagem de culto e onde 0 . |
estruturas mais a vista, como as colunas da codificacao precoce das ordens dava eventualmente a conhecer sua votes
peristasis, que ocupavam ao menos trés arquitetonicas. Dos templos gregos também freqiiente é, por seu lado, a presence do -
lados do edificio para ajudar a sustentar o chamam a atengado as funcées, diferentes das pronaos, uma espécie de vestibulo de a /
st ~~
teto e ja deviam ser decoradas com dos lugares de culto que nos sao mais ao naos, e do opisthé6domos,
caneluras. Desses critérios estéticos familiares: 0 naos era destinado a proénaos, com fungoes de servic a
conservam a memoria as construcdes em conservacao da estdtua da divindade e a completamente esclarecidas. O altar ta
pedra de sucessivos séculos: 0 homenagem sacerdotal; talvez se somasse a em homenagem ao culto hipetral de
tradicionalismo dos rituais religiosos se e. livre,
ele um lugar inacesstvel aos profanos, o tradigao proto-histérica, ficava ae
72
i,

/2-73 Nesta
reproducao ideal de
um tfpico templo
grego periptero
hexastilo de ordem
dérica, sao vistveis
todos os componentes
arquiteténicos
fundamentais da
elevacdao e podem-se
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testemunho artistico
templo, ao estildbata, sobre o qual se do século VI a.C.: ©66606660600000086
erguia a casa do deus. uma cena de
A orientacdo do templo grego é sempre leste- sacrificio sobre uma
mesinha de madeira
oeste, com evidentes referéncias ao Sol. As
pintada, achada
numerosas plantas feitas pelos arquitetos milagrosamente em
Sregos entre os séculos V1 e Il a.C. bom estado numa
testemunham a busca de variedade de caverna de Pitsa, nas
cercanias de Stcion,
médulos expressivos, ora de coeréncia em Corintia.
intencional com respeito a conotacoes
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culturais e rituais especificas, ora com A historia da arquitetura dos tempos 74-75 Construir un
rigorosa harmonizacao das formas artificiais Sregos se dd no seio dessas diferencas, templo de pedra era
templo — avaliadas de per si sobre as plenamente representadas na tradicional uma operacao longa e
dificil. Muitos
901 G0 s geométrico-aritmeéticas € visuais — distingao entre uma ordem (ou seja, um problemas foram
Hit de modo que dele
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esquema fixo) dérico e um jénico; 0 resolvidos com a


fung¢ao unitariamente primeiro, que se desenvolveu adocao de andaimarias
Jer feicao da fysis, a e sistemas de elevacdo
principalmente no Peloponeso, mas logo dos blocos ao lugar de
0mo universalidade do englobou o restante da Grécia continental e trabalho antes de dar-
0 século VII a.C., as tlhas mais préximas das suas costas, lhes a uiltima mao, que
neamento dos se efetuava sobre
recorda os lenddrios dérios, chegados a
elementos completos e
iio-se nos Grécia no Medievo Helénico; 0 segundo, partes unitdrias do
umas diferencas nascido nas cidades da costa anatélia e nas edificio. Na
essoes da liberdade ilhas egéias orientais, recorda os jénios, reproducao podemos
observar a variedade
da vez mais aberto impelidos para aquelas regides pela pressao de sistemas de
pos com o exterior, dos dorios. Trata-se, evidentemente, de sujeicao, levantamento
doxalmente, cada termos convencionats, que visam a e colocagao dos
componentes
so de sua sublinhar somente a distancia geogréfica e arquitetOnicos: os
1 regionalidade. cultural tendo por base a sua diferenca. O
ope

blocos podiam
mais antigo deles, o dérico, desenvolveu-se apresentar saliéncias,
~

caneluras, pegas ou
na primeira metade do século VII a.C., com
encaixes a que se
caracteristicas técnicas e tecnolégicas de podiam prender lacos
grande interesse. Sobre uma base de de cabos, ganchos
metdlicos, cunhas
cimentacao que normalizava e consolidava
fixadas por sua vez a
o terreno, erigia-se um crepidoma com trés tornos e sistemas de
altos degraus; o terceiro, que constituia o roldanas. A relativa
precariedade das
técnicas e a nao total
fiabilidade das
sujeicoes, porém, devia
tornar freqiientes os
acidentes nas
edificacdes, nas quais
nao € provdvel que se
observassem normas
espectficas de
seguranca.
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pavimento do edificio, era a estilobata,
sobre a qual se apoiavam diretamente as
colunas, talvez uma recordacao das
construcoes de madeira, nas quais
esses apotos cilindricos se cravavam ; - iN

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no chao nivelado. O fuste da coluna at +
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era acanalado, macico e levemente Ay Py et OOOO Se

avultado na metade de sua altura


(trata-se da chamada éntase), quase
sublinhando o esforco do elemento
portante, mas também para compensar a
sensacao de adelgacamento de sua sdgoma,
produto de um efeito éptico. A uniao do
entablamento que percorria o teto se dava
por meio do capitel, formado por um
equino troncoconico invertido:
inicialmente amplo, inchado e achatado,

depois cada vez mais “delgado”, e de um


abaco: nestes elementos é particularmente
vistvel a derivacao dos perfis dos modelos
arcaicos de madeira. O entablamento era
dividido em um epistilio liso, um friso
decorado com métopas e triglifos
alternados, também eles derivados das
decoragoes acanaladas de madeira originais,
e dos timpanos triangulares esmagados,
produzidos pela dupla vertente do teto nos
lados curtos. Nestes espacos, chamados
frontées, logo encontraram lugar
imponentes esculturas. Finalmente, ao
longo da linha do beiral e das cornijas dos
frontées se colocavam antefixas e salientes
decorados, enquanto nas arestas dos
timpanos se erguiam os acrotérios, ora com
motivos naturalistas, ora representando iriglifos e métopas, mas sem solucao de
divindades ou demonios. No intcio do continuidade, em grandes laminas
século VI a.C., os arquitetos da Grécia Justapostas formando longas narracées DIS
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asiftica e egeu-oriental c odificaram a esculpidas, ainda segundo um gosto mais


ordem jénica na arquitetura dos templos. A oriental que grego. Aparentado com o
génese da estrutura e da técnica de capitel j6nico, temos o eélico, difundido na
edificagao do templo j6nico nao foi, area do dialeto helénico homénimo (Beécia,
obviamente, diferente da do templo dérico, Tessdlia e parte da Asia menor e das ilhas
embora aqui os primeiros edificios tenham egéias nororientais), e caracterizado por
sido construidos com madeira e tijolos crus, amplas volutas estilizadas, que surgem do
ea passagem as versoes em pedra tenha fuste e sao trabalhadas a céu aberto.
sido mais lenta que na drea dérica. O A tradicao dos estudos baseados no
estreito contato cultural da drea com a De architectura de Vitriivio (século I a.C.)
realidade médio-oriental formou, em continua a incluir, entre as ordens
contrapartida, a base da peculiaridade da arquiteténicas gregas, a corintia, mas se
ordem jOnica: a grandiosidade das trata de algo forcado cronoldgica e
estruturas recordava a dos monumentais historicamente, jd que a criagao do capitel
complexos mesopotamicos e persas; a corintio, devida a Caltmaco no tltimo
harmonia e a ousadia das proporcoes e as quarto do século V, teve sorte modesta:
elegantes decoragoes arquitetOnicas de fato, teve raras aplicacdes no mundo
evocavam o refinamento dos paldcios dos grego, € nao se caracterizou como elemento
monarcas absolutos orientais e de seus de uma nova ordem arquiteténica.
vassalos; a introducdo de uma forma Ao contrdrio, fot utilizado como
diptera (ou seja, uma peristase dupla) alternativa ao capitel j6nico, até seu éxito
recriava ao redor da casa do deus uma na época romana. Fot entao que os
espécie de “bosque de pedra” ordenado e arquitetos romanos de cultura helentstica
imponente, que nos lembra os efeitos desenvolveram uma “ordem” corintia
cenogrdficos das imensas salas hipostilas, recorrendo as cada vez menos usadas
dotadas de poderosas colunas, dos ordens d6rica e j6nica e propondo volumes,
santudrios egipcios e médio-orientais, estruturas e propor¢des amitide novas,
sublinhando a imensa distancia entre o com numerosas variantes e combinacoes
divino e o humano. A ordem jonica se que denotam o ecletismo de fundo de sua
diferencia da dérica em dois elementos filosofia artistica. O capitel corintio, em
estruturais: coluna e friso. A primeira nao todo o caso, caracteriza-se por um nicleo
se apoiava diretamente na estilobata, mas macico em forma de cesto, 0 calato,
numa base emoldurada que parece um ao redor do qual aparecem elementos
amortecedor e acentuava a projecao do alto vegetais, predominantemente as
fuste, desprovido de éntase e acanalado, folhas recortadas do acanto, e depois
para rematar num gracioso capitel com o estelas, folhas dobradas sobre si
equino decorado por uma moldura de dvalos mesmas e as flores correspondentes
estilizados entre amplas volutas. A sobre o dbaco. E um pequeno triunfo fe
introdugao da pedra para a base da coluna linhas e superficies suaves, curvas, que
serviu para isolar o fuste de madeira da pyermitem hdbeis jogos de claro-escurg aos
umidade do terreno; o capitel parece ter instrumentos do artesdo. O fuste da coluna
derivado de modelos habilmente talhados e sua base, em contrapartida, ainda que
em madeira. O friso, finalmente, ja nao se com diversas variantes, enquadram-se no
apresentava com uma alternancia de modelo j6nico.

mais freqiientemente jonica, que é mais testemunhados pela


76-77 Observemos as decorativa no capitel literatura. No vértice
reconstrucoes
empregadas nos
séculos VII-II] a.C., ou no friso; neste dos triangulos dos
grdficas ideais das uiltimo se pode frontoes se nota a
ordens arquitetonicas seja do ponto de vista
estrutural, seja do perceber talvez um presenca dos
gregas mais reflexo da tendéncia acrotérios, elementos
conhecidas— dérica,
decorativo. As
caneluras da ordem as amplas seqiléncias decorativos menores
jénica e corintia — narrativas e aos do entablamento,
dérica denotam uma
nos desenhos destas complexos enquanto no final
duas paginas: sao maior rigidez e uma
refinamentos das canalizacoées ha
evidentes as passagem mais brusca
do claro-escuro com compositivos da parte desaguadouros de
diferencas entre as dos gregos da Asia, aparéncia leonina.
relacao as da ordem
duas primetras, as
77
O TEATRO 78 Um relevo arcaico danca e Panto
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da escola jénica mostra festemunhada pel
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dancarinos em acao ao fragédia e pela CO
som de uma flauta
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dupla. A tradigao de montagens rece
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acompanhar as fextos teatrais A
ntigos
evolucdes cénicas dos sé introduz 0 uso
de
atores de intermédios seqiueéncias de d
anca,
cantados e musicados, canto, miisica e
ou de partes com pantomima.

O teatro ocidental nasce com a civilizacio


grega e, apos um breve processo de
autodefinicao, jd em fins do século VI a.C.,
apresenta uma forma consumada. Sua
diversidade com respeito a todas as demais
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formas de representacao visual, sonora,


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gestual da realidade propostas pelo homem a


um publico residem, essencialmente, em ter
superado quer as dimensoes estritamente
descritivas e narrativas, quer o estéril
ritualismo “religioso” da representacao
como exibi¢ao de si, momento de verificacao
de uma identidade de cla, casta ou religiao,
homenagem a uma entidade, simbolismo,
exorcismo, catarse. De fato, no teatro grego,
a mente do dramaturgo e a acao do ator
expressam, no nivel mais alto, a laceracao da
dimensdo subjetiva eo alcancar uma
identidade diferente, um destino diferente,
uma dimensa@o diferente. “Teatro” ndo é
apenas “momento (0 lugar) de observacao”,
assim como “drama” nao é mera
“representacao” da vida cotidiana, das
lendas e dos mitos, da atualidade, mas
“acao”, “cumprimento (ou realizacdo) dos
fatos”, nao em fungao da “diversao” do
publico, mas de um envolvimento coletivo,
ético, espiritual, politico, psicolégico,
existencial daquele que assiste, porque, por
trds da metdfora do espaco, da acao e do
tempo teatrais, se encontra o auténtico
espetaculo, tragico ou comico, da condi¢ao nos chegaram nos colocam diante de géneros surgiam com grandiosa capacidade nas
humana sobre a qual se ha de interrogar. Fot literdrios completos, com convencées, cidades e nos santuarios do mundo grego.
isto 0 que significaram os géneros que estrutura interna, linguagem e métrica As representacoes teatrais atenienses — as
chamamos “tragédia” e “comédia” na rigorosamente respeitadas. Os cédices mais importantes de todo o mundo grego -
Grécia e, mais precisamente, na Atenas manuscritos medievais e alguns outros raros inscreviam-se no complexo dos ritos e
democratica, de Clistenes a Queronéia, nao fragmentos papirdceos conservaram somente competi¢des esportivas que se realizavam
distantes antepassados dos géneros atuais, trinta e trés tragédias e dezoito comédias, e periodicamente em honra desta ou daquela
donde muitas obras-primas do teatro grego nem todas completas. Ao nome dos grandes divindade — sobretudo Atena e Dioniso - 1?
continuarem a ser representadas nos dias de poetas trdgicos — Esquilo, Séfocles, ambito de festas organizadas pelo Estado,
hoje com sucesso. Nao conhecemos com Eurtpides —e dos grandes comedidgrafos com a contribuigao financeira dos cidadaos
precisao as fases iniciais do processo — Aristofanes e Menandro —, devemos mais ricos.
evolutivo dos dois géneros: as poucas acrescentar ao menos o de Frinico, o As festas mais importantes eram, sem
noticias dadas por Heroddoto, Aristételes e anonimo autor do “Reso” eo de upolis e duivida, as Grandes Dionistacas, celebradas
outros sao contraditorias; daqueles que sao Cratino; entre fins do século Vle o IV a.C., em honra de Dioniso no més de elafebélio
apontados como os primetros trdgicos ou realizaram-se com éxito centenas de (marco-abril). Duravam seis dias, du rante
cOmicos temos apenas poucos e raros concursos e representacoes, e nao s6 em os quais se interrompiam as ocupacoes
fragmentos, e as poucas obras antigas que Atenas, mas em todos os teatros que cotidianas, muitos estrangeiros aflutam

78
79
vasos pintados apiiltos
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a cidade, e toda a populacao participava: Mas s6 se tomavam cinco tabuinhas das dez,
milhares de espectadores se dirigiam ao e com base nelas se proclamava e coroava o
teatro de Dioniso na encosta meridional da vencedor. Também o edificio teatral é uma
Acrépole. O acontecimento teatral invencao grega. Jd nos paldcios-cidades
apresentava-se como uma competicao, na minoicos e em alguns centros nascidos da
qual eram admitidos, apés selecao prévia, renovacao posterior ao “Medievo Helénico",
trés dramaturgos. Cada um deles parece que existiram espacos reservados
apresentava, em um dia, quatro obras: uma para o desfrute comum das representacoes:
trilogia de tragédias e um drama satirico, tratava-se de dreas formadas por um
uma espécie de “épera bufa” com temas e gradeado ao ar livre, linear ou em forma de
personagens cémicos, amitide desbocada e “L” ou “U", onde se podiam sentar os
trivial, quase para provocar uma liberadora espectadores, num auténtico rito coletivo no
explosao de hilaridade e sensualidade apés destitutdo de conotacoes até religiosas.
as horas de profunda meditagao sobre os O desenvolvimento da mais célebre
temas apresentados pelas tragédias. Em um estrutura arquitet6nica civil grega, porém,
dos dias sucessivos, em contrapartida, o deu-se entre os séculos VI e V a.C.,
palco era ocupado pelas criagées dos provavelmente “traduzindo” uma versao
comedt6grafos. Nele, da manha a noite, os primitiva de madeira a uma de pedra. Uma
atenienses assistiam as representacoes, condicao fundamental, no entanto, era a
manifestavam sua aprovacao ou a falta dela, localizacao da estrutura no seio
entediavam-se, altercavam entre si; — artificialmente obtido ou regularizado — de
enquanto o Sol perfazia seu trajeto no céu, uma altura, numa posi¢do proeminente ou
fundiam-se inevitavelmente numa unidade espetacular. O teatro, lugar de encontro
publico, coro e atores. Dez pessoas para milhares de cidadaos, edificio para os
escolhidas ao acaso, uma para cada uma das espetdculos nascidos da criatividade genial e
circunscrigoes eleitorais atenienses, foram o da profunda cultura dos poetas trdgicos e
jurt, e ao final dos “espetdculos” cada juiz cémicos, espaco de recreacao e de reflexao
escrevia numa tabuinha a ordem de coletiva sobre a politica, os costumes, as
preferéncia dos trés autores que concorriam. modas, os comportamentos, os

80 Este modelo de acontecimentos historicos, os mitos, 4


argila pintada, que
representa o pano de religiao, a moral dos gregos, transformou-sé,
fundo de um palco, assim, no elemento caractertstico do aspecto
conservado no Museu da cidade helénica, e é no século IV a.C. que
Nacional de Néapoles,
dd uma idéia de tais devemos encontrar a codificagao de sua
estruturas no século forma arquiteténica. Seus componentes
III a.C. estruturais eram a orchéstra, espago
circular ou semicircular reservado para
evolucoes do coro durante a agao cénica, 4
skené, auténtico palco dotado de pano de
fundo arquiteténico, caracterizado por trés
portas e espacos para a inser¢ao de ;
perspectivas simuladas e de “quadros
moveis, segundo as exigéncias da
cenografia; o koilon, hoje mais conhe cido
pelo termo latino cévea, geminado e quase
recortado no flanco de um cerro, de forms
semicircular e organizado em sucessoes
verticais de degraus sulcados por escadas
radiais de acesso para milhares 4¢ a ser
espectadores. A cdvea também podia s€
80
dividida horizontalmente ao meio ou em trés de Asclépio, deus da medicina. O edificio ja 80-81 Esta reproducao uma ambientacao
ideal de um teatro cenografica que
partes por espacos chamados diazomas, e era famoso na Antiguidade por suas grego permite fundisse mais
normalmente recebia uma primeira fila de proporgdes harmoniosas, sua grandiosidade sublinhar uma das intimamente o
“assentos de honra”, amitide decorados, e sua espléndida actistica; se se detxa cair constantes da microcosmo do palco
arquitetura teatral
uma moeda na pedra do centro da
COM O UNTVETSO
préximos a4 orchéstra: a proedria, grega: a procura de exterior, levando os
reservada para sacerdotes e magistrados orchéstra, o tilintar se ouve perfeitamente pontos panoramicos espectadores a
publicos, como atestam as freqiientes em qualquer ponto da vertiginosa caven que permitissem penetrar ainda mais
inscrigdes que conservam sua memoria. O geminada com uma pequena colina, capaz utilizar a paisagem intensamente numa
circundante como dimensdo estranha ao
acesso @ estrutura se dava por meio dos de acolher cerca de 15.000 espectadores. uma espécie de cotidiano e totalmente
grandes corredores, os par6doi, situados Neste teatro, construido por volta de 350 gigantesco bastidor imersa no espaco e no
entre a cdvea e o edificio cénico, ao lado da a.C. pelo arquiteto Policleto — chamado “o teatral, em busca de tempo da agdo cénica.

orchéstra. Um dos aspectos mais Jovem” para distingui-lo do famoso escultor


surpreendentes do teatro grego é a perfetta homénimo —, destacam-se acima de tudo as
acustica permitida pela estrutura, capaz de relacoes harménicas entre as diversas partes
transmitir fielmente qualquer som do palco do complexo que envolve o espaco do
até a ultima fila da cévea, mantendo altura, espetdculo, sugerindo com sua propria
fo rm a a bus ca — ce rt am en te que rid a por
intensidade e duracao, mais um sinal do
eto — de um a fus do, de um a int egr aca o
ideal de mimesis (imitacao) acorde com a Policl
ent re os ato res e o pub lic o, ent re o
concep¢ao grega do teatro. reciproca
entre
Um bom exemplo, talvez o melhor, é 0 de texto e as idéias de quem assiste a ele,
Epidauro, na Argélida, no célebre santuario palavra e pensamento.
81
O ESPORTE

82 acima Trés jovens Nenhum povo antigo deu tanta importancia religiosas e certames gindstico-esportivos,
participantes de a pratica esportiva como os gregos, ao ponto tanto nos grandes santudrios fora das cidades }iame
uma corrida a pé , BS es _ aoe ae
“oi ica” ncipais poleis. A tradicao ee ee
que adorna um dos fisica, rigorosamente reservada aos cidadaos _literdria recorda alguns grandes marcos ee
lados de uma célebre masculinos e feitas numa sauddvel nudez historicos: as notabilissimas Olimptadas, --
base pertencente a
total, era parte integrante do processo institutdas, segundo o mito, por Hércules em
desaparecida estdtua
funerdria de um jovem educativo e formattvo do individuo e uma 776 a.C.; os Jogos Piticos, realizados em
ateniense (510 a.C.), das muitas diferencas que os helenos faziam Delfos em honra de Apolo; os Jogos Nemeus,
hoje no Museu entre eles e os bdrbaros. Nao havia cidade realizados na Neméia em honra de Zeus e em
Nacional de Atenas.
que nado investisse grandes recursos na memoria de um dos trabalhos de Hércules; os
82 centro Esta construcao de um gymnasion, algo muito Jogos Pan-ateneus, que se realizavam quando
descuidada lekythos parecido com um campus moderno e que das grandes festas em honra de Atena em
de figuras negras do Atenas. A falta de lealdade era duramente
Pintor de Edimburgo
compreendia uma palestra, consistente em
data de fins do século geral num patio quadrangular rodeado de castigada, e o unico prémio — afora o
VI a.C. e mostra porticos sombrios e arejados, com lugares de reconhecimento puramente simbolico (coroa
alguns jovens servico, fontes, vestidrios; em volta havia de louros) — era a gloria que o vencedor
lancadores de dardo
treinando numa caminhos arborizados, amiude um complexo
palestra. termal, estruturas destinadas a atividade
diddtica, que era deixada a livre iniciativa de
82 abaixo Uma anfora
pan-atenéia de figuras
professores elementares, fildsofos e
negras (datada de “especialistas” em varias disciplinas (as
525 a.C.) do Museu artes praticas, incluindo as “belas artes”,
Nacional de Tarento eram objeto de pratica direta nas tendas).
retrata outra das
competicdes esportivas No exercicio do esporte, porém, prevalecia o
mais difundidas na antagonismo, seja como aspecto da paidéia,
Grécia antiga, a educacao dos meninos, talvez heranca de
geralmente s6 posstvel
remotas praticas de iniciacao a coragem, a
aos aristocratas:
as corridas hipicas virtude e a habilidade guerreira, seja como
de quadriga. oferenda religiosa. Com esta ultima
finalidade, nao se deve esquecer o costume
de realizar competicoes esportivas em honra
dos mortos perto das elites aristocrdticas do
mundo micénico e homérico, e a precoce
sistematizacao da conexao entre festas
a, ext “at
obtinha para si, para a sua estirpe ou para a
sua cidade-estado, a fama eterna diante de
todos os gregos. As princtpais modalidades
eram a corrida pedestre, praticada em
diversas distancias e também em sua versdo
armada (hoplitodrémeia), o langamento de
disco e de dardo, o salto em distancia, o
pugilato, a luta e o pancracio (uma espécie de
boxe tailandés). Reservadas as classes mais
ricas, havia as competicées htpicas (corridas
de carros de guerra). Nao nos pode deixar
indiferentes, por outro lado, o costume de
associar amitide os concursos musicais, de

82
92-83 € 83 acima com os corpos dos
A mesma base atletas representados
funerdria com os trés em tens@o, numa
jovens disputando posicao de
yma corrida a pé “enganchamento” que
apresenta também esta — evidencia sua poderosa
curiosa cena de um musculatura, .
antecessor do héquei representada ainda
(acima)e uma intensa segundo as convencies
cena de luta (abaixo), da arte dtica arcaica.

Stee

canto e poéticos com as competicoes esportiva provém quer do achado de


esportivas, fundado na unidade do processo instrumentos gindsticos (estrigilas, halteres
educacional do jovem heleno. Tanto o — pesos para conseguir impulso no salto -,
treinamento dos jovens atletas sob o olhar dos bocais brénzeos de aribalos etc.), quer do
treinadores como as competi¢Ges em si eram afortunado filao de temas esportivos
antecedidas de um ritual preparatorio: 0 representados na copiosa producao ceramica
atleta, completamente nu, ungia o corpo com dtica dos séculos VI e V a.C., que amiude se
leo perfumado tirado de um artbalo de couro, pode interpretar como homenagem a
é, a0 final do exerctcio, antes de se dirigir as juventude cidada, as virtudes guerreiras
termas para um banho restaurador, raspava a sublimadas pela disciplina esportiva e talvez,
crosta de p6, leo e suor que lhe cobria a pele no caso de uma finalidade funerdria da
homem,
com um instrumento curvo especifico, 4 vasilha, a prematura morte de um
estrigila. Numerosos testemunhos da pratica metdfora da vida como luta contra a morte.
83
A GUERRA

|
a a
84 acima Eis um belo
exemplar de elmo de
bronze de tipo corintio,
achado em Ruvo di
Puglia: dotado de
protecdes para as
orelhas e 0 nariz um
tanto alongadas, é
adornado de decoracgées
em relevo na parte
frontal.

84 centro Procedente
de uma couraca de
bronze de fins do século
IV a.C., esta metade
anterior, moldada
anatomicamente em
repuxado, é obra de um
hdbil artesao da Magna
Grécia.

84 abaixo O célebre
Cavaleiro de
Grumentum
(Basilicata), um bronze
de 550 a.C., mostra um
guerreiro em traje de
guerra, protegido por
elmo, gibao e couraga.
As inumerdveis fontes literdrias antigas
sobre a “arte” da guerra e os achados
arqueol6gicos delineiam a evol UCaO que
teve
a mais desumana atividade do home
m na
Grécia antiga, desde o tempo herdico dos
guerreiros micénicos imortalizados
nos
poemas homéricos até a epopéia de
Alexandre, o Grande, e de Demeétrio
Poliorceta e as invencées de Arquimedes
. A
indumentéria do infante grego sempre foi
extremamente variada e caracterizadg por
certa praticidade. Os elmos, geralmente de
bronze forrado de couro e talvez acol choado,
ae

apresentam, em quase todas as versées


eee

(corintia, iltrica, macedénica, trécia etc. ), a


EES

preocupacao de garantir a maior cobertura


posstvel contra os pequenos projéteis
eee

lan¢ados contra as fileiras de hoplitas que


Nee, ee

avancavam, e contra os golpes do combate


eee

corpo a corpo: amplas e longas protecées


para as orelhas e o nariz, capacete
engrossado e talvez decorado cobriam a
cabeca e eram presos por correias passadas
por um ou varios orificios, de modo que sé
ficavam descobertos os olhos, a ponta do
Te
Tee

nariz e a boca.
Os mesmos critérios de fabricacao tinham as
couracas, geralmente de couro grosso
forrado de tecido e — nas versdes mais
modestas — reforcado por tiras metdlicas, ou
85 De Ruvo di Puglia
provém também este —as mais luxuosas — inteiramente
frontal (@ direita) e revestidas de metal modelado e completadas
este peitoral (a com guarda-bracos e costas, além do nunca
esquerda) pertencentes
aos arreios de guerra ausente escudo. A cavalaria, inteiramente
(ou de desfile) de um composta de aristocratas e expoentes das
cavalo; como o elmo classes ricas, tinha a vantagem de uma
corintio, ambos se rdépida mobilidade gracas a uma menor
podem provavelmente
datar de princtpios do protecao de cavalo e cavaleiro. Entre as
século V a.C. numerosas tipologias e variedades de armas

85
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1
ofensivas, as mais mortiferas eram nao so a levar o ferido a morte por tétano oy
lanca longa, feita de modo que infligisse de diversas formas de septicemia. Os
longe, sem ser lancada, ferimentos esquemas tdticos, baseados em formacées
profundos e lacerantes, agravados pela acao das quais a célebre falange macedénica
da extracao, mas também os vendbulos representou a forma mais inteligente e
ligeiros, as flechas de poder devastador, os flextvel antes do advento da legito romana,
projéteis menores como as “bolotas” de variaram de século para século e segundo
chumbo e as pedras atiradas por fundas, se combatesse em terra, em navios ou em
todas atestadas como de uso comum. Nao situacdes de assédio, nas quais,
esquecamos, finalmente, as armas de corte naturalmente, eram empregadas médquinas
como as espadas, que como todas as citadas de guerra ou eram acionados sistemas
eram ainda mais perigosas pela freqiiente defensivos como os tornados célebres no
possibilidade que tinham de infligir Helenismo, desde as torres méveis até as
ar

%,

eee ferimentos nao mortais, mas capazes de catapultas e os espelhos ustorios.

86 acima Um detaihe 86 centro Uma laje 86 abaixo Uma luta


da base de uma bastante integra do entre hoplitas
estatua de kouros célebre friso j6nico do completamente
atico de 500-490 a.C. Monumento das armados € a cena
conserva esta imagem Nereidas em Xanto, na principal de um
de um hoplita em Licia, um complexo skyphos de figuras
marcha: o elmo datado do inicio do negras de tipo
corintio emplumado século lV a.C., “calctdico”, uma taga
erguido sobre a cabeca, apresenta esta data de meados do
a lanca, 0 escudoea dramatica cena de século V1 a.C. e
couraca, tudo segundo batalha entre hoplitas conservada no Museu
a tradicao épica diante das muralhas Arqueolégico
literdria. semicirculares de uma Nacional de Napoles.
cidade.

86
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87 Trés tipos de rh *

“artete”, mortifera
maquina de assédio Te

usada para superar as


defesas inimigas, como
muros e portoes: acima
€ abaixo, duas versbes
“simples” sobre rodas
(uma delas coberta
para proteger os
assaltantes); no centro,
uma completa, dotada
também de uma ponte
mOvel para ser lancada
por cima das muralhas
Inimigas,
a
88 acima O madquinas gregas de
conhecido arquiteto assédio e assalto: entre
romano Vitriivio nos elas, a de uma espécie 7 i:
deixou algumas de ponte mével IN
descricOes — de nem basculante capaz de ia. =,
sempre facil superar obstdculos enw
interpretacao e como fossos erigados Resi as SE
provavelmente nem de estacas, muralhas e oe oa
sempre fiéis — de redutos inimigos. sare /
|
i"

Wee

88 abaixo esquerda
Esta torre mével de
assalto permitia aos
assediadores
aproximar-se bem
protegidos das
muralhas inimigas.
No interior dos
diversos niveis de suas
paredes de madeira
apinhavam-se os
soldados destinados a
acionar catapultas e os
futuros assaltantes.

88 abaixo direita
No desenho se pode
ver a reproducao de
um tipo de besta
muito difundido, uma
maquina capaz de
lancar pesadas flechas
metdlicas a uma
velocidade e poténcia
elevadas, fundada
numa aplicacao do
mecanismo do arco.
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ee
i
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ee
Fe

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aa

88-89 e 89 abaixo Uma as dezenas de


reproducao do perfil e remadores, enquanto 0
da secao de uma convés acolhia as
trirreme, a embarcacao tropas por transportar
ligeira de guerra mais ou, mais amitide, por
usada pelos gregos: um lancar ao assalto dos
casco dgil, estabilizado navios inimigos apos
com blocos de pedra no investir contra eles
porao, tinha em trés com o esporao
cobertas os bancos para dianteiro.

89 acima O duro
trabalho dos remadores
nas trirremes é
claramente refletido
neste detalhe de um
relevo do final do
século V a.C., exposto
no Museu da Acr6pole
de Atenas.

89
A ARTE GREGA ATRAVES DOS SECULOS

EM BUSCA DA PERFEICAO A ARTE ARCAICA Pag. 114

A ARTE DA GRECIA ANTIGA A ERA DO ESTILO


ATRAVES DOS MILENIOS SEVERO (500-450 A.C.) Pag. 120

A ARTE ENTRE O O PERIODO CLASSICO


TERCEIRO E O SEGUNDO (45-400 A.C.) Pag, 130
MILENIO A.C.: EGEUS,
CRETENSES, MICENICOS A ARTE DA CRISE
(400-338 A.C.) Pag. 136
A EXPLOSAO DO
ABSTRACIONISMO OS ANOS DA HEGEMONIA
GEOMETRICO MACEDONICA, DE FILIPE II
A ALEXANDRE, O GRANDE
O NOMEN (359-323 A.C.)

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90-91 Uma espléndida
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oriental do templo de
Atena Afaia em
Egina: a estdtua de
um guerreiro
agonizante caracteriza
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0 abandono das
convencoes arcaicas
na escultura grega no
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intCcio do século V a.C.


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EM BUSCA DA A arte da Grécia antiga vai do século X al concep¢ao de arte com respeito qt

PERFEICAO a.C., um longo espaco de tempo em que a manifestacdes precedentes e


unidade, a amplitude e a profundidade da contempordneas. A busca da ecesu,,:
cultura engendrada pelos gregos assentou as ne e das leis wale
bases espirituais, ideologicas e formais de harmonicamente perfeitas, que regulam
o
toda a civilizacao ocidental. devir; a vontade nao sé de represen
ta, a
Seus inicios coincidem com a recuperacao forma exterior da realidade, mag
também q
econdmica, demografica e cultural comecada expressar a densa trama dos valores
depois de 1000 a.C., ao fim do chamado filoséficos, éticos e politicos, sem que a
Medievo Helénico, no qual a invasao dos espiritualidade caia no misticismo, que
Povos do Mar e a chegada dos dorios — 0s esteve presente em alguns aspectos da
uiltimos helenos indo-europeus — através dos religido grega; a exaltacao do légos, q raziio
Bdlcas alteraram o comércio mediterraneo, como plena dimensdo humana, reconhecida
destrutram os reinos micénicos e atrairam de novo a pertenca do homem ao Absoluto
do Egeu as costas anatélias a vasta didspora através do conhecimento e do amor dela, q
dos jonios e edlios, de pura estirpe heléntica, filosofia, para além dos limites espaco-
como demonstra a estreitissima afinidade temporais da condicao humana e das formas
lingiiistica, de que surgiu a coiné didlektos, pertencentes ao Ser; a elaboracao de wma
0 grego comum a todos. Em fins do pertodo linguagem artis tica perfeitamente sintéticg
entre os séculos IX e VIII a.C., tornou-se com os contevidos, porque é interna d }
evidente a extraordindria novidade de realidade e sua porta-voz; o sentido de um |
caminho que alcanca o cume no século de
maximo fulgor politico e cultural da Grécia,
oVacC., com um nivel de primeira classe,
como reconheceram os romanos ao }
introduzir o termo “cldssico”. Os sucessivos
desenvolvimentos de toda a arte ocidental,
ao menos até a segunda metade do século
XIX, encontraram nesta trajetoria,
posteriormente enriquecida por novidades
ideologicas, temdticas e estilfsticas dos
séculos IV-I a.C., um continuo ponto de
referéncia dialética, gerando ora imitacoes,
continuacoes, reelaboracées, ora rejeicées
-“anticldssicas”. Percorramos este caminho,
nao descuidando das sugestivas premissas
do terceiro e do segundo milénios a.C.,
quando as Ciclades, Creta e os reinos
micénicos tracaram sua propria historia
artistica, diferenciando-se jd entao das
expressdes dominantes da arte egipcin,
mesopotamica e anatélia.

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92 e 93 Uma obra- linguagem de que


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classicismo maduroéq — intérpretes 08 ulo
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Kaufmann, uma IV a.C. A obra, wo
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92 Gg
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A ARTE DA GRECIA ANTIGA
ATRAVES DOS MILENIOS

Pré-hist6ria e proto-historia Medievo Helénico Periodo geométrico Periodo orientalizante


(c. 45000-1220 a.C.) (c. 1220-900 a.C.) (c. 900-700 a.C.) (c. 700-610 a.C.)

A precoce (sétimo milénio a.C.) As ultimas invasodes indo-européias Com Atenas @ frente, toda a Grécia A explosao do fendmeno colonial
neolitizagao da regiao determina o (d6érios) e os subsegiientes elabora, de forma cada vez mais e os estreitos e fecundissimos
desenvolvimento de formas de transtornos em solo helénico véem refinada, a revoluciondria contatos comerciais e culturais com
assentamento muito evolutdas, sobreviver comunidades linguagem artistica geométrica, o Oriente mediterraneo, anatélio e
como atesta a realidade “proto- desaparecidas que repropoem variando até o infinito os esquemas mesopotamico acarretam a crise do
urbana” de Diminii e Sesclo cansadamente formas extremamente decorativos e chegando a reinserir abstracionismo geométrico ea
(Tessélia). Apos a difusao da empobrecidas da arte figurativa e nas decoracées cenas figurativas, acolhida do naturalismo figurativo
metalurgia no quinto e quarto decorativa tardo-micénica, enquanto mas traduzindo-as em suas formas da arte oriental, logo elaborada de
milénio a.C., o terceiro milénio a.C. os assentamentos sao pdlidas essenciais e limitando forma auténoma, fora de suas
viu florescer a civilizagao egéia nas degeneragées dos “paldcios-cidades” cuidadosamente sua presenca. convencoes milenares, como atestam
Ciclades, primeira expresso dos (Dreros, Carfi, Cavusi). A lenta A organicidade alcancada pelos as belas obras ceramicas (Corinto,
helenos indo-europeus, que recuperagao econdmica e demogréfica ceramistas dticos do século Ciclades, Jénia e Dodecaneso), os
compreende uma arte de refinada do século X a.C. € acompanhada do VIII a.C., mestres do equiltbrio primeiros exemplares monumentais
essencialidade e geometrismo surgimento de uma nova expressao compositivo, é rompida em beneftcio de escultura de pedra e a refinada
harménico, exemplificada sobretudo artistica, que pressupoe uma nova de uma mais ampla presenca de ourivesaria. Também na arquitetura
na copiosa producao de estdtuas e atitude do homem ante a complexa e temas figurativos, alusivos a se percebe certo influxo oriental,
estatuetas de mdrmore insular (os ordenada trama do universo, e é cultura épica das aristocracias sobretudo na busca de grandiosidade
chamados “tdolos”). Em Creta se reforcada com formas rigorosamente dominantes e destinatdrias. Na e colorismo calor-escuro, na
desenvolve a evoluidissima geomeétricas e abstratas da realidade, arquitetura aparecem formas superabundancia decorativa e no
civilizacao minéica, com a difusdo de como atestam os produtos ceramicos novamente evolutdas dos templos e evergetismo autocelebrador dos
grandiosos “paldcios-cidades” e de de toda a Grécia, com Atenas a habitacées, mas caracterizadas pelo destinatdrios aristocraticos e
uma arte figurativa “palaciana”™ frente. Fenédmenos sinecisticos geram rigor geomeétrico e pela tiranicos no poder. Na Magna Grécia
entrelacada com linearismo centros urbanos, logo impulsionadores racionalidade. Aparece de novo a experimentam-se modelos
dindémico, colorismo e vitalidade. de comércio, que irradiam as novas escultura, em madeira, em marfim urbantsticos planificados.
A quase contemporanea afirmacao linguagens artisticas. ou na forma da pequena plastica
dos micénicos no Peloponeso e no brénzea, embora esta ultima Orientalizante antigo
Egeu promove uma civilizagao Submicénico fortemente geometrizante. (c. 700-675 a.C.)
artistica centrada na exaltacao da (c * 1220-10 00 aC )

Geométrico antigo Orientalizante médio


aristocracia guerreira, inclinada ao
fausto e ao luxo e capaz de ousadas Protogeomeétrico (c. 900-850 a.C.) (c. 675-640 a.C.)

criacdes arquiteténicas (“paldcios- (c. 1000-900 a.C.)


Geométrico médio Orientalizante tardio
cidades” e tolos, em técnica
(c. 640-610 a.C.)
megalttica), ourivesaria e ceramica. (c. 850-750 a.C.)

Arte cicladica Geométrico tardio


(c. 2800-2000 a.C.) (c. 750-700 a.C.)

Arte cretense
(c. 2100-1450 a)

Arte micénica
(c. 1700-1220 a.C.)

94
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Periodo arcaico
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Periodo classico Periodo helenistico Sa Nay ( SE SRE ern set


(c. 610-490 a.C.) (c. 490-323 a.C.) (323-31 a.C.) Re eee ee ware
| Ce | ae f 4 ies a - on :

O progressivo abandono do Da austera composi¢ao e do equiltbrio —_O império universal de Alexandre, o ia at ay,
repertorto temdtico-figu rativo e da controlado da primeira fase, que Grande, desfaz-se em reinos, ligas € 1. iyg ate
ae 7
linguagem estil istica orien tal izante supera as convencoes arcaicas, a arte pequenos Estados, mas a difusdo da ae | a ke
assinala a definitiva autonomia da grega tende a representaciio do civilizagao artistica grega até num a 3
arte grega eo impulso da sua dinamismo do corpo humano no contexto anti-helénico suscita MERE) 2 haa e
inexoravel hegemonia mediterranea. espaco, de sua beleza ideal e de sua correntes e tendéncias artisticas de \ , aha + Bae ol
A arquitetura codifica as suas psicologia interior, entendida como altissimo nivel. A hegemonia dtica é " S fore a fe. Koka
préprias ordens e a forma do templo, manifestacao positiva ou negativa da substitutda por um policentrismo | By es OS,
evoluindo para um uso cada vez relacao dialética mais ou menos artistico que encontra em Pela, Ae VA ae Sait
mais macigo e grandioso da pedra. organica e unitdriadohomemcomos _ Rodes, Alexandria do Egito, is ss ae ae
Corinto e Atenas inundam os deuses, as leis, a comunidade, os Pérgamo, Atenas, Tarento e Siracusa yf Bae. / Sie A =.
mercados de produtos ceramicos valores éticos que a democracia suas proprias capitais. Arquitetura e ae me toe * )
figurativos em que triunfam ateniense propugna. Isto se pode arte, novamente tributdrias de | te "een
teologia, mitologia e épica, amitide apreciar na esculturaenapinturaem destinatdrios mondrquicos e ioe 86a.
em chaves atualizadoras (e Atenas vasilhas, enquanto a arquitetura aristocrdticos, tendem a Reo nee
dominard a cena até fins do século amadurece definitivamente formas e grandilogiiéncia, a busca da ay am
Vac). Em toda a Grécia, mas estrutura de requintada harmonia e emocionalidade, a anedota
especialmente em Atenas, nas ilhas se exalta na grandiosidade e no comemorativa ou minimalista, ao
ena Jénia, afirma-se a escultura de refinamento decorativo, como atestam — luxo exaltador do poder. A forca da
pedra de tamanho natural ou maior, os cada vez mais ricos e intensos Grécia e de sua arte é tal, que, apesar
inaugurando um estilo inconfundtvel, complexos dos frontoes. A partir da de sua definitiva queda sob o dominio
no qual jd estao presentes a vontade filosofia, alcangam sua visao teorica e de Roma (146 a.C.), a linguagem
de alcancar uma representacao ratica Policleto, Fidias, Ictino e helenistica sobreviverd com éxito até
organica e unitdria da figura Calicrates, bem como muitos pintores a chegada de Augusto ao poder, a
humana eo conhecimento da func@o —_famosos da época. Sua mestria marca —_—ponto de transformar-se em parte da
comunicativa, propagandistica e também a evolucao arquitetonica ¢ expressdo romana.
celebradora da arte. artistica do século IV a.C., impressa . oo. } | Si
| com um sentimentalismo e um Helenismo primitivo » SSNS Gaetan eee
| Arcaismo primitivo relativismo que dao a medida exata da (c. 323-220 a.C.) oan Se ste,
(c. 610-570 a.C.) crise do homem grego enis a Guerra ’dteniemo médio Se a z pe
| do Peloponeso e a morte ae (c. 220-100 a.C.) as Some
| Arcaismo médio Alexandre, o Grande. & s o
(c. 570-530 a.C.) , Helenismo tardio
Periodo severo
Arcaismo final (c. 490-450 a.C.)
(100-31 a.C.) May
(c. 510-490 a.C.)
Periodo classico
| (c. 450-400 a.C.)
|
Periodo tardo-classico
(400-323 a.C.)
Le

95
e
96 Os idolos de geralmen le,
como
marmore ciclddicos alesta a eSta
tuety Vist
apresentam formas acima a cabeca visi
diversas, evoluindo da abaixo ad ire
ta, sq
primitiva forma “de figuras erguida
s
wiolitio”, as vezes caracterizada
s por
provida de indicagoes DOOSses extre M
amente
sintéticas de rigidas, que p
ermite
caracteristicas sexuais a representac
io
(abaixo &@ esquerda), completa do tr
onco e
para tipos dos membros ( Os
esquematicamente superiores ads vezes
antropomorfizados: cruzados sobre o P
eito)
A ARTE ENTRE O
TERCEIRO E O SEGUNDO
MILENIO A.C.: EGEUS,
: -
7
Ce Me a

CRETENSES E MICENICOS a is

97 acima Da ilha de 97 direita Uma das


Siros procede este célebres estatuetas
objeto de terracota ciclddicas que
gravada com motivos representam aedos
espiraliformes e com tocando a lira,
uma embarcagao procedente da bela ilha
estilizada: um “caco” de Siros, no coracgao do
talvez usado como Egeu, realidade
espelho d‘dgua. comercial muito ativa
entre o terceiro eo
segundo milénios a.C.
i

97 esquerda Esta base muinoicizado de As manifestagoes artisticas dos primeiros


de ceramica pintada Filacopi, e Creta
helenos indo-europeus datam de entre 2800
pertencente a uma durante o segundo
a es

lampada é um milénio a.C.: é e 2200 a.C., em plena Idade do Bronze, um


aT

interessante interessante a sua pertodo de grande crescimento demogréfico


testemunho das decoragao com algumas para a Grécia. A drea de maior interesse é 0
primeiras e vigorosas figuras estilizadas de
relacoes entre a ilha de pescadores que arquipélago das Ciclades: nos florescentes
Milo, onde fot achada caminham povoados de Siros, Caros, Amorgos, Naxos
no importante sitio transportando e Milo, e na diizia de ilhas que constelam o
argueologico alguns peixes. mar Egeu, fazem-se edificios de pedra e
tijolo cru que podemos considerar o
arquétipo da caracteristica arquitetura
ciclddica, com composicées de volumes
cuibicos e paralelepipedos nas intricadas
malhas microvidrias que tanto fascinam o
turista moderno.
Nestes centros se produzem as tipicas
ceramicas polidas, decoradas com
densissimos relevos nao figurativos, e
acima de tudo as admirdveis esculturas de
mdrmore insular, que constituem a mais
alta e significativa expressao da capacidade
artistica dos egeus. A figura humana é
esquematizada com rigoroso senso formal e
proporcional: as imagens de divindades ficaremos encantados diante da capacidade
masculinas e femininas (muito freqtente a de expressar através de uma pura geometria
interpretada como “Grande Mae ") se de linhas que se intersectam
apresentam erguidas, com as pernas harmonicamente a complexidade da figura
marcadas por unt leve sulco, 0 perfil humana em aca@o no espaco, mas — indo além —
reduzido ao essencial, o busto e a cabeca
devemos assinalar também o significado
levantados, e quase nao assinalados 0 peito mais profundo, o de uma representagao nao
eo nariz. Na simplificagao e na negativa a convencionalmente naturalista do mundo
aristocrdtico, com seus banquetes
uma representacao naturalista banal,
acompanhados pelas liquidas notas do aulete
expressa-se a poderosa capacidade de captar
de ou da poesia musicada do aedo.
a esséncia da realidade e de separar-se
Se Por volta de 2200 a.C., porém, 0
suas formas aparentes e muddveis.
deslocamento do centro de gravidade
observarmos as célebres estatuetas do
lira”, comercial para o sul do Egeu leva ao dpice
“Tocador de flauta” e do “Tocador de

97
<

98 Elegante e solene, o tema fraz a luz o
“Principe dos lirios” é vivaz naturalismo da
uma das figuras mais arte minoica entre
conhecidas dos 1700 e 1400 a.C.,
grandes frisos além da fluidez das
pictoricos murais que linhas, que supera as
decoravam aposentos convencoes formais €
€ porticos no palicio- cromaticas da pintura
cidade de Cnosso. O egipcia.

da expressao arttstica a ilha de Creta, que


impode sua propria talassocracia gracas q
seus excepcionais recursos, & recordada
posicao de “ponte” geogrdfica entre o Egito
a Anatolia e a Grécia, e ain terdependéncig
mercantil. A rede de empérios menores jd
chega, por volta de 2100 a.C., & Samotrcig,
no Egeu nororiental, enquanto os
“principes” da ilha se apressam a
transformar, no transcurso de dois séculos, g
pré-historica estrutura instalada do povoado
num modelo arquitetdnico-urbanistico
jamais visto no Ocidente e digno da
grandiosidade e do fausto das monarquias
egipcias e médio-orientais: 0 “paldcio”,
Nas manifestacoes artisticas mindicas, 0
elemento unificador é certamente o
naturalismo, que através das cores da
pintura e da suavidade de desenho e linha
na toréutica e na ourivesaria corresponde a
intencées descritivas e narrativas, nas quais
parece palpitar o pasmo do artista ante 0
universo real, seja a dimensao do cotidiano,
seja a maravilhosa variedade da natureza.
Uma categoria de produtos artisticos de
extraordindria beleza sdo os afrescos que
adornam o paldcio de Cnosso e, em menor
medida, outros complexos reais: reduzidos4
diminutos fragmentos ou pulverizados pelos
terremotos e pelas devastacoes sofridas em
meados do segundo milénio a.C., foram
amitde recompostos e reintegrados, € n0s—
oferecem uma idéia bem ampla da concept
pictorica cretense. Obras-primas como 0
“Principe dos Itrios”, 0 “Senhor azul”, |
a Tauromaguia”, a “Parisiense”, 0 “Fris0
dos delfins” ou o espléndido sarcéfago
Hagia Triada com suas cenas de procissao
solene sdo exemplos da distancia entre
artistas mindicos e seus colegas egipcirs
As linhas nao freiam as figuras dentro de
uma dimensionalidade plana, mas oferecem
seu dinamismo com suficiente fluidez; '
gestualidade é mais viva, 0s critértos a
dispositivos aparecem livres de convent?

98
99 As escavacoes
realizadas pelo
arquedlogo grego
Spiros Marinatos no
sitio de Acrotiri, na
ilha de Tera
(Santorin), trouxeram
a luz os espléndidos
afrescos que
adornavam as
moradas do centro
mindico do lugar
destrutdo por uma
terrfvel erupcao
vulcanica,
provavelmente no
século XVI a.C.:
nesta imagem grande
se pode admirar a cena
de pugilato entre dois
rapazes, aparecida na
Casa “B” e
conservada, como
todos os afrescos de
Acrotiri, no Museu
Nacional de Atenas.
E evidente, na
contposi¢ao, 0 esforco
do artista para
mostrar de forma
natural e realista as
acdes dos dots jovens
através da troca de
socos: o da direita,
totalmente desprovido
de “guarda”, acaba de
soltar um “gancho”,
mas fica exposto ao
“Jab” do adversario,
que aponta um
“direto” com a direita.

99
100 acima O famoso ritual religioso que
sarcéfago de Hagia acaba num sacrificio
Triada tem um cujo fim é, talvez,
excepcional nivel de devolver o objeto
conservacao e mesmo ao ambito
testemunha a flinebre a que pertence. = ih a

vivacidade cromdtica Sao dignas de eeoo oid Seg;


phe

da pintura cretense: assinalar, acima de


no lado reproduzido na tudo, as tipicas
imagem, entre adornos indumentarias
de flores estilizados, cretenses e a numerosa
transcorre uma cena de presenca de objetos de
preparativos de um uso cotidiano.
4
bres
"yt
Pars
oe +4 &a

=
e
alin

CN €
———-

demasiado rigidas, a gama cromdtica possui cerami ‘Ca, ex‘p


prre
esss
saa-
-sse
e o naturalismo vivaz da as vasilhas experimentam a representacdo da
fl Iuminosidade ignota do Oriente. arte minoica: basta observar
o belissimo natureza com desinteressada predilegao pelo
Una esplénd ida antologia da pintura brinco de ouro de Malia, no qual
se véem mar e suas criaturas, mas também pela flora,
cretense € 0 complexo palaciano de Acotiti, duas vespas ao redor da corola de
uma flor; o como atestam os achados de Gtirnia e
na ilha de Tera ( Santorini), a “Pompéia fabuloso riton de esteatita e ouro
do Camares.
egéia”, da qual se disse: 0 dpice do -palacio ~ menor de Cnosso, usado pa
ra O grande florescimento da civilizacéo
naturalismo se acha nas intensas e libacdes sacras; as xicaras de ouro ac
hadas artistica micénica data do século XIV a.C.,
dinamicas cenas relacionadas com a em Vafio, na Lacénia micenizada, mas ob
ra quando as aristocracias do Peloponeso e de
navegacao e que provavelmente comemoram de artistas mindicos e decoradas com
outras regides conseguem a hegemonia
a primazin comercial dos tassalocratas espléndidas cenas de vida no campo (a politica, comercial e econdmica no mundo
mindicos, enquanto toques de erotismo —o colheita, a captura de um touro); a famosa
famoso afresco “Os simios azuis” — se “Deusa das serpentes”, de marfim e ouro,
alternam com a recordacao de lides prototipo da “Artemisa” “Potnia ther6n”
esportivas que poderiam ser preltidio das dos gregos, com seu adornado corpete de que
competicoes sagradas da época homérica e surge 0 grande seio, simbolo de potente
classica (pensemos no afresco com os fertilidade, no plano do animal sagrado dos
“Pugilistas”). Na joalheria, na toréutica, na cretenses, o touro. E na cerémica,
escultura pequena, mas também na abandonado o neo-simbolismo dos micenicos,

100-101 Esta superacao da 101 Este outro


excepcional imagem bidimensionalidade documento dos
do afresco de Cnosso espacial vinda da arte espléndidos afrescos
com a taurocatapsia, egipcia para a arte de Acrottri em Tera
a espécie de “corrida” cretense: fouro e (Santorin) procede da
incruenta reservada saltadores nao se Casa Oeste (século
aos jovens cretenses e encontram no mesmo XVI a.C.) e representa
cuja recondutibilidade plano, e 0 modo uma mulher, talvez
a praticas inicidticas mesmo de delinear os uma sacerdotisa,
antes que a celebracoes corpos evidencia a no ato de quetmar
rituais ou festas nao é vontade de sugerir incenso num tfpico
certa, permite apreciar figuras braseiro para perfumes
uma tentativa de tridimensionais. de forma baixa e larga.

E 101
:
102 acima Nesta obra
de qualidade artistica
menor, mas de valor
igual ao da seguinte
as figuras se devem gq
Um OUurives micénico,
O estilo mais Vigoro
so
mas menos refinado é
bem adequado ao
tema: um touro em
fuga entre palmeiras ¢
oliveiras, outro
debatendo-se nas redes
dos cagadores, e um
tercetro investindo
furiosamente,

102 abaixo e 103


A excepcional tumba
em tolos de Vafio
(Lacénia), que
pertenceu com toda a
probabilidade a um
“principe” miceénico,
é famosa pelas ricas
pecas de ouro achadas
nele. Entre elas, estas
duas espléndidas
xtcaras de ouro
repuxado (século
XV a.C.). A xicara
é a obra-prima de um
ourives cretense, que
trabalhou no refinado
estilo naturalista
proprio da arte
mindoica: nela se
representa a captura
de um touro, atratdo
para uma frondosa
oliveira e rapidamente
agarrado apos um
breve e enganoso
“idilio” com a vaca
usada pelos cacadores
como chamariz.

102
técnica megalitica, coroadas com explanadas
transitdveis, galerias, postos de guarda e
portas.
A sede monarquica, centralizada num
enorme mégaron ao redor do qual se
distribuem em dois andares cémodos
residenciais e de servico (eixo deste setor era
a sala do trono, caracterizada pela presenca
de uma grande lareira, cujo melhor exemplar
se conserva em Pilos), nao é 0 tinico edificio
situado entre as severas muralhas
megaltticas. Em seu interior encontram
espaco lugares de culto, residéncias da classe
aristocrdtica guerreira e talvez até da
mercantil, e oficinas de arteséos. A decoracio
desses ediftcios é em parte inspirada no luxo
dos “paldcios” cretenses, com afrescos que
embelezam as salas principais, enquanto se
propoe de novo algumas comodidades de
Cnosso nas dreas privadas (pensemos nas
salas de banho providas de tanques pintados
OU Nos porticos aparentemente destinados a
que se passeasse pela sombra). As necr6poles
tém caracteres monumentais, as tumbas dos
poderosos sao homenageadas com suntuosas
pecas de ourivesaria e adornos preciosos,
sinais evidentes da riqueza e do prestigio
adquirido pelas casas dominantes. Sao
nuimerosos os testemunhos arqueoldgicos da
arte mucénica de altissimo nivel: os
fragmentos dos afrescos de Micenas, Tirinto
egeu € se projetam vigorosamente em todo o e Pilos nao podem dar mais que uma idéia
Mediterraneo. Os centros protegidos em minima da deslumbrante policromia dos
acropoles naturais até o século XVII a.C. palacios, apesar da maior austeridade
evoluem para um modelo urbantstico nao estilistica dos pintores micénicos com
distante do tipo do “palacio-cidade” minéico relacao aos minéicos.
e lembram, em muitos aspectos, os burgos Muito mais entusiasmantes sdo as
amuralhados medievais recolhidos em redor espléndidas obras de toréutica em
do castelo feudal; basta contemplar Micenas, ouro e prata, como as célebres mdscaras
Argos e Tirinto, e tantos outros lugares na funerdrias (entre as quais a atributda
Argolida, Laconia e Tessdlia, onde had muitas erroneamente a Agamémnon, datada em
localidades célebres da época homérica. Os verdade do século XVI a.C.), os punhais de
palacios micénicos retinem patios com tauxia e nigelo, as grandes vasilhas rituais
porticos, propileus, dependéncias de servico, zoonlorficas (ritones), a profusdo de jéias nas
e siio rodeados de cémodos verossimilmente sepulturas reais e aristocrdticas. E as
reservados a dignitdrios com cargos politicos finissimas ceramicas nas quais é evidente a
e militares; completam o panorama troca do naturalismo cretense por uma
arquitetonico poderosas muralhas em estilizacao racionalista.

104
Can “
e
eee
ee
ee
ee
ee
ee eee
ee
ee ae

nem sempre 104-105 Este célebre testemunho do forte


104 esquerda Este 104 abaixo direita
Ee

organicas. Também afresco do século influxo exercido pela


(dolo feminino de Um ttpico exemplar XIII a.C., achado em pintura min6ica sobre
da ceramica pintada a forma do vaso
Ne

terracota pintada, apresenta uma Micenas e conservado a micénica apods a


procedente de Micenas micénica é este vaso no Museu Nacional conquista aquéia de
do século XIII a.C., elegdncia superior
e conservado no a funcionalidade, de Atenas, representa Creta: admiremos as
Museu Arqueologico um pertodo em que 0 uma jovem linhas fluidas, os
estilo naturalista indubitavelmente
de Nafplion, apresenta limitada pela presenca esplendidamente brilhantes cromatismos
0 tipico esquema “do tipico dos paldctos vestida. E um ea finura dos detalhes
tende a simplificacoes de pouco praticas asas
que reza” com 0s dados pelo pintor.
e esquematizacoes
pequenas no colo. extraordindrio
bracos levantados.

105
eee
e
re = a3

ie ne Fhe Hes
We 4, ur ie aa wf
o ie rv

106 acima 106 centro Da Tumba 106 abaixo


Este precioso diadema V do mesmo Circulo Menos conhecida
de lamina de ouro funerdrio é também que a chamada
decorada com flores este cofrezinho de mascara funerdrta de
estilizadas procede da apreciada madeira e Agamémnon é esta
Tumba II do Circulo revestido de lamina de estilizada mdscara de
funerdrio “A” de ouro decorada em ouro da Tumba IV do
Micenas, encontrado repuxado com motivos Circulo funerdrio “A”
por Schliemann, e data naturalistas. de Micenas, datada do
do século XVI a.C. século XVI a.C.

106
a

107 A famosa Seu interesse arttstico


mascara funerdria de é excepcional pelo
Agamémnon” testemunho que oferece
pertence, na realidade, da concep¢éao artistica
fum principe micénico micénica da figura
que viveu ao menos humana, caracterizada
irés séculos antes que o por um naturalismo
Comandante tornado simplificado, no qual o
célebre pelos poemas rosto do defunto é
homéricos, e foi achada caracterizado de forma
numa sepultura do superficial (a barba
Circulo funerdrio “A” para a idade avancada,
enas
Micac)
deXVI (sé
século os olhos fechados no
sono da morte).

107
A EXPLOSAO DO 108 acima Total
me Hte
decorada em estilo
ABSTRACIONISMO Reomeétrico
é estq
GEOMETRICO cratera dticg
datada do
fi
nal do seculo
LX ac
e bem tipica até do
ponto de Vista forma]

A crise dos séculos XII e XI a.C. marcou o


lento esgotamento da civilizacao arttstica
micénica. Por volta do século II a.C., nao s6
a Atica e outras dreas nao tocadas pela
invasao dérica (Jénia, as Ciclades, Eubéia),
mas também as doricizadas Argélida,
Lacénia e Creta, viram o timido intcio de
uma recuperacao econdmica e demogréfica
que implicou a uniao de nticleos sociais em
embriondrios centros “proto-urbanos”, uma =

primeira tentativa de substituicao do modelo


do “paldcio-cidade” pelo da futura polis, a
cidade-estado. No terreno arttstico, as
oficinas de ceramica helénicas introduzem
umas formas mais
funcionais de vasilhas e

aecanl

ie
SS
Tay
: eet ee 7 ————— .
3 —

NE en
AR heh ERAN Cn uma nova linguagem decorativa que desde o 108 centro
sein
principio se caracteriza por uma radical Da produciio
Y 7 Hy x geomeétrica tardia de
diferenca com respeito aos naturalistas

iE J
bo ae i a /
Corinto (ultimo quarto
i
fot
f i
mindico e micénico. Com extraordindrio do século VIII a.C.)
DM senso de equilibrio compositivo, os tiveram ampla difusto
kotylai e skyphoi,
(a ) ) Dr ey np ceramistas utilizam feixes sinuosos de
A Gi me lm | Wane linhas, circulos e semictrculos concéntricos;
jarras de servir usadas
em banquetes.
estamos no inicio do chamado periodo
“geomeétrico” (séculos X-VIII a.C.), 108 abaixo Na
primeira metade do
caracterizado pela aplicagado de uma
século VIII a.C., os
decoracao “abstrata”, cada vez mais refinada ceramistas gregos
e articulada, da ceramica, baseada em introduzem,
elementos e figuras da geometria linear e especialmente em
aphRE NMEA Biya ETON Atenas e na Eubéia,
ao
Pa

RUAN
| a . oF | LS
plana, combinados de acordo com um gosto motivos figurativos na
rigoroso da simetria, mas com notabilfssima complexa trama de
habilidade na criacao de variantes. decoracées geomeétricas
que realcam as vasilhas
A arte “geométrica” nasce como reflexo de produzidas por eles:
uma nova mentalidade e de uma nova sito freqiientes as certi
atitude do homem diante da natureza, que ja de cardter funerano,
alusivas ao destino e 40
nao € vista como um untiverso que se deve
uso principal de muttas
j a, i AR RA
An representar, mas como uma realidade infinita destas vasilhas,
Abe SNe
BERRY: RE e complexa a partir da qual se pode colocadas ritualmente
oe 4
; ——
=a F eT
reconhecer a esséncia e as leis ordenadoras nos enxovals
funerdrios das pessoas
‘ raat

™ rl

are
k,

4 ee
SS NAW iyi Ve internas, sem se deixar atrair pela variedade de certo nivel social,
como demonstra esta
+

de suas formas aparentes, circunstanciais e


E = oe iG i

r Le r

constantemente varidveis. cena de exposigao do


caddver e de .
A recuperacao econdémica e demografica da lamentagoes finebres,
Grécia prossegue lenta mas constantemente de acordo com uma
difundida en"
ao longo de todo o século IX a.C., e explode tradicao
toda a regio
no VIII. As modestas aglomeragoes do século mediterranea.
anterior tendem a desaparecer para deixar
lugar a um unico centro dominante ou
108
199 Aot ra-primada como sinal funerario
ania geométrica é sobre uma sepul tura
cer nde anford do feminina: é perfeita a
Sirk (760-750 a.C.), organicidade de sua
rs ais de um metroe decoracao, e sintética a
representacao do luto eel eee eis. ES
meio de altura e
= SS
fiinebre.
col oeada originalmente
oA T =S

_ quando gravitam numerosas numa area an —


=
J
— a co nc en tr ar a co mu ni da de num
limita da
fnico lugar, escolhido por sua preeminéncia
ou sua posicao topogrdfica oportuna: é o
fendmeno do “sinecismo”, que vé o
nascimento das pOleis. Infelizmente nao
possutmos muitos dados a partir dos quais
fiaJ
=

reconstruir a disposicao de grandes centros 3


como Atenas, Esparta e Corinto, porque a eee
pluriestratificagao eliminou grande parte SS
dos vestigios. Melhor foi a sorte de Esmirna,
Erétria e Cnosso. Sua arquitetura se
caracterizava por certa pobreza de material
e de solucées. De alicerces de pedra e paredes
de tijolo cru sobre um arcabouco de madeira
é feita grande parte dos edificios, que vao
do tipo tardo-micénico do mégaron
a novas exploracdes arquiteténicas,
com poucos cOmodos quadrados ou r Ph eet ;

retangulares. Simplicidade de formas


: - ‘i | eh , wa
. 1 ihe
|
A 4
r] 4 I ae
mk
: Hl = 7 1 A HL ha "7
a
: r
| F r ‘elie ‘e i : i ' A ea a ae
ih
i.

e pobreza de material caracterizam


tip : + Ih ' 4 a
‘ 5 + . 1 1 hI
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4 M.
i a + heer = At
eitei. EC ua “bs wy ‘ies
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BF EPR
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t {fo 7
il 4 y fe ‘ Pa o> in] ] t

MTT
aa

também os templos e santuarios,


| . = et . .
a ¥
. ie a a , t Litas ee f hs
ta a Cee ee ee eel 1 ' |

a = s 7 Pa a i) tae
: a

cuja difusdo é testemunho da atencao


dedicada 2 promogao do culto a
divindade, amitide em localidades
ligadas a uma antiga presenca
micénica ou pertencente aos “herois”
do mito celebrado nos poemas homéricos
ou na épica local. Os lugares de culto
sao destinatdrios também de preciosas
ofertas votivas, especialmente tripodes de
bronze nos quais aparecem estilizadissimos
e elegantes modelos de cavalos ou
decoracées geométricas bem coordenadas. :
ee ee

As producées ceramicas do geométrico esos | | STS


ee

médio e tardio privilegiam sempre as linhas rae Ser


Ee
SE

retas, combinadas em formas infinitas,


enquanto alguns audazes inovadores
introduzem, na primeira metade do século
VIII a.C., espacos “metdpalos”, nos quais
inserem cenas animadas de figuras humanas
extremamente estilizadas ou minusculos
adornos zoomérficos. Em fins do século
VIII a.C., as producées dticas denotam um
completo rompimento da organicidade dos
esquemas geométricos, em prol de presenca
ais marcada da figura humana e de temas
€picos e mitolégicos. A “desordem” relativa
qe caracteriza as decoracoes das imponentes
crateras e das grandes anforas é testemunho
4a vontade de superar a abstragao.
109
O FENOMENO
ORIENTALIZANTE
NA ARTE GREGA

110 esquerda acima 110 direita Esta


Esta pequena oinochoe modelada
oinochoe com em cabeca de grifo
decoracées de animats, — iconografia de
que se ressente do derivacao meridional —
horror vacui tipico data da primeira
da época, é um metade do século VII
exemplo da rica a.C, Obra-prima de
produgao figurativa estilo orientalizante,
de Corinto no século procede de Protej
Vil ac. (ilhas Ciclades).

A enorme afluéncia de produtos fenicios, gregos e etruscos viajam produtos


artisticos orientais ao Ocidente, arttsticos e de luxo que satisfazem as cada
do segundo quarto do século VIII ao vez maiores necessidades da aristocracia
ultimo quarto do VII a.C., provoca a difusao dominante na regiao mediterranea,
de uma nova linguagem artistica, fascinada pela preciosidade, riqueza
iconogrdfica e, em parte, ideolégica. decorativa e fantasia da arte oriental.
O fendémeno abarca todo o Mediterraneo, De fato, esta viltima parece inovadora com
do Levante, cada vez mais marcado pela relacio aos austeros canones do estilo
hegemonia assiria e pela decadéncia das geomeétrico grego, etrusco-vilanoviano ou
poténcias egipcia e hitita, ao Ocidente ibérico, e por sua elevada qualidade é
110 esquerda abaixo caracterizado, apos o longo paréntese do tomada como modelo. Com a chegada ao
Uma pequena vasilha chamado “Medievo Helénico”, pelo Ocidente de objetos de excepcional mérito
para unguentos
cortntia do final do colonialismo grego e fentcio e pelo artistico, como os belos servigos de mesa ae
pertodo orientalizante renascimento do comércio em larga escala, metais preciosos talhados, ou 0s caldeiros de
é este gracioso mas a Grécia em particular se mostra bronze da Siria setentrional e do Urartu, -
alabastron,
profundamente interessada. Por isso joias, os marfins, todas essas “cu riosidades
inteiramente
decorado com a definimos o século VII a.C. como o da arte exdticas eram exibidas como mostra de
sinuosa figura do “orientalizante”. prestigio econdmico e de poder, porque é falo
demonio Tifon e com Ja no século VIII a.C., a Grécia e suas mais que essas mercadorias chegavam come
figuras de animais que selavam aliancas comercials
cobertas de verniz antigas colénias ocidentais descobrem a presentes
negro e com toques civilizacao artistica oriental, do Egito entre aristocratas ocidentats que tinham °
primarios
vermelhos e detalhes faradnico em decadéncia a Mesopotamia, controle de importantes recursos
desenhados. Siria e Anatélia. Pelas rotas mercantis de ai s so br et ud o) e os di st an te s g6ci0s
(met

2
prientais ou §Tegos dos quais adquiriam
produtos acabados. E éxttos menos
pspetacl lares, mas nao menos importantes,
viram a aplicagao do enorme repertorio
jconografico figurativo e naturalista oriental
a
a producao do artesanato arttstico. Ess
influéncia geral aa arte e, podertamos dizer,
do “gosto da vida” orientais se exerce sobre
um Ocidente que ainda estava despertando.
AGrécia, porém, primeira realidade
politicamente evoluida e culturalmente bem
definida na hora de sofrer a influéncia
levantina, soube apropriar-se do patriménio
ideol6gico, cultural e formal vindo do lestee 111 A producéo de
veelabord-lo: rapidamente, incisivamente ede °Stt!0 corintio antigo
ertence, por seu lado
modo autonomo: : test
test
e emunhanando este Pesta grande cratera
processo, aparece acima de tudoaproducao _com asas de pequenas
ceramica. A explosdo da poténcia comercial ©olunas, da qual
sa odemos ver os dois
corintia, , que chegava a todas as
9 $ P partes com P .
lados: acima, 0 que
produtos ceramicos de qualidade refinada,é — mostrao banquete de
a maior prova de que o Mediterraneo nao foi Hercules e urito;
territorio exclusivo dos fentcios, mas foi, por abaixo, 0 que mostra
uma cena comum de
assim dizer, dividido em dreas de influéncia combate enters
“naio-fechadas”; e ndo se deve esquecer a hoplitas.
importancia do feedback, que leva por
si | exemplo Cartago a imitar amplamente
ST I re preg re Eo) formas e decoracgoes cerémicas helénicas
‘dos modelos originais para ld importados.
Em todo o caso, a mescla de formas e
motivos iconogrdficos, tanto em produtos
ep

gregos como em orientais, é difusa neste


pertodo. Desde o intcio do século VII, a
acolhida da nova linguagem temadtica e
iconogrdfica é um fato, ainda que com
diferencas substanciats de uma drea pra
, outra. Em regides como a Atica, nas
}) quais as velhas aristocracias defendem as
©) tradicdes junto com os privilégios, uma
ge

sombra do antigo estilo geomeétrico resiste


4 PF ] mais tempo que o fantasioso e livre dos
ne

©; modelos orientais. O estilo orientalizante,


em qualquer caso, desenvolve-se em todos os
ee

lados sem renunciar ao esptrito


7

fundamentalmente racionalista nem ao


ees

senso de organicidade das formas adquiridos


Se

na era geomeétrica: o fantdstico repertorio de


i ee i ee

animais ex6ticos e criaturas monstruosas,


de desfiles e cacadas reais, de stmbolos e de
on

pura ornamentacao é logo reelaborado na


busca de um intimo equilibrio, quase uma
sintese entre forma e conteudo, como ndo
ocorre no Levante. Por exemplo, as formas
ee

cerimicas mantém e refinam as


O

caractertsticas de funcionalidade e
ee eee

praticidade, enquanto temas e decoracoes


ee

sfio novamente propostos de forma


ee

auté6noma; o fantasioso dos esquemas fica


ee eee

mais bem vinculado & ordem compositiva; a


mediocridade repetitiva ou o “naturalismo
ee eee

111
ee
eee
112 esquerda Datada T12 direita Uma nao-realista” da arte oriental deixavam
de meados do século espléndida e terrivel lugar para a busca da organicidade formal e
VII a.C., esta lamina cabeca de grifo
de bronze repuxada e decorava junto com da intensidade expressiva; dd-se um pouco
gravada com 0 outras uma tripode de menos de importancia aos simbolos e mais
assassinato de bronze importada por as auténticas idéias, e nado por acaso
Cassandra por Delfos de Urartu na
Clitemnestra procede nasce neste mesmo século a filosofia,
primeira metade do
do Heraion de Argos. século VII a.C. precisamente nos centros gregos
e oferecida como mais em contato com o Oriente, ou
dom a Apolo. seja, nas colénias da Jénia asiatica.

, “ a Wy
r fi: e
ri Br , Oa
4 rk :
, a ke i

pa ee

— a P “a
; i ap *

C24 D Oo 3 #a a ee

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Sic oa ee at
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Pe
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eee
hy ; =
hey
Sl
eee
Pt a
i
om care hs
a

Os efeitos dessa reelaboragao sao muito


=,

evidentes no excepcional patriménio


ty
Se
-

ceramico de produgéo corintia, a que pocemos


a
le
r
In

acrescentar os greco-orientais e proto-aticos.


Uma classe de objetos em que é bem clara a
eae SST

diferenciagao dos artistas ocidentais com


relacdo aos orientais é a dos grandes caldeiros
smss

e tripodes: trata-se de grandes recipientes


tip wed SeteR thee

hemisféricos de bronze ou de metats


preciosos, destinados, até 0 século 1X a.C.,
segundo uma tradicdo micénica, sobretudo a0
luxo dos banquetes aristocrdticos, e, a partir
do século VIII, cada vez mais
Sp AA ye.

fregiientemente, depositados nos lugares (le


culto como dons votivos a divindades e
herdis. Sua difusio reflete o progresso da
técnica metaltirgica ocidental gracas as
1 contribuicdes médio-orientais dos séculos
-. VIII e VI a.C., especialmente na area sirl0-
hitita e do Urartu (Turquia oriental).
J
O nascimento da grande escultura na
ee

Grécia é fruto também da relagao com ©


Pat

.
=|

Oriente, da qual deriva o gosto das imagen


imponentes, rigidas e em candnica posi¢ae
frontal. O distanciamento grego dos
te
113 esquerda Es e
d
aplique em forma
e r e i a a l a d a p e r t encia
s
a um caldeiro
a
orientalizante feito n
com
Grécia e ofertado
rto
ox-voto ao santua
dos
de Olimpia em mea
do século VII a.C.

ire pe

2 — a -

ee |
a
i |

SESS
1

ry

eT

.ed ee

modelos egipcios e mesopotamiicos é porém


muito evidente quase em seguida, tanto
neles como na pequena plastica em bronze 113 direita acima
(com sua versdo “pobre” em terracota): a A obra-prima do estilo
ae

rodio oriental izante é


frontalidade jd nado expressa a sujeic¢ao
(teu.

a célebre oinoche
; hu mana a presenca do divv1ino, mas se reduz évy, datada de cerca
i Pe

sim ple s esq uem a de com odi dad e que 0s _— de 640 a.C. e
a um
fi ca r em in te ir am en te dec orada
ah

escultores se apress ar ao a mo di
com uma seqiiéncia de
de um ma io r rea lis mo. Um ves tig io oa s desenhos
beneficio finissimo
Pete

com fileiras de cabras A A!


dessa busca é 0 maior cuidado nas
seluagens e eas
proporcoes que caracteriza as estatuas sae
completada COM ETSde
gregas. Au ténoma é, em contrapartida, a série de decoracées 4
lal ‘ a animais e geomeétricas i
elaboracdo arquiteténica dos gregos, Como
de extremada
hs

demonstra a arquitetura dos templos, ainda


iu

etal
=
hd

Imaginagao.
ee eae

Pe
ee

Ba

al gumas
err

até nel a
rs

que se ja m ap re ci dv ei s
os

ge

113 direita abaixo


an

conexdes com o Oriente. Por exemplo, 0


be
aT
a

i
—we

a
ee ee

O esplendor da arte
=

uturas de
revestimento decorativo das estr
oe

ree a
é
oe

orientalizante se
id

madeira com elementos de terracot“ee. a


my

© mbem wis a<h


at 3
neOIE
CHC TEa ta
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ee

a edificios
policromada dé ag vivacidade . aos nesta lamina de ouro
Se

scem decorada com métopas


monumentais. E neste pertodo que na
ee *

a que enquadram alguns


as ordens arquitetonicas dérica e jOnica,
ee

o do exemplar tat rido


ra es do nut
estrutura e, acima de tudo, a concepA¢a repertorio fantastico
ee eee

pel 40 passo que comeca


oriental, achada no
emp O Qrego,
ee

santudrio de Apolo
aparecer, mais intensa e articulada, a
os. em Delfos.
dimensdo monumental dos santudri
ee
ee
Qe
fee
a

113
e
A ARTE ARCAICA No século VI a.C., 0 Oriente é presa dos Se jd nos séculos IX e VIII a.c.
algumas
grandes impérios, 0 asstrio primeiro e o persa pdleis revelavam uma racional
idade
depois, e a supremacia cultural e artistica distributiva dos espacos urba
nos e de suas
levantina no Ocidente se esgota, fungoes, no final do VIII, enquanto 0 Oriente
“fossilizada” em modelos que nao tiveram nem sequer suscita o problema da
fortuna e uma vez desencadeado o fendmeno urbanistica, realidades coloniais como
orientalizante. A Grécia se transforma Metaponto, Mégara Hibléia, Posidénig
rapidamente na realidade dominante no (Pzestum) e Selinunte aparecem como
plano cultural: de fato, no século VI a.C. os auténticos canteiros da planificagao
gregos rivalizam com a competéncia fenicia sistematica da cidade e de seu territ6rio
sobre
no plano econdmico e comercial e superam a eixos ortogonais. As zonas sao del ineadas
relativa sujeicao artistica nos com base em tipologias funcionais, mas com
enfrentamentos com o Levante. A mudanga um olho voltado também para as valéncias

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114-115 O friso norte (a pele de leao nos nao é sé de gosto: a definicao e a consolidacao arttsticas, como atesta a busca de pontos
do Tesouro dos sifnos ombros de Hércules, a dos caracteres culturais, ja claramente legtveis notdveis do territério para a construgao dos
em Delfos (c. 525 couraca com a cabeca
nas manifestacoes da politica e da literatura templos, intramuros e extramuros. Na Grécia
a.C.) é, como se disse, de Medusa para
decorado com a Atena); os outros em fins do século VII a.C., determina também propriamente dita, o tumultuoso crescimento
Gigantomaquia, a uniformizados em sua o renascimento de uma expressao artistica das grandes cidades-estados entre 0s séculos
obra-prima de um irreconhecibilidade, aut6noma, na qual os produtos logo invadem IX e VIII a.C. atrasou, em contrapartida, a
mestre jOnico tardo- metidos em pesadas
os mercados mediterraneos. A partir deste elaboracao de qualquer plano regulador.
arcaico. Aprecie-se 0 couracas e elmos,
equilibrio entre luzes e amalgama informe do momento, a cultura grega se transforma no Atenas, por exemplo, conheceu um, muito
sombras na furiosa Mal; finalmente, a elemento de referéncia de todo o mundo limitado, na época da tirania (c. 560-510
batalha entre os busca de expressar 0 ocidental: seu éxito se deve a capacidade de a.C.). As tiranias presenteiam também 4
deuses e os gigantes movimento e a
rebelados contra o seu profundidade espacial fazer evoluir constantemente as formas coletividade com numerosos edificios e obras
poder e contra a ordem através da exploracao expressivas — num didlogo interno e com o de arte nos principais santudrios pan-
perfeita das coisas, os dos planos e da exterior nao-grego —, na teoria e na prdtica, no helénicos, quando ndo se langam, além do
corpos graduacao das de monu ment ais com plexos
abstrato da projetualidade e na concregao das mais, a reali zacéo
dramaticamente espessuras, que
contrapostos, uns demonstram um proprias criagdes cotidianas. A evolucao da religiosos: o fendmeno é particularmenté
tal, com
reconheciveis por um estudo indagador da tipologia urbana é sintomatica da diferenca vistvel na Grécia asidtica e egeu-orien"
atributo tipico do deus terceira dimensao. o refinamento da ordem arqui tetOn icej énica e
suscitada com relacao aos modelos levantinos.

114
sua aplicacéo em formas grandios
as, como o Apolo Pitio é emblemdtico. Quanto aos
terceiro templo de Hera em Samos
eo de lugares sagrados, ndo existem regras
Artemisa em Efeso. Paralelamen te, na
s urbantsticas, mas rege a intocabilidade de
colonias ocidentais, os arquitetos desenv
olvem tudo quanto, no correr do tempo, encontra
a ordem dérica com variantes originais,
lugar dentro do témenos reservado ao deus.
geralmente mescladas com a grandiosidade e a Aqui confluem e se defrontam as
busca de uma simples harmonia de
experiéncias arquitetonicas de toda a Grécia,
propor¢oes, captando amitide elementos do € aqui se experimentam mais livremente que
estilo j6nico e das tradicées locais. Os em outros lugares as inovacdes: um exemplo
santudrios sao de notdvel interesse neste importante é o espléndido thesaurds de
pertodo, pela “sagrada desordem” que Sifnos —o friso continuo que decora seus
caracteriza seu ordenamento. O caso de lados constitui o ponto mais sublime da
Delfos e de seu célebre santudrio oracular de escultura j6nica arcaica. O valor do termo

ees i pia ody . us


a

a
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ee re me
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115 acima A mais 115 abaixo rigida conven¢ao


antiga estdtua O espléndido kouros da frontalidade dos
equestre grega é 0 moschophoros (570- kouroi arcaicos e
célebre “Cavaleiro 560 a.C.), a mais aponta para um maior
Rampin”, que talvez antiga estatua de nivel de definigao na
represente um filho de grandes dimensoes representagao
Psistrato, tirano achada na acrépole de anatémica.
ateniense (550 a.C.). Atenas, dedicada a Originalmente os
Trata-se de um deusa protetora da olhos eram de um
espléndido exemplar cidade por um certo material brilhante.
da escultura jonica Rombos, representa Deve-se apreciar
arcaica em madrmore um homem que leva também o espléndido
ciclddico: a delicada nos ombros uma efeito de transparéncia
plasticidade dos ovelha como dom do leve traje ritual
membros, o rosto com sacrifical. E uma obra com que o jovem esta
0 “sorriso” arcaico € 0 que tende a romper a vestido.
pescoco do cavalo
estado literalmente
embebidos de luz.

115
“arcatsmo”, que designa a arte grega do 116 acima
Esta estdtua
século V a.C. e indica o aspecto antigo
fragmentaria
(archaios) com relacao ao século posterior, da acrépole
no qual os antigos jd reconheciam 0 ponto de Atenas
de chegada do caminho para a perfeicao, representa
ficard particularmente claro se uma Esfinge
com o tipico
analisarmos a escultura deste pertodo em aspecto de leoa
fins do século V a.C. e considerarmos seu _alada e rosto de
distanciamento radical com relacao aos mulher, e é datada
do terceiro quarto
arquétipos orientalizantes. Os artistas da século Viel
escolhem freqiientemente, como base da Os caracteres arcaicos
‘i
=. a iP

sua busca conceitual e estilistico-formal, $40 muito evidentes no


feitio do rosto, sulcado
= Tl

as areas consagradas a esta ou aquela


por um “sorriso”, e na
divindade, sejam acrépoles ou santudrios, talha um pouco dura
mas também as necr6poles, que revestem dos olhos e dos cabelos
o cardter de “sacrérios da morte” nos que caem sobre os
ombros, feita com
quais nobres e notdveis perpetuam sua ondulacoes planas e
lembranca. repetitivas.

ee
ape
116 centro A arquitetura arcaica dos templos, além do

a
oe
Z
Do importante templo mais, é enriquecida com frontoes esculpidos em
arcaico de Termos, na
que domina o mito, grande metdfora religiosa —

ata
e
Etélia, procede uma

=
série muito daquele universo do Ser de que falam, em
interessante de termos muito mais racionais, os filosofos. A
antefixas de ceramica imagem humana em tamanho natural, que
policromadas: esta é de
meados do século VI
entrou na arte grega no século VIla.C.,tem
a.C., e representa a suas formas elaboradas durante todooséculo
cabeca de sorriso seguinte: inicialmente estdticas e timidas,de
sarcdstico de um mulheres jovens (k6rai) e homens jovens
satiro, uma das
criaturas semiferinas (kotiroi), passam a representacoes ideais por
do cortejo dionisiaco, seu naturalismo, organicidade, harmonia e
aqui transformada beleza. As estdtuas arcaicas, no entanto, acham- —
numa imagem
grotesca de grande
se longe da definigdo de aspectos contingentes
intensidade individuais, seja no plano fisiondmico, seja no
expressiva. psicolégico. Nada da idade real, da condica@o
socioecondmica, da hist6ria pessoal se refleteno
rosto e nos membros dos diversos sujeitos. Nao —
ajudam em nada as convengées figurativas, que—
querem os kotroi completamente nus, em
116 abaixo A obra-
a Lol oe as, ax, ¢xaltacdo da perfeicao do ser, a a
prima da ceramica filosoficamente entendido como unt é
dtica da primeira um dos ultimos
metade do século VI exemplares da insepardvel do vistvel e do invistvel, do | a
a.C. €o célebre vaso escultura dtica arcatca taterial e do abstrato, enquanto as koral
“Francés”, assinado estao envoltas em elegantes trajes locais.
pelo ceramista Teaplandewe 00 4
a ae

No interessava aos artistas, aos


‘a

=
r

Ergotimo e pelo pintor marmore branco


Cléitias em cerca de insular, enriquecido destinatirios e ao ptiblico de tais criagoes S° =
570 a.C.: é uma pela policromia de sua Me tratava de aristocratas . jovens ou menos :
grande cratera com
a Tet) a.
BY jovens, homens de negocio, atletas, guerrel1os, | a
<
Sleea belnens com
asas em voluta achada médicos, politicos, sacerdotisas ou sacerdotes: =
numa tumba de motivos florais,
rec iam aos deu ses e 4 me m oria eterna a
Chiusi (Etruria) e pulseira). As formas, todos ofe
decorada com cenas de sabiamente reveladas e imagem fixada no esplendor da juven tude, a
a

ocultas nas dobras de |


conteuido épico e
gueda natural,
dimenséo ideal e expressdo maxima daquels
mitolégico, num total o o mor tal . Na est atu ari a vo ll i
de 270 figuras e 121 absorvem a luz gracas de que é reflex
a, os pri mei ros kou rol apa rec em ean
inscricoes. a ténues mudancas de ner dri
plano. qua se “en ges sad os” , enq uan to as ; a
pesados,
lad as a cil ind ros dos qua ts s¢ ocu ‘-
sao ass imi

116
Yj Vids
*
LL
a ae ee
Oe
4 ae ad
"y ot eee ie ee re ee:
118 acima esquerda
Esta célebre kylix, obra
do grande Exéquias
(540-530 a.C.), se
refere ao mito do rapto
de Diontso pelos piratas
e a transformacao
destes em delfins.

118 acima direita


Esta cratera de figuras

it
vermelhas com asas
em voluta, dofinal do
a
século VI a.C.,
apresenta em seu colo
uma ampla faixa
decorada com o combate
entre Heitor e Aquiles.

118-119 Esta faixa da


base de um kouros do
Pireu (510 a.C.) mostra
dois jovens sentados que
incitam um cao eum
gato seguros por uma
correia a se atacarem.
aUAse qualquer forma natural. Por volta
stn insular e asitica, que se
exalta na fascinante do mito e da épica gregos. Os
pee aC. se torna mais intensa a busca de sensibilidade pelas luzes ¢
pelas delicadas mestres do estilo de figuras negras sao Clitias,
i aes ideal e ao mesmo tempo real: o passagens dos planos que a
centuam a natural que assina com o ceramista E rgotimo o famoso
ee anatomico se aprofunda, a plasticidade agilidade das figuras mascul in
as e a graca da s “vaso Francés”, Lido, o pintor de Amiasis,
melhora, as dobras se suavizam, belas k6rai; uma dtica, que tent
a ousadas Exéquias. No entanto, em menos de meio
is alusdes a um movimento ao sinteses entre as duas anteri
ores, século suas obras-primas se vero flanqueadas
menos “Iatente”; s0 os rostos permanecem contemplando os excessos e exal
tando os pelas dos primeiros mestres da nova técnica de
bloqueados na inefavel inexpressividade meéritos até os extraordindrios exit
os do inicio figuras vermelhas, que permite uma maior
propria do tempo, o chamado “sorriso do século V a.C. No terreno ceramogr
afico, liberdade expressiva: o primeiro entre eles,
arcaico”. Em fins do século, a delicadeza de em meados do século comeca lentam
ente o Eufrénio, que rivaliza com muitos outros.
Kouroi e kérai chega ao limite: prepara-se a declinio da ceramica corintia, enquanto se Junto aos grandes nomes, move-se 0 fenédmeno
superacao das convencdes em uso, que se difundem nos mercados mediterraneo os artesao-industrial de uma producao macica de
s
produz em Egina, nas esculturas dos frontoes produtos de numerosos centros. qualidade média e baixa, dirigida a um
do templo dérico de Atena Alfaia, no inicio do E 0 momento da explosdo das exportacées de publico vastissimo; mas em muitas destas
século V a.C. Cuimplices desta evolugao sao as ceramica dtica com figuras em todo o mundo vasilhas estd presente um reflexo das modas e
correntes locais, que a critica tende a antigo, especialmente na Etriiria: as oficinas dos vértices criativos tocados pelos “grandes”.
veconhecer de forma cada vez mais flutuante e do bairro Ceriimico de Atenas, onde Nao é facil dizer se se trata de arte ou de
interativa: uma dorico-peloponésica, que trabalham quase em simbiose ceramistas e artesanato: o que parece certo é que a
busca volumetrias sélidas, claros-escuros pintores, passam do repertério animalista de relevancia destas atividades tem resposta num
vigorosos e sentido de massa; uma jOnica, tradicao orientalizante ao inesgotdvel e mercado de dimensoes colossais.

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120 Teve sede feminina com A evolugao da arte grega na Primeirg


A ERA DO ESTILO SEVERO
em Egina uma capacete (uma metade do século V a.C. coincide com
(500-450 A.C.) importante escola de Atena?), datada do
a do pensamento filoséfico e de OUutras 3
escultores da qual fot século V a.C. e muito
possivel identificar parecida com alguns expressoes culturais ea alimenta, en
quanto ‘
algumas obras. Da acrolitos achados na o helenismo enfrenta vitoriosamente
as 7|
ilha também procede Grécia e na Itdlia agressoes persa, etrusca e piini
esta bela cabeca meridional.
: continua renovacao da aricede ik a
se acha sobretudo a intensa busca a
conduzida, ja desde meados do século
V1 a.C., pelos principais expoentes das
“escolas” filos6ficas nascidas em toda q
Hélade, da Jonia 4 Magna Grécia, No 3
terreno artistico, este senso unitério dg
realidade se reflete na recusa de sua |
representatividade sob a forma de esquemas—
ou convengéoes. Ao contrério, os artistas
gregos buscam tenazmente a expressiio ;
ideal e perfeita do Ser: 0 impulso é parag
elaboragao de uma forma artistica em gue 4
a realidade apareca na plenitude do
4 a

| a

significado intenso e o expresse 4


coerentemente, para além dos limites
espaco-temporais do viver cotidianoeda
nossa percepcao sensivel. Aparece, assim,
na primeira metade do séculoVa.C.,0
conceito de Belo como expressdo de uma
beleza interior, portadora de elevados
valores espirituais e moras que se
traduzem num aspecto exterior igualmente —
belo. E a perfeita harmonia das formase
dos valores manifesta aos olhos de todos a
unidade do Ser, uno, eterno, imenso,
dinamico e multiforme, como sustentam os
maiores fildsofos da época, Parménides de
Elea e Herdclito de Efeso. Os escritores
antigos definiram como “severa” a
primeira metade desta fase evolutiva da
arte grega, correspondente a primeira
metade do século V a.C., que pretende
sublinhar a austera composi¢ao e 0 q
controlado equiltbrio das criagGes artisticas
no caminho da harmonia e da perfeicao. 3
A primeira metade do século V a.C. se
caracteriza por uma febril atividade
arquitetonica em todo o mundo grego.

121 Esta Endémao, e 0 jovert


personificacao do rio principe licio Pélope,
Cladeu fazia parte do do qual derivara 0 -
frontio oriental do
Templo de Zeus em A forte tor¢ae do =
busto re fl et e m u s l o
Olimpia: como que
despertado de um sono bemanaturezd gt 4
profundo, ele se vira liquida do espirito
para o centro da cena, rio, que mistura ei s
onde é iminente a dguas com as do Aalea
corrida de carros entre na verde planicie :
o cruel rei de Pisa, Olimpia.
Da Sicilia a Campéania, da Atica as Cfelg 4
122 esquerda
O célebre Auriga de a monumentalizacao da cidade vqj @ par ts
Delfos, obra-prima da sua expansao demogrdfica, mas ngo «e e
escultura severa,
registram variagoes sign ificativas
pertencia ao tesouro com
votivo do tirano respeito aos modelos consolidados apes a
Polizelo de Gela, busca vivaz do século anterior. Realmente
vencedor da corrida de inovador é€ apenas 0 poderoso templo de
carros nos Jogos
Piticos de 478 a.C. Zeus Olimpico, no santuario pan-helénico
de Olintpia, onde os Jogos que se realizan,
122 direita A bela cada quatro anos em honra do deus
cabeca de bronze do
Apolo “Chatsworth”, adquirem enorme tmportancia e se
achada em Chipre e transformam em ocasiao de didlogo politico:
datada de fato, durante sua realizacao se proclamg
aproximadamente de
460 a.C., quando a
uma trégua sacra com a intencao de
ilha se encontrava sob favorecer a solucdo pacifica dos conflitos
o dominio ateniense, gracas a inspiragao de Zeus. No edificio ha
expressa uma severa
um reflexo do gigantismo dos templos
compostura
protoclassica. O olhar jOnicos, ja experimentado pelos arquitetos
era realcado com olhos sicilianos nas sdbrias formas da ordem
de pasta vitrea. dorica entre 530 e 480 4.C. A
renovacao abarca, porém, especialmente
m elemento até entao descuidado na
Grécia propriamente dita: a urbanistica.
Hipédamo de Mileto codifica os critérios
reguladores das dreas urbanas, cada vez
mais populosas e complexas nas funcoes e
nas necessidades, imprimindo-lhes
racionalidade. As cidades sao planificadas a
Takk
e

partir de um sistema de eixos ortogonais, e


situadas em dreas definidas por sua fungao e
utilidade, adaptando-se a viabilidade, os
sistemas defensivos e a colocacao dos
nucleos administrativos, religiosos e
a
ee

econdmico-comerciais a natureza do terreno.


ied
—oe ee
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it
ge

ae
:
a

Le
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ara
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123 Esta estatua a


as

bronze de Zeus ou
ee

Postdon, concentrad
NN aha

enquanto lan¢a seus


Te

raios ou o tridente
(470-460 a.C.), fo.
a

encontrada WO VLE,

no promontorio at
Artemiusio (Eubeia),
=
oR

razao por que Nao se


Pia
re
oe

pode indicar set


oa
a
r
ih

contexto original nem


si

sua funcao (votiva,


cultural ou outra).
O instavel equiltbrio
dinamico do corpo,
estudado num todo
harménico e pujante,
baseava-se numa A posicao do deus no dinamicas que
animavam o Efebo de
ill

estrutura cruzaaa, espaco denota uma


gue Policleto utihizaria vontade de superagao Cricio ou o Auriga de
a

amitide em suas obras: definitiva da visao Delfos: nisto e na


aa

consiste na oposi¢ao tinica frontal, propria extraordinaria


entre os membros da estatudria do século qualidade da defini¢ao
teesa ag oa Ah

submetidos a esforco e anterior e jd influida anatomica reside a sua


os membros relaxados. pelas sutis inquietudes importancia.
jum iiafa INE fe

122
aa
124 O célebre Efebo de O esquemia, que receberd o nome de
“hipodamico”, deve muito &
Critio, soberbo experimen tacao
mdrmore satdo do dos dots séculos precedentes nas colénias da
estudio de Critio e
Nesiotes em Atenas Magna Grecia, e encontrard plena expressgo
por volta de 480 a.C., na estrutura de Mileto, do Pireu e da
éa primeira estdtua de colénia de Turto, na Apiilia. Muito mais
jovem que supera o
relevante e articulado se apresente o
esquema rigido dos
kouroi arcaicos, desenvolvimento da arte figurativa.
rompendo as regras da O frontdo oriental de Egina marca o
simetria artificiosa da nascimento de uma nova expressao formal,
era arcaica em prol da
expressao de um distante das “formulas” convencionais do
movimento latente, de século VI a.C. Pouco depois (480-470 a.C.),
uma inquieta 10 estudio ateniense de Critio e Nesiotes,
instabilidade
ponderdvel, de umia nasceram obras-primas como o célebre
sutil tensdo interior. “Efebo” e do grupo dos “Tiranos”. A
bronzistica da época alcang¢a apices de
125 Os germes da
notavel ntvel no Peloponeso, onde florescem
revolucado severa na
escultura sao as “escolas” de Argos e Stcion, e na Magna
reconheciveis na bela Grécia (especialmente em Tarento). Na Italia
cabeca do grande
helenizada, os tiranos rivalizam com as mais
Guerreiro agonizant
do frontao leste do
prosperas cidades da mae patria no
templo de Atena Afaia entbelezamento dos grandes santudrios pan-
em Egina, identificad helénicos com o oferecimento de obras de
por alguns com
arte de altissimo valor. Um exemplo dissoé
Laomedonte. Podem
se destacar alguns
ot ee oy
o célebre grupo do “Auriga”, doado pelo
detalhes piste Ole i ius tirano Polizelo de Gela a Delfos. Os
OS labios S(
diferentes destinos das obras de arte
entreabrem ansiosos
as pomulos Sé
constituem, amitide, a base das diferencas
leva Wan AMON sual estilisticas, como demonstram algumas
o rosto se franze com categorias de produtos do artesanato
leves rHRaS dt
artistico magno-grego. Pensemos nos
sofrimento, Agu
aparece @ mais pinakes (“quadros”), metopas de terra
auténtica, dalorosa cozida utilizadas em Lécria como ex-voto em
condarcao Me MTOM 4
honra de Deméter e Core (Perséfone). Nelas,
heroi agonizant
fa a | i aa; , tage como na coropldstica contemporanea de
muitas colonias ocidentais, ainda é forte 4
Siniiial id ld ii tt a

persisténcia das formas jénicas tardo-


arcaicas. De qualquer modo, é sempre a
grande estatudria o que marca as etapas da
busca artistica na escultura. O Zeus (ou
Postdon) de bronze do promontorio
Artemtsio, representado no ato de langar
raios ou um tridente, assinalaa
cio da
“descoberta” do movimento e a supera
visdo frontal do corpo humano no espago 05 0
. encontram
Na me| sma diretr iz evolutiva,
mestre de Olimpia, 0 escultor andnimo 40s
nto es e das mét opa s do gra t idioso templo
fro
126-127 Duas das
de Zeus. A capacidade de realizar ag
proprias figuras imponentes
mais admiraveis org
obras-primas da arte estaticas, ora em agitado movimento,
grega sao os famosos =
ad es * une-se a — realmente extraordindrig —
bronzes que
representam dois x de infundir-lhes uma sutil e poderosa
guerreiros ou dois inquietude psicologica, a mesma que
reis, achados em encontranios na dimensao literdria dos
Riace, na Calabria,
€ conservados no
mtitos de que sao protagonistas ou co-
Museu Nacional de protagonistas.
Reggio Calabria. O nivel expresstvo maximo da arte
O debate sobre sua severa € alcancado em meados do
pertenca a uma século
oferenda e sobre a por dots escultores de altissimo nivel:
mao do artista — Miron, autor do célebre “Discébolo”,
cerftamente um
no qual o movimento do corpo parece
grandissimo artista —
que os fundiu nao | sintetizar esse “devir” universal de que
chegou a nenhuma Bed fala Herdclito, e sobretudo o genial
solucao. No que, sim, Policleto. Este fot o primeiro a elaborar
hd concordancia é a
excepcional qualidade teoricamente e aplicar um modelo de
artistica das duas perfeigao ideal a figura humana, e para
estafuas e sua datacao isto se apoiou em regras matemAatico-
entre 460 e 450 a.C.
geométricas deduzidas da filosofia
pitagorica. Sua organizacao numa
norma rigorosa, 0 chamado Canon, que
foi também o primero tratado de teoria
artistica da historia, encontrou plena
aplicagdo na obra mais famosa de
Policleto, o “Dortforo”. E tambémé
interessante a cada vez mais acentuada
relacdo entre escultura e pintura: as
conquistas de uma se refletem na outra,
como atestam tanto as fontes como os
testemunhos artisticos. Um raro
testemunho que pode dar uma idéia de
como era a grande pintura mural grega,
que — junto com a de cavalete — teve
extraordindrio éxito por séculos, provem
da Magna Grécia. Sob um provavel
influxo ritual etrusco, mas em pleno
estilo severo helénico, um pintor
andnimo realizou em Posidénia, por
volta de 480 a.C., um ciclo de afrescos
sobre as lajes de uma sepultura,
a tumba do Mergulhador.
128 O espléndido
tratamento anatoniico
do Bronze de Riace
“A™, o mais novo dos
dois, sobressai nesta
visao posterior de trés
guartos, na qual se
mostra perfeita a
coordenacao entre o
ritmo “cruzado”
membros eo dos
poderosos muis

129 Na visao frontal


integral podem-se
apreciar ainda melhor
as delicadezas
estilfsticas e os foques
de vivo realismo
conferidos aos
a
Bronzes de Riace por
eee

seu escultor andnimo:


ath steemeeha

os rostos, dotados de
basta barba e espessa
cabeleira, sao
oe

realcados pelos olhos


de marfim e pasta
vitrea; os dentes séio
de prata; os ldbios e os
mamilos, de cobre; as
armas originalmente
empunhadas, também
de prata.
O PERIODO CLASSICO
(450-400 A.C.)

A segunda metade do século V a.C. se literatura dos séculos V e IV a.C. e sua


caracteriza pela hegemonia cultural excelsa classe. O termo “cldssico”, porem,
definitiva de Atenas no mundo grego: as foi utilizado impropriamente para
expressoes artisticas regionais se u 1 ificam construir, sem prescup actos cientificos
na busca teérica e formal de arquitetos, adequados, o mito de uma “idade de ouro”
escultores, pintores, ceramistas dticos, da cultura e da arte. O Humanismo do
chegando a plena transposicao artistica século XV eo Renascimento do XV1
das visoes universais dos gregos. Os geraram correntes “classicistas”
artifices deste resultado foram um homem inspiradas pelo imenso patriménio de
polttico, Péricles, e um grande arquiteto- vestigios arquiteténicos e artisticos de grega em termos ao menos . |
urbanista-artista, Fidias, os quais Roma, que tinha sido a herdeira universal intencionalmente mais cientificos, :
realizaram em Atenas o que foi da Grécia antiga. Em meados do século O Neoclassicismo, no entanto, um a
ere Ie definido por alguns XVIII, o espirito racionalista do movimento nascido em contraposicao I
historiadc iiss da arte Bee como “a Iluminismo alimentou — em parte gracas inraciongnande ie Bae do. sécl | et
go entusiasmo pelas descobertas
arqueolégicas, a moda dos itinerdrios
Pl| loge he eee A na Itdlia, na Grécia
enaa Asia Menor, e colecionacao de
iaades —uma redlescoberta. ae arte > arte
130 esquerda 130 direita Outra 131 Uma forca serena
O famoso Doriforo de copia romana, desta € quase desprendida é
Policleto, a obra que se vez achada em Delos e liberada no gesto
considerava que devia conservada em Atenas, perfeito do Discébolo
encarnar a idéia em si ilustra a graca do gesto de Miron (c. 450
do Cénon elaborado de Diadtuimeno, um a.C.), aqui em sua
pelo grande artista do jovem atleta retratado mais célebre copia da
Peloponeso por volta de no momento em que era romana, soberbo
450 a.C., chegou-nos cinge @ cabeca a tainia exemplo da descoberta
somente através de do vencedor, da possibilidade de
cépias da época romana, considerado uma das representar a
a mats bela entre as obras mais fascinantes harmonia dinadmica
colegdes do Museu do grande Policleto, e do corpo humano
Nacional de Néapoles. datado de 420 a.C. HO e€spaeo.

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enriquecer-se com experiéncias Por outro
florescimento e uma “morte ” (recuperanao de seu valor hierdrquico, pode ser utilizado
lado s6 posstveis viajando anos q fio.
com isto um conceito ja usado pelos exclusivamente por comodidade, para pode compreende plen N
ao Se
romanos). O “classicismo” foi, em definir a linguagem conceptual e formal da r amente 0 e Spirito dg
arte deste pertodo sem le
esséncia, elevado a paradigma absoluto da arte grega entre meados do século V eo var em conta o
arte e da cultura ocidentais. Os escritos do ‘iltimo terco do IV a.C., como vimos ja surgementa da especulagao filoséfica
expoente mdximo do neoclassicismo com respeito aos termos “arcaico” ¢ “fisica”, que encontrou em Anaxégoras de
artistico, o prussiano J. ]. Winckelmann, “severo”. O fulcro da definitiva conclusao Clazdémenas e Democrito de Abderg dois
influenciaram artistas que jd admiravam a do processo de busca artistica iniciado em pontos de referéncia; Zenao de Eléiq
grandeza do antigo, como G. Piranesi, e séculos anteriores fot Atenas, que sucessor de Parménides, mantém vivO, er
jovens entusiastas como A. R. Mengs, conquistou um papel hegemOnico na contrapartida, o interesse pela concepeao
B. Thorvaldsen e A. Canova; tiveram, além cultura grega, da filosofia as letras, da arte unitaria do Ser, como demonstra aq atengiio
do mais, uma lon guissima credibilidade e a ciéncia. De fato, sob Péricles e seus que obtém ainda no século a
ferminaram por criar um mito ainda mais sucessores, Atenas pode ser considerada a IV a.C.; aparecem, por fim, 0s primeiros a
duradouro, que as vezes influencia ainda capital cultural do helenismo. Para ela “profissionais do saber”, os sofistas, que ve=
hoje as atitudes criticas e o gosto do convergem os maiores fildsofos, cientistas e afirmavam com uma dialética e
publico. S6 este tiltimo século restituiu artistas da época, e para eles deixar seus poderosa a centralidade do homem os | = BS

_ lentamente no perfil da arte antiga o centros de origem significava buscar a universo sensivel e sua educabilidade, a
Nea Aree
eet Bem do pene: €0 senso critico devidos. consagragao e 0 sucesso, disputar uma
cae Contra eles se lancaraa contr pers figuitn
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sofistas, cua idéia serd tomada e cidade arcaica, caracterizada por uma
ocidental. Péricles quis traduzir
olv ida por seu dis cip ulo Pla tdo, com “desordem” urbantstica sé a trecho
hy tesenv s integralmente, numa linguagem
resultados | fundamentais para todo o modificada pelas intervencoes dos
arquitet6nica e artistica adequada, a
tal.
desenvolvimento do pensamento ociden Pisistrdtidas, mas a reconstru¢ao s6 pode identidade e os valores politicos, éticos,

O motor de toda a vitalidade cultural receber este nome sob Cimon e Péricles. religiosos e culturais do livre povo
5 ateniense foi, em todo o caso, a Com 0 primeiro se iniciou a sistematizacao ateniense, e exaltd-los ante 0 mundo de
| disponibilidade economica do Estado e dos monumental da dgora e se projetou a uma forma sem precedente nem
4. cidadaos, dos quaiso Estado era a plena construgao de um grande templo dedicado semelhante. Essa vontade parece ter sido
¥ expressho politica: com ela cresciam a Atena Parteno (virgem) na acropole, em fruto — para além das contestagoes poltticas
também a inteligéncia, o gostoe a substituigao ao arcaico, restaurado do de uma aguerrida minoria — de uma
consciéncia de participar de uma melhor modo possivel apés as Guerras consciéncia comum a todos os atenienses,
extraordindria experiéncia histérica. Em Persas. S6 gracas a Péricles, porém, em cujo centro estava a idéia de sociedade
Atenas, portanto, a “burguesia” ante “primeiro cidadao” de Atenas — como o como eguilibrio harmonico entre
_ Titteram se transformou na destinatdria de definiu Tuctdides — individualidade e coletividade, entre
lak imensa producao artistica, e homem de visao politica e cultural publico e privado. O plano comegou a ser
i - cont pardvel a da burguesia européia dos excepcionalmente ampla, foram objeto a posto em pratica em 449 a.C., ano da paz
ag sécu los XIIIe XIV ou do XIX erm diante.
Rs,
_ cidade e a acrépole do primeiro grande definitiva com os persas, e redundou numa
Em A nas, 0 eu
|
poe de ooo aC ns ihe 8 Ea, eronuéticn série de realizacoes importantes na agora,
nos bairros residenciais, no Pireu (onde o

4
a i

es Leis
urbanista foi Hipé6damo de Mileto), com de seu umbral; de representar
melhores ferramentas de viabilidade total; plenamente os conceitos
mas foi a acrépole a principal destinatdria através de formas a que
da atencao de Péricles. No entanto, a esta nao escapa nenhum
cidade tao florescente faltava um centro significado. A fusao
monumental que se transformasse em seu de genialidade
simbolo tangivel. Péricles promoveu entao projetiva e lucida
uma série de intervencies, com a racionalidade ordenadora e
coordenacao de um superintendente dos executiva alcanca no Partenon seu
trabalhos de excepcional capacidade momento mais alto, mas sao todas as
criativa e técnica: Fidias. relacdes espaciais e visuais entre os
Enquanto a pequena colina era revestida de grandes templos e os demais edificios 0 que
uma fortaleza com elegantes bastites dé a sensacao de uma harmonia estudada
marmoreos, o templo de Atena Parteno, ainda que natural. As atividades
mais conhecido como Partenon, inconcluso construtoras monumentais se
até 460 a.C., foi projetado maior e mais belo multiplicaram em Atenas e no restante da
por Ictino e Calicrates, que aplicaram Atica, como demonstram o templo de
refinados cdlculos matemAaticos e basearam Hefesto na dgora, o de Postdon no cabo
o conjunto na harmonia das proporcoes. Stinio, o de Némesis em Ramnunte e as
Caltcrates ocupou-se também do pequeno intervencdes no santudrio de Artemisa
templo j6nico de Atena Niké: Mneésicles fez Braurénia, mas a fama dos artistas da
0s novos propileus com um grandioso acrépole logo transpés os limites regionais.
acesso ao recinto sagrado da deusa. Pouco
depois foram construidos na acrépole
alguns pequenos lugares de culto dedicados
a diversas divindades e, obra de Filocles, o
templo original de Postdon, conhecido como
Erectéion. A monumentalizacao da
acr6pole foi rdpida, mas nao o suficiente
para que Péricles pudesse vé-la
terminada: quando ele morreu, $0 0
Partenon e os Propileus estavam
concluidos. Através dos refinados
projetos coordenados pelo génio
de Fidias e supervisionados por
Péricles, com a contribuicao de um
grupo de notdveis personalidades
artisticas, nasceu a grande arte
dtica “cldssica”: nela se realizou a
tentativa de experimentar a perfeita
unidade e a suprema beleza do
vistvel e do invistvel: de captar o
equilibrio constantemente dinamico
aia

e muddvel da realidade, a aprecidvel


através dos sentidos e a que fica alem

134 esquerda 134 direita Esta copia


Na bela copia romana romana da estatua da
conservada em Amazona ferida de
Munique da Etrene e Policleto, fetta pelo
Pluto (personificagao artista em 440 ay
da Paz e da Riqueza mostra o ritmo
uma
como mae e filho), resplandecente de
u r a f e m i n i n a f l extvel
obra do pai de fig stida.
Praxtteles (374 a.C.), e sensualmente ve
Cefisédoto; véem-se
ainda reflexos da
linguagem de Fidtas.

134
a

ictino, apos 0 projeto ea O SaReG da Presenca conjunta


de escultores
jedicado 40 culto dos istérios em pintor
7 eutas,
ceramistas, tor
Eléusis: fot chamado com Caras a0 es Seema
do ientire
Our

naie-emen yore
S nas mesmas obras, Ou
peloponeso para modernizar o templo de
Apolo Epicuro em Vasses, na Arcddia, ais evolutdos e
enquanto Fidias, apos a gigantesca Atena exigentes, A segunda metade do
século foi

pars a pinta,tes acco


parteno crisoelefan Hina para a cela do
partenon, fez também o enorme Zeus | , GAS quais s6 possuimos
olfmpico para a cela do templo hom6nimo testemunhos em vasilhas aticas de figuras
de Ol im pi a. O art ist a do mi na nt e foi vermelhas. A atencao a modelagem
Fidias, em cujas obras as rigorosas realista dos temas foi cada vez mais viva,
medidas introduzidas por Policleto se como se deduz da informacao de que
enriqueceram com uma extraordindria Anaxdgoras e Demécrito escreveram
variedade de linhas e de ritmos de grande tratados de teoria da perspectiva,
vealismo. Foram para Atenas a fim de antecipando-se em dezoito séculos ds
medir-se com Fidias grandes nomes como conquistas de Filippo Brunelleschi.
Miron, Policleto e Crésilas, mas também De Anaxégoras foi discipulo, com
foi importante a “escola” de artistas Agatarco, o préprio Fidias, que se
nascida em torno das obras do Partenon: dedicou com sucesso também a pintura
entre eles, devemos citar Alcamenes, é que, na concepcao das métopas do
Agordcrito e Caltmaco, cujas obras Partenon, revela uma visdo “pictérica”
apontam para direcoes de desenvolvimento do espaco entre arquitraves, enquanto a
diferentes da matriz de Fidias. A Democrito se referem Apolodoro, Zéuxis
concorréncia de Efeso (c. 440 a.C.) e Parrdsio. O uso das linhas de
constitui um importante testemunho da perspectiva, do escor¢o, do sombreado
estimulante rivalidade artistica entre os e dos toques que davam volume e
————— a a

grandes escultores da época e nos permite dinamismo as figuras se encontra em


confrontar — ainda que tao-somente algumas obras-primas da ceramica atica
através das cépias da época romana — as de entdo. Paralelamente a introdugao de
estdtuas de amazonas feridas feitas por um maior senso pldstico e prospectivo
Crésilas, Policleto e Fidias. Um reflexo na pintura das vasilhas, deu-se a
evidente e duradouro da arte de Fidias inclusdo de elementos pictéricos na
pode ser encontrado também na bela escultura: acima de tudo, a importancia
producdo dtica de estelas funerdrias que adquire a linha como elemento
esculpidas de meados do século V ao final decorativo, como demonstram as
do século IV a.C., mas é 0 forte nexo entre roupagens prediletas de Calimaco
as tendéncias da escultura e da pintura o mas jd introduzidas por Fidias
que testemunha a unidade do processo e presentes em Agoracrito,
artistico grego. A mutua influéncia entre a velificadas e flutuantes de
escultura e a pintura em Atenas mostra-se forma independente das linhas
mats claramente na segunda metade do estruturais essenciais das
século V a.C., testemunho de uma figuras, ou a levissima graca
mudanca nas relacées entre os artistas, de da Niké de Peénio, consagrada
uma maior atengao reciproca as buscas de por messénios e naupactenses
cada um dos campos envolvidos: tratava-se no santudrio de Olimpia.

135 Em 450 a.C., a interpretacao de direito acabeca,


cidade jénica de Efeso Crésilas apresenta enquanto 0 rosto tral
realizou ym concurso
uma bela mulher cujo seu sofrimento. A bela
Para uma estdtua de
tradicional aspecto veste molhada e a pose
ronze de uma
rebelde se sustenta na do espléndido corpo
Amazonas ferida.
convencao dos se10s indicam, segundo
articiparam Crésilas descobertos e nos alguns criticos, uma
ager admiramos ao cabelos curtos € tentativa de superacae
‘ a obra numa nao repartidos com do equiltbrio “drvino
Milo feliz copia da madeixas onduladas. da arte de Fidias. ,
ap romana), Fidias, A jovem, debilitada O concurso, de acordo BNE Tees |
com as crénicas, fot | SRZo S
icleto € 0 pouco pelo ferimento, leva aon
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Conhecido Frédmon. A cansadamente o braco


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A ARTE DA CRISE
(400-338 A.C.)

A Guerra do Peloponeso, com suas


numerosas vitimas, com a escassez de
alimentos, com as epidemias, com a |
desagregacao social e com a crise |
econdmica provocada por trinta anos de
hostilidades, pode ser assinalada como a
matriz historica da mudanca da visio
existencial do homem grego. A psicologia
coletiva jd nao parece capaz de tomar do
l6gos o sentido da unidade de um universo
que a violéncia e o sono da razao
desagregam e negam. Por esse motivo, na
cultura e na arte, podemos definir o século
IV a.C. como o século do individualismo e
do irracional. O termo mais comumente
usado para definir o universo interior e
existencial para o qual se volta o homem,
fascinado por sua natureza complexa e
contraditoria, o pathos, vale algo mais
que o nosso genérico “sentimento”: sua
derivacao de pascho (“eu sofro”) indica a
condicao de passividade, de ineludivel
sujeicao do homem ao “mistério” do
proprio sentir irracional, seja positivo ou
negativo. Encontramos uma comparagao
da fuga para o irracional, para o abstrato,
para o metaftsico, para o absoluto, no
desenvolvimento da filosofia: o éxito da
dialética socrdtica corresponde ao declinio
da softstica e de seu monologar com as
otimistas e um pouco paternalistas
tentativas diddtico-formativas, jd de per si
espelhos do individualismo egolatrico
ascendente no esptrito grego — 0 sofista era
uma espécie de guru que vendia
conhecimento. A obra monumental de
Platéo, que suscita uma ruptura entre 0
humano e o divino e postula um Absoluto
que liberte dos “erros”, resolve-se na dura
critica da imperfeicao humana e propoe,
por exemplo na teoria politica, um modelo
imposstvel em que se mesclam 0
“nacional-comunismo” espartano,
fragmentos da numerologia mistica de
Pitdgoras e a inquietante figura do
“demiurgo”, 0 qual — revelando para a
desorientada massa dos homens 0
“caminho” ea “verdade” — se impoe
, 7 a
jl a

136 O auténtico sobre o braco esquerdo. 3

simbolo de Olimpia é A obra —sem diwvida —


este grupo marmoreo excelente —é
com Hermes tentando controversamente Ss Praxiteles

Adi t s e r i
atrair com um cacho
‘ l a
atribuida ao grande —_carvesyonden 7
de uvas (hoje perdido
junto com o braco Praxteles xp ar ir de
direito) a atencado de um
pequeno, bochechudo e
ja vivacissimo Dioniso
menino, acomodado

necessariamente como guia, anulando


qualquer outra vontade. Sera pois
Aristoteles quem tracara com concrecao
modelos praticdveis no plano ético,
politico e cientifico, embora da filosofta
apareca agora definitivamente extirpada
toda e qualquer reflexao sobre o Ser, de
cuja integridade participam todos os
aspectos. Quanto a religiao, os dramas
vividos na fase do “otimismo maximo da
razio” puseram o homem diante de sua
propria solidao: os deuses jd nao aparecem | |
como a trangiiilizadora e logica protecao
sobre-humana da perfeicao do ser, mas —
espelhos da fragilidade de tudo ante o 14) of he ge

Destino — transformam-se em
destinatdrios de homenagens rituais e de
supersticoes fidetstas ou terrores
desconfiados. Na literatura teatral, €
sobretudo Menandro quem testemunha
Antiguidade
i " an

esta involucdo do homem. A pélis do


=
Ph

re fat so2 re
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século IV a.C. reflete as preocupagoes dos =


=a
LE i
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fildsofos, politicos e urbanistas de


A ‘ '

+ e ae

determinar uma relacao harmonica com 0


ambiente e com as articuladas exigéncias
econdmicas, sociais e culturais da
comunidade e dos indivtduos.
Buscam-se modelos teéricos universais e
“cientificos”, como se depreende dos
escritos de Hipocrates, que sublinha a
necessidade da salubridade, e de Platao,
com importantes consideragoes
sobre o que hoje chamariamos “impacto
ambiental”; para nao falar de Aristételes,
que, através de um minuctioso ae
conhecimento das diversas experiéncias
urbanas helénicas, teoriza um modelo
urbanistico que funde a experiencia
hipodamica com o inteligente empirismo”
- *

das realidades coloniais e um 3


funcionamento que ainda hoje valeria a
pena seguir. Interessantes exemplos da
evolucdo da forma urbana no século em
questao procedem de Olinto, cuya
refundacao colonial comporta uma
aplicacao substancial do modelo
hipodamico com algumas variantes
sea,
secundum naturam soli, ou
ee” ei : 7
- ee beg.
he
separ nny
p t ando a planta a conformacao platénicas, tecidas em busca do “Belo”
ada € interior de sentimentos, pulses, emocées,
ic a e ed af ol og ic a do lu ga r. At é a de uma nao mais bem definida “verdade”.
altimétr 0 que assinala a cada vez mais profunda e
Epirota Cassope, nascida do sinecismo de Exemplos interessantes também pela
dolorosa distancia entre o humano eo
m gis centros rurais de uma regiao em estreita relacdo entre estrutura e decoraci
io divino: € 0 pathos o que domina as
vigoroso crescimento, se impoe pela escult6rica sao o Tolos de Epidauro e o de maravilhosas criacdes de Praxtteles,
originalidade de algumas solucdes Delfos, 0 Mausoléu de Halicarnasso ¢ 0 Escopas, Timéteo e do artesanato artistico
yrbanisticas e técnico-arquiteténicas, templo de Atena Alea em Tégea. No e cles vinculado, como o das
enquanto a jonica Pirene, numa posi¢ao segundo em particular, a funcdo de tumba tremendamente melancélicas estelas
espetacular sobre o vale do Meandro, adota caracteres de tal monumentalidade, funerdrias dticas. Esses artistas seguem
anuncia o nascimento de uma urbanistica que transforma a celebracao do indivtduo partindo da s6lida tradicdo de Fidias e
“cenografica” que terd grande fortuna nos em um quase culto, suscitando ecos tanto Policleto e das recentes descobertas do pés-
séculos seguintes. Na arquitetura dao-se de ilustres precedentes orientais como dos Fidias, em busca de efeitos muddvets;
novidades: no campo da edificacao mais faustosos templos da Hélade. Os tentam fixar instantes fugidios, auténtico
doméstica se codifica a forma da casa grega efeitos mais evidentes da desorientacao stmbolo do efémero da totalidade, e
sobre critérios de racionalidade e existencial do homem grego se refletem plasmam e esculpem a embriaguez e a dor,
funcionalidade, a ponto de permitir a também nas linguagens artisticas a ternura e a ira, ja sem ideats, jd sem fe; a
insercao em modulos residenciais isolados. figurativas da escultura e da pintura. Nos anos-luz daquele Platao que despreza a
Em contrapartida, além de indicar a primeiros decénios do século seguinte, arte de seus templos porque é “enganosa” e
vontade de racionalizar os contextos podemos falar de uma auténtica tendéncia fundada nas aparéncias, recolhem da
residenciais urbanos conforme as teorias dos escultores gregos a conceder espaco realidade o vazio em que “estacionam” —
emergentes, reflete-se também a conversao aos aspectos da experiéncia existencial como podertamos dizer, parafraseando
do homem grego a dimensao individualista humana, as muddveis manifestacées do Eugenio Montale — ilus6es, luzes, sombras,
de que jd se falou. A uma dimensao ainda inconsciente, do irracional universo cores que mitiguem “um terror de bébado”.
“niblica” e coletiva parece prestar-se,
como quer que seja, o edificio teatral, que
cada vez mais amiude é feito de pedra e vé
sua forma codificada no espléndido
exemplo de Epidauro, transformando-se
numa presenca constante na cidade, como
atestam os exemplos contemporaneos e
sucessivos de Dodona, Oiniadat, Pirene e
Pérgamo, para so citar alguns casos. A
diferenca é que agora se representam obras
em que o espectador pode reconhecer-se
cada vez mais como individuo e cada vez
menos como coletividade. Na arquitetura,
a linha tendencial é a dos ultimos trinta
anos do século anterior: formas elegantes,
harmonias refinadas, intricadas relacoes
proporcionais, mesclas estilisticas a
respeito das quais ndo é despropositado
falar em ecletismo, em busca de uma
suavidade, de um “pictorismo”, de uma
“forma da aparéncia” que procede
exatamente na diregdo oposta & das teorias

138 Ao génio de 139 Da obra-prima


Escopas se deve, por arquitetonica e
volta de 335-330, a escultorica de Escopas,
Ménade dancante, o templo de Atena Alea
cujas formas foram em Tégea (350 a.C.),
reconhecidas nesta procede esta bela cabeca
copia reduzida da época da deusa Higiéia, em
romana e conservada em cujo expressivo rosto
Dresden. A seguidora se reflete a tipica
de Baco é surpreendida sentimentalidade da
na desenfreada arte do século IV a.C.,
embriaguez da orgia, e mais especificamente
nO paroxistico furor de Escopas, talvez o
de seus movimentos verdadeiro inovador
retorcidos e sensuais. do pathos na arte.
OS ANOS DA HEGEMONIA
MACEDONICA, DE FILIPE II
A ALEXANDRE, O GRANDE
(359-323 A.C.)

ae
A centralidade da Macedénia na historia ==
grega da segunda metade do séculoIVaC.
teve importantes faces ocultas na evolugaoda =
arte helénica. A regido dominada pela
dinastia argéada, porém, deu a luz relevantes <5 Seas
obras de arte até o final do século VI a.C., — a eos
quando os contatos com a Grécia central e eea: Sea
meridional ainda eram modestos. O vinculo ee;
com a avancada dimensao da cidade-estado,
reforcado durante o século seguinte, —
influenciou positivamente aja fecunda— oy
criatividade dos artistas macedonios. Ais Oe ae‘cae i Se .
Pela, as opie acolheram tambem lite patos): = eae

tiltimo de uma série de conta aayquese so se |


ee

uniram a corte de Arquelau: nela ele compos ns eg |


e viu representar pela primeira vez AS a oe a :
bacantes e outras duas tragédias. O rastto
helénico na cultura macedénica, fodaie é
evidente sobretudo a partir de Filipe Il.
A admiracao e o interesse do soberano vl
cultura nascida das pdleis entre os séculos
VIl e V a.C. se concretizam no fato de ele te
confiar a educacao do herdeiro do trono,
Alexandre, ao maior filésofo de entd@oe =
disctpulo de Platao. Arist6teles. Ao cee
contrario, confirmando a nova fungao central

grega, é significativo que a partir jee


experiencia Arist6teles assente as bases re SG
dois mil anos seguintes de filosofia e ciéncia a

no Ocidente, funignae o saber humano nut ie see
conhecimento “cientifico” da realidade e eS
sua dialética intrinseca entre “materia” @ =”
“forma”, ocupando-se de todas as disciplin as 8
possiveis e analisando-lhes a essenciae@ =
modalidade, muito além das abstracoes ee:| eS
imposstveis teoremas platonicos. one ee &
Diferentemente da literaturaedo =— aes
pensamento, a arte apresenta na Macedonia 3
notéveis vinculos com a grande koiné — cS :
cultural helénica jd desde o século X: suds es
veculiares expressoes dertoam da om a f
reelaboracao local dos modelos comuns ede
importacao, seja da Grécia meridional€
egéia, seja dos contatos com 0s oe2

historia.
; se Ch

1 ae
gh ee ee at

140 . eae
2
= ies <=
e ij
F

" See
140 A obra mais
conhecida de Lisipo
segue sendo o Atleta
que se coca com uma
estrigila, chamado o
Apoxiomero, datado
de cerca de 330 a.C.
e manifesto da
revolucao compositiva
e ritmica introduzida
na estatudria pelo
retratista preferido de
Alexandre, o Grande:
0 peso do corpo do
Jovem atleta jd nao
reflete um
cruzamento, mas uma
antitese de forcas, as
fensdes nos membros
da direita eo
relaxamento nos da
esquerda, por exemplo.

141 Finalmente foi


atribuida de modo
an
* ‘ a,b inequivoco ao génio do
proprio Listpo esta
bela cépia romana de
seu Sileno com
Dioniso menino, por
muito tempo
considerado obra da
escola de Lisipo.
O esquema recupera
o inaugurado por
Cefisédoto com Eirene
e Pluto e avancado por
Praxtteles com
Hermes e Dioniso, e
evidencia a inclinacao
dos artistas tardo-
cldssicos a expressar
pathos e
sentimentalismo
traduzindo os mitos
em belas fdbulas.
142 Também a Lisipo Os séculos VI e V evidenciam, nag
se atribui outro célebre necrépoles de Hagia Parasceve e Sindos, nao
bronze, aqui numa
cépia da época romana
longe da Salonica, o refinadissimo nie da
muito aprecidvel: ourivesaria, a mais tipica manifestacao
trata-se do Hermes em artistica local, enquanto em Olinto,
repouso, que mostra 0 laborat6rio de experimentacéo urbants tica,
deu protetor dos
mercadores e dos se define com clareza a forma da casa grega,
ladrées num Com Filipe II e Alexandre, 0 Grande,
humantssimo finalmente, a Macedénia compete com os
momento de
relaxamento entre
principais centros artisticos meridionais.
uma e outra aventura, Enquanto, de fato, a disposigao da cidade
nao muito diferente de evidencia a recepcao da urbantstica
um jovem mortal,
hipoddmica em toda a regiao, os arquitetos
exceto pelo calcado
alado nos pés. locais, sob o impulso da dinastia reinante,
promovem o renascimento de um modelo
arquitetonico esquecido pela civilizacao das
poleis, o paldcio, sede material e ideolégica
do poder mondrquico: no palacio real de
Aigai encontramos, de fato, a grandiosidade
e a espetacularidade sempre necessarias h
exaltacao do poder, mas também uma eficaz
sintese da vontade racional ordenadora dos
progressistas, cujos reflexos se podem
Sa
ee
a al
perceber também nas estruturas publicas e
privadas urbanas do mesmo pertodo. Perto
do moderno povoado de Vergina,
achou-se recentemente a necrépole
real de Aigat, na qual se identificou
a suntuosa sepultura de Filipe II,
expressao maxima de uma tipologia
arquitetonica funerdria que conta
com 70 exemplares andlogos no
triangulo Edessa, Salénica e Caterint:
trata-se de estruturas unicamerais ou
bicamerais que apresentam novidades
absolutas como a abobada de canhdao, as
pinturas murais externas e a assimilagao da
sepultura monumental num auténtico
templo pequeno em que se mesclam
harmonicamente decoracoes
arquitetonicas, esculturas e
pinturas, elementos
Ja a

doricos e jOnicos, acentuando o gosto


eclético e pitoresco do século. Os
espléndidos objetos do rico corredor de
Filipe II deixam-nos aténitos pela beleza e
pela “modernidade” das decoracdes
repuxadas sobre grossas laminas de ouro e
pela finura das cominagoes figurativas e
ornamentais. E da época de Alexandre, o
Grande, que devemos datar a obra-prima
da toréutica macedé6nica, a cratera de
bronze de Derventi, na gual a forca do mito
cldssico se traduz na excelente graca de
uma fdbula antiga e sedutora, deixando a
irracionalidade do sentir humano todo o
campo que havia sido dominado pelo logos.
Durante todo o século IV a.C., de Arquelau
a Alexandre, o Grande, permanecem ativos
na Macedonia também os mais importantes
pintores da época, Zéuxis e Apeles: das
perdidas criagdes do primeiro,
caracterizadas por um vivo realismo, e do
segundo, plenamente enraizadas no 143 O magnifico
espirito visiondrio e sentimental da arte do Efebo de bronze
século, podem-se perceber os reflexos nos resgatado do mar
em Anticitera, uma
belos mosaicos policromados de seixos pequena ilha entre
fluviais que adornam alguns edificios de Citera e Creta,
Pela. A personalidade artistica mais constitui uma versao
mais rica e “barroca”
relevante na corte dos Argéadas no século do sentimental
IV a.C. foi a do grande escultor Lisipo, que classicismo em voga
em Pela e em outros importantes centros na segunda metade
apds seu nome a obras que figuram entre as do século IV a.C.;
representava, segundo
mais celebradas da Antiguidade. Seu estilo, uma sensata hipdtese
ainda que conhecido quase exclustvamente de Fuchs, Perseu
através de cépias da era romana, soube segurando a cabeca
decapitada de Medusa
conjugar a busca do pathos e da celebragao decapitada. A figura
“heréica” da humanidade com as medidas apresenta uma
harménicas policléticas, deixando evidentes acentuada sinuosidade
na pose e “rompe” o
vestigios nas criacdes de seus proprios espaco circundante
contempordaneos, como Sil@nion. A imagem com o braco direito
de Alexandre, o Grande, criada por Listpo estendido para a
frente. O olhar,
transformou-se, aps a prematura morte do intenso, segue a linha
imperador, no primeiro “tcone laico” do do brago com uma
mundo ocidental, o arquétipo do homem- expressao carregada
her6éi, do semideus mortal em que a de pathos.
vontade eo sentimento, a graca divinae a
razao encontram um equilibrio precario,
antes que o Destino devore tudo.

143
A ARTE HELENISTICA

O termo “helenismo” designa o pertodo 144-145 direita Famosg


ao ponto de criar um
historico e cultural compreendido entre a auténtico mito arttstico
morte de Alexandre, o Grande (323 a.C.) e por si mesma e por sey
a conquista romana do Egito (31 a.C.), 0 fascinio, a Afrodite de
mais longo entre os reinos surgidos do Milo, hoje no Louvre,
foi esculpida na
desmembramento do império macedénico, segunda mietade do
e sintetiza o alcance da helenizacao século II a.C. por um
promovida pelo filho de Filipe II nos grande artista,
provavelmente um
territérios conquistados na Africa e no grego continental muito
Oriente. E foi cunhado no segundo quarto impregnado da
do século XIX pelo historiador alemao linguagem estiltstica e
J. G. Droysen, que viu naquele espaco de dos esquemas
compositivos do melhor
tempo a fase da difusao, absor¢ao e Lisipo. Composta de
reelaboracao da lingua, da religiao, dos seis pecas de mdrmore
modelos politicos, do vestir, da cultura e da encaixadas mas
arte gregos em todas as regides alcancadas trabalhadas
separadamente, hoje
pelo expansionismo maced6nico. Num estd despojada dos
sentido histé6rico-artistico, o termo indica a bracos, que deviam
linguagem formal deste periodo, cujos cobrir o belissimo torso
nu. Na cabeca,
reflexos se podem perceber ao menos até o milagrosamente intacta,
século II d.C., dada a enorme influéncia e nO corpo se
exercida pela cultura helentstica sobre a encontraram referéncias
arte romana. estilisticas derivadas de
Praxiteles e Lisipo, mas
Gregos e nao gregos, apos a morte de o ritmo e o movimento
Alexandre, o Grande, foram protagonistas saio mais complexos,
e portadores de uma hist6ria e de uma como se um
cultura untiversais que fez do helenismo a estremecimento partido
do pé esquerdo
sua propria teoria, l6gica e material, ligeiramente levantado
desenvolvendo uma “lingua comum”, imprimisse uma
uma koiné didlektos, um substrato que ondulacao carregada de
inguietude a toda a
pds em contato interativo diversas figura, que se da ao
tradicoes, revalorizou suas contribuicées e nosso olhar com uma
unificou os processos culturais sem sugestiva assimetria
esmagar as originais peculiaridades natural.
“regionais”, 145 abaixo esquerda
Os fundamentos da cultura, bem como os A bela Afrodite acocorada
da economia, da sociedade e da politica, do Museu de Rodes
deixaram de ser individualizados nos (c. 100 a.C.) recupera
em sua forma um pouco
arbitrdrios pressupostos da etnicidade, da encolhida um célebre
religiao e da geografia histérica, tanto modelo de Doidalses,
como nos preconceitos da superioridade de acrescentando-lhe 0
detalhe vivaz das maos
um modelo com respeito a outros ou da que agarram 0s cabelos
unidirecionalidade da difusao da cultura, para secd-los,
com a desviante distincao entre acentuando o colorismo
do claro-escuro em
“vencedores” e “vencidos”, entre redor do rosto.
civilizacoes “irradiantes” e civilizacées
“trradiadas”. Ao contrdrio, impés-se a
idéia de uma dimensfo universal da
humanidade e de sua articulacfo em
146 Esta bela cépia intensa do rosto formas peculiares: “regionalidade”, fruto particulares, abandonada a austerg
romana, datada de fins sulcado pelo tempo, 0 de uma cultura aristotelicamente unitaria essencialidade dos séculos das péleis,
do século lll a.C., a ritmo cerrado da desenvolvem formas fechadas em sj
partir de um original composicao e a busca e ao mesmo tempo multiforme. Em
de Eubilides, retrata o de um naturalismo urbanistica, conquistadas jd as enormes mesmas, nichos com mais cé6modos para o
fil6sofo estdico Crisipo, tranqiiilo e sentimental hipodamicas e suas variantes funcionais, esptrito e para o corpo, adornados com
sentado absorto, vestido remetem a uma
com um humilde manto tendéncia difundida
busca-se a espetacularidade, a cenografia, mdadgicas tapecarias de pedra — os mOsaicos,
a monumentalidade enquanto signos da pinturas murals, acessorios refinados e de
(conforme a austeridade pela cultura dtica
de vestes pregada pelos helenistica do século nova ordem politica, encarnada pelas terrivel serialidade criativa —, o artesanato
estoicos). A expresso IT a...
monarguias herdeiras do império apresenta uma formula proto-industrial,
maced6nico, iluminado até o ponto de ser enquanto algumas artes “menores”,
filopopular através do vinculo demagogico especialmente a ourtvesaria, se elevam a
entre a propria majestade “divina” e os niveis técnicos e estilisticos jamais vistos,
stiditos, tributdrios de benévolas atencoes, A formula de planta central, com patio e
afagados até o aturdimento pelo peristilo ou sem eles, irradia-se para todo o
evergetismo que transforma cidades mundo helenizado. Na escultura e na
provinciais em capitais da arte e da pintura, as “escolas” ligadas aos principais
cultura. As cidades helenisticas sao centros do fragmentado império de
imensos teatros da arquitetura, Alexandre — Pela, Atenas, Pérgamo,
ostentosamente visiveis, com suas Alexandria, Antioquia e Seléucia, Rodes -
muralhas que chegam a ser demasiado fundem a experiéncia do passado com o
amplas, o esbanjamento de espacos polimorfismo dos “gostos” de um piiblico e
destinados ao desfrute publico, os de uns destinatdrios de que se serve o
complexos monumentais e artisticos que artista sem necessidade de compartilhar a
se transformam em Maravilhas do idéia, acentuando o virtuosismo técnico, e
mundo: o Farol de Alexandria, a nada mais parece interessar além da
cidade que foi ber¢o da Biblioteca realidade, talvez o imposstvel, desde que
Universal sonhada por Borges, 0 esteja estabelecido em sua contingéncia, no
Colosso de bronze de Rodes, o altar de instante nao preenchido, no drama ou na
Zeus em Pérgamo, a oferenda da tragicomédia do existir; ou entao descritos
Vitoria da Samotrdcia. Até as casas na impalpabilidade do sonho, no sorriso de
uma fdbula, na rapidez do vdo de uma
deusa ou de uma dancarina, deusa mortal.
Assim se explica o renascimento do mito
cldssico e o desenvolvimento de uma
linguagem colorista e real na Macedénia, a
composic¢ao drida das obras produzidas em
Atenas, a “bela escrita” frivola e divertida,
dos artistas alexandrinos, o “barroco”
dramatico e sensual dos mestres copistas, 0
complicado senso da cor e do movimento
na “escola” de Rodes, as terracotas das cem
cidades e os ouros tarentinos. Assim se
explicam obras aparentemente
diversissimas, como a “Velha ébria”,
sublime monumento ao grotesco, e a Nike
da Samotrdcia. Assim se entende melhor 4
revolucao artistica dos povos ndo-helénicos
entre os séculos III e II a.C., de Roma aos
etruscos, dos ddunios das tumbas pintadas
de Arpi aos sanitas e lucanos de Numéancia
e de Sagunto as margens do Indo.
esteredtipos formais
+ 4 ym artista
co de | que o transformam
10 iden isti
tribuir numa espécie de icone
Rodes se pode a desprovido de
obra de
este retrato —
— de auténtica tensdo
yra imaginacao
o m e r o c h e g a d o ate interior. Sao os
H
ias
nos através de cop
reflexos deteriorados
o aedo do “barroquismo” que
romanas: 0 velh
afeta algumas escolas
cego, um mito eum
modelo para a cult
ura escultéricas do
grega, é representad
o, helenismo.
porém, segundo
sabedoria opoem ao no pertodo
~ 148-149 Esta bela méxinto
[ N E A cavalolado dado pelo de fervor
imagem mostra 0
RARIOS ARQUEOLOGICOS
IT
deus do ne uma dos trabalhos de
‘ angulo norocidental embelezamento
F NA ASIA MENOR do Partenon. Em seu oliveira, simboto ae
NA HELADE E
frontao estava paz e de prosperidade
s a 1 4
impulsionados pelo
sd WI ae ‘i aha

representada a cena do duradout os Taml ¢ Mt ROVE no de MOcraticg


confronto entre Atena este frontdo foi feito de Péricles Na
pelo grande Fidias Acrépole de Atenas.
e Postdon pela posse
a deusa da entre 438 e 432 a.C.,
aa Atica

ENTRE AS ANTIGAS
PEDRAS, NO AZUL
DO CEU E DO MAR
ATENAS,
A CIDADE DA DEUSA

EGINA,
A ILHA DO TEMPLO

MICENAS, A CORTE
DOS LEOES AQUEUS
EPIDAURO,
O PALCO DE ASCLEPIO

MESSINA, SOBERBA
CIDADE FORTIFICADA

OLIMPIA,
A ANTIGA CAPITAL
DA PAZ E DO ESPORTE
PELA, ESPLENDIDA
CORTE DOS MACEDONIOS
DODONA, ONDE
AS AZINHEIRAS
SUSSURRAVAM
AOS MORTAIS

DELFOS,
O UMBIGO DO MUNDO

NAXOS, O TEMPLO
SOBRE O PENHASCO

DELOS, ILHA DE DEUSES


E DE MERCADORES

LINDOS, O SANTUARIO
DE ATENAS NO
MEIO DO AZUL

SAMOS,
O BERCO DE HERA
PERGAMO,
A ACROPOLE DO VENTO
PRIENE, ONDE A
URBANISTICA SE TORNA
ESPETACULO

CNOSSO, O LABIRINTO
SEM MINOTAURO
148
7
- reese Ra li al
150-151 Uma bela 151 acima esquerda 151 acima direitg
ENTRE AS ANTIGAS PEDRAS, 150 esquerda A galeria
coberta do palacio vista do paldacio Outro importante Na imagem aparece um
NO AZUL DO CEU E DO MAR mindico de Cnosso paldcio mindico escor¢co da rampa de
micénico de Tirinto
(selo século XIII a.C.), mostra os restos, contemporaneo do de escadas que se insinug
restaurados com Cnosso foi encontrado __ entre os restos dos
que permitia rdpidos e
seguros deslocamentos gosto “ruinistico , em Festo, perto da aposentos e do paldcio
aos defensores em caso _— do acesso nortee os costa meridional de de Micenas, encontrado
diferentes ntveis do |
Creta: na foto vemos por Heinrich
de assédio, é um Schliemann, e hoje
exemplo da técnica imenso complexo a enorme escadaria
megalitica de (séculos XVH-XVI1 de acesso ao setor objeto de um incessante
“falso arco”. a.C.). sudoeste. fluxo turtstico.

E o momento de descobrir alguns dos sitios clamores da batalha na plantcie de


arqueol6gicos mais belos da Grécia antiga: Maratona, subir até as fortalezas
se outros de igual valor foram excluidos, inexpugndveis de Eléuteras e File.
isso se deve em mais de um caso a sua nao Em Cortntia bastard uma breve estada para
adequada apresentabilidade, antes que por perder-se no encanto da bata de Peracora,
falta de espaco. Ofendidos em sua dignidade rodeada dos pobres restos dos santudrios de
de testemunhos da arte e da histéria pelo Hera, e jd além do canal, na diregao do
relaxamento humano e pelas feridas do Egeu, se achard o santudrio de Posidon em
tempo, jazem reduzidos a miseras ruinas [stmia, sede dos bienais Jogos Istmicos,
na desolada espera de uma restauracao. superados somente pelos Olimpicos.
Nesta introducao, porém, desejamos Seguiremos as pegadas do didlkos, a
convidar os leitores a nao esquecer sua estrada enlousada pela qual, durante mais
importancia, a buscar o fasctnio ferido de mil anos, imensas carrocas
atravessando as paisagens soberbas e transportavam os navios do mar Egeu para
melancélicas deste mundo antigo. o Jénico, e ndo esqueceremos Corinto, nao
Na Atica, o coracdao arcaico da Grécia, pelo menos a dura subida a altissima
além dos esplendores de Atenas, pode-se acr6pole do Acrocorinto, quase a pique
descobrir o arcano santudrio dos Mistérios sobre o golfo. Também a cidade baixa antiga
em Eléusis, explorar os macicos do é rica em vestigios: entre eles, destaca-se,
Himeto, do Pentélico, do Pdrnon, do solene, a mole do templo dérico de Apolo,
Citéron, fontes do mdrmore das grandes enquanto um pouco distante da agora,
obras-primas, lugares de abelhas de fama transformada em foro monumental na
até literdria, caminhos e alcovas de época romana, segue vertendo dgua a Fonte
deidades e de musas, ou assistir ao por-do- Pirene, no amplo patio e adornada por um
sol no encanto dos restos do templo de elegante frontal arquitetonico. Mas ao sul,
Posidon no cabo Stinio. Ou, ainda, em Neméia, acham-se os restos do grande
descobrir os santudrios de Brduron, santudrio pan-helénico de Zeus, onde se
Ramnunte e Oropo, escutar no vento os realizavam outras competicoes gindsticas
bienais. Para além de Neméia, encontra-se
uma sugestiva estrada que sobe até a
verdejante drea do mttico Lago Estinfalo,
entre as alturas do Killini, cobertas de
bosques, e os prados na altura do Oligirto,
aonde os velhos ainda vao para colher o
orégano silvestre. Descermos depois para a
costa, através de frondosos vinhedos, até
alcancar, no longe do mar, Sicion, com seus
terracos, a suntuosa agora helentstica e eo
bem conservado teatro.
A Argolida nua e consumida nos oferecerd
nao somente Micenas e Epidauro, mas
também as cem pequenas rochas dos
primetros helenos — Lerna, Asine, Midea —
e as poderosas muralhas do “paldcio” de
Tirinto; no santudrio de Hera Argiva,
escutaremos Herddoto narrar a lenda de
Cléobis e Biton; e 0 caos da Argos moderna
serd o mediocre pano de fundo de seu
grandioso teatro: dezenas de filas de
150
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dos Atenienses, um sede de festivals ec

pequeno € gracioso representagoes em sua


templo dorico, distilo honra, ao modo das
in antis, adornado Festas Diontsiacas
com métopas agora atenienses.
no museu local.

Tou
assentos talhados na rocha, um “leque” de
vertiginosa vertente.
Na montanhosa Arcddia, onde Dioniso
conduzia os loucos cortejos das Bacantes,
descobriremos Orcémeno, que cinge um
teatro e rutnas importantes entre
muralhas torreadas; Mantinéia, com suas
abundantes muralhas; Tégea, onde o
grande Escopas deixou esculturas
memordveis no templo, hoje em ruinas, de
Atena Alea; Megal6polis, feroz rival de
Esparta e patria do historiador Poltbio,
cidade grandiosa em todos os aspectos, do
teatro de 20.000 lugares, dotado de palco
modvel, ao Tersilion, antepassado de todos
os Parlamentos.
A dspera Lacénia, isolada pelas altissimas
cordilheiras do Tatgeto e do Pdrnon, e
sobretudo Esparta, a grande e humilde
Esparta de Menelau, Licurgo e Leénidas,
que a rude indiferenca lacedemonia nao
quis como capital da arte. Poucas e nao
facilmente legiveis ruinas sobreviveram na
acrépole e nos arredores as destruicoes
tardo-antigas e ao saque dos edificios
modernos. Messénia possut paisagens
variadas e todas belas, recordacées de que a oculta do azul do céu, o soberbo
navegantes orientais na espléndida “Baia templo de Apolo Epicuro em Vasses,
dos Fentcios”, Phinikounta: além de assinado pelos mesmos arquitetos do
Messina, é preciso citar ao menos 0 Partenon. Girando para o norte, em Acaia,
suntuoso paldcio-fazenda de Pilos, talvez com seus alcantis interrompidos por praias
realmente o anaktoron do homérico Nestor. de seixos brancos e dsperos relevos
A Elide, em cujas vastas extensoes de costeiros cortados por vales profundos,
férteis planicies se alternam modestos
onde o pinheiro e a charneca mediterraneos
relevos, menos ao sul, onde hd dsperas se misturam em alguns pontos com
montanhas e estreitos vales, prolonga-se drvores de frutas cttricas, espirradetras e
153 centro O santudario eucaliptos, deixaremos Patras e seu
até o mar Jénico com baixas costas
153 acuma
de Asclépio em Cés,
\/ santuario dé
arenosas e amplos golfos intercalados com 6deion romano para atravessar o estreito.
NEMESIS CN no Dodecaneso, fot
Kaninunte, na Atica, erguido sobre uma lagos salobros e marismas até a foz do Em Arcandnia-Etolia, entre os preguigosos
for objeto de série de terragos Neda. Ali encontraremos as magras ruinas meandros do mitico Aqueloo, deparamos
embelezamentos pelos monumentalizados com o sugestivo e solitdrio teatro de
melhores arquitetos e entre os séculos IV de Elis, que deu nome & regiao, e ao longo
artistas da segunda e ll] a.C. da costa, perto de Hdgios Andreétas, os Oiniadai, abastecidtssimo porto cercado de
metade do século restos submersos de Féia; mais ao sul, a enormes muralhas, enquanto entre
|
Va.C.: além do 153 abaixo No
sugestiva gruta de Caiafas, em cujas aguas imensos campos de tabaco encontraremos
templo da deusa da santuario de Artemisa
sulfureas banhou suas feridas mortais 0 as ruinas do templo de Zeus e as
vinganga, abrigava em Brduron ergue-se 0
também o de Témis, portico das Ursas (as centauro Nesso. Deixada Olimpia, sera o imponentes muralhas de Estrato, a antiga
de dimensoes sacerdotisas da deusa), momento de descobrir entre as montanhas capital da regio; ao pé do Aracinto, chega-
reduzidas. criado no século V a.C. se, apés muita paciéncia, aos notdveis
de Andritsena, sob uma tensa estrutura

153
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' SECH! lo Vila.c.a MaTIP
epmoca ror partir deBis
um
1:5
modelo
oriental.

sttios de Pléuron e Nea Pléuron. Ao longo


do caminho para Delfos, pode-se fazer uma ; |
parada sob a dupla e espléndida acrépole
natural de Calidon para procurar a
lembranca dos mitos de Meleagro e seu
longo florescimento. Subindo de novo para
o coracao da Etélia, ao longo do lago
Triconides, teremos a surpresa de Termos,
com seu templo arcaico.
A Beocia, terra nobre de mitos trdgicos, de
Dioniso e das Musas, é hoje uma terra
desolada, mal agitada por leves ondulacdes;
nesta paisagem melancélica, a antiga
capital, Tebas, por breve tempo hegemonica 154-155 Em solo 155 acima Este
na Grécia, € uma pequena cidade que consagrado em tempos fragmento de estala
pouco de espetacular conserva da remotissimos, estela votiva dtica de
aparecem os restos do estilo severo mostra
Antiguidade. Certamente sao tnteressantes santudrio fortificado unt Jovem nu — um
o santudrio de Apolo Ptoo, Gla, talvez a dedicado a Postdon no atleta? — deposttando
micénica Arne, Téspias, Orcdmeno com cabo Stinio: apds a uma coroa em sua
propria cabeca.
sua espléndida tumba em tholos, destruicao pelos persas
em 490 a.C., 0 templo Datada de cerca de
Queronéia, onde terminou a independéncia foi reconstrutdo em 470 a.C., procede do
das poleis. Uma homenagem aos 300 444 a.C., muito cabo Suunto.
espartanos de Leonidas nas Termopilas, e provavelmente a cargo
do mesmo arquiteto do 155 centro Outra bela
entra-se na Tessdlia, enorme regiao de Teseion de Atenas e do imagem da ventilada e
planicies entre o Egeu eo Pindo. O Templo de Némesis ligeira pertstase do
fascinio dos célebres sitios neoltticos em Kamnunte. templo de Postdon no
cabo Stinio evidencia a
fortificados de Sesclo e Dimini e a muralha Estamos convictos de
provavel origem
nao exagerar se
‘torreada de Alo serao um excelente vidtico afirmamos que deste jOnico-insular de seu
para Volos, a antiga Iolco. Logo depots lugar cheio de projetista, atento a
surgem as ruimas de Demetriade. O sugestdo se pode valorizar os efeitos de
admirar amide um luz e sombra.
verdejante Vale de Tempe introduz a dos pores-do-sol mais
Macedénia, no sopé do Olimpo, a morada belos do mundo.
dos deuses, perenemente rodeado de
nuvens. Uma continuada variedade de
paisagens forma o fundo de um patrimonio
arqueologico excepcional: além de Pela e
155
156 abaixo Uma 156-157 Eis uma o “parlamento” da
magnifica vista se abre imagem crivel de Asso cidade. Complexos
diante da antiga no momento de seu termais, templos e
acropole de Asso, na florescimento maximo, luxuosas residéncias
Frigia (Turquia), onde entre os séculos IV eI ocupavam a praca e as
se ergue um templo a.C.: aampla agora imediacoes. Uma
dérico de Apolo bem trapezoidal, ladeada muralha grandiosa
restaurado. Ali surgiu por espléndidas stoat muito bem conservada
uma das escolas de dupla fileira de unia todo o organismo
filos6ficas mais colunas, encerrava-se urbano e a enlacava
importantes derivadas a leste com o com a acr6épole, sede
de Aristételes. buleutérto, do culto poliade.

Vergina-Ege, sao profundamente partes hd vestigios do passado mais


sugestivas as enormes rutnas de Dion e as remoto, da proto-histéria micénica a vital
de Lefcédia, imersas entre vinhas época do colonialismo e do comércio
frondosas, onde afloram espléndidas arcaicos, e @ florida e serena
tumbas principescas, como a Tumba provincializacao dos séculos romanos. No
Grande. No norte da Grécia, cabe Museu Arqueolégico de Corfu se
mencionar outras dreas arqueoloégicas, conservam, entre outros, o “Leao de
todas interessantes, ainda que nem todas Menécrates”, importante exemplar da
igualmente desfrutdveis: Edessa, Olinto, estatudria orientalizante corintia, e 0
Filipos, Tasos e Abdera, patria do fildsofo célebre frontao arcaico do templo de
Democrito. O Epiro arqueolégico nao é sé Artemisa. Em Leucas, 0 lugar mais
Dodona: lugar de insuspeitdvel forca sugestivo é 0 cabo Ducatos, um
evocativa é o Necromanteon, abaixo do espetacular esporao de alcantis brancos do
qual confluem em curto espaco os infernais qual diz a lenda que se atirou no mar a
Flegetonte, Cocito e Aqueronte. Trata-se do poetisa Safo. Entre as numerosas belezas
antigo Ordculo dos Mortos, onde os natais, a Cefalénia esconde também
peregrinos recebiam respostas dos esptritos diversas localidades de interesse
dos mortos. Um pouco mais ao sul arqueol6gico, ainda que em grande parte
encontra-se Cassope, lugar de aplicacao de dificil acesso: perdida no meio do campo
das teorias urbanisticas hipoddmicas num fica a bela acrépole rupestre micénica de
espaco limitado, num terreno acidentado e Mazaracata, ao passo que aferradas a
com um gosto precoce pela arquitetura escarpadas colinas aparecem as
cenogrdfica proto-helenistica. imponentes muralhas de Cranon, talvez o
Os tesouros arqueolégicos e naturais das centro mais importante da tetrapole
espléndidas ilhas gregas do mar J6nico e insular. Em Itaca, pdtria de Ulisses, as
do Egeu mereceriam um cruzeiro escavacoes trouxeram a luz vestigios que
intermindvel. No arquipélago jOnico, as evidenciam a importancia da ilha na época
ilhas de Corfu, Paxos, Leucas, Calamos, micénica e na geometrica.
Itaca, Cefalénia e Zante se prolongam de Entre as centenas de ilhas do mar Egeu,
norte a sul, da altura da antiga Butroto, devemos recordar Eubéia, com as
na Albania, 2 da Elide. Ao longo de suas importantes escavacoes da Erétria; (Quios,
recortadas costas de brancos alcantis com as de Emporios; Samotrdcia, onde foi
calcdrios interrompidos por pequenas achada a célebre Niké, agora no Louvre
praias de seixos, bem como seu interior (permanece a base, no interior de um
constelado de trangiiilos povoados rurais, espléndido santudrio); a bela Siros dos
de barrancos de bosques, em todas as egeus; Milo, com as escavagoes de Filacépi.
Muito querida de Asclépio, deus da
medicina, fot a ilha de Cos, espléndida encosta da colina. Num arrebatador
pérola do Egeu oriental, onde a arqueologia klimax ascendente de termas romanas,
apresenta uma de suas melhores e mais porticos helenisticos, escadarias, fontes,
atentas faces a valorizacao do patriménio altares, templos menores e um templo
antigo. Nao é possivel descrever aqui todo o corintio da época romana, chega-se ao cume
interessantissimo complexo que é a cidade do cerro, onde estao os restos do grande
romana, ou as construcdes da época templo dérico pertptero hexastilo do deus.
helenistica entremescladas, no bairro E, além da Grécia de hoje, hd a Grécia de
portudrio, com as da época romano-crista. ontem, a Grécia da Asia, a de Esmirna e
Representa a todos o santudrio de Asclépio, Mileto, de Didimo e de Efeso, das cem
em belissimo isolamento, erigido entre os cidades da didspora feliz da civilizacao
séculos IV e II a.C. sobre quatro terracos grega que, desde Agamémnon e
cenograficos artificiais escavados na Alexandre, se lancou para o Oriente.
156
A Agora
B Templo de Dioniso
C Grande Estoa
D Buleuterio
E Complexo termal

TOTO
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Aceepale de Alonas oo Be, OF
aa Hl ao distante colina

le Filop ipo, ' xalta i

MNlassa harmonica do

158 abaixo esquerda


Os deuses e os herois
de Fidias dao a
impressao de aparecer
em todos os lugares
entre os restos da
Acropole de Atenas.
ATENAS, A CIDADE |;
DA DEUSA :

A Dipilo G Pnyx
B Porta sagrada H Acropole
C Efésteion I Teatro
D Agora de Dioniso
E Estoa de Atalo J Monumento de
F Areépago Lisicrates

Atenas impée dolorosas escolhas ao de Anaxdgoras sobre a harmonia


viajante dvido de conhecer o passado da universal, das quais se acha também um
capital cultural da Antiguidade. reflexo em algumas passagens do Timeu e
Evidentemente nao se pode excluir a do Teeteto de Platdo, cerca de meio século
Acrépole, eo Partenon, simbolo da depois da construgao do templo, com
arquitetura grega, templo em que significativos cotejos em chave
estrutura e decoracdo manifestam o matemaAtica.
espirito da civilizacao helénica em seu A quase integra peristase de 8 x 17
mais alto nivel, deve ser o comeco de colunas se desenvolve sobre uma
qualquer itinerdrio arqueologico. imponente estildbata de cerca de 70 x 31
Construido no decénio 448-438 a.C. metros. Em seu interior aparece reduzida
segundo um projeto de Fidias, Ictino e ao minimo a profundidade do pronaos e
Calicrates como um classico periptero do opistédomo, em prol da arejada cela de
octdstilo de ordem dérica, foi submetido a culto, a leste, e da menor “Sala das
finos cdlculos matemdticos em cada um de Virgens” —o Partenon propriamente dito —
seus componentes estruturais e a oeste: na primeira, uma dupla ordem de
decorativos, na tentativa — plenamente colunas déricas enquadrava “a Il", a
bem-sucedida — de expressar a harmonia estdtua votiva de Atena Padrteno, obra-
proporcional que Policleto ja prima crisoelefantina de Fidias, de doze
experimentara em suas esculturas e metros de altura; na outra, que conservava
codificara: os fundamentos desta o antigo x6anon de madeira da deusa,
investigacao sao encontrados muito havia quatro colunas j6nicas. E o primeiro
provavelmente nas especulacoes filoséficas exemplo da transgressora associagao da
ordem dérica com a jonica num Unico
edificio, dali em diante pouco freqtente.
ai

A medida chave de todas as partes é um


modulo de 10 dactilos dticos (19,24cm)
que se encontra de novo em infinitos
muiltiplos regulados sobre
correspondéncias proporcionais
geométricas tanto em planta como em
elevacdo, quase como um tabuleiro de
xadrez fundamentado nas regras
pitagoricas que indicavam como
proporcoes idenis as expressas pelo
ntimero irracional j (1,618033...): por
I58 abaive direiti 159 abaixe A chamad
a exemplo, a colunata, engrossada e menos
) ritmo fluente ¢ estela dv Atenas distante que o habitual das paredes da
cer) ad di Peristase (du! pensativa eum relevo cela, apresenta, na relacao entre diametro
Partenon aparece sotivo talver ligado a
como tal gragas as uma compet igao
inferior e intereixo do intecoliinio, a
muitas correcoes esportiva: a deusa mesma proporcao de 4:9 que caracteriza
Opficas aplicadas por parece @ espera
de seu
de
também as dimensoes da estilobata e da
protegido na linha
ictino e Calicrates 2
Q) cipe e 7 cela. Ictino adotou também uma série de
chegada.
intuicdes para deixar muito patente a
planta ea elevacad.
460
Nesta imagem do lado datado de cerca de
Sul sao visiveis Os at. Be considerado perfeicao métrica e harménica do
de
danos dos canhonacos uma discreta obra Partenon, colocado em posicao levemente
venezianos de 1687. estilo severo.
elevada e desviada para a direita, para
quem entra pelos Propileus: para

159
A Partenon
B Altar de Atena Poliade
C Erecteon
D Pértico das Cariatides
E Recinto da oliveira sagrada
F Calcoteca (depdsito
de armas)
G Brauronion
H Estoa de Atena Pro6maco
I Propileus
J Templo de Atena Nike
K Pinacoteca

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160-161 Outra vista interna entre as


do Partenon da zona Guerras Persas e a
nororiental de Atenas: Paz de Calias —
o templo da deusa Péricles quis um novo
tinha sido projetado e projeto. O resultado é
os trabalhos ja 0 que vemos hoje,
estavam parcialmente fruto da valida at

em andamento em 460 — colaboracao entre os },


a.C. sob a direcao de arquitetos Ictino e Wii
Calicrates, mas—apés _— Calicrates e o grande HVT
uma longa génio coordenador de ae ||)
interrupcao devidaas todas as intervencoes
atormentadas na Acr6pole de A i}
vicissitudes da polttica Atenas, Fidias. | ae ie
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160 i A , nyt? a3
oH ai i ae 1}
162-163 Nesta imagem belissimos Propileus
virtual da Acrépole de Mneésicles, até
no final do século a perspectiva 6tima
V a.C., é possivel do templo da deusa
reviver as emocoes e€ a percepcao dos
experimentadas pelos outros e espléndidos
visitantes antigos monumentos
diante da seqiiéncia arquiteténicos e
ascendente queda Via _artisticos feitos
Sacra ao Partenon por Fidias e seus
levava, através dos seguidores.

neutralizar as ligeiras deformacoes da


realidade que o olho humano tende a
perceber segundo o ponto de perspectiva, a
incidéncia da luz, a relacao de claro-
escuro e entre “cheio” e “vazio”, as
dimensées etc., ele introduziu algumas
“correcoes épticas” surpreendentes, por
exemplo na estilébata, curvada
longitudinalmente até 6cm, e nas colunas,
providas de uma éntase minima e
colocadas excentricamente com relacao ao
proprio eixo, levemente inclinado para o
interior (sobretudo as dos dngulos). O
tradicional peso da ordem dorica aparece
ainda hoje traduzido em austera elegancia
e essencial harmonia de formas e medidas,
enquanto o mdrmore pentélico alvo exalta
a luminosidade da massa e as vibracoes do
claro-escuro.
A decoracao do templo, inteiramente
projetada e em grande parte feita
diretamente por Fidias com o vilido
concurso de alguns entre os maiores
talentos surgidos da arte dtica, fot
ultimada em 432 a.C., é repleta de
significados politicos, ciViS e
alttssimos
dos
religiosos: 0 que sobreviveu a furia
de batalha entre gregos e troianos, evidente
integristas cristaos em razao do Edito
alusio @ recente vitoria sobre os persas.
Teodosio I (395 d.C.), a iconoclastia
aps a conquista turca de 1456 e No friso jénico da cela, por seu lado,
isl@mica
venezianos de 1687 € vistvel ficava a representacao das competi¢oes
aos canhoes
no Museu da Acropole, no Museu esportivas e da grande procissao
in situ,
de Londres e no Louvre de Paris. quadrienal das Festas Pan-atenéias em
Britanico
oriental (de quatro metros de honra a deusa, simbolo da fé e do intenso
O frontao
representava 0 nascimento de vinculo do povo de Atenas com a
altura)
de Zeus, diante de todos divindade. O tempo do mito, pois, o da
Atena do crénio
a mitica epopéia, veremos que estd pela primeira
160 abaixo O friso 161 Esta mediocre os deuses do Olimpo, 0 ocidental,
vez presente, se nos fixarmos nas imagens
dérico do Partenon foi copia reduzida da
co contenda entre Atena e Posidon pela posse
época romana é 0 uni e em sua mensagem religiosa, ética e€
da Atica sob os olhos de Cécrops. As
talvez a primeira —
a il ustrar O
politica. Nos deuses e nos herdis se
intervencao decorativa t e s t e m u n h o
dirigida por Fidias, e suntuoso aspecto da noventa e duas métopas do friso dorico,
ouro amparavam o homem e a cidade, como
chegou-se a pensar que Atena Parteno de animado com cores de que restam muito
4 mao do mestre se e marfim feita por poucos vestigios, tratavam sem seqtiéncia
testemunhas de seu agir e glorificados
limitara a proporcionar Fidias para a cela do ; pelas manifestacoes presentes, conquanto
e n o n : tr at a- se da quatro versoes do contraste entre o bem e
mortais, dos valores dos eternos deuses e
linhas de orientacdo a P a r t
seus alunos, enquanto “ Atena do Varvoki
on o mal, a justica e a injustiga, a civilizacao
Outros reconhecem em e data da época do e a barbarie, com metdforas mitologico- dos herdis imortais; 0 adjetivo homérico
sua linguagem mais imperador Adriano
épicas particularmente sentidas pelos isosthés (“similar a um deus”) nao se
austera uma (século II). teria podido acrescentar melhor a esta
persisténcia de acentos
gregos. A leste ficava a Gigantomaquia, a
Severos, oeste a Amazonomaqutia, ao norte uma visio da dimensao humana.
161
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164 acima Uma placa
do friso j6nico que
adornava a cela do
Partenon mostra
alguns jovens
atenienses levando em
procissao oferendas i
deusa no transcurso
das festas quadrienais
em sua honra, umas
hydriai cheias d'dgua.
Nesta obra-prima
absoluta da arte grega
podemos perceber sem
duvida a mao de
Fidias e de sua
inimitdvel capacidade
narrativa e estilistica.

164 abaixo Na placa


do friso j6nico do
Partenon decorada
com a partida dos
cavaleiros, Fidias
mostra extrema
capacidade
compositiva: as
incertezas e a confusao
da situacao sao " er ss rt " e- = i ig 4 : = ae pate at

refletidas com mestria. OR otal Y Ci a: ace ieee


a =
tba ir

O naturalismo
encontra, pois, um
NOVO veiO NOs Corpos €
nos rostos das figuras.

Fidos

164
165 O terror dos do naturalismo de
bezerros destinados ao Fidias. Intenso parece,
sacrificio solene a sobretudo, todo o forte
deusa, e conduzidos contraste entre o
por alguns jovens movimento inquieto
ministros do culto, é dos animais ea calma
uma das mais altas dos solicitos jovens.
provas da esplendidez

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Em 437 a.C., 0 arquiteto Mneésicles Niké, a partir de um projeto elaborado
empreendeu a realizacao dos Propileus, trinta anos antes por Calicrates e desviado
monumental porta de acesso ao recinto para um pequeno templo de Deméter e
sagrado da acropole, ali onde se tinha Core as margens do Ilisso, do qual so
erguido a muito mais modesta da era restam alguns croquis do século XVIII.
pisistrata. Em cinco anos de trabalho, A novidade é a original planta
quase certamente com a mesma mestria anfipréstila, uma criagao do genial
com que se acabava de ultimar o Partenon, arquiteto, de magnifica harmonia
os Propileus se transformaram na digna proporcional. O edificio, construtdo em
conclusao das ultimas e tortuosas rampas mdrmore pentélico, é enobrecido com leves
da Via Sacra e na digna entrada ao porta- colunas j6nicas exclusivamente na parte
joias marméreo em que se estava tornando dianteira e traseira, e é coroado por um
a pequena colina tao amada por Atena. friso continuo com cenas da guerra entre
Nao era facil inserir uma porta adequada gregos e troianos. Em volta do templo,
em proporcoes, elegancia e sobriedade a para protecao dos fiéis que chegavam ao
mole do Partenon. De fato, 0 espaco era terraco que dominava as vertentes da
assimétrico e limitado, e era preciso levar Acrépole, havia uma elegante balaustrada
em conta os lugares consagrados e os de mdrmore decorada com baixtssimos-
monumentos jd existentes. relevos que representavam uma procissao
Com notdvel inteligéncia, Mnésicles de personificagées da Vitoria. Pela
concebeu uma estrutura marmorea que, alttssima qualidade da execugao, que tem
precedida de uma escadaria ingreme, raizes no estilo de Fidias, mas lhe
ficava montada sobre a aresta rochosa, acrescenta uma ainda mais refinada
adaptando-se a sua aspereza e cobrindo-a. habilidade no delinear de sutis vibracoes
Ulm estudo atento das relacdes de luzes e sombras sobre os inquietos
proporcionais e das dimens6es de cada painéis e nas poses instdveis das figuras,
componente permite valorizar a citou-se o nome de Calimaco, um dos
espetacular posigao da obra e sua funcao. melhores alunos do grande artista
Desse modo, um pronaos dorico hexastilo ateniense. E curiosa a mudanca de destino
anuncia solenemente a entrada no da mensagem politica e propagandistica
santudrio de Atena, formado por um unida ao edificio: 0 pequeno templo fora
vestibulo alongado, dividido em trés naves projetado em 460-450 a.C. para celebrar a
por duas fileiras de colunatas jOnicas vitoria definitiva sobre os persas, mas sua
muito esguias (repropode-se, pots, a mescla tardia construcao, em plena Guerra do
das ordens dorica e jOnica). Esta peca é Peloponeso, prestou-se sobretudo a exaltar
fechada por uma parede em que se abrem os éxitos atenienses contra os novos
cinco portas acima de outros tantos iInIMigos, Os espartanos.
degraus interrompidos, no centro, por um O ultimo edificio construtdo na Acropole
corredor para a passagem dos carros antes do final do século V a.C. foi o novo
processionais e dos animais. Os degraus, templo de Atena Poliade, que depois
na pratica, marcam a linha de ruptura da passou para a hist6ria como Erectéion
vertente da colina e regularizam os (“sacudidor”), eptteto dtico de Postdon.
desniveis. Para além das portas, voltado Foi construido ao norte
cenograficamente para o espaco sagrado, do Partenon, entre 421 e 405 a.C.,
um contrapronaos dérico, idéntico ao segundo um projeto de Filocles ou, de
primeiro, emoldurava a gigantesca Atena
Prémaco de bronze, obra de Fidias, e a 166 abaixo O belo
-

perspectiva do Partenon. Aos lados dos friso do pequeno


templo de Atena Nike,
Propileus, encontraram espacgo duas alas erigido com excessivo
com portico. A situada a norte se otimismo no final de
desenvolve num espaco posterior uma fase da Guerra do
Peloponeso nao muito
retangular destinado a acolher famosas favordvel a Atenas,
obras de pintura, a Pinacoteca. Entre 430 ergue-se sobre 0
e 410 a.C., com freqiientes pausas por torredo sudoeste ao
causa dos acontecimentos bélicos, no lado dos Propileus,
inteiramente revestido
torredo sudocidental, revestido de de mdrmore pentélico.
marmore pentélico nos decénios
anteriores, surge no flanco dos Propileus o
gracioso templo j6nico tetrastilo de Atena
166
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166-167 Uma 167 abaixo A fachada


sugestiva vista dos oriental dos Propileus,
Propileus, obra de a do lado interior do
Mnesicles (437-433 recinto do santuario,
a.C.), lintite esta bem conservada e
arquitetonico entre a mostra os
cidade e o santuarto, desenvolvimentos da
suntiuoso acesso at arte dorica para
Acropole. A estrutura formas mais elegantes
era ladeada pela apesar da manuten¢ao
célebre Pinacoteca, na de suas tradicionais
qual se conservavam caracteristicas tipicas,
obras pictoricas de a simplicidade e a
grandes mestres da austeridade.
epoca.
168 acima A fachada Polias, protetora da
oriental do Erecteon se polis. Sua solene
apresentava com um airosidade pode
alto e luminoso verificar-se também
pronaos jOnico de seis no portico
colunas que precedia a setentrional, onde se
cela em que se conservava a marca do
custodiava e venerava tridente de Positdon
a antiga estdtua de durante o confronto
madeira de Atena com Atena pela Atica.
ca

4
feee Pe
re a =

ia ee Tay :

pe
=e - Ms =

pa =

168
— ~yecteon, localizado entre o ,
168-169 a ~ atual edificio e o 169 acima O célebre 169 abaixo A forma
oe ni n diltimo espaco destinado a nrtice das Caridtides do Erecteon certamente
-doeste, fol © : assinalava a mitica arece 1 I:
ettain erigiag antes abrigar o Partenon, ; DanGEE WAMeUBh ENE SE
aocheutie sr bnOtG tumba de Cécrops: as concentram cultos
edifict0 eng
do , final do se“INI : | "e ; deaeerest Persas seis belissimas diversos e muito
S S Fersas. .
V a.C. ma acro} | eee estdtuas de mulheres antigos, entre os quais
ries com npc ee
o de Posidon >
Erecteu.
que
substituiutui Ve(ainda‘omplo 405 a.C.,entrea
Foi erguido
421. jovens veste
ardiamente) |: 4 ee .. a |. — jOnica poderia ser obra _—_—Na foto se véo
de Atena ,Polias“ye a s Saicuse projetc de um dos melhores herdeiro da mitica
fempos arcalcos, mali 3 9 OM
7 *S
alunos de Fidias,
;
oliveira sagrada
A
originalme nite
il 4 ?
Crates.aS
Alcamenes. doada por Atena.

acordo com outros, de Calicrates ou


Mneésicles. Sua planta parece certamente
) inusual, e se justifica pela exigéncia de
s: | respeitar a sacralidade arcaica do lugar e a
% tradicao ritual, mas também pela
lagi necessidade
a ;
de organizar . um pouco de
get ee
nthe
convergéncia de cultos diferentes e
e a antiqiissimos. Do pronaos jénico
me hexastilo se chega a cela, onde se
conservava zelosamente a antiga imagem
de madeira de Atena Poltade, enquanto o
lado oeste albergava, em diferentes planos,
pequenas capelas de culto dedicadas a
Posidon Erecteon, a Hefesto, ao heroi
I 3s |
Butes e ao menino-serpente Eriténio,
Men |
particularmente caro a Atena. No exterior
daquele lado crescia a oliveira sagrada em : sca:
que a tradigdo reconhecia o mitico presente ee a
| : | |
de Atena em sua disputa com Posidon. No
lado norte, um alto portico j6nico . hexastilo : | as hh 2 BU he Be
4a =
: = ets;
protegia a marca deixada pelo tridente do Ps Be
deus do mar ao fazer brotar uma fonte
salobra da rocha. O tinico elemento
RARER Renae FER meme
decorativo de todo o templo era Um longo —
Buipet e }
friso continuo de pedra negra de Eléusis,
ao qual tinham sido fixadas figuras de
marmore pentélico em alto-relevo que tinico, mas segundo os desniveis do banco
narravam com estilo vigoroso as aventuras — rochoso da acrépole e em sua
de Eriténio e algumas ceriménias aticas. correspondéncia quase obsessiva com
Um ponto de atragao visual intencional é, alguns pontos consagrados antigamente
0 lado meridional, a espléndida galeria por manifestagdes sobrenaturais, e induz a
que protegia a tumba do mitico rel refletir sobre uma assimetria conceptual
Cécrops: a op¢ao por substituir as colunas que, na verdade, é outro produto original
por seis belissimas estdtuas de mulheres da capacidade de sintese da cultura grega:
jovens com veste jOnica, as célebres a aplicacao da luminosa e lendaria ordem
Caridtides, reflete a vontade de fundir a jOnica a uma estrutura ndo-canonica e,
elegancia refinada do gosto jOnico com a acima de tudo, na qualidade de envolt6rio
perfeicao formal da linguagem artistica de decultos —e de objetos de culto —
Fidias. O autor das Caridtides, vibrantes —_antiqiiissimos.
por uma pujante vitalidade em sua forgada —Perto da parede setentrional, ao lado do
fixidez, parece identificavel em outro dos Erecteon, estao os restos mal conservados
grandes alunos de Fidias, Alcamenes. da “Casa das Arréforas”, com o recinto
O interesse do conjunto, porém, para além para o 6cio das jovens tecedoras do peplo
do fascinio da galeria, reside na exploragao de Atenas: data do século V a.C. O Museu
de seus volumes ndo sobre um plano da Acrépole é uma excepcional colecao de

169
testemunhos artisticos pertencentes aos
séculos VI e V a.C., das soberbas k6érai
aos frontodes dos templos arcaicos, do
Mosc6foro ao Cavaleiro “Rampin”, do
“Efebo louro” ao de Critio, sem contar os
numerosos fragmentos dos frisos do
Partenon, os da balaustrada do templo de
Atena Niké e as Caridtides do Erecteon.
Na encosta meridional da Acrépole se
encontra o célebre teatro de Dioniso,
inserido no recinto do santudrio dedicado A Estoa de Atalo H Metroo
B Estoa oriental I Templo de Hefesto
aos deus protetor das competicées C Estoa meridional J Templo de Apolo Patros
dramAaticas realizadas durante as Grandes D Estoa central K Arsenal
Dionistacas: as estruturas vistveis sao de E Tolos do Pritaneu L Estoa de Zeus Eleuterio
F Peribolo dos M Templo de
330 a.C., com numerosos acréscimos Afrodite Urania
Herdis Epénimos
romanos. Em redor estdo os restos de um G Buleutério N Via das Pan-atenéias

parece a canonica dos templos doricos:


pronaos e opistédomo profundos, com a
cela, porém, parecida com a maior do
Partenon. A estrutura é inspirada também
no Partenon até nas relacoes
proporcionais, enquanto a decoracao oscila
entre experiéncias pré-Fidias e inovacgoes
da oficina sobre a acrépole. Dos frontoes e
dos acrotérios restam alguns poucos
fragmentos estilisticamente proximos das
obras de Alcémenes, enquanto as dezoito
métopas adornadas com relevos sao de um
gosto mais arcaizante; o friso j6nico do
pronaos é, em contrapartida, opistddomo,
e apresenta um estilo derivado do
Partenon. O interesse do edificio reside em
seu nexo cultural com uma drea de antiga
vocagao metalurgica, e nao esta claro se foi
portico helenistico destinado a passeio er1gido sob a égide das classes
publico, de numerosos monumentos interessadas: de fato, eram numerosos os
corégicos e do 6deion de Péricles (445 casos de prodigas intervencoes de
a.C.), grande sala de concertos associacoes e de particulares que
reconstruida na época romana. A agora de contendiam por embelezar Atenas e
Atenas, com a pequena colina proxima do adquirir méritos com isso. O que é certo é
Areopago, é a outra drea de grande que toda a area, até ent#o nunca objeto de
interesse arqueologico da cidade grega: culto, fot destinada a jardim; nisso se
destaquemos a reconstrucdo moderna da esconde, talvez, a vontade de transformar
grande estod edificada por Atalo II de uma antiga drea produtiva, certamente
Pérgamo no século Il a.C., hoje sede do afetada pela fumaca, barulhos e cheiros das
Museu da Agora e destinado aos achados forjas dos bronzistas e caldeireiros, num
das épocas arcaica, cldssica e helenistica da espaco destinado ao desfrute ptiblico e
drea, e — sobre uma modesta altura do visualmente vinculado a nao distante
oeste, o Kolonés Agoréos, em seu tempo acropole de refulgente marmore. O bairro
sede de caldeireiros e bronzistas —o vizinho do Keramikés (Ceramico), com a
milagrosamente intacto templo dorico necropole do Dipilo e os restos das oficinas
periptero hexastilo de Hefesto. Feito de de ceramica, fornecem outros dados
mdarmore pentélico concomitantemente ao interessantes, cuja melhor sintese se acha
Partenon, é ainda hoje um importante nas colegdes do Museu Arqueolégico
ponto de referéncia visual da cidade baixa. Nacional.
Mede cerca de 32 x 14 metros, com uma
peristase de 6 x 13 colunas. A planta

170
1/70 esquerda A mole do 170-171 Esta imagem
chamado Teseion, na da Agora de Atenas
verdade o templo do como devia ser na
deus Hefesto, ergue-se época helenistica
sob o amparo da Agora mostra como os
de Atenas com suas condicionamentos
elegantes medidas impostos pela
derivadas do Partenon. irregular altitude do
solo nas faldas
171 acima O sugestivo setentrionais da
Teatro de Diontso, sede Acrépole e a
dos festivais de poesia sistematizacao
trdgica e cémica, preexistente limitaram
aparece hoje em sua um desenvolvimento
forma renovada da mais racional, apesar
época romana. dos embelezamentos.

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A ILHA DO TEMPLO

A Templo de Afaia
B Altar
C Propileus
D Aposentos
dos sacerdotes

Egina, no golfo Sarénico, rivalizou durante mudanca do estilo arcaico para o


toda a era arcaica com as vizinhas poténcias denominado “severo”. Esculpidos por um
comerciais de Corinto e Atenas, e celebrou artista anénimo em estilo tardo-arcaico, é
seu proprio poder erguendo por volta de em dimensoes semelhantes ao tamanho real,
500 a.C. um grande templo dorico periptero representam o nascimento de Atena no meio
hexastilo em honra de Afaia, uma divindade de um combate entre gregos e troianos,
assemelhada a Atena. O edificio, em 6timas alegoria da luta entre gregos e persas, e
condicdes de conservacao, representa, no que acham-se danificados em diversa medida
se refere a propor¢oes e estrutura, 0 primeiro pelo abalo sismico que afetou a ilha em
passo decisivo em direcao ao equiltbrio principios do século V a.C. O frontao |
arquitet6nico do tipo cldssico. A leveza das ocidental manteve-se substancialmente afPe
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colunas proporciona um efeito etéreo e tntegro, enquanto o oriental, despedacado
luminoso, totalmente novo, sendo pelo tremor de terra, foi refeito com 0 mesmo #
igualmente original a sustentacao da tema, mas por outro mestre, em 490 a.C. ou |
pequena nave da cela por meio de duas pouco depois. Enquanto isso, durante o
fileiras de colunas déricas dispostas duas a breve lapso de tempo que transcorreu, os
duas sustentando o teto em declive, coroado artistas jd haviam comecado a abandonar as
por acrotérios e outras decoragoes convencoes da escultura arcaica. Em ambos
arquiteténicas feitas de marmore. os frontées, a deusa vestida e armada com
Entretanto, sua importancia para a historia lanca, escudo e égide decorada com a terrivel
da arte grega deve-se aos magnificos imagem da gorgona com cabelo de serpentes
frontoes, que podem agora ser vistos na sobressaia entre grupos de guerreiros
Gliptoteca de Munique, e que marcam a esculpidos no ato de apontar uma flecha, ou
lutando uns com os outros. Ou, ainda,
jazendo mortalmente feridos na terra. Além
do acréscimo cromAatico, danificado em
grande parte pela vigorosa e inadequada
restauracao realizada na estdtua pelo
escultor dinamarqués Bertel Thorvaldsen no
inicio do século XIX, muitos detalhes
(armas, adornos etc.) foram acrescentados
em bronze dourado, como se pode notar
pelos pequenos oriftcios de fixacdo vistveis
nas estdtuas. A evolucao estilistica que
separa os dois frontées é visivel no conjunto
e em muitos aspectos individuais. O frontio do universo. Jd o realizado pelo “Mestre do
mais recente, o oriental, nao difere do frontao oriental de Egina” nao tem nenhum
ocidental apenas em termos compositivos, vestigio de sorriso, mas uma amplitude, uma
mas sua expressao anuncia claramente o dimensao solar que representa a
surgimento do novo estilo “severo”. Se superioridade —e nado o distanciamento! — da
observarmos, por exemplo, os rostos de deusa com respeito aos acontecimentos
Atena, o realizado pelo “Mestre do frontao humanos que a rodeiam. Os delicados planos
ocidental de Egina”, da escola tardo-arcaico, nos quais toma forma crtvel o rosto da sabia
aparece ainda macico, tendo sido esculpido filha de Zeus convertem-se em espelhos na
quase a partir de um unico plano frontal, busca de uma nova linguagem artistica, mais
“congelado” num sorriso que é a mascara de atenta aos anseios da alma, daquela psique
um distanciamento imposstvel dos homens e em que se mesclam o sopro vital, o intelecto
das coisas terrenas, que sao parte tao grande racional e o inconsciente do homem.
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172 Estas vistas do Soe ree wn ete espetacular imagem do do templo de Egina
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Atena Afaia, em | Alfaia, em cuja parte proporcionalidade do
Egina, realcam a | ae superior foram edificio, uma
harmonia da colunata colocados os frontoes auténtica atracao
€ a novidade realizados, com uma artistica da maior das
estrutural da dupla diferenca de poucos ilhas do golfo
ordem de colunas no anos, por dots artistas. Saronico, destino hoje
interior da cela de Esta obra de um bom fluxo
culto, o que — conservada na turistico, e que
Possibilitou a insercao gliptoteca de Munique — também é famosa pela
de um teto inclinado. mostra a passagem do excelente qualidade de
estilo arcaico ao estilo seus pistdcios e por
severo. suas belas ceramicas.

173
MICENAS, A CORTE
DOS LEOES AQUEUS 174 esquerda acima 174 acima direita
O Circulo funerario A A poterna do norte,
A A Porta dos Ledes (século XVI a.C.) acha- uma saida secreta, ber
se contido nas muralhas mumetizada entre os
B Circulo funerario
niais recentes. grandes blocos da muralha
C Templo
D Palacio dos Atridas de Micenas, constityj um
E Megaron 174 esquerda abaixo excelente exemiplo de
F Porta Norte A imagem nos mostra estrutura “em falso arco”
G Casa das Colunas a rampa que sobre até feita com técnica
H Porta sul a Porta dos Leoes. miegalitica poligonal.

A Argélida ocupa a regiao nordeste do


Peloponeso. Uma intermindvel segiiéncia
de relevos de colinas e morros de natureza
calcaria, arredondados pela erosao e
empobrecidos desde hd milhares de anos
pelo pastoreio e pelo desmatamento,
estende-se até a espléndida costa, prodiga
em portos protegidos. Apesar de sua
caréncia de recursos hidricos, é intensa a
presenca de drvores frutiferas, oliveiras,
vinhas e cultivos de cereais onde o solo o
permite. Incrivelmente rico é também o
patrimonio arqueoldgico: daqui provém as
primeiras evidéncias da existéncia de
grupamentos humanos na peninsula
(caverna de Franchthi, datada do
paleolitico superior), que testemunham a
existéncia de um denso povoamento
durante o neolitico e toda a Idade do

Bronze, bem como indicagdes de renovacao


durante o Medievo Helénico.
Micenas € a jazida arqueologica mais
famosa da regiao, vinculada a alguns dos
mais notdveis e significativos mitos da
épica e da tragédia grega. Sua traumatica e
vertiginosa decadéncia e o esquecimento a
que fot relegada em fins do século II a.C.
determinaram-lhe caracteristicas e
peculiaridades essenciais. Antes de tudo,
devemos salientar sua localizacio sobre
uma ingreme colina diante da fértil planicie
de Argos e do golfo de Néuplia, estando
bem protegida por tras por duas montanhas
e grandes vales escarpados, perfeitamente
de acordo com o terreno preferido para
assentamento por uma sociedade guerreira.
Duas muralhas, a primeira da metade do
século XIII, obedecendo a técnica poligonal
“ciclopica”, e a segunda, mais ampla, do
século XII a.C., de técnica pseudo-isédoma,
rodeiam completamente a cidade por trds,
incluindo o circulo funerdrio “A” com os
célebres tumulos de fossa encontrados por
Heinrich Schliemann em 1876, e tinham
apenas dois modos de acesso: 0 primeiro
pela suntuosa Porta dos Leoes (na qual
estao representadas, na verdade, duas
leoas), e o segundo pela Porta Norte, tao
174
176-177 O aspecto
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de Micenas na época
de seu esplendor
maximo (séculos
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luxuosa quanto a precedente. Além delas, descarregar o peso de sua propria massa regulares, abre-se uma fachada alta
havia poternas no setor nordeste, para o sobre a extremidade da arquitrave, onde se monumental na qual estd encaixada uma
alto da montanha, bem visiveis para os localizavam as impostas. Dessa maneira, porta com mais de cinco metros de altura e
habitantes, quase imperceptiveis para os estabelecia-se um espaco triangular que quase trés de largura. Dela fot quase por
que se aproximavam pelo lado de fora. E era preenchido com decoracoes em relevo. inteiro reconstrutdo seu provdvel
nao longe da poterna setentrional pode-se As de Micenas sfio um excelente exemplo revestimento arquitetOnico, em cuja
ver a mais surpreendente obra de da capacidade figurativa dos escultores expressao artistica sao visiveis influéncias
engenharia de Micenas: mais de noventa micénicos, cujo naturalismo limita o minéicas. Por cima da arquitrave do portal
metros de galeria, com degraus talhados alegre significado das cores e os suaves sobressai o triangulo de descarga.
na rocha, descem até uma grande cisterna claros-escuros mindicos, em favor de um A estrutura da grande sala circular, que se
subterranea que garantia a constante expressionismo mais atento aos valores ergue além dos treze metros sobre um
disponibilidade de recursos hidricos a que simb6licos e ideol6gicos, que quase didmetro de quatorze e meio, apoia-se na
se podia recorrer em caso de cerco de constituem o stmbolo desta terra e do seu aplicacao estereomeétrica do falso arco sobre
INIMIOS. passado. uma planta circular. Filetras concéntricas
A Porta dos Leées permite ilustrar um dos Subindo a rampa que atravessa a de blocos, devidamente perfilados e
muitos marcos da arquitetura micénica: de necropole com os grandes tumulos, estucados a fim de marcar perfeitamente a
fato, o acesso monumental, realizado de debaixo dos quais se ocultam, em grande curvatura da falsa cupula, sobrepoem-se
acordo com a antigiitssima técnica parte passiveis de visitacao, as sepulturas num constante e modesto véo até a pedra
trilttica, consta de dois elementos em forma de tholos atribuidas chave que fechava a estrutura; as pedras
verticais, as impostas, e de uma arquitrave fantasiosamente aos personagens da lavradas ficavam presas por um forte
macica engrossada no centro. Os blocos epopéia homérica — Atreu, Clitemnestra, encavilhamento que descarrega seu peso ao
dominantes, nao obstante serem pesados Egisto —, o impacto visual com a Porta dos longo de toda a estrutura, acompanhando a
monolitos paraleleptpedos, em vez de LeGes e seus bastides é fortissimo: o relevo mole curviltnea. Lateralmente, escavada no
apoiar-se sobre a arquitrave, encontram-se sobre a colossal arquitrave monolitica banco rochoso do qual pela sua parte
oportunamente perfilados e superpostos apresenta evidentes referéncias estilisticas exterior emergia a ctipula coberta de terra
em saliéncia progressiva, de forma a ao Oriente Médio e toda a forca simbolista vegetal que se inclinava também em
da arte desta monocracia guerreira. Os direcaio ao dromo, abria-se a pequena
pontos mais notdveis ao redor da muralha camara funeraria.
sao o Circulo funerdrio “A”, com o sélido No chamado Tumulo de Egisto, todo o
muro de contencao, as camaras sepulcrais corredor de acesso é escavado na rocha
reais, descobertas por Heinrich como parte da sala circular, e foi
Schliemann, e o inquietante pertbolo construido também com grandes blocos,
coberto, de médulo trilttico; 0 “paldcio” conforme a técnica pseudo-isédoma mais
dos Atridas, do qual é posstvel reconhecer comum. As sepulturas em tholos séo uma
pelo menos dois andares e o corpo central; das elaboracdes tecnicamente mais
a “Casa das colunas”, belo exemplar de interessantes da arquitetura micénica:
moradia aristocrdtica. Por outro lado, no ideol6gica e formalmente num ponto de
chamado “Tesouro de Atreu”, encontram- intersecao nao claramente defintvel entre a
se de novo todos os caracteres definitivos longa tradigao do megalitismo europeu (e
dos grandiosos théloi micénicos: indo-europeu) e o gigantismo tecténico da
precedida de um dromo descoberto de arquitetura do Oriente Médio e egipcia,
trinta e seis metros de comprimento por sao praticadas em Creta jd no século XVI
seis de largura, ladeado por paredes a.C. e sofrem uma peculiar variacao local
inclinadas feitas por enormes blocos de antes de alcancar o Peloponeso apés a fase
paraleleptpedos dispostos em fileiras de micenizacao da ilha de Minos, Creta.

178 acima
A imponente
estrutura do mais
célebre tiimulo em 178 abaixo O interior
tolos micénico, oO do Tolos de Atreu
chamado tesouro de apresenta uma
Atreu, eleva-se com disposicao mural que
sua falsa ciipula ao acentua a curvatura
final do longo dromo regular de suas
de acesso. paredes.

178

179 Estas duas (as relacbes genéticas


mascaras funerarias entre os individuos
de ouro, junto com representados) e
outras quatro, foram externas. O que mais
encon tradas nos surpreende é que se
rigutssimos tumulos trata de objetos de que
de Micenas. Sua nao existem
singularidade confirma antecedentes nem
a transmissao de uma derivacées, como se 0
tradicao que nao costume de cobrir 0
m
encontra paralelo no rosto do cadaver co
resto do mundo uma mascara de ouro
mindico-micénico, tivesse sido uma
apesar das numerosas pratica ritual exclusiva
tentativas de dos reis de Micenas
Individualizar entre os séculos XVI
afinidades internas eXVa.C.

179
180 acima Toda a 181 acima Nesta vista
EPIDAURO, O PALCO So graca da arte grega aérea se véem Os restos
DE ASCLEPIO y do século IV a.C. se do Gindsio (século II]
encontra presente a.C.) e do odeiio
nesta espléndida romano construido no
estdtua de Niké interior de seu patio
voando que decorava 0 (século I a.C.). Perto
vértice do frontao do deles se encontram os
templo do deus restos dos banhos
Asclépio, obra feita reservados aos atletas
talvez por Timéteo. do Gindsio.

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Epidauro é a sede do antigo e famosissimo


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santudrio de Asclépio, que floresceu desde i.

fins do século V a.C. e durante toda a época


romana.
O magnifico teatro se ergue quase intacto no
interior do bosque de uma pequena colina a
pouca distancia do pequeno Museu
Arqueologico, além do qual aparecem as vastas
morrer. Nesse lugar, acessivel por meio de uma i
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rutnas do Xénon, que conta com 160


aposentos em dois andares, e foi construido no rampa inclinada, encontrava-se
século IV a.C. para alojar os visitantes do o templo desse deus, obra feita por Teddoto
santudrio, Sao nele reconhectvets os quatro (380 a.C.), de tipo dérico periptero hexastilo e
patios em peristilo e os chafarizes. Da época
helenistica sao os banhos préximos eo gindsio pelo grande Timéteo, dos quais se salvaram
(acima e ao lado dos quais se ergueram alguns fragmentos, atualmente em Atenas.
importantes edificios na época romana), numa _ O atual edificio, no qual se empregaram
evidente relacao funcional com o estadio, muitos materiais preciosos, do marmore
construido, como muitas estruturas do mesmo pentélico até o marfim, 0 ouro, madeiras
tipo, aproveitando-se uma depressao natural e _ exoticas, pedras de diversas cores, substituiu o wee
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regularizando seu perfil com a finalidade de templo primitivo, transformado em
inserir longas fileiras de arquibancadas. enkoimetérion, isto é, no portico de
Também helenisticas sao as ruinas dos incubagao, no qual os peregrinos aguardavam |
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elegantes Propileus Setentrionais. Entretanto, que o deus os curasse milagrosamente durante eet z
a drea mais interessante é a situada no interior o sono, como testemunham as numerosas a ay
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do sagrado Temeno de Asclépio, no bosque inscrigoes de agradecimento que foram


sagrado, em cujo interior era proibido nascere encontradas e estado expostas no museu. Ao
sul do portico, aparecem os escassos restos do
templo dorico préstilo hexastilo de Artemisa ae gS
(330 a.C.), de pequenas dimensoes, embelezado i
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em seu interior por uma colunata jOnica, mas oe


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a obra-prima da arquitetura epiddurica é, sem


duvida, o Tolos, um pequeno templo circular
mon6ptero, espléndida obra de Policleto, 0
Jovem, cujo tinico antecedente digno de
comparacao se encontra no santuario de
Atena Pronéia, em Delfos. O Tolos de
Epidauro é testemunha de uma das mudangas
evolutivas mats importantes na concepcio
artistica grega do século IV a.C.:0 surgimento
de uma tendéncia a uma decoracao rica e
refinada, a beleza das estruturas importantes,
cada vez mais direcionadas a delinear uma
beleza luminosa e livre, como os variantes
tons claros-escuros das superficies, com
efeitos pictéricos, quase como se quisessem
E Propileus
desmaterializar as formas solidas, testemunhas ¥
- B Templo de Asclépio. F Estadio do Ser, em aparéncias e “sombras” de uma
C Tolos yw GCatagogion verdade cada vez mais afastada dos homens
D Templo de Artemisa H Teatro
daquele século atormentado.
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C Templo de Asclépio
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MESSINA, SOBERBA : | NG s Se: 5 B Asklepiefon
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Messina é uma regido da costa recortada e com


um relevo acidentado, interrompida apenas
pela pequena planicie do Pamiso, ao sul, para
em seguida voltar a elevar-se vertiginosamente
até os impressionantes cumes do mitico
Taigeto, nos limites da Lac6nia. No coracao
desta terra, sobre as ladeiras do monte Itome,
nas mediacoes do povoado de Mavrommati,
encontra-se a antiga Messina, herdetra cldssica
da feroz e desafortunada rival de Esparta,
durante os séculos arcaicos.
Mandado construir pelo homem forte da
efémera hegemonia tebana, Epaminondas, em
370 a.C., floresceu até 395 d.C., quando foi
destruida pelos godos. Possut belas muralhas,
construidas com técnica pseudo-isddoma (com
9 quil6metros de comprimento, 2,5 metros de
grossura e 4,5 metros de altura), identificdveis
inteiramente e que se podem percorrer em boa

parte do lado norte, onde se abre a porta de 190-191 Messina é


Arcadia, o exemplo mais refinado de acesso uma auténtica
descoberta para
wae § §6—fOrtificado da arquitetura grega, com planta muitos visitantes da

ee ee
circular. Era protegida por duas torres com Grécia. Nas ladeiras
mais de 6 metros de largura, e se abre num do Itome é vistvel a
mais bela muralha da

a
perfeito circulo perfeito com um diametro de Antiguidade. As
quase 20 metros. Torres semicirculares e escavacées na area do
quadradas estao inseridas com freqiiéncia vasto santudrio de
regular entre as cortinas da muralha, sobre Asclépio trouxeram a
luz um enorme templo
cujas esplanadas superiores dotadas de no centro de uma drea
ameias era posstvel caminhar. Trechos bem monumentalizada que
conservados do basalto das ruas, marcados compreendia um
pequeno teatro coberto
pelos sulcos caractertsticos causados pelo
(@ esquerda, em cima).
transito das carrogas, sao vistveis até agora em Nao se deve deixar de
diversos pontos da imensa drea urbana que visitar a grande Porta
estd sendo ainda escavada. Nos arredores da da Arcddia (a diretta,
acima), com sua
agora, encontra-se o espetacular santudrio de estrutura em forma de
Asclépio com os restos do patio de pértico “alicate” entre torres
aberto retangular, com numerosas capelas da ter iss e externas,
. ~ , _ nem de percorrer um
época classica igraia, helenistica e romana. trecho do circuito das
O gracioso odefio é—em posicao privilegiada muralhas do século IV
central —o templo dorico pertptero hexastilo 4.C. com intimeras
do deus da medicina e das divindadesaele "077s quadradas depots
(pag:
tgs i conttgua), para
associadas (Higiéia, Macdon, Podalirio), saciar a sede na Fonte
precedido do grande altar hipetral para os Arsinoe (a esquerda,
sacrificios. Outros restos de templos se abaixo).
encontram no cume do Itome eo leste de
Mavrommati, enquanto restos do teatro e do
estddio estéo mais perto do Asklepieion.
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E DO ESPORTE D Templo de Hera

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H Portico do eco

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I Templo de Zeus

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J Atelié de Fidias
K Leonideu
L Buleutério

192 esquerda Visto de 193 Esta vasta e No coracao da Elide, na quietude do

ies a
cima, o santudrio de espetacular vista do pequeno e plano vale na confluéncia do

cilia eet
Oltmpia ainda aparece recinto sagrado de
incrustado entre os Olimpia mostra em Alfeu com o Cladeu, apenas ao abrigo de
restos do antigo primeiro plano a uma colina baixa coberta de pinheiros e

yo
bosquezinho do Altis, harmoniosa planta do arbustos, que nos dias cdlidos do verao

ii
no sopé do Crénio. Leonideo, um albergue inundam o lugar de aromas de resinas,

ie ik
dotado de amplo
estende-se 0 parque arqueolégico de

an Wiel
192 direita Uma jardim interior com
curiosa imagem dos chafarizes, destinado Olimpia, o antigo santudrio de Zeus no
“blocos” de satda no aos atletas e aos qual todos os gregos se achavam
estddio de Olimpia, hdspedes ilustres
onde de 776 a.C. a (século IV a.C.), numa
idealmente unidos na veneracao de seus
395 d.C. se realizaram drea no limite do deuses e na celebracao de sua identidade
os Jogos Olimpicos em témeno temeno e que étnica e cultural, independente das
honra a Zeus, contava com
divisées politicas entre cidades-estados. As
institutdos — segundo estruturas destinadas
a lenda — por ao treinamento origens deste grande centro de culto — com
Hércules, ao regressar (instalacdes termais e significado duplo de santuario nao
do extremo norte do servicos higiénicos oracular e ponto de convergéncia pacifica
mundo. bem equipados, para a
épocn). de toda a Hélade na festa quadrienal das
Olimpiadas, que correspondia a uma
trégua sacra durante a qual se
procuravam solucdes para os conflitos e
para os contrastes entre as diversas sicilianas, e que derrota o cruel rei Enomao
poleis, com a razao inspirada por Zeus na corrida de carruagens e reafirma os
aos homens, e bem como a ambigiiidade valores da justica, da humanidade e do
mistica das respostas de Apolo pela boca respeito as leis divinas, deixando em toda a
da pitia de Delfos — remontam a fins regiao a lembranga de seu nome, pots
do segundo milénio a.C., embora existisse Peloponeso significa a ilha de Pélope; Hera,
uma comunidade permanente assentada a esposa de Zeus, & qual pertence um
desde o ano 2800 a.C. na colina de Crénio templo de quando ainda era venerado o rei
e na zona do Altis, no pequeno bosque do Olimpo, seguindo o costume proto-
sagrado em volta do qual se desenvolveu historico, no Altis, sobre um altar hipetral
o vasto recinto de culto. Por causa dessas do qual nao resta nada.
origens remotas, Olimpia, bem como O trabalho na superficie dos ediftcios
muitos santudrios, é ponto de sagrados e do complexo de estruturas e
convergéncia de cultos e de mitos que servicos circundantes, destinados a
envolvem, em torno da figura de Zeus, acolhida dos atletas e também aos
Hércules, que teria levado para ali, visitantes, peregrinos e delegagoes que
da fabulosa regiao dos Hiperboreos, a afluiam aquele lugar nao somente por
oliveira sagrada e teria instituido as ocasiao dos Jogos Olimpicos, nao
Olimptadas, jogos em comemoracao do especificava uma espetacularidade
feito Pélope e em honra de Zeus; 0 deus-rio cenogrdfica como aconteceu no santudrio
Alfeu, cuja historia de amor com a ninfa délfico de Apolo, mas demonstrava 0
Aretusa, acontecida em Siracusa, prestigio de Olimpia na grandeza das
testemunha o vinculo ideal com os gregos dimensdes e na monumentalidade das
do Ocidente; o herdi Pélope, vindo do principais realizagdes que surgiam devido a
+

Ocidente para estabelecer um nexo grande quantidade de doacoes, obras de


i Eo he) arg

igualmente forte do santudrio com aquelas arte, ex-votos, capelas e tesouros


terras longinquas, colonizadas pelos disseminados por toda aquela regio no
decurso dos séculos VII a.C. aIV 4.C., ate .
Fee Pe

gregos antes das costas itdlicas e


192
194 esquerda acima. 194 esquerda abaixo. que Teoddsio I decretasse a morte de
Uma vista quase Outra fotografia aérea Olimpia com a proibicao dos cultos pagaos
central do templo de mostra o buleutério de
Zeus mostra seu Olimpia, formado por e a supressao dos Jogos. Os modelos em
colossal tamanho. dois edificios de planta escala exibidos no Museu Arqueolégico,
Notam-se claramente absidal, de evidente recentemente renovado e nao distante das
os restos da ampla tradicao arcaica
rampa de acesso ao ritualmente
ruinas do gymnasion — um imenso
pronao, bem como os conservada, ao redor retangulo fechado entre quatro alas com
da cela, onde ficava a de uma terceira porticos e destinado ao treinamenio dos
célebre e gigantesca construgao (um patio, atletas, da mesma forma que a vizinha
estdtua de ouro e talvez) onde ficava 0
marfim do deus, talvez altar de Zeus Horquio, palestra —, oferecem de imediato uma idéia
a ultima obra-prima diante do qual os da grandiosidade de algumas estruturas,
do grande Fidias. atletas juravam antes mas caminhar por Olimpia significa
das competicoes.
aventurar-se por uma seqiiéncia
cronolégica de excepcionais testemunhos
arquitetonicos e artisticos que desde a fase
orientalizante do arcatsmo unem, através
dos enriquecimentos da idade classica,
Libao, o arquiteto do templo de Zeus,
Fidias, autor da colossal estdtua de Zeus
Olimpico situada na cela desse templo,
Praxtteles e Pednio, escultores de enorme
talento, a era dos soberanos helenisticos de
Roma.
Apesar das mutilagées sofridas, 0 ponto
central visual de todo 0 complexo era e
continua a ser, devido @ sua grandiosa e
original monumentalidade, o templo de
Zeus, construido no quarto decénio do
século V a.C. em pedra calcdria
conquifera local revestida de estuque;
trata-se de um periptero hexastilo de
ordem dérica adornado com dots célebres
frontoes, obras-primas da arte grega no
periodo de sua evolugdo da fase severa
para a cldssica, com métopas esculpidas
em cima do pronaos e do opistédomo
representando os doze trabalhos de
Hercules, sendo o conjunto obra do
an6nimo e brilhante Mestre de Olimpia.
Os terremotos que sacudiram a regiao ao do destino de que Zeus é portador e
longo dos séculos, junto com a garantidor (Pélope vencerd a Enémao,
devastadora acao aluvial dos dois rios, casar-se-d com sua filha Hipodamia, e fara
apés o abandono do santudrio (em com que cessem seu reinado e sua
principios do século V a.C.), derrubaram crueldade) une todos os presentes. Apenas
as arquitraves e as poderosas colunas do o insolente rei de Pisa na Elide, cego
peristilo, cujas pedras e capitéis aparecem devido @ sua propria e desumana soberba,
literalmente quebrados em pedacos aos pés é exclutdo, enquanto as poses s6
dos altos degraus da estilobata. aparentemente estdticas — mas na verdade
Provavelmente, em nenhum outro templo inquietantes — dos demais personagens
do mundo grego a decoracao dos frontoes — permitem revelar ora a turvacdo de animo
hoje guardada na sala principal do museu (como na figura do velho adivinho que
—alcanga tal intensidade ético-religiosa e retorce a barba enquanto olha para
tamanha densidade de significado, En6émao, cujo fim ele vé claramente), ora
exaltada por cores fortes. O mito de Pélope um pressdgio instilado pelo deus
no frontao oriental é representado no (Hipodamia num gesto ritual proprio das
instante fugidio e perfeito em que, ao redor bodas), ora, ainda, a indefinida
de uma manifestacao de Zeus no centro da inquietacdo das pessoas simples (0 joven
cena, pouco antes do confronto, a tensdo cavalarico que brinca com os dedos dos pes

194
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194-195 Assim devia Esplanada dos Tesouros.


sem levantar os olhos). continua expansdo que era o santuario. Olimpia é uma dos
ser 0 santudrio de
No frontao ocidental, entretanto, 0 Entre os edificios deste ultimo, 1am-se Zeus Olimpico na lugares que nenhum
dinamismo das linhas é 0 que guia os acumulando — como ainda testemunham época helenistica: turista deve excluir

olhos através da risada selvagem entre os os intimeros restos de pedestais de pedra de rodeado por um alto numa viagem a Grécia:
témenotemeno, em além dos seus restos
ldpitas e os centauros diante de Apolo, todas as épocas — estatuas de herots, de cujo interior ficavam ricos em fascinacao e
uma grandiosa metdfora do eterno conflito atletas vitoriosos, de divindades, de os edificios de culto e a vividas sugestoes, 0
entre o bem eo mal, entre a justica e a personagens politicos que ofereciam ao centena de obras de renovado Museu
arte dedicadas ao deus Arqueoldgico oferece
injustica, entre a razao e os instintos santudrio suas proprias imagens numa no transcorrer dos uma série de obras
primarios. espécie de manifestacao em que se séculos, parecendo um extraordinariamente
misturavam a propaganda e a devogao. auténtico museu ao ar importantes e belas,
Ao norte do templo de Zeus, em meados do livre. Sobre o conjunto particularmente os
século VII a.C., surgia o templo de Hera, Aqui se encontra o célebre grupo
dominava o volume do frontoes do templo de
estatutdrio que representa Hermes com o
um hexastilo dérico periptero de desenho grande templo de Zeus, Zeus e o maravilhoso
ainda menino Dioniso, atribuido a ficando ao fundo os Hermes com Dioniso,
alongado e com uma rica decoracao
Praxtteles — embora haja controvérsias a elegantes porticos e a atribuido a Praxtteles.
arquiteténica em terracota pt ntada. De
respeito —, considerado uma obra-prima
inicio, foi destinado a abrigar as preciosas
absoluta da arte do periodo classico tardio,
oferendas votivas, mas apos a inauguracao
hoje exposto no museu. Outros edificios
do templo maior fot transformado numa
notdveis se acham localizados no Altis. Em
espécie de museu de arte sacra nO interior
museu ao ar livre eem posicao ligeiramente proeminente, sobre
daquele espetacular
195
—————
196 A belissima 197 Umi soberbo
figura, atualmente detalhe da cabeca do
muito danificada, da deus Apolo no frontao
Niké de Paidnto de oeste do templo de
Mendis erguia-se Zeus evidencia que
sobre uma alta base esta peca — de
comemorativa da marmore pantélico —
vitoria dos habitantes é um dos elementos
de Messina e substitutivos dos
Naupacto contra originais, danificados
Esparta, em 425 a.C,, por um terremoto e
durante a Guerra do restaurados no século
Peloponeso. Fac.

um mirante aplainado escavado no sopé


do Crénio, ainda estao alinhados os
tesouros, as pequenas capelas em que
cidades famosas como Sicion, Stbaris,
Cirene, Selinunte, Mégara, Gela,
Bizancio, Metaponto, Siracusa, Epidamno
e outras ndo-identificdveis depositaram,
no transcurso dos séculos, oferendas em
honra do deus, como um testemunho
perene de sua gratidao e de seu poder, E
curioso notar que sob este mirante fiquem
os Zanes, uma fileira de dezessets estatuas
de Zeus pagas com o dinhetro oriundo das
altas multas impostas pelos jutzes de
Olimpia aos atletas culpados de acordos e
tramas, ou até de tentd-los, tivessem ou
nao ganho as provas, e que se anunciavam
com evidente proposito admonitério aos
atletas e ao publico na passagem
subterrdnea que conduzia ao interior do
estddio que comportava 45.000 pessoas em
suas encostas baixas. Igualmente notdvel é
também o Filipeu, um pequeno e elegante
templo circular mandado construir por
Filipe II da Macedénia apos a vitoria de
Queronéia (338 a.C.) e terminado por
Alexandre Magno. Apresenta uma
peristase externa jénica e colunas
corintias no interior, onde ficavam
guardadas cinco estdtuas feitas de ouro e
marfim que representavam os
conquistadores macedonios entre seus
antecessores, uma obra-prima perdida de
autoria de Leécares, que talvez possa ser
ligeiramente reconhecida nas cinco
miniaturas de cabecas de marfim
encontradas no tuimulo de Filipe II em
Vergina. Finalmente, recordemos alguns
ac |

edificios admirdveis devido a sua


al a

funcionalidade e elegancia, como o


ati

Leonidio, espécie de albergue de luxo no


coracao do santudrio, adornado com
jardins e fontes, ou as numerosas infra-
estruturas esportivas, como a palestra, 0
eR ok tet on are ad tasoe 2

gindsio, os banhos e as termas, e também a —


espacosa oficina artistica ocupada por
Fidias no tempo em que trabalhou em
Olimpia.
Oe
t
198-199 Este Pela, capital do reino macedénio de 410-400
PELA, excepcional mosaico a.C. em diante, é uma visita obrigatoria para
feito com seixos de ri0 quem deseja conhecer a fundo a arqueologia
ESPLENDIDA (fins do século IV a.C.)
CORTE DOS foi encontrado em Pela da regiao onde nasceu 0 primetro império
MACEDONIOS e representa Alexandre universal, o de Alexandre, o Grande.
e Hefestiao, oficial Nao se conhece muito a historia da cidade
maced6nico e amigo do
antes de ser elevada a capital e da construcio

Ci
soberano, no momento
mais dramdatico de uma do paldcio real (no qual Euripides fez a
caca ao leao (um primeira representacao de sua tragédia As
acontecimento narrado
Planta da Agora de Pela
pelos historiadores
bacantes), enquanto é certo que, apos a
e de alguns quarteiroes
conquista romana (168 a.C.) e sua reducdo a

le
circundantes oficiais do soberano).
Contra um fundo preto cabeca de distrito, perdeu progressivamente

iN
que neutraliza os importancia em comparagao com Tessalénica,
efeitos atmosféricos e
ambientais, os dots a Salénica dos nossos dias.
homens emergem em Pela apresenta um espléndido exemplo de
movimentos plasticos, planificagao urbanistica ortogonal com
despidos como heréis
N
homéricos. No meio
servicos htdricos e de esgotos de elevada
esta o felino, rugindo e eficiéncia e devidamente isolados.
hesitante quanto a Apresentava luxuosas casas com peristilos,
sobre qual dos dots parte das quais provavelmente de dots
inimigos saltar.

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193
andares, com aposentos com mosaicos no profundidade da garganta do rio Alidcmon,
andar de baixo; entre as casas cabe destacar quase parecendo uma dobradica situada
a que se chamou “paldcio”, onde se entre a acropole e a cidade. Em volta de um
encontraram mosaicos feitos de seixos de rio enorme patio quadrado com pérticos com
com motivos geomeétricos em branco e preto dezesseis colunas déricas de cada lado,
de desenhos coloridos (c. 300 a.C.), alguns articulava-se uma estrutura rodeada na
deles assinados. Sao dignas de mencionar ao parte exterior por altos muros,
menos a expedicao de caga ao ledo por parte provavelmente desprovida de outras
de Alexandre, o Grande, e Heféstion, a caca aberturas além de uma ampla entrada, e
ao cervo, a Batalha das Amazonas e Dioniso dividida em espacosos aposentos que tinham
sobre uma pantera. Também muito diversas funcées. A fachada representava - ;
interessantes sao as nado muito longinquas perfeitamente sua funcdo no edificio, e na iia Si a sas de
no casas luxuo Pela
sepulturas de Vergina e o paldcio de Macedénia, os aspectos de espetacularidade —_eram adornadas com
Palatitsia-Aigai,
7 onde a monarquia que jd se mostravam presentes nos planos mosaicos que eram de
macedénia fez renascer a tipologia urbanisticos de Cassope e Priene e que se pated eee
auitotAn 3
ic monumental dos paldcios are . seixos de obras dos
arquitet onica tornariam ttpicos da arquitetura grega maiores pintores da
reais. As ruinas do edificio tm dimensées helenistica. A utilizacao de diversos época, verdadeiros
realmente impressionantes (105 x 89 materiais muito apreciados, das pedras tapetes de pedra que
ae oy: . eternizaram a fama de
metros) OC
otros) ee ocupam orlas d de uma planicie
as sorlas policrom dticas dos pavimentos aos mosaicos —_gigyns artistas do
panordamica, de onde se vislumbraa grande de seixos de rio (auténticas “tapecarias de mundo grego.

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pedra”) e as madeiras “nobres” empregadas — 200-201 A cabeca de


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nos tetos ousados, qé testemunho desn umd
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.* tracos realismo
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reado gosto do luxo e também do espaco,
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jeste detalhe do
das cores e da luminosidade. Foi assinalado mosaico feito com
que a planta do paldcio de Aigai é a versao seixos de rio
cal tal d sanienin de mostrando uma cena
em escala monument al de um esquem a ae da caca ao leao.
peristilo central que novamente vamos
encontrar a partir do século IV nas moradias
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particulares de luxo, nas cidades planificadas,


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gindsios, as palestras, as dgoras fechadas,


esquema em que se expressa a concep¢ao
racional do espaco das atividades humanas.
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202-203 Nesta 202 abaixo Os fortes


magnifica vista do muros exteriores do
teatro, aparece toda a teatro de Dodona se
beleza de Dodona e de assemelham aos
seu marco paisagistico, elementos de uma
as Impenetraveis fortaleza; é o efetto
montanhas do Epiro, produzido pelos
que se levantam ao assentos rusticos, que
redor do verde planalto contrastam
sobre o qual, em agradavelmente com a
tempos remotos, se regulada harmonia do
ergueu 0 santuario de posicionamento dos
Zeus. Ainda hoje o blocos, de acordo com
teatro acolhe Os principios da
espetaculos classicos técnica isoddmica
de grande fascinio. tipica da época.

202
DODONA, ONDE AS A Teatro
AZINHEIRAS SUSSURRAVAM B Buleutério
AOS MORTAIS C Acrépole
D Temeno de
Zeus Nalos
E Templo
F Propileus

A paisagem de Epiro é varidvel, desde as altas


montanhas do Pindo até os mais modestos e
arredondados relevos que descem para o mar
Jonico e o luminoso golfo de Arta. Em alguns
trechos, mostra-se verdejante com matas
mediterraneas, pinheiros, e maltratadas
drvores de folha perene que gozam da ins6lita
abundancia de cursos de dgua e de fontes, e
em outros se apresenta nu e pedregoso.
Uma viagem pelo Epiro deve
necessariamente partir do vale elevado onde
se erguem os sugestivos restos de Dodona,
santudrio oracular de Zeus, muito
florescente entre os séculos IV e III a.C., mas
cuja origem é antigtitssima, e que é, de
longe, o centro religioso mdximo desta
regido periférica da Hélade. O sussurrar das
azinheiras sagradas seculares no interior do
recinto do santudrio era objeto de pressdgios
por parte dos sacerdotes do templo,
auténticos misticos procedentes de um
restrito ntuimero de familias de antiga
ascendéncia, que observavam rituais
ancestrais, tais como dormir na terra nua e
nao lavar jamais os pés. Para oferecer
resposta a quem interrogava 0 ortculo,
exerciam também a arte mantica sobre o
canto e o véo das pombas sagradas, sobre o
na colina, um pouco abaixo das fortificacdes 203 acima No recinto
murmurio de uma fonte, sobre o lang¢amento sagrado do santudrio
urbanas, é maior do que a do teatro de
de dados, e sobre o som de uma espécie de de Zeus em Dodona
gongo de bronze. O templo foi reconstruido
Epidauro. Dividida horizontalmente por estava a azinheira
até a trés corredores e servida verticalmente por sagrada, e o sussurro
ao longo dos séculos (desde o Vil a.C, produzido por suas
dez escadas, podia receber 18.000
época romana), com formas, dimensoes e folhas era objeto de
espectadores. Poderosos muros de conteng¢ao,
orientacao sempre 1 guais apos cada adivinhacao para
Sua estrutu ra, formad a de blocos feitos também de pedra calcéria local, conhecer a vontade do
destruicao. deus.
conservam-se com mais de vinte metros de
paralelepipedos em fileiras regulares, ainda
em sua VETsae de 219 aC. altura e apresentam um trabalho preciso em
vode ser perceb ida 203 abaixo O palco do
um técnica isid6mica. Mais além dos escassos
Tem um temeno aberto atraves de teatro de Dodona
j6nico que se relacio na, no restos do proscénio de pedra, chega-se aos do apresenta vestigios
propileu hexasti lo evidentes de uma
um estddio, parcialmente apoiado no analema
lado oposto, com um pequeno templo, sistematizacdo
ocidental do teatro e circundado por vinte
tipo de oikos sobre uma copecie de podio arquiteténica da época
por um portico jonico. Vale a pena fileiras de assentos, o que testemunha o helentstica. Nao fot
ladeado posstvel determinar se
Dodona , princi palmen te pelo valor religioso das instalacdes esportivas na
-onhecer também neste teatro —
— Antiguidade. Entretanto, no lado oposto
espléndido teatro construido em suas como no de
grandiosas formas atuais pelo célebre rei estao as maltratadas ruinas do buleutério, o Megal6polis, na
Pirro em principios do século III a.C., e “parlamento” dos epirotas, formado por Arcddia — existiam
smo uma imponente sala hipostila jonica, dispositivos para
melhorado por Filipe V em fins do me mudar os panos de
apoiada precedida de um portico dorico.
século. A imensa cdvea semicircular fundo do palco.

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O UMBIGO S°% ye a = “

DO MUNDO A Estadio 1 ea | =
B Hieron (recinto “KO . H .
“ar Ss
Sagrado) _“ . “gen

C Via Sacra ae Ws
D Teatro “ss <— aNh|
E Templo de Apolo me
F Fonte Castalia
G Ginasio
H Marmaria
I Tolos

Lugar de extraordindria fascinagao, quase


suspenso entre as Fedriadas — as “Rochas
Resplandecentes” —e o mar de oliveiras
q ue dd um toque
q de prata ao longo de 205 acima Esta cépia
quilémetros no vale inferior até o golfo de do século V a.C. do
Itea, Delfos se ergue 570 metros acima do célebre 6nfalo, este
“umbigo” envolto na
nivel do mar, nas ladeiras do Parnaso, no sagrada rede de la,
coracao da Focida, na encruzilhada de lembra que Delfos, de
antigas vias de comunicacao. O célebre acordo com um antigo
mito, era o umbigo do
santudrio de Apolo Pitio, ao qual se
mundo. A pedra era
acrescentou mats tarde, sobre um terraco também o sinal do
artificial inferior, 0 mais modesto complexo tiimulo do deus Ptton,
filho de Géia, a Terra,
destinado a Atena Pronéia, foi construido
morto por Apolo, que
na época geométrica (séculos X-IX a.C.) herdou o precioso
num lugar micénico preexistente que ja era ordculo.
objeto de cultos et6nicos. Também aqui,
como em numerosos outros Ccentros
religiosos pré-helénicos, a superposigao do
culto de uma divindade as precedentes
obscurece a chegada da ultima esmagadora
onda indo-européia a Grécia, mas a lenda
da vitoria de Apolo sobre Piton, a serpente-
dragéo filha de Géia (a Grande Mée Terra),
guardia de uma gruta rochosa cujos
vapores embriagavam os homens e lhes
proporcionavam suas capacidades
é carregada, muito mais do que
proféticas,
O
outras, de profundos significados.
uma
triunfo de Apolo, surgido de
o feroz
“wioléncia necessaria” contra
primitivismo simbolizado por Piton,
da-se legitimavam ou se proibiam, pela boca do 205 abaixo Uma
insélita vista do
através de uma expiagao que testemunha a deus, através de profecias e respostas, todos santudrio de Delfos,
a civilizacao e 0 iret os atos do povo grego, desde a fundagao de na altura do conhecido
vontade de instituir
a barbdrie dos “tempos de trevas’, colénias até as guerras entre as cidades- Tesouro de Atenas,
contra que mostra a forte
a razao € 0 equilibrio, 0 estados. Sao prova da importancia dessas
até encarnar inclinacdo do
e 0 génio criativo como profecias as impressionantes rutnas dos santudrio, levantado
conhecimento
prerrogativas e dons do deus.
De acorio santudrios de Apolo e Atena, nos quats no lugar onde ficava
Apolo herda a tutela e os estao inclutdos imponentes edifictos outro da epoca
com o mito, for¢a micénica. Delfos é
poderes da misteriosa e primordial (estddio, teatro, gindsio, estruturas de outra das
g r u t a , d e l e g a n d o a recep¢ao) para a celebragao dos Jogos espetaculares atracoes
natural que brota aa gregas de alto
- a0 de sua vontad sg
e Piticos, espécie de “campeonatos” de
expressao ea divulgagao interesse. Em suas
I d e u m a sa cerdotisa, a pitia, disciplinas artisticas e esportivas em honra imediacdes, encontra-
c o l é g i o esd e s a c e rdot ao deus, mas que especialmente acabaram
eae por u m se também o célebre
P o d e - s e i n t u i r f aciinen por proporcionar estruturas de pura mosteiro bizantino de
especifico. a de Osios Loukas.
v o s a a c e n t r a l t beleza, obras de arte, altares e “tesouros”.
portanto, Os moti D e lfos,
a s s u m i d a p o r Incluem-se aqui também os pequenos
religiosa € politica mente
“ u m b i g o d o m u n do , particular templos-depositos de oferendas preciosas,
V I e V I a . C . A q u i se servindo ao mesmo tempo de espelho de
durante os séculos
205
206 esquerda propaganda e do prestigio de muitas para o sudeste, relacionando-se com a
O romantico marco poleis da Hélade, da Jénia asidtica, das antiga dgora romana, sobre a qual se
rupestre da Fonte
Castdlia é ainda objeto Ciclades e das colénias desde a Atica até o debrucavam porticos com lojas para a
de uma breve parada Peloponeso. venda de ex-votos e lembrancas. Nesse
por parte dos turistas Nenhum sitio arqueolégico grego ponto comeca a Via Sacra. Pela presenca de
que se dirigem do
santudrio de Atena ao
representa melhor através dos santudrios a numerosos pedestais de estdtuas mandadas
de Apolo. historia arquiteténica e artistica em fazer por diversas cidades gregas entre os
seqiiéncia estratigrafica horizontal. Em séculos V e IV a.C. em memoria de
206-207 A bem
Delfos, no interior do grande temeno, pelos importantes acontecimentos historicos, é
conservada cadvea do
teatro de Delfos ainda lados da tortuosa Via Sacra que sobe a posstvel ter uma pdlida idéia da sequéncia
se ergue na colina do colina, sucedem-se centenas de fulgurante de doagées, muitas vezes de
santudrio, nado muito intervencdes humanas, do século VI a.C. bronze, que adornavam a propriedade do
longe — como em
outros santudrios
ao IV d.C., sempre estimuladas por deus a partir da primeira rampa.
gregos — do estadio. governos, tiranos ou, posteriormente, Encontramos aqui uma visao espetacular,
monarcas e altos magistrados. Nao s6 nao nao coordenada, de um cendrio bem
207 acima esquerda se nota nenhum vestigio de um plano planejado, composto por arquitetos e
O lugar para o
treinamento dos regulador — edificios de épocas diversas, urbanistas, como nas acr6époles
atletas que por vezes mutto distantes helentsticas, mas, neste caso, determinada
participavam dos cronologicamente, ocupam dreas contiguas pela ocasional correspondéncia e
Jogos Piticos em honra
a Apolo era o enorme
sem levar em consideracao as orientagdes contraposicao visual de imagens de
Gindsio, localizado planimétricas anteriormente realizadas —, propaganda de uma ou outra polis no
numa esplanada a mas também nao existe nenhum sinal de correr da historia. Um pouco depois,
leste do santudrio de modificagdes urbanisticas ou demolicoes. iniciava-se a série de thesauroi dedicados
Atena Pronéia.
Em Delfos, como nos demais santudrios, pela cidade-estado do mundo grego a maior
207 acima diretta faziam-se acréscimos, mas nao se retirava gloria de Apolo. Dos thesauroi de Sicion,
O estadio dos Jogos nada, e faziam-se reparacoes ou Tebas, Mégara, Siracusa, Cnido, Corinto e
Piticos, visto da linha
de partida, mostra-se
reconstrucoes obedecendo fielmente os tantas outras cuja identificacao é incerta,
em toda a tracos daquilo que o tempo ou a ja nao hd sendao uns poucos restos, talvez
grandiosidade de sua calamidade haviam deteriorado. O recinto com fragmentos das decoracées
estrutura, ladeada por sagrado, construido nos séculos VI e V arquitetonicas e escultéricas. Os tesouros
altas arquibancadas.
a.C. com grandes blocos ora poligonais, ora de Sifnos e Atenas, por outro lado,
em forma de paralelepipedo, apresentava representam dois notdveis testemunhos da
nove portas, a maior das quais se abria arquitetura e da escultura arcaica e severa.
O primeiro, de que restam in situ somente
as fundacoes (tudo o que resta da parte
superior se encontra no rico Museu
Arqueolégico adjacente as escavacoes), era
um pequeno templo jénico distilo com duas
elegantes caridtides numa original
substituicdo das colunas, entre os muros
laterais do pronaos. Construtdo em 530-
925 a.C., representa até hoje um dos mais
importantes documentos arttsticos do
arcaismo maduro, particularmente os lados
setentrional e oriental do friso, que
descrevem com brilhantismo, intensa
plasticidade e atrevida solucao de espacos
uma batalha entre os deuses e os gigantes,
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Po
i.
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-

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f .
208 Esculpida no e o conselho dos deuses no Olimpo.
bonito madrmore O thesaurus ateniense, por sua vez,
rosado de Paros,
ergue-se quase intacta
erguido pouco depois da batalha de
a estatua de Agias de Maratona (490 a.C.) com a finalidade de
Farsalo, dedicada por exibir parte do butim conseguido dos
Déoco II ao cidadiio persas, foi objeto de uma importante
campeao de pancracio
(luta de boxe tailandés intervencao restauradora e aparece quase
antiga), obra-prima de totalmente integro, em sua posi¢ao original,
Listpo (337-336 a.C.). Era também distilo (sendo pouco maior que
O atleta se mantém
sobre suas longas o mencionado tesouro de Sifnos), mas foi
pernas segundo o construido em estilo dorico. Vale a pena
ritmo antitético tipico apreciar a harmonia simples das propor¢ées
do artista. O olhar
estd perdido num
e do friso em métopas alternadas com
ponto longinquo, e o trrglifos, nas quais estavam representadas
rosto foi depurado de as batalhas entre gregos e amazonas e os
qualquer sinal de trabalhos de Teseu e de Hércules num estilo
golpes. O atleta é
como os antigos herdis severo ainda que mesclado com elementos
do mito. tardo-arcaicos. Entretanto, so é passtvel de
reconstrucao virtual o efeito cenografico da
drea dos tesouros, repleto também de
mensagens poltticas. Talvez seja suficiente
recordar que Siracusa, apos sua
esmagadora vitoria contra Atenas na
guerra do Peloponeso, construtu seu
proprio tesouro délfico precisamente em
209 esquerda Outro frente daquele pequeno templo ateniense
detalhe do ja descrito que se havia transformado no stmbolo da
friso j6nico tardo- independeéncia grega. O edificio mais
arcaico do tesouro de
Sifnos nos € oferecido
importante do santudrio principal era,
por esta cena naturalmente, o templo de Apolo, do qual
dramiatica do recontro sao visiveis os restos pertencentes a sexta
entre deuses e gigantes fase (373 a.C.), que respeita as dimensoes
do lado norte, 0 que
dd para a Via Sacra, da anterior, da era arcaica. Trata-se de um
ao longo do qual subia classico exemplo de templo dorico periptero
0 peregrino em busca hexastilo em pedra calcaria e dolomita
das respostas do deus
da sabedoria e das (medindo cerca de 60 x 23 metros), com
artes. colunas de dolomita estucada, apoiadas
numa poderosa infra-estrutura artificial
209 direita Uma
sobre a qual descansa uma estilobata em
descoberta artistica
muito admirada no forma de colmeia com trés degraus.
Museu Arqueoldgico A cela, a peristase, 0 pronaos e 0
de Delfos é esta parte epistodomo conservam obras de arte e
superior de uma
coluna votiva em testemunhos culturais e historicos,
marmore pantélico de conferindo ao edificio do templo e seus
mais de 13 metros de arredores um cardter secunddrio de museu
altura, oferecida pelos de arte sacra. Este fato acontece com
atenienses em 335-325
a.C., e que representa freqiiéncia nos mais importantes santudrios
trés fascinantes korai gregos. Sua estrutura devia impor-se aos
dancando na parte demais edificios circundantes, catalisando 0
superior de um amplo
capitel adornado com
olhar na diregao da “casa do deus”,
folhas de acanto. significativamente situada perto do meio do
Trata-se de uma das caminho entre as duas fontes e a rocha que a
mais refinadas tradicao vincula ao ritual oracular da pitia.
expressées da arte do
final do século IV a.C. Quase verticalmente sobre o terraco onde se
em Atenas. encontra o templo, localiza-se o teatro, em
excelentes condicdes de conservacao (sd 0
edificio do palco desapareceu), completando
a perspectiva do santudrio apolineo em
posigao excéntrica, apoiado na ladeira de
208
te et ap a na ev ol uc ao do ca pi tel
tr ad ic ao gr eg a. Ch eg av a- se a importan
ac or do co m a ai nd a as ma rcas do
m do ri co — mo st ra
ele andando entre elegantes porticos co o qu e tr an sf or mo u em ru inas
s de es cu lt uras desabament
afresc os e éx ed ra s ad or na da
rt e de le . U m po uc o ma is a frente,
to grande pa
e doacées reluzentes de bronze (mui do te so ur o de Ma rs el ha (530
li ze lo de Gela, de o alto plinto
fa mo sa foi a do ti ra no Po
pe qu en o te mp lo di st il o de tipo
ns er va O es pl éndido a.C.), um
475 a.C ., da qu al se co m ra ro s ca pi té is eo li co s
jénico, ma s co
auriga, agora guardada no museu). (atualmente no mu se u) , co ns er va un a
[
Finalmente, do lado de fora do temeno, espléndida mo ld ur a. En tr et an to , 0
te es ca va do na
i

ficava o estddi o, pa rc ia lm en fa sc in an te c o n t i n u a, |~
edificio mais
ladeira, com uns 180 metros de sendo o Tolo s, ob ra -p ri ma do A
‘ é i

ro de ad o de ar qu ib a n c a d as e que
comprimento e et o da Fé ci da , Te od or o,
arquit
sobre um podio alto, provavelmente remo nt a a 38 0- 37 0 a. C. Tr at a-se de
po r um a gr ad e. Ai er am mp lo po uc o co mu nt , qu e
protegido € um tipo de te
as co mp et ig de s at lé ti ca s pr é- hi st or ic as por
disputadas s po di am lembra talvez as tr ad ic de s
Jo go s Pi ti co s, 40 S qu ai ul ar . Su as
htpicas dos d o r e s . N o seu fo rm at o de si no ci rc
menos 7 0 . 0 0 0 e s p e c t a nc ia is — pr op or co es,
assistir pelo ud ri o de di cado -aract er is ti ca s es se
caminho que c o n d u z a0 sa nt
an ci a da s re la co es ma te ma ti cas, estilo
r o m a n t i c o , observ
n é i a , n u m amb i e n t e
cl ar am en te dt ic as no pe ri bo lo externo
a Ate n a P r o _ sao
e os r e s t o s l e g i v e i s da sagrada co lu na s do ri ca s, qu e se gu em 05
acham-s de vint e
C a s t d l i a , o n d e s a c e r d otes © “c ld ss ic os ” co di fi ca do s pe lo ar qu iteto
Fonte e | ritmos
i f i c a v a m a n t e s d no . Ap re se nt a, en tr et an to,
peregrinos se pur do Part en on , Ic ti
o n t r a r - s e c o m A polo. O sam tuario alguma s ca ra ct er is ti ca s in ov ad or as , co mo a
enc mats
organizacio — nao exatamente facil — do
e d e d i m e n s o e s
inferior, ainda qu d o s dots
as r u i n a s cao da
modestas, alb e r g a modesto espaco interior e a amplia
@ , o p r i m e i r o dos
templos arcaicos de
A t e n
o u m a ordem corintia is dez colunas da cela,
por ha v e r m a r c a d
guais — essencial
210 esquerda Entre
os mais famosos
exemplos de escultura
grega arcaica é
necessario citar as
estdtuas de Cléobis e
Biton, realizadas por
Polimedes de Argos
em 580 a.C. e
dedicadas a dots
gémeos piedosamente
sacrificados para
ajudar sua mae, a
sacerdotisa de Hera no
santudrio de Delfos.
As formas pesadas e as
caractertsticas secas
da corrente estiltstica
dorica sao agui 210 direita Uma século VI a.C. Foi
evidentes. pdlida idéia do valor encontrada, como
das amplamente muitas outras pecas no
difundidas estdtuas mesmo estilo arttstico
crisoelefantinas (isto e do mesmo valor,
é, de ouro e marfim) numa espécie de
da Antiguidade nos deposito oculto diante
santudrios nos é dada do Pértico dos
por esta soberba cabeca Atenienses, ao longo
de marfim decorada da Via Sacra, um
com laminas de ouro, pouco abaixo do
e confeccionada no templo de Apolo.

210
ge

l i g a d a s as p a r e d e s e Os vestigios mais antigos da presenca Atribuidas a Antenor sao as estdtuas do


tes mas 140
eae sobre um alto alicerce de pedra humana na regiao, por exemplo, temos de frontao tardo-arcaico do templo de Apolo
“ie escura de Eléusis que contrasta buscd-las nas vitrines da iiltima sala, a de (510 a.C.) da sala VII, uma inquestiondvel
on t o branicoiddo mdrmore pentélico em que numero XIII, onde estio ceramicas de obra-prima do grande escultor ateniense.
mi esculp as. — varias épocas, enxovais funerdrios, ex-votos Na sala XII resplandece, com a tinica e
0 friso dorico (repetido tambem na parede e utensilios domésticos. As salas mais discreta companhia de uma preciosa kylix
te rt a da ce la ), o te to da p e r i s t a s e, de interessantes sao, em todo o caso, aI I, com pintada por Duris, 0 célebre “Auriga”, um
ox
ripologia origi nal de artesaos, e as calhas alguns belos tripodes de bronze oferecidos a jovem condutor de quadriga envolto numa
das cornijas demonstram uma intencao Apolo, com ricas decoracées de estilo tuinica de competicao, com os olhos de
decorativa que se afasta dos modelos de geometrico e orientalizante; a III, dominada marfim e pasta vitrea ainda brilhantes, uma
referencia absolutos e i ntroduz o coiné dos pelas imponentes figuras dos curos Cléobis obra-prima de atribuigdo incerta a Pitdgoras
ecl e t i s m o s a r q u i t e t 6 n i c o s e a r t i s t i c os que o e Biton (590-580 a.C.) e rodeadas pelos de Reggio ou a Critio de Atenas. Mais
Belenismo assumird. As obras conservadas restos das elegantes métopas arcaicas (560 adiante se localiza a ultima obra-prima
no Museu Arqueologico de Delfos sao a.C.), thesaurés de Sicion; a V, na qual se arttstica do santudrio délfico, a série de
; ~testemunhos de quase trés mil anos de conserva toda a decoracao sobrevivente do estdtuas doadas por Ddoco II,
q “historia, trazida a luz por arquedlogos tesouro de Sifnos, e a arcaica Esfinge provavelmente réplicas contempordneas dos
” franceses a partir de 1892. Como amitide dedicada pelos habitantes de Naxos a Apolo bronzes originais de Lisipo (c.360 a.C.), que
gcontece, porém, nos museus helénicos, a (570-560 a.C.) e que ficava na parte se encontravam originalmente no noroeste
- disposigio expositiva nao é rigorosamente superior de uma coluna de mats de doze do templo.
cronolégica, obedecendo mais a tipologia metros de altura. Na sala VI estao expostas
" dos materiais ou aos conjuntos artisticos. as 24 métopas do tesouro de Atenas.

211 A inquietante plano de apoio era


figura da Esfinge se formado pelo dbaco de
erguia na parte um grande capitel
superior de uma coluna jénico. Naxos foi um
votiva de mais de 12 importante centro
metros de altura escultérico durante os
séculos VII e VI a.C., e
localizada diante do
encontram-se criagées
templo de Apolo,
de artistas seus em
oferecida pelos
toda a area cicladica,
habitantes de Naxos
stmbolo da hegemonia
(Ciclades) ao deus em
polttica e econom ica
570-560 a.C. e marcada conquistada pela ilha
pelos tipicos caracteres na zona central do
iconograficos e Egeu durante esse
estilisticos da arte do periodo.
primeiro arcaismo. O
a —_
: : Planta do
— Templo de Apolo |
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Acrotirt _ da qua| l jd apresentamos algumas


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Muitas das centenas de ilhas dispersas pelo


mar Egeu permaneceram habitadas desde a espléndidas pinturas. _— og
O coracao das Ciclades é Naxos, “sche ae
Antiguidade e tém proporcionado

informacdes mais ou menos claras sobreas todas, extlio de Ariadne Beene 7re
civilizagées que se foram sucedendo desde a Teseu e consolada por Dioniso, patria dos
pré-histéria até a fins do Medievo antigo. déspotas iluminados como Sena de
delas se tornaram sedes de escultores refinados do BECATSING jonico
Algumas
instituicdes politicas ou religiosas de insular, evidentemente ajudados pela ;
tamanha relevancia, que os testemunhos qualidade do madrmore local. As fundagoes da
arqueolégicos as transformaram em destinos cidade antiga foram encontr adas nao longe
ineludtveis do turismo cultural. Num da moderna Naxos, e delas proven at guns
imagindrio cruzeiro através do homérico exemplares vdlidos de estatuarta eae
212 Uma surpresa
aguarda os turistas “mar cor de vinho”, cujos reflexos violdceos conservados agora no Museu Arqueo OgICO,
que em Naxos chegam —_ ag vibrantes auroras e nos fantdsticos que expoe também um belo repertorio de
@aeApOlorias, at entardeceres da Grécia fazem jus adescrigao “tdolos” ciclddicos e de ceramica micenica.
ii aes fei ta pelos aedos, farem os escala apenas em O conjunto monumental mas importante

algumas delas, sendo inevitavelmente SUTgIU na ilhota de Estrongile, sede de uma


verticalmente sobre o

mar: numa jazida de =~ in istos com outras, como Eubéia, com povoagao ciclddica desde o terceiro e segundo
De te “ Erétria; Quios; Taso; Samotracia, pdtriada — milénios a.C., e unida a Naxos por uma
um ao: curode10 _célebre Nike, agora no Louvre (restando estreita faixa artificial. Trata-se do templo
metros de altura, uma —_qnenas a base, no interior de um espléndido jOnico arcaico incompleto de Apolo (540-530
ses Dee eae santudrio); a formosa Siros, dos egeus; Milo, 4.C.), um dos mats antigos dessa escola
eal vi? oC com Filacépi; Tera, com a cidade mindica de —arquitetonica , com cela tripartida e com
duas fileiras de quatro colunas, pronaos e
epistodomo distilo, e uma sala no oeste entre
ee eae = eee ae ee
i Pn ee ah! Oe aee ee
1p me

a cela e o epistédomo. Desta levanta-se ainda


integra a grande porta de madrmore com
molduras decoradas com motivos
tipicamente insulares, entre os quais o olhar
se perde no azul profundo do Egeu. Por
outro lado, em Apolénia podem ser visitadas
as cavernas de mdrmore abandonadas. Numa
delas, jaz uma colossal estdtua incompleta de
curo de 10 metros de altura, possivelmente
da segunda metade do século VI a.C.

212-213 O portal de do século VI a.C.,


madrmore da cela do situada sobre uma
templo j6nico de ilhota rochosa em
Apolo é quase um frente ao povoado
simbolo da antiga moderno de Naxos, o
Naxos. Trata-se de mais importante centro
uma obraincompleta comercial da ilha.
DELOS, ILHA DE
DEUSES E DE
MERCADORES

214 esquerda acima


Esta foto da ilha foi
tirada do alto do = ra *

Cinto, o monte
sagrado de Apolo, que
tinha nascido em
Delos junto com sua
irma Artemisa. Nao é
por acaso que um dos
nomies por que era
conhecido fosse o de
Cintio.

214 esquerda abaixo A


magnifica Esplanada
dos Ledes (fins do
século VI] a.C.) tal A Estadio G Estoa de Antigono J Agora dos Delos
como se vé da Casa B Ginasio Gonatas K Teatro
dos Posidoniastas de H Monumento L Casa das
C Palestra
dos Touros Mascaras
Berito: sé se D Lago sagrado
conservam sete das E Terracodos Le6es I Grande templo M Serapeion
de Apolo N Monte Cinto
estdtuas originais. F Agora dos Italicos

216-217 Esta vista aérea 218-219 Nesta grande


Se Naxos representa o polo geografico das
da desnuda extensao representacado grafica
Ciclades, o coracao religioso de um dos ondulada da ilha de se sugere como deve
madximos santudrios da Hélade era Delos, Apolo e de suas ter sido Delos durante
uma pequena ilha nao longe de Micono, recortadas costas mostra seu pertodo de
a desordenada expansaio esplendor maximo,
lugar de nascimento de Apolo, venerado urbana do centro surgido entre os séculos
durante séculos, incluindo a época romana ao redor do antigo lil e 1a.C., quando
(precisamente, foram os romanos, entre santudrio do deus. Aqui, a passagem dos
onde nenhum homem macedénios em direcao
outros, que converteram Delos num
teve o direito de nascer a Roma propiciou sua
florescente “porto franco” do Mediterraneo, ou morrer, teve sua sede prosperidade.
a partir de 168 a.C.). a Liga Délio-dtica (478-
A enorme jazida arqueolégica é composta de 456 a.C.) e, sob
quatro dreas: o santudrio, a cidade com os inspiracao ateniense, a
Anfictionia Jonica.
distritos residenciais e comerciais, o terraco
dos templos dedicados as divindades
estrangeiras e o centro esportivo (gindsio,
palestra e estddio). Saindo do porto antigo,
passa-se junto a uma agora helenistica tardo-
romana utilizada pelas corporagoes mercantis
e que desemboca na Via Sacra, entre os restos
da estod erguida pelos Atdlidas em meados do
século III a.C. e os do portico levantado por
Filipe V da Maced6nia (210 a.C.) e
“reduplicado” para os lados do mar poucos
anos depois, precedido de numerosas bases de
monumentos escultoricos. Outra agora, a
chamada “dos délios”, situada nas
proximidades, é testemunho das atividades
214 direita Erguem-se 215 Detalhe da ndo-religiosas nessa pequena ilha sagrada de
dois gigantescos falos Plataforma dos Leoes: Apolo. Precedida de grandiosos propileus
— simbolos de Dioniso — os felinos se acham
aos lados da capela do voltados na diregao do (construcdo ateniense do século II a.C.),
deus, feitos na época Lago Sagrado, lugar erguia-se no interior do recinto do santudrio
helenistica. Também ha onde nasceu Apolo. o templo incompleto do deus, um periptero (0
temas dionisiacos nos Hoje esse lago fot
dessecado por razoes
tinico de Delos) hexastilo dorico de pequenas
lados dos altos suportes
dos falos. de higiene ambiental. dimensées, cuja construgao foi datada entre o

214
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221 Uma magnifica
vista central do coracao
arqueolégico de Delos
acentua 0 seu fascinio,
A visita entusiasma,
mas s6 pode ser feita
nas poucas horas
permitidas pelo vento e
pelas fortes correntes
marinhas entre Micono
e ailha de Apolo.

segundo quarto do século V a.C. e fins do IV. que sobreviveram aos nove originais, obra-
Ao redor do templo estao as fundacées de prima da estatudria orientalizante. Mais
numerosos thesauroi e alguns templos além se situa o distrito cenogréfico
arcaicos e cldssicos de modestas dimensoes, residencial helenistico, com restos
entre os quais o célebre oikos dos ndsios, um imponentes e beltssimos de luxuosas
raro exemplo de templo arcaico (século VII residéncias com peristilo central, com
a.C.) com cela bipartida e pronaos tetrastilo, habitacdes com mosaico e pintura, e sedes de
proximo do portico em cujas proximidades representagao, como a célebre Casa dos
ainda sao visiveis fragmentos de um colossal Posidoniastas de Berito, realizada no século
curo que representa, com toda a II a.C. por mercadores strios de Beirute.
probabilidade, Apolo, um ex-voto dos ndsios, Estes mesmos mercadores encomendaram
do século VI a. C., e 0 arcaico porinds nads também o célebre grupo marmoreo de
onde era custodiada a estdtua de culto do Afrodite que afugenta Pa ameacando-o com
deus. uma sanddlia, ali descoberto. Ao sul do
Além dos santudrios menores de Artemisa e santudrio de Apolo estende-se a drea
Dioniso, entre os restos da colossal estod de residencial “do teatro”, chamada assim por
124 metros e 48 colunas doricas, mandada ficar préxima de um edificio para
construir por Antigono Gonatas da espetdculos, muito bem conservado, capaz de
Macedonia no século II a.C., luminoso receber 5.500 espectadores. Entre os séculos
exemplo de gigantismo e do gosto pela IIe la.C. surgiram, dispostas num reticulo
arguitetura cenogrdfica da era helenistica, nao exatamente hipoddmico, dezenas de
encontram-se monumentos fdlicos dedicados casas com patio central, andlogas as da drea
a Dioniso e o Monumento dos Touros, assim setentrional. Finalmente, a ingreme subida
chamado devido a sua decoracao. Trata-se de ao mitico Cinto reserva um panorama de
um comprido e estreito corredor que numerosos conjuntos religiosos, que culmina
compreendia um pequeno tanque, no santudrio proto-helentstico de Zeus e
provavelmente destinado a exposicao de um Atena.
220 esquerda acima 220 esquerda abaixo
Uma bela imagem da
navio de guerra dedicado como ex-voto por
Lima das mais belas
casas helenisticas de Casa do Tridente um soberano helenistico apos uma vitéria. A
Delos é esta moradia mostra seu peristilo vizinha Fonte Maior oferece um belo
com peristilo, a Casa provido de esguias exemplo de fonte monumental helenistica.
do Tridente, € se colunas doéricas. Das
encontra no elegante casas helentsticas de
Ao longo do mar, ao norte do santudrio de
Distrito do Teatro, Delos e de outros Apolo, aparece outra série de conjuntos
habitado por centros derivaram os arquitet6nicos monumentais da era
comerciantes ricos romanos suas
helentstica, entre os quais se destaca a Sala
cujos estabelecimentos proprias edificacoes
ainda podem ser vistos. domesticas. da Bolsa, uma enorme sala originariamente
sustentada por uma auténtica selva de
220 esquerda centro 220 direita Um colunas doricas e jénicas e tluminada por
A espléndida Casa de célebre mosaico
Hermes de Delos, com helentstico que uma clarabéia que caiu, junto com todo o
sua dupla ordem de representa uma Sereia edificio, no século II d.C. A leste do
colunas em volta do decorava um cémodo santudario de Postdon se encontra a célebre
peristilo, foi talvez a da bela Casa de
Escardona, com vista
Agora dos Itdlicos (século II a.C.). E a zona
sede de representacao
de algum consorcio para uma sugestiva do Lago Sagrado, um espelho d’dgua ovalado
mercantil, ativo entre bata na zona do Lago e dessecado em 1924, que abrigava os cisnes
os séculos III eI a.C. Sagrado. € os gansos sagrados de Apolo. A oeste do
lago, um dos lugares mais notéveis da ilha é
o Ierraco dos Leées, assim chamado por ter
cinco ledes de mdrmore do século VII a.C.,

220
222 esquerda 222-223 O teatro de 223 acima esquerda 223 acima direita
lirtto ao cais onde Este detalhe da cn
O) te NIple de [1s Delos fot erguido 10

parcialmente século IV a.C. num atracant as Distrito do Teatro


panoramico vale que embarcacdes modernas, deixa entrever as
restaurado, fol
olha para o porto. Em encontra-se a ampla estatuas dos
eedificado em 135 da
Agora dos Hermatstas proprietarios
frente acavea ficava o
GA. Pers ifenienses.
Con OW Compitalistas de Casa de Cledpatra e
Ereue-se mo sope do edificia ado palco,

monte Cinto, na area colunatas nos quatro Delos, uma soctedade Dioscérides, outro
lados, unico exemplo de mercadores rOMTAMOS bom exemtplo ae
N1Sa orada a

nerosas divindades antigo deste géenero. ativos natlha,comum — moradia helentstica


centro proprio de
ovie) ¢ Ao fundo ha

) titua da deusa mtercambio e de culto.

222
eas
224-225 Este devia 224 abaixo
ser 0 aspecto do As vertiginosas
santudrio de Atena em escarpas rochosas de
Lindo, no ponto mais Lindo, marcadas ainda
espetacular da ilha de pelas muralhas
Rodes, sobre uma bizantinas ampliadas
espécie de Acrépole no século XV, dao
natural da qual se uma idéia da posicao
pode admirar um dos cenografica em que fol
mais belos panoramas construido o templo de
de toda a Grécia. Atena Lindia em
otek

&

O conjunto, erguido relacao a cidade.


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formas monumentais
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par a

aqui indicadas, deve


ser considerado um
auténtico manifesto
da arquitetura
cenografica da época
helenistica da J6nia e
do Dodecaneso.

224
LINDOS, O SANTUARIO
DE
ATENAS NO MEIO DO AZUL

A Santuario de Atena
Lindia
B_ Estoa jénica
4
C Propileu
D Grande estoa
E “Nave de pe’
Hagesandro” Ss)

Rodes, a maior ilha do Dodecaneso, possui |


numerosas areas arqueol6gicas de grande
interesse: Rodes, Idliso e Camiro, cu jo Museu
Arqueol6gico se encontra no medieval formato das colunas, sobreviventes do pdtio de
Hospital dos Cavaleiros. quatro portas que rodeava o altar. E
A maior atracao da ilha, entretanto, é interessante assinalar que o lado oriental
constituida pelos restos do santudrio de Atena deixa um espaco minimo entre as colunas e 0
Lindia, na altissima acrépole medieval de parapeito da escarpa, oferecendo uma
Lindos, situada verticalmente sobre uma das perspectiva atipica do templo, como se o
mais belas praias gregas e cercada em grande elemento fundamental fosse a animada cornija
parte por restos de fortificagdes e um castelo arquitet6nica do patio e o eixo visivo de todo o
dos cruzados sobre estruturas defensivas altar situado em seu centro. Posteriores
bizantinas preexistentes. O lugar do culto é de acréscimos na decoracao em fins do século III
origem antigiiissima e, na primeira metade do ou princtpios do II a.C. combinaram melhor
século VI a.C., viu surgir um templo dorico os terracos inferiores com o restante deste
na propria beira da escarpa, e cuja projecao conjunto cenogrdfico, cujo projeto geral parece
incide sobre a gruta inferior onde se orientado a modelar a intervengao humana
celebravam as primeiras manifestagoes sobre a paisagem, com o intutto de fundir
rituais. Entre a segunda metade do século IV natureza e artificio numa tinica realidade,
e principios do II a.C., apés um incéndio que multiforme e continuamente surpreendente.
devastou sua estrutura, uma série de O aspecto do santudrio era enriquecido por
intervencoes para a restauracao global obras de arte depositadas como donativos
ziu alguma s votiv os a Atena Lindi a entre as colun atas e os
daquela drea introdu
ficas com escadar ias e vastos espac os aberto s, bem como ao longo da
caracteristicas cenogrd
erizam a arquite tura Via Sacra. Nesta Via ainda é vistve l um
colunatas que caract
ularme nte, a arquite tura grand e relevo votivo escul pido na rocha com a
helenistica e, partic
idtica. Os terraco s da image m de um navio que servia de apoio a
de tradicao microas
modela dos de maneir a a guiar uma estdt ua de um tal de Hages andro, devoto
acropole foram
com naturalidade o visitante até o templo, 0 de Posidon.

qual foi construido com as formas atualmente


225 direita Ainda se visiveis. Consiste num edificio de planta
erguem, restauradas anfipréstila tetrastila de ordem dorica, de
no inicio deste século, aspecto leve e simples, excéntrico em relagao
algumas das colunas aos eixos sobre os quais se situava, numa
do pronao eé dos
porticos do templo de sucessao ascendente entrecortada, no imenso
Atena Lindia em portal da grande estod em “II”, na magnifica
Rodes, um lugar escadaria anterior aos Propileus e no patio de
fascinante perto de quatro portas com o altar. Os restos dos
praias lindissimas.
Propileus acolhem ainda hoje a quem sai do
templo, com a simples combinacao de cinco
acessos, cada um dos quais expoe ao olhar
duas das dez colunas frontais, jd visiveis do
terraco inferior, cujo compridissimo portico
constitui uma demonstracao de assombrosa
grandiosidade. O par de cémodos da fachada
adornada com portico que enquadravam os
Propileus era uma clara alusao ao modelo de
Mnésicles sobre a Acropole de Atenas. A
medida que se sai, a espetacular escadaria a

1 eh

deixa aflorar lentamente, contra o céu, 0 agil

oe
226-227 Outra vista 227 acima esquerda
SAMOS
do tesouro de Geneleu A tnicacoluna
O BERCO DE HERA enfatiza sua posi¢ao remanescente do
a0 longo da Via Sacra templo de Hera
que se prolongava ate pertence ao pertodo de
A Estoa setentrional
B Grande templo de Hera
o interior do reconstrucao do
C Templo de Hermes eh santudrio de Hera, grandioso templo por
D Templo de Apolo e onde se alternavam Reco e Teodoro, apés o
Artemisa estruturas logisticas incéndio que o tinha
E Altar e obras de arte. destrutdo em 525 a.C,
F Templo de Hermes A obra nao chegou a
ser terminada.
eae

e Afrodite

226 acima Vista geral Samos, onde Hera nasceu e se supode que tenha pés de comprimento (um hekatompedony,
do santudrio de Hera,
casado com Zeus, é uma mancha verde na equivalentes a cerca de quarenta metros, com
em Samos, que fot
mais vezes exfensao azul do Egeu, a somente dois entrada orientada para o leste e uma
reconstrutdo do que o quilémetros da costa da Asia Menor. Como compridissima cela dividida em duas naves.
templo da deusa entre muitas outras ilhas gregas, tem uma historia Nas imediagdes havia um lago sagrado,
os séculos VII e VI
a.C. No santudrio de
antiqiiissima. Os primeiros assentamentos destinado aos banhos rituais da antiga imagem
Artemisa, em Efeso, a humanos remontam ao terceiro milénio a.C. de madeira da deusa. Em meados do século
ordem jOnica passou com um discreto desenvolvimento que serd VIII e no IX a.C., uma série de modificagoes
por uma fase decisiva acentuado no milénio posterior. Durante o alteraram o templo, mas a reabilitagao do
de desenvolvimento.
Medievo Helénico, assim como toda a Jénia santudrio conheceu seu momento decistvo por
226 abaixo As cépias asidtica e insular, foi ocupada pelos jéntos e volta de 560 a.C., quando se encomendou aos
de algumas estdtuas viu nascer uma importante polis, que, apos arquitetos locais Reco e Teodoro a tarefa de
do celebre célebre
tesouro do templo um longo tempo sob uma oligarquia erguer um novo templo colossal da deusa,
doado por Geneleu de aristocratica, alcancou seu esplendor maximo modificando sua orientagao e situando-o sobre
Samos (c. 550 a.C.) durante a tirania de Policrates (540-522 a.C.). o mesmo eixo de um altar igualmente grandtoso,
sao ainda vistveis no
A fama arqueolégica de Samos estd ligada no interior de um conjunto de edificios de
ponto em que estavam
colocadas para especialmente aos restos do célebre santudrio servico e de prestigiosas obras de arte (entre as
embelezar o santudrio de Hera, erguido entre os séculos IX e VIII quais, a Hera de Samos, agora no Louvre).
de Hera. As originais a.C. nas tmediacoes de um modesto curso de Nessa obra foi utilizado, e definiu suas
se encontram no
museu de Vath.
AQUA, 0 Imbraso. O santudrio continha um caracteristicas essenciats, o estilo jOnico, aqui
altar, pequenos templos e um templo de cem elevado a formas tao grandiosas que quase
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chegaram ao gigantismo. O templo (com seus
bons 105 x 52,50 metros ) é rodeado por uma
dupla peristase com 104 colunas de cerca de
dezoito metros de altura. A grande cela era
oe

precedida de um longo pronaos de trés naves


separadas, desprovidas de capitel decorado,
diferentemente dos demais. Além disso, os
fustes, formados por rochas baixas de mais de
um metro e meio de didmetro, nao acanaladas,
proporcionavam o efeito de uma auténtica
“selva de pedra”. A ordem matemiatica em que
estavam aproximadamente dispostas equilibrava
sua relagdo com a perspectiva geral.
Os restos do edificio se misturam com os da
reconstrucao incompleta efetuada sob
Policrates, devido ao incéndio que, poucos
anos apos sua inauguracdo, destruiu a obra-
prima de Reco e Teodoro. As formas foram
mantidas quase idénticas, sé ligeiramente
aumentadas, mas em posicdo mais inclinada
para o oeste. Uma tinica coluna se levanta
ainda entre as ruinas do templo, mas
numerosos exemplares de capitéis e bases dao
uma idéia do aspecto de tais elementos na
época arcaica, quando as volutas ainda nao
tinham sido introduzidas na decoracao dos
6valos do equino.
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Um belo detalhe de
um do s capitéis
arcaicos do templo
joni co de Hera mostra
o aspecto que tinham
os elementos de
decoracao das colunas,
no ¢ é C ulo V Lane:
228 acima Esta
magnifica vista da
Acroépole de Pérgamo
mostra a cenografica
série de monumentos
erguidos entre a época
dos Atdlidas e 0
periodo imperial
romano. A colunata
branca ao fundo é 0
Templo de Trajano.

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Pe
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piRGAMOP,OLE DO VENTO
A ACRO

Muitas cidades gregas da Antiguidade se 4 Arsenal G Terrago


difici
encontram hoje na Turquia. veri Seria dificil B Pane HE Eston
ae C Templo de Trajano I Grande altar
; J D Biblioteca de Zeus
enumerar e ilustrar todas. Mais dificil
E Teatro J Agora superior
ainda seria precisar quantas delas, apesar
de serem de cultura asidtica, absorveram F ‘Templo de Atena
tracos da civilizagdo grega, de Sardes a
Halicarnasso. Limitar-nos-emos a tlustrar
duas das mais importantes — Pérgamo e
Priene —, sem esquecer, entretanto, as
belezas de muitas outras: Mileto, Esmirna,
Asso, Focéia, Teos, Cnido, Didimo, Efeso,
Cime, Clazémenas, Célofon, Claro, quase
todas olhando para o Egeu ou pouco
distantes dele. Pérgamo, a grande capital
de um florescente reino helenistico, 0 dos
Atdlidas, é um ponto de partida ideal para
retroceder as ratzes do helenismo na Asia
Menor. Seu aspecto urbanistico, devido
totalmente as enormes obras de
monumentalizacao realizadas pela dinastia
const itui o aspec to mais tipico da
reina nte,
na
ora helenistica, integralmente baseado
entre acrép ole, cidad e baixa e
divis do
santu drio de Asclé pio, proj etan do uma
imagem total espetacular, fundida
totalmente conforme o sentimentalismo ee fi

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229 Uma ampla


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A cidade alta, rodeada por solidas 228-229 No vasto


ne ci das panorama que se cisterna sobre a
mu ra lh as de di ve rs as €p oc as , gu ar
aprecia da Acrépole de Acr6pole de Pérgamo
compreende 0s paldcios reais,
de torres
Pé rg am o, a pr in ci pa l _ proporcionava uma
_ gasnne Age sd o é a da re se rv a hi dr ica aos
AS CA SA S — im pr es
versoes macrotectOnicas Aas LUXUOS cios reais dos
cr at ic a, ea s ve rt ig in os a cd ve a do pa ld
com peristilo de tradicdo aristo Atdlidas, mas toda a
di ca da s ao cu lt o do s grande teatro, que por
pequ en as ca pe la s de sua vez se encontra cidade recebia a agua
situado diantede uma de um enorme
soberanos mortos considerados herdis. aqueduto.
extraordindria
Surpreende a organizacao do sistema de
armazenamento hidrico da acropole, cujas —aberturana montanha
dis pos ta em fre nte a
dguas eram recolhidas das elevacoes planicie inferior.
circundantes mediante ousadas obras de
engenharia, que foram aperfeigoadas na
época romana, Ainda subsistem algumas
229
——

231 Toda uma sala dos destas pdginas se


N e s t € d e talhe da 232-233 Dessa forma
930 a sobre Museus Estatats de referem a uma das
aqui devia ser a Acrépole
rigantom em Berlim abriga a secoes mais bem
de Zeus
, de Pérgamo na época
Saba
p o d e - s e reconstrucao do conservadas do lado
romana, apos séculos
pérgamo, force cenografico chafariz e nordeste do friso.
a de intervengoes para 0
gdmirar a arte do grande friso do Neste, os eruditos séo
r e s s i v a d seu embelezamento,
r e g i d o , Cujo Altar de Zeus, onde o unanimes em durante os quais a
daquela antigo tema da batalha reconhecer, da esquerda
r 0 s 0 e t i r gido tonica parece ter sido a
pig o entre deuses e gigantes para a dtreita, os
talis mo fot busca de efeitos
se ntimen
o como
encontrou um seguintes personagens: cenograficos ¢
de f i n i d
Wharroco”” alttssimo nivel de Clito, Hécate, Oto, grandiosos.
expressao. As imagens Egeu e Artemisa.

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restos do grandioso santudrio cldssico através de uma escadaria tnsolitamente


cisternas cilindricas com técnica isodoma alta e do tipo prostilo de ordem jonica. Do
tardio de Atena, construtdo sobre o terraco
e grandes trechos de canalizacoes. O fulcro maravilhoso altar de Zeus, situado sobre
visual da acropole, atualmente vistvel da que domina a ingreme encosta em que foi
um terraco de mais de setenta metros de
planicie, donde se levantam ainda
escavado o enorme teatro de vertiginosa
De fat o, 0 co nj un to se ap re se nt av a lado e decorado com frisos célebres que
cav ea.
imponentes e sugestivos restos do si st em a tr ap ez oi da l no qua l tre s representam a Gigantomaquia e o mito de
como um
santudrio de Asclépio, com suas fontes Télefo, nao restam mais do que os
stoat com uma ordem dupla de colunas,
radioativas com propriedades miulagrosas, , um a das qu ai s se rv id a por desolados restos do crepidoma. O restante,
dori ca e jon ica
seus passeios cobertos, 0s porticos de ca va m id ea lm en te oO como jd foi dito aqui, constitut uma das
um pr op il eu , ab ra
incubacdo, os teatros e as estruturas de o qua l se er gu ia o te mp lo da principais atracdes dos Museus Estatais
ici ona das na espaco sob re
recepcao, gr an de me nt e rec ond o hex dst ilo , O de Berlim. Pelos arredores sao vistveis,
deus a, um cld ssi co pe rt pt er
rom ana , é 0 esp lén did o con jun to de ainda, ruinas da dgora da acropole,
épo ca complexo teatral terminava, na parte
mérmore do templo de Trajano, em haixa, com uma espetacular seqiiéncia
de enquanto mais embaixo aparecem os
a 4
processo de restauracao. Mas par porticos sobre os quais se abria, a um lado, imponentes restos do santudrio de
historia do urbanismo e da arquitetura o templo-santudrio de Dion iso, acessivel
Deméter.
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A Santuario de Deméter

G Santuario de Asclepio
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C Santuario de Atena

H Santuario inferior
we
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D Ginasio

I Estadio
B Teatro

F Agora
E Estoa

234
PRIENE, ONDE A
URBANISTICA SE TRANSFORMA
EM ESPETACULO

Priene, antiga e pequena polis da Caria, voltou 236-237 O aspecto de monumentais


Priene devia ser situados em pontos
a ser fundada por seus cerca de 5.000 estratégicos, de forma
similar ao de outras
habitantes, em meados do século IV a.C., para cidades gregas da Asia que combinassem
escapar das devastadoras inundacoes do Menor, embelezadas, cenograficamente com
Meandro. Para isso, foram escolhidas as reconstrutdas ou drea urbana e com o
novamente fundadas: ambiente natural,
encostas do Micale, um monte de quase médulo urbantstico como mostra a
quatrocentos metros de altura, dispondo, nos regular, conjuntos reconstrucao.
cerca de trezentos metros que separam as
escarpas que ficam na direcao da plantcie fluvial
das quase inacessiveis vias que conduzem a
acrépole, de quatro terracos paralelos. As
escavacoes do final do século XIX trouxeram a
luz um assentamento ortogonal de clara origem
hipodamica, entre cujas ruas, de largura que
varia entre quatro e sete metros, se encaixam
retingulos isolados e alongados de 120 x 160
pés gregos (35,40 x 47,20 metros), mostrando
uma relacao proporcional harménica (3:4).
Assim como em Olinto e Cassope, a distribuigao
dos distritos residenciais parece desembocar no
centro da cidade, onde se abre a agora, com seus
porticos monumentais e 0 santudrio de Zeus. O
nexo entre os quatro terracos se estabelece por
uma série de vias paralelas na diregao norte-sul,
quase todas escalonadas e aptas apenas para
andar a pé ou em animais de carga, a0 contrario
das dispostas na direcao leste-oeste. A agora
também € fisicamente ligada ao dominante
santudrio de Atena por meio de uma escadaria
235 acima Este éo
234-235 Esta formosa
aspecto atual do
comprida e monumental que acentua sua
representacio grafica Em pos iga o do mi na nt e est d ta mb ém a
do provdvel aspecto ekklesiasterion de posigéo.
original do buleutério Priene, que € similar localizacao do teatro, um dos mais bem
o
ou ekklesiasterion de a outros encontrados conservados do mundo grego e abrigado pel
Priene. Ela nos mostra nas cidades gregas Id ond e a ver ten te do Mic ale se
iltimo ter rac o,
aampla sala para as da Asia Menor.
assembléias, com as torna mais pronunciada. Tambem é imponente
longas fileiras de 235 abaixo a posicao do estddio e de outras infra-estruturas
assentos divididas por Do grandioso templo esportivas, na borda do primeiro terraco
escadarias de acesso no de Atena em Priene
permanecem de pé artificial, bem como a do teatro, em posicao
sentido diagonal;, 0
altar, perto do qual algumas colunas com descentralizada para favorecer a rdpida
ocupavam seu lugar os elegantes capiteis afluéncia e escoamento do milhar de
i
jénicos. O templo fo
oradores, quando
erguido no século espectadores que nele cabiam. A espetacular
devido;, e a cobertura,
IV a.C. a partir de impressdo que causava sua zona urbana,
que provavelmente era
um projeto do grande acentuada por uma edificagao monumental e
ee

apoiada por armacoes


arquiteto Piteu.
compridas e fortes de construida quase inteiramente de pedra,
madeira. representa o aspecto mais interessante de
Priene, que se antecipa em mais de meio século
ns cidades helenisticas cenogrdficas da Asia
Menor, com suas ousadas seqiiéncias verticais
de distritos e monumentos.
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CNOSSO, O LABIRINTO
SEM MINOTAURO

A Teatro G Grande escada


B Entrada norte H Meégaron do Rei
C Sala hipostia I Propileu sul
D Armazens J] Casa do sumo
E. Sala do trono sacerdote (casa sul)
F. Patio central K Casa do sudeste

E indiscuttvel que a pérola da arqueologia


cretense é Cnosso, sede da mats importante e
vasta cidade-paldcio da ilha. Infelizmente, 0
conjunto encontrado por Arthur J. Evans
(1903-1931) sofreu uma grosseira
restauracdo que, se por um lado satisfaz 0
turista em busca de lugares sugestivos, por
outro constitui uma absurda homenagem ao
gosto “ruinistico” do romantismo tardio
arqueolégico e acabou transformando
algumas partes do conjunto, selecionadas sem (aes alt
nenhum critério para serem reconstrutdos
com concreto armado pintado, em simulagoes
parecidas com as usadas nos panos de fundo
dos teatros, com paisagens compostas de
cartao-pedra pintado. De qualquer forma,
gracas fis comparacoes com o “paldcio” de
Festo, investigado com critérios muito
diferentes pela Escola Arqueologica Italiana
de Atenas, é posstvel entender 0 esquema-
guia e as solugées técnicas adotadas pelos
arquitetos cretenses. A estrutura do paldcto
de Cnosso, que remonta a construgao 238 esquerda acima e 238 direita A imagem
efetuada no século XVII a.C., evidencia uma centro O paldcio- oferece outro sugestivo
cidade de Cnosso, em detalhe da realeza de
capacidade de projegao e realizagao de um
Creta, é famosissimo. Cnosso, com as
complexo colossal com mais de mil comodos, Nos peristilos de suas réplicas em cimento
dispostos sobre dois ou trés pavimentos, residénctas (acima), das colunas originals
servidos por escadas, corredores com porticos, bem como ao longo de feitas em forma de
uage ns, tudo suas espetaculares fronco de cone
rampas proprias para carr escadas enlousadas invertido em madeira
distributdo em torno de um enorme patio (centro), aglomeram- pintada, elemento
central retangular. Entre as caracteristicas se todos os anos t(pico da arquitetura
turistas fascinados crefense.
mais surpreendentes, estao a auséncia de
pela realeza do
fortificagGes, a pragmatica combinagao de mitico Minos.
pedra e madeira nas estruturas importantes,
a logica distributiva das fungoes nas diversas 238 esquerda abaixo 239 A entrada
Uma restauragao por setentrional do
alas do “paldcio”, apesar do aparente caos e vezes excessiva exige paldcio-cidade de
da superabundancia de aposentos, como 0 que se reformule a Cnosso é um dos
atestam a colocacao dos armazeéns e a articulacdo dos pontos mais
cémodos, patios e fascinantes de todo o
concentracado das oficinas de artesaos a claraboias para complexo mindico,
servico do soberano. Novamente aparece o favorecer uma visto aqui num belo
refinado gosto pela decoracao arquitetonica e iluminacao difusa e detalhe. Mas toda
pictérica de ambientes residenciais, salas de correntes de ar fresco Creta merece uma
nos refinados longa visita
representacao e exercicio do poder, e porticos, aposentos residenciais arqueolégica.
com um senso da cor que atesta de Cnosso.
abundantemente o prazeroso gosto pela vida
que tinham os cretenses, nunca
exageradamente apegados ao misticismo. A
magnifica rua real, pavimentada, leva ao
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240 As grandes pithoi 241 esquerda acima
de terracota, adaptadas 241 direita acima 241 abaixo Os afrescos
Nas paredes dos Chifres de touro MLINOICOS sao
Para conservar
Propileus meridionais estilizados, de grandes importantes também
grandes quantidades de Cnosso estava dimensoes, podem ser pelas muitas
de artigos alimenticios.
T

pintada uma fileira de encontrados um pouco comparacoes formats


eram colocadas jovens numa procissao por todos os lugares de que possibilitam entre os
especialmente nos com oferendas de Cnosso, 0 que confirma objetos neles refletidos
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na religiao mindica e, carregadas pelos jovens)
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teatro, que foi identificado como pequena capela de culto e de fuxuosos


tal gracas ao excelente estado de apartamentos reais, articulados em varios
conservacao dos assentos de pedra e aa pavimentos e dotados de inimaginavets
infra-estrutura do chamado “palco real”. banheiros, decorados com afrescos
Outra rua pavimentada conduz a porta (é famoso o Friso dos Golfinhos), bem como
oeste, da qual sai o chamado Corredor das da espetacular sala do trono, também
Procissées, onde ainda sdo vistveis copias adornada com afrescos e que conserva
dos afrescos encontrados. Esta rua € 0 ainda intacto o trono de alabastro do
soberano. Nesta drea é que melhor se
primeiro acesso @ estrutura originalmente
composta de varios pavimentos (entre dots percebe a extraordinaria técnica
livr emen te articulada construtora, destinada a proporcionar uma
e quat ro) do pald cio,
a0 redor do imenso patio central a que se
iluminacdo natural difusa e uma ventilagao
ee

constante dos cémodos, das galerias e dos


Se

ileus,
chega atravessando os Grandes Prop
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corredores.
que também sao circundados por —
Ao longo do lado oeste sao visivets os
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colu nas pint adas , e subi ndo a


grandiosas
esca dari a que alcan c¢a 0 depdsitos, com uma série de grandes pithot
seguir a impo nent e
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(jarras de barro) para a conservacao de


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assentado
nivel superior. O complexo fot
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alimentos, enquanto no lado oposto podem


ao longo do perfil irregular deuma
o do mar. Tambem ser vistas as oficinas de cerdmica e de
modesta elev acio pert
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de uma ourivesaria.
neste caso nos encontramos diante
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241
242-243 A austera 243 acima Esta
242 esquerda acima 242 esquerda abaixo
Sala do Trono do imagem externa do
Esta sugestiva vista O Apartamento da
paldcio de Cnosso paldcio do mitico
mostra o “poco de Rainha é o lugar onde
abriga, ainda integro, Minos mostra a
luz” que iluminava o foi encontrado o sucessao dos distintos
o trono de alabastro
Corpo de Guarda do célebre afresco com ntveis deste complexo,
paldcio de Cnosso, trés em que se sentava 0
uma série realista de ligados por meio de
soberano. Ao seu redor
pavimentos debaixo golfinhos saltando altas escadarias de
hd afrescos com
dos apartamentos entre as ondas, ¢
reais, nas imediacoes enquanto gonzos e€
imagens de grifos
' > = a “7 14 a
pedra.
flores exoticas.
do Patio Central. dintéis exibem
motivos florais
multicoloridos.
ITINERARIOS ARQUEOLOGICOS
DA MAGNA GRECIA

OS GREGOS NA ITALIA:
UMA ALMA PARA O OCIDENTE Pag. 248
PAESTUM, CONSAGRADA
A POSIDON Pag. 256 8
AGRIGENTO, NO VALE :
DOS DEUSES Pag. 264 i
SEGESTA, O DEUS SOB AS ESTRELAS Pag. 272 4
SELINUNTE, UMA PARABOLA “
BREVE E LUMINOSA Pag. 274

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246-247 Considerou-se um choros de


uma digna introdugao mulheres dancantes.
a esta tiltima partedo —_ Oss rostos
volume um belo detalhe expressivamente
dessa notdvel pintura _ naturalistas foram
de uma tumba de Ruvo _feitos com pinceladas
di Puglia datada da seguras e rdpidas, e
ae

segunda metade do comparam-se muito


século Va.C., agorano bem com os dos vasos
Museu Nacional de da mesma €poca, locais
Ndpoles, que representa e importados da Atica.
OS GREGOS NA ITALIA: UMA
ALMA PARA O OCIDENTE

Nao hd recanto da Itdlia meridional e da melancé6lica e ventosa nos vales profundos


. Sicilia que nao conserve marcas, diretas ou dos lucanos, da Sila verdejante as
indiretas, da civilizacdo secular dos gregos: de florescentes terras dos élimos. E para nao
Cumas ao estreito de Messina, de Selinunte a falar no helenismo silenctoso que se
Siracusa, de Metaponto a Tarento; para nao incrustou nas costas do Adridtico, pobres de
falar nos milhares de casos de aculturacao abrigos e encrespadas de escolhos ou de
induzida pelas colénias gregas, pelo comércio, baixios inesperados, de Leucas ao delta do
pelas interacdes econdmicas e poltticas no Vale do P6, aonde jd os mercadores
antigo coragao itdlico, que bate sob as colinas
micénicos tinham levado cerémicas, tecidos
e contas coloridas (porventura nao se faz
arborizadas e mudas dos Apeninos, um som
assim com os indigenas?), nos empérios de
misturado com o balir dos rebanhos errantes
Adria, de Espina, de Mantua, entre
nas ravinas brancas de pedra calcaria
etruscos, vénetos, celtas; e no também
despedacada ou consumida, na Daunia
silencioso que percorreu as rotas tirrenas,

cruzando com talassocratas e piratas,


fentcios e etruscos, arriscando encontros
com os lfgures, em busca de renome,
desconfiados por necessidade, permutando
ee

qualquer coisa, até com os sardos, dando


ee

nomes a promontorios e golfos, vendendo,


comprando, comprando, vendendo. E para
nao falar, ainda, em Cirene, Marselha,
TS

Amputirias, nos milhares de emporios abertos


as margens do Mediterraneo ocidental, nos
périplos e nas viagens sem retorno.
Mitos e filosofias, lendas e verdades, a mais
sublime abstracao tedrica e a mais eficaz
concrecao pratica: o Ocidente — e a Italia
mais ainda — deve tudo isso aos gregos.
Devemos a ninfa Aretusa e a Alfeu uma
historia de amor urdida no ventre do mar de
Siracusa; a Pitdgoras, matemdtico e “guru”
transplantado a Itdlia, o prazer dos nuimeros
e a mistica harmonia de um tempo e de uma

Pitecusas (isquia) 8 Himera


248 Contra o limpido
-—

Paestum 9 Segesta
azul do céu da
@h

! Metaponto 10 Selinunte
Lucania destacam-se Tarento 11 Agrigento
as colunas
“ooh

Sibaris 12 Gela
remanescentes de um Crotona 13 Siracusa
provdvel templo de Lécria 14 Mégara Hibléia
Hera.
expandida de seus urbanistica que
948-249 580 quinn fo quinze
capitéis sao elementos algumas vezes se
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dorica arcaica, mas as cidades da prépria
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nado se deve esquecer Grécia. Metaponto fot
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éntase, Ou Magna Grecia forant colonia agricola e um


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alargamento de
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arauitetonica e n1aT Jénico.
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249 abaixo O chamado da Campania. A ttpica


templo de Netuno, na pedra calcdria usada
verdade dedicado a para a construgao
Hera, deusa da adquiriu uma patina de
fecundidade humana e cdlida cor dourada que
esposa de Zeus, ergue- revaloriza as elegantes
|
se quase integro em linhas de sua arquitetura
Possidénia, mats de ordem dorica e as
conhecida como delicadas relagoes
tos
Paestum e espléndida buscadas entre ressal
s.
realidade arqueol6gica e vaos nas colunata
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250-251 Uma das seculo IV a.C., sob a 250 abatxo Este


zonas arqueologicas frrania de Agatocies. detalhe de uma das
mus fascinantes de Seus engenheiros galerias do Castelo
Stracusa e da Sicilia nulttares conseguiram Eurialo de Siracusa,
miteira sao as criar unt complexo tao que permutent aos
fortificacdes do Castelo bem montado, que era defensores agir sem
Eurialo, um praticamente ser vistos pelo
surpreendente sistema inexpugnavel, alem de INLMIgO, comprova
pensado para a protecao adaptdvel as varias eficazmente a
da cidade siciliana na exigen cias de de feSA c variedade de solucoes
segunda metade do confra-ataque. postas emt pratica
pelos construtores.

250
partitura musical; a Parménides e Zendo,
os 251 acima O templo culto de hera, deusa
eleatas, a certeza de um Ser unico, 0 go
sto do “E” de Selinunte, muito venerada nas
paradoxo para res guardar-se de um datado da primeira
excesso podleis da Magna Grécia.
de sabedoria, o édio contra os ti ranos ao preco metade do século V Uma das peculiaridades
a.C., € normalmente de sua construcdo é a de
da propria vida; aos tiranos da Sicilia, o considerado um ter um pavimento do
salvamento da orientalizacio ( mortifera
Heraion, ou seja, um adyton sobrelevado em
quanto a ocidentalizacao do Oriente! ) a templo dedicado ao relacdo a cela.
todos, um alfabeto, muitas palavras, sonhos
,
projetos, técnicas e mercados, o desejo de ler, a
coragem de arriscar-se e de escrever, e de
afrontar sempre o mar, o interior e sua eterna
noite, o exterior com suas tempestades e suas
calmarias azuis, a certeza da diivida e a forca
de atrever-se e de mudar.
Por curto que seja, 0 itinerdrio pela antiga
“Grande Grécia” do Ocidente deve figurar
aqui. Antes de empreender a marcha entre os
templos e as casas de Paestum, Segesta,
Siracusa, Selinunte, Agrigento, de qualquer
modo, prestemos a homenagem de uma
mencao, recordemos tantas outras realidades
arqueolégicas da Magna Grécia: de Pitecusas,
na ilha de Ischia, a acrépole de Cumas, a
Pozzuoli, a antiga Dicaearchia, e a Ndpoles,
com seu fabuloso Museu Nacional, mas sem
esquecer Vélia, a Eléia dos Fildésofos
Parménides e Zendo e a espléndida “Porta
Rosa”, e depois as colénias da Caldbriaede & pe e
Basilicata: Metaponto e Lécria Epizefiria, ; Ds Nes
Reggio com seus Bronzes de Riace e Stbaris, a Sy) Wi
sibarita, os santudrios espetaculares e Se
solitdrios das costas e do interior
(surpreendentes os restos de Cabo Colona);
também os elementos helénicos misturados
com os itdlicos na Apulia, de Salento a
Gargano, e depois também a Sicilia das
col6nias esquecidas e das que foram
descobertas ha pouco, a Gela dos poderosos
tiranos, com suas fortificacdes, Mégara
Hibléia e Tapso, Lentini e Catania, Himera e
os centros helenizados dos arredores. Neste
imenso arquipélago arqueologico esta a outra
parte da memoria ocidental, que nao
devertamos perder por nenhuma razao, para
nao perdermos a nds mesmos.

251 centro Esta fortemente inclinada 251 abaixo A vasta


imagem do teatro de em relacdo a outras do mole do templo
Siracusa, onde ainda mundo grego e em boa “E” de Selinunte é
comparecem parte cavada na um ponto visual de
espectadores por branca rocha calcéria grande efeito para
ocasiao de um que cobre o solo quem queira
apreciado festival de siracusano e que visitar pela’,
dramaturgia trdgica e constitui um recurso primeira vez a
comica cldssica, amplamente explorado poderosa colénia
mostra a enorme gracas a pedreiras grega da Sicilia
cavea, menos chamadas “latomias”. ocidental.

251
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252 acima A Magna estampagem — 252 abaixo Outro


Grécia apresenta uma mostram sempre eficaz exemplo da
copiosa producao de estreitos vinculos ceramica da Magna
obras de arte e de entre as colénias e os Grécia pode ser este
artesanato. Esta centros de origem da pinax de argila de
antefixa de argila com comunidade nelas Lécria Epizefiria, uma
um horrivel rosto de assentada: no caso em tabuinha feita em
Medusa testemunha questao, toda a forca baixo-relevo por um
— por exemplo —o bom expressiva e a dureza artesdo da primeira
nivel da ceramica em do estilo dérico foram década do século V
alguns centros como preservadas, como é a.C., mas ainda ligado,
Tarento, de onde l6gico esperar num talvez também por
procede a peca (a ambiente como a questoes de
cronologia foi poderosa colénia compromisso ou de
estabelecida no século espartana fundada no tradicionalismo ritual,
V1 a.C.). Os modelos JOnico em 702 a.C. e a esquemas tardo-
dos quais derivaram logo transformada arcaicos na
produtos similares num florescente apresentacao de Hades
— obtidos com centro de irradiacao e Core num trono.
matrizes de da cultura grega.
253 acima Esta cabeca
leonina de terracota
comprova 0 costume de
inserir calhas de beiral
ao longo da linha do
teto dos edificios, para
favorecer a coleta da
agua da chuva longe
das estruturas
arquiteténicas, mas
com efeitos
esteticamente notdveis.

253 abaixo Esta estatua forma timida e rigida


de terracota que as belas estdtuas
representa um dos acroteriais dos
Didscuros na sela de Didscuros pertencentes
um cavalo, sobreposto a a um templo da
uma Esfinge de feigdes segunda metade do
bastante humanas, era século V a.C., desta vez
um acrotério de um de mdrmore,
templo de 470-450 a.C. procedentes do bairro
Achado no bairro de Marasd, sempre no
Marafiéti de Locria vasto territério da
Epizefiria, antecipa de poderosa colénia.

255
254 acima A rica 254 abaixo esquerda
producao ceramica Os temas ligados a
itdlica inspirou-se em Dioniso, aos seus
modelos da mitos e ao seu culto
ceramografia dtica e os encontram-se
superou em qualidade presentes amitde na
a partir do século IV decoracao das vasilhas
a.C.: as producoes da da Magna Grécia,
Apulia, da Campania, como atesta esta
da Lucania e de alguns cratera com asas em
centros da Sicilia espiral ricamente
grega sao de excelente pintada (350-325 a.C.).
ntvel, como demonstra
esta bela lekythos da
Apulia de figuras
vermelhas e sobre
pintura policromdtica
com decoracao de tema
dionistaco.

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254 abaixo direita


No estilo ttpico da
cidade apultana de
Gnatia (Egndcia) é
pintada esta vasilha
de 340 a.C.,
aproximadamente
— uma lekythos
bojuda —, provavelmente
destinada a bdlsamos,
devido ao tema
feminino em posigao
sensual.

254
255 Esta delicada
cabeca do século 1a.C.
procede de Tarento, e é
uma provdvel cépia de
um original classtco
ou classicista da epoca
helentstica, fetta com o
fintssimo marmore
branco da ilha de
Paros.

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A Muralha
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D Templo Hipogeu
B Templo de Hera | E Templo de Atena
(“Basilica”) (“Templo de Ceres”)
C Templo de Hera II
(“Templo de Netuno”)

256 esquerda Esta 257 acima esquerda Os Fundada na planicie de Sele no século VII
estatueta de argila de dois templos déricos de a.C. por colonos de Sibaris, Possidénia, que
uma divindade Hera conhecidos como
feminina armada, floresceu durante dois séculos antes de cair
“Basilica” (esquerda) e
datada da segunda “Templo de Netuno” nas maos dos lucanos e adotar 0 nome mais
metade do século (direita) sao diferentes conhecido de Paestum, em 273 a.C., ao
VI a.C. e encontrada em planta e estrutura: 0 tornar-se colonia romana, é um dos lugares
no santudrio urbano primeiro, enedstilo, data mais excitantes da arqueologia grega e
meridional, acha-se de cerca de 550 a.C.; 0
romana. Em seu tracado urbantstico, ainda
no Museu Nacional de segundo, de
Paestum. aproximadamente um hoje circundado pelas muralhas gregas
século depois. recompostas na época lucana e romana, é
reconhecivel a disposi¢ao original colonial
256-257 Esta 257 acima direita Na grega, imbutda de um empirico esquema
sugestiva vista aérea drea sagrada norte
ortogonal, e a posterior implantacgado romana
do sttio arqueolégico aparece o templo de
de Paestum evidencia Atena, conhecido como baseada em cardos e dectimanos.
a drea sacra onde “Templo de Ceres”, O impacto visual da antiga cidade
aparecem os templos erguido por volta de consagrada a Posidon, mas muito devotada
de Hera I (a 510 a.C., de forma aérea também a Hera e Atena, é inegdvel.
“Bastlica”) e II (o e harmoniosa. Uma Direcionados sobre um eixo leste-oeste, a
“Templo de Netuno”), novidade interessante
em excelente estado de sao as colunas jénicas pouca distancia um do outro, acham-se os
conservacao. do pronao. dois templos de Hera, conhecidos
comumente como a “Basilica” eo “Templo
de Netuno”, que originalmente faziam parte
de um unico recinto sagrado, ambos em
excelente estado de conservac¢ao. O primeiro
é 0 mais antigo edificio de culto conservado
na Possidénia (cerca de 550 a.C.) e ergue-se,
com sua mole de pedra calcéria escura local,
originalmente com reboco, sobre uma ampla
base de cerca de 54 x 24 metros, com uma
peristase de 9 x 18 colunas, raro exemplo
de templo dorico periptero enedastilo, com
arquitrave de métopas e triglifos. Elementos
arcaicos tradicionais como a biparticdo da
cela em duas naves, 0 macico perfil dos
elementos de suporte, a solidez do conjunto
aparecem misturados com um inesperado
gosto pelos volumes macrotectonicos de
derivacao jonico-classica. O chamado
Templo de Netuno é 0 maior e mais bem
conservado edificio sagrado da Possidénia,
erguido por volta de 450 a.C. em pedra
calcdria local, que adquiriu tons de um
intenso vermelho escuro gracas a patina do
tempo. A harmonia proporcional revela
nexos com o Artemision de Corcira ( Corfu)
com alguns exemplos contemporaneos do
oeste da Sicilia. Um pouco maior que
a “Basilica”, é um perfeito periptero
a

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rebocada e PUTT aed.

O edificio enquadra-
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ne

se numa serie multo


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interessante de
templos da época dos
Severos.
hexastilo de ordem dérica em cuja
Mergulhador, achada em 1968 na necrépole
pe ri st as e se su ce de m os claro-escuros, que sul. Irata-se de uma cldssica tumba de
SUavizam as arestas dos sulcos e dos 1 numacao do tipo “caixa de pedra Cogs
engrossamentos dos troncos das colunas e lastras calcérias das paredes e da cobertura
emanam uma vigorosa sensacdo de sao decoradas internamente com afrescos
explosao de forcas opostas i eravidade da em excepcional estado de conservagao. O
massa, produzindo um efeito incrivel de enxoval mortudrio permitiu datar o
leveza fisica, perspectiva e sepulcro em cerca de 480 a.C., um dado
dimensionalidade do con junto. A decoracao cronolégico seguro para enquadrar o estilo
canonica da arquitrave e a cldssica das pinturas. Realizadas sobre reboco no
disposicao da cela constituem um egrégio gual o artista havia gravado os esbo¢gos com
exemplo de acolhida e elaboracao auténoma ponta seca, os afrescos representam um
tipica do mundo colonial. Percorrendo a ostentoso festim aristocratico nas lastras
antiga Via Sacra e ultrapassando o Forum das paredes, enquanto o “teto” apresenta
romano e os notdveis restos da Paestum um tema insolito: um jovem nu
republicana e imperial, chega-se ao mergulhando de um “trampolim” para a
igualmente espléndido Templo de Ceres, na dgua. A cena do festim abrange, nas lastras
verdade dedicado a Atena, erguido por longas, dez figuras masculinas seminuas,
volta de coroadas com folhas e semi-recostadas sobre
500 a.C. nas medidas cldssicas dos klinai diante de mesinhas baixas
hekatémpeda arcaicos, mas jd afetado engrinaldadas; nas lastras curtas ha um
pela contaminacao estiltstica da ordem jovem copeiro que serve vinho de uma
dérica (peristase) pelo jénico (pronao). oinochée e um flautista que conduz dois
O Museu Arqueologico é um dos mais homens. A lastra setentrional mostra dots
belos da Itdlia pela riqueza e pela
importancia de seus materiais. Além da
documentacao do thesaurés I e do templo
maior do santudrio de Hera sobre o Sele,
célebre por haver restituido uma série de
métopas esculpidas fundamentais para o
conhecimento da arte arcaica nas col6nias
ocidentais, o imponente testemunho
arqueolégico da Possidonia, ilustrado pela
rica producao em terracota votiva e
ornamental da estatudria, pelas
importacoes ceramicas e por alguns vasos
de bronze de sofisticada feitura, acha sua
culminacdo na célebre seqiiéncia de lastras
calcdrias pintadas, procedentes de
numerosas tumbas dos séculos V e lV a.C.,
raro e precioso documento da grande
pintura mural grega, como j@ se assinalou,
perdida em grande parte. A peca mals
importante é sem ditvida o complexo de
figuras encontrado na chamada Tumba do
259 A referencia do
a .

esquerad 958 abaixo direita anonimo arquiteto do


hamado
ali poe AL

No Templo de Hera Q interior do c Templo de Hera IT em


uno e
“Templo de Net Paestum ao modelo de
CPOSSIOWI
ent
InNdimduanzar a articulado em cela cela do templo de
n a v e s e p r o n a o ¢ Atena Afaia em
harmonia no ritmo trés
in
fluido da peristase, opistodomo distilo Egina é clartssima
perfis aos capiteis antis. O feto era nesta curiosa imagem
Nos
ma
e das colunas, na bela sustentado por u da dupla fileira de
eis
cadéncia dos trrelifos dupla filetra de dg colunas que dividia a
omo
nos eixos das colunas colunas déricas, c cela em trés naves.
ipo
€ no meio dos no distante protét
.
entrecolunios, e na do Templo de Egina
leveza dos timpanos de
cornijas profundas.

259
homens recostados sobre uma kline situada 260 esquerda acima
a direita, em atitude afetuosa: os olhares Sobre uma das lastras
curtas da Tumba do
intensos, Os gestos que sao quase caricias
Mergulhador ha uma
entrelacam-se com um refinamento singelo e cena que reclama cotejo
elegante. A presenca de uma lira nas maos com 0 ambito etrusco:
do personagem da esquerda parece aludir a precedidos por um
um fundo musical. No centro hd outro par flautista, dois
convidados apressam-se
masculino: 0 convidado da direita
a ocupar seu lugar na
contempla_os dois amantes e parece dizer- festa ou talovez a estejam
lhes algo, enquanto segura uma Kylix abandonando, aludindo
idéntica aquela de que seu companheiro esta com isso,
servindo oinho para a da personagem simbolicamente, ao
Kida Oomietrgy ee pet Ss oe 5 gh are Re adeus @ vida por parte do
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m

Pees
VAhe! ~homem depositado em
sua tumba em 480 a.C.

260 esquerda centro Na


lastra curta oposta a
que se acaba de ver, esta
o retrato de um servo
escanceando vinho de
uma enorme cratera.
colocada numa espécie

aa
‘de mesa enfeitada com
folhas de palmeira, .

“\

260.e 261 abaixo Nos em klinai, e diante 260-261 A musica do de louros parece voltar-
. dois desenhos alinhados, deles ha mesinhas barbyton quase nao se para o par de
_ mostra-se a disposigao baixas: alguns tocam cessa na atmosfera de homens a sua esquerda,
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‘original das lastras da um instrumento, festa: com o que seguram grandes
Tumba do Mergulhador. copos cheios de vinho,
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outros parecem escutar instrumento ao lado, o
os kylikes. .
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Sobre cada uma das as exibicoes dos plectro ainda na mao, o
lastras dos lados longos convidados, outros jovem b arbudo
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_ brindando com vinho.


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dois homens recostados
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4, LF 261 direita acima
Um enigma fascinante -
. . constitui ainda a
. interpretacao desta
~ 7 | | cena do jovem nu
’ , poeta nn \ mergulhando de um
ESN Nine Pak ff : , trampolim em dire¢ao
. . ao espelho d’dgua
percorrido por ondas
no quadro natural
captado com extrema
simplicidade.
_ Mergulho purificador
em direcao ao além e a
uma reencarnacao ou
ry

uma alusdo @ pratica


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- isolada na kline da esquerda (é 0 jogo do gual foram criadas, € importante a


| kéttabos, em voga nos banquetes interpretacao do tema da lastra de
cobertura. Descartou-se a hipotese de que o i
- aristocrdticos), O artista anénimo delineia i =)
com realismo e frescor um momento do mergulhador, realisticamente captado em
brinde que encerra o banquete, que nao 56 voo do trampolim para a dgua, represente
_ celebra a tradicao aristocrdtica do banquete um desportista defunto. E quase certo, em
i
vez disso, queo. mergulho seja um simbolo
consagracao da amizade que'vincula
aes.

da viagemda alma para o além. Um


— AGTH O

| __ festivamente os convidados com 0 vinho, em dir eca o ao des con hec ido , num
cla ra me rg ul ho
produto refinado e caro: é também uma cag do que con duz aos _—_ Z
éci e de ans eio de pur ifi
, uma
ieenenretdfora-da vidasterrena para 0 pwrazereaesp asp ect os mis tico-religiosos da ee
.elegia melancélica voltada fi de
a Pi td go ra se a (~
lidos fi lo so
alegria de viver, inexoravelmente € ngo dou tri na sob re aea | |)
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_ pel a mo rt e. Pa ra co mp
sé fi ca da me ns ag em de st as et er na re en ca rn ac ao a |
| profundidade filo i | is
para o alma. =
pinturas e o refinado nivel cultural
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aas pl oporcoes. A,

editicio denota sua


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dos Severos por treze ou doze.

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263 Do Heroon
(santuario hipogeu)
situado no Agora de
Paestum procedem estas
espléndidas hydrial de
le

bronze de refinada

qualidade e a célebre
hee
fog es

finfora dtica com figuras ‘

negras com a Apoteose


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5
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de Hércules, elementos
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de um enxoval votivo
depositado na antiga
colénia grega por volta
de 510-500 a.C. Deve-se
assinalar que a anfora,
da qual se havia
desprendido o pé, foi
restaurada ja na epoca
antiga com 0 uso de
bracadeiras de bronze.

263
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AGRIGENTO, NO VALE
\ DOS DEUSES
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Subcolénia de Gela com contribuigées de


Rodes e Creta, Agrigento, “olho da Sicilia”,
“qa mais bela cidade do mundo” — como
A Templo (Santa Maria D Templo de Hefesto G Agora diria Pindaro —, foi fundada em 581-580
dos Gregos) E Santuario dos H Templo de Hércules a.C., num vasto vale suavemente inclinado
B Templo de Demeter Deuses Ctdnicos | Templo da
(Sao Bras) F Templo de Zeus Concordia em direcdo ao mar, entre os cursos dos rios
C Santuario de Demeter Olimpico J Templo de Hera Hipsa e Akragas (deste tiltimo procede o
nome da cidade), ao abrigo da escarpada
Rocha Atena ao norte, onde surgiu a
acrépole, e da longa colina destinada a
acolher um dos mais extraordindrios
complexos religiosos da Antiguidade ao sul:
o Vale dos Templos, mas fortificado por
muralhas; em seu interior amadureceu um
tanto lentamente a organizagao racional do
espaco urbano sobre eixos ortogonats que 264 esquerda Em um
comportavam pragas e ruas lucidamente alto contraforte de
rocha sobre o vale,
distribuidas. Em poucas décadas, a riqueza erguem-se dois
e o prestigio polttico adquiridos sob a imponentes restos do
tirania de Falaris fizeram desta cidade de templo chamado de
economia meramente agricola, baseada em Hera, da ordem dorica
particdes agrdrias rigorosas e num cldssica (450-430 a.C.)
e baseado no médulo
aproveitamento despreocupado de todas as
proporcional do
zonas cultivdveis (a ponto de os deuses se Partenon. Nesta vista
virem confinados em templos localizados de cima, véem-se os
nos montes menos ferteis e mats restos do grande altar
pedregosos), uma das mais poderosas precedente a entrada.
realidades da Sicilia grega. As atribulacgoes
264 direita Este é um
sucessivas da regiao, ao final do século V
tipico produto da
a.C., viram sua destruicdo pela mao dos pequena plastica em
cartagineses e um duplo sitio na época bronze da Sictlia
tardo-cldssica helentstica, um longo grega: uma
florescimento na era romana e uma empunhadura de
espelho em forma de
decadéncia precoce na época tardo-antiga.
kouros arcaico.
O célebre Passeio Arqueolégico, que conduz
ao Vale dos Templos e aos restos da cidade 265 Uma obra-prima
antiga, é constelado de excepcionais da arquitetura da
documentos arquitetonicos da vida de Magna Grécia, 0
templo chamado da
Agrigento, posteriormente revalorizados
Concérdia (450-430
pelo imenso patriménio do Museu a.C.), provavelmente
Arqueolégico Nacional. dedicado aos
Evoca o passado mais arcaico e misterioso Didscuros, é de
da cidade o santudrio rupestre de Deméter e proporcoes perfeitas e
-Co re, do é 0 proprio stmbolo de
Perséfone estrutura em dupla
Agrigento,
camara talhada na rocha precedida de um
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266
266-267 Outra vista construcgoes abusivas,
espetacular do Templo permite definir esta 267 acima Um 267 abaixo No chao,
da Concordia, 0 mais j0ia arquiteténica colossal capitel do nas imediacdes do
helo templo do soberbo como o Partenon da templo de Zeus enorme templo dérico
Vale dos Templos, Magna Grécia. Oltmpico (480 a.C.), pseudoperiptero de
vergonhosamente Nenhum visitante da edificio cuja realizagao Zeus Olimpico, jaz o
Sicilia pode deixar de de formas tao inico atlante
assediado, no entanto,
magnificas expressa 0
por anos de especulagao e ir admird-lo. remanescente que
sentido da ajudava a sustentar o
prodigalidade dos poderoso
tiranos de Agrigento. entablamento.

vestibulo, rodeado de fontes e ressaltado


pela sistematizacao em terracos da drea.
A pouca distancia estao os restos de um
baluarte defensivo “em terraco” com
torrdes de reforco nas imediacoes da Porta I.
Paradoxalmente, o distrito mais bem
conservado da cidade antiga é 0 da época
helentstico-romana, no qual é posstvel
interpretar melhor a organizacao racional
do espaco urbano e valorizar diversas
tipologias de edificios de estirpe grega e
itélica: € necessdrio atravessd-lo para
alcancar o chamado Oratorio de Falaris, na
verdade um complexo sagrado helentstico
sobreposto aos restos de uma espécie de
teatro rupestre.
A drea dos templos inicta-se com os restos
do colossal templo de Zeus Olimpico (112
por 56 metros), um dos maiores da
arquitetura grega, realizado por volta de
480 a.C. e completamente destruido pelos
terremotos que atingiram varias vezes a
ilha. Tratava-se de um pseudoperiptero
dorico cujas semicolunas eram intercaladas
por gigantescos atlantes (oito metros de
altura). Nos arredores, reconhecem-se
ay " ie a if
i gy
ai i (. restos de pequenas capelas menores e de
NS
4
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i ayyes >oh thesaurot{, mas toda a regiao foi dotada de célebre “Templo da Conc6érdia”, na verdade,
provavelmente dedicado aos Didscuros e
1 i : 2 Magee rie a cs

monumentos na era cldssica helenistica,


com embelezamentos canonicos como ainda hoje em perfeitas condicoes de
porticos e pragas. No recinto do santuarto conservacao. O edificio ergue-se com
dedicado as divindades cténicas, Demeter e propor¢oes harmonicas bem equilibradas,
Perséfone, cujo culto deve ser entendido, fruto da definigao de uma espécie de canone
obviamente, ligado a vocagao agricola da arquiteténico para templos, amadurecido —
colénia, aparecem quatro elegantes colunas ao que parece — por volta de 450 a.C., e nao
do chamado templo de Castor e Polux, que alheia as pesquisas de Caltcrates das quais
se pode datar no século V a.C., mas que foi nasceu a feliz experiéncia do Partenon e do
remodelado na época romana. Uma quase contempordneo Theseion, na dgora de
anastilose parcial devolveu-lhe a dignidade Atenas.
e permite avaliagdes mais faceis das Menos inteiro, mas, em tudo e por tudo
dimensoes e do ritmo proporcional do aparentado, tanto cronolégica quanto
templo de Hércules (cerca de 510 a.C.), estilisticamente, ao templo precedente, o
yertptero hexastilo dorico de tipologia templo de Hera Lactnia deixa-se finalmente
classica, talvez de cela hipetral; mas a joia admirar pela elegante expressdo ritmica das
mais refinada de Agrigento continua a ser 0 peristases remanescentes.

267
268-269 Outra vista 268 abaixo
do Templo da Este insolito
Concordia, contra o engquadramento de
fundo da cidade baixo do chamado
moderna de “Templo da Concordia”
Agrigento, mostra que exalta sua espetacular
para a divindade da localizacado, quase uma
subcolénia de Gela se antecipacao da
reservaram areas de arquitetura cenografica
indubitavel beleza, e espetacular dos
mas apinhadas de séculos helenisticos.
pedras!

268
2/0-271 O azul do céu
da Sicilia e a cdlida cor
da pedra: uma uniao
perfeita que torna
ainda mais bela a
imponente e elegante
mole do Templo da
Concordia de
Agrigento,

O chamado
269 acima O colorido 969 abaixo
“Templo de Hercules”,
plashico das estrutiuras
dorice pertplero
remanescentes do
chamado “Templo de hexastilo da epoca

arcaica (finais do século


Hera Lacinia’ e
V1 a.C.) tem colunas
evidente na quase
busca de que apresentam ainda
declarada
efeitos que ressaltemt 0
Os engrossamentos
caracteristicos e a
claro-escuro por parte
solidez de linhas
dos projetistas.
préprios do periodo.

269
Wa
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hs
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2/ 2-273 Solitdrio Lf? abatxo Q)s restos


sobre a colina, belo ent do fealro Wrego de
sua propria condicdo Segesta eram —até
de mmacabado, v teniplo pouco tempo atras —a
dérico de Segesta Wiica rentiniscencia
ereue-se Com umn arqueoldgica
iIndefintvel halo de intportante da cidade.
mtisterio no As escavacoes em
maravilhioso cendarto curso, no entanto,
natural das estado lancando uma
verdejantes coltnas nova luz sobre sua
circundantes, onde historia e suas
reinava a antiga caracteristicas
povoacao ttdlica dos urbanisticas e
élimos. arquitetonicas.
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A Acropole D "
B Teatro
C Templo |
D Santuario

Segesta, uma das localidades arqueoldgicas


mais conhecidas da Sictlia antiga, a capital
dos élimos, a rival de Selinunte e a fiel aliada
de Roma, é também uma das realidades menos
discutidas e menos estudadas do mundo
grego, ao qual nao pertence politicamente,
mas do qual absorveu formas de civilizacao
que dois edificios mais que todos, o célebre
templo fora dos muros do bairro Mango e o
teatro, ilustram perfeitamente.
O templo, dedicado a uma divindade
desconhecida, foi erguido em estilo dorico
cléssico nos tiltimos trinta anos do século V
a.C. e apresenta-se com a maciga peristase de |
6 por 4 colunas de tronco liso e a arquitrave
perfeitamente conservadas. A auséncia de
vestigios da cela poderia ser explicada nao por
um repentino bloqueio das obras devido as
atribulacées do atormentado ultimo decénio
do século, mas sim por constituir um caso
tinico na arquitetura grega, talvez devido a
exigéncias religiosas espectficas dos élimos:
poderia realmente tratar-se de um adro de
culto hipetral, destinado a celebracao dos ritos
religiosos sobre altares méveis ou feitos de
materiais perectveis sob a “céncava abobada
do céu”, como teria dito Homero, antes que na 273 Estas duas escultores que nele
enevoada escuriddo do naos. A massa, de tufo imagens do famoso trabalharam nos
calcdrio, apresenta mddulos proporcionais e templo rddio liltimos trinta anos do
dimensionais de derivacao dtica, talvez extramuros de Segesta, século V a.C., pertodo
no qual as vicissitudes
também eles um reflexo do vinculo politico dedicado a uma
que viu divindade desconhecida de Segesta se
entre as duas cidades no fim do século
e construtda a partir entrecruzaram mais
as ambicdes de Segesta crescer até se dos modelos classicos, solidamente com as de
manifestarem também através deste templo, permitem apreciar suas Atenas, da qual fot
monumento de evidente valor propagandistico belas proporgdes, mas aliada e em cuja defesa
se lancou na catastrofe
e politico, mas ja nao vinculado ao gigantismo também perceber os
e dos Severos, € que numerosos sinais de militar contra
da época tardo-arcaica Siracusa, durante a
enfraquecimento da
pode ser inclutdo nos padroes arguitet6nicos criatividade dos Guerra do Peloponeso.
da segunda metade do século V a.C. arquitetos e dos
Sublinhou-se, no entanto, que a forma das
colunas e dos capitéis e o lavor das partes
decorativas denunciam uma espécie de
estancamento criativo. O teatro de Segesta,
comumente datado do século Ill a.C., esta bem
conservado em sua parte inferior e
caracteriza-se pela presenca, tipica no mundo
siciliano, de um edificio com palco e
proscénios laterais.
273
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274
SELINUNTE, UMA
PARABOLA BREVE E 3
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LUMINOSA 3
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a3

Selinunte, subcolénia comercial e agricola


de Mégara Hibléia, fundada em 628 a.C.,
na costa sudoeste da Sicilia e submetida
inicialmente a um regime oligdrquico, foi 1 Local da cidade 7 Templo B
arrastada a uma tirania, como muitas antiga 8 Templo A
2 Teatro 9 Templo O
outras cidades sicilianas, até sua 10 Templo G
3 Santuario de
destruicao pelos cartagineses em 409 a.C., Deméter Malofora 11 Templo F
que assinalou a irrepardvel decadéncia da 4 Acrépole 12 Templo E
5 Templo D 13 Porto
cidade: de fato, apés um pertodo de 6 Templo C antigo
modesta recuperacao, uma nova destruigao
(250 a.C.) pés fim @ sua historia.
A acr6épole, que abrigava os templos mais
antigos e, provavelmente, algumas
residéncias itsoladas, acha-se numa enorme
plantcie baixa levemente inclinada para o
mar, enquanto ao norte desta se estendiam
numa suave encosta as dreas habitacionats.
O direcionamento ortogonal quase perfeito
de ruas e quarteiroes de casas atesta uma
planificagao urbanistica de conjunto que
remonta ao primeiro quarto do século VI
a.C.: a distribuicao racional dos bairros de
moradia, diferentes das dreas de culto, a
estreita relacdo entre estes, a acrépole ea
zona portudria, a identidade de dire¢do
entre os santudrios extramuros e a drea
urbana sao os elementos mais 274 acima esquerda O 274-275 O templo
interessantes. Como demonstram, templo “C” de “C” de Selinunte
sobretudo, os restos da rica arquitetura dos Selinunte é 0 tinico dos domina o resto da
edificios sacros da Acrépole, na qual se
templos arcaicos de Selinunte, emerge uma
Acrépole de que conservaram também
concepc¢ao racional e ao mesmo tempo permanecem em pe os vestigios da
cenografica do espaco urbano e dos algumas colunas da ocupacdo cartaginesa
monumentos em sua relacao com a peristase, que era de da cidade, apés seu
paisagem. Os templos “C” e “D" e a vasta ordem dorica, com sitio e conquista em
métopas esculpidas de 409 a.C.
zona sudeste da acrépole, igualmente
estilo alto-arcaico.
reservada ao culto, localizam-se
espetacularmente perto do mar, a uma 274 acima direita Neste 275 O colossal templo
justa distancia dos grandes eixos vidrios detalhe é posstvel “G" de Selinunte é
ortogonais que ocupavam a planicie. reconhecer o templo hoje um amontoado de
rutnas entre as quais
Notdvel é, entre os demais, 0 grande “E” de Selinunte,
pertencente a zona se destaca, mutilada,
templo “C” (64 x 24 metros), dedicado em uma so coluna,
sagrada exterior da
540-530 a.C. a uma divindade nao colina oriental, com a testemunho tinico do
identificada. Trata-se de um dorico peristase completa grandioso conjunto do
pertptero hexastilo de planta muito gracas as anastiloses ediftcio, surgido por
alongada, cuja peristase (6 x 17 colunas) efetuadas. volta de 510 a.C. e
nunca conclutdo.

275
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276
2/6-277 Assim devia Segesta e Cartago
parecer Selinunte em acelerassem sua
meado s do século precoce decadéncia.
V a.C., no momento Deve-se notar a
de seu es plendor posigao da foz do rio
Maximo antes que as
=

ul Selino.
contendas com

277
278 Com brutal uma das célebres 2 79 Esta hela cabeca

teatralidade, Perseu niet Opas do frisi ) ddrico fragmentaria de


crava a espada na do templo “C”, datado marmore insular que
garganta da Gorgona de 575-550 a.C. e representa uma deusa
Medusa, de cujo considerada uma da pertencia a uma métopa
ménstruo nasce o melhores provas do do templo “E” de
cavalo alado, Pégaso: é arcaismo siciliano. Selinunte (470 a.C.).
aparece airosa, bem como o conjunto dos foram talvez a causa da demora das obras,
elementos estruturais. A cela tinha gue duraram pelo menos meio século, De
vestibulo e adyton. Todos estes fatores ordem dérica e de planta periptera
indicam que a influéncia jénica, octostila, mas com um espaco tal entre o
geralmente fecunda no eclético mundo dos pertbolo e as paredes da cela, que, na
gregos do Ocidente, se fundiu aquicomas prdtica, se trata de um pseudodiptero, o
formas da tradicao dérica: os resultados, ediftcio era dotado de um pronao
ainda que nao elegantissimos, sao pelo precedido de um ressalto de sets colunas.
menos originais. A partir daqut, atraves de trés portas,
Interessantes sao, nas imediacées do chegava-se as correspondentes trés naves
templo “D”, os restos de moradias ptinicas da cela, cujas colunas guiavam para a
do século IV-III a.C., testemunho do percepcao visual do pequeno adyton, no
reassentamento da cidade a cargo dos qual devia ficar 0 ordculo. No lado oposto,
cartagineses. o opistédomo redefine com coeréncia um
Ao ultimo quartel do século VI a.C. modelo planimétrico tipicamente dérico.
corresponde, em contrapartida, o colossal Indubitavelmente j6nico, em
templo “G” na colina oriental, em posiga@o _contrapartida, é 0 gigantismo, que
espetacular, provavelmente dedicado a evidencia o gosto préprio dos tiranos,
Apolo, Suas medidas (110 x 50 metros) chegados ao poder também em Selinunte.
O templo “G”, que faz parte de um denso
complexo de edificios sagrados localizados
sobre uma pequena colina a leste da
cidade, segundo um esquema comum a
outras colénias ocidentais, tem de ser, de
fato, interpretado — mais ainda que o
anterior — como expressdo da pretensao
dos tiranos de exaltar a riqueza e o
prestigio da cidade sob seu poder mediante
o obséquio a divindade e a sua religiao,
exatamente como faziam, naquele mesmo
pertodo, os tiranos de Atenas e da Jonia.
Propaganda, demagogia e um pouco de
orgulho bairrista misturavam-se, nestas
operacdes monumentais, as obras
tradicionais culturats e espirituats do
helenismo. Também é arrebatador dar uma
olhada no templo “E”, da época dos
Severos, em puro estilo dérico, com grande
parte da peristase e da cela restaurados, e
do qual provém magnificas meétopas
esculpidas. Antes de alcangar o santudrio
externo (século V a.C.) de Deméter
Malo6fora (arquétipo cultural da crista
“Senhora do Granado”) e a necropole, vale
a pena demorar-se nas poderosas obras de
fortificacao ao norte da acrépole, que
280 acima sta 280 abaixo abrangem uma longa galeria coberta, uma
HAS HIEA oe ans do ao
A poniesdo templo trincheira defensiva guarnecida com
colunas doricas projetista
templo “E” contra o “E” é demonstrada torres e esplanadas protegidas.
fundo do céu ¢ quase também pela exata
um manifesto da disposicao dos triglifos
busca constante dos e da coluna do angulo
gregos de uma relaca@o — sobre o mesmo 1X0,
entre os ediftcios e a como se vé nestas
natureza. imagens.

280
-
ny oe

(a

282-283 O templo
280-281 e 281 abaixo “FE”, aqui imerso na
A mole do templo “E", radiosa luz da
erguido por volta de primavera siciliana, ¢
480 a.C., apresenta geralmente atributdo a
uma espléndida ey ty Hera, deusa protetora
ig if
harmonia de reat a nn a : 7 dos lacos conjugais e
ee re faa
proporcoes na rigorosa mera WE be ne YY: da fertilidade.
cep Mees
e, no entanto, dgil |
peristase.
yea Be WP Bae
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ae fe ent ee ee eee eee
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GLOSSARIO
ABACO: elemento em forma de tabuinha, DEMO: a menor unidade territorial HIPETRAL: edificio ou templo desprovido de PERISTASE: colunata que circunda a cela do
quadrado (dérico) ou retangular (jénico), aaninistrativa. teto. templo periptero ou, mais raramente, um edificio
localizado entre o capitel e a arguitrave. de outro género.
DiIPTERO: templo rodeado por uma dupla fileira HOPLITA: soldado de infantaria equipado com
ACROPOLE: parte mais elevada da cidade, de colunas. PERISTILO: nas casas gregas, mas também nos
armadura pesada, formada por escudo, langa,
amide defendida por muralhas e adornada de santudrios, patio cercado por um dtrio com
espada, elmo e couraca.
templos. colunas,
DROMO: corredor que conduz @ entrada de uma
tumba monumental.
ACROTERIO: elemento arquiteténico decorativo, IN ANTIS: dito do templo que na fachada
apresenta duas colunas centrais ou pilastras ao fim PRITANEU: originalmente, edificto publico
sttuado no topo ou nos dois extremos do frontio.
ENTABLAMENTO: nas ordens arquiteténicas das paredes laterats, onde se reuniam os pritanes, ou seja, os
cldssicas, a estrutura que se apéia sobre as magistrados que se ocupavam do governo da
AGORA: praca principal da cidade, na qual se colunas, composta pela arquitrave, pelo friso ¢ cidade, cada um durante uma décima parte do ano,
instalava o mercado e se realizavam as assembléias pelas cornijas, MEGARON: a maior e mais suntuosa sala dos
piiblicas, paldcios da época micénica; termo usado depots
PRONAO: no templo, espago compreendido
para designar um aposento enorme.
ENTASE: alargamento da coluna a partir de um entre a cela ¢ a colunata da fachada.
BULEUTERIO: edificio onde se reunia a bule, ou terco de sua altura, empregado como correcao
seja, o conselho de representantes da pélis. éptica. METOPA: na arquitrave da ordem dérica, cada TALASSOCRACIA: Estado fundado sobre o
um dos espacos quadrados entre um triglifo e dominio do mar.
CANON: conjunto de regras estabelecidas, EQUINO: elemento circular do capitel dérico e
outro, adornado com esculturas em baixo-relevo de
usadas como modelo para determinar as madrmore ou terracota ou com motivos florais ou,
jonico, situado debaixo do dbaco. TEMENO: recinto sagrado, normalmente
proporgées das estdtuas segundo um ideal até, com escudos redondos.
padronizado de beleza. delimitado por um muro ou por ldpides.
ESTILOBATA: base da coluna do templo,
NAOS: nos templos, a cela que custodiava a
COINE: a lingua grega de uso comum, baseada imagem da divindade.
TIMPANO: nos templos, a parte triangular da
no dialeto dtico e consolidada a partir do século 1V ESTOA: pértico com colunas, normalmente fachada delimitada por dois declives e pela
a.C, na bacia mediterriinea centro-oriental. provido de uma parede fechada na parte de tras, arguitrave, amitide ornamentada com grupos
como ponto de encontro. OINOCHOE: vasillia em forma de cintaro, com esculturats.
uma tinica asa, usada para beber e misturar o vinho.
CORE: estdtua votiva em forma de mulher jovem,
vestida, tipica da escultura grega arcaica. FRONTAO: parte arquiteténica de forma TOLOS: templo, edificio ou parte de uma
triangular, situada na fachada como coroamento OPISTODOMO: a parte posterior de um templo, construgdo, de planta circular, delimitada por
do templo ou outros edificios monumentais. oposta ao pronao, que servia como depésito do uma fileira de colunas e normalmente rematada
CRATERA: grande vaso de boca larga, dotado de em ciipula ou num teto cénico.
fesouro.
pés de duas asas, no qual se costumava misturar a
agua é 0 vinho. GINASIO: lugar destinado & educagéo moral e
intelectual dos jovens. PALESTRA: lugar normalmente ao ar livre, TOREUTICA: arte de trabalhar os metais com
destinado aos exercicios fisicos dos jovens alunos, repuxado, marchetado, burilado, cinzelado,
CREPIDOMA: embasamento, fundagdo de um geralmente para elaborar objetos ornamentais
templo, HECATOMPEDO: templo com extensio sittiado em geral ao lado do gindsio.
como vasilhas, crateras, placas de enfeite.
correspondente a cem pés de Samos,
CRISOELEFANTINO: feito de ouro e de PERIBOLO: drea cercada por uma muralha ao
redor do templo, amtide adornada de estdtuas, TRIGLIFO: no entablamento da ordem dorica,
marfim, dito sobretudo das estdtuas. HEXASTILO: templo que tem seis colunas em
altares e monumentos votivos. adorno do friso que se alterna com as métopas,
seus lados curtos,
similar a uma tabuinha quadrada de pedra ou
CURO (KOUROS): estdtua votiva que terracota, sulcada verticalmente por duas
representa um jovem nu de pé, tipica da escultura HIDRIA: vaso para dgua em cerémica ou bronze PERIPTERO: edificio ou templo rodeado por uma canaletas centrais de segao triangular e duas
erega arcaica. de corpo bojudo, pés, colo alto e estreito e trés asas. fileira de colunas separadas da parede da cela. meias canaletas laterais.

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5, 160, 160-161, 161 acima esquerda, 162 acima
abaixo esquerda, 72-73, 76-77 acima, 145, 248- Speranza: pag. 227. primeira fotografia da esquerda, 105 terceira
direita, 184, 185, 192-193, 214, 215, 216, 217, 249, 283. fotografia da esquerda, 106, 107 acima, 107
972, 224, 225, 228, 229, 240, centro esquerda, abaixo esquerda, 107 abaixo direita, 108, 109,
940 acima esquerda, 240 direita, 241, 242, 243, Joel Ducange / Agéncia Top: pag. 168 abaixo MUSEUS E COLECOES DE ARTE 111 direita, 112, 113, 114 abaixo, 114-115, 116,
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direita, 178 acima, 179 acima, 181, 182, 183, 88, 94 abaixo, 96 centro, 104 terceira e quarta 72-73 abaixo, 74 abaixo, 90 abaixo, 94
904, 205, 206, 206-207, 207 abaixo, 208, 209, Robert Frerck / Odyssey / Agéncia Speranza: fotografia da esquerda, 118 acima, 118 abaixo, acima, 95, 96 acima, 140 esquerda, 248-249,
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260 abaixo esquerda, 260-261, 263, 264-265, abaixo, 142-143.
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direita, 18-19, 21, 22 direita, 23, 24 esquerda, Museu Arqueoldgico, Palermo: pags. 266 Museu de Pela: pags. 202-203.
da esquerda, 42 direita, 47, 83, 126 abaixo,
25, 26 terceira e quarta fotografia da 136, 138, 139 esquerda, 139 direita, 142-143, acima, 278.
esquerda, 35 quarta e quinta fotografia da 144 direita, 150, 152, 174, 175, 189, 190, 265
Museu Pio Clementino Vaticano, Roma:
esquerda, 36 abaixo, 40 direita, 41 direita, 42 Museu Arqueolégico, Pireu: pags. 53, 56, 80 pags. 145, 150.
centro.
esquerda, 43, 45, 46 esquerda, 49, 51, 52 centro.
acima, 53, 54, 58, 60, 61, 64, 68, 69, 70, 74-75, Museu de Termos: pag. 124 centro.
Emilio FE. Simion / Agéncia Luisa Ricciarini:
75 centro, 78 esquerda, 80 centro e abaixo, 81, pags. 37, 110-111. Museu Arqueolégico, Salénica: pag. 46
89, 92, 93, 99, 104 primeira e segunda direita. Museu de Volos: pags. 70, 74-75.
fotografia da esquerda, 105 primeira, terceira Henri Stierlin: pags. 8, 38, 76 abaixo,
78
e quarta fotografia da esquerda, 107, 108, 110 uerda, Museu Arqueolégico, Siracusa: pag. 42. Staatliche Antikensammlung und
115, 116, direita, 79, 106 acima, 106 abaixo esq Glyptothek, Munique: pags. 80 abaixo, 100-
acima, 111, 112 acima, 113, 114 acima, 177 abaixo, 179 abaixo, 194 dir
eita, 226, 240
118 centro, 119, 120 centro, 122 esquerda, 124- Museu Arqueoldgico, Tessalénica: pags. 45, 101, 128 acima esquerda, 135, 144 esquerda.
abaixo.
125, 125 abaixo, 127, 132, 134, 135, 140 58, 78 esquerda, 79.
Staatliche Museen zu Berlin, PrenGisches
esquerda, 140 direita, 154, 155 abaixo,
155 39 abaixo, 50, Museu Arqueolégico Nacional, Atenas: pags.
Agéncia Luisa Ricciarini: pags. Kulturbesitz Antikensammlungen: pag. 445
acima, 169 abaixo, 176-177, 180, 188,
200, 201, abaixo, 90, 94 10-11, 20, 21, 25, 26 primeira e terceira
52 abaixo, 55, 63, 71 abaixo, 75
210, 211, 212, 213, 244 abaixo esquerda,
244- acima, 131; fotografia da esquerda, 26 segunda fotografia
centro, 123 acima esquerda, 126 Staatliche Museum Pergamonmuseum,
245, 254 abaixo, 254 acima, 255 acima, 256 256 centro, 256 da esquerda, 36 abaixo, 38 acima, 38-39, 39
146, 199, 244 acima esquerda, Berlin: pags. 62, 232, 233.
acima, 257, 260 abaixo direita, 262, 263, 266 abaixo, 258, 265 abaixo.
abaixo, 40 esquerda, 43, 51, 52, 57, 64, 65, 83,
direita, 278.

{NDICE
ee EE
Akragas, 266 Alos, 165
e), 1541 Altar de Zeus (Pérgamo), 62i, 233, 2331
Afrodite de Milo (Louvr Alcamenes, 145, 179, 179i, 180
Afrodite, 81, 147i, 222 _ 166 Alcibiades, 53 Altis, 194, 194i, 198
Agamémnon, 114, 116i, Alcmedénidas, 44 Amazona ferida, 144i, 145, 1451
Agatarco, 145 _ Alepo, 70 Amazonas, 201, 210
Agatocles, 25rs2ialo, Alexandre I, 58 Amazonomaquia, 171
Agias de Fa 2101
Alexandre III, chamado “o Grande”, ver
Amorgos, 21, 107
Agora (Atenas), Museu doos,),182106 . Alexandre, o Grande Amputrias, 250
Ag or a de lo s De li os (D el
Alexandre, o Grande 35, 58, 60, 60i, 61, 61i, 62,
Anatolia, 21, 40, 60, 63, 70, 108, 120
tas, 224i
Agora dos Hermaistas osou), Co22mp2 italis 78i, 95, 100, 105, 150, 151i, 152, 153, 194, 156, Anaxd4goras, 142, 145, 169
Agora dos Itdlicos (Del 166, 198, 200, 200i, 201 Anaxdgoras, 781
Agoracrito, 145 . Alexandria do Egito, 62, 63, 105, 156 Andritsena, 163
Agrigento, 253, 266-273 al de, Alexandria, Biblioteca de, 63, 156
Andronikos, M., 591
Agrigento, Museu Arqueolégico Region Alexandria, Farol de, 156
Anfictionia Délfica, 58
266 Anfictionia J6nica, 216i
Alexandria, Museu de, 63
Ahijawa, 36 Anfirao, 162i
Alfeu, 130i, 194, 250
Aigai, 35, 58, 62, 150, 152, 201 Alidemon, 201
Anfbal, 64
Ajax, 14i
289
Epidauro, Museu Arqueolégico de, 199
Colosso de Rodes, 64, 156
Antenor, 151, 213
Anticitera, 1531
Berlim, Museus Estatais de, 233, 2331
Biton, 160, 212i, 213 Core, ver Core-Perséfone
Epiro, 20, 40, 166, 204i, 205
Epirotas, 205
Antigénidas, 35, 62 Bizancio, 198 Core-Perséfone, 80, 80i, §1, 134, 176, 269 Erecteon, 144, 178i, 179, 179i, 180
Antigono Gonatas da Macedénia 62, 222 Blumel, 147i Corfu, 81, 166, 258
Corintia, 831
Erétria, 26, 47, 52, 611, 78, 119, 166, 214
Antigono Monoftalmos, 62 Borges, Jorge Luis, 156 Ergotimo, 1261, 129
Antioquia, 62, 63, 156 Borovo, 8i Corinto, 26, 35, 40, 43, 46, 50, 58, 64, 79, 80,
Eriténio, 179
Antiparos, 211i Bésforo, 42 104, 105, 118i, 119, 120i, 160, 182, 208 Eros, 27
Antipatro, 35, 62 Brauron, 160, 163i Corinto, Istmo de, 92 |
| Escopas, 149, 1491, 163
Apeles, 153 Bronzes de Riace (Reggio Calabria), 138i, 253 Corpo de Guarda (Cnosso), 2441 Esfinge (alada), 14i, 126i, 213, 213i
Apolo “Chatsworth” (Chipre), 132i Brunelleschi, Filippo, 145 Corredor das Procissées (Cnosso), 2431
Esfinge (Lécria Epizefiria), 255i
Apolo de Anavissos, 15i Butes, 179 Cés (Dodecaneso), 63, 81, 1631, 166
Apolo de Munique, 15i Cralevo, 78i
Esmirna, 26, 44, 119, 166, 231
Butroto, 166
Apolo de Volomandra, 15i sa Esparta, 26, 35, 40, 43, 50, 51, 52, 53, 56, 58, 63
Cratino, 88 :
Apolo Pitio, 125 1 119, 13, 192, 198i
résilas, 48, 145,
Apolo, 8i, 48, 80, 92, 122i, 194, 197, 198i, 207, 20, 21, 22, 22i, 24, 24i, 26, 371, 40, 401, Espartanos, 176
a
207i, 208i, 211, 213, 216, 216i, 222, 222i, 284 41i, 70, 72, 79, 100, 102, 104, 107i, 108, 1151, Espartanos, 52
Apolo, Santudrio de (Delfos), 123i 240 Espina, 250
Cabo Colona, 253 118, 153, 160i, 188,
Apolodoro, 145 Cretenses, 18, 21, 22, 25i, 70, 100, 107, 111, 240 Esquilo, 88
Cabo Ducatos, 166
Apolonas, 214, 214i Crisipo, 1561 Estatua de Zeus Olimpico (Olimpia), 196
Cabo Stinio, 50, 144, 160, 165i
Estela de Atena pensativa, 169i
Apoteose de Hércules (Paestum), 265: Caere, 43, 47 Crispiano (Apulia), 721, 79
Apoxiomeno, 151i Estoa dos atenienses (Delfos), 162i
Caiafas, 163 Critio de Atenas, 134i, 180, 213
Aptlia, 38, 42, 71i, 72i, 73i, 89i, 134 Crénio, 194, 1941, 198
Estéicos, 156i
Cairedemoss, 53i
Apulianos 253 Estrada Real, 23
Calabria, 42, 681, 80i, 136i, 253 Cumas, 35, 42, 47, 56, 71i, 250, 253
Aqueloo, 163 Estrato, 163
Calamos, 166
Aqueronte, 166 C4leis, 26
Estreito de Gibraltar, 43
Aqueus, 26, 36, 38 Calias, 35 D Estreito dos Dardanelos, 26, 38, 56
Aquiles, 14i, 128i Calicrates, 105, 144, 145, 169, 169i, 170i, 176, Estrimon, 58
Aracinto, 163 179, 179i Dama de Auxerre, 41i Estréngile, 214
Arcadia, 56, 145, 163, 205i Calidon, 163 Danubio, 38 Etdlia, 1665
Areépago, 180 Calimaco, 87, 145, 176 Daoco II, 210i, 213 Etruria, 43, 126i, 129
Ares, 81 Camares, 111 Dario I, 35, 46, 47, 61i Etruscos, 26, 35, 120, 156, 250
Aretusa, 194, 250 Camarina, 56, 79 Datis, 47 Eubéia, 26, 118, 1181, 162i, 166, 214
Argéadas, 58, 153 Cambises, 44 Daunia (Gargano), 73i, 250 Eubulides, 1561
a 20, 3, 39, 91, 114, 118, 160, 184, 190, Camiro, 227 Daunios, 156 Eufrénio, 129
91i Campania, 43, 74i, 132, 2511 De Architectura (Vitrivio), 87 Euripides, 88, 150, 200
Argos, 26, 35, 36, 40, 43, 46, 80, 82, 114, 122i, Canal de Corinto, 160 Delfos, 19i, 26, 40, 43, 79, 80, 92, 1221, 1231, Eurito, 121i
134, 160, 184 Canosa (Apulia), 72i, 79 124i, 125, 132i, 149, 162i, 163, 190, 206-213 Evans, Arthur J., 240
Ariadne, 78i, 214 Canova, Antonio, 142 Delfos, Museu Arqueoldgico de, 208, 210i, Evéneto, 79
Aristion, estela de, 43i Capadécia, 63 211, 213 Exéquias, 14i, 128i, 129
Aristocles, 43i Capua, 671 Delos, 8i, 48, 64, 64i, 80, 141i, 216-226
Aristéfanes, 88 Carfi, 40, 104 Deméter, 42i, 80, 81, 134, 176, 269
Aristogiton, 44 Caria, 237 Demetriade, 79, 165 F
Aristételes, 88, 147, 150, 166i Caridtides (Erecteon), 179, 180 Demétrio Poliorceta, 95
Arménia, 63 Caros, 21, 107 Demdocrito, 142, 145, 166 Falaris, 266
Arne, 165 Cartagineses, 35, 266, 277, 284 Derveni, 78i, 79, 153 Fedriadas, ver Rochas Resplandecentes
Arpi, 156 Cartago, 42i, 47, 51, 63, 64, 121, 278i Despoticd, 21 Féia, 163
Arquelau, 150, 153 Casa “B” (Acrotiri), 109i Deusa das cobras, 111 Fentcios, 26, 40, 42, 70, 120, 121, 250
Arguimedes, 95 (Casa das Arréforas (Atenas), 180 Deusa Mae, 20i, 107 Festas Dionisfacas, 162i
Arquipélago Jénico, 166 (Casa das Colunas (Micenas), 188 Diadumeno, 1411 Festas Pan-atenéias, 171
Artafernes, 47 Casa de Cleépatra e de Dioscérides (Delos), Dicaearchia, ver Pozzuoli Festo, 22, 23, 160i, 240,
Artaxerxes, 56 224) Didimo, 81, 166, 231 Fidias, 8i, 53, 105, 140, 142i, 144, 145, 145i,

eee
Artemisa Potnia therén, 23i, 111 Casa de Escardona (Delos), 222i Dimini (Tessalia), 20, 26, 104, 165 158i, 168, 169,170i, 171i, 174i, 175i, 176, 179i,
Artemisa, 81, 111, 190, 233i Casa de Fauno (Pompéia), 61i Dion, 165 196i, 198

ee
Artemiso (Efeso), 125, 258 Casa do Hermes (Delos), 222i Dioniso, 47, 78i, 80, 80i, 81, 88, 90, 128i, 1471, Fidon, 26

eee
As Bacantes, 150, 200 Casa do Tridente (Delos), 222i 151i, 163, 165, 201, 214, 2161, 256i Figalia, 80

le
Asclépio, 81, 166, 190 Casa dos Posidoniastas de Berito, 216i, 222 Diéscuros, 2661, 269 Filacopi, 107i, 166, 214

Ge! fe
Asclépio, Santuario de, 91 Casa Oeste (Cnosso), 111i Diéscuros, Estatuas dos (Lécria Epizefiria), File, 160
Asia Menor, 35, 62, 63i, 87, 140, 228, 231, 237 Casope, 147, 166, 201, 237 255i Filipe IL, 35, 58, 58i, 59i, 69, 100, 150, 152, 153,

ie
Asine, 160 Cassandra, 122i Dipilo de Atenas, 401, 119i, 180 154, 198

Sc
Asklepieion (Messina), 192 Cassandro, 611, 62 Discébolo, 136, 141i Filipe IV, 64

cc
Asso (Frigia), 1661, 231 Castelo Eurfalo (Siracusa), 252i Distrito do Keramikés (Ceramico) (Atenas), Filipe V, 205, 216

eo:
Astianios, 78i Catania, 253 180 Filipeion (Olimpia), 58i, 198
Atdlidas, 35, 62, 621, 216, 230i, 231, 231i Caterini, 152 Distrito do Teatro (Delos), 8i, 222i, 224i Filipos, 166

ee
Atalo II, 180 Cavaleiro “Rampin”, 125, 180 Dodecaneso, 104, 1631, 2261, 227 Filisteus, 40
Atena Afaia (Egina), 80i, 1011, 129, 1341 Cavaleiro de Grumentum (Basilicata), 94 Dodona, 40, 149, 166, 204-205

ee
Filocles, 144, 179, 1791
Atena do Varvakion, 1711 Cavusi, 104 Doidalses, 154i Filopapo, 168i
Atena Lindia, 227 Cécrops, 171, 179, 179i Doriforo, 136, 141i Filésofo de Porticello, 50i

eS ooo
Atena Parteno, ver Partenon Cefalénia, 166 Dorios, 40, 85, 102, 104 Filéxeno da Erétria, 611
Atena Poliade (Pélias), 1781, 179 Cefiso, 142i Dracon, 26, 43 Flegetonte, 166
Atena Prémaco, 176 Cefisodoto, 144i, 149, 151i Dreros, 40, 104 Fécea, 26, 44, 231

a
Atena, 471, 561, 88, 92, 1241, 130i, 158i, 171, 176, Celtas, 35, 62, 63, 250 Droysen, J. G., 154 Fdécida, 207
178i, 179, 180, 182, 207, 211, 258 Centauro Nesso, 163 Diaris, 213 Fonte Arsinoe (Messina), 192i
Atenas, 8i, 15i, 26, 35, 40, 43, 44, 46, 47, 48, Centauromaquia (Partenon), 171 Fonte Castalia (Delfos), 208i, 211

jf
50,51, 52, 53, 56, 58, 62, 63, 78, 79, 80, 88, 92, Centauros, 197 Fonte Minoe (Delos), 222
104, 105, 118i, 119, 125i, 134, 140, 141i, 142, Cerdenha, 43 Fonte Pirene (Corinto), 160
Chadwick, John, 38

ore! age aa
143, 145, 156, 160, 168-181, 182, 190, 208, 210, Foro romano (Paestum), 261
269, 275i, 284 Chipre, 38, 63, 81, 132i Edessa, 152, 166 Fradmon, 145i
Atenas, Acr6pole de, 15i, 481, 90, 1261, 158i, Chiusi (Etraria), 126i Edipo, 14i Fratesina, 38
168i, 169, 1701, 171, 176, 1771, 179, 227 Ciclades, 20, 21, 23, 26, 43, 48, 102, 104, 107, Edito de Teodésio, 171 Frigia, 166i

a
Atenas, Agora de, 180, 181i 118, 120i, 132, 207, 214, 216 Efebo de bronze, 153i Frigios, 38

es Oe
Atenas, Distrito Ceramico de, 129 Cilicia, 38 Efebo de Critio, 132i, 134, 134i Frinico, 47, 88
Atenas, Escola Arqueolégica de, 240 Cime, 231 Efebo louro, 48i, 180 Friso dos delfins (Cnosso), 108, 243
Atenas, Museu Arqueolégico Nacional, 921, Cimon, 35, 143 Efeso, 44, 81, 125, 130, 144i, 145, 145i, 166,
ee
Fuchs, 153i
109i, 115i, 180 Cinocéfalos, 64 228i, 231 J
Atenas, Museu da Acrépole de, 991 Cinto, 216i, 222, 224i Egeu, 20, 21, 36, 40, 43, 46, 50, 53, 58, 102, 104,
Atenas, Pinacoteca de, 176, 1771 Cipsélidas, 26, 45 107, 107i, 108, 160, 165, 166, 214, 231, 233i
Circulo funerdrio “A” (Micenas), 36i, 373, 39i, G
Atenas, Propileus de, 169, 176, 176i, 1771 Egeus, 18, 21, 100, 107, 166, 214
ri

Atenienses, 90, 143, 210i, 2241 116i, 1171, 184, 184i, 188 Egina, 35, 50, 80, 80i, 101i, 129, 130i, 134, 134i, Gargano, 73, 253
Atica, 36, 43i, 46, 47, 52, 53, 114, 118, 121, 132, Cirenaica, 63 182-183, 261i Géia (Grande Mae Terra), 207, 207i
ee oe

142i, 144, 158i, 160, 162i, 163i, 171, 1781, 207, Cirene, 26, 198, 250 Egipcios, 70 Gela, 56, 132i, 134, 198, 210, 253, 266, 270i
248i Ciro II, 44, 56 Egisto, 188 Gélon, 47
oe A

Atreu, 188 Citera, 81, 153i Egito, 21, 22, 26, 35, 38, 60, 62, 63, 64, 77i, 108, Geneleu de Samos, 228i
Atridas, 188 Citéron, 160 120, 154 Gigantomaquia (Delfos), 19i, 124i
fe 2

Augusto, Otaviano, 18, 64, 105 Citnos, 21 Egnacia, 256i Gigantomaquia (Partenon), 171
Auriga de Delfos, 132i, 134, 211, 13 Cladeu, 194 Eirene e Pluto, 144i, 151 Gigantomaquia (Pérgamo), 233, 233i
a

Axio, 58 Claro, 231 Elea, ver Vélia Gindsio, 190, 190i, 208i
Clazémenas, 142, 231 Eleatas, 250
Cléitias, 126i
Ginosa (Apulia), 71i, 79
Eléusis, 78, 81, 145, 160, 179, 213
ra

Gla, 165
Cléobis, 160, 2121, 213 Eléuteras, 160
Cleépatra VI, 64
Gliptoteca de Munique, 182, 183i
Elide, 163, 166, 194, 196 Gnatia, ver Egnacia
Babil6énia, 35, 60 Clistenes, 44, 88 Elimos, 8i, 250, 274i, 275 Godos, 192
Bacantes, 163 Clitemnestra, 122i, 188 Elis, 163 Golfo de Arta, 205
Baco, 149i Clitias, 129 Embriaguez (deusa), 27 Golfo de Corinto, 43
Bactriana 35, 63 Clito, 233i Emporios, 166 Golfo de [tea, 207
Baia dos Fenicios (Messénia), 163 Cnido, 208, 231 Enémao, 130i, 194, 196 Golfo de Napoles, 38
Bairro Marafiéti (Lécria Epizefiria), 255i Cnidos (Asia Menor), 147i Eélia, 38 Golfo Sarénico, 182, 183i
Bairro Maras (Lécria Epizefiria), 255i Cnosso, 22, 221, 23, 23i, 241, 38, 108, 108i, 111, Eélios, 40, 102
Baquidas, 43 111i, 114, 119, 160, 238-247
Gérgona Medusa, 42i, 56i, 124i, 153i, 182,
Epaminondas, 192 2541, 278i
Beirute (Berito), 216i, 222 Cocito, 166 Epidamno, 198
Bedcia, 36, 39, 47, 691, 87, 114, 165 Grande Mae, ver Deusa Mae
Célofon, 231 Epidauro, 81, 91, 149, 160, 190-191 Grandes Dionisfacas, 88, 180

286
Grandes Prop6leos (Cnosso), 243 Léchaion, 43 Naupactenses, 145 Pireu, Museu do, 561
Gruta de Franchthi, 184 Lefcadia, 165 Naupacto, 198i
, 143, 170i, 179i Pirro, 205
Guerras Persas, 35, 44, 471 Lentini, 253 Nauplia, 184 Pisa, 130i, 196
ina), 134i
Guerreiro agonizante (Eg Ledécares, 58i, 601, 198 Naxos, 21, 35, 42, 107, 213, 213i, 214-215, 216 Pisistratidas, 35, 143
Garnia, 111 Leénidas, 47, 163, 165 Naxos, Museu Arqueoldgico de, 214 Pisistrato, 35, 44, 125i
Leonidio (Olimpia), 194i, 198 Nea Pléuron, 163 Pitagoras de Reggio, 213
Lerna, 160 Necromanteon, 166 Pitagoras, 43, 146, 250, 263
= H Leucas, 73i, 166, 250 Nedas, 163 Pitagéricos, 169
Libano, 613, 70 Neméia, 40, 92, 160 Pitagorismo, 80
Hades, 51i, 80, 80i, 81 Libao, 196 Nesiotes, 134, 134i Pitecusas, 26, 42, 43, 253
Hagesandro, 227 Licéias, 53 Nestor, 163 Piteu, 237i
Hagia Parasceve, 152 Licia, 63, 96i Nicias, 53 Pitia délfica, 194, 206i, 207, 210
Hagia Triada, 23, 110i Licurgo, 52, 163 Niké da Samotrdacia, 8i, 156 Piton, 207, 2071
Hagios Andréias, 163 Lido, 129 Niké de Paidnio, 198i Pitsa, 831
Halicarnasso, 231 Liga Aquéia, 63 Niké de Peénio, 145 Planalto iraniano, 62
Harmédio, 44 Liga Délio-atica, 35, 48, 50, 216i Niké, 166, 190i, 214 Platao, 143, 146, 147, 150, 169
Hécate, 233i Liga Peloponésia, 53 Numancia, 156 Platonismo, 80
Hefeso, 81, 179 Ligdamo, 214 Pléuron, 163
Hefestiao, 200i, 201 Ligures, 250 Podalirio, 192
Hegeso, 51i Lindos (Rodes), 226-227 Polibio, 163
Heitor, 128: Linear A, 22 Policleto, chamado “o jovem”, 53i, 91, 105,
Hélade, 27, 44, 62, 130, 149, 194, 205, 207, 216 Linear B, 36i, 38 Odisséia, 26 132i, 136, 141i, 145, 1451, 169, 190
Helenos, 20, 40, 92, 102, 104, 107, 160 Lisandro, 53 Odrisios, 791 Policrates, 35, 43, 228
Hera de Samos, 228 Lisimaco, 62 Oiniadai, 149 Polizelo, 1321, 134, 210
Hera, 80, 160, 194, 197, 2121, 228, 250i, 2511, Lisipo, 57i, 60i, 151i, 152i, 153, 154i, 210i, 213 Oiniadai, Teatro de, 163 Pompéia, 611, 111
2531, 258, 2581 Lécria Epizefiria (Calabria), 68i, 79, 80i, 134, Oinoche Lévy, 123i Populdénia, 47
Heraclito, 130, 136 200, 294i, 255i Oligirto, 160 Porta da Arcadia (Messina), 192, 192i
Heraion ( ), 122i Logia das Caridtides (Atenas), 179i Olimpia, 26, 40, 43, 58i, 79, 80, 82, 1301, 132, Porta dos Leées (Micenas), 184, 184i, 188
Hércules, 211, 92, 124i, 181, 194, 194i, 196, 210 Louvre, Museu do, 8i, 154i, 166, 171, 214, 228 145, 147i, 163, 194-199 PortaI (Agrigento), 269
Hermes com Dioniso menino (Olimpia), 197, Lucania, 42 Olimpia, Museu Arqueolégico de, 196, 197i Porta Norte (Micenas), 184
197i Lucanos, 156, 250 Olimpiadas, ver Jogos Olimpicos Porta Rosa (Vélia), 253
Hermes em repouso, 1521 Olimpo, 58, 80, 80i, 147, 152, 165, 166, 171, 208 Pértico das Ursas (Brauron), 163i
Hermes Trismegisto, 80 Olinto, 58, 68, 69, 691, 237 Pértico de incubacao, 27
Hermes, 64i, 81, 147i, 151i M Ordculo dos Mortos, ver Necromanteon Pértico dos Atenienses (Delfos), 212i
Herédoto, 88, 160 Oratério de Falaris (Agrigento), 269 Posidon Erecteu, 179, 179i
Heroon (Paestum), 265i Macaon, 192 Orcémeno, 163, 165 Posfdon, 80, 92, 132i, 134, 158i, 171, 178i, 179,
Higiéia, 149i, 192 Maced6nia, 26, 35, 42, 56, 58, 62, 69, 70, 71i, Oriente Médio, 22, 35 227, 258
Himera, 35, 47, 56, 253 74i, 150, 152, 153, 165, 198,, 201, 216 Oriente Préximo, 21, 22, 35 Posidénia, ver Paestum
Himeto, s Macedénios, 35, 60, 216i Oropo, 160 Povos do Mar, 26,39, 40, 102
Hiparco, Magna Grécia, 35, 42, 42, 60, 104, 130, 134, Os Pugilistas (Cnosso), 111 Pozzuoli, 253
Hipécrates, 147 136, 251i, 253, 254i, 269i Os simios azuis, 111 Praxiteles, 102i, 144i, 147i, 149, 151i, 196, 197,
Hipodamia, 196 Malia, 23, 111 Osios Loukas, 2071 197i
Hipédamo de Mileto, 132, 144 Mantinéia, 53, 163 Oto, 233i Priene, 149, 201, 231, 236-237
Hipsa, 266 Mantua, 250 Primeira Guerra Messénica, 26
Homero, 40, 401, 157, 275 Mar Caspio, 60 Primeira Guerra Persa, 35
Homédlio (Tessalia), 711 Mar Negro, 38, 42, 56 Principe dos Lirios (Cnosso), 108, 108i
Hospital dos Cavaleiros (Rodes), 227 Maratona, 35, 47, 160, 208 Promontério Artemisio, 47, 123i, 134
Marco Anténio, 64 Pa, 222 Propileus (Cnosso), 243i
Marinatos, Spiros, 109i Paestum, 81, 124, 136, 251i, 253, 258-266 Propileus (Delos), 216
Marselha, 250 Paestum, Agora de, 265i Propileus (Rodes), 227
Mascara funerdria de Agamémnon, 1711 Paestum, Museu Arqueoldgico de, 258i, 261 Propileus de Mnésicles, 171i
Jalisos, 227
Tberos, 156 Mausoléu de Halicarnasso (Tégea), 149 Pafo, 81 Propileus Setentrionais (Epidauro), 27, 190
Mavrommati, 192 Pamiso, 192 Proxenos, 51i
Ictino, 105, 144, 145, 169, 169i, 170i, 211 Ptolomeu, 62
Iliada, 26, 39 Mazaracata, 166 Panfilia, 63
Meandro, 149, 237 Pangeu, 55
llisso, 142i, 176
Medievo Helénico, 18, 39, 40, 70, 85, 90, 102, Parisiense (Cnosso), 22i, 108
Imbrasos, 228 Q
Império Persa, 35, 44, 60 104, 120, 184, 228 Parménides, 130, 142, 250, 253
Mediterraneo, 21, 26, 36, 38, 40, 41, 411, 43, 46, Parnaso, 207
Indo, 35, 60, 156 Quéia, 21
47,50, 79, 114, 120, 121, 216, 250 Parnon, 160, 163
lolco, 36, 165 Quenchreai, 43
Megale Héllas, ver Magna Grécia Paross, 21, 21i, 120i, 210i, 2571
Irdclion, 24 Queronéia, 35, 58, 88, 165, 198
Irdclion, Museu Arqueoldégico de, 24 Megalépolis, 163, 2051 Parrdasio, 52i, 145
Meganisis, 166 Partenon de Atenas, 81, 142i, 143, 144, 145, Quios, 166, 214
Isis, 80, 81
Mégara Hibleéia, 35, 50, 52, 124, 198, 208, 253, 158i, 163, 168i, 169, 169i, 170i, 171, 171i, 1741,
Isos, Batalha de, 611 176, 179i, 180, 181, 211, 266i, 269, 2691
[squia, 42, 253 277
Passeio Arqueolégico (Vale dos Templos), 266 R
Istar-Astarte, 81 Meleagro, 163
Ménade dancante, 149i PAtio Central (Cnosso), 244i
{stmia, 40, 80, 82, 160 Patras, 163 Ramnunte, 144, 160, 163i
Istmo, 43 Ménades, 78i
Pausanias, 27, 147i Reco, 228, 281
Itaca, 166 Menandro, 88, 147
Pausias, 27 Reggio Calabria, 50i, 253
Mende, 1981
Itdlicos, 56
Menelau, 163 Pax Maced6nica, 35 Reggio Calabria, Museu Nacional de, 136i
Itome, monte, 192, 192i Paxos, 166 Reino Helenistico de Pérgamo, 35
Mengs, A.R., 142 Reino Macedénico, 58i, 150, 200
Mesopotamia, 35, 60, 62, 70, 120 Paz de CAlias, 170i
Pégaso, 42i, 2781 Reino Seléucida, 64
J Messénia, 36, 36i, 38, 39, 43, 114, 163, 192
Pela, 62, 79, 105, 153, 156, 1665, 200-203 Reso, 88
Messénios, 52, 145 Riace (Calabria), 136i
Messina, 163, 192-193, 1981 Pélope, 130i, 194, 196
ogos Istmicos, 64, 92, 160 Messina, estreito de, 250 Peloponeso, 20, 26, 35, 36, 40, 43, 46, 50, 51, Roccagloriosa, 79
ee Nemeus, 92, 132, 194, 1941 Mestre de Olimpia, 134, 196 53, 85, 104, 114, 130i, 134, 145, 184, 188, 194, Rochas Resplandecentes, 207
Jogos Olimpicos, ee 160 Mestre do frontao ocidental de Egina, 182 207 Rodes, 28, 62, 63, 64, 64i, 79, 105, 156, 1571,
ogos Pan-ateneus, Mestre do frontdo oriental de Egina, 182 Peloponeso, Guerra do, 35, 51, 51i, 52, 531, 56, 2261, 227
211
ibs Piticos, 92, 132i, 207, 208i, Metaponto, 79, 124, 198, 250, 250i, 2511, 253 105, 146,, 176, 176i, 198i, 210, 2751 Rodes, Museu Arqueoldgico de, 1541, 227
118, 122,
Jénia, 35, 38, 43, 44 47, 56, 60, 104, Micala, 237 Peloponésios, 53 Roma, 35, 47, 51, 03, 64, 105, 140, 156, 196,
130, 207, 226i, 228, 284 . Peninsula Calcidica, 58, 69 216i, 275
2541 Micenas, 36, 36i, 371, 38, 38i, 391, 72, 114, 1141,
Jénico, 43, 160, 163, 166, 205, 2511, 115i, 116i, 117i, 160, 160i, 184-189 Peninsula Helénica, 20 Romanos, 64, 641, 142, 216, 2221
Jénios, 40, 85, 228 Pentélico, 160 Rombos, 125i
Micénicos, 18, 21, 36, 36i, 44i, 58, 70, 100, 104,
Pentesiléia, 141 Rovigo, 38
107
Peénio, 196 Roxane, 61
K Micono, 216, 2221 Ruvo de Pulia, 79, 94, 941, 2481
Midea-Dendra, 72, 160 Pequenas Ciclades, 21
Milciades, 35, 47 Peracora, 82, 160
do (Atenas),
Keramikés (Ceramico), Bairro Mileto, 26, 35, 44, 47, 132, 134, 166, 231 Perdicas II, 58
180 at Milo, 20, 21, 53, 79, 107, 1071, 166, 214 Pérgamo, 35, 62, 62i, 63, 64, 81, 105, 149, 156,
Minos, 18, 188, 240, 2441 180, 230-235
Kolonés Agoréos, 180 Miron, 136, 141i, 145 Pérgamo, Acrépole de, 230i, 231i, 2331 Safo, 166
Kore, 15i, 68 Mistérios (Eléusis), 145 Pérgamo, Reino independente de, 62 Sagunto, 156
, 1251
Kotiros moschophoros (Atenas) Mitra, 180 Péricles, 35, 48, 48i, 50, 51, 52, 53, 140, 142, Sala da Bolsa (Delos), 222
Krane, 166 143, 144, 1581, 170i, 180 Sala das Virgens (Partenon), 169
Mnésicles, 144, 176, 177i, 1179, 227 Sala do Trono (Cnosso), 244i
Modigliani, 211 Persas, 35, 44i, 47, 47i, 48, 50, 143, 171, 176,
182, 208 Salamina, 35, 47, 471
Montale, Eugenio, 149 Salento, 253
Monumento das Nereidas (Xanto), 96i Perseu, 153i, 278i
Phinikounta, 163 Salonica, 78i, 152, 200
Monumento dos Touros (Delos), 222 Samos, 35, 43, 44, 80, 228-229
Lacedem6nios, 52 Moscéforo, 150 Pidna, 64
,43 Pilos, 36, 36i, 38 Samotracia, 108, 166, 214
Musas, 160, 165
39, 111, 1121, 114, 118,
163, 192 Pindaro, 266 Samotracia, Vitoria da, 156
Pas Museu Britanico, 171 Sanitas, 156 .
Lagidas 160
Mo,0, ree
o Esti
216i, 222, 2221
Pindo, 165, 205
Pintor de Amiasis, 129 Santorini, 8i, 21, 23, 25i, 26, 109i, 111, 111i, 214
Santudrio de Apolo (Delfos), 35, 194, 2081
ee Sagrado N Pintor de Aquiles, 521
Triconides, 165 agonizante
Pintor de Edimburgo, 921 Santudrio
Santudrio
de
de
Apolo (Delos), 48
Apolo Pitio (Delfos), 207
Laomedonte, ver Guerreiro Nafplion, Museu Arqueoldgico de, 115i Pintor do Canavial, 52i
Santudrio de Apolo Ptoo, 165
Napoles, Museu Arqueolégico Nacional de, Piranesi, Giambattista, 142
Pireu, 47, 53, 128i, 134, 143 Santudrio de Artemisa (Delos), 222
47i, 71i, 901, 96i, 141i, 2481, 253 Santudrio de Artemisa (Efeso), 228i
Nasios, 222 Pireu, Apolo do, 801

287
Santudrio de Artemisa Braurénia (Brduron), Sécrates, 143 Templo de [sis (Delos), 224i Tumba III (Micenas), 116i
144, 163: Sofistica, 146 Templo de Némesis (Ramnunte), 144, 1651 Tumba IV (Micenas), 36i, 37i, 391
santuario de Asclépio (Cés), 163, 166 Sdfocles, 88 Templo de Netuno (Paestum), 251i Tumba V (Micenas), 116i
Santudrio de Asclépio (Epidauro), 190 Sélon, 35, 43 Templo de Posfdon (Cabo Stinio), 144, 160 Tumba VI (Micenas), 1161
Santudrio de Asclépio (Messina), 192, 192i Templo de Posidon, ver Erecteon Ttimulo II (Kralevo), 78i
Santudrio de Asclépio (Pérgamo), 231, 233 Templo de Segesta, 2741, 275i Tunisia, 43
Santudrio de Atena (Atenas), 47 T Templo de Trajano (Pérgamo), 230i, 233 Turquia, 122
Santudrio de Atena (Delos), 222 Templo de Zeus (Acarnania-Etélia), 163
Santudrio de Atena (Pérgamo), 233 Tabua Palatina (Metaponto), 250i, 251i Templo de Zeus (Olimpia), 1301, 196, 196i,
Santudrio de Atena (Priene), 237 Taga de Nestor (Micenas), 36i 197, 197i, 198i
U =—

Santudario de Atena Lindia (Lindos), 226i, 227 Taigeto, 163, 192 Templo de Zeus Olimpico (Agrigento), 269,
Santudrio de Atena Pronéia (Delfos), 190, Tanagra, 691 269i Ulisses, 166
2061, 207, 2081, 211 Tapso, 253 Templo de Zeus Olimpico (Olimpia), 132, 136 Urartu, 120, 122, 1221
Santudrio de Delfos, 207i, 212i Tarento, 70i, 73i, 75i, 79, 89i, 105, 134, 250, Urbe, 64
Templo do bairro Mango (Segesta), 275
Santudrio de Deméter (Pérgamo), 233 254i, 257i Templo dos Didéscuros (Agrigento), 2681
Santudrio de Deméter e Perséfone-Core Tarento, Museu Nacional de, 92 Tenos, 21
(Agrigento), 266 Tarquinia, 47 Teodoro, 190
VY ey
Sentero de Deméter Mal6fora (Selinunte), Tasos, 166, 214 Teodoro, 206i, 211, 228, 228i
Taurocatapsia, 111i Teoddsio I, 194 Vafio, 71, 111, 1121
Santudrio de Dioniso (Delos), 222 Tauromaquia, 108 Vale de Tempe, 165
Teos, 231
Santudrio de Epidauro, 27 Teatro de Delfos, 2081, 210 Vale dos Templos (Agrigento) 266, 269i
Tera, ver Santorini
Santudrio de Hera (Paestum), 261 Teatro de Delos, 224i Vaso Francés, 126i, 129
Terceira Guerra Macedénica, 64
Santudrio de Hera (Samos), 228, 228i Teatro de Dioniso (Atenas), 180, 181i Vasses (Arcadia), 145, 163
Terceira Guerra Messénia, 35
Santudrio de Hera Argiva, 160 Teatro de Dodona, 204i, 205i Termépilas, 47, 165 Vathi, Museu de, 2281
Santudrio de Némesis (Ramnunte), 163i Teatro de Epidauro, 205 Termos, 81, 82, 126i, 165 Velha ébria, 156
Santudrio de ee 145, 194i Teatro de Oropo, 162i Terraco dos Ledes (Delos), 165i, 2161, 222 Vélia, 130, 142, 253
Santudrio de Posidon (cabo Stinio), 165i Teatro de Segesta, 275 Vénetos, 250
Terraco dos Tesouros Olnp iy 197i
Santudrio de Posfdon (Delos), 222 Tebas, 35, 38, 56, 58, 165, 208 Ventris, Michael, 38
Terravecchia di Grammichele, 42i
Santudrio de Posfdon ([stmia), 160 Teeteto, 169 Tersilion, 163 Vénus de Arles, 1471
santudrio de Zeus (Delos), 222 Tégea, 80, 149, 149i, 163 Teseion, ver Templo de Hefesto Vénus de Milo, ver Afrodite de Milo
Santudrio de Zeus (Dodona), 201i, 205, 205i Télefo, 233 Vergina, 58i, 591i, 79, 152, 198, 201
Teseu, 210, 214
Santudrio de Zeus (Neméia), 160 Témis, 163i Tesouro de Atenas, 207i, 213 Vergina-Ege, 165
Santudrio de Zeus (Olimpia), 194, 197i Temistocles, 35, 47, 47i Tesouro de Atreu (Micenas), 188, 188i Via Sacra (Atenas), 176
Santudrio de Zeus (Priene), 237 Templo “C” (Selinunte), 277, 277i, 278i Tesouro de Marselha (Delfos), 211 Via Sacra (Delfos), 162i, 208, 210i, 212i, 216
Santudrio dos Mistérios (Eléusis), 160 Templo “D” (Selinunte), 277, 284 Tesouro de Panagjuriste (Trdcia), 791 Via Sacra (Paestum), 261
Sarcéfago de Hagia Triada, 108 Templo “E” (Selinunte), 2531, 277i, 278i, 284, Tesouro de Sicion, 213 Via Sacra (Rodes), 227
Sardes, 231 284i, 285i Via Sacra (Samos), 228i
Tesouro de Sifnos (Delfos), 211i
Sardos, 250 Templo da Concérdia (Agrigento), 266i, 269, Tesouro dos Atenienses (Delfos), 162i Via Sacra das Pan-atenéias, 171i
Satiro, 57i 269i, 270i, 271i Tesouro dos Sifnos (Delfos), 19i, 124i Vila San Giovanni, 501
oatiros, 781, 126i Templo de Apolo (Asso), 166i Téspias, 165 Vitoria, 176
Pea emanty Heinrich, 36, 36i, 116i, 160i, 184, Templo de Apolo (Corinto), 160, 165i Tessalia, 20, 26, 36, 39, 58, 71i, 87, 104, 114, 165 Vitravio, 87, 981
Templo de Apolo (Delfos), 206i, 210, 212i, Tessalonica, 200 Vivara, 38
Segesta, 253, 274-276, 278i 213, 213i Thorvaldsen, Bertel, 142, 182 Volos, 751
Segunda Guerra Messénia, 26, 35 Templo de Apolo (Estréngile), 214, 214i Thourioi (Puglia), 134 Volos, Museu de, 71i
Sele, 258 Templo de Apolo Epicuro (Vasses), 145, 163 Tifon, 120i Vulci, 47
Seléucia, 156 Templo de Artemisa (Corfu), 166 Timeu, 169
Seléucidas, 35, 63 Templo de Artemisa (Epidauro), 27 Tiranos, 134
Seleuco, 62 Templo de Asclépio (Epidauro), 27, 190i, 191i Tirinto, 36, 38, 56, 72, 114, 160, 160i W
Selino, 278i Templo de Atena (Priene), 237i Tiro, 47
Selinunte, 56, 124, 198, 250, 253i, 275, 277-285 Templo de Atena Afaia (Egina), 183i, 261i Tirreno, 47, 556 Winckelmann, Johann Joachim, 142
Senhora azul (Cnosso), 108 Templo de Atena Alea (Tégea), 149, 149i, 163 Tito Quincio Flaminino, 64
Senhora dos animais, 81 Templo de Atena conhecido como “Templo Tocador de flauta, 107i
Sereia, 222i de Ceres” (Paestum), 258i, 261 Tocador de lira, 107i X
Sesclo (Tessdlia), 20, 20i, 26, 104, 165 Templo de Atena Lindia (Lindos), 226i, 227i Tolos (Delfos), 149, 206i, 211
Sibaris, 198, 253, 258 Templo de Atena Niké, 144, 176, 176i Tolos (Epidauro), 27, 34i, 149, 190 Xanto (Licia), 961
Sicilia, 81, 35, 38, 42, 47, 53, 132, 250, 252i, 253, Templo de Atena Parteno, ver Partenon Tracia, 42, 58, 62, 70, 781, 79i, 150 Xerxes I, 35, 47
2561, 258, 266, 266i, 269i, 271i, 275, 277 Templo de Atena Polfade (Pélias), 179i Trales, 63i
Sicion, 26, 83i, 160, 198, 208 Templo de Castore Pélux (Agrigento), 269 Trasibulo, 53
Sidon (Libano), 61i Templo de Dioniso (Pérgamo), 233 Trinta Tiranos, 35
Sifmos, 21, 125, 208, 210, 213 Templo de Hefesto, 144, 165i, 180, 181i, 269 Trinta Tiranos, regime dos, 35
Sila, 250 Templo de Hera (Agrigento), 266i Trdia, 38, 39 Zacros, 22i, 23
Silanion, 57i, 153 Templo de Hera (Samos), 124, 228i, 229i Tréia, Guerra de, 26 Zanes, 198
Sileno com Dioniso, 151i Templo de Hera I conhecido como “A Troianos, 44i, 80i, 171, 176, 182 Zante, 166
Sileno, 771 Basilica” (Paestum), 258, 2581 Tucidides, 143 Zenao, 142, 250, 253
Sindos, 441, 79, 152 Templo de Hera II conhecido como “Templo Tumba A (Homélio), 71i Zeus Horquio, 196i
Siracusa, 35, 42, 42i, 47, 53, 56, 62, 79, 105, 194, de Netuno” (Paestum), 258, 258i, 260i, 261i, Tumba de Egisto (Micenas), 188 Zeus Olimpico, 145
198, 208, 250, 252, 253, 275i 264i Tumba do Mergulhador (Paestum), 8i, 136, Zeus, 75, 80, 80i, 92, 132, 132i, 134, 171, 182,
Siracusa, Teatro de, 253i Templo de Hera Lacinia (Agrigento), 269, 261, 262i 194, 194i, 196, 198, 228, 251i
270i, 271i Tumba Grande (Macedénia), 165 Zeus, Altar de (Pérgamo), 156
Siria, 35, 38, 60, 63, 64, 120

Siros, 21, 21i, 107, 1071, 166 Templo de Hércules (Agrigento), 269, 271i Tumba II (Vergina), 59i Zéuxis, 145, 153

288
Grandes civilizagdes do passado

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