Você está na página 1de 3

Português

Análise
Externamente o poema é constituido por 5 estrofes todas elas
constituidas por quintilhas.
Quanto ao esquema rimático :
1ª Estrofe - a/b/a/a/b ;
2ª Estrofe - c/d/c/c/d
3ª Estrofe - g/f/g/g/f
4ª Estrofe - h/i/h/h/i
5ª Estrofe - j/l/j/j/l
Quanto ao tipo de rimas: cruzadas (a/b/a), interpoladas
(b/a/a/b) e emparelhadas (b/a/a/b)
Quanto à escansão métrica :
Versos em redondilha maior (7 sílabas métricas).

Na terceira estrofe há a repetição “Eras sobre era …/ No tempo


em que eras vem.” que salienta a passagem de tempo.

Recursos Estilísticos
Encontramos também uma antítese em “Do dia claro/ Da erma
noite” que nos remete há escuridão do desconhecido "erma
noite " em contraste com a luminosidade do saber "Do dia
claro".
Na última estrofe há a enumeração “Grécia, Roma,
Cristandade/Europa” indicando que estes países chegaram ao
fim derrotados pelo tempo.
Por fim o sujeito poético termina com uma interrogação retórica
apelando assim à verdade que não quer ser vivida pelos
portugueses bem como um apelo ao quinto império.
Encontramos também uma antítese em “Do dia claro/ Da erma
noite” que nos remete há escuridão do desconhecido "erma
noite " em contraste com a luminosidade do saber "Do dia
claro".
Na última estrofe há a enumeração “Grécia, Roma,
Cristandade/Europa” indicando que estes países chegaram ao
fim derrotados pelo tempo.
Por fim o sujeito poético termina com uma interrogação retórica
apelando assim à verdade que não quer ser vivida pelos
portugueses bem como um apelo ao quinto império.

A Mensagem de Fernando Pessoa é constituída por 3 partes,


sendo elas, o “Brasão”, o “Mar Português” e “O Encoberto”.
Sendo que " O Encoberto" divide-se em 3 partes: “Os
Símbolos” , “Os Avisos” e “Os Tempos”
O poema "Quinto Império" encontra-se em "Os Símbolos"

 Na 1.ª estrofe, o sujeito poético lamenta a sorte daqueles que vivem felizes. Ela
inicia-se com a oposição «triste» / «contente»: na perspetiva do sujeito poético,
a alegria do conformista é triste para ele mesmo, já que ignora o prazer que a
aventura que se segue ao sonho lhe pode proporcionar em termos pessoais, e é
triste para a sociedade de que faz parte pela razão de que sem ideais e sonhos e
sem a ousadia de os tentar concretizar, a sociedade não evolui, estagna e torna-
se decadente.
         O ato de sonhar acordado leva quem sonha a agir no sentido de buscar outra
realidade através da libertação daquela (a rotineira e banal) que conhece, tal como
aconteceu com Ícaro, que quis libertar-se da ilha de Creta, onde se encontrava
prisioneiro, voando com as asas de penas e cera que os eu pai, Dédalo, construiu
para ele. Foi o sonho que impulsionou Ícaro a voar, daí a referência ao «erguer da
asa» no verso 3. O mito grego exemplifica o sonhador que ousa pôr em prática os
sonhos, chegando a morrer por eles, como Ícaro.
         A referência à lareira onde arde «mais rubra a brasa» relaciona-se com antigos
costumes romanos, já que era costume, sempre que os romanos mudavam de cidade,
levar parte das brasas que ardiam nas lareiras das suas antigas casas para as novas,
para manter viva a ligação à respetiva terra de origem. Assim, a brasa que arde mais
intensamente («mais rubra») é um sinal de partida recusado por aquele que está
«Contente com o seu lar» e que, portanto, não deseja a mudança.
         O oximoro que inicia a segunda estrofe retoma a ideia que inicia o poema,
agora através de uma frase exclamativa que expressa o desdém do sujeito poético
face à aceitação da rotina como se de uma atitude positiva se tratasse; deste modo,
o sujeito poético desmistifica o conceito de «felicidade» aceite pela sociedade em
geral e que assenta na valorização da vida ao nível mais rudimentar - a vida instintiva
ou «a lição da raiz». A lição que podemos retirar da raiz é simples: quem vive apenas
por viver, sem sonhos e ideais («porque a vida dura» - v. 7) é semelhante a uma raiz:
vive como se estivesse sepultado. Os nomes «raiz« e «sepultura» associam-se ao
imobilismo e à ausência de vida e de sonho. Por outro lado, a forma verbal «dura» (v.
7) remete para a existência enquanto mero passar do tempo. Assim, quem «Vive
porque a vida dura» não a aproveita e limita-se a existir, a sobreviver. Esta aceitação
da vida segundo os instintos conduz à morte do indivíduo porque a vida digna de ser
vivida é a que é orientada pelos mitos, pelo sonho, pela loucura de sinal positivo
(vide poema “D. Sebastião”), pela partida em direção a horizontes desconhecidos,
pela vitória sobre o Mostrengo «porque quem passar além do Bojador / Tem que
passar além da dor» (“Mar Português”), pela vontade de chegar «lá» custe o que
custar, animado pela fé em Deus («Cheio de Deus, não temo o que virá» - “D.
Fernando”). O apego ao conforto do lar, ao espaço familiar, o medo do
desconhecido, a fraqueza anímica conduzem à «sepultura», pois só a busca da
plenitude confere imortalidade.

Você também pode gostar