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O Conselho Nacional de Saúde recomendou a

revogação da PL, “Alienação Parental”.


O Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou ao Congresso Nacional, a
revogação da PL,   “alienação parental”, pois prejudicam mulheres e crianças.

Rafaela Silva 06 de setembro de 2022

Site: https://www.terapiadecrianca.com.br/, imagem acessada dia 7 de setembro de 2022


Criador: Tammy Hanratty Direitos autorais: © Corbis. All Rights Reserved

De acordo com o Conselho, as mudanças propostas pelo congresso prejudicam mulheres


e crianças, beneficiando apenas os homens, mesmo quando são agressores ou
abusadores da mãe ou dos filhos. Além do projeto, o CNS também pede que
parlamentares revoguem a lei, de 2010, pelo mesmo motivo. A revogação é pelo Projeto
de Lei (PL) nº 7.352/2017, que visa alterar a Lei da Alienação Parental.

A Lei de Alienação Parental (LAP), Lei 12.318/10, está sendo utilizada de forma


equivocada no Brasil, a lei foi criada em 2010 pelo congresso, tornando-se uma
ferramenta de discriminação contra as mulheres e favorecendo pais agressores, que em
muitos casos respondem processos por violência doméstica e até abuso sexual. Diante
dessa realidade, foi elaborada uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que
busca a revogação da Lei de Alienação Parental. 

O Conselho argumenta que a lei foi elaborada a partir da “síndrome de alienação


parental”, que surgiu em 1985 pelo psicólogo americano Richard Gardner, Gardner
definiu que se trata de um distúrbio da infância em face às disputas de custódia de
crianças. Conceito sem validação científica, não reconhecido como síndrome pela
American Medical Association, pela American Psychological Association e não
constando no Manual de Diagnóstico e Estatística (DSM) da American Psychiatric
Association como um transtorno psiquiátrico.

“Alguns genitores usam a lei, apenas


para provocar a mãe, ou revidar
quando a uma solicitação de pensão, é
muitas das vezes nem querem a
guarda, só mesmo para prejudicar a
mãe. Todo esse transtorno gera uma
confusão na mente da criança”. Diz
Denise psicóloga

Denise Fonseca Psicóloga (Foto:


Reprodução/Facebook)

Quais as formas que as mulheres são prejudicadas com essa Lei e por que ela
representa uma violação aos direitos das mulheres? 

Novas formas de violência contra as mulheres e crianças têm surgido em nossa


sociedade, sendo a alienação parental uma destas formas que tem discriminado
mulheres e crianças, pois não raro, mães perdem a guarda dos filhos e filhas, e em
situações graves perdem até mesmo o direito de visitas quando denunciam maus tratos,
negligências ou violências sexuais cometidas pelos pais, que são muitas vezes de difícil
comprovação. Sendo as crianças as principais vítimas desse novo formato de proteção
legal que muitas vezes as violenta quando retira a guarda de quem sempre a protegeu e
cuidou. No âmbito do Poder Judiciário, essa discriminação e valorização por vezes
excessiva em relação ao contato paterno, tem como base a Lei da Alienação Parental.
Desconsiderando ser o pai, violador de direitos materno, da criança e por vezes até
tendo condenação criminal. Esses fatos são desconsiderados, estando o contato paterno
garantido, acima desses problemas. 
Em uma denúncia de violência sexual, muitas vezes a situação se reverte em favor do
violador, por vezes com apoio de laudos que nem sempre são específicos em relação à
violência (a lei prevê laudos sobre alienação parental somente) cuja produção de prova é
indubitavelmente mais complexa e acaba por fomentar a discussão sobre a alienação
parental, como consequência à dificuldade de comprovar a prática da violência,
refletindo, uma apropriação cultural patriarcal, que visa desconstruir a figura feminina
no processo, em verdadeira inversão de valores, pois, por vezes, seria o caso de discutir
a perda do poder familiar paterno, para além do direito de visitas.

Thárik Uchôa – Advogado (Foto:


Reprodução/Shok’s Foto)

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