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Resumo:

O artigo introduz o principal conceito das novas unidades de gestão escolar, que
centralizam o poder numa direção única: são os Agrupamentos Escolares. Esta fórmula
administrativa concerne um novo escalão desconcentrado, ou seja, uma nova instância
periférica do controlo sobre todas as outras escolas agrupadas. A partir deste momento, a
escola pública dissemina-se numa criação de uma vasta rede de estabelecimentos, que de
alguma forma, expandem a rede escolar pública. A importância que o município tem neste
processo é fulcral, pois implementam os estabelecimentos e a obrigatoriedade da sua
frequência. Não obstante, esta rede é administrada centralmente pelo Estado, logo uma
grande parte das decisões tomadas serão encarregues de uma entidade, que por sua vez,
despreza as “lógicas locais e interesses comunitários”.

Um dos pontos contra deste sistema gestacional são as relações de subordinação e


dependência a que a centralização submete as suas periferias, ou seja, os processos que se
sucederam de encerramento/abertura de estabelecimentos numa determinada rede escolar, é
entregue a uma entidade central. Esta poder de tomada de decisão é submetida à capacidade
de definir o conceito da rede escolar instalada e resulta de um pensamento formal sobre
organizações e administrações gerais. Segundo Eurico Lemos Pires, reconhecendo a Lei de
Bases de 1986 identificamos uma grande variedade de estabelecimentos e agrupamentos,
possibilitando a “flexibilidade no ordenamento da rede” criando, desta forma, alguma
independência a cada estabelecimento/agrupamento. Isto, praticamente não trouxe
resultados, apenas indica a possibilidade que num futuro haverá essa probabilidade de
acontecer. De facto, é um processo lento e que pode demorar vários anos para surtir efeitos.
Alguns acontecimentos interessantes se foram revelando antes da do Decreto de lei de 1998
sobre os agrupamentos escolares: A criação das escolas C+S, que consistem numa escola
básica de nove anos e que estaria associado a uma possível formação de uma mini rede escolar
com direção própria que se assumiria um “centro local de educação básica”.

Várias personalidades questionavam a organização e a gestão do sistema escolar


chegando a conclusão de que a formação dos agrupamentos horizontais (que já se
contemplava no Despacho Conjunto 28/SERE/SEAM/88) visa, por um lado, um melhor
funcionamento e coordenação regional e por outro lado diminuiria o número de conselhos
gerais das escolas. Desta forma, também se procurava um maior nível educativo, sendo ativos
os agrupamentos horizontais, verticais ou misto. Defende-se também, nesta fase, que cada
escola deveria possuir um órgão diretivo próprio (chamado de conselho de direção) e que
pudesse ser transversal a várias escolas. Esta noção de agrupamento deveria “assegurar a
participação equilibrada de representantes das escolas agrupadas e a correta consideração de
problemas específicos” de forma a ser o mais democrático possível. Este pensamento
reformista, promovia também mais autonomia às escolas. Contrariamente ao referido
anteriormente, este órgão diretivo é praticamente inexistente, e só aparece meramente
representativo, ou seja, toda a legislação é emitida pelo Ministério da Educação.

Em janeiro de 1988 é publicado um conjunto de propostas relativas à direção e gestão


das escolas que integram o volume Documentos Preparatórios ll, cujos autores propõe a
criação do Conselho Local do Ensino Básico ou ainda mais específico Conselho Local de
Educação. Ou seja, esta proposta foca-se num sistema educativo descentralizado e com
bastante autonomia para as escolas básicas e secundárias. Num outro capítulo, intitulado de
“Ordenamento Jurídico da direção e gestão das escolas”, os autores recusam que a formação
do agrupamento seja obrigatória e que estas tenham a liberdade de poder decidir se querem
agrupar ou não. Por fim, num capítulo centrado nas escolas básicas do 1º ciclo que nos indica
que estas devem estar agrupadas horizontalmente e designadas de “núcleos escolares”. A
Comissão de Reforma do Sistema Educativo assume uma posição a favor destes propostas
apresentadas anteriormente face ao Governo em julho de 1988. É introduzida em proposta a
“Associação de Escolas” que visam reforçar o ensino básico com medidas melhorativas naquilo
que é atividades de complemento curricular, ocupação de tempos livres, etc. Estas associações
poderão ter o poder de escolha sobre as estruturas de coordenação que acharem mais
benéficas podendo optar por um único conselho de direção e um projeto educativo comum.

É óbvio que as propostas que foram apresentadas ao Governo pela Comissão de


Reforma do Sistema Educativo contemplam a descentralização da administração. Tinham
como finalidade superiorizar a autonomia das escolas e criar um órgão diretivo democrático
onde todas as escolas pudessem ser ouvidas e respeitadas com poder de decisão. Em
contrarreforma, o governo de 1987 gera uma reorganização do Ministério da Educação com
foco na administração centralizada e sai nesse mesmo ano o Decreto-Lei nº3/87, que se
resume numa gestão do tipo centralizada-desconcentrada. O resultado evidente é que todas
as direções até então existentes passariam a ser “órgãos desconcentrados de coordenação e
apoio”. Estas propostas caiem em soluções contraditórias do governo face aquilo que era o
foco na democratização e descentralização das escolas públicas da Comissão Reformista.

Existiu um modelo experimental em 50 escolas portuguesas que pretendia resolver a


carência de autonomia das escolas, mas não foi bem-sucedido pois a penas foi uma
pontualidade e não se generalizou na rede de escolas publicas portuguesas. Ainda assim,
verificou-se uma administração “fortemente centralizada” o que levou a contrair muitas
críticas a esta resposta do governo. Após isto existe a necessidade de criar uma “carta de
princípios” de caráter mais abrangente e um “diploma-quadro” que indicasse a posição
fundamental da direção e gestão da escola. De facto, isto implicava uma alteração profunda
nos níveis de administração central educativa, de forma a transportar competências gerais
para as escolas. No entanto, estas alterações foram incompatíveis com o governo e com as
políticas que estavam implementadas no ano de 1993.

O final primeiro capítulo deste artigo conclui que não seria possível executar e
regulamentar a autonomia das escolas com regras e linguagens que anteriormente foram
disjuntivas, isto é, o primeiro passo é definir todas as regras da administração e
automaticamente observar resultados de autonomia, quando esta envolve a possibilidade de
moldar a produção das mesmas.

2º O segundo capítulo do artigo foca-se no “Signo do reforço da autonomia da escola”


com centro das políticas educativas. Começa por nos referenciar algumas orientações sobre o
programa eleitoral do governo socialista apresentado às eleições de 1995 e como é que este
expunha os problemas evidentes no campo educativo. Este governo adota uma “lógica de
política pós-reformista”, suspendendo de forma geral o Decreto-lei nº172/91, considerando
ainda um ato longínquo daquilo que é uma reforma educativa devido ao seu tempo de
intervalo entre a apresentação das propostas e a sua “solução”. Uma das alíneas deste
programa assume que as mudanças no campo educativo deverão ser realizadas de forma
gradual e “centradas nas escolas”, gerando assim maior protagonismo ao poder de escolha de
cada gestão escolar e adotar medidas de descentralização do poder da administração.

De facto, este novo governo socialista propõe responder de forma eficaz à Comissão
de Reforma do Sistema Educativo, evidenciando o desenvolvimento da autonomia das escolas.
É nos apresentado uma séria de medidas que nos demonstram interesse por parte do governo
colaborar com a Comissão tal como: “Fazer do sistema educativo um sistema de escolas”,
territorializar as políticas educativas, dinamizando e apoiando formas de gestão integrada de
recursos e favorecendo a sua adaptação às especificidades locais”. Antes da aprovação do
regime de autonomia, que ocorreria em 1998, o governo assume, em despacho, que o ano
letivo de 1997/1998 seria um ano de preparação para o novo regime de “reordenamento da
rede escolar” complementado com propostas de associações ou agrupamentos de escolas.
Neste documento é notável a prioridade na formação de agrupamentos entre jardins de
infância e estabelecimentos de ensino básico. Quando foi publicado o Decreto de Lei nº115-
A/98, já existia em funcionamento várias formações de agrupamentos escolares submetidos a
uma administração regional centralizada que contempla a “importância das dinâmicas locais”.

Esta tal lógica de “reordenamento escolar”, já descrito em despachos anteriores, visa


trazer melhores condições ao percurso académico dos alunos, tornando este mais sequencial e
inclusivo. O regime implementado considera positivo o agrupamento de escolas, inclinando-se
maioritariamente para o agrupamento de lógica vertical principalmente entre os jardins de
infância e escolas do 1º ciclo procurando, de alguma forma, resolver o afastamento e a falta de
dimensão destes estabelecimentos.

Segundo documentos oficiais, cada estabelecimento agrupado, caso não seja a escola
principal ou se trate de uma escola com menos de três docentes efetivos, tem direito a um
coordenador profissional. A este coordenador são lhe exigidos funções executivas para o bom
funcionamento da escola.

A partir deste momento, a escola pública dissemina-se numa criação de uma vasta rede de
estabelecimentos, que de alguma forma, expandem a rede escolar pública. A importância que
o município.

tomadas serão encarregues de uma entidade, que por sua vez, despreza as “lógicas locais e
interesses comunitários”. sucederam de encerramento/abertura de estabelecimentos numa
determinada rede escolar, é entregue a uma entidade central.

Eurico Lemos Pires, reconhecendo a Lei de Bases de 1986 identificamos uma grande variedade
de estabelecimentos e agrupamentos, possibilitando a “flexibilidade no ordenamento da rede

Decreto de lei de 1998 sobre os agrupamentos escolares: A criação das escolas C+S, que
consistem numa escola básica de nove anos e que estaria associado a uma possível formação
de uma mini rede escolar com direção própria que se assumiria um “centro local de educação
básica”.

órgão diretivo é praticamente inexistente, e só aparece meramente representativo, ou seja,


toda a legislação é emitida pelo Ministério da Educação.

Em janeiro de 1988 é publicado um conjunto de propostas relativas à direção e gestão das


escolas que integram o volume Documentos Preparatórios ll

Conselho Local de Educação. Ou seja, esta proposta foca-se num sistema educativo
descentralizado e com bastante autonomia para as escolas básicas e secundárias. Num outro
capítulo, intitulado de “Ordenamento Jurídico da direção e gestão das escolas”, os autores
recusam que a formação do agrupamento seja obrigatória e que estas tenham a liberdade de
poder decidir se querem agrupar ou não

1º capítulo (APRESENTAÇÃO)
Licínio Lima Escola Pública começa por mencionar elementos do conjunto de
estabelecimentos escolares que alargam o sistema da escola pública. O Estado ganha peso
sobre este assunto, e os municípios são um elo fundamental na implementação dos
estabelecimentos. As medidas e regras tomadas estão encarregues a uma entidade central que
“despreza as lógicas locais e interesses comunitários”.

Refere Eurico Lemos Pires, reconhecendo a Lei de Bases de 1986 , com a formação de
agrupamentos identificamos uma grande variedade de estabelecimentos, possibilitando a
“flexibilidade no ordenamento da rede

Ainda o Decreto de lei de 1998 sobre os agrupamentos escolares: A criação das escolas C+S,
que consistem numa escola básica de nove anos e que estaria associado a uma possível
formação de uma mini rede escolar com direção própria que se assumiria um “centro local de
educação básica”. (na prática isto não é eficiente e não acontece)

Em janeiro de 1988 é publicado um conjunto de propostas relativas à direção e gestão das


escolas que integram o volume Documentos Preparatórios l cujos autores propõe a criação
do Conselho Local do Ensino Básico ou ainda mais específico Conselho Local de Educação, um
sistema educativo mais descentralizado e com bastante autonomia para as escolas básicas e
secundárias.

Num outro capítulo, intitulado de “Ordenamento Jurídico da direção e gestão das escolas”, os
autores recusam que a formação do agrupamento seja obrigatória e que estas tenham a
liberdade de poder decidir se querem agrupar ou não

Com os agrupamentos procurava-se alcançar um um maior nível educativo e maior


sustentabilidade na educação portuguesa

Em 1993 existiu um modelo experimental em 50 escolas portuguesas que pretendia resolver a


carência de autonomia das escolas, mas não foi bem-sucedido pois a penas foi uma
pontualidade e não se generalizou na rede de escolas publicas portuguesas ou seja foram
politicamente incompatíveis com o governo daquele ano.

Conclusão 1º capítulo:

Não seria possível executar e regulamentar a autonomia das escolas com regras e linguagens
que anteriormente foram disjuntivas, isto é, o primeiro passo é definir todas as regras da
administração e automaticamente observar resultados de autonomia, quando esta envolve a
possibilidade de moldar a produção das mesmas.

2º CAPÍTULO (APRESENTAÇÃO)

Este capítulo começa por nos referenciar algumas orientações sobre o programa eleitoral do
governo socialista apresentado às eleições de 1995 (aparentemente encontrava soluções para
a Comissão de Reforma do Sistema Educativo)

De facto, Uma das alíneas deste programa assume que as mudanças no campo educativo
deverão ser realizadas de forma gradual e “centradas nas escolas”, gerando assim maior
protagonismo ao poder de escolha de cada gestão escolar e adotar medidas de
descentralização do poder da administração. Fazer do sistema educativo um sistema de
escolas”, territorializar as políticas educativas, dinamizando e apoiando formas de gestão
integrada de recursos e favorecendo a sua adaptação às especificidades locais”.

O governo socialista tomou posse mesmo ano, liderando António Guterres. (10 ano em
oposição ao PSD)

De repente, o ano letivo de 1997/1998 seria um ano de preparação para o novo


regime de “reordenamento da rede escolar” complementado com propostas de associações
ou agrupamentos de escolas. - Neste documento a prioridade é prioridade, de facto a
formação de agrupamentos entre jardins de infância e estabelecimentos de ensino básico com
visão de resolver o afastamento e a falta de dimensão destes estabelecimentos.

Refere ainda que o maior problema do Decreto Lei 115-A/98 é atribuição de


autonomia as escolas que lhes da autonomia técnica e processual de execução e não de
decisão.

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