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Articulações - Atlas de Anatomia Radiologica
Articulações - Atlas de Anatomia Radiologica
Atlas de Anatomia
Radiológica
Autores Coautores
José Otávio Guedes Junqueira Matheus Cruz Ferraro
Henrique Guilherme de Castro Teixeira Gabriela Cumani Toledo
Gustavo Bittencourt Camilo Vagner Moysés Vilela
Cilmário Leite da Silva Júnior
Bruna Bandeira de Oliveira Junqueira
Thaís Bandeira de Oliveira Junqueira
2019
Ficha catalográfica
Elaboração Sabrina Valadão CRB6-2542
J95a
Junqueira, José Otávio Guedes
70 f.
CDD 616.075 7
Autores
Agradecimentos .................................................................... 69
Referências bibliográficas .................................................... 70
Introdução
O sistema articular constitui-se como fundamental para interpretação de todas
essencial no aspecto funcional do corpo as modalidades dos exames radiológicos.
humano, apresentando sobremaneira Nesse sentido, outro objetivo deste livro é
importância na realização dos movimentos suplementar o ensino da Radiologia,
dos segmentos corporais. Não obstante, principalmente para os acadêmicos
garante a proteção de estruturas vitais, recém-integrados à universidade, que
como ocorre no neurocrânio, que abriga e possuem escasso ou nenhum contato com
reveste externamente o encéfalo, em os diversos métodos de imagem. Por meio
virtude da união dos ossos do crânio pelas dos exames de radiografia simples, de
suturas. ressonância magnética (RM) e de
tomografia computadorizada com
As junturas possuem aspectos estruturais
reconstrução 3D (TC3D), buscamos
e funcionais característicos, fato que
principiar o estudo radiológico,
viabiliza seu enquadramento em
promovendo o desenvolvimento de uma
determinados grupos de classificação.
Anatomia prática e aplicada.
Ainda assim, elas apresentam
consideráveis variações que propiciam o Assim sendo, este livro é contituído de 3
prosseguimento de divergências quanto à partes – esqueleto axial, membro superior
classificação e à denominação dos seus e membro inferior -, cada uma subdividida
tipos entre os anatomistas, dificultando a em capítulos. Cada capítulo é composto
formação de um conteúdo padronizado e por TC3D e por radiografia dispostas numa
convencional, ocasião que resulta no mesma página e, como complemento,
prejuízo de aprendizagem dos discentes. possui os sequenciais cortes de RM
daquele segmento corporal nas páginas
Diante desta situação e buscando
subsequentes, visando a promoção de um
padronizar a classificação das articulações,
ensino mais comparativo.
criamos este material para ser consultado
como referência no estudo da Anatomia Portanto, acreditamos que a elaboração
Humana. Além de identificarmos a de um material de ensino que padronize
localização das junturas por meio de as classificações das articulações e
alfinetes, apresentamos, através de sistematize-as, em conjunto com a
tabelas, a classificação das mesmas, com associação com os distintos métodos de
adicional da especificação das superfícies imagem, possam facilitar o estudo dos
ósseas articulares e dos movimentos alunos da graduação, tornando-se
realizados em relação aos planos e eixos. referência para o ensino da Anatomia.
É evidente que a Anatomia e a Radiologia
são disciplinas interligadas, uma vez que o
conhecimento da primeira torna-se
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Exames de imagem
Radiografia homogêneas, aprimorando a acurácia na
A radiografia é o exame de imagem mais avaliação das estruturas.
utilizado para avaliação das estruturas ósseas
e das articulações, sendo regularmente o Tomografia Computadorizada
primeiro exame a ser solicitado para
pacientes com suspeita de problemas A tomografia computadorizada é um exame
articulares. Em virtude da sensibilidade dos de grande importância para avaliação de
raios X, os tecidos mais densos, denominados lesões ósseas, sendo bastante utilizada para
hipo-transparentes, como os ossos, tornam- confirmar o diagnóstico de diversas doenças.
se muito nítidos e visíveis. Ainda assim, a Esta técnica tem como príncipio o uso de
radiografia pode ser disposta em incidência tubos de raios X, que giram 360º em torno do
frontal no sentido AP ou PA, perfil ou oblíqua, corpo examinado, formando diversos planos
variando de acordo com a situação clínica sequenciais. Sendo assim, com o decorrer dos
específica. avanços tecnológicos, tornou-se possível a
reconstrução tridimensional de tais planos
formados, gerando uma percepção de
Ressonância Magnética
profundidade e permitindo ter uma visão fiel
A avaliação por imagem do corpo humano, do esqueleto ou órgão, de forma à auxiliar a
em especial dos Sistemas Nervoso e intervenção médica. Neste trabalho, a TC3D
Musculoesquelético, foi revolucionada graças foi utilizada com o objetivo de identificar, por
à RM, por conta da excelente visibilidade de meio dos alfinetes, as diversas junturas do
tecidos moles. Este exame de imagem possui corpo humano, visando complementar o
particularidades, como a alternância de estudo da anatomia convencional.
distintas ponderações. As sequências T1 e T2
são consideradas básicas no protocolo de
Anatomia Radiológica
estudo em um exame de RM, sendo
conceituadas como o tempo de retorno ao Finalmente, com o consequente êxito na
equilíbrio do spin de hidrogênio sob os evolução tecnológica e devido à inerente
planos longitudinal (T1) e transversal (T2). correlação entre as áreas de Anatomia e
SPAIR e STIR são ponderações avançadas que Radiologia, nota-se o desenvolvimento da
visam reduzir o sinal da gordura e melhoram Anatomia Radiológica. Tal ramo demonstra
a acurácia na detecção de alterações benefício mútuo entre as disciplinas,
músculoesqueléticas. A sequência STIR é principalmente quando se mostram
derivada da técnica de supressão de gordura integradas. Ao longo do tempo, vem
e caracteriza-se pela detecção extremamente ganhando destaque em instituições
sensível do fluido corporal renomadas do exterior, bem como brasileiras,
(consequentemente do edema), fundamental facilitando sobremaneira o ensino dos
nos estudos do sistema músculo esquelético. estudantes das diversas áreas da saúde.
Já SPAIR remete a uma técnica híbrida, que
inclusive é derivada do STIR, que permite
supressões de gorduras melhores e mais 9
Classificação das junturas
JUNTURAS FIBROSAS
Sutura: presentes nos ossos do crânio. Devido às bordas dos ossos, formam-se uniões planas
(uniões retilíneas), escamosas (sobreposições de ossos contíguos) ou serreadas (bordas irregulares).
Sindesmose: união dos ossos com uma grande quantidade de tecido fibroso (ex: membrana
interóssea e ligamento interósseo).
Gonfose: é uma articulação fibrosa entre os processos alveolares dos ossos da mandíbula e da
maxila e as raízes dos dentes.
JUNTURAS CARTILAGINOSAS
JUNTURAS SINOVIAIS
Junturas com maior mobilidade que podem ser classificadas funcionalmente, relacionada com o
número de movimentos, e morfologicamente, relacionada com a forma das superfícies ósseas
articulares.
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Classificação dos
movimentos
Flexão refere-se à diminuição do ângulo entre 2 partes corpóreas Plano sagital
Extensão é o aumento do referido ângulo Eixo látero-lateral
* Há alteração dos planos dos movimentos quando refere-se aos dedos dos membros
superior e inferior. Nos quirodáctilos, o plano ocorre em relação ao 3º dedo. Contudo, nos
pododáctilos, a referência é o 2º dedo.
A rotação medial aproxima a face ventral para o plano mediano Plano transverso
A rotação lateral afasta a face ventral deste plano Eixo crânio-caudal
11
12
1. CRÂNIO
13
Figura 1.2 – Radiografia do crânio em PA
Figura 1.3 – TC3D do crânio em vista lateral
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Tabela 1.1 – Classificação das junturas do crânio
SUPERFÍCIES
JUNTURA CLASSIFICAÇÃO MOVIMENTO PLANO EIXO
ÓSSEAS
Processos alveolares
Juntura fibrosa
Gonfose com as raízes dos _________ _____ ______
do tipo gonfose
dentes
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2. COLUNA VERTEBRAL
17
18
Figura 2.5 – TC3D da coluna cervical em vista lateral
20
Figura 2.8 – Radiografia do toráx em incidência PA
Figura 2.9 – TC3D da coluna lombossacral em vista lateral
21
Figura 2.10 – Radiografia da coluna lombossacral em perfil
Figura 2.11 – RM da coluna vertebral em corte sagital com ponderação T2
22
Figura 2.12 – RM da coluna cervical em corte sagital com ponderação T2
24
Figura 2.16 – RM da coluna lombar em corte axial com ponderação T2
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Tabela 2.1 – Classificação das junturas da coluna vertebral
Flexão e
Látero-
Faces articulares extensão da Sagital
lateral
Atlanto- Juntura sinovial superiores do atlas cabeça
occpital condilar biaxial com côndilos Inclinação
occipitais Ântero-
lateral da Coronal
posterior
cabeça
Atlanto-
Juntura sinovial Arco anterior do atlas Rotação da Crânio-
axial Transversal
pivô monoaxial com dente do áxis cabeça caudal
mediana
Faces inferiores das
Atlanto-
Juntura sinovial massas laterais do
axiais Deslizamento _____ ______
plana monoaxial atlas com faces
laterais
superiores do áxis
Cabeça da costela
com fóvea costal
Costo- Juntura sinovial superior da vértebra
Deslizamento _____ ______
vertebrais plana monoaxial correspondente e com
fóvea costal inferior
da vértebra superior
Tubérculo da costela
Costo- Juntura sinovial com fóvea costal do
Deslizamento _____ ______
transversa plana monoaxial processo transverso
da vértebra
Limitado a
Entre Juntura
Entre corpos pequenos
corpos cartilaginosa do _____ ______
vertebrais adjacentes graus de
vertebrais tipo sínfise
angulação
Proc. articular
Entre Deslizamento
Juntura sinovial superior com proc.
processos entre os proc. _____ ______
plana monoaxial articular inferior
articulares articulares
adjacentes
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3. TORÁX
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Figura 3.3 – RM do esterno em corte coronal com ponderação T1
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Tabela 3.1– Classificação das junturas do toráx
Juntura
Manúbrio- Manúbrio com corpo
cartilaginosa do _________ _____ ______
esternal do esterno
tipo sínfise
Juntura
Xifo- Corpo do esterno
cartilaginosa do _________ _____ ______
esternal com processo xifoide
tipo sínfise
Juntura I par de cartilagem
I Esterno-
cartilaginosa do costal com manúbrio _________ _____ ______
condral
tipo sincondrose e esterno
II ao VII par de
Esterno- Junturas sinoviais
cartilagem costal Deslizamento _____ ______
condrais planas monoaxiais
com esterno
Juntura
Costo- Cartilagem costal
cartilaginosa do _________ _____ ______
condrais com costela
tipo sincondrose
Inter- Junturas sinoviais Entre cartilagens _____ ______
Deslizamento
condrais planas monoaxiais costais adjacentes
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30
4. CINTURA ESCAPULAR
31
Figura 4.3 – RM do ombro em corte coronal com ponderação T1
33
Tabela 4.1 – Classificação das junturas do cíngulo do membro superior
Elevação e
Ântero-
depressão da Coronal
posterior
Extremidade esternal clavícula
da clavícula com
Esterno- Juntura sinovial Rotação da Crânio-
incisura clavicular Transversal
clavicular esferoide triaxial clavícula caudal
do manúbrio e I
cartilagem costal Movimentação
Látero-
anterior e Sagital
lateral
posterior
Acrômio da escápula Deslizamento do
Acromio- Juntura sinovial
com face acromial acrômio sobre a _____ ______
clavicular plana monoaxial
da clavícula clavícula
Flexão e extensão Látero-
Sagital
do ombro lateral
Cavidade glenoide
Gleno- Juntura sinovial Abdução e adução Ântero-
da escápula com Coronal
umeral esferoide triaxial do ombro posterior
cabeça do úmero
Rotação medial e Crânio-
Transversal
lateral do ombro caudal
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5. COTOVELO
36
Figura 5.5 – RM do cotovelo em corte coronal com ponderação T1
38
Tabela 5.1 – Classificação das junturas do cotovelo
SUPERFÍCIES
JUNTURA CLASSIFICAÇÃO MOVIMENTO PLANO EIXO
ÓSSEAS
Flexão e
Juntura sinovial Capítulo do úmero Látero-
Úmero-radial extensão do Sagital
gínglimo monoaxial com cabeça do rádio lateral
antebraço
Tróclea do úmero Flexão e
Juntura sinovial Látero-
Úmero-ulnar com incisura extensão do Sagital
gínglimo monoaxial lateral
troclear da ulna antebraço
Cabeça do rádio Supinação e
Radioulnar Juntura sinovial Crânio-
com incisura radial pronação do Transversal
proximal trocoide monoaxial caudal
da ulna antebraço
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6. ANTEBRAÇO
40
Figura 6.2 – Radiografia do antebraço em PA
Figura 6.3 – TC3D do antebraço em vista lateral
41
Figura 6.4 – Radiografia do antebraço em incidência perfil
Tabela 6.1 – Classificação das junturas do antebraço
42
7. CARPO E MÃO
43
Figura 7.2 – Radiografia do carpo em incidência PA
Figura 7.3 – TC3D da mão em vista anterior
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Tabela 7.1 – Classificação das junturas do carpo e da mão
SUPERFÍCIES
JUNTURA CLASSIFICAÇÃO MOVIMENTO PLANO EIXO
ÓSSEAS
Médiocárpica:
Entre a fileira
escafoide e Juntura sinovial
proximal e distal dos Deslizamento _____ ______
trapézio- plana monoaxial
ossos carpais
trapezoide
Médiocárpica: Flexão e extensão Látero-
escafoide- Entre a fileira Sagital
Juntura sinovial da mão lateral
semilunar e proximal e distal dos
elipsoide biaxial Abdução e adução Ântero-
capitato- ossos carpais Coronal
hamato da mão posterior
47
48
8. CINTURA PÉLVICA
49
Figura 8.3 – RM do quadril em corte coronal com ponderação DP SPAIR
51
Figura 8.7 – RM do sacro em corte coronal com ponderação T1
52
Tabela 8.1 – Classificação das junturas da cintura pélvica
SUPERFÍCIES
JUNTURA CLASSIFICAÇÃO MOVIMENTO PLANO EIXO
ÓSSEAS
53
9. JOELHO
* Segundo Dangello & Fattini, a juntura do joelho é classificada como sinovial condilar biaxial,
realizando os movimentos descritos na tabela 9.1. No entanto, uma distinta classificação de
juntura sinovial gínglimo monoaxial é adotada por alguns autores, como o Moore, havendo
divergência. Quando occore esta classificação, considera-se que a articulação realiza apenas os
movimentos de flexão e extensão da perna, no plano sagital e eixo látero-lateral.
58
10. PERNA
59
Figura 10.2 – Radiografia da perna em incidência PA
Figura 10.3 – TC3D da perna em vista lateral
60
Figura 10.4 – Radiografia da perna em perfil
Figura 10.5 – TC3D do tornozelo em vista anterior
Membrana interóssea
Tibiofibular Juntura fibrosa do
entre o corpo da tíbia _________ _____ ______
média tipo sindesmose
e o corpo da fíbula
Face medial da fíbula
Tibiofibular Juntura fibrosa do com a face lateral da
_________ _____ ______
distal tipo sindesmose tíbia (na extremidade
distal)
Tróclea do tálus com
Juntura sinovial a face articular
Flexão plantar Látero-
Talocrural gínglimo inferior da tíbia Sagital
e dorsiflexão lateral
monoaxial e com maléolos
medial e lateral
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11. TARSO E PÉ
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Figura 11.2 – Radiografia do pé em incidência oblíqua lateral
Figura 11.3 – TC3D do pé em vista AS
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Figura 11.4 – Radiografia do pé em incidência oblíqua superior
Figura 11.5 – TC3D do pé em vista lateral
65
Figura 11.7 – RM do tornozelo em corte coronal com ponderação DP SPAIR
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Referências Bibliográficas
NETTER, Frank Henry. Atlas de Anatomia Humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.
SOBOTTA, Johannes et al. Atlas de Anatomia Humana. 24. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2018.
DÂNGELO, José Geraldo; FATTINI, Carlo Américo. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar. 3. ed.
São Paulo: Atheneu, 2007.
SCHÜNKE,M. Prometheus, atlas de anatomia: anatomia geral e aparelho locomotor. 4. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.
MOORE, Keith L. Anatomia Orientada para a Prática Clínica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2019.
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<https://www.imaios.com/br> Acesso em: 06 ago. 2019.
CAMILO, G. B. et al. Computed tomography airway lumen volumetry in patients with acromegaly:
Association with growth hormone levels and lung function. Journal of Medical Imaging and
Radiation Oncology, v. 61, p. 591-599, 2017.
CAMILO, G. B. et al. CT pulmonary densitovolumetry in patients with acromegaly: a comparison
between active disease and controlled disease. British Journal of Radiology, v. 88, p. 20150315-8,
2015.
ABNT
JUNQUEIRA, J. O. G.; TEIXEIRA, H. G. C.; CAMILO, G. B. Articulações: atlas de anatomia radiológica.
Juiz de Fora: Suprema, 2019.
Vancouver
Junqueira JOG, Teixeira HGC, Camilo GB. Articulações: atlas de anatomia radiológica. Juiz de Fora:
Suprema; 2019.
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Agradecimentos
Técnicos de Radiologia
• Aos amigos técnicos de radiologia dos respectivos serviços
referenciados abaixo