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ESTUDOS FINAIS DE FISIOLOGIA ANIMAL COMPARADA

1. Compare o ambiente aquático e o terrestre em relação às diferentes imposições, que levaram à seleção
de diferentes estruturas respiratórias e distintas formas de funcionamento dessas (15 min- 1,5 ponto).

No ambiente terrestre, temos o destaque do pulmão como estrutura respiratória. É caracterizado como uma
superfície respiratória formada a partir de uma invaginação, sem ter qualquer contato com o meio externo.
Seu funcionamento se dá a partir da inspiração do ar pelas vias aéreas nasais superiores e percorre todo o trato
respiratório até os pulmões, e pela troca gasosa por hematose (O2 para o sangue CO2 para pulmão), o CO2 é
expirado para fora o corpo.

No ambiente aquático, as brânquias se destacam como estrutura respiratória. É caracterizada como uma
superfície respiratória formada a partir de uma evaginação. Como existe uma grande variação de oxigênio
essa superfície precisa movimentar uma grande quantidade de massa inerte do O2. Nos peixes ósseos, as
brânquias são organizadas em arcos branquiais que possuem ramificações que formam filamentos. Esses
filamentos sofrem de dobramentos chamados lamela, que favorecem a troca gasosa no organismo.

2. Assista ao vídeo e responda a questão: no ambiente natural, muitas vezes ser capaz de manter alta
velocidade é fundamental na diferença viver ou morrer. Dos animais retratados em vídeo, explique
quais são as alterações fisiológicas que sustentam o aumento metabólico necessário para sustentar altas
velocidades, pra fuga e pra caça. Explique também adaptações adicionais que ajudam a reduzir a
temperatura do corpo e evitar o superaquecimento encefálico. (20 min- 1,5 ponto)

Os animais herbívoros estão sempre fugindo de seus predadores. São animais que por não possuírem as
glândulas sudoríparas ou caso possuam sejam reduzidas, eles não realizam a transpiração como nos seres
humanos por exemplo, e sim o ofego. O ofego consiste na evaporação e resfriamento pelas vias nasais aéreas
superiores e vai possibilitar o resfriamento do sangue antes dele chegar no cérebro, já que o encéfalo não
suporta temperaturas acima de 40 graus. Além disso, o sangue resfriado também segue para o coração.

O ofego vai possibilitar a existência de trocadores de calor pelo fluxo contracorrente. Como esses animais
precisam atingir altíssimas velocidades por um determinado tempo para fugir de seus predadores, o sangue
antes de chegar até o cérebro ele vai bifurcar nas artérias carótidas seguindo um fluxo contracorrente e de
troca de calor com o seio venoso, conseguindo assim evitar o superaquecimento cerebral, fazendo com que o
organismo consiga sustentar sua velocidade de fuga por mais tempo sem colapsar.

3. Para cumprir o protocolo de estágio numa grande empresa, você precisa apresentar um uma proposta
de pesquisa em taxa metabólica. Apresente os três métodos e avaliação da taxa metabólica dos animais,
com seus prós e contras. Indique qual dos métodos você sugere e justifique. Lembre-se: trata-se de um
EMPRESA, que visa acima o LUCRO sem para isso perder em qualidade de serviços. (15 min- 1,5
ponto)

Existem três métodos para avaliar a taxa metabólica dos animais.

A primeira opção visando os lucros, é pelo consumo de oxigênio, pois é um método barato e simples de ser
executado. Esse método avalia a taxa metabólica em relação ao consumo do oxigênio. O método consiste na
avaliação da quantidade de oxigênio usada nos processos de oxidação.

O segundo método é a partir da quantidade de calor produzida. A atividade metabólica produz calor, então
se o corpo tiver ativo mais calor será produzido. Esse método sofre menos interferência mas, é o mais caro
de se realizar. O corpo vivo produz calor, e com isso vai ser possível quantificar o calor produzido e aferir o
metabolismo energético, por hora, por dia, por mês. É um método com mais exatidão do resultado, porém o
calorímetro que é o aparelho utilizado é caro, e sua manutenção é mais cara ainda. Esse método não trabalha
com indivíduos e sim com populações. É utilizado um calorímetro que calcula a produção total de calor
pelo organismo, tendo em vista que um corpo ativo produz bastante calor, considerando os alimentos
ingeridos, a vaporização de água e se o organimos está em atividade. Ao contrário do método anterior, este
trás informações mais exatas, sofre pouca interferência dos fatores citados, no entanto tem um custo x
benefício alto, sendo assim, inviável.
O terceiro método tem uma precisão satisfatória, porém sofre com a interferência das variáveis, como a
distribuição geográfica, gênero e faixa etária do indivíduo. Nesse método se avalia a quantidade de alimento
eliminado nas fezes, a urina e as secreções. Nesse caso, é calculado a diferença entre o valor energético de
todo o alimento ingerido e o valor energético de todos os excrementos, principalmente fezes e urina. No
entanto, mesmo sendo financeiramente bom para vossa empresa, este método não é indicado tendo em vista
sua falta de exatidão, por sofrer interferência de muitas variáveis.

Contudo, sugiro o primeiro método, por atender as necessidades de lucro, eficiência e de baixo custo,
atendendo as necessidades da empresa.

4. Uma aluna sua, de sétimo ano, chega na aula com uma figura de aves juntinhas. E te pede para explicar
por que as aves ficam assim, encolhidas, arrepiadas e juntinhas ao mesmo tempo. Explique quais os
processos que ocorrem junto a esse comportamento.

As aves são animais endotérmicos, ou seja, têm uma fonte interna de calor, sua atividade metabólica que gera
calor. Quando ocorre uma redução da temperatura do meio ambiente elas tendem a perder calor pro meio com
mais facilidade. Aumentar a taxa metabólica como uma resposta para aumentar a produção metabólica de
calor e atingir o equilíbrio térmico (H=Q) seria uma alternativa, mas se compararmos com os mamíferos esse
aumento não é intenso. Isso faz com que gastem menos energia e isso é um ponto importante já que devido ao
fato delas voarem já possuem uma taxa metabólica basal alta. No frio, as aves encolhem o pé, a cabeça e
arrepiam as penas. Trazer a cabeça pro peito significa trazer um órgão vital (cérebro) para a região produtora
de calor e facilitar a conservação de calor, encolhendo os pés elas também conseguem isso. Quando arrepiam
as penas estão diminuindo o isolamento do corpo porque o tegumento está exposto, o que teria como
consequência o resfriamento da superfície do corpo, mas elas contam com uma vasoconstrição da superfície
fazendo com que a circulação de sangue diminua e com isso não tem sangue frio chegando para o centro do
corpo evitando o seu resfriamento. Elas alteram a condutância, permitem o aumento da perda na região
superficial e o investimento da energia é só para conservar a temperatura do centro do corpo que é a
homeotermia buscada. Elas agrupadas, o calor do outro ajuda a conservar calor, porque os corpos tendem a
ficar com a mesma temperatura e a perda de calor se torna difícil. Esse comportamento é de extrema
importância porque economiza energia e evita a perda de calor em períodos frios do dia.

5. Destaque e explique os trechos desse artigo que relacionam as implicações da TL50 e as causas de
morte por calor.
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/12/151221_verao_calor_saude_

No próprio título do artigo já temos a indagação: “É possível morrer de calor?”. Sabemos que isso é possível
dependendo do tempo de exposição e do valor da temperatura letal, o que pode ser explicado com a TL 50
(código para temperatura letal) que é determinada quando metade dos indivíduos de uma amostra morrem ou
sobrevivem, o que é destacada em um trecho: “O risco é quando, ao longo de pelo menos três dias
consecutivos, a temperatura máxima passa dos 36ºC e a mínima não cai abaixo de 21ºC. Quando isso ocorre,
o corpo não consegue resfriar de forma apropriada, o que pode levar a paradas cardíacas e derrames”. Junto
com isso temos alguns processos que causam a morte em temperatura de 40ºC ou acima: a desnaturação
proteica (as proteínas perdem suas características funcionais) e/ou a inativação enzimática (deixam de catalisar
reações e quebrar macromoléculas). Esses processos podem acarretar problemas como os citados no texto “o
que pode levar a vertigem e tonturas, por exemplo. Com a pressão mais baixa, a tendência é que o coração
comece a bater mais rápido numa tentativa de elevar a pressão e equilibrar o organismo”. É importante lembrar
também que quanto maior o tempo de exposição maior é a TL50 e que existem animais que morrem por calor
antes mesmo da temperatura chegar em 10ºC e em pouco tempo de exposição, por fatores como: suprimento
inadequado de 02, efeitos no Q10 de reações interdependentes e efeitos na estrutura das membranas.

6.Elabore um gráfico com as seguintes informações:


- Dois grupos de mamíferos: um eutério e um marsupial
- Massas corpóreas: 1, 10, 100, 1000, 1500, 2000, 2500 e 3000g.
- Taxa metabólica específica.
Justifique sua construção gráfica. (20 min- 2,0 pontos)
Título do Gráfico
7000

6000

5000

4000

3000

2000

1000

0
1 10 100 1000 1500 2000 2500 3000

Eutério Marsupial

No eixo y foram especificados os valores da taxa metabólica específicas. No eixo x foram especificados os
valores das massas corpóreas em gramas. Os eutérios são mamíferos que possuem um peso corporal bem
maior do que o dos marsupiais, logo possuem hábito de vida lento, consequentemente tendo uma atividade
metabólica reduzida. Ao contrário dos eutérios, os marsupiais vão possuir uma intensa atividade metabólica
devido ao seu menor tamanho e massa corpórea, além de também precisar estocar alimentos diante dos
períodos de escassez. Logo, como podemos ver no gráfico ao comparar o eutério de 2000g e o marsupial de
10g, vê-se que a taxa metabólica específica do marsupial é cerca de 13x maior do que a taxa metabólica
específica do eutério. Com isso, podemos inferir que a massa corpórea e a taxa metabólica específica são
grandezas inversamente proporcionais.

O mundo científico acaba de descobrir uma nova espécie de vertebrado, Magavilhosandis merlindus
(Hagendorff et al 2020). Trata-se de um sarcopterígeo único, que tanto pode obter o oxigênio da água
quanto da atmosfera. A diferença dessa espécie para outras, já conhecidas com essas características, é que
Magavilhosandis merlindus altera o uso de órgãos respiratórios de acordo com o ambiente em que se
encontra: brânquias quando em água, pulmões quando em terra.
Magavilhosandis merlindus também se desloca em ambos os ambientes, podendo percorrer vários Km por
terra durante uma noite.
1- Como se espera que seja a estrutura e funcionamento de cada órgão respiratório de acordo com cada
ambiente e suas características. (1,5 ponto) 20min

O peixe em questão consegue realizar respiração aérea por um tempo considerável, assim como também
consegue se recuperar rapidamente quando exposto ao ambiente aquático. Quando se trata do ambiente
aquático, a regulação da respiração desse organismo é necessária quando o oxigênio do meio diminui, devido
a variação de seu nível no ambiente. Por isso, essa espécie pode chegar a transitar na terra durante a noite,
onde a temperatura é mais baixa e a umidade aumenta, a procura de outro curso de água. Durante essa
passagem, ele regula sua respiração de acordo com os níveis de gás carbônico no ambiente, por esse motivo
existe um tempo significativo ao ser exposto no ambiente terrestre para evitar o acúmulo de CO2 e
consequentemente a acidificação do sangue.

Outra estratégia que pode ocorrer é manter baixa tanto a temperatura quanto a umidade para que a taxa de
consumo do O2 no ambiente terrestre seja menor, também pode se utilizar de órgãos acessórios para respiração
aérea.

2º) Explique como espera encontrar a manutenção da regulação da respiração de acordo com as
variações de ocupação dos ambientes por Magavilhosandis merlindus. (1,5 ponto) 20 min

Quando se trata do ambiente aquático, a regulação da respiração desse organismo é necessária quando o
oxigênio do meio diminui, devido a variação de seu nível no ambiente. Por isso, essa espécie pode chegar a
transitar na terra durante a noite, onde a temperatura é mais baixa e a umidade aumenta, a procura de outro
curso de água. Durante essa passagem, ele regula sua respiração de acordo com os níveis de gás carbônico no
ambiente, por esse motivo existe um tempo significativo ao ser exposto no ambiente terrestre para evitar o
acúmulo de CO2 e consequentemente a acidificação do sangue. Outra estratégia que pode ocorrer é manter
baixa tanto a temperatura quanto a umidade para que a taxa de consumo do O2 no ambiente terrestre seja
menor, também pode se utilizar de órgãos acessórios para respiração aérea.

3º) Explique como a velocidade de deslocamento interfere na taxa metabólica de mamíferos


cursoriais (que caminham e correm). Explique como cavalos conseguem reduzir o custo da
locomoção nas diferentes estratégias de deslocamento e qual a adaptação máxima que apresentam
(1,5 ponto). 15 mim

A medida que a velocidade de deslocamento sobe consequentemente o custo energético também aumenta,
aumentando também o consumo de O2, isso ocorre tanto na caminhada quanto na corrida. No entanto, a partir
de um momento, a caminhada e a corrida possuem o mesmo gasto, ao se cruzarem, e logo após a corrida
apresenta um maior custo energético.

No caso dos cavalos, se continuassem caminhando, iriam gastar muita energia, não sendo vantajoso continuar
com a caminhada, pois o gasto energético continuaria aumentando. Em relação ao galope, existe uma
velocidade ideal para seu início, pois quando se inicia o galope antes do tempo certo, o gasto de energia vai
ser muito maior do que o cavalo que está trotando.

Sendo assim, quando o cavalo escolhe sua velocidade livremente, sem o incentivo de um cavaleiro, essas
velocidades coincidem com as menos custosas para cada tipo de locomoção. Por assim dizer, é possível manter
a velocidade ideal em cada estratégia, independete se o cavalo está caminhando, trotando ou correndo, pois o
gasto energético entre eles é o mesmo. Lembrando que a velocidade determina a troca da modalidade.
5) Assista ao vídeo a seguir. A explicação do ictiólogo não está completa, e provavelmente nem valeria
a pena, dada à natureza do Programa. Explique com detalhes o que de fato ocorre nesse vídeo,
incluindo o fato de o peixe ter conseguido passar tempos sem acesso ao oxigênio (25 minutos- 2,0
pontos) https://www.youtube.com/watch?v=Zmt_boAUe4s

Geralmente, quando qualquer parte de algum tecido congelar, o mesmo entra em necrose e acaba morrendo,
mas como os peixes estão dentro do meio aquático, deveriam chegar a morrer pelo congelamento ou
resfriamento, justamente pela água do ambiente entrar pela boca e passar pelas brânquias, os cristais de gelo
presentes na água que entrar em contato com o meio interno do peixe, pode desencadear o congelamento.
Entretanto, mesmo que os peixes sejam animais ectotérmicos, eles são intolerantes tanto ao congelamento
quanto ao resfriamento, por possuírem um conjunto de glicoproteínas que atuam como anticoagulantes, que
assim que o congelamento da início, essas glicoproteínas impedem o desenvolvimento do mesmo, se inserindo
entre os cristais de gelo impedindo sua expansão.

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