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MATEMÁTICA FINANCEIRA – MF21 – PARTE I

Prof. Sérgio Carvalho

Capítulo I: Conceitos Iniciais

1. Prolegômenos da Matemática Financeira


A Matemática Financeira lida com dinheiro. É fato: nenhuma questão de uma prova de
matemática financeira deixará de versar sobre algum valor monetário. Pode ele ser dinheiro
vivo, ou pode estar representado por um título, ou seja, um documento que representa um valor
monetário, a exemplo de um cheque, uma duplicata, uma nota promissória etc.

1.1 Lei Fundamental da Matemática Financeira


Importante é saber que na Matemática Financeira, o dinheiro nunca fica parado. Ele se
movimenta com o passar do tempo. É como um rio. Se uma nota de R$ 50,00 está na sua mão,
e se você está dentro de uma operação de matemática financeira, então:
- amanhã, ela já valerá mais de R$ 50,00;
- e ontem, ela valia um pouco menos.

1.2 Taxa: o “Elemento da Mágica”


Há um elemento, presente em toda a Matemática Financeira, que realiza esta mágica, de fazer
com que o dinheiro nunca fique parado. Este elemento é o que chamamos de taxa.
Taxa é um percentual, seguido de uma unidade de tempo.
Veja alguns exemplos:
- 1% ao dia;
- 5% ao mês;
- 10% ao bimestre;
- 15% ao trimestre;
- 20% ao quadrimestre;
- 30% ao semestre;
- 60% ao ano.

Taxas incidirão sobre o dinheiro, fazendo com que este mude de valor com o correr do tempo.
Assim, é exatamente este o objeto da Matemática Financeira: descobrir como o dinheiro se
comporta ao longo do tempo.
Se você, por exemplo, tem R$ 1.000,00 (mil reais) aí na sua mão, e só vai precisar desse
dinheiro daqui a 3 meses, então você pode:
- colocar essa quantia escondida dentro do travesseiro, e deixar o tempo correr; ou
- ir ao banco, e depositar esse valor numa conta de "poupança", e aguardar o tempo
passar.

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O que é mais inteligente a ser feito? Aplicar o dinheiro no banco, é lógico. Se o fizer, haverá
uma taxa de juros agindo naqueles 3 meses, de sorte que o dinheiro não ficará parado.
E deixar o dinheiro dentro do travesseiro? Pode ser uma grande furada... O dinheiro ficará
parado. Só se movimentará se alguém descobrir o seu segredo... Aí ele vai sair do travesseiro
para dentro do bolso de algum esperto. E ainda assim, não aumentará um centavo que seja.
Conclusão: esconder o dinheiro dentro do travesseiro não é uma operação da Matemática
Financeira. (Aposto que você já sabia disso...)

1.3 O Elemento Tempo


Veremos ao longo deste Curso que o elemento tempo estará envolvido em todas as nossas
questões. Como vimos, será de nosso interesse saber como o dinheiro se comporta com o
transcorrer do tempo.
É exemplo disso a situação seguinte:
“Se tenho hoje uma quantia de R$ 1.000,00 (mil reais) e a depositar numa conta de poupança
de um banco qualquer, quanto irei resgatar (retirar, sacar) daqui a 3 meses?”
Vemos que o fator tempo está no cerne da questão. Aqui, estamos tomando um valor conhecido
hoje e o transportando para uma data futura (3 meses após hoje).
Ora, se é verdade que o dinheiro nunca fica parado na Matemática Financeira, então certamente
resgataremos na data futura um valor maior do que aquele que aplicamos.
Outro exemplo:
“Tenho uma dívida no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) que deverá ser paga daqui a 3
meses. Porém, pretendo antecipar o pagamento desta dívida e pagá-la hoje. Quanto terei que
pagar por esta obrigação?”
Agora temos a situação inversa: vamos tomar uma quantia que somente seria devida numa data
futura (daqui a 3 meses) e transportar esta obrigação para uma data anterior (o dia de hoje,
também conhecido como data zero).
E se estamos recuando no tempo com o dinheiro, então teremos hoje que pagar um valor menor
do que aquele que seria devido na data futura. Ou seja, pagaremos menos de R$ 5.000,00.
Estes dois exemplos são elucidativos: servem para nos mostrar a importância do elemento
tempo em uma questão de Matemática Financeira e para entendermos como funciona a sua lei
fundamental.

1.4 Os Regimes da Matemática Financeira


Outra informação crucial para este início é a seguinte: toda a Matemática Financeira está dividida
em dois grandes "blocos", aos quais chamamos de "regimes". Assim, existe o chamado regime
simples, e existe o chamado regime composto.
Toda e qualquer operação de Matemática Financeira estará - necessariamente - inserida num
desses dois regimes, ou no simples, ou no composto.
É sempre assim.
Quando coloca aqueles R$ 1.000 na conta de poupança, para resgatar um valor maior no futuro,
você está fazendo uma operação conhecida como operação de juros.

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Existem operações de juros ocorrendo no regime simples, e existem operações de juros
ocorrendo no regime composto.
Você só poderá começar a resolver qualquer questão de juros quando estiver convicto a respeito
do regime em que ela está inserida.
Por que preciso me preocupar com isso, professor?
Por uma razão muito simples: os resultados de uma mesma operação de juros são diferentes,
caso você adote um regime ou outro.
Em palavras mais claras: o resultado final da operação de juros simples é diferente do resultado
final da operação de juros compostos. (Só há um caso excepcional em que esses dois resultados
são iguais, e o veremos oportunamente). Como só existe uma resposta certa na questão, você
não tem a liberdade de escolher qual dos regimes irá utilizar.
Ou seja, você está obrigado a adotar, na resolução do problema, o regime que a questão
determinar que seja usado.
Estas mesmíssimas palavras valem não apenas para operações de juros, mas para todos os tipos
de operação da matemática financeira (desconto, equivalência de capitais etc.)
Assim, guarde bem isto: a primeira preocupação nossa, antes de começar a resolver
qualquer questão de matemática financeira, será sempre a mesma: identificar o
regime em que ela ocorre, se é o simples ou se é o composto.
No próximo capítulo, você irá compreender melhor a diferença entre os dois regimes, por meio
de um exemplo ilustrativo que será apresentado.
Por enquanto, ficamos assim: só se pode resolver qualquer problema de Matemática Financeira,
seja de qual assunto for, quando houver convicção acerca do regime, simples ou composto.

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Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que a Matemática Financeira tem uma “lei”, segundo a qual o dinheiro nunca fica parado;
2) Que existem dois regimes na Matemática Financeira, o simples e o composto, definidos
pela natureza da taxa que incide sobre a operação.
3) Que a definição do regime é passo anterior e imprescindível à resolução de qualquer
problema da Matemática Financeira.
4) Que o objeto desta disciplina é exatamente definir como os valores monetários se
comportam ao longo do tempo.
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Guarde bem estas informações iniciais, pois serão úteis ao longo deste Curso.

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Capítulo II: Juros Simples

2.1. Conceito e Elementos de uma Operação de Juros:


Operação de Juros é aquela em que se projeta um valor monetário conhecido para uma data
posterior. Tão somente isso.
Assim, se tenho hoje no meu bolso a quantia de R$ 500,00, e me dirijo ao banco e deposito este
valor numa conta de "poupança", e deixo este dinheiro lá por alguns meses, eu estou, na
verdade, submetendo aquele "capital" a uma operação de juros.
Na linguagem matemática, o valor monetário que é nosso conhecido hoje, e que será projetado
(transportado) para uma data futura, é o que chamaremos de Capital (C).
Este ficará aplicado durante um determinado período de tempo (n), ao fim do qual se
transformará em um valor maior.
Lembre-se de que o dinheiro nunca fica parado, não é mesmo? Daí, o valor maior no qual se
transformará o capital aplicado é o que chamaremos de Montante (M).
Esqueceu-me apresentar-lhe a linha do tempo.
Será costume nosso, de agora em diante, representar os problemas que iremos trabalhar por
meio de um desenho. Calma, não é desenho artístico. É apenas um tracinho na horizontal, e
alguns na vertical... (E também não precisa de muito preciosismo, Ok? Se os traços não ficarem
muito bem desenhados, não tem problema. Basta que sirva para você enxergar a questão).
Pois bem. A linha do tempo é uma linha horizontal, que começa, via de regra, com a chamada
data zero, que corresponde ao dia de hoje. Veja:

Repare que nosso valor monetário conhecido, o Capital, é aquele que inicia, no dia de hoje, a
operação de juros. (Foi no dia de hoje que você se dirigiu ao banco para depositá-lo na conta de
poupança). Assim, teremos:

Ao final da operação, transcorrido o tempo (n) em que você deixou seu dinheiro aplicado,
chegará o dia do resgate. Ora, sabendo que o Montante (a ser resgatado) é um valor maior
que o Capital, a seta que o representará será também uma seta maior.

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Teremos:

O n
Ora, você já sabe perfeitamente que o elemento da mágica, aquele que faz com que o dinheiro
nunca fique parado, mas se movimente com o transcorrer do tempo, é exatamente a taxa (i).
Assim, por enquanto, já falamos de quatro elementos de uma operação de juros:
- Capital (C): é o valor a ser projetado para o futuro. É ele quem dá início à operação;
- Tempo (n): é a distância cronológica que separa a data em que o capital se encontra, e a data
para a qual ele será projetado. Em outras palavras, é o quanto vai durar a operação de juros;
- Montante (M): é o valor em quanto se transformou o Capital. Consiste no resultado final da
operação de juros; e
- Taxa (i): o elemento da mágica, que movimenta o dinheiro com o passar do tempo.
Mas, professor, o nome do assunto é Juros.
Onde é que os Juros entram nessa história?
Ora, os juros, também chamados de rendimentos, serão apenas a diferença entre o valor do
Montante (que será resgatado) e o valor do Capital (aplicado no início).
Voltando ao nosso exemplo, se você depositou um Capital de R$ 500 numa conta de poupança,
e após seis meses de aplicação você resgatou um Montante de R$ 600, então diremos que seus
rendimentos (ou juros) foram de R$ 100.
Veja no desenho:

J (Juros)
C

O n
Assim, apenas olhando para o desenho acima, seremos capazes de criar a primeira equação do
nosso Curso. Diremos que:

Juros = Montante - Capital

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Daremos ênfase a esta equação pelo fato de ela ser deveras importante para nós. Tanto é assim
que lhe atribuiremos um apelido, qual seja, Equação Curinga dos Juros.
Por que "equação curinga", professor?
Pelo seguinte motivo: esta equação é sempre verdadeira e é sempre aplicável, para toda e
qualquer operação de Juros, seja no regime simples, seja no composto.
Ou seja: haverá sempre a possibilidade de se utilizar esta equação em qualquer questão de
juros, independentemente do regime em que transcorra.
Perceba que a equação curinga envolve 3 elementos (juros, montante e capital), de sorte que
se dois deles forem conhecidos, então imediatamente descobriremos o terceiro desconhecido.
São, portanto, desdobramentos da equação curinga, os seguintes:

Montante = Capital + Juros Capital = Montante - Juros


e

Obviamente que você não precisa decorar estas duas últimas equações. São meras novas formas
de apresentação da equação curinga dos juros.
Estes, são, portanto, os 5 elementos que estão presentes em qualquer operação de juros:
capital, tempo, montante, juros e taxa.

2.2. Diferença Entre Juros Simples e Juros Compostos:


Professor, no capítulo anterior foi dito acerca da existência de dois regimes. Poderia
me dar uma ideia do que diferencia o regime simples do regime composto?
Farei um exemplo meramente ilustrativo, só para demonstrar a diferença. (Veja: é um exemplo
apenas para você entender. Não é assim que resolveremos na prova, combinado?)
Suponhamos que eu tenha hoje uma quantia de R$ 1.000,00 (mil reais) e que não vou precisar
deste dinheiro pelos próximos três meses. Decidi, então, fazer uma operação financeira e aplicar
esse capital (de R$ 1.000,00) durante este prazo (de três meses). Desejo saber qual será o valor
que irei resgatar (montante), se nesta minha operação incidir uma taxa de 10% ao mês.
Vamos trabalhar com os dois casos:
1o) com uma taxa de juros simples de 10% ao mês;
2o) com uma taxa de juros compostos de 10% ao mês.
Solução I – Taxa Simples de 10% ao mês
No início do primeiro mês, tínhamos R$ 1.000,00. E nossa taxa é de 10% ao mês. Logo, ao longo
do primeiro mês, nossa taxa (10%) incidirá sobre o valor do Capital. De forma que teremos:
#$
. 1000 = 100,00
#$$
Este resultado, R$ 100,00 , é o quanto obtivemos de rendimentos, ou seja, de juros, naquele
primeiro mês. Logo, se começamos o primeiro mês com R$ 1.000,00 e ganhamos (também
neste primeiro mês) juros de R$ 100,00 (cem reais), então terminaremos o primeiro mês com
R$ 1.100,00. Vejamos:
Começo do 1o mês: R$ 1.000,00

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Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 1o mês: R$ 1.100,00
#$$

No segundo mês, começaremos com R$ 1.100,00. A nossa taxa simples de 10%, agora, incidirá
sobre quem? Sobre o Capital (R$ 1.000,00) ou sobre o resultado da operação no período anterior
(R$ 1.100,00)?
Sobre quem, professor?
Aqui é que entra a natureza da taxa.
Grave isto:
A natureza da taxa simples é de tal forma que, a cada período da aplicação, incidirá
sempre sobre o valor do Capital inicial.
Seguindo em frente, no segundo mês, ocorrerá o seguinte:
Começo do 2o mês: R$ 1.100,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 2o mês: R$ 1.200,00
#$$

Ou seja, tínhamos R$ 1.100,00, ganhamos mais R$ 100,00 de juros, e terminamos o segundo


mês com a quantia de R$ 1.200,00.
E no terceiro mês? Sobre quem incidirá a taxa simples de 10%?
Agora eu sei, professor! É sobre o Capital, certo?
Certíssimo! E assim será, uma vez que a natureza da taxa simples é esta: a cada período que
passa, na operação de juros simples, ela incide sempre sobre o valor do capital. Teremos,
portanto:
Começo do 3o mês: R$ 1.200,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 3o mês: R$ 1.300,00
#$$

Terminaremos nossa aplicação com um montante de R$ 1.300,00.


Construiremos abaixo uma tabela, para melhor visualizarmos os passos dessa operação de Juros
Simples que acabamos de realizar:

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Meses Início do Mês Juros (i=10%a.m.) Fim do mês
1o 1000 #$ 1000+100=1.100,00
. 1000 = 100
#$$
(Capital)
2o 1.100,00 #$ 1100+100=1.200,00
. 1000 = 100
#$$
3o 1.200,00 #$ 1200+100=1.300,00
. 1000 = 100
#$$
(Montante)

O que se observa de muito relevante nesta operação acima? Verificamos que os juros produzidos
em cada período é sempre um valor constante. Ou seja, neste nosso exemplo, em cada mês
tivemos juros de R$ 100,00.
E por que isso ocorreu?
Porque a taxa simples incide sempre sobre o mesmo valor, que é o Capital.

Muito bem! Passemos, pois, à segunda resolução, trabalhando agora com uma taxa de juros
compostos, ou seja, com uma taxa composta.

Solução II – Taxa Composta de 10% ao mês


Começamos o primeiro mês com R$ 1.000,00 (mil reais). Incidindo sobre este valor a taxa de
10%, teremos o seguinte:

#$
. 1000 = 100,00
#$$

Este resultado (R$ 100,00) corresponde aos juros produzidos no primeiro mês, de forma que o
terminaremos com R$ 1.100,00.
Percebamos que até aqui nossa operação está exatamente igual à primeira solução (com taxa
simples).
Ou seja:
Começo do 1o mês: R$ 1.000,00
Daí:
#$
. 1000 = 100,00 à Juros = 100,00 à Fim do 1o mês: R$ 1.100,00
#$$

No segundo mês, tomaremos a taxa de 10%, que agora é uma taxa composta, e a faremos
incidir sobre quem?
Sobre quem, professor?
Aí é que entra a natureza da taxa composta.

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Guarde bem isto:
A natureza da taxa composta é de tal forma que, a cada período da aplicação, incidirá
sempre sobre o resultado da operação no período anterior.

E quem foi o resultado do período anterior? Foi R$ 1.100,00.


Daí, teremos:
Começo do 2o mês: R$ 1.100,00
Daí:
#$
. 1100 = 110,00 à Juros = 110,00 à Fim do 2o mês: R$ 1.210,00
#$$

E no terceiro mês, faremos nossa taxa de 10% incidir sobre quem? Lembre-se de que estamos
com uma taxa composta.
Então incidirá sobre os R$ 1.210,00 que foi o resultado do período anterior. É isso?
Perfeitamente! Portanto, teremos:
Começo do 3o mês: R$ 1.210,00
Daí:
#$
. 1210 = 121,00 à Juros = 121,00 à Fim do 3o mês: R$ 1.331,00
#$$

Usando uma tabela para ilustrar a operação acima, teremos:

Meses Início do Mês Juros (i=10%a.m.) Fim do mês


o #$
1 1000 . 1000 = 100 1000+100=1.100,00
#$$
(Capital)
o #$
2 1.100,00 . 1100 = 110 1100+100=1.210,00
#$$
3o 1.200,00 #$ 1200+100=1.331,00
. 1210 = 121
#$$
(Montante)

Analisando as duas resoluções acima, vemos que em ambos os casos tínhamos os seguintes
dados: o Capital era o mesmo (R$ 1.000); o tempo da operação era o mesmo (3 meses); e a
taxa também era a mesma (10% ao mês).
Por que então os resultados finais (montantes) foram distintos?
A diferença se deu em função da natureza da taxa: na simples, ela incidia sempre sobre o capital;
na composta, sobre o resultado da operação no período anterior.
Agora uma pergunta para você: o que podemos observar de semelhante, em termos de
resultado, nas duas operações?

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Não consegui enxergar, professor...
A semelhança está no resultado do primeiro mês. Ambos foram iguais a R$ 1.100,00.
Daí, extraímos uma importante informação, que nos será muito útil no futuro: se estivermos
fazendo uma operação de juros que envolve um único período, tanto faz usarmos os juros
simples quanto os juros compostos, que o resultado será o mesmo.
Estes exemplos acima são apenas ilustrativos. Na verdade, não é assim que resolveremos
questões de juros simples nem de juros compostos. A intenção era apenas a de visualizar a
distinção entre a natureza de uma operação no regime simples e no regime composto.
Na sequência, vamos aprender de fato a resolver uma operação de juros simples.

2.3. Trabalhando Operações de Juros Simples:


Vimos que, nos juros simples, a taxa incide sobre o capital, em cada período de tempo.
Traduzindo isto matematicamente, teremos:

A taxa incide sobre o capital...


taxa x Capital à i . C (ou C . i , tanto faz)

... a cada período de tempo:


Capital x taxa x tempo à C . i . n

Daí, chegamos à equação dos Juros Simples!


Teremos, portanto, que: Juros Simples = Capital x Taxa x Tempo
Guardemos isto:
JUROS SIMPLES: EQUAÇÃO 1

J=C.i.n
Da equação curinga dos juros, aprendemos que: M = C + J.
Substituindo juros por C.i.n, teremos, então, que: M = C + (C.i.n)
Finalmente, colocando o capital (C) em evidência, teremos:

JUROS SIMPLES: EQUAÇÃO 2

M = C.(1+i.n)

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Para fechar o pacote de fórmulas, poderemos também utilizar, se necessário, a equação curinga
dos juros, na resolução de problemas de juros simples. Veja:

JUROS SIMPLES: EQUAÇÃO 3

J=M–C

São, pois, estas três equações acima que compõem o nosso “arsenal” para resolver questões de
juros simples. Todavia, para podermos aplicá-las, teremos que observar o cumprimento de uma
exigência. Trata-se de algo extremamente importante na nossa disciplina.
Que exigência é essa, professor?
É a que chamaremos doravante de exigência universal da Matemática Financeira!

2.4. Exigência Universal da Matemática Financeira:


Trata-se de uma regra que vale não apenas para o assunto juros simples, e sim para
absolutamente todos os temas do nosso Curso!
Já vimos que taxa (i) e tempo (n) são elementos que estarão sempre presentes nas questões
de Matemática Financeira, em qualquer tipo de operação (juros, desconto, equivalência, etc.).
Pois bem. A exigência universal ordena que, na aplicação de qualquer fórmula, taxa e tempo
estejam sempre na mesma unidade!
Como assim, professor?
Ora, se estivermos diante de um enunciado que forneça uma taxa de 12% ao ano e um período
de tempo de 24 meses, percebemos claramente que as unidades apresentadas (ano e mês)
estão ainda incompatíveis.
Ou seja, do jeito que a questão apresentou os elementos taxa e tempo, ainda não podemos
aplicar nenhuma fórmula da Matemática Financeira.
É necessário, antes de mais nada, cumprir a exigência universal, tomando a providência cabível
a fim de ter taxa e tempo na mesma unidade.
E qual deverá ser a providência cabível, professor?
Aquela que demandar menos esforço da nossa parte.
Neste caso, não há nenhuma dificuldade em afirmar que 24 meses é o mesmo que 2 anos,
concorda? Daí, passaremos a trabalhar com taxa anual (12% ao ano) e tempo também nesta
mesma unidade (2 anos).
Agora sim, estamos aptos a aplicar fórmulas.

2.5. Notações da Taxa:


A notação da taxa é, em outras palavras, a maneira pela qual a taxa será representada. Existem
duas notações: a percentual e a unitária.

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Nada mais fácil.
5% está em notação percentual. Se quisermos esta mesma taxa na notação unitária, basta
dividir 5 por 100, e daí teremos: 0,05.
Ou seja:
Notação Percentual Notação Unitária
5% 0,05

7% é taxa expressa em termos percentuais. Passando para a notação unitária, basta dividir 7
por 100, e teremos 0,07.

Notação Percentual Notação Unitária


7% 0,07

15% está na notação percentual. Em notação unitária, basta dividir 15 por 100, e teremos 0,15.
Notação Percentual Notação Unitária
15% 0,15

A notação unitária recebe este nome justamente porque nela a taxa de 100% será representada
pela unidade. Veja:
Notação Percentual Notação Unitária
100% 1,00

Guarde isto:
Na hora de aplicar as fórmulas da Matemática Financeira, além de termos que cumprir a
exigência universal (taxa e tempo na mesma unidade), a taxa terá que ser expressa na notação
unitária.
Ou seja, se a taxa é de 5%, entrará na fórmula como 0,05. Se for 7%, como 0,07. Se for 15%,
como 0,15. E assim por diante.

2.6. Taxas Proporcionais:


Vimos acima que há uma exigência a ser observada no momento de aplicar qualquer fórmula da
Matemática Financeira. Nós a chamamos de exigência universal, segundo a qual taxa e tempo
devem estar na mesma unidade.
No exemplo citado, tínhamos taxa anual (12% ao ano) e tempo em meses (24 meses). Daí,
apenas dissemos que 24 meses é o mesmo que 2 anos e cumprimos a exigência.
Todavia, se preferíssemos, em vez disso, trabalhar com a unidade mensal, o que faríamos?
Neste caso, deixaríamos o tempo (24 meses) como está, e teríamos que alterar a unidade da
taxa.
Ora, tratando-se de uma taxa de juros simples, surge aqui o conceito de taxas proporcionais.

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Ou seja, taxas proporcionais é o conceito que usaremos sempre (não há exceção nenhuma!)
que quisermos alterar a unidade de uma taxa de natureza simples.
Trata-se de uma das regras mais simples de todo o nosso Curso. Senão, vejamos.
Para aplicar o conceito de Taxas Proporcionais, faremos apenas uma multiplicação, ou uma
divisão, conforme o caso:
- Da unidade maior para a unidade menor, você divide.
- Da unidade menor para a unidade maior, você multiplica.
Basta lembrar de um bolo (unidade maior) e de uma fatia (unidade menor): divide-se o bolo
para se chegar a uma fatia; multiplica-se a fatia para se chegar ao bolo.
Divido por quanto? Multiplico por quanto?
Basta comparar as unidades envolvidas. Veja alguns exemplos:
1) Se tivermos uma taxa i=36%a.a. (ao ano) e o tempo de aplicação n=7 meses. O que faremos
neste caso? Se você decidir deixar tudo na unidade mês, então terá que alterar a unidade da
taxa, passando-a de uma taxa anual para uma taxa mensal.
E para alterar a taxa de juros simples, usamos sempre o conceito de Taxas Proporcionais.
Como será nosso raciocínio? De taxa ao ano para taxa ao mês; ano para mês; maior para o
menor; do maior para o menor, eu divido; um ano tem quantos meses? Doze. Então eu divido
por 12.
Só isso. E teremos: 36% ao ano = (36/12) = 3% ao mês
Daí, cumprimos a exigência universal, e passamos a trabalhar com: i=3%a.m. e n=7m.

2) Se tivermos uma taxa i=5% a.t. (a.t. = ao trimestre) e o tempo de aplicação n=2 anos. O
que poderíamos fazer?
Ora, se você decidisse trabalhar com a unidade anual, teria então que alterar a unidade da taxa
(de trimestral para anual).
Sigamos o raciocínio: de taxa ao trimestre para taxa ao ano; trimestre para ano; menor para o
maior; do menor para o maior, eu multiplico; um ano tem quantos trimestres? 4. Então eu
multiplico por 4.
E teremos: 5% ao trimestre = (5x4) = 20% ao ano.
E a exigência já está cumprida: i=20%a.a. e n=2a.

Vamos treinar?
Um capital de R$ 1000 é aplicado durante 7 meses, a uma taxa de juros simples de
24% ao ano. Qual o valor do Montante e qual o valor dos Juros obtidos nesta aplicação?
Sol.: Se escolhermos a unidade mensal para trabalhar, diremos, pelas taxas proporcionais, que
24% ao ano é o mesmo que 2% ao mês. (24/12=2). Fazendo isso, cumprimos a exigência
universal, pois agora temos taxa mensal (2% a.m.) e tempo também na unidade mensal (7
meses).

Daí, aplicando a fórmula do montante (simples), teremos:


à M=C.(1+i.n) à M = 1000 . (1 + 0,02 x 7) à M=1.140,00 (Resposta)

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Mas a questão também quer saber o valor dos juros produzidos neste período. Assim, aplicando
a equação curinga dos juros, diremos que:

à J = M – C à J = 1.140 – 1000 à J = 140,00 (Resposta)

Um capital de R$ 25 000,00, aplicado a juros simples e à taxa anual de 12%, ao final


de um período de 15 meses produzirá o montante de

Sol.: Se escolhermos a unidade mensal para trabalhar, diremos, pelas taxas proporcionais, que
12% ao ano é o mesmo que 1% ao mês. (12/12=1). Fazendo isso, cumprimos a exigência
universal, pois agora temos taxa mensal (1% a.m.) e tempo também na unidade mensal (15
meses).

Daí, aplicando a fórmula do montante (simples), teremos:

M=C.(1+i.n) à M=25000.(1+0,01x15) à M=28.750 (Resposta)

Um capital de R$ 10.500,00 foi aplicado a juros simples. Sabendo que a taxa de juros
contratada foi de 42% ao ano, então, não tendo sido feito qualquer depósito ou
retirada, o montante de R$ 11.725,00 estará disponível a partir de quanto tempo da
data de aplicação?

Sol.: Se escolhermos a unidade mensal para trabalhar, diremos, pelas taxas proporcionais, que
42% ao ano é o mesmo que 3,5% ao mês. (42/12=3,5).

A questão nos disse quanto vale o montante (R$ 11.725) e o capital (10.500).

Assim, pela equação curinga, descobrimos o valor dos juros. Faremos:

J=M-C à J=11.725 – 10500 à J=1.225,00.

Finalmente, aplicando a fórmula dos juros simples, teremos:

à J=C.i.n à 1.225 = 10500 . 0,035 . n

à n = (1225) / (10500 x 0,035) à n=(1225/367,5) meses

Lembrando que na Matemática Financeira todos os meses têm 30 dias, faremos:

#,,- ./0-$
à𝑛= 𝑥30 = = 100 dias
./0,- ./0,-

à n = 100 dias = 3 meses e 10 dias (Resposta)

Um capital foi aplicado, a juros simples, durante um período de 20 meses. Sabendo-se


que o valor do montante no final do período foi igual a 5⁄4 do valor do capital inicial,
tem-se que a taxa de juros anual correspondente foi de

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Sol.: Já que o enunciado nada disse acerca do valor do capital, podemos, se quisermos, adotar
para ele o valor de 100 (cem). Daí, o montante será igual a 5/4 de 100. Ou seja: (5x100)/4 =
125.
Assim, pela equação curinga:
J=M-C à J=25.
Aplicando a fórmula de juros simples, teremos:
J=C.i.n à 25=100.i.20 à i=25/(2000)
Ocorre que estamos trabalhando com o tempo em meses, de sorte que o resultado desta conta
será uma taxa mensal. Se quisermos transformá-la agora mesmo para a unidade anual, pelo
conceito de taxas proporcionais, basta multiplicar por 12. Teremos:
i = 25 x 12 / 2000 à i = 0,15 à i = 15% ao ano (Resposta)

Um apartamento é vendido por R$ 600.000,00 à vista ou com uma entrada de 22% e


mais um pagamento de R$ 542.880,00 após 32 dias. Qual a taxa de juros simples
mensal envolvida na operação?

Sol.: Esta questão é o que podemos chamar de um clássico. Nosso trabalho será reconhecer a
operação de juros que está embutida neste enunciado. Há um bem (neste caso, um imóvel) cujo
valor de venda à vista é nosso conhecido (R$ 600.000,00).
Pois bem. Você vai comprar este apartamento, mas não vai pagar seu valor integral no dia da
compra. Em vez disso, vai dar apenas um pagamento de entrada. Neste caso, uma entrada de
22% do valor do bem. Fazendo esta conta, teremos:
Entrada = 0,22 x 600.000 = 132.000,00.
Assim, você compra o apartamento, mas ainda fica devendo a diferença entre o valor de venda
à vista e o valor da entrada que você pagou.
Ocorre, porém, que esta diferença (que é nossa conhecida) não será paga no dia da compra, e
sim numa data posterior. No caso aqui, 32 dias após.
Obviamente que, por conta deste prazo, a sua dívida vai aumentar. Lembre-se de que na
Matemática Financeira o dinheiro nunca fica parado. Não é só a nosso favor que o dinheiro se
movimenta. Infelizmente, também aumenta em nosso prejuízo, como neste caso.
Assim, creio que você já conseguiu enxergar onde está presente a operação de juros. Qual é o
valor conhecido hoje, e que aumentará com o decorrer do tempo? É a diferença entre o valor à
vista e o valor da entrada. Esta diferença será tratada como nosso Capital.
E o montante será aquele valor maior, que você terá que pagar na data posterior. O tempo da
operação é aquele que decorreu entre a compra o dia do pagamento que vai liquidá-la.
Veja:

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Valor do bem à vista: $ 600.000,00


Valor da entrada: $ 132.000,00 M=542.880,
Diferença: $ 468.000,00

C=468.000,

O 32d

Se conhecemos o Capital e o Montante, então também conhecemos o valor dos Juros. Teremos:
J=M-C ∴ J=542880-468000 ∴ J=74.880,00
Assim, aplicando a fórmula dos juros simples, teremos que:
àJ=C.i.n à 74.880 = 468.000 . i . 32
Daí:
à i = (74880) / (468.000 x 32)
Repare que o resultado desta conta já será a nossa taxa procurada, só que expressa na notação
unitária. Se quisermos, já agora, transformá-la para a notação percentual, basta-nos multiplicar
o resultado desta conta por 100.
E teremos:
74880𝑥100 1
𝑖= =
468000𝑥32 2

Mas um meio ao quê? Qual é a unidade desta taxa?


Ora, trabalhamos com o tempo em dias (32 dias), logo, essa taxa (1/2) é uma taxa mensal.
Portanto, chegamos, até aqui, a uma taxa de (1/2)% ao dia. Mas será que é isso o que a questão
está pedindo? Não. Ela nos pede uma taxa mensal.
Assim, aplicando o conceito de taxas proporcionais, nosso raciocínio será o seguinte: taxa ao dia
para taxa ao mês; dia para mês; menor para o maior; do menor para o maior, eu multiplico;
um mês tem quantos dias? 30. Logo, multiplico por 30.
E teremos finalmente que:
1
%𝑎. 𝑑. 𝑥 30 = 𝟏𝟓% 𝒂. 𝒎. → 𝑹𝒆𝒔𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂.
2

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2.7. Juros Simples Exatos:

Aprenderemos este assunto mediante a explicação da questão abaixo:

O capital de R$ 10.000,00 foi aplicado a juros simples exatos do dia 13 de junho ao dia
6 de novembro do mesmo ano. Calcule os juros obtidos, à taxa de 18% ao ano,
desprezando os centavos.

Sol.: A leitura deste enunciado não nos deixa nenhuma margem de dúvida: estamos diante de
uma questão de juros simples exatos. Algo novo para você aprender agora. A propósito, os
juros simples só serão exatos se esta informação vier presente - de forma expressa - no
enunciado.
Como regra, todos os meses do ano têm 30 dias na Matemática Financeira. E o ano inteiro,
portanto, 360 (30x12=360). A isto chamamos de juros comerciais ou ordinários. Porém, se a
questão falar expressamente em juros exatos, então passa a valer o nosso calendário
convencional, com o ano de 365 dias, ou 366, se bissexto. Uma característica muito própria das
questões de juros exatos é que o tempo de aplicação não é fornecido de bandeja para nós... O
elaborador prefere nos dizer o dia do início e o dia do final da aplicação, e quer que nós contemos
quantos dias durou.
Professor, eu não sou muito bom em saber quantos dias têm cada mês do ano... E se
eu me confundir na hora da prova?
Um truque que pode ser muito útil é o da mão fechada. Você conhece? É bem simples. Você irá
fechar a sua mão esquerda, e virá-la, deixando seu relógio voltado para você. E verá a sua mão
mais ou menos assim:

Quando fizer isso, você verá que na parte de cima da sua mão, entre os dedos, há uma
alternância de pontos mais altos e de pontos mais baixos, aos quais chamaremos,
respectivamente, de montanha e depressão. As montanhas correspondem aos meses de 31 dias.
As depressões, aos meses de 30 dias. (A exceção é fevereiro, que tem 28). Veja como fica esta
contagem:

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Quando termina julho, você volta a contar lá da esquerda, a partir de agosto. Assim, julho
termina com 31 dias, e agosto recomeça a contagem, também com 31 dias. Confira abaixo:

A questão disse que a operação começou no dia 13 de junho e terminou no dia 6 de novembro
do mesmo ano. Como é que eu conto o total de dias? Comece relacionando os meses, e pondo,
ao lado de cada um, o número de dias que ele possui, de acordo com o calendário convencional
(já que estamos trabalhando com juros exatos). Use o truque da mão fechada.
Teremos:
Junho 30 dias
Julho 31 dias
Agosto 31 dias
Setembro 30 dias
Outubro 31 dias
Novembro 30 dias

Agora vamos descobrir quantos dias, de cada um desses meses, foram efetivamente utilizados
em nossa operação. Colocaremos este valor ao lado do número de dias do mês completo. Ora,
se tomarmos os meses do miolo, que nem é mês do início e nem é mês do final, veremos que
foram integralmente utilizados. Concorda?
Teremos:
Junho 30 dias
Julho 31 dias 31 dias
Agosto 31 dias 31 dias
Setembro 30 dias 30 dias
Outubro 31 dias 31 dias
Novembro 30 dias

Só falta contar agora os dias usados no mês do início e no mês do término da operação. O mês
do final é facílimo. Basta ver em que dia a operação terminou: dia 6 de novembro. Então,
diremos que foram usados 6 dias deste mês. Ou seja, faremos um mero copiar-colar.
Já no tocante ao mês do início, faremos uma conta de subtração. O mês completo de junho
possui 30 dias, e a operação começou no dia 13. Assim, faremos: 30 - 13 = 17.
E diremos que foram usados 17 dias do mês de junho na operação. Somando tudo, teremos:

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Meses Mês Dias Como calculo?
completo usados
Junho 30 dias 17 dias Subtração
Julho 31 dias 31 dias
Meses do
Agosto 31 dias 31 dias
“miolo”, usados
Setembro 30 dias 30 dias integralmente.
Outubro 31 dias 31 dias
Novembro 30 dias 6 dias Copiar-colar
Total: 146 dias

Agora, temos os seguintes dados da questão:


- Capital: C = 10.000,00
- Tempo: n=146 dias
- Taxa: 18% ao ano
- Juros Simples Exatos.
- J=?
Para cumprir a exigência universal - taxa e tempo na mesma unidade - vamos aplicar o conceito
de taxas proporcionais, alterando a unidade da taxa, de anual para diária. Teremos: taxa ao ano
para taxa ao dia; ano para dia; maior para o menor; do maior para o menor, eu divido; nos
juros exatos, um ano tem quantos dias? 365. Então, dividiremos por 365.
Daí: 18% a.a. = (18/365) % a.d. (ao dia)
Aplicando agora a equação dos juros simples, teremos:

#$$$$ I $,#J I #K/


àJ=C.i.n à 𝐽 =
./-

Dica de cálculo: em questões de Juros Simples Exatos, é muito comum encontrar, nas contas,
as seguintes divisões: (73/365) e (146/365).

Daí, leve para a prova esta lembrança:

(73/365)=1/5

(146/365)=2/5.

Concluindo as contas, teremos que:

100𝑥18𝑥𝟏𝟒𝟔 100𝑥18𝑥2
𝐽 = = = 20𝑥18𝑥2 = 720 (𝑅𝑒𝑠𝑝𝑜𝑠𝑡𝑎. )
𝟑𝟔𝟓 5

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Passemos a uma questão bastante interessante:

Um capital é aplicado a juros simples do dia 10 de fevereiro ao dia 24 de abril, do


corrente ano, a uma taxa de 24% ao ano. Nessas condições calcule o juro simples
exato ao fim do período, como porcentagem do capital inicial, desprezando as casas
decimais superiores à segunda.

Sol.: Novamente aqui a questão vem nos falar em juros simples exatos. O assunto está,
portanto, identificado. Analisando os dados fornecidos pelo enunciado, vemos que o elaborador
não nos diz o valor do Capital. E na hora da pergunta, ele fala: calcule os juros como
porcentagem do capital.
Temos aqui um modelo de pergunta.
Guarde isto:
Sempre que uma questão pedir "calcule este elemento como porcentagem deste outro",
tomaremos "este outro" (o último elemento da pergunta) e lhe atribuiremos o valor 100.
Fazendo isso, os dados da nossa questão passam a ser os seguintes:
- Capital: C=100
- Taxa: i=24% ao ano
- Tempo: n=? (Ainda não sabemos. Teremos que contar os dias.)
Dia do início = 10/fevereiro; dia do final = 24/abril.
- J=? (como porcentagem do capital)
- Juros Simples Exatos.
Aqui, mais uma vez, o elaborador deixou para nós o trabalho de contar quantos dias durou esta
operação. Teremos:
Meses Mês Dias Como calculo?
completo usados
Fevereiro 28 dias 18 dias Subtração (28-10)
Março 31 dias 31 dias Mês do “miolo”
Abril 30 dias 24 dias Copiar-colar
Total: 73 dias

Agora, aplicando o conceito de taxas proporcionais, alteraremos a unidade da taxa anual,


transformando-a para a unidade diária. O raciocínio já é nosso conhecido: taxa ao ano para taxa
ao dia; ano para dia; maior para o menor; do maior para o menor, eu divido; nos juros exatos,
um ano tem quantos dias? 365. Então, dividiremos por 365.
Daí: 24% a.a. = (24/365) % a.d. (a.d. = ao dia)
Agora, sim. Aplicando a fórmula dos juros simples, teremos:

#$$ I $,,K I 𝟕𝟑
àJ=C.i.n à 𝐽=
𝟑𝟔𝟓

Daí, teremos:

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24𝑥𝟕𝟑 24
𝐽 = = = 4,8
𝟑𝟔𝟓 5

4,8 o quê, professor?


4,8 por cento. Pois a questão não quer saber apenas o valor dos juros. Ela quer juros como
porcentagem do capital. Foi para isto que atribuímos o valor 100 ao capital: para chegarmos ao
valor dos juros e acrescentarmos apenas o sinal de porcentagem.
Assim: J=4,8% (do Capital) à Resposta

2.8. Juros Simples Para uma Série de Capitais Iguais:

Trataremos agora de uma situação já vista, ainda que raramente, em questões de concurso:
uma operação de juros simples em que, em vez de um único capital, existem vários, e todos
iguais.
Suponhamos que o José resolveu aplicar todos os meses, na mesma data, uma quantia de R$
100,00 (cem reais), durante 9 meses. Daí a questão dirá que as aplicações estão sujeitas a uma
taxa de juros simples (digamos, de 2% ao mês) e perguntará qual o valor a ser resgatado na
data da última aplicação.
Ora, se quiséssemos, poderíamos fracionar esta questão em diversas operações de juros
simples, encontrando um montante para cada capital aplicado, somando os montantes
encontrados ao final, para chegar à resposta procurada.
Só que isso demandaria muito tempo e esforço, e desnecessariamente.
O melhor caminho, portanto, consiste em redesenhar a questão, alterando o desenho de vários
capitais iguais para apenas um capital equivalente, igual à soma de todos aqueles.
Se o José fez 9 aplicações iguais e periódicas de R$ 100,00, então o somatório destas parcelas
será de R$ 900,00.
Resta aprender agora em que data do desenho será posto este novo capital equivalente.
Onde, professor?
Na data central das parcelas iguais! Ou seja, basta localizar onde fica exatamente o meio dos
valores aplicados por José. Veja:
Ele aplicou 9 parcelas de R$ 100,00.

100 100 100 100 100 100 100 100 100

9 parcelas

Não é preciso nenhum esforço extraordinário para enxergar que o meio das parcelas de cem
reais recai sobre a quinta seta. Confira:

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100 100 100 100 100 100 100 100 100

Facilmente se vê que ficaram 4 parcelas de cada lado, de sorte que, indiscutivelmente, a data
central das parcelas iguais foi localizada.
E agora, professor?
Agora basta redesenhar a questão, colocando nesta data central que acabamos de encontrar
uma única seta, representando todos os capitais aplicados pelo José. O valor deste capital
equivalente você já sabe: será a soma de todas as parcelas iguais. Neste caso, R$ 900,00.
Teremos:
900

4 meses
Feito isto, este novo e único capital, que sozinho representa todas aquelas parcelas de cem reais,
será projetado para a data do montante que a questão indicar.
O que fizemos, simplesmente, foi transformar o desenho original para um novo, com mesmo
efeito matemático, capaz de simplificar bastante as nossas contas e nos fazer ganhar o ponto
na prova de forma mais rápida.
Guarde isto:
Sempre que a questão apresentar um número ímpar de parcelas iguais, como foi o caso acima,
a data central recairá sobre uma destas parcelas.
Porém, se ao contrário disto, tivermos um número par de parcelas, a data central estará sempre
entre duas delas. Vejamos:
Pedro aplicará 10 parcelas mensais e iguais, de R$ 500 reais cada uma. Considerando uma taxa
de juros simples de 2% ao mês, qual o valor a ser resgatado, em decorrência de todas estas
aplicações, na data da última parcela?
Neste caso, o desenho original será o seguinte:

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

10 parcelas

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Percebe-se, então, que, neste caso, a data central das parcelas iguais estará entre a quinta e a
sexta seta de R$ 500. Veja:

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

10 parcelas

À esquerda da seta vermelha temos 5 parcelas, assim como da mesma forma à sua direita.
Uma vez localizada a data central das parcelas iguais, esta nova e única seta – a que estamos
chamando de capital equivalente – receberá o valor da soma de todas as parcelas de R$ 500,
de forma a, sozinha, representá-las todas. Nosso capital equivalente será, neste caso, de R$
5.000,00 (cinco mil reais).
Teremos:

5.000

4,5 meses

Criarei a seguir dois exemplos para consagrar o que acabamos de aprender.

Vamos treinar?
José fez nove aplicações mensais, iguais e sucessivas, no valor de R$ 100,00 (cem
reais) cada uma delas. Considerando uma taxa de juros simples de 2% ao mês, qual
será o valor a ser resgatado na data da última aplicação?

Sol.: Comecemos com o desenho original da questão. Teremos:

100 100 100 100 100 100 100 100 100

9 parcelas

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Ora, uma vez que estamos trabalhando no regime simples, e as aplicações (capitais) são de
mesmo valor e mesma periodicidade, já sabemos como construir um caminho de atalho:
redesenhando a questão, de vários capitais para um único capital equivalente.
Para isso, localizamos a data central (o meio) das parcelas iguais. Teremos:

100 100 100 100 100 100 100 100 100

Feito isto, reduziremos todos aqueles 9 capitais de R$ 100,00 para apenas um, equivalente, no
valor igual ao somatório de todos eles, e localizado na data central que acabamos de identificar
acima.
Teremos:

900

4 meses

Agora, para completar, basta acrescentar ao desenho uma nova seta correspondente ao resgate,
ou seja, ao montante que a questão está perguntado. Teremos:

Montante

900

4 meses

Nossa questão agora pode ser reescrita da seguinte forma:


José aplicou um capital de R$ 900,00. Considerando juros simples de 2% ao mês, qual o
montante a ser resgatado 4 meses após?

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Ficou fácil, não foi?
Aplicando a fórmula do montante simples, teremos:
à M=C.(1+i.n) à M=900.(1+0,02x4) à M=900x1,08 à M=972,00 à Resposta!

Pedro fez dez aplicações mensais, iguais e sucessivas, no valor de R$ 500,00


(quinhentos reais) cada uma delas. Considerando uma taxa de juros simples de 2%
ao mês, qual será o valor a ser resgatado cinco meses após a data da última
aplicação?

Sol.: Novamente vamos começar com o desenho original da questão. Teremos:

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

10 parcelas
Lembrando que a questão transcorre dentro do regime simples (juros simples) e que há vários
capitais de mesmo valor e mesma periodicidade, usaremos o caminho de atalho:
redesenharemos a questão, de vários capitais para apenas um equivalente.
Localizaremos a data central das parcelas iguais, recordando que, desta vez, ela estará entre
duas setas, haja vista que temos um número par de capitais. Teremos:

500 500 500 500 500 500 500 500 500 500

10 parcelas

Atribuiremos ao novo capital equivalente o valor do somatório de todos as parcelas de R$ 500.


Teremos, portanto:
5.000

4,5 meses

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Por último, acrescentaremos ao desenho uma nova seta correspondente ao resgate, ou seja, ao
montante que a questão está perguntado. Teremos:

5.000

4,5 meses até a 5 meses da última


última parcela parcela até o resgate

E o desenho final da questão será, portanto, o seguinte:


Montante
5.000

9,5 meses

Nossa questão agora pode ser reescrita assim:


Pedro aplicou um capital de R$ 5.000,00. Considerando juros simples de 2% ao mês, qual o
montante a ser resgatado 9,5 meses após?
Aplicando a fórmula do montante simples, teremos:
à M=C.(1+i.n) à M=5000.(1 + 0,02 x 9,5) à M=5000 x 1,19 à M=5.950,00 à Resposta!


# QUE TAL UMA DA FCC?

(FCC/SEFIN–SÃO PAULO) Em 05 de janeiro de certo ano, uma pessoa tomou R$
10.000,00 emprestados por 10 meses, a juros simples, com taxa de 6% ao mês. Após
certo tempo, encontrou um outro credor que cobrava taxa de 4% ao mês. Tomou,
então, R$ 13.000,00 emprestados do segundo credor pelo resto do prazo e, no mesmo
dia, liquidou a dívida com o primeiro. Em 05 de novembro desse ano, ao liquidar a
segunda dívida, havia pago um total de R$ 5.560,00 de juros aos dois credores. O
prazo do segundo empréstimo foi
a) 4 meses.
b) 4 meses e meio.

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c) 5 meses.
d) 5 meses e meio.
e) 6 meses.
Sol.: Questão muito assemelhada à anterior. Temos também aqui duas operações sucessivas
de juros simples, sujeitas a diferentes taxas: 6% ao mês e 4% ao mês.
A diferença para a questão passada é que aqui os capitais são também distintos: R$ 10.000 e
R$ 13.000.
De resto, soluções idênticas.
Anotando os dados do enunciado, teremos:
à C1= 10.000,00 ; i1=6% a.m. ; n1=? ; J1=?
à C1= 13.000,00 ; i2=4% a.m. ; n2=? ; J2=?
à n1+ n2 = 10 meses
à J1 + J2 = 5.560,00
Sabendo como funcionam os juros simples, para a primeira operação, teremos:
à J 1= C 1 . i 1 . n 1
à J1= 10000 . 0,06 . n1 à J1= 600.n1
E para a segunda operação:
à J 2= C 2 . i 2 . n 2
à J2= 13000 . 0,04 . n2 à J2= 520.n2
Sabendo agora que a soma dos juros resulta em R$ 5.560, teremos:
à J1 + J2 = 5.560,00
à 600.n1 + 520.n2= 5.560
Se n1+ n2 = 10 meses, então diremos que n1 = 10 – n2
Substituindo este resultado na equação anterior, teremos:
à 600 . (10 – n2) + 520 . n2= 5.560
Daí:
à 6000 – 600.n2 + 520.n2 = 5560
Isolando n2, teremos:
à 80.n2 = 440
Finalmente, chegamos a:
à n2 = 440 / 80 à n2 = 5,5 meses (Resposta)






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Neste Capítulo, Aprendi...

1) Que operação de juros consiste em projetar um valor conhecido para uma data posterior;
2) Que o que define o regime dos juros é a natureza da taxa, e a taxa de juros simples
funciona de forma tal que, a cada novo período, volta a incidir sobre o valor do capital;
3) Que existe uma exigência que acompanha todos os assuntos da matemática financeira,
a chamada exigência universal: taxa e tempo têm que estar na mesma unidade;
4) Que as taxas de juros podem ser expressas de duas formas diferentes: a notação
percentual e a notação unitária;
5) Que o caminho da regra, na Matemática Financeira, é considerar que todos os meses do
ano têm 30 dias, e o ano inteiro, portanto, 360 dias. A isto chamamos de Juros Comerciais
ou Ordinários.
6) Que há outro conceito que se contrapõe ao de Juros Comerciais: são os Juros Exatos,
caminho da exceção, segundo o qual a contagem dos dias se fará de acordo com o
calendário convencional (truque da mão fechada);
7) Que podemos trabalhar operações de juros simples pelo método das fórmulas, conforme
ilustrado na tabela a seguir:

Fórmulas:

Equação Curinga:

J=M-C

Juros Simples:

J=C.i.n

Montante Simples:

M=C.(1+i.n)

8) Que nas fórmulas utilizam-se taxas na notação unitária;


9) Como se calcula, de forma prática, o Montante Simples para uma série de capitais iguais
e de mesma periodicidade.

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Capítulo III: Desconto Simples


3.1. Conceito:
O que é uma operação de Desconto? Você sabe?
É aquela em que você deve um valor maior, e paga um valor menor? É isso,
professor?
Mais ou menos. Esta aí é a ideia imediata a que nos remete a palavra desconto: você vai comprar
algum bem, e pede ao vendedor que lhe conceda um desconto, para reduzir o seu desembolso.
Aqui, porém, na Matemática Financeira, a noção de desconto está diretamente associada à ideia
de antecipação.
Antecipação de quê, professor?
Antecipação de tempo, que pode se dar tanto no pagamento de alguma obrigação, quanto no
resgate de algum título.
Não entendi, professor...
Vai entender! Veja:
1ª Situação) Você fez uma compra no dia de hoje, comprometendo-se a pagar o valor de R$
10.000,00 daqui a 6 meses.
O tempo foi passando, e faltando ainda 2 meses para o vencimento daquela obrigação, ou seja,
faltando ainda 2 meses para o dia em que você teria que pagar os R$ 10.000,00, você verifica
que seus negócios estão indo muito bem, e que você pode perfeitamente antecipar aquele
pagamento.
Ora, se sua obrigação era vencível apenas daqui a 2 meses, e você decide antecipar o pagamento
e pagá-la no dia de hoje, obviamente que você terá que levar alguma vantagem nisso.
Que vantagem é essa? Você vai ganhar um desconto, e vai pagar um valor menor que o que
era devido.
E ainda tem uma segunda situação, professor?
Tem sim. Vamos vê-la:
2ª Situação) Suponha que alguém, um amigo seu, passou-lhe um cheque pré-datado. E aí ele
lhe disse: "Olha, por favor, não apresente esse cheque antes dessa data, senão ele volta..."
O seu amigo, que lhe passou o cheque, disse que só vai ter dinheiro na conta lá na data futura.
Se você levar para trocar hoje no banco, o cheque não terá fundos...
Pois bem. O problema todo é que você está precisando daquele dinheiro do cheque hoje. Não
dá para esperar que chegue aquela data futura. O que você faz? Você vai tentar trocar o seu
cheque, em instituições financeiras que realizam esse tipo de transação.
Eu sei, professor, são as lojas de factoring, não é?
Sim. Lojas de factoring fazem isso. Bancos também fazem. Vamos chamar então de instituição
financeira, Ok?
Aí você entrou numa dessas lojas, no intuito de descontar o seu cheque pré-datado. Suponhamos
que o valor nominal do cheque - ou seja, o valor escrito na face do cheque - era de R$
10.000,00.
Minha pergunta é: você acha que vai sair com R$ 10.000,00 no bolso?

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Será que não, professor?
Não mesmo.
Mas o valor do cheque não é de R$ 10.000?
Sim. Mas estes R$ 10.000 é o quanto vale aquele cheque lá naquela data futura, para quando
está previsto o seu resgate.
Se você resolveu trocá-lo antes daquela data, ou seja, se você resolveu descontá-lo
antecipadamente, o valor que irá resgatar por ele será um valor menor.
Do contrário, qual seria a vantagem da loja de factoring (ou do banco) em receber um cheque
pré-datado hoje, pagando por ele a mesma quantia que ele só valerá daqui a alguns meses?
Para a instituição financeira que irá descontar o seu título antecipadamente, o interessante é
que você, que levou o título para ser descontado, saia da loja com o menor valor possível no
bolso. Está claro isso?
Quanto menos a loja de factoring lhe pagar por aquele cheque, melhor para ela. (E pior para
você...)
E o que é isto que a instituição financeira está fazendo? Uma operação de desconto.
Então você percebe que a operação de desconto pode ocorrer em nosso benefício, como também
desfavoravelmente a nós.
Na primeira situação, você antecipa o pagamento de uma obrigação, e vai pagar um valor menor.
Bom para você. Na segunda, você desconta antecipadamente um título, e vai receber por ele
um valor menor. Nem tão bom assim...
Enfim. O importante nisso tudo, é que aprendemos o que é uma operação de desconto.
Passemos agora a falar com detalhe de cada elemento desta operação.

3.2. Elementos da Operação de Desconto:


Toda operação de desconto envolve um título.
O que é um título, professor?
Título é um papel, um documento, que registra que, em determinada data, há uma obrigação
monetária a ser cumprida.
Na primeira situação que vimos, na qual você fez uma compra para pagar no futuro, e depois
decide antecipar aquele pagamento, o título pode ser uma duplicata, uma nota promissória, ou
outra qualquer que nos apresente o elaborador.
Em geral, as bancas de concurso chamam o título de... título mesmo.
Na segunda situação, na qual você tem um valor a receber numa data futura, e este valor é
representado por um título, o elaborador também costuma chamar este documento apenas de
título. Não tem segredo. Ninguém terá dificuldade em compreender que há um título envolvido
na questão.
Pois bem. O valor que está escrito na face do título, ou seja, escrito no papel do título, é o
chamado Valor Nominal (N).
Assim, o Valor Nominal é a quantia que você teria que pagar (ou que receber) numa data
posterior.

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Mas ocorre que você resolveu pagar aquele valor (ou recebê-lo) antecipadamente. E em
decorrência desta antecipação, você irá pagar (ou receber) um valor necessariamente menor.
Este valor menor – em que se transformará aquele título – será pago (ou recebido) quando?
Não seria hoje, professor?
Exatamente! Ele será pago (ou recebido) hoje. Na data atual. Portanto, este valor menor – no
qual se transformou o valor nominal do título por conta da antecipação – será chamado por nós
de Valor Atual (A).
Assim, já somos capazes de criar o desenho básico de toda e qualquer operação de desconto!
Vejam:
N

O n

A operação de Desconto, a exemplo da operação de Juros, também apresenta dois lados: o lado
do Nominal (valor de face do título) e o lado do Atual (valor líquido que será pago/recebido pelo
título).
Obviamente que o Valor Atual é sempre menor que o Valor Nominal.
Suponhamos que o valor (nominal) do título que você teria que pagar daqui a 6 meses seja de
R$ 10.000,00. Mas você resolveu antecipar o pagamento daquela obrigação, e pagar por ela no
dia de hoje. Haverá um desconto, e imaginemos que você irá pagar apenas R$ 9.000,00 (valor
atual) em decorrência desta antecipação.
Minha pergunta é: onde é que entra o elemento desconto nessa história?
Ora, professor, o desconto deve ser a diferença entre o valor maior que era devido no
futuro, e o valor menor que eu pagarei no dia de hoje! É isso mesmo?
Exatamente isso!
Desconto é a diferença entre o Valor Nominal e o Valor Atual.
Vejamos no desenho:

D (Desconto)
A

O n

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Assim, surge a primeira equação de Desconto do nosso Curso. Nós a chamaremos de equação
curinga do Desconto, porquanto ela será sempre verdadeira, e sempre aplicável, em toda e
qualquer operação de desconto, independentemente do seu regime ou da sua modalidade.
Vejam:

Desconto = Nominal - Atual



Já temos, por enquanto, 3 elementos nesta operação: Valor Nominal, Valor Atual e Desconto.
O quarto elemento, presente em todas as operações da matemática financeira, é o tempo (n).
Neste caso, quando falamos em tempo na operação de desconto, referimo-nos a tempo de
antecipação.
Seja na primeira situação, em que você tem a obrigação de pagar um título numa data futura e
resolve antecipar o pagamento, seja na segunda, em que você tem um direito a receber numa
data futura (representado por um título) e resolve antecipar o recebimento, o elemento tempo,
em ambos os casos, representará uma antecipação.
O quinto e último elemento é aquele da mágica: aquele que faz com que os valores monetários
nunca fiquem parados com o tempo. Este elemento faz com que um valor monetário cresça, se
projetado para uma data posterior; ou se reduza, se projetado para uma data anterior.
É a taxa, não é, professor?
Sim, é a taxa (i).
É aquela mesma taxa que aprendemos nos juros simples, professor?
Sim, é aquela mesma, ou seja, um valor percentual, seguido de uma unidade de tempo.
Alguns exemplos: 5% ao mês, 10% ao bimestre, 15% ao trimestre, 20% ao quadrimestre, 30%
ao semestre, 60% ao ano.
Você lembra que nos juros simples a taxa incidia sempre sobre o valor do Capital?
Sim, professor, lembro! E na operação de desconto, como é que funciona?
Na operação de desconto, funciona de duas formas diferentes, pois existem dois tipos, duas
modalidades de desconto.
Eu sei: simples e composto, não é, professor?
Não! Simples e composto são os dois regimes da Matemática Financeira!
Da mesma forma que no estudo dos Juros, aqui também no Desconto haverá operações no
regime simples (desconto simples) e no regime composto (desconto composto).
E dentro de cada regime, haverá as duas modalidades.
Assim, teremos o desconto simples racional, conhecido também por desconto simples por
dentro, e o desconto simples comercial, chamado desconto simples por fora.
Daí, você já começa a raciocinar comigo: na operação de desconto, haverá duas verificações
prévias a se fazer:
1ª) Qual é o regime desta operação de desconto? Simples ou composto?
E uma vez respondida esta primeira pergunta, aí então você fará a segunda verificação:

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2ª) Qual é a modalidade desta operação de desconto? Por dentro, ou por fora?
Somente então, quando estas duas questões estiverem tratadas, é que poderemos começar a
resolver o problema.
Não há como acertar a questão de desconto, se você errar na identificação do regime ou da
modalidade da operação.
Diante de um enunciado que traga uma operação de desconto, existem quatro possibilidades:
- Desconto Simples Racional (por dentro);
- Desconto Simples Comercial (por fora);
- Desconto Composto Racional (por dentro);
- Desconto Composto Comercial (por fora).
Quatro diferentes caminhos, e quatro diferentes resultados.
Como só há uma resposta certa, você não pode errar na interpretação do enunciado.
Pois bem. Estamos, neste capítulo, estudando operações de Desconto Simples. Por enquanto, é
o regime simples que nos interessa.
Vamos conhecer agora, como é que se processam as operações de Desconto Simples por Dentro,
e de Desconto Simples por Fora.

3.3. Desconto Simples Racional (Por Dentro):


Para facilitar a nossa vida, só teremos que saber que o Desconto Racional é a operação irmã dos
Juros.
Enquanto os juros levam, o desconto por dentro traz de volta, exatamente na mesma medida.
Assim, da mesma forma que a taxa de juros simples, conforme aprendemos, incide sempre
sobre o valor do Capital, a taxa de desconto simples racional, por sua vez, incidirá sobre o Valor
Atual.
E por que isso, professor?
Porque o Valor Atual, no desenho de desconto, corresponde exatamente ao Capital no desenho
dos Juros. Confira:

M
Nos Juros Simples:
C
J=C.i.n

N
No Desconto Simples Por
Dentro (ou Racional):
A
D=A.i.n

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A outra fórmula do Desconto Simples Racional também é idêntica à que aparece nos Juros
Simples, para cálculo do Montante. Da mesma forma, só teremos que atentar para a
nomenclatura dos elementos correspondentes. Veja:

M
Nos Juros Simples:
C
M=C.(1+i.n)

N
No Desconto Simples Por
Dentro (ou Racional):
A
N=A.(1+i.n)

A rigor, não há nenhuma impropriedade em afirmar que as fórmulas dos Juros Simples e do
Desconto Simples Racional são idênticas! O que vai se observar é apenas a nomenclatura dos
elementos de uma operação ou da outra. Mas, em termos de cálculos, temos a perfeita
identidade.
E a exigência universal, professor? Continua valendo aqui no Desconto Simples?
Claro que sim! Para aplicar qualquer fórmula de Desconto, também é preciso observar se taxa
e tempo já estão na mesma unidade!
Professor, e se, dentro de uma questão de Desconto Simples, precisarmos alterar a
unidade da taxa, como faremos isso?
Ora, se o regime com que estamos trabalhando é o simples, então a unidade da taxa será
alterada por meio de um conceito já nosso conhecido: Taxas Proporcionais.

3.4. Resumo das Fórmulas de Desconto Simples Racional (Por Dentro):


Será este o nosso arsenal:
DESCONTO SIMPLES RACIONAL: EQUAÇÃO 1

D=A.i.n

DESCONTO SIMPLES RACIONAL: EQUAÇÃO 2

N = A.(1+i.n)
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E para fechar o pacote, poderemos também utilizar, se necessário, a equação curinga do
desconto, na resolução de problemas de desconto simples por dentro. Veja:

DESCONTO SIMPLES RACIONAL: EQUAÇÃO 3

D=N–A

Vamos treinar?

Um título com valor nominal de R$10.000,00 foi resgatado dois meses antes do seu
vencimento, sendo-lhe por isso concedido um desconto racional simples, à taxa de 5%
ao mês. Nesse caso, de quanto foi o valor pago pelo título?

Sol.: Facilmente identificamos que estamos diante de uma operação de desconto, haja vista ter
havido uma antecipação no resgate de um título. Veja aqui que estamos no “segundo caso”,
aquele em que você detém um título pré-datado na mão, mas está precisando do dinheiro no
dia de hoje. Então você vai querer resgatar este título antecipadamente.
O enunciado foi explícito ao informar que o regime desta operação de desconto é o simples e
que a modalidade é a de desconto por dentro, ou racional.
Assim, uma vez reconhecido o terreno, resta-nos verificar se a exigência universal já está
cumprida: temos taxa mensal (5% a.m.) e tempo de antecipação também em meses (2m).
Daí, não há mais muito o que fazer, senão aplicar a fórmula adequada à situação.
Teremos:
à N=A.(1+i.n) à 10000=A.(1+0,05x2) à 10.000 = A . 1,10 à A=10000/1,10
E: à A = 9.090,91 à Resposta!

Utilizando o desconto simples racional, de quanto será o valor que devo pagar por um
título com vencimento daqui a 5 meses, se o seu valor nominal for de R$ 30.000,00,
considerando uma taxa de 48% ao ano?

Sol.: O enunciado aqui também já revelou de forma expressa que a operação de desconto em
apreço ocorre no regime simples, e na modalidade de desconto racional. Estamos agora na
situação de quem deve uma obrigação futura e quer antecipar seu pagamento.
A exigência universal prescreve que taxa e tempo devem estar na mesma unidade. Aqui, temos
uma taxa anual (48% ao ano) e o tempo de antecipação em meses (5 meses).
Poderemos, portanto, se quisermos, trabalhar com taxa e tempo em termos anuais; ou colocá-
los ambos (taxa e tempo) em termos mensais; ou até mesmo em outra unidade.
Qual o melhor caminho, professor?
O melhor caminho é sempre aquele que nos parecer mais prático e mais rápido!
Deixando tudo em meses, por exemplo, como faríamos? Teríamos apenas que alterar a unidade
da taxa anual, transformando-a numa taxa ao mês. Estamos em qual regime? No Regime

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Simples. E qual o conceito que utilizaremos sempre que formos alterar a unidade da taxa no
Regime Simples? O conceito de Taxas Proporcionais.

Raciocinaremos assim: taxa ao ano para taxa ao mês; ano para mês; maior para menor; do
maior para o menor, nós dividimos. Quantos meses tem um ano? Doze. Logo, dividiremos por
12.
Teremos que: 48% ao ano = (48/12) = 4% ao mês

Com isso, cumprimos a exigência universal, e já estamos aptos a aplicar a fórmula conveniente
para o caso.
Teremos:
à N=A.(1+i.n) à 30.000=A.(1+0,04x5) à 30.000 = A . 1,20 à A=30.000/1,20
E: à A = 25.000,00 à Resposta!

Quanto irei pagar hoje por um título que vence daqui a três meses, se seu valor
nominal é de R$10.000,00, considerando uma taxa de juros simples de 5% ao mês?

Sol.: Essa questão tem algo essencial a ser aprendido. Comecemos buscando identificar o
assunto. Ora, o enunciado sugere que irei pagar um título de forma antecipada. Ou seja, o
vencimento do título era para uma data futura (daqui a três meses), e iremos pagá-lo hoje.
Então, não resta dúvida que estamos diante de uma questão de desconto.
Daí surgem aquelas duas perguntas preliminares: qual o regime da operação? E qual a sua
modalidade?
Quanto ao regime, vamos procurar no enunciado as palavras simples ou composto. Achamos a
palavra simples. Logo, trata-se de uma questão de Desconto Simples.
E quanto à modalidade? O enunciado nada falou expressamente que nos possibilitasse identificar
o tipo de desconto simples, se por dentro ou por fora. Ou seja, o enunciado silenciou acerca da
modalidade do desconto.
E agora, professor? Como faremos para descobrir a modalidade do desconto?
É muito simples! Vamos aprender?

3.5. Enunciado Omisso Quanto à Modalidade do Desconto:

A regra é muito fácil: quando a questão de Desconto nada disser acerca da modalidade (se por
dentro ou por fora), buscaremos o que é dito a respeito da taxa da operação.
Se a questão de desconto falar expressamente sobre uma taxa de juros, então estaremos
diante do Desconto Racional, ou seja, do Desconto por Dentro.
E por que isso, professor?
Porque, conforme já aprendemos, juros e desconto por dentro são operações irmãs. Lembra-se
disso?
Daí, repito, se o enunciado da questão de desconto (que for omissa quanto à modalidade) falar
de forma expressa em taxa de juros, então adotaremos o desconto por dentro.
Caso contrário, se o enunciado nada dispuser acerca da modalidade do Desconto, e também
não falar que a taxa da operação é uma taxa de juros, utilizaremos o Desconto por Fora.

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O desenho abaixo ilustra exatamente este nosso entendimento.
Guarde isto:

Expressamente Taxa de Juros “Desconto


por Dentro”
Taxa
Caso Contrário “Desconto
por Fora”

Voltemos, portanto, à questão que estávamos resolvendo há pouco. Veja:

Quanto irei pagar hoje por um título que vence daqui a três meses, se seu valor
nominal é de R$10.000,00, considerando uma taxa de juros simples de 5% ao mês?

Sol.: Percebemos que o enunciado é de desconto e falou expressamente em taxa de juros


simples. Daí, de acordo com o desenho acima, concluímos que se trata de uma questão de
desconto simples por dentro (ou racional).
A respeito da exigência universal, vemos que já está cumprida, haja vista que a taxa é mensal
(5% a.m.) e o tempo também é dado em meses (3m).
Aplicando a fórmula adequada ao caso, teremos:
à N=A.(1+i.n) à 10.000=A.(1+0,05x3) à 10.000 = A . 1,15 à A=10.000/1,15
E: à A = 8.695,65 à Resposta!
Tratemos agora da outra modalidade de desconto simples.

3.6. Desconto Simples Comercial (Por Fora):


A informação mais importante é saber sobre quem incide a taxa de desconto, se sobre o valor
nominal ou se sobre o valor atual. Vamos pensar juntos?
Suponhamos que você tem um cheque pré-datado na mão, e se dirige a uma loja de factoring
para descontar aquele cheque no dia de hoje. É a instituição financeira que vai realizar a
operação de desconto, confere?
Confere, professor!
Você acha que a loja de factoring vai querer lhe pagar um valor maior ou menor por aquele
cheque?
Um valor menor, é claro!
Isso mesmo! Para lhe pagar um valor menor por aquele cheque, o valor do desconto terá que
ser o maior possível! Confere?
Confere, professor! E aí?
E aí que, para que o desconto seja maior, a taxa da operação terá que incidir sobre o valor
maior. E quem é o valor maior, o Nominal ou o Atual?
O valor maior é o Nominal, professor!

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Exatamente. Assim, o desconto que é feito no comércio, realizado pelas instituições financeiras,
é o desconto comercial, desconto por fora, no qual a taxa incidirá sobre o valor nominal.
Assim, se o valor de referência no desconto por fora é o valor nominal, teremos o seguinte:

DESCONTO SIMPLES COMERCIAL: EQUAÇÃO 1

D=N.i.n
Ora, da equação curinga do desconto, sabemos que D=N–A.
Daí, diremos que: N.i.n = N – A
Isolando o valor atual, teremos: A = N – N.i.n
E colocando valor nominal em evidência, teremos: A=N.(1–i.n)
Eis, portanto, a segunda equação do desconto simples por fora:

DESCONTO SIMPLES COMERCIAL: EQUAÇÃO 2

A = N.(1–i.n)
E para fechar o pacote, poderemos também utilizar, se necessário, a equação curinga do
desconto:
DESCONTO SIMPLES COMERCIAL: EQUAÇÃO 3

D=N–A

De resto, é sempre bom lembrar que só se pode aplicar qualquer destas fórmulas após observar
se está cumprida a exigência universal da Matemática Financeira, qual seja, taxa e tempo na
mesma unidade.
Fiquei ainda com uma dúvida, professor!
Pode falar.
Numa questão de desconto, basta o enunciado dizer que a operação está sendo feita
por um banco ou por uma loja de factoring, e eu já saberei que se trata do desconto
comercial?
Ótima pergunta. A resposta é negativa: não basta a questão falar em banco ou em “instituição
financeira” para se reconhecer o desconto comercial. É preciso analisar todas as informações do
enunciado para chegar à conclusão correta, Ok?

Vamos treinar?

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Um título que vale R$100.000,00 foi resgatado um ano antes do seu vencimento.
Considerando o desconto comercial simples e uma taxa de 4% ao mês, de quanto será
o valor pago pelo título?
Sol.: O enunciado fala do resgate antecipado de um título. Estamos, portanto, diante de uma
operação de desconto, e a questão é explícita ao revelar o regime simples e a modalidade de
desconto comercial, ou por fora.
Resta-nos observar se está cumprida a exigência universal. Temos taxa mensal (4%a.m.) e
tempo de antecipação anual (1 ano).
Fica, então, a gosto do freguês escolher a unidade na qual irá trabalhar.
Se preferir a unidade mensal, basta dizer que 1 ano é igual a 12 meses. Só isso.
Daí, teremos:
à A = N.(1 – i.n) à A = 100.000 (1 – 0,04 x 12) à A = 100.000 x 0,52
E: à A=52.000,00 à Resposta!

De outra sorte, se a preferência fosse de trabalhar com a unidade anual, deixaríamos o tempo
de antecipação como sendo de 1 ano, e alteraríamos a unidade da taxa (de mensal para anual),
por meio do conceito de taxas proporcionais.
Teríamos que: 4% ao mês = (4 x 12) = 48% ao ano.
Assim, aplicando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A = N.(1 – i.n) à A = 100.000 (1 – 0,48 x 1) à A = 100.000 x 0,52
E: à A=52.000,00 à Resposta!
Como vimos, o que realmente importa é cumprir a exigência universal.
A seguir, apresentarei três atalhos de desconto simples cujo conhecimento é muito conveniente
para ganhar tempo na hora da prova! Vamos a eles.

3.7. Primeiro Atalho do Desconto Simples: A Relação Entre os Descontos


Este atalho surgirá quando a questão pedir a relação entre os valores do Desconto Simples por
Dentro (Racional) e do Desconto Simples por Fora (Comercial).
Imagine que você tem um título em sua mão, de valor de face (valor nominal) de R$ 1.000,00.
Suponha ainda que você submeterá este título a uma operação de desconto simples por dentro,
com tempo de antecipação de 6 meses e taxa de 2% ao mês.
Porém, na hora exata de se fazer esta operação, fica decidido uma mudança: aquele mesmo
título – com aquele mesmo tempo de antecipação e mesma taxa – será não mais submetido ao
desconto simples por dentro, e sim ao desconto simples por fora.
Ou seja, a questão propõe, para o mesmo título, mesma taxa e mesmo tempo de antecipação,
uma mudança na modalidade do desconto simples.
Assim, este enunciado irá fornecer o valor de um dos tipos de desconto simples (por dentro ou
por fora), e pedirá o valor do outro tipo. Serão também dados da questão a taxa e o tempo de
antecipação, que serão os mesmos para as duas operações.

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Se você se deparar com uma questão assim, que pede a relação entre os valores do Desconto
Simples por Dentro e do Desconto Simples por Fora, mantendo-se para ambas as operações a
mesma taxa e o mesmo tempo de antecipação, a resolução se fará de forma quase imediata,
aplicando-se a seguinte relação:
RELAÇÃO ENTRE OS DESCONTOS SIMPLES

Df = Dd.(1+i.n)
A exigência desta fórmula, já sabemos, é que taxa e tempo estejam na mesma unidade.
Trata-se da questão de resolução mais rápida de uma prova de matemática financeira, e já foi
cobrada reiteradamente em diversos concursos ao longo dos anos.

Vamos treinar?

Um título sofre um desconto comercial de R$ 9.810,00 três meses antes do seu


vencimento a uma taxa de desconto simples de 3% ao mês. Indique qual seria o
desconto à mesma taxa se o desconto fosse simples e racional.

Sol.: A questão aprensenta o valor do desconto por fora (Df=9810), o tempo de antecipação
(n=3m) e a taxa (3%a.m.).
Vemos que a exigência universal já está devidamente cumprida. Daí, o enunciado nos pede o
cálculo do desconto, se fosse simples e racional, ou seja, se – ao invés de desconto por fora –
fosse usado o desconto por dentro.
Aplicação imediata da fórmula do atalho. Teremos:
à Df=Dd.(1+i.n) à 810 = Dd.(1+0,03x3) à 810 = 1,09.Dd
E: à Dd = 810 / 1,09 à Dd= 9.000,00 à Resposta!

3.8. Segundo Atalho do Desconto Simples: a Relação Entre as Taxas


Esta nova situação não se confunde com a anterior. No atalho passado, o título era um só, e
considerando a mesma taxa e o mesmo tempo de antecipação, buscávamos uma relação entre
o valor dos dois tipos de desconto, o simples racional (por dentro) e o simples comercial (por
fora).
Aqui a situação é outra: o que será igual agora é o valor do desconto.
Veja o desenho abaixo:
100

80

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Imagine que 100 seja o valor nominal de um título. E que 80 seja o valor atual.
O desenho é um só. Para este desenho, quanto é o valor do desconto?
O desconto é 20, professor!
Isso mesmo. Então a situação agora é a seguinte: para o mesmo valor de desconto (ou seja,
para o mesmo desenho), qual é a relação entre a taxa de desconto simples por dentro, e a taxa
de desconto simples por fora?
Responda o seguinte: para 100 virar 80, ele tem que ser reduzido em quantos por cento?
Em 20%, professor!
Perfeito. Mas para 80 virar 100, ele tem que crescer que percentual? Será que são os mesmos
20%?
Não, professor! Se 80 aumentar 20%, se transforma em 96, e não em 100...
Muito bem observado. As taxas que levam um valor a se tornar o outro são diferentes. É esta
relação entre as taxas que a questão vai querer saber.
Você percebe a diferença entre esta presente situação e a anterior?
Naquela, a taxa era a mesma, e a questão queria a relação entre os descontos. Aqui, o Desconto
é o mesmo, e a questão quer a relação entre as taxas.
Nesta caso, você resolverá o problema muitíssimo rapidamente, se utilizar a seguinte fórmula
de atalho. Veja:
𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
− =𝒏
𝒊𝒇 𝒊𝒅

Ou seja, para encontrar a outra taxa, basta conhecer o valor de uma delas e o tempo de
antecipação. Obviamente que este atalho considera a compatíveis as unidades de taxa e tempo.
(É a velha e boa exigência universal da Matemática Financeira).
O que há mais para se saber sobre este atalho, professor?
Há o seguinte: já foi dito no início deste capítulo que há um tipo de desconto que é irmão dos
juros. Que tipo de desconto é irmão dos juros?
É o desconto por dentro, professor!
Isso mesmo. Assim, a taxa de desconto simples por dentro também pode ser tratada por taxa
efetiva de juros.
Daí, se uma questão de prova vier falando sobre desconto simples, fornecer a taxa de desconto
simples por fora (taxa de desconto comercial) e pedir o valor da taxa efetiva de juros (ou apenas
taxa efetiva), saberemos então que o que ele quer é a taxa de desconto por dentro.

Vamos treinar?

Pedro descontou um título um mês e meio antes de seu vencimento e recebeu R$


370.000,00. A taxa de desconto comercial simples foi de 5% ao mês. Assim, o valor
nominal do título e o valor mais próximo da taxa efetiva da operação são,
respectivamente, iguais a:

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Sol.: A questão nos fala sobre uma operação de desconto simples comercial, o desconto por
fora. Fornece-nos, como dados da questão, o tempo de antecipação (n=1,5 mês), a taxa (i=5%
a.m.), e mais uma valor de R$ 370.000.
Que valor é esse, professor?
Ora, se é dito que Pedro descontou um título e recebeu R$ 370.000, fica claro que estes R$
370.000 é o valor em que se transformou o valor nominal.
É o valor atual, professor!
Exatamente. Assim, com estas primeiras informações, somos capazes de descobrir o Valor
Nominal do título, que é esta a primeira pergunta da questão.
Aplicando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A=N.(1-i.n) à 370.000 = N . (1 - 0,05 x 1,5) à 370.000 = 0,925 . N
Daí: à N = 370.000 / 0,925 à N=400.000,00 à Resposta!

N=400.000,00 é a primeira resposta que a questão nos pede. Mas não para por aí. Há outra
pergunta no fim do enunciado. A questão quer saber "o valor mais próximo da taxa efetiva".
Ora, estamos diante de uma operação de desconto por fora (comercial) e a questão pergunta
pelo valor da taxa efetiva. Fica claríssimo que ele quer, portanto, o valor da taxa de desconto
por dentro (id).
Aplicando a fórmula de atalho, teremos:

𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎


− = 𝒏 ∴ − = 𝟏, 𝟓 ∴ 𝟐𝟎 − = 𝟏, 𝟓
𝒊𝒇 𝒊𝒅 𝟓 𝒊𝒅 𝒊𝒅

Daí:

𝟏𝟎𝟎 𝟏𝟎𝟎
= 𝟏𝟖, 𝟓 ∴ 𝒊𝒅 = ∴ 𝒊𝒅 = 𝟓, 𝟒
𝒊𝒅 𝟏𝟖, 𝟓

Assim: Taxa Efetiva = 5,4% a.m. à Resposta!

3.9. Terceiro Atalho do Desconto Simples: Relação Entre Descontos e Valor Nominal
Uma fórmula muito útil, usada também nas questões que envolvem os dois tipos de desconto,
por dentro e por fora, é dada a seguir:

(𝑫𝒇 𝒙 𝑫𝒅)
𝑵=
(𝑫𝒇 − 𝑫𝒅)
Ou seja, este atalho é aplicável em questões cujos enunciados fornecem os valores dos
descontos nas duas modalidades, por dentro e por fora, e é requerido o valor Nominal do título.
Vamos treinar?

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O desconto simples comercial de um título é de $ 860,00 , a uma taxa de 60% ao
ano. O valor do desconto simples racional do mesmo título é de $ 781,82 , mantendo-
se a taxa de juros e o tempo. Nessas condições, o valor nominal do título é de:
Sol.: O enunciado nos dá os valores dos descontos por dentro e por fora, e pede o valor nominal
do título. Isso se encaixa como uma luva neste terceiro atalho. Teremos:

(𝑫𝒇 𝒙 𝑫𝒅) (𝟖𝟔𝟎 𝒙 𝟕𝟖𝟏, 𝟖𝟐) (𝟖𝟔𝟎 𝒙 𝟕𝟖𝟏, 𝟖𝟐)


𝑵= ∴ 𝑵 = ∴ 𝑵 =
(𝑫𝒇 − 𝑫𝒅) (𝟖𝟔𝟎 − 𝟕𝟖𝟏, 𝟖𝟐) (𝟕𝟖, 𝟏𝟖)
Observe que o valor 781,82 que aparece no numerador é aproximadamente 10 vezes o valor
78,18 que aparece no denominador. Daí, podemos simplificar a expressão acima para:
à N = (860 x 10) à Daí: à N = 8.600,00 à Resposta!

# Que tal uma da FCC?

(FCC) Dois títulos com valores nominais iguais são descontados, na data de hoje, em
um banco que utiliza uma taxa de desconto comercial simples de 4,5% ao mês. Sabe-
se que o primeiro título foi descontado 45 dias antes de seu vencimento e o segundo
60 dias antes de seu vencimento. Se a soma dos valores correspondentes aos
descontos dos dois títulos foi igual a R$ 630,00, tem-se que o valor nominal de cada
título é igual a
(A) R$ 3 000,00
(B) R$ 3 150,00
(C) R$ 3 500,00
(D) R$ 4 000,00
(E) R$ 4 500,00
Sol.: Temos aqui duas operações simultâneas de desconto simples comercial (por fora), ambas
sujeitas a uma mesma taxa. Sabemos que os dois títulos possuem o mesmo valor nominal.
Assim, em vez de chamá-los de N1 e N2, vamos chamá-los apenas de N. São também conhecidos
os prazos de antecipação e a soma total dos descontos. Anotemos os dados:
à N1=N=? ; i1=4,5% ao mês ; n1=45 dias = 1,5 mês ; D1=?
à N2=N=? ; i2=4,5% ao mês ; n2=60 dias = 2 meses ; D2=?
à D1 + D2 = 630,00
Aplicando a fórmula básica do desconto simples por fora, teremos:
à D1= N . i1 . n1 à D1 = N . 0,045 . 1,5 à D1= 0,0675 . N
E para a segunda operação:
à D2= N . i2 . n2 à D2 = N . 0,045 . 2 à D1= 0,09 . N
Finalmente, sabendo que a soma dos descontos é igual a 630, então, teremos:
à D1 + D2 = 630,00
à 0,0675.N + 0,09.N = 630
à 0,1575.N = 630
Finalmente, teremos que:
à N = 630 / 0,1575 à N=4.000,00 (Resposta)

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Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que operação de desconto consiste em projetar um valor conhecido para uma data
anterior;
2) Que a operação de desconto, a exemplo da de juros, também pode ocorrer no regime
simples ou no composto;
3) Que existem duas modalidades (dois tipos) de desconto em cada regime: o desconto
racional (por dentro) e o desconto comercial (por fora);
4) Que o tipo de desconto que é irmão dos juros é o desconto por dentro;
5) Que a equação curinga do desconto é sempre aplicável, seja qual for o regime ou a
modalidade de desconto adotados na resolução.
6) Que podemos trabalhar operações de desconto simples por dentro (racional) pelas
fórmulas ilustradas abaixo:

Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Simples Racional:
D=A.i.n
Valor Nominal:
N=A.(1+i.n)

7) Que podemos trabalhar operações de desconto simples por fora (comercial) pelas
fórmulas ilustradas abaixo:

Fórmulas:
Equação Curinga:
D=N–A
Desconto Simples Comercial:
D=N.i.n
Valor Atual:
A=N.(1-i.n)

8) Fórmula de atalho que fornece a relação entre os valores dos dois tipos de desconto,
mantidas a mesma taxa e o mesmo tempo de antecipação: Df=Dd(1+i.n)
9) Fórmula de atalho que fornece a relação entre as taxas de desconto simples por dentro
e por fora, mantido o mesmo valor do Desconto: (100/if)-(100/id)=n
10) Fórmula de atalho para cálculo do valor nominal, quando são conhecidos os valores dos
dois descontos simples (por dentro e por fora): N=(Df x Dd)/(Df – Dd)
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Capítulo IV: Equivalência Simples de Capitais


4.1. Conceito:
Ingressamos neste momento no assunto mais prático da Matemática Financeira.
Prático por quê, professor?
Porque é o tipo do assunto que se você souber resolver uma questão, saberá resolver todas,
pois são todas elas, sem exceção, resolvidas da mesma maneira, seguindo rigorosamente o
mesmo passo a passo.
Eu costumo chamar a Equivalência de Capitais de receita de bolo. Se você nunca fez um bolo na
vida, mas seguir os passos da receita, vai conseguir fazer o primeiro. Pode até não ficar assim
tão gostoso, mas com o treino e a prática, você irá se aperfeiçoando.
Aqui também é assim: com um pouco de dedicação, você vai conseguir resolver questões de
Equivalência numa velocidade impressionante, apenas seguindo os passos da receita que vai
aprender.
Antes, porém, você tem que saber como identificar que está diante de uma questão de
Equivalência de Capitais. E é facílimo. Veja:
Suponhamos que você fez uma compra no dia de hoje, comprometendo-se a pagar R$ 1.000
(mil reais) daqui a 30 dias, e mais R$ 2.000 (dois mil reais) daqui a 60 dias. Tudo bem? Esta é
sua forma de pagamento originalmente contratada.
O tempo foi passando, e quando chegamos à data 29 dias, véspera do pagamento daquela
primeira parcela, a de R$1.000, você verificou que estava completamente, como direi,
financeiramente desprovido.
Liso, professor!
Exatamente. Assim, você pegou o telefone e ligou para seu credor, dizendo: "Olha, eu estou
sem condições de honrar o nosso compromisso... Mas eu quero pagar! Só que quero pagar de
outro jeito! Eu quero substituir aquela forma original de pagamento por uma outra!
"Como é que você quer pagar?", perguntará o credor.
Ao que você lhe dirá: "Quero pagar por meio de duas parcelas iguais, nas datas 90 dias e 120
dias".
Está acompanhando até aqui? Havia uma forma original de pagamento (um compromisso
original) que será substituída por uma nova forma de pagar pela mesma compra que fora feita.
Ora, sempre que o enunciado apresentar duas formas diferentes de pagamento para a
mesma compra, uma nova que substituíra a primeira, estaremos diante do assunto Equivalência
de Capitais.
Por quê, professor?
Porque, já que está havendo uma mudança na forma original de pagamento, para que ninguém
saia perdendo com esta alteração, é preciso que a nova forma de pagamento seja equivalente
à primeira. Daí o nome “Equivalência”.
Em suma: identificar que estamos diante de uma questão de equivalência de capitais é algo
quase que imediato. Normalmente, as duas primeiras frases do enunciado já revelam o assunto.
A primeira delas, via de regra, apresenta como seria o contrato original (a forma original de
pagamento). A segunda frase começa a falar que a pessoa devedora (que também pode ser uma
empresa) está em situação financeira difícil, e que deseja substituir, alterar, modificar,

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renegociar, refinanciar (são todos verbos muito comuns neste tipo de questão) aquele contrato
original, por uma nova forma de pagamento.
Basta isso para que você tenha certeza absoluta que está diante da Equivalência de Capitais.
E agora, professor?
Agora, apresentarei a receita de bolo, o passo a passo de resolução, que se aplica, como já
disse, a todas as questões de equivalência.
4.2. Receita de Bolo da Equivalência de Capitais:
Vamos dividir nossos passos em preliminares e efetivos.
Serão ditos preliminares porque se prestam a preparar a resolução. Após seguir estes primeiros
passos, torna-se praticamente impossível errar alguma coisa depois.
Vamos a eles.
I) Passos Preliminares de Resolução:
1º Passo) Desenhar a questão.
Ora, desenhar a questão é nada mais que passar a linha do tempo, e sobre ela colocar as setas
de todos os valores monetários, conhecidos ou não, que a questão revelar, sobre as datas
respectivas.
Atente para o fato de que o desenho da questão precisa ser um reflexo fiel do que está dito no
enunciado. Se você não estiver atento e errar o desenho da questão, aí um abraço: sua questão
está prejudicada.
Assim, só há uma coisa a ser feita: ficar concentrado na hora da leitura. No caso do exemplo
que eu citei, nosso desenho será o seguinte:

2000,
X X

1000,

0 30d 60d 90d 120d

Reparem que as duas parcelas referentes à nova forma de pagamento foram chamadas de X,
pois ambas são iguais e são também desconhecidas.
Vamos em frente.
2º Passo) Identificar quais são as parcelas de 1ª obrigação e de 2ª obrigação!
O que significam 1ª e 2ª obrigação, professor?
O que eu chamo de 1ª obrigação são as parcelas da forma original de pagamento. Ou seja, são
aqueles valores que correspondem ao contrato original. Já as parcelas de 2ª Obrigação são as
que se referem à nova forma de pagamento, que irá substituir a primeira.

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Assim, em nosso desenho, faremos a anotação (I) para parcelas de 1ª obrigação e (II) para
parcelas de 2ª obrigação. Teremos:

2000,
X X

1000,

0 30d 60d 90d 120d


(I) (I) (II) (II)
Veja que até aqui não tivemos absolutamente nenhuma dificuldade. E também não há demora
nenhuma na realização destes primeiros passos.
A propósito, quando esta receita de bolo estiver totalmente gravada na sua mente, você
conseguirá cumprir todos os passos numa velocidade que talvez jamais imaginasse.
Vamos em frente!
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade.
Reparem que a palavra tempos aparece mesmo no plural. Não foi erro de digitação.
Como temos várias parcelas no desenho, todas elas devem estar assinaladas com o tempo na
mesma unidade da taxa.
Suponhamos que esta nossa questão nos disse que a operação está sujeita a uma taxa de 10%
ao mês.
Assim, se a taxa é mensal, não teremos praticamente nenhum trabalho em passar a chamar 30
dias de 1 mês, 60 dias de 2 meses, 90 dias de 3 meses, e 120 dias de 4 meses.
Nosso desenho agora ficará assim:

2000,
X X

1000,

0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)

E o terceiro passo está cumprido. Adiante.


4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto que serão adotados nesta resolução.

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Não entendi nada, professor...
Vai entender.
O que vou dizer agora é, possivelmente, a informação mais importante do assunto inteiro.
Guarde isto:
Toda questão de equivalência é resolvida por meio de operações de desconto!
Sendo assim, antes de começar a resolver a questão de equivalência, teremos que atentar para
as mesmíssimas duas preocupações que tínhamos quando íamos começar a resolver uma
questão de desconto, quais sejam: identificar o regime do desconto (simples ou composto), e
identificar a modalidade do desconto (por dentro ou por fora).
Questões de Equivalência Simples podem ser resolvidas tanto por meio de operações de
Desconto Simples por Dentro, quanto por meio de operações de Desconto Simples por Fora.
E não é você quem definirá isso: é o enunciado.
Suponhamos que, no nosso exemplo, o enunciado falou que usaremos o desconto simples
comercial.
Desconto comercial é por dentro ou por fora? Já vimos isso.
É por fora, professor!
Muito bem. Agora só falta o último passo preliminar.
Vamos a ele.
5º Passo) Localizar a data focal.
O que é data focal, professor?
Data focal é uma data de referência para a resolução da questão. É para ela que teremos que
transportar todas as parcelas do desenho.
E o faremos por meio de quê? Você já sabe.
Por meio de operações de desconto, não é, professor?
Sim! Sempre por desconto.
Você só vai entender bem o que é a data focal quando resolvermos este primeiro exemplo.
Neste momento, importa muitíssimo conhecer as duas próximas observações, acerca da data
focal:
Obs.1) Na equivalência simples de capitais, quem manda na data focal é a questão.
Ou seja, você não tem liberdade de escolha. Quem determina a localização da data focal (na
equivalência simples) é o próprio enunciado. Qualquer data focal que ele sugerir terá que ser
imediatamente aceita.
Obs.2) Se a questão de equivalência simples nada disser acerca da data focal, adotaremos,
obrigatoriamente, a data zero.
Trata-se de uma convenção e estamos obrigados a cumpri-la, quando for o caso.
Atente para o fato de que estas duas observações são fundamentais para que você consiga
acertar a questão.
Aqui na equivalência simples, se você erra a escolha da data focal, você chega à resposta errada.
Exatamente por isso não podemos deixar de lado estas duas observações.

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Suponhamos que nosso exemplo disse que temos que escolher, como data focal, a data 4 meses.
Assim, anotaremos esta informação no desenho, colocando, na data 4 meses, as iniciais DF (de
data focal).
Teremos:

2000,
X X

1000,

0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
DF

Nosso desenho está concluído, assim como os passos preliminares de resolução.


Recapitulando:
1º) desenhar a questão;
2º) dizer quem é 1ª e 2ª obrigação;
3º) colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º) saber qual é o regime e a modalidade de desconto a ser adotado;
5º) localizar a data focal.
Tudo isso, repito, é feito de forma contínua e muito rápida quando você está resolvendo a
questão. Basta que estes passos estejam gravados em sua mente.
Se você chegou até aqui, parabéns! Não tem mais como errar, por mais que você se esforce
para isso... E penso que ninguém fará tal esforço, não é mesmo?
E agora, professor?
Agora vamos aos passos efetivos de resolução.
Vou reduzi-los a apenas dois. Veja:

II) Passos Efetivos de Resolução:

1º Passo) Levar para a data focal todas as parcelas do desenho.


E como faremos isso, professor?
Por meio de operações de desconto! Não esqueçam o que foi dito agora há pouco: toda questão
de equivalência é resolvida por meio de operações de desconto.
Mas que tipo de desconto será adotado, professor?
Exatamente aquele que ficou definido no 4º passo preliminar.

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Repito: não é você quem definirá isso, e sim a própria questão.
Neste presente exemplo, usaremos o desconto simples comercial, como previu o enunciado.
Vejamos novamente o desenho da questão, para fazermos isso com mais facilidade:

2000,
X X

1000,

0 1m 2m 3m 4m
(I) (I) (II) (II)
DF
Vamos começar levando para a data focal a primeira parcela do desenho, R$ 1000, que está
localizada na data 1 mês.
Teremos:

1000,

0 1m 4m
(I) DF

Veja que a data focal fica à direita da parcela 1000, de sorte que quando projetarmos estes 1000
para lá, ele se transformará numa quantia necessariamente maior que 1000.
Quanto? Não sabemos ainda. Por isso, chamaremos este valor sobre a data focal de E.
(Poderíamos chamá-lo do que quiséssemos..., mas resolvemos chamá-lo assim, Ok?).
Professor, como é que vou fazer uma operação de desconto, se vou projetar a
parcela R$ 1000 para uma data posterior?
Não importa que a data focal esteja no futuro! Você vai fazer, sim, uma operação de
desconto.
Como, professor?
Ora, basta que você trate este desenho como sendo de desconto.
Neste caso, o valor 1000 funcionará como valor atual, e o E funcionará como valor nominal.
E se a questão mandou adotar o desconto simples por fora, aplicaremos a fórmula já nossa
conhecida. Teremos:

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à A=N(1–i.n) à 1000=E.(1-0,10x3) à 1000 = 0,7.E à E=1000/0,7
à E=1.428,00
Este valor E ficará guardado para daqui a pouco!
Você deve ter reparado que a parcela 1000 avançou 3 meses até chegar à data focal. Exatamente
por isso o tempo n aí nas contas foi igual a 3.
Falta levar mais alguém para a data focal?
Sim, professor, ainda falta muito!
Quem levaremos agora? Na sequência do desenho, trabalharemos agora com a parcela R$ 2000.
E o que faremos com ele, professor?
Ora, seguindo a ordem do 1º passo efetivo de nossa receita de bolo, nós o transportaremos para
a data focal, por meio de uma operação de desconto.
Que tipo de desconto, professor?
Aquele que ficou previamente definido, lá no 4º passo preliminar. Neste caso, o desconto simples
por fora!
Teremos:
F
2000,

0 2m 4m
(I) DF

Aplicando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:


à A=N(1–i.n) à 2000=F.(1–0,10x2) à 2000 = 0,8.F à F=2000/0,8
à F=2.500,00
Este valor F também ficará guardado para mais adiante.
Atente outra vez: não importa se a data focal é posterior, e que você vai levar a parcela para
uma data futura. Será tratado o desenho como se fosse de uma operação de desconto.
Veja que quando projetamos a parcela 2000 para a data focal, ele avançou 2 períodos, ou seja,
2 meses, e se transformaria, necessariamente, num valor maior que 2000. Como não sabíamos
que valor seria esse, nós o chamamos de valor F (poderia ter sido dado qualquer outro nome).
E agora, falta levar ainda alguma parcela do desenho para a data focal?
Sim, professor! Temos a parcela X que está na data 3 meses.
E como faremos esse transporte?
Por meio de uma operação de desconto, exatamente do tipo que ficou definido no 4º
passo preliminar!
Exatamente.

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Teremos:

X G

0 3m 4m
(II) DF

Aplicando o desconto simples por fora, teremos:

à A=N(1–i.n) à X=G.(1–0,10x1) à X = 0,9.G à G=X/0,9


à G=1,1.X

E agora, será que ainda falta levar mais alguma parcela do desenho para a data focal?
Olha, professor, o desenho da questão ainda traz a parcela X da data 4 meses... Mas
ela já está sobre a data focal, não é mesmo?
Sim! E já estando sobre a data focal, não precisaremos levá-la para lugar nenhum. Ou seja, ele,
o X da data 4 meses, já está onde queremos que esteja.
E sobre a data focal, quanto é que ele vale? Ora, vale ele próprio: X.
Assim, concluímos o primeiro passo efetivo, restando-nos agora apenas o arremate da questão.
Vamos aprender.
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência de capitais!
Como é esta equação, professor?
É a seguinte:

(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅

Traduzindo:

A soma das parcelas da 1ª obrigação, depois de levadas para a data focal, é igual à
soma das parcelas da 2ª obrigação, também depois de levadas para a data focal.

Na primeira parte da equação, somaremos os valores da 1ª obrigação, aqueles valores que


encontramos depois de transportá-los para a data focal.
No caso da parcela R$ 1000, ela transformou-se em R$ 1.428.
No caso da parcela R$ 2000, transformou-se em R$ 2.500.
São estes valores, R$ 1428 e R$ 2500, que vão para a primeira parte da equação.
Já na segunda parte da equação, somaremos os valores da 2ª obrigação, aqueles que
encontramos depois de transportá-los para a data focal.

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No caso do X que estava na data 3 meses, ele transformou-se em 1,1X.
E no caso do X que já estava sobre a data focal, ele ficou sendo X mesmo, já que não teve que
ser transportado para parte alguma.
Finalmente, meus amigos, nossa equação de equivalência ficou a seguinte:
(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅 ∴ 𝟏𝟒𝟐𝟖 + 𝟐𝟓𝟎𝟎 = 𝟏, 𝟏𝑿 + 𝑿
E é assim que terminam todas as questões de equivalência: com uma equação e uma variável.
A variável é aquela que a questão está perguntando.
Isolando o X, teremos: à 2,1X = 3.928
Daí: à X=1.870 à Resposta!
Ou seja: tanto faz pagar 1000 na data 1 mês, e mais 2000 na data 2 meses, como pagar duas
parcelas de R$ 1870, nas datas 3 e 4 meses, considerando uma taxa de 10% ao mês e o desconto
simples comercial.
Professor, você gastou muitas páginas para resolver esse exemplo...
Claro. Eu estava lhe apresentando o assunto. Não podia fazer isso às pressas. Mas na hora da
prova, com bastante treino realizado em casa, mesmo uma resolução como esta acima não
demandará mais que alguns poucos minutos.
Para não seguir adiante sem uma rápida revisão, segue, adiante, toda a receita de bolo da
equivalência de capitais.
Passo a Passo da Equivalência de Capitais:
I) Passos Preliminares de Resolução:
1º Passo) Desenhar a questão;
2º Passo) Identificar parcelas de 1ª e de 2ª obrigação;
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto;
5º Passo) Localizar a data focal.
II) Passos Efetivos de Resolução:
1º Passo) Transportar todas as parcelas do desenho para a data focal;
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência.
Se você entendeu como foi feita a questão acima, meus parabéns: você já sabe resolver qualquer
questão de equivalência de capitais. Absolutamente qualquer uma.

Vamos treinar?
Um negociante tem duas dívidas a pagar, uma de $3.000,00 com um mês e meio de
prazo, e outra de $8.400,00 , pagável em 60 dias. O negociante quer substituir essas
duas dívidas por uma única, com 30 dias de prazo. Sabendo-se que a taxa de desconto
simples comercial é de 12% a.a. e usando a data focal zero, de quanto será o valor
dessa nova dívida?
Sol.: De início, devemos fazer o desenho da questão (1º passo preliminar), juntamente com a
identificação de quem é 1ª e 2ª obrigação (2º passo preliminar).

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Teremos:

X
8400,

3000,

0 30d 1,5m 60d


(II) (I) (I)

Daí, a questão disse que a taxa é de 12% ao ano, e os prazos estão em meses (1,5m) e em dias
(30 dias e 60 dias). Passando todo mundo para a unidade mensal, teremos: i=1%a.m. e prazos
de 1m, 1,5m e 2m. Perceba que a alteração da unidade da taxa (de 12% ao ano para 1% ao
mês) se deu pelo conceito de taxas proporcionais, já que estamos trabalhando no regime
simples.
Nosso novo desenho será:

X
8400,

3000,

0 1m 1,5m 2m
(II) (I) (I)

Na sequência, vemos que o enunciado indicou que a questão será trabalhada por meio de
operações de desconto simples comercial, que é o desconto por fora.
E agora? Falta definir somente a localização da data focal. Nosso enunciado foi expresso:
"usando a data focal zero", foi o que ele disse na última linha. Nosso desenho completo, portanto,
é o seguinte:

X
8400,

3000,

0 1m 1,5m 2m
DF (II) (I) (I)
Agora, que todos os passos preliminares foram cumpridos, passemos aos passos efetivos.

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Comecemos levando para a data focal a parcela R$ 3000. Teremos:

3000,
E

0 1,5m
DF (I)

Usando a fórmula do desconto simples por fora, teremos:
à A=N.(1-i.n) à E=3000.(1 – 0,01 x 1,5) à E = 3000 . 0,985 à E=2.955,00
Levando a parcela R$ 8.400 para a data focal, teremos:
8400,

0 2m
DF (I)
Novamente aplicando o desconto simples por fora, nossas contas serão as seguintes:
à A=N.(1-i.n) à F=8400.(1 – 0,01 x 2) à E = 8400 . 0,98 à E=8.232,00

Levando, desta vez, a parcela X para a data focal, teremos:


X

0 1m
DF (II)

Fazendo as contas, de acordo com o desconto simples por fora, teremos:

à A=N.(1-i.n) à G=X.(1 – 0,01 x 1) à G=0,99.X

Finalmente, aplicando a equação de equivalência, teremos:

(𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅

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𝟐𝟗𝟓𝟓 + 𝟖𝟐𝟑𝟐 = 𝟎, 𝟗𝟗𝑿 ∴ 𝟎, 𝟗𝟗𝑿 = 𝟏𝟏𝟏𝟖𝟕 ∴ 𝑿 = 𝟏𝟏. 𝟑𝟎𝟎, 𝟎𝟎 (𝑹𝒆𝒔𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂!)

A receita de bolo não falha. Vamos para mais um pouco de treino.

José deve a um banco a quantia de $190.000 a ser devolvida daqui a um mês. Como
está inteiramente desprovido de recursos, propõe a prorrogação da dívida por mais
três meses. Considerando-se a data focal zero e que a operação esteja sujeita a uma
taxa de desconto comercial simples de 72% a.a., de quanto será o valor do novo título?

Sol.: Este enunciado apresenta uma pequena casca de banana. E é justamente no desenho da
questão. Se o José tinha uma dívida para pagar daqui a 30 dias, e propõe prorrogá-la por mais
90 dias, para qual data irá o novo pagamento?
Na hora da prova, agindo precipitadamente, você poderia dizer que o novo pagamento iria para
a data 90 dias, o que seria um erro.
Prorrogar por mais 90 dias significa lançar o novo pagamento para a data 120 dias, já que
30+90=120.
De resto, nenhuma novidade. Vamos aos passos preliminares de resolução.
Desenhando a questão e definindo os valores de 1a e 2a obrigação, teremos:
X
190.000,

0 1m 4m
DF (I) (II)

A data focal é a zero, conforme especificou o enunciado.


A taxa de 72% ao ano será convertida para mensal, pelo conceito de taxas proporcionais, e
teremos: (72/12) = 6% ao mês. Daí, chamamos 120 dias de 4 meses.
Trabalharemos com o desconto simples por fora, como indicou a questão.
Passos preliminares concluídos. Passemos aos passos efetivos.
Levando a parcela 190.000 para a data focal com o desconto simples comercial, teremos:

190.000,
E

0 1m 4m
DF (I) (II)
Aplicando o desconto simples por fora, e fazendo as contas, teremos:

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à A=N.(1-i.n) à E=190000.(1 – 0,06 x 1) à E = 190000 . 0,94 à E=178.600,00

E agora, levando o X para a data focal, teremos: X

0 4m
DF (II)

Pelo desconto simples por fora, nossas contas serão as seguintes:


à A=N.(1-i.n) à F=X.(1 – 0,06 x 4) à F = X . 0,76 à F=0,76.X

Finalmente, aplicando a equação de equivalência, teremos: (𝐈)𝐃𝐅 = (𝐈𝐈)𝐃𝐅

𝟏𝟕𝟖𝟔𝟎𝟎 = 𝟎, 𝟕𝟔𝑿 ∴ 𝑿 = (𝟏𝟕𝟖𝟔𝟎𝟎 / 𝟎, 𝟕𝟔) ∴ 𝑿 = 𝟐𝟑𝟓. 𝟎𝟎𝟎, 𝟎𝟎 (𝑹𝒆𝒔𝒑𝒐𝒔𝒕𝒂!)

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Neste Capítulo, Aprendi...
1) Que a equivalência de capitais se configura sempre em que estiverem presentes duas
formas de pagamento para um mesmo bem;
2) Que operações de equivalência de capitais, a exemplo das de juros e de desconto,
também podem ocorrer no regime simples ou no composto;
3) Que as operações de equivalência se resolvem todas seguindo um mesmo passo a passo,
a mesma receita de bolo;
4) Que esta receita consiste em passos preliminares e passos efetivos;
5) Que os passos preliminares de resolução são os seguintes:
1º Passo) Desenhar a questão;
2º Passo) Identificar parcelas de 1ª e de 2ª obrigação;
3º Passo) Colocar taxa e tempos na mesma unidade;
4º Passo) Identificar o regime e a modalidade de desconto;
5º Passo) Localizar a data focal.

6) Que os passos efetivos de resolução são os seguintes:


1º Passo) Transportar todas as parcelas do desenho para a data focal;
2º Passo) Aplicar a equação de equivalência.

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