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PROFESSIONAL EVIDENCE BASED COACHING

PEBC ONLINE | FORÇAS


PARA O DESENVOLVIMENTO
DE COMPETÊNCIAS

ROTEIRO DE
IMPLEMENTAÇÃO
“Talentos podem ser
desperdiçados, recursos
podem ser rapidamente
perdidos, interesses se
desvanecem e mudam,
habilidades diminuem com
o tempo, mas quando tudo
parece completamente
perdido, ainda temos nossas
forças de caráter. Quando
recebem foco, nossas forças
se cristalizam e evoluem, e
podem se integrar a outras
qualidades positivas a fim de
contribuir para o bem maior”.

“Qualquer uma das 24 forças


de caráter pode direcionar
a construção de uma
competência”.

(Ryan Niemiec, diretor educacional do VIA


Institute on Character, psicólogo, coach
e professor adjunto na Universidade da
Pensilvânia)

“É expressamente proibida a reprodução e/ou distribuição deste material, no todo ou em parte, em qualquer meio mecâni-
co, magnético, eletrônico, ou quaisquer outros meios que vierem a existir, com ou sem fins econômicos, sem a prévia e ex-
pressa autorização do detentor de seus direitos, qual seja, Sociedade Brasileira de Coaching, nos termos da lei nº 9.610/98”.
Sumário
Orientações..................................................................................................................................................4

Visão geral.................................................................................................................................................... 8

Implementação para o coach.............................................................................................................11

Diagrama de implementação para o coach................................................................................17

As competências fundamentais do coach..................................................................................18

Implementação para o coachee......................................................................................................22

Diagrama de implementação para o coachee..........................................................................28

O que mais você pode usar.............................................................................................................. 29

Relação das forças e virtudes............................................................................................................31

Como usar a tabela das forças........................................................................................................ 38

Método e nomenclatura........................................................................................................................41

Leituras recomendadas....................................................................................................................... 43
ORIENTAÇÕES
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

Este ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO contém o processo de utilização


das forças para o desenvolvimento de competências em duas versões.
A primeira é de uso pessoal do coach. Você deve usá-la para o desen-
volvimento das seis competências essenciais do coach, que são:

1 4
Utilizar
Escutar
o reforço
ativamente
empático

2 Sintonizar
5 Ter visão
sistêmica

3 6
Conduzir
Desafiar o processo
de mudança

A segunda versão é adaptada para utilização com o coachee. Nesta versão, é tra-
balhada apenas uma competência por vez – aquela que o coachee quer ou precisa
desenvolver.

Para facilitar o aprendizado, é recomendável que você siga a seguinte ordem:

1 Ouça o podcast da primeira força de assinatura que aparece no


seu relatório VIA.

5
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

2 Baixe, imprima e responda às Perguntas de Aplicação. Se


tiver dúvidas, ouça novamente o podcast (você também pode baixar e ler a
transcrição do podcast).

3 Use essa primeira força para fazer este Roteiro de Imple-


mentação, versão para o coach. Siga todos os passos.

4 Pratique. O desenvolvimento de competências não é um processo


que se esgota com a leitura e o preenchimento do roteiro. Na verdade, o
roteiro é apenas um guia para você implementar mudanças e melhorias que im-
plicam a execução de ações constantes a fim de formar novos hábitos. Portanto,
coloque em ação tudo o que você definir no seu roteiro.

5 Se você está fazendo este treinamento para o seu desenvol-


vimento pessoal ou profissional e não pretende atuar como coach, aplique
em você mesmo a versão para o coachee deste roteiro. Se você já é um coach
profissional e atuante, aproveite para conferir o quanto você está usando suas for-
ças no desenvolvimento das competências essenciais e descubra como você pode
melhorar ainda mais.

6 Depois de aplicar neste roteiro a primeira força do seu relatório


VIA, ouça o podcast da segunda força e repita o processo já descrito. Faça o
mesmo com a terceira, a quarta e a quinta força, até concluir a aplicação de todas
as suas cinco forças de assinatura.

7 Após as forças de assinatura, escute os podcasts das


demais forças. Você não precisa aplicar este Roteiro de Implementação em
todas as outras 19 forças. No entanto, é importante que você ouça todos os pod-
casts e responda todas as respectivas perguntas de aplicação porque esse é um
conhecimento necessário para atuar com diferentes coachees que, naturalmente,
terão diferentes conjuntos de forças de assinatura.

6
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

8 Se você é ou pretende ser um coach atuante, leia


e estude a versão para o coachee deste roteiro. Para reforçar seu aprendiza-
do, aplique este roteiro (na versão para o coachee) em pessoas que você conhece.
Treine antes de aplicar em seus clientes.

9 No final deste roteiro, você encontrará uma tabela completa


das forças com suas definições e virtudes e, também, com os tópicos “opos-
to”, “ausência” e “excesso”. Use para consulta e orientação.

10 Você pode tirar suas dúvidas sobre esta fase do


treinamento nas suas sessões de mentoria.

11 Na seção “O que mais você pode usar”, que


você encontra logo após as versões coach e coachee do passo a passo de
implementação, você vai descobrir como conectar seu aprendizado com conteú-
dos complementares disponíveis nas Fases 2 e 4 deste treinamento.

12 E para ampliar ainda mais seus conhecimentos, leia os


livros recomendados no final deste roteiro.

7
VISÃO GERAL
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

Neste roteiro, o PROCESSO DE USO DE FORÇAS para o desenvolvi-


mento de competências é descrito em quatro passos. Tanto a versão
para o coach quanto a versão para o coachee seguem os mesmos pas-
sos, porém com diferenças na execução. Os passos são os seguintes:

1 Exploração e ownership – antes de trabalhar uma força de


assinatura, é necessário conhecê-la a fundo e identificar-se com ela. Essa é a
proposta deste passo.

2 Verificação – aqui, é explorado e medido o quanto já usamos a força


que está sendo trabalhada no que diz respeito à competência que queremos
desenvolver. Os resultados deste passo irão definir que aspectos serão trabalhados
no próximo. Na versão do coach, são exploradas as seis competências essenciais.
Na versão do coachee, ele escolhe a competência que irá desenvolver. Os diagra-
mas de verificação para ambas as versões você encontra neste roteiro, após a des-
crição de todos os passos.

FO RÇAS PARA O DESENVOLVIMENTO FO R ÇAS PAR A O D ES ENVO LVI M ENTO


DE COMPETÊNCIAS D E CO M P ETÊNCI AS
(para uso do coach) (para uso do coachee)

FO R Ç A : FO R Ç A :

Competência: escutar
ativamente
• Estar totalmente presente Competência:
• Ouvir sem julgar
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Competência: conduzir o
processo de mudança
• Conduzir o coachee pelos
diferentes estágios da
mudança até promover uma
transformação positiva e
sustentável

9
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

3 Expandir, equilibrar, aumentar – este passo explica o


que fazer se a pessoa já tem um bom uso da força, mas precisa ampliá-lo
para outras áreas ou competências (expandir), se a força estiver sendo usada em
excesso (equilibrar), ou se for necessário intensificar o uso da força que está sendo
trabalhada (aumentar).

4 Monitorar e ancorar a mudança – este passo descreve


o acompanhamento das ações e estratégias identificadas no passo anterior
a fim de consolidar o processo.

10
IMPLEMENTAÇÃO
PARA O COACH
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

Passo 1– Exploração e ownership

Escreva no diagrama o nome da força que você vai tra-


balhar. Comece com a primeira que aparece no seu relatório de
forças (depois você deve repetir o processo com todas as suas
forças de assinatura – uma por vez).

Leia mais uma vez a descrição da força e faça uma reflexão


mais profunda.

• Eu me identifico com esta força?

• Eu sinto que ela me representa e me descreve?

• Baseado em minha própria experiência, o que mais eu po-


deria dizer sobre essa força e que vai além da descrição que
eu li?

• De que modo eu tenho usado esta força?

• Em que momentos de minha vida eu usei essa força? Como


eu usei?

• Quais foram os resultados? Como eu me senti?

• Eu tenho senso de ownership em relação a esta força, isto é,


eu sinto que ela realmente me pertence?

12
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

Passo 2 – Verificação

Investigue, agora, como você está usando essa força


para desenvolver ou aprimorar cada uma das seis competên-
cias essenciais de coaching. Se você já é coach, pense em sua
relação com os seus coachees. Se você ainda não é coach,
pense em sua relação com as outras pessoas – afinal, todas
essas competências são importantes para os relacionamentos
em geral. Use esta tabela para orientar sua investigação. Co-
mece escrevendo o nome da força que você está trabalhando.
Depois, faça as reflexões pedidas.

FORÇA:

Eu uso esta força para estar totalmente presente em minha re-


Competência 1 lação com o coachee* (ou em meus relacionamentos em geral)?
ESCUTAR ATIVAMENTE Como estou fazendo isso?
Eu uso essa força para ouvir sem julgar? De que modo?

Eu uso esta força para criar conexão? Como?


Competência 2
Eu uso esta força para estar “afinado” com o coachee* e seus
SINTONIZAR
processos? Como?

Eu uso esta força para levar o coachee* a questionar suas crenças


Competência 3
limitantes, responsabilizar-se por seu desenvolvimento e entrar
DESAFIAR
em ação? Como?

Competência 4 Eu uso esta força para fazer o coachee* sentir-se apoiado? Como?
UTILIZAR O REFORÇO Eu uso esta força para entender o coachee* sob o ponto de vista
EMPÁTICO dele? Como?

Eu uso esta força para ter visão do todo? Como?


Competência 5
Eu uso esta força para perceber a relação entre os diferentes as-
TER VISÃO SISTÊMICA
pectos que compõem determinada situação? Como?

Competência 6: Eu uso esta força para conduzir o coachee* pelos diferentes es-
CONDUZIR O PROCESSO tágios da mudança até promover uma transformação positiva e
DE MUDANÇA sustentável?

*Observação: se você não for coach, substitua a palavra coachee nas colunas acima (corres-
pondentes às competências de 1 a 5) pelos nomes de pessoas com as quais você se relaciona.
Quanto à competência 6, adapte a pergunta para uma situação pessoal. Por exemplo: “Eu uso
essa força quando preciso mudar meus hábitos e comportamentos? Como?”

13
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

Com base em suas reflexões, assinale


no diagrama o
quanto você está usando essa força no que diz respeito às
competências essenciais. Use uma escala de 1 a 10 na qual 1 =
uso muito pouco ou quase não uso e 10 = sempre uso. Circule
no diagrama os números correspondentes.

Se você achar que pode estar usando essa força de


modo excessivo (conforme a descrição que você ouviu neste
podcast), em vez de assinalar um número, faça um x no círculo
externo laranja do diagrama (acima do número 10).

Passo 3 – Expandir, equilibrar, aumentar


• Pense em uma área de sua vida que você quer melhor, ou em
Se você marcou
alguma outra competência que você quer desenvolver. Como
10 em todas as Expandir
você pode expandir o uso dessa força para essa outra área ou
competências
competência?

Se você marcou • Reflita sobre a virtude que rege sua força. De que modo sua
acima de 10 em maneira de usar essa força está se desviando dessa virtude?
Equilibrar
uma ou mais O que você precisa fazer e mudar para voltar a se aproximar
competências dessa virtude?

• Faça um brainstorming. De que maneira você pode usar mais


essa força?
Se você marcou • No Passo 1, você refletiu sobre os momentos de sua vida nos
menos de 10 em quais você usou essa força. O que você tem a aprender com
uma ou mais Aumentar essas histórias de seu passado que irão ajudá-lo a usar sua força
competências* no presente?
• Inspire-se. Pense em pessoas que você admira e que expressam
essa força. O que elas fazem? O que você pode fazer a partir do
exemplo delas?

* Observação: a intensidade com que esta etapa será seguida dependerá da pontuação. Quan-
to mais baixa for a pontuação, mais intensa deverá ser a implementação desta etapa.

14
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

Passo 4 – Monitorar e ancorar a mudança

Organize as ações que você irá realizar para ex-


pandir, equilibrar ou aumentar o uso dessa força. Faça um
planejamento. Inclua pequenas ações diárias, que você possa
fazer regularmente a fim de ancorar a mudança, isto é, conso-
lidá-la e torná-la sustentável.

Se você for coach, lembre-se de que EXPANDIR,


EQUILIBRAR E AUMENTAR o uso das forças não é benéfi-
co apenas para a sua atuação profissional, mas para sua vida
como um todo. Por isso, pratique o desenvolvimento das seis
competências essenciais com todos ao seu redor. Por exem-
plo: suponha que sua principal força seja a gratidão. Ao ob-
servar sua pontuação no diagrama das forças, você percebeu
que não está usando essa força tanto quanto poderia. Além
de verificar como utilizar a gratidão mais intensamente em
sua prática profissional, você também pode começar a reali-
zar mais ações com as pessoas ao seu redor. Uma delas pode-
ria ser dedicar tempo e atenção para escutar ativamente um
amigo que está passando por um momento difícil, e demons-
trar que você se sente grato por ele confiar em você a ponto
de partilhar esse momento.

Monitore:
• As ações estão funcionando?

• Quais são os resultados?

• O que mudou?

• Como as pessoas estão reagindo à essa mudança?

15
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

• Qual o efeito disso nos seus relacionamentos?

• Como o coachee está reagindo?

• Como você se sente expandindo, equilibrando ou aumen-


tando sua força?

• O que mais você pode fazer?

Lembre-se de que você pode usar esse processo para


desenvolver quaisquer outras competências.

16
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

FO RÇ AS PA RA O DE SE NVOLVIME NTO
DE COMP E TÊ NCIAS
(para uso do coach)

FORÇA:

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17
COMPETÊNCIAS
ESSENCIAIS DO COACH
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

Competências essenciais do coach

Escutar ativamente
Você ouve com atenção, sem prejulgar, e permanece aberto
ao entendimento? Você está inteiramente presente ao ouvir?
A escuta ativa envolve a busca e a percepção de padrões ver-
bais que contenham sinais capazes de ajudar o coach a con-
tribuir para o processo. Quando as pessoas se sentem ouvidas
sem julgamentos, ficam à vontade para aumentar a autorreve-
lação (ou seja, revelam mais sobre si mesmas). Ouvir atenta e
sensivelmente faz o coachee se sentir valorizado e validado, o
que fortalece a confiança e, consequentemente, a parceria de
coaching.

Sintonizar
Sintonizar é criar conexão. É entrar na realidade do coachee
ao preparar-se para as sessões, durante elas, e após, ao plane-
jar as próximas. A palavra sintonia vem do grego syn (junta-
mente) e tonos (tensão). Em termos científicos, dois sistemas
estão em sintonia quando ressoam na mesma frequência. Em
termos de coaching, sintonia é estar afinado com o coachee
e alinhado com os processos pelos quais ele está passando
e com aqueles pelos quais ele ainda irá passar durante o co-
aching. Quanto mais o coach se interessar pelo coachee e
ampliar seu conhecimento sobre ele, mais sintonizado estará
com seu cliente.

Desafiar
Desafiar o coachee a questionar suas crenças limitantes, a
assumir responsabilidades, a comprometer-se e a entrar em
ação é um papel crucial do coach. Sem desafio, não é possível
tirar o coachee da zona de conforto, nem mudar crenças limi-
tantes e percepções restritas – o que é fundamental para que
ele possa avançar para as próximas fases de seu desenvolvi-

19
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

mento. Para desafiar, porém, é preciso desenvolver confiança


e empatia. Do contrário, em vez de aceitar o desafio, o coa-
chee pode ficar na defensiva e adotar uma postura ambígua
– ou até mesmo resistente – em relação à mudança.

Utilizar o reforço empático


O reforço empático é mais do que apenas empatia. É fazer o
coachee realmente se sentir apoiado pelo coach. Isso inclui
entender o coachee sob o ponto de vista dele, no contexto
em que ele está inserido, e compreender a dissonância (ou a
discrepância) que pode existir entre o ponto de vista dele e
a realidade. Sob essa perspectiva, o reforço empático consis-
te em utilizar as competências de comunicação interpessoal
para otimizar o modo como o coach provê desafios e apoio
ao coachee. Não é apenas um entendimento intelectual, mas
também um sentimento ou um processo experiencial de en-
tendimento.

Ter visão sistêmica


A visão sistêmica é uma competência que amplia a visão que
temos do mundo, dos outros e de nós mesmos. Ela permite o
desenvolvimento de processos estruturados e eficazes para
promover mudanças e transformações, desenvolver planeja-
mentos e encontrar novas opções e soluções. Você desenvol-
ve a visão sistêmica quando:

• É capaz de enxergar o todo, ou o quadro geral.

• Consegue perceber a relação entre os diferentes aspectos


que compõem determinada situação.

• Pensa em termos de processo, isto é, compreende que mu-


danças e melhorias duradouras não são instantâneas. Elas
começam com a conscientização e ocorrem em etapas, que
possuem começo, meio e fim. Esses processos são cíclicos
– estamos sempre mudando e buscando melhorias.

20
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

Conduzir o processo de mudança


A essência do coaching é levar o cliente do Ponto A ao Ponto
B, ou seja, ajudá-lo a ir de onde ele está agora para onde ele
quer chegar. Esse é, fundamentalmente, um resumo do pro-
cesso de atingir objetivos. No entanto, nessa jornada, mudan-
ças se fazem necessárias. Deixar para trás hábitos improduti-
vos e desenvolver novas competências e novas maneiras de
ver de ver o mundo requerem a mudança de comportamentos
que não está produzindo os resultados desejados. Para isso, o
coach deve ser capaz de conduzir o coachee pelos diferentes
estágios da mudança até que o cliente promova uma auto-
transformação positiva e sustentável.

21
IMPLEMENTAÇÃO
PARA O COACHEE
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

Preparação

Explique ao coachee o que são forças e a proposta


deste trabalho.

Peça que ele faça o teste gratuito do VIA e envie para você
o resultado antes da próxima sessão. Assim você terá tempo
para estudar as forças dele e se preparar melhor.

Passo 1– Exploração e ownership

Peça para o coachee escrever no diagrama o nome da for-


ça que ele vai trabalhar. Ele deve começar com a primeira que
aparece no seu relatório de forças (depois, o processo será
repetido com todas as forças de assinatura do coachee – uma
por vez).

Converse com o coachee sobre a descrição da força e


conduza-o em uma reflexão mais profunda. Pergunte:

• Você se identifica com esta força?

• Você sente que ela o representa e descreve?

• Baseado em sua própria experiência, o que mais você po-


deria dizer sobre essa força e que vai além da descrição já
discutida?

23
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

• De que modo você tem usado esta força?

• Em que momentos de sua vida você usou essa força? Como


você usou?

• Quais foram os resultados? Como você se sentiu?

• Você tem senso de ownership em relação a esta força, isto


é, você sente que ela realmente lhe pertence?

Passo 2 – Verificação

Qual competência o coachee quer desenvolver?


Peça que ele descreva em detalhes essa competência.

Investigue, agora, como o coachee está usando sua for-


ça para desenvolver a competência em questão.

Use esta tabela para orientar sua investigação

CO MP E TÊ N C IA FORÇA

• Que competência o coachee quer desen-


• Faça perguntas de aplicação da força com
volver?
foco nos elementos descritivos da compe-
• Como o coachee descreve essa compe-
tência.
tência?

24
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

Com base nas reflexões que o coachee acabou


de fazer, peça para assinalar o quanto está usando essa força
no que diz respeito à competência que ele quer desenvolver.
Use uma escala de 1 a 10 na qual 1 = uso muito pouco ou quase
não uso e 10 = sempre uso. Peça que ele circule no diagrama
do coachee os números correspondentes. O diagrama do co-
achee está no final deste roteiro. Você pode baixar, imprimir e
dar para ele preencher.

O coachee acha que pode estar usando essa força de modo


excessivo? Converse com ele a esse respeito. Se o uso
for de fato excessivo, em vez de assinalar um número, peça
para ele fazer um x na borda externa (laranja) do diagrama
(acima do número 10).

Passo 3 – Expandir, equilibrar, aumentar


• Verifique possíveis incongruências. Certifique-se de que o
coachee entendeu bem as descrições da força e da compe-
tência em questão.
Se o coachee • Se o coachee está usando plenamente essa força no que diz
Expandir
marcou 10 respeito à competência que ele quer desenvolver, por que
essa competência ainda não está plenamente desenvolvida?
• Que aspectos dessa força ele precisa expandir para usá-la no
desenvolvimento dessa competência?

• Conduza com o coachee uma reflexão sobre a virtude que


Se o coachee
rege sua força. De que modo a maneira como ele está usando
marcou Equilibrar
essa força se desvia da virtude que a rege? O que ele precisa
acima de 10
fazer e mudar para voltar a se aproximar dessa virtude?

25
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

• Faça um brainstorming com o coachee. De que maneira ele


pode usar mais essa força?
• No Passo 1, o coachee refletiu sobre os momentos de sua
Se o coachee
vida nos quais ele usou essa força. O que ele tem a aprender
marcou
Aumentar com essas histórias de seu passado que irão ajudá-lo a usar
menos de 10*
sua força no presente?
• Peça ao coachee para pensar em pessoas que ele admira e
que expressam essa força. O que elas fazem? O que ele pode
fazer a partir do exemplo delas?

* Observação: a intensidade com que esta etapa será seguida dependerá da pontuação. Quanto
mais baixa for a pontuação, mais intensa deverá ser a implementação desta etapa.

Passo 4 – Monitorar e ancorar a mudança

Organize com o coachee as ações que ele irá realizar


para expandir, equilibrar ou aumentar o uso dessa força. Faça
um planejamento. Inclua pequenas ações diárias, que ele possa
fazer regularmente a fim de ancorar a mudança, isto é, consoli-
dá-la e torná-la sustentável.

Combine com a coachee a monitoria para as


próximas sessões:

• As ações estão funcionando?

• Quais são os resultados?

• O que mudou?

• Como as pessoas estão reagindo à essa mudança?

• Qual o efeito disso nos seus relacionamentos?

26
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

• Como ele se sente expandindo, equilibrando ou aumentan-


do sua força?

• O que mais ele pode fazer?

O mesmo processo pode ser usado


novamente para desenvolver quaisquer outras competências
que o coachee queira desenvolver.

27
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

FO RÇ AS PA RA O DE SE NVOLVIME NTO
DE COMP E TÊ NCIAS
(para uso do coachee)

FORÇA:

Co m p e tê n c i a :

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28
O QUE MAIS VOCÊ
P O D E U SAR
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

O processo de desenvolvimento de competências ge-


ralmente envolve mudanças. Para auxiliá-lo nesse processo,
você pode usar o que você aprendeu no Módulo 4 (Roadmap,
Planejamento e Mudança) e no Módulo 7 (Ensaio Mental e En-
saio Dramático) da Fase 2 deste treinamento (Ferramentas de
Coaching).

Você irá aprofundar-se ainda mais nesse tema


na Fase 4 (Psicologia Positiva Aplicada), ao aprender a apli-
car os princípios da mudança intencional, que são expostos
no Módulo 2 (Sonho – Alvo: Onde Eu Quero Chegar?). As for-
ças, bem como sua relação com missão pessoal e valores, são
abordadas no Módulo 4 (Missão: Quais Recursos Eu Possuo?).
E as bases da aquisição de novas capacidades são descritas
no Módulo 5 (Construção – Habilidades: Como Desenvolvo No-
vas Competências?).

Ao concluir todas as 4 fases deste trei-


namento e fazer as práticas recomendadas em cada módulo,
você terá a oportunidade de consolidar todo esse conheci-
mento para que o seu processo de forças para o desenvolvi-
mento de competências seja ainda mais eficaz.

30
R E L AÇ ÃO DA S
FORÇAS E VIRTUDES
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

SABEDORIA
Usar o conhecimento para o bem comum; dar significado à vida.
FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO

Prazer em adquirir e
dominar novas habilidades
Amor ao e conhecimentos; ampliar e Acomodação
Dogmatismo Pedantismo
aprendizado aprofundar conceitos e ideias; intelectual
construir sistemicamente seu
próprio saber.

Ter visão estratégica; conectar


informações e enxergar o todo;
Perspectiva traduzir situações de modo que Insensatez Superficialidade Inacessibilidade
façam sentido para si e para os
outros.

Pensar em formas diferentes e


mais produtivas de criar, fazer
Criatividade Obviedade Conformismo Excentricidade
e agir; compromisso com a
inovação; gosto pela criação.

Buscar caminhos diferentes


pelo prazer de explorar o que é
Curiosidade Tédio Desinteresse Bisbilhotice
novo; fascínio pelas descobertas;
interesse pelo mundo ao redor.

Tendência à reflexão e à
ponderação, flexibilidade para
rever suas conclusões quando
Critério Credulidade Ineficácia Cinismo
apresentado aos fatos, não
toma decisões precipitadas ou
impulsivas.

GLOSSÁRIO
Acomodação intelectual – parar de aprender, contentar-se com o que já sabe.
Bisbilhotice – desejo descontrolado de saber da vida alheia, indiscrição.
Cinismo – tendência a desconfiar de tudo e esperar o pior das pessoas.
Conformismo – sujeitar-se a padrões por medo de ser diferente.
Credulidade – acreditar em tudo, sem discernimento.
Desinteresse – falta de interesse ou mesmo de motivação.
Dogmatismo – impor uma visão de mundo que não admite contestação.
Excentricidade – extravagância, esquisitice.
Inacessibilidade – não ser acessível às outras pessoas, não ter paciência com os outros.
Ineficácia – não ser eficaz, não gerar resultados.
Insensatez – agir de modo inconsequente, falta de senso comum.
Obviedade – não sair do lugar comum, mediocridade, banalidade.
Pedantismo – colocar-se no papel de um sabe-tudo, acima dos demais.
Superficialidade – não se aprofundar em nada, ter opiniões rasas.
Tédio – monotonia resultante da mesmice, da repetição cotidiana.

32
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

H U M A N I DA D E
Ver a si mesmo nos outros e os outros em si mesmo; ser socialmente construtivo.
FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO

Postura cognitiva,
comportamental e emocional
voltada para o outro, valorização
Amor Misantropia Isolamento Desregramento
dos relacionamentos e do
contato humano, capacidade de
se comprometer e de se doar.

Sensibilidade para lidar com as


próprias emoções e com as dos
Inteligência outros, agir com desenvoltura
Autoengano Insensibilidade Estereotipar
social em diferentes situações sociais,
saber como deixar as pessoas à
vontade.

Reconhecer uma humanidade


comum na qual o outro é digno
de atenção e afirmação por sua
Generosidade Crueldade Indiferença Ingerência
própria existência, e não por
razões utilitárias. Ter compaixão
e ajudar.

GLOSSÁRIO
Autoengano – enganar-se (neste contexto, achar que pode prescindir das pessoas).
Crueldade – desumanidade, provocar dor e sofrimento.
Desregramento – relacionar-se com os outros sem regras de respeito e consideração.
Estereotipar – generalizar, pré-julgar.
Indiferença – não reconhecer a importância de algo ou de alguém, não se envolver.
Ingerência – interferência indevida, meter-se onde não foi chamado.
Insensibilidade – falta de empatia e tato ao lidar com os outros.
Isolamento – evitar o convívio social.
Misantropia – sentir repulsa pela humanidade.

33
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

JUSTIÇA
Qualidade ética que orienta a conduta autoconsistente; princípio regulador
das relações sociais baseadas no respeito e na dignidade.
FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO

Valorizar e participar do esforço


coletivo, saber somar forças
Trabalho em com outras pessoas em prol Mentalidade
Narcisismo Egocentrismo
equipe de um objetivo em comum, grupal
contribuição em benefício do
grupo.

Tratar as pessoas com isenção,


de forma justa e igualitária. Dar a
Equidade Preconceito Partidarismo Alheamento
todos o benefício da dúvida, não
prejulgar.

Motivar e guiar pessoas para que


Liderança Sabotagem Conformismo Despotismo
algo seja realizado.

GLOSSÁRIO
Alheamento – perder-se em ideais e desconsiderar o aspecto humano.
Conformismo – aceitar tudo, não ousar e não questionar.
Despotismo – excesso de autoritarismo.
Egocentrismo – achar que o mundo gira ao seu redor, pensar apenas em si mesmo.
Mentalidade grupal – fechar-se num grupo a ponto de perder a individualidade.
Narcisismo – admiração ou paixão excessiva por si mesmo ou por sua imagem.
Partidarismo – tomar partido a ponto de perder o senso crítico, agir sem isenção.
Preconceito – discriminar e rejeitar com base em opiniões pré-concebidas.
Sabotagem – agir para prejudicar o trabalho de alguém ou o funcionamento de algo.

34
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

CORAGEM
Decisão consciente e deliberada de enfrentar riscos para atingir objetivos
e arcar com as consequências dessa decisão.
FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO

Persistir apesar dos obstáculos,


terminar o que começou, sentir
Perseverança Volubilidade Displicência Obsessão
satisfação ao concluir um
empreendimento ou atividade.

Ser coerente consigo mesmo


e com seus valores, ser
genuíno e sincero, assumir
Integridade Falsidade Artificialismo Ortodoxia
responsabilidade por seus
atos, agir com probidade e
honestidade.

Enfrentar com destemor


desafios, ameaças, dificuldades
ou dor. Agir com firmeza de
Bravura Covardia Medo Temeridade
caráter mesmo que venha a
tomar uma atitude incomum ou
impopular.

Viver a vida com ímpeto e


paixão, contagiar os outros
Vitalidade com sua energia, ser otimista e Apatia Contenção Hiperatividade
determinado, encarar o dia a dia
com entusiasmo e vigor.

GLOSSÁRIO
Apatia – falta de emoção e de energia, inércia.
Artificialismo – ser artificial, superficial, dissimulado. Não mostrar quem você é.
Contenção – reprimir-se, conter-se, evitar a expansão.
Covardia – não assumir responsabilidades, fugir da verdade.
Displicência – agir com negligência e frivolidade.
Falsidade – alimentar mentiras, deturpar fatos, agir com desonestidade.
Hiperatividade – agitação excessiva, movimento frenético, sem foco ou direção.
Medo – receio de fazer qualquer coisa, ter preocupações debilitantes.
Obsessão – compulsão, apego excessivo, não perceber quando é hora de mudar.
Ortodoxia – rigidez excessiva ao seguir princípios, tornando-os limitados e limitantes.
Temeridade – desconsiderar riscos e colocar a si mesmo e aos outros em perigo.
Volubilidade – ser inconstante, instável, mudar facilmente suas ideias e suas ações.

35
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

TRANSCENDÊNCIA
Ascender, elevar-se, conectar-se a algo que está acima e além
de nossas próprias limitações.
FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO
Ter uma crença e um compromisso
com o transcendente, com o
Espiritualidade aspecto da existência que muitos Alienação Anomia Fanatismo
chamam de universal, superior,
ideal, sagrado ou divino.
Perceber e valorizar a beleza e
a excelência onde quer que se
Apreciação da
manifestem – mesmo no que é
beleza e da Maledicência Impassibilidade Esnobismo
diferente e não convencional.
excelência
Elevar-se e deixar-se inspirar pelo
que é belo.
Olhar com otimismo para o
futuro e para o que ele pode
Esperança trazer, ao mesmo tempo em que Desespero Ceticismo Ingenuidade
se constroem os caminhos para
chegar a esse futuro.
Resposta psicológica positiva
a algo bom que foi recebido;
Gratidão consciência de ser o recipiente de Ingratidão Desconsideração Bajulação
dádivas ou mesmo bênçãos, saber
se mostrar agradecido.
Saber rir de si mesmo, fazer
as outras pessoas rirem, saber
Humor demonstrar leveza e graça diante Chatice Literalidade Ridicularização
de situações que poderiam causar
irritação e frustração.

GLOSSÁRIO
Alienação – não ter consciência de si mesmo, dos outros e do mundo ao redor.
Anomia – sentir-se à deriva, sem regras ou princípios.
Bajulação – elogios exagerados e falsos, feitos com o intuito de agradar.
Ceticismo – descrença, incredulidade.
Chatice – estar sempre aborrecido com algo, ignorar o lado divertido das coisas.
Desconsideração – agir como se tivesse direitos adquiridos, ignorar contribuições.
Desespero – desalento, desesperança, desânimo profundo.
Esnobismo – achar que seu gosto é superior, desprezar quem não tem o mesmo gosto.
Fanatismo – adesão cega e irracional a alguma coisa, o que gera intolerância.
Impassibilidade – falta de sensibilidade, dificuldade de se conectar a emoções.
Ingenuidade – ser simplista por falta de maturidade, experiência ou sabedoria.
Ingratidão – não ser grato nem reconhecido, não ter apreço por quem o ajudou.
Literalidade – levar tudo ao pé da letra, não ter sutileza para entender o humor.
Maledicência – colocar defeito em tudo, falar de modo negativo e destruidor.
Ridicularização – desprezo, grosseria, zombaria, escárnio, desdém.

36
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

TEMPERANÇA
Buscar o equilíbrio; harmonizar; ter limites saudáveis e controlar impulsos.
FORÇAS DEFINIÇÕES OPOSTO AUSÊNCIA EXCESSO
Não se achar melhor nem pior do
que os outros. Não buscar ser o
Humildade centro das atenções – deixar que Arrogância Presunção Autodepreciação
suas ações falem por você. Ter
consciência de suas limitações.
Ser capaz de administrar o próprio
comportamento e saber controlar
Autocontrole Impulsividade Autocomplacência Inibição
as emoções. Ter autodisciplina e
força de vontade.
Pesar os prós e os contras ao
tomar decisões, agir com cautela
Prudência Imprudência Aventureiro (a) Estagnação
e assumir riscos calculados, ser
precavido, calmo e paciente.
Saber perdoar os outros e a si
mesmo, não guardar mágoas
Perdão e ressentimentos, ser capaz de Ressentimento Impiedoso (a) Permissividade
se libertar do passado e seguir
adiante.

GLOSSÁRIO
Arrogância – ter um senso exagerado de sua própria importância, humilhar os outros.
Autocomplacência – ser muito indulgente consigo mesmo, justificar-se o tempo todo.
Autodepreciação – desvalorizar-se, humilhar-se.
Aventureiro – sem destino ou objetivo, inconstante, errático.
Estagnação – paralisia, ausência de movimento e de desenvolvimento.
Impiedoso – que não tem piedade ou clemência, implacável, brutal.
Imprudência – leviandade, precipitação, agir descuidadamente.
Impulsividade – agir por impulso, sem refletir ou ponderar.
Inibição – vergonha de se expor, timidez, constrangimento.
Permissividade – aceitar ou tolerar tudo, não colocar limites.
Presunção – vaidade, petulância, insolência, atrevimento.
Ressentimento – acumular mágoas e ofensas, nutrir a amargura.

37
COMO USAR A
TABELA DAS
FORÇAS
• Comece refletindo sobre o significado das suas forças de assinatura e das vir-
tudes a elas associadas. O que isso pode trazer para a sua vida? Os podcasts
Forças Para o Desenvolvimento de Competências são representados por cartas
com imagens simbólicas das forças e virtudes. Ao ouvir os podcasts, use as
imagens como elementos de reflexão.

• Cada tabela com um grupo de virtudes é seguida por um glossário que explica,
no contexto das forças, as expressões usadas nas categorias oposto, ausência
e excesso.

• Tanto a ausência quanto o excesso devem ser entendidas em um contínuo. Quan-


to mais excessivo for o uso, maior a aproximação com as características com-
portamentais expressas pelo excesso. Quanto menos a força for usada, maior a
aproximação com as características comportamentais expressas pela ausência.

• A noção de contínuo indica que o desequilíbrio no uso das forças é um pro-


cesso gradativo (observe o gráfico a seguir), que pode variar de acordo com
a situação. Por exemplo, quando usada em excesso, a força da liderança con-
duz ao despotismo. O despotismo, porém, está no extremo do contínuo. Uma
pessoa que exibe comportamentos autoritários quando está sob pressão não
é necessariamente um déspota, mas já está dando sinais de que a força da li-
derança está em desequilíbrio, o que resulta em um impacto negativo para ela
e para os que a cercam. A mesma lógica se aplica em relação ao outro extremo
do contínuo, a ausência. Usando o mesmo exemplo, a ausência da liderança é o
conformismo. Uma pessoa que está passando por um momento de desânimo
e falta de motivação pode se sentir menos combativa e relaxar alguns padrões.
É evidente que isso pode trazer consequências negativas. No entanto, não dá
para afirmar que essa pessoa já se tornou conformista. Analise cuidadosamente
os sinais – e os graus – de excesso e de ausência antes de tirar conclusões.

• O uso equilibrado e pleno indica a aproximação da força com a virtude a qual


ela está alinhada.

• O oposto da força indica situações nas quais o desequilíbrio é muito mais pro-
fundo. De modo geral, uma pessoa só percebe que está nessa situação depois
de enfrentar alguma consequência altamente negativa, ou após chegar a um
estado de grande sofrimento, perda ou frustração. Também é possível que essa
pessoa esteja enfrentando conflitos de relacionamento com alguém no qual ela
percebe ou projeta características opostas às das suas forças. Em quaisquer
dos casos, o caminho é sempre buscar o equilíbrio de suas próprias forças com
base nas virtudes.

O Contínuo das Forças

EXEMPLO: LIDERANÇA
USO IRREGULAR (-) USO EQUILIBRADO USO IRREGULAR (+)
Coragem
Virtude:

Ausência: Excesso:
Conformismo Despotismo
Oposto:
Sabotagem
M É TO DO E
NOMENCLATURA
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

1. Existem vários métodos e sistemas que usam o nome de “forças”. Neste trei-
namento, usamos as “forças de caráter” – pesquisadas por Peterson e Selig-
man e identificadas por meio do teste do VIA Institute On Character.

2. No livro Felicidade Autêntica (2004), Seligman colocou a força da inteligência


social sob a virtude da sabedoria, e o zest ou vitalidade – também traduzido
como animação – sob a virtude da transcendência. Posteriormente, no mesmo
ano, essas forças foram reclassificadas por Seligam e Peterson. Por essa razão,
no livro Character Strengths and Virtues: A Handbook and Classification (tam-
bém de 2004), a inteligência social aparece como força da humanidade, e a
vitalidade ou zest, como força da coragem. É esta classificação mais recente
que está sendo utilizada neste treinamento.

3. Devido a questões de tradução, algumas forças e virtudes classificadas por


Peterson e Seligman podem ter nomes diferentes, dependendo da fonte con-
sultada. Nesses casos, contudo, aplicam-se as mesmas definições. Veja a se-
guir uma relação dos diferentes nomes que você pode encontrar:

• Autocontrole – autorregulação

• Critério – mente aberta

• Equidade – justiça

• Generosidade – bondade

• Integridade – honestidade

• Perseverança – persistência

• Temperança – moderação

• Trabalho em equipe – cidadania

• Vitalidade – zest, entusiasmo ou animação

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LEITURAS
RECOMENDADAS
SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

• Character Strengths and Virtues: A Handbook and Classification (Oxford Uni-


versity Press, 2004). Escrito por Christopher Peterson e Martin Seligman, este
livro o estudo e a classificação que deram origem a todo o trabalho de coaching
de forças que você está aprendendo a fazer. É uma leitura de extrema importân-
cia para quem deseja se especializar no assunto.

• Character Strengths Matter – How to Live a Full Life (Positive Psychology News,
2015). Editado por Shannon Polly e Kathryn Britton, este livro parte do princípio
de que, para viver uma vida plena, é necessário aplicar suas forças de caráter a
serviço de você mesmo, de sua família, de seu trabalho, de sua comunidade e
de seu mundo. “Quando as pessoas estão conscientes de suas próprias forças,
elas as usam mais intencionalmente para seu benefício e para o benefício das
pessoas ao redor”, explicam as editoras. É esse o processo descrito no livro.

• Character Strengths: Research and Practice (artigo publicado no Journal Jour-


nal of College and Character, 2009, disponível no link: https://www.tandfonline.
com/doi/abs/10.2202/1940-1639.1042). Os autores Nansook Park e Christopher
Peterson fornecem uma visão geral do projeto Values in Action (VIA), que clas-
sificou e mediu as 24 forças que você está aprendendo a usar neste treinamen-
to. O artigo discute meios de reconhecer e cultivar as forças de caráter, e de
usá-las para educação e desenvolvimento pessoal.

• Semeando a Felicidade – Psicologia Positiva Aplicada – A Ciência do Bem-Estar


e da Realização Máxima (SBCoaching Editora, 2016). Flora Victoria escreveu
este livro com base em sua dissertação de mestrado em psicologia positiva
aplicada pela Universidade da Pensilvânia. Na obra, são descritos os pilares da
felicidade – entre os quais as forças, abordadas no Capítulo 3 – Engajamento e
o Uso de Forças e Virtudes.

• Strengths of Character, Orientations to Happiness, and Life Satisfaction (artigo


publicado em The Journal of Positive Psychology, 2007). Neste artigo, Chris-
topher Peterson, Willibald Ruch, Ursula Beermann, Nansook Park e Martin Se-
ligman investigam as forças que estão mais associadas à satisfação com a vida.
As implicações disso, bem como a possibilidade de desenvolver essas forças,
também são abordadas pelos autores.

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SBCOACHING ROTEIRO DE IMPLEMENTAÇÃO

• The Power of Character Strengths: Appreciate and Ignite Your Positive Per-
sonality (VIA Institute on Character, 2019). Este livro é de dois dos principais
principais especialistas em forças, Ryan Niemiec e Robert McGrath, e é editado
pelo VIA, o instituto responsável pelos testes e relatórios de forças que já foram
usados por mais de oito milhões de pessoas em todo o mundo.

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