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Turma: 12º3

Disciplina: Português

MENSAGEM
“O Quinto Império”

Beatriz Morais
Bianca Torrinha
Diogo Gavazzi
Eva Brito
Índice
⇒ Transcrição do poema “O Quinto Império” - 3;
⇒ Análise formal do poema - 4;
⇒ Inserção do poema na estrutura interna da obra - 5;
⇒ Análise do conteúdo do poema - 7;
⇒ Intertextualidade com Os Lusíadas - 13;
⇒ Conclusão - 14;
⇒ Fontes bibliográficas - 15.

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O Quinto Império
Triste de quem vive em casa, E assim, passados os quatro
Contente com o seu lar, Tempos do ser que sonhou,
Sem que um sonho, no erguer de asa, A terra será teatro
Faça até mais rubra a brasa Do dia claro, que no atro
Da lareira a abandonar! Da erma noite começou.

Triste de quem é feliz! Grécia, Roma, Cristandade,


Vive porque a vida dura. Europa — os quatro se vão
Nada na alma lhe diz Para onde vai toda idade.
Mais que a lição da raiz — Quem vem viver a verdade
Ter por vida a sepultura. Que morreu D. Sebastião?

Eras sobre eras se somem 21-02-1933


Mensagem. Fernando Pessoa. Lisboa: Parceria
No tempo que em eras vem. António Maria Pereira, 1934 (Lisboa: Ática,
Ser descontente é ser homem. 10ª ed. 1972). - 82.

Que as forças cegas se domem


Pela visão que a alma tem!
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“O Quinto Império”
Análise Formal
O Quinto Império
Quanto às estrofes:
Triste de quem vive em casa, E assim, passados os quatro
O poema é constituído por 5
Contente com o seu lar, Tempos do ser que sonhou,
estrofes, todas elas quintilhas.
Sem que um sonho, no erguer de asa, A terra será teatro
Faça até mais rubra a brasa Do dia claro, que no atro
Da lareira a abandonar! Da erma noite começou. Relativamente ao tipo de rima e
esquema rimático:
Triste de quem é feliz! Grécia, Roma, Cristandade, 1.ª estrofe - a/b/a/a/b
Vive porque a vida dura. Europa — os quatro se vão 2.ª estrofe - c/d/c/c/d
Nada na alma lhe diz Para onde vai toda idade. 3.ª estrofe - e/f/e/e/f
Mais que a lição da raiz — Quem vem viver a verdade 4.ª estrofe - g/h/g/g/h
Ter por vida a sepultura. Que morreu D. Sebastião?
5.ª estrofe - i/j/i/i/j

Eras sobre eras se somem


No tempo que em eras vem.
Rimas cruzadas: (a/b/a)
Ser descontente é ser homem. Rimas interpoladas: (b/a/a/b)
Que as forças cegas se domem Rimas emparelhadas: (b/a/a/b)
Pela visão que a alma tem! 4
“O Quinto Império”
Análise

A obra Mensagem de Fernando Pessoa é constituída por três partes:

Parte I Parte II Parte III


“Brasão” “Mar Português” “O Encoberto”
Nascimento; Expansão; Fim ou decadência;
Fundadores da nação. Afirmação do império. Império espiritual, moral
e civilizacional.
“Ulisses” “Epitáfio de Bartolomeu Dias”
“O Conde D. Henrique” “Os Colombos”
“O Quinto Império”

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“O Quinto Império”
Análise

Pax in excelsis (Paz nas alturas) “O Encoberto”

O poema encontra-se na parte III da obra, “O Encoberto”

“O Encoberto” é caracterizado por: Divide-se em três partes:


⇒ Presente de sofrimento e de mágoa; I -”Os Símbolos”
⇒ Sebastianismo/Mito Sebastianista - o sonho que moveu II -”Os Avisos”
D. Sebastião irá conduzir os portugueses à construção do III -”Os Tempos”
Quinto Império;
⇒ Vinda do Encoberto, na figura de D. Sebastião.

O poema situa-se em “Os Símbolos”, caracterizado por:


⇒ Figuras que marcaram o passado e que são cruciais para a
construção do quinto império - (sebastianismo). 6
“O Quinto Império”
Análise - 1.ª estrofe

Triste de quem vive em casa, ⇒ Pessoa pretende mostrar que na


Contente com o seu lar, vida o mais importante é o sonho, e
Sem que um sonho, no erguer de asa, fá-lo com um oxímoro (“Triste...
Faça até mais rubra a brasa
Contente”), criticando não só aqueles
Da lareira a abandonar!
que se adaptam perante a vida, mas o
facto de serem felizes e de não
Simbologias:
sonharem;
⇒ Lar - Conforto, comodidade;
⇒ Asa - Liberdade.
⇒ Ou seja, sem o sonho a vida é
triste, mesmo no conforto do lar.

7
“O Quinto Império”
Análise - 2.ª estrofe

Triste de quem é feliz! ⇒ Pessoa retoma a ideia explicita na 1.ª estrofe


Vive porque a vida dura. através de uma anáfora (“Triste de quem”, v.1;
Nada na alma lhe diz “Triste de quem”, v.2). Enfatizando uma vez mais
Mais que a lição da raiz —
a tristeza daqueles que vivem de forma passiva,
Ter por vida a sepultura.
ausentes de um espírito sonhador;

⇒ Quem é feliz limita-se a viver só “porque a


vida dura”;

⇒ Conclui que na essência do homem está a


morte e a mesma é inevitável.

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“O Quinto Império”
Análise - 3.ª estrofe

Eras sobre eras se somem ⇒ Pessoa usa a repetição do vocábulo “eras” para
No tempo que em eras vem. passar a ideia de mudança de tempo. O tempo passa
Ser descontente é ser homem. e a vida muda, porém, o descontentamento do
Que as forças cegas se domem homem mantém-se
Pela visão que a alma tem!
⇒ Afirma também que as nossas forças residem na
nossa alma e nos nossos sonhos.

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“O Quinto Império”
Análise - 4.ª estrofe

E assim, passados os quatro ⇒ Pessoa faz mais uma das suas “previsões” do
Tempos do ser que sonhou, futuro. Mostra que com o passar do Tempos, a
A terra será teatro Terra será o palco em que tudo começará de novo.
Do dia claro, que no atro
Da erma noite começou.
Impérios do passado (de
“quatro Tempos”
matéria) que serão
Simbologias: = substituídos por um novo
quatro impérios
⇒ Noite - Morte; Fim. império

Império do futuro (espiritual)


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“O Quinto Império”
Análise - 5.ª estrofe

Grécia, Roma, Cristandade,


Europa — os quatro se vão ⇒ Pessoa refere os quatro impérios
Para onde vai toda idade. antigos para destacar a semelhança com o
Quem vem viver a verdade Homem: Nascem, envelhecem e morrem,
Que morreu D. Sebastião? chegando a desaparecer.

Simbologias: ⇒ Nos últimos dois versos, com uma


⇒ D. Sebastião - O rei que morreu na terra interrogação retórica, destaca o mito de
mas nasceu para o mito com a promessa de D. Sebastião como solução para os
voltar para conduzir a Nação à glória: “O problemas de um Portugal cinzento,
Quinto Império”. . acomodado e triste.

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“O Quinto Império”
Análise

É possível dividir o poema em duas partes:

Primeiras três
A vivência humana e a importância do sonho
estrofes

Duas últimas
Anúncio de um novo império
estrofes

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A Mensagem
Análise

Relação entre a Mensagem e Os Lusíadas:

assim como

Camões mitificou o povo português e Pessoa acredita na grandeza do povo português e


dedicou a sua obra a D. Sebastião, que serão eles a criar o Quinto Império

⇒ Pessoa critica aqueles que não procuram novas aventuras, enaltecendo e


glorificando aqueles que foram atrás de novas experiências, assim como
Camões.

⇒ Ambas as obras exaltam o espírito patriota lusitano e elevam-no a níveis


quase divinos, ambas evocam as memórias de um passado glorioso e preveem
um futuro grandioso para o povo português.

13
Conclusão
⇒ "O Quinto Império" envolve a ideia de que Portugal tem uma
missão espiritual única e está destinado a um quinto império que
transcende os impérios anteriores;

⇒ O poema reflete a complexidade da visão de Pessoa sobre o


destino e a missão de Portugal, incorporando elementos de
mitologia, história e simbolismo.

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Fontes Consultadas:
⇒http://arquivopessoa.net/textos/96

⇒https://portugues-fcr.blogspot.com/2013/04/o-quinto-imperio.html

⇒https://notapositiva.com/a-mensagem-e-os-lusiadas/#

⇒PAIS, Amélia Pinto Pais. Para Compreender Fernando Pessoa, Areal Editores, 1ª edição, Porto, 1996.

⇒REAL, Miguel. Mensagem de Fernando Pessoa, Edições Parsifal, 1ª edição, Lisboa, 2013.

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