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REVERSAL TEST
Teste de aptidão perceptiva

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1. INTRODUÇÃO

A leitura é um complexo fenómeno no qual intervêm diversos factores, alguns


dos quais muito específicos, invisíveis aos testes de inteligência geral (Besora, 1988). A
percepção é um factor extremamente importante.

O Reversal Test, criado por Edfeldt, demonstra na criança um estado geral de


indiscriminação perceptiva, detectando possíveis dificuldades com que esta se poderá
deparar no momento em que inicia ou prossegue a aprendizagem da leitura.
O propósito desta prova é apreciar se a criança aluno possui a maturidade
necessária para aprender a ler; desta forma, pode ser considerado um teste de
prognóstico, a curto prazo, do êxito da leitura.
Os factores aos quais a maturidade está ligada podem sofrer, por volta dos seis
anos, importantes alterações em poucos meses (Besora, 1988). Assim, o valor preditivo
da prova está reduzido a um curto espaço de tempo.

O Reversal Test é constituído por 84 itens, cada item tem um par de figuras. Dos
84 pares, 42 não são idênticos; destes 42 pares, 20 apresentam uma simetria direita-
esquerda (como a simetria existente entre d e b), seis têm uma simetria cima-baixo
(como a que existe entre d e q), cinco têm uma simetria direita-esquerda e cima-baixo
(como por exemplo entre d e p). Os 11 pares restantes são totalmente diferentes, não
possuindo qualquer simetria.

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2. NORMAS DE APLICAÇÃO

Idade

A idade escolhida para a amostra foi de 6 anos, todavia o teste pode ser aplicado
sempre que se suspeitem falhas perceptivas.

Local para aplicação

O local de aplicação deverá ser um espaço bem iluminado, confortável e isento


de fontes de ruído ou perturbações do exterior. O(s) sujeito(s) deverá estar sentado
dispondo de uma superfície plana (uma mesa), onde serão colocados os materiais
necessários para a elaboração do exame. Em situações de aplicação colectiva, as
secretárias deverão estar alinhadas e as crianças isoladas.

Instruções

- O examinador deverá ter protocolos individuais e um cronómetro, assim como dois


lápis e uma borracha para cada criança.
- Antes de iniciar a aplicação do teste, o examinador deverá desenhar no quadro a
página de exemplos na mesma ordem apresentada no protocolo. O desenho do
ângulo superior direito deverá estar riscado.
- Os protocolos deverão ser colocados nas mesas virados para baixo, não podendo as
crianças vira-los antes de ser dada a respectiva instrução.
- O examinador deverá escrever o nome de cada criança e respectiva data de
nascimento (incluindo os meses) em cada protocolo.

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Aplicação

O examinador deverá esclarecer qualquer dúvida que surja antes de iniciar a


aplicação do teste, tentando empregar frases exactas e simples.
O examinador apresentará então a prova do seguinte modo:
«Como podem ver, desenhei no quadro alguns quadros com desenhos.»
Depois de os apontar, dirá: «Vejam este primeiro quadro [em cima, à esquerda].
Estão desenhadas duas figuras. O que vos parece, são exactamente iguais, ou
não?». Responde, de seguida, consoante as respostas. Enfatiza então o quadro por
debaixo desse e diz: «E estas casas, parecem-vos exactamente iguais, ou não?»
Espera novamente as respostas e assegura-se que todos viam que as duas casas eram
diferentes. Diz então: «As casa não são iguais porque a chaminé não está do mesmo
lado. Como não são iguais, vamos marcar este quadro das casas com uma cruz
[em aspa e de forma a ocupar todo o quadro], como está aqui em cima.» Nesta altura
aponta para o quadro no ângulo superior direito. «Vejamos agora o quadro seguinte
[no meio, à direita]. Estes desenhos, são exactamente iguais, ou não?» Espera a
resposta e diz:
«Sim, são exactamente iguais. Portanto deixamos este quadro em branco e
passamos ao próximo.» «E este, que vos parece? são iguais as figuras deste
quadro? [inferior à esquerda].» Espera a resposta. «Sim, claro que sim. Então que
temos que fazer?» Aguarda mais uma vez a resposta. «Muito bem, deixamos o
quadro tal como está.» «E estes desenhos, são iguais? [em baixo à direita]». Espera a
resposta e pergunta a um aluno porquê; repetindo depois a explicação em voz alta.
«Este desenho tem esta linha do meio para o lado esquerdo e no outro desenho a
linha está para o outro lado [direito]. Então, como os desenhos não são iguais, o que
é que fazemos?» Espera pela resposta. «Marcamo-lo com uma cruz.» «Querem
perguntar alguma coisa?» O examinador deverá de seguida apagar os exemplos do
quadro e dizer: «Podem voltar os vossos cadernos. Vão encontrar os mesmos
desenhos que estavam no quadro, vêem? quando vos disser, peguem nos vossos
lápis e marquem com uma cruz os quadros em que os desenhos não sejam iguais.
Naqueles quadros em que as figuras sejam iguais, não os marquem, deixem-nos
estar sozinhos. Façam esta página e quando terminarem, poisem o vosso lápis.
Compreenderam? Já podem começar.» O examinador deverá ir passando pelas

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crianças para se certificar que perceberam. «Agora continuem com as figuras das

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páginas seguintes até acabarem todas as folhas. Quando acabarem, poisem o lápis
em cima da mesa e ponham o dedo no ar para eu ver que vocês já terminaram.
Querem perguntar alguma coisa?... Não?... Então podem começar». Nesta altura o
examinador deverá accionar o cronómetro, sendo o tempo máximo permitido de 15
minutos. À medida que as crianças forem terminando, deverá ser recolhido o seu
protocolo e assinalado o tempo de execução.

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3. PONTUAÇÃO

Constituem erro:
- As figuras idênticas cruzadas;
- As figuras idênticas não cruzadas.

Pontuação directa = 84 (total de figuras) – total de erros.

Uma vez calculada a pontuação directa, recorre-se às tabelas no sentido de


verificar o percentil no qual se situa o sujeito.
Nos casos em que a pontuação quantitativa resulte muito baixa, devem analisar-
se os erros cometidos: simetrias simples (direita-esquerda), simetrias duplas (direita-
esquerda, cima-baixo), figuras idênticas cruzadas, etc.
Nalguns casos a criança poderá não ter compreendido bem a instrução, cruzando
as figuras idênticas ao contrário do pretendido.

Para facilitar a análise qualitativa dos erros, pode ter-se em conta o seguinte:

- Itens totalmente diversos; não admitem alguma sobreposição: 6, 10, 24, 29, 32, 41,
44, 57, 74, 78 e 79 (11 itens),
- Itens de simetria dupla (cima-baixo, direita-esquerda); coincidem ou podem
sobrepor-se mediante rotação sobre um duplo eixo horizontal-vertical: 11, 23, 64, 66
e 76 (itens),
- Itens de simetria simples (cima-baixo); podem sobrepor-se girando sobre um eixo
horizontal: 7, 8, 16, 46, 48 e 77 (6 itens),
- Itens de simetria simples (direita-esquerda); podem sobrepor-se girando sobre um
eixo vertical: 1, 2, 9, 25, 28, 33, 36, 39, 43, 47, 52, 58, 61, 62, 68, 70, 72, 73, 81 e
84 (20 itens).

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Tabelas

Pontuação directa Percentil


47 1
51 2
55 5
58 10
62 20
65 30
68 40
70 50
72 60
75 70
78 80
81 90
82 95
83 98
84 99

Pontuação directa Percentil


0-51 0-4
52-58 5-10
59-62 11-22
63-67 23-40
68-72 41-59
73-76 60-77
77-80 78-89
81-82 90-95
83-84 96-100

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4. CONCLUSÃO

O êxito da leitura não depende apenas da superação do teste, mas a existência de


anomalias nos resultados deverá chamar a atenção do examinador. Só uma exploração
mais detalhada poderá eliminar suspeitas e dar um esclarecimento adequado acerca da
verdadeira natureza do fracasso. Se confirmar-se a imaturidade perceptiva sugerida pelo
teste deduz-se que a criança não está suficientemente madura , no momento do
diagnóstico, para aprender a ler, acto que deverá ser adiado para um momento futuro
mais apropriado, devendo assim tal amadurecimento ser acelerado mediante uma
pedagogia apropriada (Besora, 1988).

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5. REFERÊNCIAS

Besora, M.V. (1988). Manual del reversal test . Barcelona: Editorial


Herder.

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Caderno de Respostas

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