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Crónica de D.joão I - Resumos e Exercícios
Crónica de D.joão I - Resumos e Exercícios
JOÃO I
Fernão Lopes
Sebenta português 12 ano
A data de sua morte é incerta, mas consta-se que terá morrido com cerca de 80m
anos de idade.
Das crónicas que escreveu sobre a história de Portugal restam-nos apenas três
identificadas com segurança: a Crónica de D. Pedro, a Crónica de D. Fernando e
a Crónica de D. João I.
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• Povo:
Estilo
• Objetividade vs subjetividade
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• Conjugação de planos – planos gerais (focalização da cidade e dos atores coletivos que
nela intervêm) e planos de pormenor (incidência em grupos de personagens e/ou
situações particulares).
A crise de 1383-1385
O povo português temia este acordo, pois se D. Beatriz falecesse antes de dar à
luz um filho varão, Portugal perderia a sua independência.
• D. João, filho do Rei Pedro I de Portugal e D. Inês – acabou por ser preso;
• João, Grão-Mestre de Avis, filho bastardo de D. Pedro I – filho de D. Teresa
Lourenço, aia de Inês de Castro.
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D. João, Mestre de Avis, apoiado por um grupo de nobres, entre os quais Álvaro
Pais e o jovem Nuno Álvares Pereira, foi incentivado pelo descontentamento
geral a assassinar o conde Andeiro. A ação ocorreu no paço, a 6 de dezembro de
1383.
Com a vitória do partido do Mestre de Avis na guerra civil e contra Castela, este
tornou-se regente e depois rei. D. João I de Castela, genro de Leonor, logo em
1384, pouco depois dela ter renunciado à regência, havia-a internado no Mosteiro
de Tordesilhas, perto de Valhadolide, onde, segundo alguns historiadores,
faleceu em 1386. No entanto, referências do cronista castelhano Lopez de Ayala,
seu contemporâneo, dão-na como viva em 1390 e em data ainda mais tardia1.
Síntese da obra:
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https://pt.wikipedia.org/wiki/Leonor_Teles
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Sebenta português 12 ano
Obra:
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Capítulo 11
Assunto do capítulo
Título
«Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavom o mestre, e como aló foi Alvoro
Paez e muitas gentes com ele»
Estrutura interna2
Momentos Delimitação Personagens Ação Espaço
O Pajem do Mestre
Pelas
deixa o Paço da
ruas da
Rainha e cavalga
cidade
Convocação / Pajem velozmente pelas
Linhas 1 a 5 até à
Apelo Álvaro Pais ruas, em direção à
casa de
casa de Álvaro Pais,
Álvaro
gritando que mata, o
Pais.
Introdução Mestre.
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http://portugues-fcr.blogspot.com/2017/11/capitulo-xi-da-cronica-de-d-joao-i.html
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Alexandre Dias Pinto e Patrícia Nunes (in Entre nós e as Palavras 10,
Santillana, p. 75) propôs outra divisão do capítulo.
. 1.ª parte (de “O Page do Meestre que estava aa porta…” a “… que matam sem por
quê.”) – Os partidários do Mestre percorrem Lisboa para mobilizar a população
(a favor do Mestre), que os segue.
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. 3.ª parte (de “Entom os do Meestre veendo…” a “E assi forom pera os Paaços u
pousava o Conde.”) – O Mestre mostra-se à janela, abandona o Paço e pede à
multidão que disperse.
. 4.ª parte (de “E estando eles por se assentar…” a “… desta guisa que se segue.”) – D.
João é informado de que o Bispo de Lisboa está em perigo, mas é aconselhado a
não intervir.
GRUPO I
Do alvoroço que foi na cidade cuidando que matavom o Mestre, e como aló
foi Alvoro Paez e muitas gentes com ele.
E assi chegou a casa d’ Alvoro Paez que era dali grande espaço.
As gentes que esto ouviam, saíam aa rua veer que cousa era; e começando de
falar u~us com os outros, alvoraçavom-se nas vontades, e começavom de tomar
armas cada u~u como melhor e mais asinha podia. Alvoro Paez que estava
prestes e armado com ~ua coifa na cabeça segundo usança daquel tempo,
cavalgou logo a pressa em cima du~u cavalo que anos havia que nom cavalgara;
e todos seus aliados com ele, bradando a quaesquer que achava dizendo:
Soarom as vozes do arroido pela cidade ouvindo todos bradar que matavom o
Mestre; e assi como viuva que rei nom tiinha, e como se lhe este ficara em logo
de marido, se moverom todos com mão armada, correndo a pressa pera u deziam
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que se esto fazia, por lhe darem vida e escusar morte. Alvoro Paez nom quedava
d'ir pera alá, bradando a todos:
– Acorramos ao Mestre, amigos, acorramos ao Mestre que matam sem por quê!
A gente começou de se juntar a ele, e era tanta que era estranha cousa de veer.
Nom cabiam pelas ruas principaes, e atrevessavom logares escusos, desejando
cada u~u de seer o primeiro; e preguntando u~us aos outros quem matava o
Mestre, nom minguava quem responder que o matava o Conde Joam Fernandez,
per mandado da Rainha. Crónica de D. João I de Fernão Lopes (ed. Teresa Amado), Lisboa,
Comunicação, 1992 (Texto com algumas alterações, feitas de acordo com a grafia atual.)
Notas era dali grande espaço (l. 7): era longe dali.
aló (l. 1): então. escusar (l. 18): evitar.
alvoraçavom-se nas vontades (l. 9): escusos (l. 21): escondidos ou pouco
excitavam-se os ânimos. frequentados.
arroido (l. 15): ruído. minguava (l. 22): faltava.
asinha (l. 10): depressa. nom quedava d'ir pera alá (l. 18): não parava
coifa (l. 10): parte da armadura que cobria a de ir para lá; continuava a dirigir-se para lá.
cabeça. percebido (l. 4): combinado.
com mão armada (l. 17): com armas na mão. prestes (l. 9): pronto; preparado.
em logo de (l. 16): em lugar de. rijamente (l. 4): energicamente; depressa.
3. Descreva três das reações das «gentes» aos apelos lançados pelo Pajem e
por Álvaro Pais.
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Capítulo 115
Assunto do capítulo
Título
«Per que guisa estava a cidade corregida per se defender, quando el-rei de Castela pôs
cerco sobre ela»
Capítulo 115
Per que guisa estava a cidade corregida para se defender,
quando el-Rei de Castela pôs cerco sobre ela.
[…]
Nom leixavom os da cidade, por serem assi cercados, de fazer a barvacãa 1
d’arredor do muro da parte do arreal, des a porta de Santa Caterina, ataa torre
d’Alvoro Paaez, que nom era ainda feita, que seriam dous tiros de besta; e as moças
sem neuũ medo, apanhando pedra pelas herdades, cantavom altas vozes dizendo:
5 Esta Lixboa prezada,
mirá-la e leixá-la.
Se quiserdes carneiro,
qual derom ao Andeiro;
se quiserdes cabrito,
10 qual derom ao Bispo.
e outras razões semelhantes. E quando os ẽmigos os torvar2 queriam, eram postos
em aquel cuidado em que forom os filhos de Israel, quando Rei Serges, filho de rei
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Dario, deu licença ao profeta Neemias que refezesse os muros de Jerusalem, que
guerreados pelos vezinhos d’arredor, que os nom alçassem3, com ũa mão poinham
15 a pedra, e na outra tinham a espada pera se defender; e os Portugueses fazendo tal
obra, tinham as armas junto consigo, com que se defendiam dos ẽmigos quando se
trabalhavom de os embargar4, que a nom fezessem.
As outras cousas que pertenciam ao regimento da cidade, todas eram postas em
boa e igual ordenança; i nom havia nẽuũ que com outro levantasse arroido nem lhe
20 empecesse per talentosos excessos5, mas todos usavom d’amigavel concordia,
acompanhada de proveito comuũ.
Ó que fremosa cousa era de veer! Uũ tam alto e poderoso senhor como el-Rei de
Castela, com tanta multidom de gentes assi per mar come per terra, postas em tam
grande e boa ordenança, teer cercada tam nobre cidade! E ela assi guarnecida contra
ele de gentes e d’armas com taes avisamentos6 por sua guarda e defensom! Em tanto
que diziam os que o virom, que tam fremoso cerco de cidade nom era em memoria
d’homeẽs que fosse visto de mui longos anos atá aquel tempo.
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Capítulo 148
Assunto do capítulo
Título
Capítulo 148
Das tribulações que Lisboa padecia per míngua de mantimentos.
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dos mantimentos que lhes minguavom, de guisa que eram postos em cuidado de se
defender da morte per duas guisas8.
Pera que é dizer mais de taes falecimentos? Foi tamanho o gasto das cousas que
25 mester haviam que soou uũ dia pela cidade que o Meestre mandava deitar fora
todolos que nom tevessem pam que comer, e que somente os que o tevessem ficassem
em ela; mas quem poderia ouvir sem gemidos e sem choro tal ordenança de mandado
aaqueles que o nom tinham? Porem sabendo que nom era assi, foi-lhe já quanto de
conforto. Onde sabee que esta fame e falecimento que as gentes assi padeciam, nom
30 era por seer o cerco perlongado9, ca nom havia tanto tempo que Lixboa era cercada;
mas era per aazo das muitas gentes que se a ela colherom de todo o termo; e isso
mesmo da frota do Porto quando veo, e os mantimentos serem muito poucos.
Ora esguardae10 como se fossees presente, ũa tal cidade assi desconfortada e sem
neũa certa feúza11 de seu livramento, como veviriam em desvairados cuidados quem
sofria ondas de taes aflições? Ó geeraçom que depois veo, poboo bem aventuirado,
que nom soube parte de tantos males, nem foi quinhoeiro12 de taes padecimentos! Os
quaes a Deos por Sua mercee prougue13 de cedo abreviar doutra guisa, como acerca
ouvires.
(1) geolhos: joelhos. (7) d’ouvir estas cousas aaqueles que
(2) prezes: preces, orações. as entom passarom: entre ouvir estas
(3) desvairados: diversos. coisas e passá-las.
(4) querelavom: queixavam-se. (8) guisas: maneiras.
(5) que se ante nom derom a el-Rei de (9) perlongado: de longa duração.
Castela: por não se terem entregado (10) esguardae: observai, olhai.
ao rei de Castela em vez de. (11) feúza: confiança, segurança.
(6) mizquindades: desgraças. (12) quinhoeiro: participante.
(13) prougue: agradou.
Apresente, de forma clara e bem estruturada, as suas respostas aos itens que se seguem.
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