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GUIA DE ROTULAGEM

Denominação de origem protegida (DOP)

Indicação geográfica protegida (IGP)

Especialidade tradicional garantida (ETG)

Não dispensa a leitura do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de novembro
de 2012, do Regulamento de Execução (UE) n.º 668/2014 da Comissão de 13 de junho de 2014, retificado, e do
Regulamento Delegado (UE) n.º 664/2014 da Comissão de 18 de dezembro de 2013, nas suas versões alteradas.

(versão junho 2021)


ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 1
2. INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS ......................................................................................... 1
2.1. Denominação de origem protegida (DOP) ................................................................. 2
2.2. Indicação geográfica protegida (IGP) ....................................................................... 2
3. ESPECIALIDADE TRADICIONAL GARANTIDA (ETG) ........................................................... 2

4. REGRAS DE ROTULAGEM .............................................................................................. 3


4.1. A denominação registada como DOP, IGP ou ETG ...................................................... 4
4.2. Os símbolos da União Europeia ............................................................................... 4
4.3. O código que identifica o OC ................................................................................... 6
4.4. O logótipo ............................................................................................................ 7
4.5. A denominação com proteção nacional transitória ..................................................... 7

5. EXEMPLOS .................................................................................................................. 7
5.5. Rotulagem de um produto comercializado sob uma DOP ............................................ 7
5.6. Rotulagem de um produto comercializado sob uma IGP ............................................. 9
5.7. Rotulagem de um produto comercializado sob uma ETG ........................................... 10

6. QUE OPERADORES PODEM UTILIZAR AS DENOMINAÇÕES REGISTADAS? ......................... 11


7. ROTULAGEM DE GÉNEROS ALIMENTÍCIOS QUE UTILIZAM INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS
COMO INGREDIENTES ....................................................................................................... 12
8. ANEXOS ................................................................................................................... 14

ANEXO I – CLASSES DOS PRODUTOS CUJAS DENOMINAÇÕES SÃO PASSÍVEIS DE REGISTO


NO ÂMBITO DO REGULAMENTO (UE) N.º 1151/2012 ............................................................ 15

ANEXO II – DEFINIÇÕES ................................................................................................... 17

ANEXO III – LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA .......................................................................... 20


1. INTRODUÇÃO

O presente guia destina-se a esclarecer os operadores económicos sobre a rotulagem de


produtos que façam menção a denominações de origem protegidas (DOP), indicações
geográficas protegidas (IGP) ou especialidades tradicionais garantidas (ETG), registadas no
âmbito do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de
novembro de 2012.

As disposições referidas neste guia são aplicáveis sem prejuízo do disposto na demais
legislação da União Europeia (UE) e na legislação nacional, em especial, em legislação nos
domínios da informação ao consumidor, da segurança da cadeia alimentar e da colocação de
produtos no mercado.

2. INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS

As indicações geográficas (IG) são direitos de propriedade intelectual que abrangem produtos
cujas qualidade, reputação ou outras características estão relacionadas com a sua origem
geográfica.

As IG estão protegidas, nomeadamente, contra:

− Qualquer utilização comercial direta ou indireta de uma denominação registada para


produtos não abrangidos pelo registo, quando esses produtos forem comparáveis aos
produtos registados com essa denominação, ou quando tal utilização explorar a reputação
da denominação protegida, inclusive se os produtos forem utilizados como ingredientes;

− Qualquer utilização abusiva, imitação ou evocação, ainda que a verdadeira origem dos
produtos ou serviços seja indicada, ou que a denominação protegida seja traduzida ou
acompanhada por termos como «género», «tipo», «método», «estilo» ou «imitação», ou
similares, inclusive se os produtos forem utilizados como ingredientes;

− Qualquer outra indicação falsa ou falaciosa quanto à proveniência, origem, natureza ou


qualidades essenciais do produto, que conste do acondicionamento ou da embalagem, da
publicidade ou dos documentos relativos ao produto em causa, bem como contra o
acondicionamento do produto em recipientes suscetíveis de dar uma impressão errada
sobre a origem do produto;

− Qualquer outra prática suscetível de induzir o consumidor em erro quanto à verdadeira


origem do produto.

No âmbito do Regulamento (UE) n.º 1151/2012, as IG englobam as denominações de origem


protegidas (DOP) e as indicações geográficas protegidas (IGP).

1
2.1.Denominação de origem protegida (DOP)

Entende-se por DOP uma denominação que identifique um produto originário de um local ou
região determinados (ou, em casos excecionais, de um país), cuja qualidade ou características
se devam essencial ou exclusivamente a um meio geográfico específico (incluindo os seus
fatores naturais e humanos), e cujas fases de produção tenham todas lugar na área geográfica
delimitada1.

2.2.Indicação geográfica protegida (IGP)

Entende-se por IGP uma denominação que identifique um produto originário de um local ou
região determinados, (ou de um país), que possua determinada qualidade, reputação ou
outras características que possam ser essencialmente atribuídas à sua origem geográfica e em
relação ao qual pelo menos uma das fases de produção tenha lugar na área geográfica
delimitada2.

3. ESPECIALIDADE TRADICIONAL GARANTIDA (ETG)

A fim de salvaguardar os métodos de produção e as receitas tradicionais, ajudando os


produtores de produtos tradicionais a comercializar esses produtos e a comunicar aos
consumidores os atributos dos seus produtos e receitas tradicionais que lhes oferecem uma
mais-valia, o Regulamento (UE) n.º 1151/2012 estabeleceu também, o designado regime de
especialidades tradicionais garantidas.

Podem ser registadas como ETG, as denominações que descrevam um determinado produto ou
género alimentício que resulte de um modo de produção, transformação ou composição que
correspondam a uma prática tradicional para esse produto ou género alimentício; ou seja
produzido a partir de matérias-primas ou ingredientes utilizados tradicionalmente3.

As denominações registadas como ETG são protegidas contra qualquer utilização abusiva,
imitação ou evocação, ou contra qualquer outra prática suscetível de induzir o consumidor em
erro4.

1
vide n.º 1 do artigo 5.º do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de novembro de 2012.
2
vide n.º 2 do artigo 5.º do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de novembro de 2012.
3
vide n.º 1 do artigo 18.º do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de novembro de 2012.
4
vide n.º 1 do artigo 24.º do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de novembro de 2012.

2
4. REGRAS DE ROTULAGEM

De acordo com o Regulamento (UE) n.º 1151/2012, na rotulagem de produtos comercializados


sob uma DOP ou IGP existem menções obrigatórias e facultativas.

Algumas menções facultativas podem ser de carácter obrigatório, se tal disposição constar no
registo da DOP ou IGP em causa, publicado no Jornal Oficial da União Europeia, pelo que a
consulta deste (e das eventuais alterações aos mesmos) é sempre indispensável5.

Apresenta-se, abaixo, uma tabela resumo das menções a constarem na rotulagem de produtos
comercializados sob uma DOP ou IGP:

UTILIZAÇÃO NA ROTULAGEM

Denominação registada O

Símbolo da UE O

Logótipo da DOP ou IGP registada F

Menção “denominação de origem protegida” ou a abreviatura “DOP”


F
Menção “indicação geográfica protegida” ou a abreviatura “IGP”

Textos, gráficos ou símbolos relativos ao Estado Membro e/ou região em que se situa a
F
área geográfica de origem

Representações da área geográfica de origem F

Tabela 1 – DOP e IGP: menções de rotulagem obrigatórias e facultativas


Legenda:
O – Obrigatória;
F – Facultativa; salvo se exigido pelo caderno de especificações.

Também na rotulagem de produtos comercializados sob uma ETG existem menções obrigatórias
e facultativas, de acordo com o referido Regulamento (UE) n.º 1151/2012.

Algumas menções facultativas podem ser de carácter obrigatório, se tal disposição constar no
registo da ETG em causa, publicado no Jornal Oficial da União Europeia, pelo que a consulta
deste (e das eventuais alterações ao mesmo) será sempre indispensável 5.

De seguida, apresenta-se uma tabela ilustrativa das menções a constar na rotulagem de


produtos comercializados sob uma ETG:

5
A Comissão publica, no Jornal Oficial da União Europeia, o documento único e a referência de publicação do caderno de especificações
no caso de serem pedidos de registo de DOP e IGP ou o caderno de especificações no caso de serem pedidos de registo de ETG, o s
pedidos de alterações aos mesmos e o ato de execução de registo da denominação (vide n.º 2 do artigo 50.º, n.º 4 do artigo 52.º e 2.º
parágrafo do n.º 2 do artigo 53.º do Regulamento (UE) n.º 1151/2012). Nota: a consulta dos pedidos de registo e dos atos de registo
também pode ser efetuada através da consulta da base de dados eAmbrosia – registo de indicações geográficas da EU, disponível em
https://ec.europa.eu/info/food-farming-fisheries/food-safety-and-quality/certification/quality-labels/geographical-indications-register/#

3
UTILIZAÇÃO NA ROTULAGEM

Denominação registada O

Símbolo da UE O

Menção “especialidade tradicional garantida” ou a abreviatura “ETG” F

Tabela 2 – ETG: menções de rotulagem obrigatórias e facultativas


Legenda:
O – Obrigatória;
F – Facultativa; salvo se exigido pelo caderno de especificações.

Além destas regras, foi também disposto, a nível nacional6, que no que respeita à rotulagem
dos produtos agrícolas ou dos géneros alimentícios controlados por um organismo de controlo
delegado (OC) no âmbito do referido Regulamento (UE) n.º 1151/2012, deve ainda figurar
obrigatoriamente, o código que identifica o OC em questão, atribuído pela DGADR no âmbito
da respetiva delegação de competências de controlo oficial.

4.1. A denominação registada como DOP, IGP ou ETG

No caso de produtos originários da UE que sejam comercializados sob uma DOP, IGP ou ETG
ao abrigo do Regulamento (UE) n.º 1151/2012, a denominação registada tem de constar na
rotulagem, e no mesmo campo visual, do respetivo símbolo da UE.

A denominação registada será complementada pelas demais menções obrigatórias que devem
acompanhar a denominação do género alimentício em causa, nos termos da legislação da
União Europeia (UE) e na legislação nacional.

4.2. Os símbolos da União Europeia

Os modelos dos símbolos encontram-se definidos no anexo X do Regulamento de Execução


(UE) n.º 668/2014 da Comissão, de 13 de junho 7 e a sua utilização deve cumprir as regras de
seguida enunciadas:

a) Símbolos a cores

− Em Pantone

Pantone 711

Pantone Yellow 109

6
vide Despacho Normativo n.º 11/2018, de 20 de agosto, alterado pelo Despacho Normativo n.º 9/2020, de 17 de agosto e pelo
Despacho Normativo n.º 3/2021, de 1 de fevereiro.
7
vide retificação, publicada no Jornal Oficial da União Europeia, L039, de 2015-02-14.

4
Pantone Reflex Blue

Pantone Yellow 109

Pantone Reflex Blue

Pantone Yellow 109

− Em quadricromia

100% magenta + 80% yellow

10% magenta + 90% yellow

100% cyan + 80% magenta

10% magenta + 90% yellow

100% cyan + 80% magenta

10% magenta + 90% yellow

− Em contraste com as cores de fundo

Sempre que os símbolos não sobressaiam em relação ao fundo de aplicação, deve ser
utilizada uma versão com contorno.

b) Símbolos a preto e branco

− Monocromia

Os símbolos podem ser utilizados em monocromia, a preto e branco, em embalagens ou


rótulos a preto e branco.

5
− Em negativo

Os símbolos podem ser utilizados em negativo, a preto e branco, em embalagens ou


rótulos com fundo escuro.

c) O tamanho

O símbolo deve ter um diâmetro mínimo de 15mm, podendo ser reduzido para 10mm de
diâmetro em embalagens ou produtos pequenos.

d) As menções

As menções que figuram nos símbolos podem ser utilizadas em qualquer língua oficial da
União8 e são utilizadas com o tipo de letra Times Roman, em maiúsculas.

A utilização dos símbolos

− Obrigatória

Nos produtos originários da UE comercializados sob uma DOP, IGP ou ETG registada no
âmbito do Regulamento (UE) n.º 1151/2012, acompanhando sempre a denominação
registado da DOP, IGP ou ETG.

− Facultativa

Os símbolos da UE podem ser utilizados, facultativamente, na rotulagem de DOP, IGP ou ETG


originárias de países terceiros e comercializados sob um nome inscrito no registo da UE no
âmbito do Regulamento (UE) n.º 1151/2012.

4.3.O código que identifica o OC

O número de código que identifica o OC, atribuído pela DGADR no âmbito da respetiva
delegação de competências de controlo oficial, segue o formato geral com a apresentação “PT–
000” e deve ser inserido no mesmo campo visual do símbolo da União Europeia destinado a
publicitar as denominações de origem protegidas, as indicações geográficas protegidas ou as
especialidades tradicionais garantidas e da denominação registada, num sítio em evidência, de

8
vide ponto 5. do citado anexo X do Regulamento de Execução (UE) n.º 668/2014 da Comissão, de 13 de junho; e

6
modo a ser facilmente visível, claramente legível e indelével com caracteres cuja «altura de
x», tal como definida no anexo IV do Regulamento (UE) n.º 1169/2011, seja igual ou superior
a 1,2 mm.

No caso de embalagens ou recipientes cuja superfície maior seja inferior a 80 cm2, o tamanho
dos caracteres («altura de x» referida no parágrafo anterior) deve ser igual ou superior a 0,9
mm9.

4.4. O logótipo

Na rotulagem pode ser utilizado um logótipo (sinal gráfico ou figurativo) identificativo do


produto cujo denominação foi registada. A utilização deste logótipo é obrigatória apenas se tal
disposição constar no registo publicado no Jornal Oficial da União Europeia.

4.5. A denominação com proteção nacional transitória

A partir da data de apresentação de um pedido de registo à Comissão de uma DOP, IGP ou ETG,
ao abrigo do Regulamento (UE) n.º 1151/2012, e apenas a título transitório, pode ser conferida,
a nível nacional, proteção a uma denominação10.

O uso de uma denominação nestas condições fica reservado aos produtos que obedeçam às
disposições constantes no respetivo caderno de especificações depositado na DGADR.

Na rotulagem dos produtos comercializados sob uma denominação com proteção nacional
transitória, não podem constar os símbolos da UE.

5. EXEMPLOS

5.5. Rotulagem de um produto comercializado sob uma DOP

Obrigatoriamente:

Tem que constar, no suporte de informação onde constam as menções de rotulagem exigidas
pela demais legislação:

− A denominação registada;

− O símbolo da UE para as DOP;

− O número de código do OC.

9
Vide Anexo V do Procedimento Operativo da DGADR -PG-PO002 - Pedido de Aprovação /Delegação Competências de/em Organismo
de Controlo Delegado (Produção Biológica E DOP/IGP/ETG). Edição n.º 1 – dezembro de 2019, Rev. N.º 0.
10
Vide artigo 9.º do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho de 21 de novembro de 2012.

7
Exemplificação11:

Símbolo da UE
para as DOP
Pão de Lisboa

Denominação
registada
PT-000
Número de
código do OC

Facultativamente:

No suporte de informação onde constam as menções de rotulagem exigidas pela demais


legislação pode também constar:

− O logótipo da DOP registada em causa;

− A menção “denominação de origem protegida” ou a sua abreviatura “DOP”; e

− Representações da área geográfica de origem, textos, gráficos ou símbolos relativos ao


Estado-Membro e/ou à região em que se situa a área geográfica de origem.

Nota: estas menções são facultativas, salvo se disposição contrária constar no documento
único e caderno de especificações da DOP em causa.

Exemplo de produtos comercializados sob uma DOP:

Legenda12:
(1) – Denominação
1 1
registada;
(2) – Símbolo da UE;
2
(3) -Número de código do
OC
PT-000
3

Figura 1 – Exemplo de rotulagem de DOP registada por Portugal: Queijo Serpa (DOP)13 e por um Estado
Membro: Roquefort (DOP / França)14

11
DOP fictícia.
12
Menções obrigatórias nos termos do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 e Despacho Normativo n.º 11/2018, de 20 de agosto, alterado
pelo Despacho Normativo n.º 9/2020, de 17 de agosto e pelo Despacho Normativo n.º 3/2021, de 1 de fevereiro (nota: Despacho
Normativo n.º 11/2018 e suas alterações, aplicável apenas às DOP e IGP registadas por Portugal). Os eventuais requisitos adicionais de
rotulagem devem ser consultados através dos registos das DOP e IGP em causa;
13
Em linha, https://mercadao.pt/store/pingo-doce/category/lacticinios-15/queijo-1515/queijo-regional-151513, [consultado em 17-07-
2018;
14
Em linha, https://mercadao.pt/store/pingo-doce/product/queijo-roquefort-pingo-doce-100-g-1, [consultado em 17-07-2018]; e

8
5.6. Rotulagem de um produto comercializado sob uma IGP

Obrigatoriamente:

Tem que constar, no suporte de informação onde constam as menções de rotulagem exigidas
pela demais legislação:

− A denominação registada;

− O símbolo da UE para as IGP;

− O número de código do OC.

Exemplificação15:
Símbolo da UE
para as IGP

Azeite de Algés
Denominação
registada

PT-000
Número de
código do OC

Facultativamente:

No suporte de informação onde constam as menções de rotulagem exigidas pela demais


legislação pode também constar:

− O logótipo da IGP registada em causa;

− A menção “indicação geográfica protegida” ou a sua abreviatura “IGP”; e

− Representações da área geográfica de origem, textos, gráficos ou símbolos relativos ao


Estado-Membro e/ou à região em que se situa a área geográfica de origem da
denominação.

Nota: estas menções são facultativas, salvo se disposição contrária constar no documento
único e caderno de especificações da IGP em causa.

15
IGP fictícia.

9
Exemplo de produtos comercializados sob uma IGP:

1 Legenda16:
(1) – Denominação
registada;
(2) – Símbolo da UE;
(3) - Número de código do
OC
2
1

PT-000
3

Figura 2 – Exemplo de rotulagem de um produto comercializado sob uma IGP registada por Portugal:
Pastel de Tentúgal (IGP) e por um Estado Membro: Aceto Balsamico di Modena (IGP / Itália)17

5.7. Rotulagem de um produto comercializado sob uma ETG

Obrigatoriamente:

Tem que constar, no suporte de informação onde constam as menções de rotulagem exigidas
pela demais legislação:

− A denominação registada;

− O símbolo da UE para as ETG;

− O número de código do OC.

Exemplificação18:

Símbolo da UE
Bola de Castelinhos para as ETG

Denominação
PT-000
registada Número de
código do OC

16
Menções obrigatórias nos termos do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 e Despacho Normativo n.º 11/2018, de 20 de agosto, alterado
pelo Despacho Normativo n.º 9/2020, de 17 de agosto e pelo Despacho Normativo n.º 3/2021, de 1 de fevereiro (nota: Despacho
Normativo n.º 11/2018 e suas alterações, aplicável apenas às DOP e IGP registadas por Portugal). Os eventuais requisitos adic ionais de
rotulagem devem ser consultados através dos registos das DOP e IGP em causa;
17
Em linha, http://www.consorziobalsamico.it/balsamic-vinegar-of-modena/organoleptic-characteristics/?lang=en, [consultado em 12-
07-2018].
18
ETG fictícia.

10
Facultativamente:

No suporte de informação onde constam as menções de rotulagem exigidas pela demais


legislação pode também constar a menção “especialidade tradicional garantida” ou a sua
abreviatura “ETG”.

Nota: estas menções são facultativas, salvo se disposição contrária constar no caderno de
especificações da ETG em causa.

Exemplo de produtos comercializados sob uma ETG:

1
Legenda19:
2
(1) – Denominação registada;
(2) – Símbolo da UE.

Figura 3 - Exemplo de rotulagem de um produto comercializado sob uma ETG registada por um Estado
Membro: Jamón Serrano (Espanha)

6. QUE OPERADORES PODEM UTILIZAR AS DENOMINAÇÕES REGISTADAS?

Apenas os operadores que:

1) Cumpram os requisitos constantes no registo da DOP, IGP ou ETG em causa20;

2) Tenham sujeitado a sua atividade ao sistema de controlo implementado para essa DOP, IGP
ou ETG; e

3) Possuam um certificado emitido por um OC, no qual a DGADR tenha delegado tarefas de
controlo oficial, que ateste que o operador submeteu as suas atividades a controlo e que
cumpre os requisitos para a utilização da DOP, IGP ou ETG em causa.

19
Menções obrigatórias nos termos do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 e Despacho Normativo n.º 11/2018, de 20 de agosto, alterado
pelo Despacho Normativo n.º 9/2020, de 17 de agosto e pelo Despacho Normativo n.º 3/2021, de 1 de fevereiro (nota: Despacho
Normativo n.º 11/2018 e suas alterações, aplicável apenas a produtos comercializados sob uma ETG, produzidos e controlados em
Portugal). Os eventuais requisitos adicionais de rotulagem devem ser consultados através do registo da ETG em causa;
20
Documento único e caderno de especificações no caso de ser um registo de DOP e IGP ou caderno de especificações no caso de ser
um registo de ETG.

11
7. ROTULAGEM DE GÉNEROS ALIMENTÍCIOS QUE UTILIZAM INDICAÇÕES
GEOGRÁFICAS COMO INGREDIENTES

As DOP ou IGP podem ser referidas na denominação de um género alimentício que incorporem
estes produtos (ou ao lado desta), na lista de ingredientes, na rotulagem, na apresentação e
na publicidade dos mesmos desde que, cumulativamente:

− O género alimentício em questão não contenha nenhum outro “ingrediente comparável”, ou


seja, nenhum ingrediente que possa, total ou parcialmente, substituir o(s) ingrediente(s)
DOP e/ou IGP.

Por exemplo, o queijo de pasta salpicada de bolores, vulgarmente designado por “queijo
azul” representa um “ingrediente comparável” ao queijo “Roquefort”.

− O(s) ingrediente(s) DOP e/ou IGP sejam utilizados numa quantidade suficiente para
conferir uma característica particular ou distintiva a esses géneros alimentícios.

Por exemplo, a incorporação de uma pequena quantidade de uma especiaria DOP ou IGP
num género alimentício poderá bastar para lhe conferir uma característica particular ou
distintiva. Em contrapartida, a incorporação de uma pequena quantidade de carne DOP ou
IGP num género alimentício não lhe irá a priori conferir uma característica particular ou
distintiva; e

− A percentagem de ingrediente(s) DOP e/ou IGP utilizados seja indicada na denominação do


género alimentício ou, imediatamente, ao seu lado ou na lista de ingredientes em relação
directa com o ingrediente em questão.

Na lista de ingredientes, o(s) ingrediente(s) DOP e/ou IGP utilizados não devem ser
mencionados em moldes diferentes dos outros ingredientes, nomeadamente no que respeita
ao tipo de letra, dimensão, cor, etc.

Ainda que respeitadas as condições acima referidas as menções, abreviaturas21 ou símbolos da


UE que acompanham a denominação registada só devem ser referidas no rótulo, na
denominação do género alimentício (ou imediatamente ao lado) e/ou na lista de ingredientes
se for claro para o consumidor que esse género alimentício não se constitui ele próprio como
uma DOP ou IGP.

O incumprimento deste requisito pode afigurar-se-á como uma situação de exploração da


reputação da DOP ou IGP em causa e de indução em erro do consumidor.

21
As menções em questão são: “Denominação de Origem Protegida” ou “Indicação Geográfica Protegida” e respectivas abreviaturas
DOP e IGP.

12
Exemplificando:

A denominação do género alimentício “Pizza com Roquefort” ou “Pizza elaborada com


Roquefort DOP” não levantaria, em princípio, dúvidas ao consumidor.

Pelo contrário, a denominação do género alimentício “Pizza com Roquefort DOP” poderá
transmitir ao consumidor a ideia de que a pizza em questão, por si só, corresponde a uma DOP
pelo que não deverá ser utilizada como denominação do género alimentício, ou seja, como a
sua denominação legal 22.

“Pizza com Roquefort” - 

“Pizza com Roquefort DOP” - X


“Pizza elaborada com Roquefort DOP” - 

22
Adaptado da Comunicação da Comissão - Orientações sobre a rotulagem de géneros alimentícios que utilizam como ingredientes
denominações de origem protegidas (DOP) e indicações geográficas protegidas (IGP), publicado no Jornal Oficial da União Europeia,
2010/C 341/03, de 16 de dezembro de 2010.

13
8. ANEXOS

14
ANEXO I – CLASSES DOS PRODUTOS CUJAS DENOMINAÇÕES SÃO PASSÍVEIS DE
REGISTO NO ÂMBITO DO REGULAMENTO (UE) N.º 1151/2012

➢ Produtos agrícolas destinados à alimentação humana que constam do anexo I do


Tratado da União Europeia:

− Carnes (e miudezas) frescas;

− Produtos à base de carne (aquecidos, salgados, fumados, etc.);

− Queijos;

− Outros produtos de origem animal (ovos, mel, produtos lácteos diversos exceto
manteiga, etc.);

− Matérias gordas (manteiga, margarina, óleos, etc.);

− Frutas, produtos hortícolas e cereais não transformados ou transformados;

− Peixes, moluscos e crustáceos frescos e produtos à base de peixes, moluscos ou


crustáceos frescos;

− Outros produtos do anexo I do Tratado (especiarias, etc.).

➢ Produtos agrícolas e géneros alimentícios enumerados no anexo I do


Regulamento (UE) n.º 1151/2012

I. Denominações de Origem e Indicações Geográficas

− Cerveja;

− Chocolate e produtos derivados;

− Produtos de padaria, pastelaria, confeitaria ou da indústria de bolachas e biscoitos;

− Bebidas à base de extratos de plantas;

− Massas alimentícias;

− Sal;

− Gomas e resinas naturais;

− Pasta de mostarda;

− Feno;

− Óleos essenciais;

− Cortiça;

− Cochonilha;

15
− Flores e plantas ornamentais;

− Algodão;

− Lã;

− Vime;

− Linho gramado;

− Couro;

− Peles com pelo;

− Penas.

II. Especialidades tradicionais garantidas

− Pratos cozinhados;

− Cerveja;

− Chocolate e produtos derivados;

− Produtos de padaria, de pastelaria, de confeitaria ou da indústria de bolachas e


biscoitos;

− Bebidas à base de extratos de plantas;

− Massas alimentícias;

− Sal.

16
ANEXO II – DEFINIÇÕES

▪ Acondicionamento

Colocação de um produto num invólucro inicial ou recipiente inicial em contacto directo


com o produto em questão, bem como o próprio invólucro ou recipiente inicial (in
Regulamento (CE) n.º 852/2004).

▪ Campo visual

Todas as superfícies de uma embalagem que possam ser lidas a partir de um único ângulo
de visão (in Regulamento (CE) n.º 1169/2011).

▪ Campo visual principal

O campo visual de uma embalagem que é mais provável ser visto, à primeira vista, pelo
consumidor no momento da compra e que permite que este identifique imediatamente um
produto quanto ao seu carácter ou natureza e, se for caso disso, à sua marca comercial. Se
uma embalagem tiver vários campos visuais principais idênticos, o campo visual principal é
o que for escolhido pelo operador da empresa do sector alimentar (in Regulamento (CE)
n.º 1169/2011).

▪ Denominação de um género alimentício

A denominação de um género alimentício é a sua denominação legal. Na falta desta, a


denominação do género alimentício será a sua denominação corrente; caso esta não exista
ou não seja utilizada, será fornecida uma denominação descritiva (in Regulamento (CE) n.º
1169/2011).

▪ Embalagem

Colocação de um ou mais géneros alimentícios acondicionados num segundo recipiente,


bem como o próprio recipiente (in Regulamento (CE) n.º 852/2004).

▪ Informação obrigatória sobre os géneros alimentícios

As menções cuja indicação ao consumidor final é imposta por disposições da União (in
Regulamento (CE) n.º 1169/2011).

▪ Ingrediente

Qualquer substância ou produto, incluindo os aromas, aditivos e enzimas alimentares, e


qualquer constituinte de um ingrediente composto, utilizados no fabrico ou na preparação
de um género alimentício, ainda presentes no produto acabado, eventualmente sob forma
alterada; os resíduos não são considerados ingredientes (in Regulamento (CE) n.º
1169/2011).

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▪ Ingrediente composto

Um ingrediente elaborado a partir de mais do que um ingrediente (in Regulamento (CE) n.º
1169/2011).

▪ Género alimentício (ou «alimento para consumo humano»)

Qualquer substância ou produto, transformado, parcialmente transformado ou não


transformado, destinado a ser ingerido pelo ser humano ou com razoáveis probabilidades
de o ser. Este termo abrange bebidas, pastilhas elásticas e todas as substâncias, incluindo
a água, intencionalmente incorporadas nos géneros alimentícios durante o seu fabrico,
preparação ou tratamento (in Regulamento (CE) n.º 178/2002).

▪ Género alimentício pré-embalado

Uma unidade de venda destinada a ser apresentada como tal ao consumidor final e aos
estabelecimentos de restauração coletiva, constituída por um género alimentício e pela
embalagem em que foi acondicionado antes de ser apresentado para venda, quer a
embalagem o cubra na totalidade ou parcialmente, mas de tal modo que o conteúdo não
possa ser alterado sem que a embalagem seja aberta ou modificada. A definição de
“género alimentício pré-embalado” não abrange os alimentos embalados no local de venda
a pedido do consumidor, ou pré-embalados para venda directa (in Regulamento (CE) n.º
1169/2011).

▪ Legislação alimentar

As disposições legislativas, regulamentares e administrativas que regem os géneros


alimentícios em geral e a sua segurança em particular, a nível quer comunitário quer
nacional; abrange todas as fases da produção, transformação e distribuição de géneros
alimentícios, bem como de alimentos para animais produzidos para, ou dados a animais
produtores de géneros alimentícios (in Regulamento (CE) n.º 178/2002).

▪ Produtos não transformados

Géneros alimentícios que não tenham sofrido transformação, incluindo produtos que
tenham sido divididos, separados, seccionados, desossados, picados, esfolados, moídos,
cortados, limpos, aparados, descascados, triturados, refrigerados, congelados ou
ultracongelados (in Regulamento (CE) n.º 852/2004).

▪ Produtos transformados

Géneros alimentícios resultantes da transformação de produtos não transformados. Os


produtos transformados podem conter ingredientes que sejam necessários ao seu fabrico,
ou para lhes dar características específicas (in Regulamento (CE) n.º 1151/2012).

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▪ Publicidade

Qualquer forma de comunicação feita no âmbito de uma actividade negocial, comercial,


artesanal ou liberal com o objectivo de promover o fornecimento de bens ou de serviços,
incluindo bens imóveis, direitos e obrigações (in Directiva 2006/114/CE).

▪ Rotulagem

Todas as indicações, menções, marcas de fabrico ou comerciais, imagens ou símbolos


referentes a um género alimentício que figurem em qualquer embalagem, documento,
aviso, rótulo, anel ou gargantilha que acompanhem ou se refiram a esse género alimentício
(in Regulamento (CE) n.º 1151/2012).

▪ Rótulo

Uma etiqueta, uma marca comercial ou de fabrico, uma imagem ou outra indicação gráfica
descritiva, escritas, impressas, gravadas com estêncil, marcadas, gravadas em relevo ou
em depressão ou afixadas na embalagem ou no recipiente dos géneros alimentícios (in
Regulamento (CE) n.º 1169/2011).

▪ Transformação

Acção que assegura uma modificação substancial do produto inicial por aquecimento,
fumagem, cura, maturação, secagem, marinagem, extração, extrusão ou uma combinação
destes processos (in Regulamento (CE) n.º 852/2004).

▪ Documentos contabilísticos

Fatura, fatura simplificada, fatura-recibo, recibo, guia de transporte, guia de remessa, guia
de devolução, nota de encomenda, nota de crédito, nota de débito, etc.

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ANEXO III – LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA

− Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de


novembro de 2012, relativo aos regimes de qualidade dos produtos agrícolas e dos géneros
alimentícios (ELI: http://data.europa.eu/eli/reg/2012/1151/2019-12-14)

− Regulamento Delegado (UE) n.º 664/2014 da Comissão de 18 de dezembro de 2013 que


completa o Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho no que
diz respeito ao estabelecimento dos símbolos da União para as denominações de origem
protegidas, as indicações geográficas protegidas e as especialidades tradicionais garantidas
e a certas regras relativas à proveniência, certas regras processuais e certas regras
transitórias adicionais (ELI: http://data.europa.eu/eli/reg_del/2014/664/2014-06-19)

− Regulamento de Execução (UE) n.º 668/2014 da Comissão de 13 de junho de 2014 que


estabelece regras de aplicação do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento
Europeu e do Conselho relativo aos regimes de qualidade dos produtos agrícolas e dos
géneros alimentícios (ELI: http://data.europa.eu/eli/reg_impl/2014/668/2014-06-22)

− Regulamento Delegado (UE) n.º 665/2014 da Comissão, de 11 de março de 2014, que


completa o Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho no que
respeita às condições de utilização da menção de qualidade facultativa «produto de
montanha» (ELI: http://data.europa.eu/eli/reg_del/2014/665/oj)

− Regulamento (UE) nº 1169/2011, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro


de 2011, relativo à prestação de informação aos consumidores sobre os géneros
alimentícios. (ELI: http://data.europa.eu/eli/reg/2011/1169/2018-01-01)

− Comunicação da Comissão — Orientações sobre a rotulagem de géneros alimentícios que


utilizam como ingredientes denominações de origem protegidas (DOP) e indicações
geográficas protegidas (IGP) (https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/ALL/?uri=CELEX
:52010XC1216(01)

− Despacho Normativo n.º 11/2018, de 20 de agosto.


− Despacho Normativo n.º 9/2020, que procede à primeira alteração do Despacho Normativo
n.º 11/2018, de 20 de agosto.
− Despacho Normativo n.º 3/2021, que procede à segunda alteração do Despacho Normativo
n.º 11/2018, de 20 de agosto.

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