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A rotulagem dos alimentos é uma forma de comunicação entre o fabricante ® e o consumidor.


Além de dar identidade ao alimento, a informação dos rótulos direciona a percepção e com-
preensão dos consumidores. Por isso, a rotulagem precisa ser clara e transparente, de forma
a orientar adequadamente a escolha do produto.

Neste e-book, você encontrará todas as informações necessárias para fazer um rótulo corre-


to e em conformidade com as legislações vigentes. Vamos lá?



INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIAS EM RÓTULOS
DE ALIMENTOS EMBALADOS


A RDC nº 259/2002 (ANVISA) se aplica à rotulagem de todo alimento que seja comercializa-


do, qualquer que seja sua origem, embalado na ausência do cliente, e pronto para oferta ao
consumidor. Segundo este regulamento técnico, os rótulos devem apresentar, obrigatoria-


mente, as seguintes informações:


a) Denominação de venda


Identificação adequada, de acordo com a caracterização técnica do produto.
Para alguns alimentos e bebidas, há Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade


(RTIQ) que definem a denominação de venda.

Quando um produto não tem RTIQ, o fabricante tem a liberdade de definir a denominação
de venda, desde que seja detalhista (com informações, por exemplo, do tipo de cobertura,
forma de apresentação, condição ou tipo de tratamento a que tenha sido submetido).
Pode ser empregada uma denominação consagrada, de fantasia, de fábrica ou uma marca
registrada, sempre acompanhada da denominação de venda adequada:

Nome como é conhecido Denominação de venda


Nuggets Empanado de peito de frango
Moça Leite condensado integral
Nescau Alimento achocolatado em pó instantâneo
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b) Lista de ingredientes
Todas as substâncias que entram na composição do produto devem ser®expostas.
A lista deve ser descrita após a expressão “ingredientes:” ou “ingr.:” e deve estar em ordem
decrescente de proporção, ou seja, do ingrediente presente em maior quantidade para o
de menor concentração.

Alimentos de ingrediente único, como açúcar ou café, ficam dispensados dessa obrigação.


Os aditivos alimentares devem ser declarados depois dos ingredientes, ou seja, devem es-


tar no final da lista. Além disso, a declaração deve apresentar a função principal do aditivo
no alimento e seu nome completo ou seu número INS, ou ambos. Exemplos para declaração
de lecitina de soja:


• Emulsificante lecitina de soja


• Emulsificante INS 322


• Emulsificante lecitina de soja (INS 322)


LEMBRE-SE QUE: os aromas não seguem a mesma regra. Assim, quando um produto tem
um aroma em sua composição, é obrigatório declarar somente a sua função na lista de in-


gredientes, ou seja, “aromatizante”.


Os ingredientes compostos, ou seja, aqueles que têm dois ou mais constituintes, devem
ser declarados com uma lista, entre parênteses, dos seus próprios ingredientes em ordem
decrescente. Entretanto, se um ingrediente composto estiver definido em regulamento téc-
nico específico ou norma do CODEX ALIMENTARIUS FAO/OMS, e, ainda, representar menos
de 25% do alimento, não é necessário declarar seus ingredientes entre parênteses.

Exemplo 1: se o creme de leite for utilizado como ingrediente em algum produto e, ainda, se
a quantidade utilizada for inferior a 25%, os seus ingredientes não precisam ser declarados;
isto porque o creme de leite possui um RTIQ. Entretanto, se estiver presente em quantidade
superior a 25%, é preciso abrir uma lista, entre parênteses, dos ingredientes que o compõe.
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Exemplo 2: uma calda de caramelo, que não possui RTIQ, assim, quando utilizada como
ingrediente em algum produto, deve estar acompanhada de uma lista ®com os seus ingre-
dientes, mesmo se utilizada em concentração inferior a 25%.

LEMBRE-SE QUE: os aditivos alimentares compostos, que desempenham função tecnológi-


ca no produto acabado, independentemente da quantidade, sempre devem ter seus ingre-
dientes declarados entre parênteses.


LEMBRE-SE QUE: segundo o Decreto-Lei nº 986/1969, quando um alimento apresentar um


corante artificial em sua lista de ingredientes, o seu rótulo deve conter os dizeres “Colorido
Artificialmente”; da mesma forma, quando há a presença de aromatizantes artificiais, devem
ser incluído os dizeres “Aromatizado Artificialmente”.


c) Conteúdo líquido


Todo o conteúdo líquido de um produto deve ser expresso em massa (grama ou quilogra-


ma) ou em volume (mililitro ou litro). A declaração deve seguir as regras dispostas pelo IN-
METRO, órgão responsável pela unidade dos serviços.


A Portaria INMETRO nº 157/2002 define a forma de expressar o conteúdo líquido, especifi-


cando, inclusive, as dimensões mínimas que os algarismos devem ter. Segundo tal portaria,


rótulos de produtos que apresentam duas fases (sólida e líquida), como as conservas vege-
tais, devem informar o peso drenado, além do líquido, de forma a favorecer o bom entendi-
mento do consumidor.

Há também a Portaria INMETRO nº 248/2008, que estabelece os critérios para verificação do


conteúdo líquido de produtos. A portaria apresenta uma forma de calcular a tolerância indi-
vidual, ou seja, a diferença tolerada para menos, entre o conteúdo efetivo/real e o conteúdo
nominal (aquele indicado na embalagem).

d) Identificação do lote e da origem


O lote é um código que faz parte do controle da produção. Caso haja algum problema, a
rastreabilidade do produto poderá ser feita a partir do lote.
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Para identificação da origem, deve ser indicado: nome (razão social) do fabricante,
® produtor,
fracionador ou titular da marca; endereço completo; país de origem e município; número de
registro ou código de identificação do estabelecimento junto ao órgão competente.
Podem ser empregadas as seguintes expressões:

• “Fabricado em…”


• “Produto…”


• “Indústria…”


FIQUE ATENTO!
Denominação geográfica é diferente de identificação de origem: as denominações geo-


gráficas são reconhecidas como lugares onde são fabricados alimentos com determinadas
características, portanto, essas denominações não podem ser utilizadas na rotulagem de


alimentos semelhantes e fabricados em outros lugares.


Por exemplo, o queijo Brie é fabricado especificamente na França (na região de Brie); um


queijo fabricado no Brasil, mas com características sensoriais semelhantes ao queijo Brie,
deve ter a palavra “TIPO” acrescentada à sua denominação de venda, ou seja, “queijo tipo brie”.



e) Número de registro
O número do registro é emitido para cada produto, segundo sua especificidade. É impor-
tante ressaltar que nem todos os produtos requerem registro prévio. Portanto, é fundamen-
tal realizar uma consulta junto à ANVISA e ao MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento).

f) Prazo de validade
Entre as possíveis expressões permitidas, que devem ser seguidas do prazo de validade ou
de uma indicação clara do local onde o prazo se encontra no rótulo, podemos citar as se-
guintes:
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• “Consumir antes de…”
• “Válido até…” ®

• “Consumir preferencialmente antes de…”

Se o produto vence em menos de três meses, o prazo de validade deve ser expresso em dia
e mês e, se superior a isso, deve-se declarar o mês e ano.


A RDC nº 259/2002, em seu item 6.6.1 (f ), apresenta uma lista de alimentos para os quais


não é exigida a indicação do prazo de validade. Entre eles, temos: vinagre, açúcar sólido


e goma de mascar.
Para os alimentos congelados, cuja validade varia com a temperatura de conservação, é
importante indicar o prazo de validade para cada temperatura. Podem ser utilizadas as se-


guintes expressões:


• “Validade a - 18 °C (freezer): …”


• “Validade a - 4 °C (congelador): …”
• “Validade a 4 °C (refrigerador): …”


E A DATA DE FABRICAÇÃO?


Trata-se de uma informação facultativa para produtos dispensados de registro ou com re-


gistro obrigatório no Ministério da Saúde. No entanto, para produtos de origem animal, a
data de fabricação deve ser apresentada no rótulo, conforme a IN nº 22/2005 (MAPA).

g) Instruções sobre o preparo e uso do alimento


Exceto quando pronto para o consumo, os rótulos dos produtos devem garantir uma inter-
pretação adequada para o uso correto do alimento pelo consumidor. Podem ser menciona-
das, por exemplo, recomendações de reconstituição, descongelamento ou aquecimento do
produto.

h) Informação Nutricional
A ANVISA, por meio das resoluções RDC nº 360/2003, RDC nº 163/2006 e RDC nº 359/2003,
define alguns dados obrigatórios para a declaração da informação nutricional nos rótulos,
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que deve estar estruturada em forma de tabela (se o espaço não for suficiente, pode ser
utilizada a forma linear): ®

• Declaração de valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras sa-


turadas, gorduras trans, fibra alimentar e sódio. É admitida uma variação 20%, para mais
ou para menos, em relação ao valor declarado;


• Percentual do valor diário estabelecido (%VD) para cada um dos nutrientes, ou seja, com


que proporção de cada um dos nutrientes declarados aquele alimento contribui;


• Declaração da porção: quantidade média do alimento a ser consumida para promover
uma alimentação saudável. Para embalagens individuais, a porção se refere à quantidade


por embalagem;


• Declaração da medida caseira: é um utensílio comumente utilizado pelo consumidor para


medir alimentos (“1 colher”, “1 xícara”). Para embalagens individuais, utiliza-se a unidade do
produto(“1 barra”, “1 sachê”, entre outras).


LEMBRE-SE QUE: alguns produtos não precisam apresentar informação nutricional, como,


por exemplo, bebidas alcoólicas, especiarias, águas minerais naturais e as demais águas en-


vasadas para consumo humano, além de vinagres, sal, café, erva mate, chá e outras ervas
sem adição de outros ingredientes.

FIQUE ATENTO!
Em 2019, foi proposta uma nova rotulagem nutricional, que traz a Rotulagem Nutricional
Frontal como destaque. Essa proposta pode ser aprovada a qualquer momento e, quan-
do isso acontecer, os rótulos deverão se adequar às novas normas, ou seja, apresentar o
modelo de lupa na vista principal para os alimentos com alto teor de açúcar adicionado,
gordura saturada ou sódio.
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Outra novidade incorporada à tabela nutricional é a declaração padronizada de infor-


mações nutricionais por 100 gramas (g) ou 100 mililitros (ml), em complementação à
atual declaração por porções. A proposta prevê também a inclusão do número de porções
por embalagem do produto. A ideia é facilitar a comparação entre os conteúdos, sem que o


consumidor tenha a necessidade de ficar fazendo cálculos.


LEMBRE-SE QUE: recentemente, em dezembro de 2019, foi aprovada a RDC nº 332/2019 da


ANVISA. Segundo essa resolução, entre 1º de julho de 2021 e 1º de janeiro de 2023, a quan-
tidade de gorduras trans industriais não pode exceder 2 gramas por 100 gramas de gordura


total nos alimentos destinados ao consumidor final e nos alimentos destinados aos serviços
de alimentação. Para óleos refinados, essa quantidade deve ser garantida a partir de 1º de


julho de 2021.


i) Declaração de glúten
A Lei nº 10.674/2003 obriga a declaração da presença de glúten em todos os produtos ali-
mentícios comercializados, como medida preventiva e de controle da doença celíaca. A
declaração deve ser feita da seguinte forma: “contém Glúten” ou “não contém Glúten”,
conforme o caso.

FIQUE ATENTO!
Em caso de possibilidade de contaminação cruzada na produção, ou seja, quando não há a cer-
teza da presença de glúten, deve-se declarar a sua presença. Não é permitido utilizar dizeres
como “pode conter” ou “contém traços”. Para segurança dos consumidores, a declaração da
ausência de glúten deve ser feita somente quando houver absoluta certeza de tal informação.
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DECLARAÇÃO DA PRESENÇA DE LACTOSE ®

A Lei n° 13.305/2016 motivou a regulamentação da rotulagem de lactose nos alimentos por


estabelecer duas exigências às indústrias:

• indicar no rótulo a presença da lactose;


• e informar o teor de lactose remanescente naqueles produtos cujo teor original fora alterado.



Na sequência, outras duas importantes legislações da ANVISA surgiram para complementar
o assunto: a RDC nº 135/2017 e a RDC nº 136/2017.


A primeira, RDC nº 135/2017, dispõe sobre os requisitos de composição e rotulagem dos
alimentos para dietas com restrição de lactose, ou seja, aqueles elaborados para eliminar


ou reduzir o conteúdo de lactose, tornando-se adequados para indivíduos com intolerância


ou em condições que requeiram a restrição desta. Esses produtos podem ser classificados
como:


• Isentos de lactose: quantidade de lactose é igual ou menor do que 100 miligramas por 100


gramas ou mililitros do alimento pronto para o consumo;


• Baixo teor de lactose: quantidade de lactose maior que 100 miligramas e igual ou menor
do que 1 grama por 100 gramas ou mililitros do alimento pronto para o consumo.

FIQUE ATENTO!
Os produtos lácteos naturalmente baixos em lactose, como os queijos de longa matura-
ção, não são classificados como alimentos para dietas com restrição de lactose, pois não
foram especialmente produzidos para eliminar ou reduzir o conteúdo deste açúcar. Logo,
na rotulagem desses produtos não é permitido alegações de conteúdo absoluto (ex: baixo,
isento) ou comparativo (ex: reduzido) sobre lactose, conforme dispõe a RDC n° 54/2012.
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LEMBRE-SE QUE: para produtos isentos ou com baixo teor de lactose, é® importante acres-
centar à sua denominação de venda os dizeres “para dietas com restrição de lactose”.
Exemplo: iogurte para dietas com restrição de lactose

A RDC nº 136/2017 dispõe sobre as regras de declaração obrigatória da presença de lac-


tose nos rótulos de alimentos. Qualquer alimento que contenha mais de 100 miligramas


de lactose para cada 100 gramas ou mililitro de produto, isto é, que contenha lactose em


quantidade acima de 0,1%, deve trazer em seu rótulo a expressão “CONTÉM LACTOSE”. A


advertência deve estar declarada logo após a lista de ingredientes, com caracteres em caixa
alta e negrito, altura mínima de 2mm e nunca inferior à altura da letra utilizada na lista de
ingredientes.


Os produtos declarados “CONTÉM LACTOSE” não são obrigados a informar a quantidade de


lactose presente, sendo facultativa a declaração deste açúcar na tabela de informação nutri-


cional – conforme dispõe a RDC n° 360/2003.


Em resumo, há três tipos de rotulagem para a lactose, conforme o quadro a seguir:


Teor de lactose Expressões a serem declaradas
≤ 100 mg/100g ou ml do alimento pronto Zero Lactose


para o consumo (de acordo com as instru-
ções de preparo do fabricante)
Isento de Lactose
0% Lactose
Sem Lactose
Não Contém Lactose

> 100 mg/100g ou ml e ≤ 1 g/100g ou ml Baixo Teor de Lactose


do alimento pronto para o consumo (de Baixo em Lactose
acordo com as instruções de preparo do
fabricante)
> 100 mg/100g ou ml do alimento tal como Contém Lactose
exposto à venda
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FIQUE ATENTO! ®

A RDC nº 136/2017 não se aplica aos alimentos para dietas com restrição de
lactose. Portanto, os alimentos classificados como baixos em lactose não devem
trazer a advertência “CONTÉM LACTOSE”.

LEMBRE-SE QUE: produtos naturalmente sem lactose não precisam da declaração “sem lac-


tose” ou “isento de lactose”.



DICA: no blog do Ifope Educacional você encontra um conteúdo bem completo sobre a
rotulagem de lactose em leite e derivados, com conteúdos sobre a metodologia na pro-
dução do leite sem lactose e métodos oficiais de quantificação. Para acessar, basta clicar


aqui.


DECLARAÇÃO DE ALERGÊNICOS


A RDC nº 26/2015 dispõe sobre os requisitos para rotulagem obrigatória dos principais ali-
mentos que causam alergias alimentares, que são listados a seguir:


1. Trigo, centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas.

3. Ovos.

2. Crustáceos.

4. Peixes.
5. Amendoim.
6. Soja.
7. Leites de todas as espécies de animais mamíferos.
8. Amêndoa (Prunus dulcis, sin.: Prunusamygdalus, Amygdaluscommunis L.).
9. Avelãs (Corylus spp.).
10. Castanha-de-caju (Anacardium occidentale).
11. Castanha-do-brasil ou castanha-do-pará (Bertholletia excelsa).
12. Macadâmias (Macadamia spp.).
13. Nozes (Juglans spp.).
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14. Pecãs (Carya spp.).


15. Pistaches (Pistacia spp.). ®

16. Pinoli (Pinus spp.).


17. Castanhas (Castanea spp.).
18. Látex natural.

Os produtos que contenham ou sejam derivados dos alimentos listados acima, devem con-


ter a seguinte declaração:



• “Alérgicos: Contém (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)”; ou
“Alérgicos: Contém derivados de (nomes comuns dos alimentos que causam alergias ali-
mentares)”; ou


• “Alérgicos: Contém (nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares) e de-


rivados”, conforme o caso.


FIQUE ATENTO!


Em alguns casos, pode ocorrer uma contaminação cruzada do produto, de forma que a
sua fórmula final possa conter a presença de qualquer alérgeno alimentar não adicionado


intencionalmente, mas sim por consequência do cultivo, produção, manipulação, processa-
mento, preparação, tratamento, armazenamento, embalagem, transporte ou conservação


de alimentos, ou como resultado da contaminação ambiental.

Portanto, quando não for possível garantir a ausência de contaminação cruzada dos
alimentos, ingredientes, aditivos alimentares ou coadjuvantes de tecnologia por alérgenos,
deve-se acrescentar ao rótulo a seguinte declaração: “Alérgicos: Pode conter (nomes co-
muns dos alimentos que causam alergias alimentares)”.

As advertências mencionadas acima devem estar agrupadas imediatamente após ou abaixo


da lista de ingredientes e com caracteres legíveis, em caixa alta, negrito, cor contrastante
com o fundo do rótulo e altura mínima de 2 mm e nunca inferior à altura de letra utilizada
na lista de ingredientes.
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O QUE É PROIBIDO NOS RÓTULOS ®

Depois de saber todos os dados essenciais para a correta rotulagem do seu produto, você
deve se preocupar com as informações que não podem constar no rótulo:

1 Palavras ou qualquer representação gráfica que possa tornar a informação falsa, ou que


possa induzir o consumidor ao erro.


Exemplo: chocolates que demonstram, por meio de ilustração, que o consumo de determi-


nada quantidade equivale ao consumo de um copo de leite.

2 Demonstrar propriedades que não possuam ou que não possam ser demonstradas


Exemplo: uso de alegações como “efeito calmante” e “mais energia”. Para que possam ser
utilizadas, é preciso que o efeito seja comprovado no produto específico, mediante pesqui-


sas e análises, além de ser preciso proceder ao registro junto à ANVISA


3 Destacar a presença ou ausência de componentes que sejam próprios de alimentos


de igual natureza.
Exemplo: “Óleo sem colesterol”, enquanto, na verdade, qualquer óleo vegetal não apresen-


ta colesterol em sua composição. O certo é “óleo sem colesterol, como todo óleo vegetal”


4 Ressaltar a presença de componentes que sejam adicionados como ingredientes em
todos os alimentos com tecnologia de fabricação semelhante
Exemplo: “maionese preparada com ovos”, enquanto toda maionese deve ter ovos em sua
composição

5 Indicar que o alimento possui propriedades medicinais ou terapêuticas.


Exemplo: dizeres como “previne a osteoporose”, “emagrece”, “combate o câncer”, “faz bem
para o coração”

6 Alegações de ausência ou presença de aditivos alimentares


Exemplo: “sem conservantes”, “sem corantes artificiais”, “contém corantes naturais”, entre
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outras semelhantes. Essa informação pode ser consultada no Informe Técnico nº 70/2016
da ANVISA ®

FIQUE ATENTO!
Alguns produtos podem trazer tais alegações, desde que especificado em RTIQ. Como
exemplo, podemos citar os sucos e polpas de frutas. Segundo a IN nº 49/2018 do MAPA,
tais produtos podem apresentar a alegação “sem aditivos” no rótulo, desde que de fato não


tenham aditivos em sua composição.



O QUE ACONTECE EM CASO DE
INCOERÊNCIAS NOS RÓTULOS?

É preciso estar ciente que rotular um alimento contrariando as normas legais, é algo passível


de penalidades, como advertência, inutilização, interdição e/ou multa. Essas infrações à


legislação podem ser consultadas na Lei nº 6.437/1977.


Além disso, a Lei nº 8.078/1990, que estabelece o código de defesa do consumidor, tam-
bém pode ser usada para avaliar casos de infrações em rótulos.



A rotulagem incorreta também pode ser entendida como uma fraude, ou seja, quando exis-
te a inclusão de informações falsas com a finalidade de proporcionar maior ganho eco-
nômico. Como exemplo, podemos citar o aumento indevido do prazo de validade, declara-
ção errada de nutrientes ou alegações falsas. As fraudes podem sofrer penalidades previstas
no código penal (Decreto-Lei nº 2.848/1940).

CONCLUSÃO
Conhecer as regras que regem a rotulagem de alimentos no Brasil é extremamente impor-
tante para qualquer um que tenha um negócio ou queira atuar no setor de alimentos.
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Para garantir a conformidade dos rótulos, é fundamental manter uma pesquisa constante
das legislações, para se inteirar a respeito das atualizações e, inclusive,
® das normas que
são revogadas. Portanto, fique sempre atento aos portais da ANVISA e do MAPA.

Além disso, é preciso conhecer muito bem o seu produto para se orientar sobre os aspec-
tos relevantes para a criação do rótulo. Neste e-book, tratamos as informações mais comuns
e gerais, mas é importante saber que as normas podem variar de acordo com a especifici-


dade do produto. Portanto, um profissional que trabalha com a rotulagem de alimentos


precisa estar sempre em busca de informações e, ainda, precisa saber interpretar muito


bem as legislações.

A seguir, listamos algumas fontes de consulta que podem ser interessantes:


Biblioteca de Alimentos da ANVISA (reúne todas as normas vigentes)


Guia para determinação do prazos de validade de alimentos


Guia sobre Programa de Controle de Alergênicos
Perguntas e Respostas da ANVISA sobre rotulagem de lactose


Informações gerais sobre as normas de rotulagem de alimentos (ANVISA)
Manual de orientação sobre a rotulagem nutricional obrigatória (ANVISA)



E se você é um profissional que quer se diferenciar no mercado, saiba que o Ifope Educa-
cional oferece curso livre e pós-graduações com excelentes conteúdos sobre rotulagem
de alimentos. Clique aqui e confira as possibilidades para alavancar sua carreira e se
transformar no profissional que a indústria precisa.

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