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SAÚDE OCUPACIONAL
RUI BOCCHINO MACEDO
9 788538 750253
Introdução à Segurança no
Trabalho e Saúde Ocupacional
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
________________________________________________________________________________
M119s
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-5025-3
Toxicologia ocupacional......................................................................................37
Princípios gerais de Toxicologia...........................................................................................................37
Metais pesados.......................................................................................................47
Chumbo........................................................................................................................................................48
Mercúrio.......................................................................................................................................................51
Níquel............................................................................................................................................................53
Cromo............................................................................................................................................................53
Arsênio..........................................................................................................................................................54
Normas regulamentadoras................................................................................81
Saúde do trabalhador
O trabalho das sociedades atuais é realizado dentro de padrões determinados
historicamente. A metalurgia, por exemplo, descende do trabalho em metais da Idade
Média, onde o artesão medieval realizava todas as etapas do trabalho com o metal,
desde a fundição até o acabamento final, por vezes também atuando em sua revenda.
O metalúrgico atual, por sua vez, representa apenas uma pequena parcela em toda
a cadeia de transformação do metal, pois seu trabalho limita-se a estar à frente de
máquinas, realizando passos da produção, sendo o ritmo de trabalho elevado com es-
tímulos salariais para o aumento da produtividade e com controle constante sobre a
produção.
Anamnese ocupacional
A maioria das doenças relacionadas ao trabalho e ao meio ambiente se manifes-
tam com queixas comuns, sem sinais e sintomas específicos. Assim, a história de expo-
sição no trabalho a um agente ou situação capaz de produzir doença é fundamental
para o diagnóstico correto e a adoção dos procedimentos dele decorrentes, como o
tratamento, a prevenção e os possíveis encaminhamentos previdenciários.
Perfil ocupacional
No perfil ocupacional devem estar contidas as atividades atuais e passadas. Ele
deve conter a descrição sobre o ritmo de trabalho e das atividades, conteúdo das ta-
refas, matérias-primas utilizadas, posto de trabalho, riscos ambientais, medidas de
proteção, efeitos verificados com a exposição. Investiga também fatores que podem
aumentar, predispor ou modificar os riscos ocupacionais, como idade, sexo, hábitos de
fumar ou se alimentar no trabalho, avalia se os sintomas são exacerbados ou atenua-
dos pela exposição aos riscos ocupacionais, avalia a modificação dos riscos aos finais
de semana, férias, final do turno de trabalho ou ainda em que dia da semana os sinto-
mas são mais intensos.
Investigação laboratorial
Com esse procedimento busca-se, além das confirmações diagnósticas, observar
medidas de exposição que estão ocorrendo no período subclínico, obter um diagnós-
tico precoce e avaliar as medidas de controle de riscos, na fonte e no meio ambien-
te, que forem instituídas. Pode ser usada como medida de exposição, como indicador
biológico de exposição, além de ser parte fundamental de um programa de vigilância
epidemiológica.
Realiza-se, normalmente, com sangue ou urina. Outros testes podem ser realiza-
dos em laboratórios especializados em Toxicologia, utilizando unhas, cabelos, tecidos
e outros fluídos corporais. Os parâmetros clínicos obtidos devem ser admitidos como
padrão para acompanhamento da evolução no quadro de exposição a determinado
agente, mas não como um valor absolutamente seguro.
O mecanismo alérgico, por sua vez, ocorre quando uma pessoa já está sensibili-
zada (hipersensibilidade) e envolve o sistema imune, em geral do tipo de hipersensi-
bilidade tardia a uma substância, e pode apresentar reação alérgica de 48 a 72 horas
após a exposição, sendo que a dermatite de contato normalmente não se apresenta na
primeira exposição a um novo composto, e a reação inicial aparece, em média, cinco
dias após o primeiro contato. O diagnóstico dessa doença é realizado através da histó-
ria ocupacional das manifestações cutâneas diversas e do patch-test, que é um exame
que consiste no contato direto de diversas substâncias potencialmente alérgenas com
a pele para chegar ao diagnóstico definitivo.
O exame físico deve conter uma análise geral da pele. Também devem ser avalia-
dos os fatores predisponentes indiretos, como a característica da pele. Por fim, devem
ser observadas a quantidade de pelos e a higiene pessoal dos trabalhadores. O trata-
mento profilático dessa patologia consiste na proteção dos trabalhadores aos agen-
tes alérgenos. Já no tratamento específico, após a identificação e eliminação desses
agentes, podem ser usadas medicações tópicas ou sistêmicas, dependendo do tipo da
lesão, da distribuição, do grau e do fato de ser aguda ou crônica.
O grau da lesão produzida pelo ruído está relacionado a diversos fatores. Um dos
principais fatores é a intensidade. Ruídos superiores a 80dB poderão levar a trauma
auditivo. O tipo de ruído também é importante. O ruído intermitente, ou de impac-
to, parece produzir danos maiores. O período de exposição também deve ser levado
em consideração, assim como a duração do trabalho, uma vez que o efeito é cumu-
lativo. Também são fatores importantes a susceptibilidade individual, a idade, as pa-
tologias auditivas prévias e outras patologias, como hipertensão arterial, diabetes e
hipertireoidismo.
Trauma acústico e surdez por exposição ao ruído são os tipos de transtornos audi-
tivos que podem acometer o profissional. O trauma acústico é uma lesão produzida no
ouvido médio ou interno por impacto sonoro ou ruído intenso. O diagnóstico é feito
através da história ocupacional, na qual se busca estímulo e associação com o início da
sintomatologia (surdez, vertigens, zumbidos, dor); do exame físico, a partir do qual se
busca evidência de congestão vascular ou até ruptura timpânica com lesão na cadeia
ossicular; e da audiometria, em que há ou não falha na discriminação vocal, além de
queda em 4KHz.
A surdez por exposição ao ruído decorre de uma exposição crônica, em que trau-
matismos sucessivos levam a um deslocamento assimétrico da membrana basilar. Os
Além da perda auditiva característica, o ruído pode ser o fator causador de outras
doenças. Essas patologias podem afetar o trabalhador psicologicamente, causando
depressão, estresse, entre outras doenças, chegando a gerar danos inclusive no siste-
ma cardiovascular, podendo ser fator causador de hipertensão arterial e taquicardia.
Dores na coluna
Uma das maiores queixas no mundo moderno é a de dor na coluna. Dentro de
um ambiente laboral, essa patologia acomete vários trabalhadores, devido a diversos
fatores, os quais serão abordados a seguir.
A coluna vertebral possui uma região denominada canal vertebral, que segue as
diferentes curvas da coluna vertebral. Grande e triangular nas regiões cervical e lombar,
onde a coluna possui maior mobilidade, o canal vertebral é pequeno e redondo na
região onde não há muita mobilidade, a região torácica. Esse canal possui algumas ca-
racterísticas gerais, cada qual com sua função, sendo que cada região da coluna possui
suas próprias características, assim como cada vértebra se difere uma da outra.
Além das vértebras, outras estruturas podem ser responsáveis pelas dores na
coluna. Os discos intervertebrais, músculos e ligamentos são algumas dessas estrutu-
ras. Também se destacam outras doenças presentes em outras estruturas que podem
resultar em dores na coluna, tais como aneurisma de aorta, úlcera duodenal, inflama-
ção na próstata, doença inflamatória pélvica, entre outras.
Texto complementar
Tal processo passou a exigir dos trabalhadores uma maior qualificação e uma cres-
cente intervenção desses nos processos produtivos, o que consequentemente tornou-
os mais suscetíveis a acidentes de trabalho. Tanto as empresas quanto o Estado não to-
maram postura diante de tal fato. Somente em meados dos anos 1980 surge o campo da
saúde do trabalhador no Brasil, objetivando mudar o complexo quadro da saúde.
Apesar de tantas transformações serem tão evidentes, ainda fica difícil de serem
captadas e apreendidas pelos profissionais. Atualmente, ainda nos deparamos com
empresas desinformadas, desinteressadas ou até mesmo com dificuldades de solucio-
nar assuntos correlatos a acidentes de trabalho. Diante desse fato, este artigo busca
contribuir abordando a importância da Medicina e Segurança do Trabalho Preventiva.
Desenvolvimento
A relação entre o trabalho e a saúde/ doença surgiu na Antiguidade, mas se tornou
um foco de atenção a partir da Revolução Industrial. Afinal, no trabalho escravo ou no
regime servil, inexistia a preocupação em preservar a saúde dos que eram submetidos
ao trabalho. Os trabalhadores eram equiparados a animais e ferramentas.
saúde, aos quais se submetiam também mulheres e crianças. Esses ambientes ina-
dequados propiciavam a acelerada proliferação de doenças infectocontagiosas, ao
mesmo tempo em que a periculosidade das máquinas era responsável por mutila-
ções e mortes.
Uma vez realizado todo este levantamento e análise, deve-se agir tentando eli-
minar os fatores de risco e caso isso não tenha sido possível, deve-se proteger os co-
laboradores dos riscos, muitas vezes adotando uso de EPIs mais adequados, orien-
tações de forma de trabalho e fomentando este indivíduo de recursos de proteção
direcionada, e por último, após todas estas ações deve-se investir num mecanismo
de defesa e preparo para a função, adaptando todo o posto e o indivíduo.
Atividades
1. Um funcionário chega com queixa de dor intensa na região lombar. Não há am-
bulatório médico na empresa, sendo você o único responsável pela Segurança
do Trabalho na ocasião. Qual é a sua conduta?
a) Fatores que alteram as respostas aos riscos ocupacionais podem ser igno-
rados.
b) A busca de problemas similares em colegas de trabalho é irrelevante.
c) A predisposição de adquirir determinadas doenças deve ser considerada.
d) O hábito de se alimentar no trabalho não interfere no risco.
e) n.d.a.
Referências
Gabarito
1. B
2. C
Com o passar dos anos, novos estudos foram feitos e foi criada a Toxicologia, que
é a ciência que estuda as intoxicações, os venenos que as provocam e o tratamento
adequado. Também define os limites de segurança dos agentes químicos.
Histórico
A Toxicologia, historicamente, pode ser dividida em três fases:
Conceitos
Para melhor compreensão da Toxicologia, é necessário saber que ela se divide em:
te de trabalho.
Vários são os fatores que podem afetar o grau de toxicidade de um agente. Algu-
mas características da pessoa afetada, como a idade, a massa corpórea, estados nutri-
cionais ou doenças prévias são fundamentais para que o agente tenha maior ou menor
toxicidade. Também a concentração do agente tóxico, bem como seu estado de disper-
são, de acordo com a forma e o tamanho da partícula, exercem influência no grau de
toxicidade. Outros fatores também são importantes para que a substância seja mais ou
menos tóxicas, como a afinidade da substância com um determinado tecido ou órgão
do corpo humano ou, ainda, a sensibilidade desse tecido ou órgão, por exemplo.
Em relação às drogas de abuso, lícitas e ilícitas, os adultos jovens com idade entre
20 e 29 anos foram o maior número de casos registrados, especialmente na região Su-
deste, com 1 790 casos. A região Centro-Oeste, entretanto, foi a que apresentou maior
letalidade, com 8,75% do total. O sexo masculino apresentou um número de casos 2,6
vezes maior que as mulheres.
A região Sul foi a que teve maior número de registro de casos. Em cada três casos
registrados no Brasil, um deles era proveniente dessa região.
O próprio trabalhador por vezes pode cometer alguns erros que são capazes de
causar intoxicação. A ausência ou o uso inadequado dos equipamentos de proteção
individual (EPIs) é um exemplo. Também é comum observar em um ambiente aberto
trabalhadores aplicando produtos tóxicos contra o vento, o que também pode gerar
intoxicações. Alguns problemas na higiene, tais como o uso da mesma roupa em dias
consecutivos, a ausência de banho diário e a alimentação sem higiene das mãos são
causadores de acidentes tóxicos. Trabalhadores que tomam banho com água quente
antes do trabalho dilatam os poros cutâneos devido ao calor, o que pode facilitar a pe-
netração de toxinas. Pelo mesmo motivo, a aplicação de produtos nas horas de maior
temperatura também pode representar um risco.Os trabalhadores que ficam sozinhos
Medicina do Trabalho e Toxicologia
em seus postos correm o risco de não receber ajuda imediata em caso de intoxicação.
Quanto aos efeitos, as intoxicações podem ser crônicas (ação lenta e progressiva
com exposição contínua) ou agudas (introdução rápida do agente tóxico no organis-
mo em dose única).
Agentes ambientais
As doenças ocupacionais podem ser causadas por alguns agentes presentes
no posto de trabalho. Os agentes podem ser físicos, ergonômicos, biológicos e/ou
químicos.
Os agentes físicos são observados na forma de ruídos, vibração, frio, calor, umi-
dade, pressão, radiação, entre outros. Os agentes ergonômicos caracterizam-se como
fatores fisiológicos ou psicológicos inerentes à execução da atividade profissional. Os
agentes biológicos são os micro-organismos e os germes, tais como vírus, fungos e
bactérias.
Os agentes químicos, por sua vez, podem estar presentes no ambiente nos es-
tados sólido, líquido e gasoso. No estado sólido podem estar sob a forma de poeiras
de origem animal (pelos e couro), vegetal (fibras de algodão, bagaço de cana), mine-
Medicina do Trabalho e Toxicologia
ral (sílica, amianto, carvão) e sintética (fibras de plástico). No estado líquido estão as
soluções ácidas, alcalinas e solventes orgânicos. No estado gasoso, encontram-se as
substâncias que se misturam com o ar respirável.
Contaminantes atmosféricos
Os contaminantes atmosféricos são representados pelos gases, vapores e aeros-
sóis. Os gases, nas Condições Normais de Temperatura e Pressão (CNTP) encontram-se
Toxicocinética
Os agentes tóxicos seguem etapas determinadas ao entrar no organismo. Essas
etapas são:
Texto complementar
Atestado médico
Considerações ético jurídicas
O atestado pode ser classificado como uma instituição, criado que foi para uma
finalidade certa e definida, qual seja a de demonstrar a verdade de determinado ato,
ou de determinada situação, estado ou ocorrência. De acordo com Plácido e Silva,
Medicina do Trabalho e Toxicologia
Em sendo o atestado parte integrante do ato médico que se inicia com o exame
do paciente, não justifica cobrança de valor adicional por sua expedição, sob pena
de cominações éticas e penais.
Aspectos ético-penais
O Código Internacional de Ética Médica visa preservar um dos pontos mais im-
portantes da relação do médico com o paciente, qual seja o de garantir que a con-
duta médica relate, sempre, a veracidade dos fatos constatados no exame, qualquer
que seja o procedimento executado ou a executar. A mesma linha de disposições
pode ser flagrada em nosso Código de Ética Médica.
Segredo médico
Por segredo entende-se tudo aquilo que é conhecido e não revelado. O segre-
do é, portanto, o guardado resultado de um certo processo de conhecimento que se
desenvolveu. Não há que falar em segredo quando ausente o conhecimento. Visto
que a informação segredada advém de pesquisa, delimita-se dois campos dentro
dos quais se pode considerar o sigilo: sigilo quanto aos passos do processo de co-
nhecimento e sigilo quanto ao resultado da pesquisa.
rotulo para diferenciar como sigilo médico e segredo profissional. Se sigilo médico envolve
diagnósticos, que hoje muitas vezes somos compelidos a divulgar, já o segredo profissional,
como relacionado com confidências, inclusive sobre intimidades dos lares visitados, estes são
segredos de que somos confidentes, e não podemos jamais revelar, sob pena de nos tornarmos
perjuros.
1. A Medicina do Trabalho:
Referências
1. C
2. A
Dermatites: sintomatologia
Habitualmente, os sintomas somente aparecem quando a substância química
entra em contato com a pele e desaparecem quando o trabalhador deixa de estar em
contato com a substância.
Sistema respiratório
O sistema respiratório possui um mecanismo muito eficaz para filtrar os poluen-
tes normais que ocorrem no ar. Os sistemas de filtração do nariz (pelos) e do trato respi-
ratório superior (mucosas e cílios vibráteis) impedem que grandes partículas penetrem
no organismo e atinjam os pulmões, produzindo efeitos adversos à saúde.
vel que se desenvolvam nos pulmões diferentes bactérias, vírus, entre outros germes,
provocando doenças como a pneumonia.
Sua absorção pode ocorrer de maneira rápida pela via inalatória ou cutânea e
menos comumente através de sua ingestão. Sua distribuição ocorre de acordo com o
teor de lipídios e o mecanismo de vascularização. Os tecidos adiposos e outros, ricos
em lipídios, são depósitos para armazenamento. Seu metabolismo geralmente é hepá-
tico. Sua excreção se dá pela urina, fezes e pelo ar expirado.
Os efeitos tóxicos sobre os rins podem variar desde uma necrose tubular aguda,
devido à exposição aguda severa a hidrocarbonetos halogenados, glicóis, tolueno e
Toxicologia ocupacional
destilados do petróleo, até mesmo a uma glomerulonefrite crônica, devido a uma ex-
posição contínua, com a qual a gasolina está bastante relacionada.
muito acima dos níveis de segurança e já podem estar provocando danos à saúde.
Nos Estados Unidos e Europa existem leis limitando seu uso nas colas em 4%. No
Brasil, ele é usado na proporção de 25%. A cola de sapateiro, manuseada por operários,
por tapeceiros, além dos próprios sapateiros, provoca sérios problemas de saúde: sin-
tomas como tonturas, enjôo e até doenças como o câncer. Os menores abandonados
que cheiram a cola tóxica (clientes clandestinos do produto), geralmente ficam droga-
dos, com mudanças de comportamento, em processos de alucinação, não raras vezes
realizando ações criminosas, sempre violentas.
Sua exposição aguda provoca irritação nos olhos e pele com o aparecimento de
dermatites e, de forma crônica, através da exposição prolongada aos vapores, pode
provocar conjuntivite, irritação da pele e cavidade nasal, e no SNC pode gerar inicial-
mente excitação, depois depressão. As principais vias de absorção são o trato respira-
tório e a pele. No organismo as reações são semelhantes ao metabolismo do tolueno.
Atividades
c) temperatura do ambiente.
Gabarito
1. E
2. E
Toxicologia ocupacional
Chumbo
O chumbo foi um dos primeiros metais que o homem aprendeu a usar. Há evidên-
cias de que já era utilizado na Ásia Menor em meados do ano 2000 a.C. Assim, como o
chumbo já é utilizado há tanto tempo, a história da intoxicação por chumbo é vasta e
bem relatada. Hipócrates foi o primeiro a relacionar o chumbo como causa de doença
ocupacional, ao estudar alguns mineiros. Na Idade Média, pouco se falou sobre a intoxi-
cação por esse metal. O assunto retornou à literatura médica com Paracelsus, no século
XVI, com a descrição da “doença dos mineiros”. Dentre as várias descrições e estudos,
Metais pesados
O quadro clínico da intoxicação por chumbo varia de acordo com diversos fato-
res, como o tempo e nível de exposição ambientais, uso de equipamento de proteção
individual e coletiva, além de fatores individuais. As principais manifestações ocorrem
no trato gastrintestinal, sistema hematopoiético, sistema nervoso (central e periférico)
e rins.
Mercúrio
A utilização em larga escala do mercúrio para fins industriais e o emprego de com-
postos mercuriais durante décadas na agricultura resultaram num substancial aumen-
to na contaminação ambiental, especialmente da água e dos alimentos. A intoxicação
por mercúrio também recebe o nome de hidrarginismo. Historicamente, na Inglaterra
Metais pesados
A intoxicação por mercúrio pode ocorrer tanto na forma aguda como também de
maneira crônica. As exposições ocupacionais podem ser caracterizadas como agudas e
crônicas, enquanto as exposições ambientais são, normalmente, crônicas. Na intoxica-
ção aguda, a pessoa pode apresentar problemas respiratórios, tais como bronquiolite e
mesmo pneumonia, além de edema pulmonar agudo, que pode ser associado a sinto-
mas do sistema nervoso central, como tremores e excitabilidade. Pode ocorrer leve dor
abdominal, vômitos, diarreia com sangue. Também há o risco de colapso circulatório,
com falência renal, além de dificuldades na marcha, paralisia, redução do campo visual,
com déficit visual e auditivo. Nas intoxicações crônicas, pode ocorrer a chamada “tríade
mercurial”, que consiste em gengivo estomatite, tremores e eretismo, ou seja, insônia,
perda de apetite, timidez, perda de memória e instabilidade ocupacional. O sistema
nervoso central é o mais afetado, havendo alterações psíquicas como as mais precoces.
Também pode haver perda de peso, cefaleia, irritabilidade, depressão, rubor facial, su-
Metais pesados
Como medidas de prevenção, o ambiente deve ser observado para haver segu-
rança na exposição, além de haver necessidade de reavaliação dos equipamentos de
proteção individuais e coletivas. Também é importante o rastreamento de outros fun-
cionários com a mesma patologia para detectar problemas no ambiente de trabalho.
Níquel
O níquel é um dos produtos mais sensibilizantes conhecidos. Ele é um metal utili-
zado na fabricação de aços, fitas magnéticas, catalisador de óleos e gorduras, produtos
dentários, cunhagem de moedas, galvanização, além de ser um catalisador também
na indústria de petróleo, de plásticos e de borracha. Os principais órgãos afetados na
intoxicação por níquel são os olhos, a pele e os pulmões, através da conjuntivite, der-
matite e asma brônquica.
Cromo
O cromo e seus respectivos compostos são largamente usados na metalurgia, nas
Metais pesados
Arsênio
O arsênio é considerado um problema de saúde pública em países em desen-
volvimento. Esse metal é um contaminante de fontes de água, por exemplo. Utilizado
na metalurgia, na indústria de vidros, na indústria elétrica e, antigamente, também
era usado como veneno para insetos. Sua toxicidade relaciona-se com a inibição de
enzimas sulfidrílicas e desacoplamento da cadeia respiratória. As principais patologias
são a hiperqueratose, indicando intoxicação crônica, bem como neoplasias de pele,
de fígado, de rins, de bexiga e de cólon. Ao exame clínico, podem ser observadas as
linhas de Aldrich-Mees, presentes nas unhas das mãos após cerca de cinco semanas de
ingestão aguda.
Texto complementar
[...]
Caracterização da exposição
A exposição ocupacional a metais pesados pode ser observada em diversos locais
e atividades. Citamos a seguir os principais metais pesados em relação ao número de
expostos e alguns exemplos de atividades que envolvem exposição ocupacional.
Metais pesados
Outros metais ainda podem ser identificados, porém com menor importância
toxicológica, ou de pouca utilização no Brasil, como o cobalto e o molibdênio, e a re-
lação anterior não tem a pretensão de ser completa nem de citar todos os locais ou
atividades que podem originar uma exposição ocupacional a metais pesados mas
nos dá uma ideia da diversidade desses locais ou atividades.
Tão ou mais importante como saber qual a composição química dos metais
envolvidos é saber qual a forma de utilização. Nesta fase deve-se ter conhe-
cimento prévio do local ou atividade ou realizar uma visita prévia onde serão
levantados dados fundamentais para o estabelecimento de uma estratégia
de amostragem [...]
Avaliação da exposição
Com estes e outros dados pode-se estabelecer uma estratégia de amostragem,
pela qual se estabelece o número de amostras e funcionários a serem avaliados, dias
Metais pesados
Dessa forma, verifica-se que avaliação ambiental não é uma atividade simples
de medição de concentração, muito mais que medir a concentração de um agente
químico no ar, deve-se estimar a exposição ocupacional a este agente. Consideran-
do este âmbito bem maior, na prática da Higiene Ocupacional diversas questões são
frequentemente formuladas e que deveriam ser respondidas adequadamente, sob
pena de se comprometer todo o processo de avaliação.
Exemplos:
Onde avaliar?
[...]
TLV-TWA
TLV-Ceiling, Teto
Atividades
Gabarito
1. C
2. B
Metais pesados
No Brasil, por meio da Lei 3.724, de 15 de janeiro de 1919, foram instituídas as pri-
meiras diretrizes da legislação sobre acidentes do trabalho. Tal lei foi substituída pela
Lei 24.637, de 10 de julho de 1934, a qual estabeleceu as sociedades de seguro e coo-
perativas de sindicatos.
Especificamente para os SESMT foi criada a NR 4 (redação dada pela Portaria 33,
de 27 de outubro de 1983).
É claro que muitos dos serviços devem respeitar a região em que as empresas
estão situadas, muitas delas em locais de difícil acesso, onde sequer existem médicos
ou materiais e serviços de saúde.
É possível citar algumas das muitas atribuições que podem ser delegadas ao Ser-
viço de Medicina do Trabalho:
programas de nutrição;
programas de vacinação;
estatísticas epidemiológicas;
organização de cursos de socorros básicos de emergência para os
trabalhadores;
auditorias e assessorias;
Organização
Para regular o início das atividades a serem desenvolvidas pelo Serviço de Medi-
cina do Trabalho, é preciso elaborar normas de procedimentos destinadas ao pessoal
médico, paramédico e administrativo, visando uniformizar procedimentos. Tais normas
devem ser escritas e ficar à disposição para consulta.
cardioscópio;
desfibrilador;
eletrocardiógrafo; e
medicamentos.
um sistema de radiocomunicação;
macas;
colar cervical;
talas de madeira;
bandagens, torniquetes; e
colete de imobilização.
4.2.1. Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos
de 1 (um) mil empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não serão
considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de engenharia principal
responsável, a quem caberá organizar os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho. (104.003-0/I2)
4.2.2. As empresas que possuam mais de 50 (cinqüenta) por cento de seus empregados em
estabelecimentos ou setores com atividade cuja gradação de risco seja de grau superior ao da
atividade principal deverão dimensionar os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança
4.2.4. Havendo, na empresa, estabelecimento(s) que se enquadre(m) no Quadro II, desta NR, e
outro(s) que não se enquadre(m), a assistência a este(s) será feita pelos serviços especializados
daquele(s), dimensionados conforme os subitens 4.2.5.1 e 4.2.5.2 e desde que localizados no mesmo
estado, território ou Distrito Federal. (104.006-5/I2)
4.2.5. Havendo, na mesma empresa, apenas estabelecimentos que, isoladamente, não se enquadrem
no Quadro II, anexo, o cumprimento desta NR será feito através de Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho centralizados em cada estado, território ou
Distrito Federal, desde que o total de empregados dos estabelecimentos no estado, território ou
Distrito Federal alcance os limites previstos no Quadro II, anexo, aplicado o disposto no subitem
4.2.2. (104.007-3/I1)
4.2.5.1. Para as empresas enquadradas no grau de risco 1 o dimensionamento dos serviços referidos
no subitem 4.2.5 obedecerá ao Quadro II, anexo, considerando-se como número de empregados o
somatório dos empregados existentes no estabelecimento que possua o maior número e a média
aritmética do número de empregados dos demais estabelecimentos, devendo todos os profissionais
integrantes dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho,
assim constituídos, cumprirem tempo integral. (104.008-1/I1)
4.2.5.2. Para as empresas enquadradas nos graus de risco 2, 3 e 4, o dimensionamento dos serviços
referidos no subitem 4.2.5 obedecerá o Quadro II, anexo, considerando-se como número de
empregados o somatório dos empregados de todos os estabelecimentos. (104.009-0/I1)
4.3.1. As empresas que optarem pelo serviço único de engenharia e medicina ficam obrigadas a
elaborar e submeter à aprovação da Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, até o dia 30 de
março, um programa bienal de segurança e medicina do trabalho a ser desenvolvido.
4.3.1.1. As empresas novas que se instalarem após o dia 30 de março de cada exercício poderão
constituir o serviço único de que trata o subitem 4.3.1 e elaborar o programa respectivo a ser
submetido à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho, no prazo de 90 (noventa) dias a
contar de sua instalação.
4.3.1.2. As empresas novas, integrantes de grupos empresariais que já possuam serviço único,
poderão ser assistidas pelo referido serviço, após comunicação à DRT.
4.4.1. Para fins desta NR, as empresas obrigadas a constituir Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão exigir dos profissionais que os integram
comprovação de que satisfazem os seguintes requisitos:
4.4.1.1. Em relação às Categorias mencionadas nas alíneas “a” e “c”, observar-se-à o disposto na Lei
7.410, de 27 de novembro de 1985.
4.5. A empresa que contratar outra(s) para prestar serviços em estabelecimentos enquadrados no
Quadro II, anexo, deverá estender a assistência de seus Serviços Especializados em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho aos empregados da(s) contratada(s), sempre que o número de
empregados desta(s), exercendo atividade naqueles estabelecimentos, não alcançar os limites previstos
no Quadro II, devendo, ainda, a contratada cumprir o disposto no subitem 4.2.5. (104.014-6/I1)
4.5.1. Quando a empresa contratante e as outras por ela contratadas não se enquadrarem no Quadro
II, anexo, mas que pelo número total de empregados de ambos, no estabelecimento, atingirem os
limites dispostos no referido quadro, deverá ser constituído um serviço especializado em Engenharia
de Segurança e em Medicina do Trabalho comum, nos moldes do item 4.14. (104.015-4 / I2)
4.5.2. Quando a empresa contratada não se enquadrar no Quadro II, anexo, mesmo considerando-
se o total de empregados nos estabelecimentos, a contratante deve estender aos empregados da
contratada a assistência de seus Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina
do Trabalho, sejam estes centralizados ou por estabelecimento. (104.016-2/I1)
4.5.3.3. O SESMT organizado conforme o subitem 4.5.3 deve ter seu funcionamento avaliado
semestralmente, por Comissão composta de representantes da empresa contratante, do sindicato
de trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho, ou na forma e periodicidade previstas na
Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho.
4.11. Ficará por conta exclusiva do empregador todo o ônus decorrente da instalação e
manutenção dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho. (104.022-7/I2)
b) determinar, quando esgotados todos os meios conhecidos para a eliminação do risco e este
persistir, mesmo reduzido, a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual
(EPI), de acordo com o que determina a NR 6, desde que a concentração, a intensidade ou
característica do agente assim o exija;
j) manter os registros de que tratam as alíneas “h” e “i” na sede dos Serviços Especializados em
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho ou facilmente alcançáveis a partir da mesma,
sendo de livre escolha da empresa o método de arquivamento e recuperação, desde que sejam
asseguradas condições de acesso aos registros e entendimento de seu conteúdo, devendo ser
guardados somente os mapas anuais dos dados correspondentes às alíneas “h” e “i” por um período
não inferior a 5 (cinco) anos;
4.14. As empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem no Quadro II, anexo a esta NR, poderão
dar assistência na área de Segurança e Medicina do Trabalho a seus empregados através de Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho comuns, organizados
pelo sindicato ou associação da categoria econômica correspondente ou pelas próprias empresas
interessadas.
4.14.3.1. O SESMT comum pode ser estendido a empresas cujos estabelecimentos não se enquadrem
no Quadro II, desde que atendidos os demais requisitos do subitem 4.14.3.
4.14.3.3. No caso previsto no item 4.14.3, o número de empregados assistidos pelo SESMT comum
não integra a base de cálculo para dimensionamento do SESMT das empresas.
4.14.3.4. O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.3 deve ter seu funcionamento avaliado
semestralmente, por Comissão composta de representantes das empresas, do sindicato de
trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho, ou na forma e periodicidade previstas na
Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho.
4.14.4. As empresas que desenvolvem suas atividades em um mesmo pólo industrial ou comercial
podem constituir SESMT comum, organizado pelas próprias empresas interessadas, desde que
previsto nas Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho das categorias envolvidas.
4.14.4.2. No caso previsto no item 4.14.4, o número de empregados assistidos pelo SESMT comum
não integra a base de cálculo para dimensionamento do SESMT das empresas.
4.14.4.3. O SESMT organizado conforme o subitem 4.14.4 deve ter seu funcionamento avaliado
semestralmente por Comissão composta de representantes das empresas, dos sindicatos de
trabalhadores e da Delegacia Regional do Trabalho, ou na forma e periodicidade previstas nas
Convenções ou Acordos Coletivos de Trabalho.
4.17.1. O registro referido no item 4.17 deverá ser requerido ao órgão regional do MTb e o
requerimento deverá conter os seguintes dados:
4.19. A empresa é responsável pelo cumprimento da NR, devendo assegurar, como um dos meios
para concretizar tal responsabilidade, o exercício profissional dos componentes dos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho. O impedimento do referido
exercício profissional, mesmo que parcial e o desvirtuamento ou desvio de funções constituem, em
conjunto ou separadamente, infrações classificadas no grau I4, se devidamente comprovadas, para
os fins de aplicação das penalidades previstas na NR 28. (104.025-1/I4)
Texto complementar
Terceirizações
(MACOHIN, 2008)
nosso país, que consiste na execução, por terceiro, de atividades não integrantes dos
objetivos sociais da empresa contratante. A expressão ganhou força e notoriedade
nos últimos anos, fazendo parte das discussões que impliquem a remodelagem de
gestão das empresas.
Nas organizações existem diversas áreas que podem ser terceirizadas, cabendo aos
administradores identificar o foco do negócio e optar ou não por essa forma de gestão.
Assim o mercado deve ser pesquisado sobre o preço a ser pago e quanto isso
representa hoje para a empresa, a partir daí os custos indiretos devem ser levados
em comparação, pois existem custos administrativos indiretos para todas as ativida-
des da empresa.
Decisão de terceirizar
O fator econômico não deve ser o único quesito a ser analisado e comparado,
vários outros quesitos deverão ser pesados na decisão, como agilidade, cultura or-
ganizacional, qualidade e eventuais dissabores de uma eventual descentralização.
Todas as tratativas que se referem aos serviços prestados devem ser entre os
gestores das empresas, não sendo recomendável, por questões jurídicas trabalhis-
tas, que funcionários da empresa tomadora dos serviços passem ordens diretas aos
empregados da contratada.
Alguns sindicatos de trabalhadores também não veem com bons olhos a prá-
tica da terceirização, pois acabam perdendo filiados e reduzindo a dimensão da
categoria.
Não acaba aí. Também são condições para a terceirização não haver pessoa-
lidade nem relações de subordinação e hierarquia entre a empresa tomadora de
serviço e o funcionário terceirizado. Por isso, é bom evitar dar ordens diretas a esse
trabalhador e sempre pedir, à empresa terceirizada, a constante mudança do pro-
fissional que fará o serviço, evitando que se caracterize o vínculo empregatício. Isso
será levado em conta pelo juiz em casos de disputas judiciais. Em empresas com
muitos funcionários terceirizados, um representante deles deve fazer parte da Cipa
Legislação de Segurança, Saúde, Higiene e Medicina do Trabalho
a) cardioscópio.
b) eletrocardiógrafo.
c) sistema de aspiração e oxigenação.
d) centro cirúrgico.
a) NR 17.
b) NR 7.
c) NR 4.
d) NR 32.
Referências
Gabarito
1. D
2. C
NR 1 – Disposições gerais.
NR 2 – Inspeção prévia.
NR 3 – Embargo ou interdição.
NR 8 – Edificações.
NR 12 – Máquinas e equipamentos.
NR 14 – Fornos.
NR 17 – Ergonomia.
NR 19 – Explosivos.
NR 25 – Resíduos industriais.
NR 26 – Sinalização de segurança.
NR 28 – Fiscalização e penalidades.
(SEPATR).
NR 1 – Disposições gerais
A NR 1 tem por finalidade estabelecer o campo de aplicação de todas as normas
regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho urbano, assim como os direi-
tos e obrigações do governo, dos empregadores e dos trabalhadores no que tange a
esse tema específico. É ela a responsável por determinar o cumprimento obrigatório
das normas regulamentadoras, por todas as empresas, sejam elas públicas ou privadas,
sempre que possuírem empregados no regime celetista.
NR 2 – Inspeção prévia
A NR 2 é a responsável por estabelecer as situações nas quais as empresas deverão
solicitar ao Ministério do Trabalho a realização de inspeção prévia em seus respectivos
estabelecimentos, assim como a maneira de sua realização. Este emitirá um Certificado
de Aprovação de Instalações (CAI), de acordo com um modelo previamente estabeleci-
do. O artigo 160 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) é a fundamentação legal,
ordinária e específica, que dá embasamento jurídico à existência dessa NR.
NR 3 – Embargo ou interdição
A NR 3 estabelece as situações em que as empresas se sujeitam a sofrer parali-
sação de seus serviços, máquinas ou equipamentos, bem como os procedimentos a
serem observados pela fiscalização das Delegacias Regionais do Trabalho na adoção
de medidas punitivas em relação à Segurança e Saúde do Trabalho. Essas punições
ocorrerão mediante apresentação de um laudo técnico e consistem, além de interdi-
ção ou embargo, a orientação sobre as providências a serem adotadas para prevenção
de acidentes do trabalho ou doenças profissionais. O artigo 161 da CLT é o responsável
por fornecer o suporte legal à existência dessa NR.
Normas regulamentadoras
NR 12 – Máquinas e equipamentos
Visando à prevenção de acidentes de trabalho, são estabelecidas medidas de segu-
rança e higiene do trabalho a serem adotadas pelas empresas em relação à instalação, ope-
ração e manutenção de máquinas e equipamentos, segundo os artigos 184 e 186 da CLT.
NR 14 – Fornos
É responsável por determinar as recomendações pertinentes à construção, à ope-
ração e à manutenção de fornos industriais nos ambientes de trabalho, com base no
artigo 187 da CLT.
NR 17 – Ergonomia
Busca proporcionar conforto, segurança e desempenho eficientes por parte dos
trabalhadores, através do estabelecimento de parâmetros que permitam a adaptação
das condições de trabalho às condições psicológicas dos empregados. Os artigos 198
Normas regulamentadoras
NR 19 – Explosivos
Com o intuito de proteger a saúde e a integridade física dos trabalhadores em
seus respectivos ambientes de trabalho, essa NR estabelece as disposições sobre o de-
pósito, manuseio e transporte de explosivo, de acordo com o artigo 200, II, da CLT.
NR 25 – Resíduos industriais
Protege a saúde e integridade física do trabalhador estabelecendo algumas medi-
das preventivas a serem impostas pelos empregadores no destino final a ser dado aos
resíduos industriais resultantes dos ambientes de trabalho. Fundamentada também
no inciso VII do artigo 200 da CLT.
NR 26 – Sinalização de segurança
Padroniza as cores a serem adotadas como sinalização de segurança nos ambien-
tes de trabalho. Embasada no artigo 200, VIII, da CLT.
Texto complementar
Normas (NR-1 a NR-32) que são de observância obrigatória pelas empresas privadas
e públicas e pelos órgãos públicos da Administração direta e indireta, bem como
pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regi-
dos pela CLT. Além disso, as disposições contidas nessas normas aplicam-se também
aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e
aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais.
No que diz respeito à indústria da construção, uma nova abordagem foi introdu-
zida na União Europeia em 1992 para a melhoria da SST nesse setor através da publica-
Normas regulamentadoras
ção da Diretriz Canteiros (DC) (92/57/CEE) que teve por base a Convenção da OIT 167,
de 1988, que trata especificamente da Segurança e Saúde na Construção. Segundo
Dias (2005), a nova abordagem da DC pode ser resumida nos seguintes pontos:
Esse artigo não tem a pretensão de apresentar de forma detalhada essa nova
abordagem aqui denominada “Modelo Europeu”, uma vez que esse não é o objetivo
da pesquisa. Cabe aqui apenas destacar alguns pontos considerados importantes
para fundamentar a análise e discussão do atual “Modelo Brasileiro”.
Por fim, percebe-se que a DC visualiza a SST como uma função inerente à gestão
global do empreendimento, o que se traduz na inclusão de todas as fases do ciclo do
empreendimento (projeto, execução e pós-obra) e no envolvimento de todos os in-
tervenientes que participam desse ciclo em quaisquer das suas fases. Dessa forma, a
nova abordagem da SST em vigor nos países da União Europeia, materializada atra-
vés da DC, veio colocar essa temática como parte integrante da gestão do negócio
Normas regulamentadoras
da indústria da construção.
Resultados da pesquisa
Este item apresenta os resultados da pesquisa nas três empresas construtoras,
de pequeno, médio e grande porte, selecionadas para o estudo multicaso e a análise
afirmação: “nós queremos ser uma empresa respeitada no mercado a partir da qua-
lidade. Nosso grande objetivo tem sido qualidade do produto. Nós descobrimos que
temos um patrão e este é o cliente, pois sem ele a gente não existe, sem ele a gente
não consegue vender os apartamentos”.
Para reverter este quadro é preciso que se adote o enfoque sistêmico e se aceite
a Segurança e Saúde no Trabalho como uma atividade como qualquer outra na em-
presa, devendo por essa razão ser parte integrante da gestão global da mesma,
traduzindo-se numa intervenção integrada e envolvendo todos os trabalhadores,
todos os setores e todas as dimensões da empresa. Enfim, é preciso investir no co-
nhecimento das pessoas da empresa principalmente dos gestores [...]
Atividades
ços de saúde.
Referências
MELO, Maria Bernardez Fernandes Vieira; SOUTO, Maria do Socorro Marcia Lopes.
Análise do Modelo Brasileiro de Segurança e Saúde no Trabalho – o caso da Cons-
trução Civil. Disponível em: < http://www.cramif.fr/pdf/th4/Salvador/posters/bresil/
vieira_de_melo.pdf >. Acesso em: 4 abr. 2008.
Gabarito
1. B
2. D
Normas regulamentadoras
Riscos ambientais
Na sociedade moderna, o homem passa grande parte de sua vida em seu ambien-
te de trabalho. Para se ter uma noção mais exata desse tempo, uma jornada laboral de
44 horas semanais corresponde a aproximadamente 2 200 horas em um ano. Para a
aposentadoria, este trabalhador necessita ter passado em seu ambiente de trabalho
cerca de 77 000 horas, ao longo de 35 anos. Tais números refletem a importância do
meio ambiente de trabalho para o homem. Certamente, o bem-estar e a satisfação
com o seu respectivo serviço é um dos fatores mais importantes e que está direta-
mente ligado com a qualidade de vida do trabalhador. Por essa razão, é fundamental
que esse ambiente laboral seja constantemente monitorado e avaliado, para aferir e
dimensionar os riscos que esse local possa apresentar à saúde desse trabalhador.
ção do risco.
Apesar da criação das CIPAs ter acontecido em 1944, sua obrigatoriedade nas em-
presas regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) ocorreu apenas no ano
seguinte, através da Portaria 229 do antigo Departamento Nacional do Trabalho (DNT).
Com o advento das normas regulamentadoras (NR) através da Portaria 3.214, de junho
de 1978, o assunto Segurança e Saúde no Trabalho foi abordado de uma maneira di-
ferenciada. Dentre as NRs, a NR 5 é aquela que trata sobre a CIPA e suas atribuições,
tendo sua mais recente redação entrado em vigor em 24 de maio de 1999.
Mapa de Riscos
Riscos ambientais
identificação prévia dos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais os
trabalhadores poderão estar expostos;
Para a elaboração do Mapa de Riscos são utilizadas cores para identificar o tipo de
risco, conforme a tabela de classificação dos riscos ambientais. A gravidade é represen-
tada pelo tamanho dos círculos a seguir:
Círculo pequeno – risco pequeno por sua essência ou por ser risco médio já
protegido;
Círculo médio – risco que gera relativo incômodo, mas que pode ser
controlado;
Riscos ambientais
Círculo grande – risco que pode matar, mutilar, gerar doenças e que não
dispõe de mecanismo para redução, neutralização ou controle.
às atividades exercidas; e
ao ambiente.
proteção coletiva;
organização do trabalho;
Poeiras:
De um modo geral, deve haver uma análise mais detalhada, caso a caso. Tais riscos
ergonômicos podem causar:
Para Myrian, a decisão visa a fomentar os investimentos por parte das empresas
no que diz respeito à segurança no trabalho e, consequentemente, reduzir os gastos
da previdência.
Myrian, do Cenofisco, espera que as novas regras criem uma cultura de investi-
mento por parte das empresas na criação de melhores condições para trabalhado-
res cujas funções envolvam o risco. Ela acredita que a possível vantagem financeira
– já que uma empresa poderá pagar metade do que paga hoje, caso implemente
ações – servirá como impulso para isso.
Atividades
a) agentes físicos.
b) agentes químicos.
d) agentes biológicos.
e) agentes ergonômicos.
Ampliando conhecimentos
<www.anvisa.gov.br>
<www.abepro.org.br/biblioteca/ENEGEP1999_A0258.PDF>
<www.laborprev.com.br/site/servicos/mapa_riscos.htm>
Referências
<www.abepro.org.br/bibliotecaengep1999_a1999.pdf>
<www.anvisa.gov.br>
<www.laborprev.org.br/site/servicos/mapa_riscos.html>
Gabarito
1. D
2. C
Riscos ambientais
Existem, por conseguinte, três tipos de acidentes: o acidente típico, que é aquele
decorrente da característica da atividade profissional que o indivíduo exerce; o aci-
dente de trajeto, que ocorre no trajeto entre a residência do trabalhador e o local de
trabalho e vice-versa; e as doenças profissionais ou do trabalho, que são produzidas ou
desencadeadas pelo exercício de determinada função, característica de um emprego
específico. Dados governamentais relatam que os acidentes típicos correspondem a
aproximadamente 84% da totalidade dos acidentes de trabalho, ficando os acidentes
de trajeto e as doenças do trabalho perfazendo os 16% restantes. Apesar de o número
ainda ser considerado elevado, nota-se uma tendência à queda nessas estatísticas, es-
pecialmente se forem comparados os dados atuais com aqueles relacionados entre
os anos de 1972 e 2002. Os setores de transformação e de serviços são os principais
responsáveis pelo alto número de casos de acidentes de trabalho.
Os acidentes, em sua grande maioria, são previsíveis, sendo por isso evitáveis.
Algumas medidas simples, uma vez adotadas, são suficientes para reduzir considera-
velmente o número de acidentes de trabalho em uma empresa. O fornecimento de
equipamentos de proteção individual (EPI), uma obrigação da empresa, com seu uso
adequado por parte dos trabalhadores, é um exemplo típico de como medidas simples
podem ser práticas e reduzem as estatísticas relacionadas aos acidentes de trabalho.
Riscos físicos
São considerados riscos físicos as diversas formas de energia. São elas: ruídos,
temperaturas extremas, vibrações, pressões anormais e radiações.
Ruídos
Define-se som como uma variação sonora capaz de sensibilizar os ouvidos. O
ruído, por sua vez, é uma sensação sonora desagradável, pode ser mensurado, não
desejado ou inútil.
Protetores auriculares
São considerados EPI, que tem a finalidade de atenuar ruídos e proteger o apare-
lho auditivo da exposição a ruídos prejudiciais. Seu uso é obrigatório em toda a área
fabril.
Temperaturas extremas
As temperaturas excessivas podem causar alguns danos à saúde do trabalhador.
Ela se divide em calor frio e calor quente.
Vibrações
A vibração é um movimento oscilatório de um corpo, devido a forças desequili-
bradas de componentes rotativos e movimentos alternados de uma máquina ou equi-
pamento. Como todo corpo com movimento oscilatório, um corpo que vibra, descreve
um movimento periódico, que envolve um deslocamento num certo tempo. Daí resul-
ta a velocidade, bem como a aceleração do movimento em questão.
Efeitos ao organismo
Os motoristas de ônibus estão mais predispostos ou propensos ao desenvolvi-
mento de síndromes dolorosas de origem vertebral, deformações da espinha, estira-
mento, apendicites, problemas estomacais e hemorroidas. Todavia, posturas forçadas,
manuseio de cargas e maus hábitos alimentares não podem ser descartados como
desordens.
Sistema gastrintestinal
Outros estudos em laboratórios mostraram grande relação causal com desordens
gastrintestinais e a vibração nas cadeiras. Foi usada uma cadeira vibratória como simu-
lador de testes, com motoristas, que revelou que a vibração causa desconforto e pode
interferir na destreza de comando manual e na atividade visual.
Atividade muscular/postura
Na faixa de 1 a 30Hz, observa-se dificuldades para manter a postura, bem como
o aumento de balanço postural. Há, também, uma tendência à lentidão de reflexos na
faixa de frequência entre 10 a 200Hz.
Acidentes de trabalho e riscos físicos
Efeitos cardiopulmonares
Aparentemente, existem alterações nas condições de ventilação pulmonar e taxa
respiratória com vibrações de 4,9 mls2 (134 dB), na faixa de 1 a 10Hz.
Prevenção
Melhoria do equipamento, reduzindo a intensidade das vibrações, instituir perí-
odos de repouso e rotatividade, evitando exposições contínuas, e, após identificar as
lesões iniciais, deve-se proceder o rodízio no posto de trabalho.
Pressões anormais
Existem dois tipos de pressões anormais causadas pela variação da pressão
atmosférica.
Radiações
São responsáveis pelo aparecimento de diversas lesões. Podem ser classificadas
em radiações ionizantes e não ionizantes.
Prevenção
Acidentes de trabalho e riscos físicos
É muito importante a existência e o acesso fácil à água corrente, quente e fria, em
abundância, com chuveiros, torneiras, toalhas e agentes de limpeza apropriados. Chu-
veiros de emergência devem estar disponíveis em ambientes onde são utilizadas subs-
tâncias químicas corrosivas. Podem ser necessários banhos por mais de uma vez por
turno e troca do vestuário em caso de respingos, caso ocorra contato direto com essas
substâncias deve-se utilizar sabões ou sabonetes neutros ou os mais leves possíveis.
proteção coletivas.
Com o uso difundido do creme protetor, principalmente nas regiões Sul e Su-
deste, uso que não se limitava à proteção dos membros superiores, mas de todas as
partes do corpo que entram em contato com o agente químico, como rosto, tórax,
pernas, pés, o Ministério do Trabalho criou nova Portaria, de 26, de 29/12/1994, que
incluiu, no item 6.3 da NR 6, um novo inciso, o IX, cujo título é Proteção da Pele.
Nos dois textos, das duas Portarias, são apresentadas importantes justificativas
para classificar os cremes como EPIs. São elas: o uso regular dos cremes proteto-
res em outros países, a recomendação de literatura internacional, a constatação de
sua eficácia, o benefício dos trabalhadores pelo uso geral nas empresas, e apresen-
tação de resultados satisfatórios nos estudos e demonstrações práticas realizadas
com cremes protetores de fabricação nacional (Ver Portarias 3 e 26, de 20/02/1992 e
29/12/1994, respectivamente). Na Portaria 26, de 29/12/1994, os cremes protetores Acidentes de trabalho e riscos físicos
foram classificados em 3 grupos, e passou a ser exigido seu registro no Ministério da
Saúde.
Atividades
d) O creme protetor não deve ser aplicado debaixo das luvas de proteção.
Ampliando conhecimentos
Referências
Gabarito
1. C
2. C
Acidentes de trabalho e riscos físicos
fisioterapia e infiltrações com corticoides. Depois de tentar voltar ao trabalho por 3 vezes e o Centro
de Reabilitação Profissional não ter conseguido me arrumar uma ocupação que não agravasse o
meu quadro, fui aposentada, em 1989. Aposentada aos 29 anos... por invalidez... (BARREIRA, 1989)
Epidemiologia
Conforme visto anteriormente, há poucos dados disponíveis no Brasil relativos à
prevalência de LER/DORT. Um dos maiores estudos já realizados no país ocorreu em
2001, sob a responsabilidade do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador no
município de São Paulo (Cerest-SP). Na ocasião, foram estudados 620 trabalhadores in-
seridos no Programa de Saúde do Trabalhador da zona norte de São Paulo naquele pe-
ríodo. Os números obtidos refletem uma realidade não só brasileira, mas que também
confere com a literatura mundial sobre o assunto.
No que tange ao tempo da queixa percebeu-se que a maioria dos pacientes ini-
ciou o quadro entre 1 e 12 meses da primeira procura ao ambulatório médico espe-
cializado (38,1%). As demais buscas de auxílio clínico ocorreram entre 13 e 24 meses
(22,1%), 25 e 36 meses (11,9%), 37 e 48 meses (8,7%), menos de 1 mês (5,8%), 49 e 60
meses (4,2%), mais que 85 meses (3,8%), 61 e 72 meses (3,1%) e 73 e 84 meses (2,3%).
LER/DORT
Conforme visto anteriormente, LER/DORT são assuntos muito amplos, que envol-
vem diversos fatores. As populações observadas e constatadas com o diagnóstico da
doença possuem características específicas, cada qual com sua peculiaridade, e que
podem ser elencadas como causas para o aparecimento da doença. São elas:
insatisfação;
Tendinites inflamatórias
As tendinites inflamatórias são aquelas causadas pela inflamação aguda ou crônica
dos tendões ou das bainhas. A principal característica nesse quadro é a dor. Também
pode haver edema localizado, rubor na região afetada e aumento da temperatura local.
Tenossinovite ocupacional
O trabalhador com essa doença inicia com quadro de dor. Logo após, podem apa-
recer outros sintomas, tais como redução de força, sensação de peso com ou sem pa-
restesia ou alteração de sensibilidade. Ao exame físico pode-se observar o calor local,
rubor, além do espessamento dos tendões ao longo do músculo.
Síndrome do supinador
É a compressão do nervo mediano na altura do cotovelo pelo músculo supinador.
Síndrome de Guyon
Consiste na compressão do nervo ulnar no punho, o que gera alterações na sensi-
bilidade no quarto e quinto quirodátilo, com redução de força e pinça.
Doenças ocupacionais
Bursites
É a condição em que a bursa fica inflamada e irritada, causando dor e edema local.
Pode ocorrer nos ombros, cotovelos, joelhos e articulações coxofemoral.
Bursite no cotovelo
Atinge principalmente a bursa olecraniana. Ocorre, principalmente, devido a
trauma ou apoio prolongado.
Bursite no joelho
É a inflamação na bursa que envolve a patela. O principal sintoma é a dor em
região anterior da patela, podendo haver edema. Ocasionada pelo trauma direto ou
hábito de se ajoelhar.
Bursite no quadril
Atinge especialmente a região do trocânter maior do fêmur. Dor intensa relaciona-
da ao atrito repetitivo do músculo tensor da fáscia lata deslizando sobre o trocânter.
Outras patologias
Síndrome miofascial e tensional do pescoço
Gerada pelo excesso de atividades físicas, trabalho que cause fadiga, postura vi-
ciosa, posto de trabalho antiergonômico. Os principais sintomas são dor e contratura
muscular. Observam-se pontos gatilhos na musculatura envolvida.
Fibromialgia
É o comprometimento doloroso, crônico e difuso do sistema osteomuscular. Os
pacientes apresentam fadiga, insônia, rigidez, dores difusas, ansiedade e depressão. Os
exames geralmente são normais.
Doenças ocupacionais
Tratamento
O objetivo do tratamento é a busca da melhora do quadro clínico com o retor-
no do paciente às suas atividades habituais. Esse retorno deve, obrigatoriamente, vir
Algumas outras medidas podem ser usadas, tais como calor local (relaxamento
muscular), gelo (analgésico e anti-inflamatório) e exercícios de alongamento e fortale-
cimento das áreas da musculatura afetada. A fisioterapia proporciona importantes me-
lhoras quando associada aos demais tratamentos. Considera-se a cirurgia em poucos
casos, especialmente naqueles em que os tratamentos conservadores não apresenta-
rem resultados satisfatórios.
Texto complementar
Dicas de ergonomia
A figura ao lado apresenta uma
série de recomendações fundamen-
Dicas gerais
A – Iluminação – Para evitar reflexos, as superfícies de trabalho, paredes e pisos,
devem ser foscas e o monitor deve possuir uma tela antirreflexiva. Evite posicionar o
computador perto de janelas e use luminárias com proteção adequada.
Ampliando conhecimentos
Atividades
Referências
Gabarito
1. B
2. D
Doenças ocupacionais
A Lei Elói Chaves, criada em janeiro de 1923, através do Decreto 4.682, foi consi-
derada a primeira lei brasileira de Previdência Social. Tudo começou com a Caixa de
Aposentadorias e Pensões destinada aos empregados de empresas ferroviárias, criada
pelo Congresso Nacional, que os beneficiava com assistência médica, remédios subsi-
diados, auxílio-funerário e pensões também para seus dependentes. Em 1926, os be-
nefícios foram estendidos também para os trabalhadores das empresas portuárias e
marítimas.
O artigo 201 da Lei 8.080 da Constituição Federal de 1988 ainda determina que a
Previdência Social será organizada sob regime geral, de caráter contributivo e de filia-
ção obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atenderá
nos termos da lei:
Previdência Social
Deve haver contribuição para que o servidor tenha acesso aos benefícios.
Seguro social
É o Sistema de Proteção Social que assegura o sustento do trabalhador e de sua fa-
mília, quando ele não puder trabalhar por causa de doença, acidente, gravidez, prisão,
velhice ou morte.
O salário benefício é o valor básico utilizado para definir a renda mensal dos be-
nefícios, exceto o salário-família, salário-maternidade e os benefícios dos segurados
especiais.
Conceitos básicos
Benefícios previdenciários: são os benefícios concedidos em razão de incapa-
cidade proveniente de causa comum.
Auxílio-acidente.
Auxílio-reclusão.
Salário-maternidade.
Salário-família.
Aposentadoria especial.
Perícia médica.
Reabilitação.
tuberculose ativa;
hanseníase (lepra);
cegueira;
Previdência Social
contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina
especializada;
hepatopatia grave.
Auxílio-acidente
É o benefício cedido como indenização ao segurado empregado, trabalhador
avulso, segurado especial e ao médico residente que sofram lesões ou apresentem
sequelas de acidentes de qualquer natureza (auxílio-acidente previdenciário) ou aci-
dente de trabalho (auxílio-acidente acidentário). Pode ser acumulado com outros be-
nefícios pagos pela Previdência, exceto aposentadoria.
cegueira total;
perda de uma mão ou dois pés, mesmo quando for possível o uso de
próteses;
Auxílio-reclusão
É o benefício pago aos dependentes durante todo o período de detenção ou re-
clusão do segurado. O dependente poderá receber o benefício, desde que o segurado
recluso ou detido não receba remuneração da empresa, auxílio-doença ou aposenta-
doria, e desde que seu último salário de contribuição seja de até um salário mínimo.
Não é exigido o cumprimento do período de carência para a concessão do auxílio-
reclusão, basta comprovar que o preso é segurado da Previdência Social.
Auxílio-maternidade
Todas as seguradas da Previdência Social têm direito ao salário-maternidade.
Trata-se de um benefício concedido à segurada gestante por 120 dias, e é o único be-
Para as seguradas empregadas avulsas não é exigida carência, enquanto que para
as contribuintes individuais, a carência é de dez meses. Para a segurada especial (traba-
lhadora rural), é necessário ser comprovado dez meses de efetivo exercício da atividade.
Salário-família
É o benefício pago aos aposentados e trabalhadores de baixa renda para ajudar
na manutenção dos filhos. Tem direito ao benefício o segurado empregado e o tra-
balhador avulso que tenham um filho ou equiparado de até 14 anos, ou inválido de
qualquer idade, desde que a remuneração mensal seja inferior ou igual a um salário
mínimo.
Aposentadoria especial
É concedida aos segurados empregados, exceto domésticos, e aos trabalhadores
avulsos que tenham trabalhado em condições especiais que prejudiquem a saúde ou
a integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos, de acordo com o nível de exposição aos
agentes nocivos. É necessário ter contribuído por pelo menos 15 anos para a Previdên-
cia Social. O valor da aposentadoria corresponde a 100% do salário de benefício.
Acidentes de trabalho
Consideram-se acidentes de trabalho as seguintes entidades mórbidas:
Acidentes sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho
quando:
Texto complementar
Toda a principal teoria moderna sobre o estresse tem presente uma visão ho-
lística do homem, prevendo, assim, que há a necessidade de estarmos atentos a
muitos fatores para combatê-lo. O manejo adequado do processo requer mais do
que mudança de hábitos: requer uma mudança de estilo de vida, um estilo de vida
que respeite as necessidades biológicas, sociais, afetivas e psicológicas.
Dieta
Quando falamos de dieta, além da alimentação em si, que obviamente está
diretamente relacionada ao processo (pois quando estamos sob estresse nosso
organismo fica carente de algumas vitaminas, metais e outros nutrientes que são
utilizados no funcionamento do sistema nervoso e mobilização muscular e cardio-
Previdência Social
Exercícios físicos
Veja, não estou fazendo apologia às academias – apesar de saber o quanto elas
são importantes –, estou pensando em pequenas ações diárias, regulares e harmôni-
cas como nossa disponibilidade e condição física. Toda atividade física é de extrema
importância no controle do estresse. Os exercícios devem tornar-se um hábito para
preservar a saúde, especialmente a do principal músculo de nosso corpo – o coração.
Relaxamento
Como está muito mais do que comprovado, toda emoção tem repercussão fi-
siológica e vice-versa. Assim, todo estado emocional negativo é acompanhado de
tensão muscular e toda a tensão muscular acaba por gerar um estado negativo em
termos de emocionalidade.
esfincteriana.
Trabalho interessante
Todos nós, ou pelo menos quase todos, necessitamos trabalhar. Assim, ter um
trabalho interessante ajuda muito a criar motivação para a vida. É por meio dele que
satisfazemos nossa necessidade de admiração e de reconhecimento. Tanto o exces-
so quanto a carência desse fator pode nos levar a problemas de adaptação.
Previdência Social
Lembre-se que todo o trabalho pode ser interessante, e isso está mais em nós
mesmos do que no trabalho em si. O desafio fica justamente no sentido que damos
ao que fazemos.
Todos nós necessitamos, para manejar o estresse nosso do dia a dia, de pessoas
próximas com quem possamos contar para dividir nossas angústias e que também
possam nos dar, de maneira incondicional, apoio e proteção.
Nada melhor para encerrar do que um pensamento de Hans Selye, que ensina
que estresse é o sal da vida, ou seja, o estresse faz parte da vida, é ele que impulsiona
as pessoas e a humanidade para a evolução e para o crescimento.
Lembre-se que cada um é o “senhor de sua vida”, não é o(a) parceiro(a), a fa-
mília, o trabalho. Cada um de nós é o responsável maior por sua própria vida e pelo
cumprimento de nosso destino. Assim... mãos à obra!
Atividades
a) Toda pessoa, de qualquer faixa etária, tem direito aos benefícios fornecidos
pela Previdência Social.
e) O trabalhador só tem acesso aos serviços prestados pelo SUS após 12 meses
de carência.
Referências
Gabarito
1. A
2. D
Previdência Social
9 788538 750253