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Luanda, 2021
HENRIQUETA HENRIQUE AGOSTINHO JOÃO
Autora: Henriqueta Henrique Agostinho João, discente, 6º ano, ano curricular de 2020
à 2021
Luanda, 2021
DEDICATÓRIA
iii
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, agradeço à Deus pelo dom da vida, da sabedoria e da cura que tem me
proporcionado durante esses 6 anos de formação.
À meus irmãos, Marisa João, Daniela João e Ezequiel João, minha fonte de inspiração,
por me ensinarem a competir comigo mesma para ser a melhor versão de mim. Em
especial, Dulce João, minha irmã mais velha, pois durante a minha vida escolar, ela
sempre se destacou como uma motivação para superar obstáculos concernente aos
desafios que a escola apresentava.
Ao meu noivo, Enio Joel Martins, pela paciência e apoio que sempre teve por mim.
Ao meu orientador, Doutor Pando Cabrera, por ter me auxiliado na realização do meu
trabalho de fim de curso e me ensinado a ser paciente, simples e eficaz na concretização
do trabalho.
À todo corpo docente e discente, que juntos, trilhamos uma trajectória rumo ao sucesso
da minha carreira como militar médica.
À Direcção do HMP/IS por ter me permitido a realizar a recolha de dados para o estudo.
À todos aqueles que directa ou indirectamente contribuíram para o meu sucesso, para
que esse momento de glória pudesse chegar.
iv
EPÍGRAFE
v
RESUMO
Introduction: Stroke is a worldwide public health problem. It is the third leading cause
of death in the world, after heart and cancer diseases and one of the main causes of
disability acquired worldwide. Second most frequent cause of dementia. It is estimated
that the percentage of young adults aged between 18 and 45 years reaches 5 to 10% of
the total number of individuals with stroke. The morbidity and mortality caused by
stroke in a young and active population have a strong social and economic impact.
Objective: To determine the incidence of acute ischemic stroke in young adults assisted
at the Principal Military Hospital /Instituto Superior from January 2017 to January
2020. Methodology: In this descriptive observational retractive study, with a non-
probabilistic sample for convenience, 50 clinical processes were evaluated of patients
assisted at the HMP / IS from January 2017 to January 2020 with a diagnosis of acute
ischemic stroke. Results: of the 50 clinical processes evaluated, it was found that of the
sociodemographic variables: the most frequent age group with 54% of the cases was
between 40-45 years of age, male with 64% of the cases, being civilians with 48% of
the cases, the patent with the highest frequency was the Agent (PNA) with 42% of the
cases, 26% of the cases residing in Kilamba Kiaxi; of clinical variables: the most
frequent risk factors were hypertension and the association of hypertension / alcoholism
factors with 26% of cases, the most frequent clinical condition was the association of
paresis / deviation of the labial commissure with 36%, the most frequent type of stroke
it was atherothrombotic, evolving from up to 7 days of hospitalization in 44% of cases,
the right hemisphere was the most frequent injury site with 46% of cases, identified by
CT examination in 64% of cases, being treated by combined therapy with 76% of the
cases, the most frequent sequelae were motor with 52% and the outcome of the most
frequent case was improved with 82% of cases. Conclusion: The study had a sample of
50 cases, over a period of 3 years, the findings show that although the incidence is
increasing in young adults, the disease is still more frequent in old age, but physical and
emotional disability causes a great deal social, family and financial impact. CT-CE is an
important exam and must be performed in an emergency. The essence of prevention is
based on changing lifestyle and controlling risk factors.
3.5.1 Factores de risco não modificáveis .......................... Erro! Indicador não definido.
3.5.3 Factores de risco no adulto jovem ........................... Erro! Indicador não definido.
3.6.3 Investigação etiológica num doente com AVC ....... Erro! Indicador não definido.
3.6.1 Modalidade de diagnóstico por imagem .................. Erro! Indicador não definido.
3.7.2 Tratamento do AVC isquémico agudo .................... Erro! Indicador não definido.
3.8.1 Complicações da fase aguda do AVC isquémico .... Erro! Indicador não definido.
ix
4.2 Local de estudo ........................................................... Erro! Indicador não definido.
8. APÊNDICE
................................................................................................................Erro! Indicador
não definido.
x
LISTA DE TABELAS
xi
LISTA DE QUADROS
xii
LISTA DE GRÁFICOS
xiii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
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Incidência do Acidente Vascular Cerebral Isquémico agudo no adulto jovem
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1. CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO
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1.1 PROBLEMÁTICA
A doença cerebrovascular é um termo genérico e refere-se a qualquer doença
que afete os vasos sanguíneos cerebrais. O AVCI agudo é uma doença que tem sido
muito frequente em vários países africanos, e Angola, faz parte desse meio. Sendo
também uma doença muito frequente nos militares, que geralmente são adultos jovens,
dos 18 aos 45 anos, capacitados de boa saúde física, psicológica e social, prontos para
combater em qualquer território do país, e, visto que o AVC causa incapacidade
funcional e dependência física, houve-se a necessidade de realizar um estudo que
determina a incidência do AVC isquémico agudo no adulto jovem.
Assim sendo, propõe-se a seguinte questão: Qual é a incidência do AVC
isquémico agudo no adulto jovem assistidos no HMP/IS de Janeiro de 2017 à Janeiro
de 2020?
1.2 JUSTIFICATIVA
No ano de 2017 eu comecei a ter as aulas práticas no HMP/IS e o primeiro
doente que eu fiz a história clínica teve como diagnóstico AVC isquêmico, e o mesmo,
tinha 39 anos. Com o tempo eu fui pesquisando mais sobre a doença e descobri que era
mais frequente nos idosos que nos adultos jovens.
Um outro motivo que me incentivou a escolher esse tema foi o facto que na
minha família pode haver história de hipertensão arterial, e, sendo como um dos
factores de risco mais associado a aparição do AVC, pode ser comprometedor para mim
e para os meus irmãos pois ambos os meus pais são hipertensos.
Portanto, estes foram os motivos pelo qual eu escolhi como meu tema de fim
de curso a incidência de AVC isquémico agudo no adulto jovem.
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1.3- OBJECTIVOS
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Circulação anterior
Os ramos da artéria cerebral anterior (ACA) suprem os lobos frontais, as
superfícies superiores dos hemisférios cerebrais e a parte medial dos hemisférios. A
artéria cerebral média (ACM) é responsável pela irrigação da maior parte do território
cerebral e é a artéria mais envolvida em AVCI. Ela dá origem as artérias
lenticuloestriadas responsáveis por suprir os núcleos da base (Putámen, Caudado, Globo
pálido e Tálamo) e a cápsula interna. O território da ACM inclui as principais áreas
sensitivas e motoras do córtex auditivo sensitivo e as áreas motoras e sensitivas para a
linguagem no hemisfério dominante (Giraldo, 2018).
Circulação posterior
Segundo Denny et al (2020) o sistema vértebro-basilar é o responsável pela
circulação posterior do encéfalo. As artérias vertebrais ascendem pela coluna vertebral e
penetram no crânio através do forame magno e se juntam na junção bulbopontina para
formar a artéria basilar, esta bifurca-se para formar as artérias cerebrais posteriores
(ACP). A ACP é responsável principalmente pela irrigação do lobo occipital, porém
também supre a parte inferior do lobo temporal. O tronco encefálico e o cerebelo
também são supridos pelos ramos do sistema vértebro-basilar.
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3.1 DEFINIÇÃO
A definição actual do AVC da Organização Mundial de Saúde (OMS), foi
introduzida primeiramente em 1970 e ainda é utilizada e descrita como sendo um
comprometimento neurológico focal (ou global) que subitamente ocorre com sintomas
persistindo para além de 24 horas, ou levando à morte, com provável origem vascular
(Lourenço, 2019 Apoud Ministério da saúde, 2010).
3.2 EPIDEMIOLOGIA
A epidemiologia originou-se das observações de Hipócrates, feitas há mais de
2000 anos, de que fatores ambientais influenciam a ocorrência de doenças. A sua
aplicação foi inicialmente feita visando o controle de doenças transmissíveis e,
posteriormente, no estudo das relações entre condições ou agentes ambientais e doenças
específicas. A epidemiologia atual é uma disciplina relativamente nova e usa métodos
quantitativos para estudar a ocorrência de doenças nas populações humanas e para
definir estratégias de prevenção e controle (Bonita et al, 2010).
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O AVC pode ser dividido de 2 formas: quanto ao tipo e quanto a sua etiologia.
Quanto a etiologia
a) Classificação TOAST
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Segundo Serra (2010) existe uma classificação pouco definida do AVCI. Esta
apresenta-se como uma classificação fenotípica “completa” que se distingue de
classificações passadas porque procura ter em conta a etiologia principal, mas também
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do risco de AVCI (atingindo o risco de não fumante após 5 anos, nos casos de
fumantes leves), bem como o aumento dos intervalos entre um cigarro e outro;
• Aterosclerose intra e/ou extracraniana (enrijecimento das artérias por
acúmulo de gorduras e colesterol);
• Fibrilação atrial (palpitações cardícas);
• Cardiopatias valvares e não valvares (doenças cardíacas);
• Sobrepeso, obesidade e síndrome metabólica- a obesidade, além de estar
associada a um maior risco de AVC, tem correlação com outros factores de
risco, tal como a HTA e DM2 potenciando sob a forma de sinergia a
probabilidade de AVC;
• Alcoolismo- o consumo excessivo constitui um factor de risco para todos os
tipos de AVC.
3.5.3 Factores de risco no adulto jovem
De acordo com Correia et al (2018) o diagnóstico etiológico no adulto jovem
requer habitualmente uma abordagem mais complexa do que nos idosos, apesar destas
populações partilharem cada vez mais factores de risco vascular tradicionais, como a
hipertensão, a dislipidemia, a obesidade e o sedentarismo, existem factores de risco no
adulto jovem que não pode ser descurada, como:
• Enxaqueca- afecta cerca de 15% a 20% da população adulta- 17% a 25% das
mulheres e e 6% a 10% dos homens.
• Uso de contraceptivos orais combinados (COC)- está fortemente associada a
um risco aumentado de trombose venosa e varia consoante o tipo prostagénico e
a dose de estrogénio usado. A toma de COC confere um risco de 1,7 vezes
aumentado de AVC isquémico e este risco parece aumentar com a dose de
estrogénio, não variando com o tipo de progestagénio usado.
• Consumo de álcool e drogas- o uso de substâncias ilícitas é também um factor
de risco para o AVC. A prevalência deste comportamento em adultos jovens
pode variar de entre 12% e 34%, consoante os estudos, e o consumo de diversas
substâncias pode aumentar o risco de AVC através de vários mecanismos
diferentes.
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3.6 DIAGNÓSTICO
Segundo Amaral (2018) a avaliação neurológica visa a identificar sinais e
sintomas do paciente com AVC, seus diagnósticos diferenciais e suas complicações
imediatas e mediatas. A informação mais importante da história clínica é o horário de
início dos sintomas. A definição atual do início dos sintomas é o momento que o
paciente foi visto pela última vez em seu estado usual de saúde ou assintomático.
Fases do AVC
Segundo Aguiar (2017) existem 3 fases que ocorrem logo após um AVC que
são conhecidos como os 3 estágios de recuperação pós AVC. São eles:
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Manifestações clínicas
Santos & Waters (2020) consideram que o indivíduo que sofre um AVC possui
alterações do metabolismo cerebral, ventilatórias e neurofuncionais, sendo considerado
como um paciente neurocrítico, devendo receber assistência em uma Unidade de
Terapia Intensiva (UTI). A UTI é referência máxima para o cuidado e reabilitação dos
indivíduos com problemas de saúde de alta gravidade e complexidade com
probabilidade de morte; é o local onde se encontram os recursos tecnológicos essenciais
para a sobrevida do paciente crítico e à resolutividade do problema de base.
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metade do corpo.
Tronco encefálico, médula Vertigem, nistagmo, síndrome de Horner, ataxia,
oblonga lateral (artéria queda para o lado da lesão, hipoestesia termoalgésica
vertebral) em metade do corpo com ou sem acometimento da
face.
• Velocidade de
Bubble Test • Anticoagulante
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Tomografia computarizada
A tomografia computarizada do crânio (TC) tem sido o exame de imagem
recomendado, devendo ser realizada o mais rapidamente possível. Deve ser repetida em
24 – 48h nos casos em que não sejam evidenciadas alterações no exame inicial ou de
evolução insatisfatória (Aguiar, 2017).
Segundo Lima (2015) a identificação da lesão topográfica depende da fase em
que se encontra o AVC, podendo este ser identificado com a investigação com TC:
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Achados de Imagem
Fase Hiperaguda (menos de 12h)
Neste momento a TC de crânio é importante para excluir hemorragia e para
deteção de achados precoces de isquemia cerebral. São eles:
• Perda do contorno insular
• Indefinição dos núcleos cinzentos
• Perda da diferenciação da substância branca e cinzenta
• Artéria cerebral hiperdensa
Fase aguda
Pode apresentar lesão hipodensa, envolvendo substância branca e cinzenta e
respeitando o limite vascular bem como edema perilesional e sinais de efeito de massa
(desvio de estrutura da linha média para o hemisfério contralateral, apagamento de
sulcos e cisternas, compressão ventricular).
Fase crônica
Há uma lesão focal hipodensa, bem delimitada, respeitando limites vasculares,
com proeminência de sulcos e alargamento dos ventrículos ipsilaterais.
Ressonâcia magnética
A ressonância magnética (RM) com difusão, apesar de mais demorada, menos
acessível e mais dispendiosa, apresenta uma maior sensibilidade e especificidade em
comparação com a TC sem contraste, e consegue detetar e delinear tecido cerebral
isquémico potencialmente infartado irreversivelmente, apesar de reperfusão atempada e
adequada. É útil para o diagnóstico definitivo de ATI e para o diagnóstico de infarto
lacunar. É também útil fora do período agudo, na determinação mais precisa da
extensão da lesão isquémica e na descriminação entre regiões de enfarte antigas e novas
(Verde, 2020).
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Eco doppler
O Eco Doppler é o principal método utilizado para o estudo inicial dos doentes
com AVCI, dada a sua não invasibilidade, baixo custo, e reprodutibilidade quando
realizado por operadores experientes. É a única ferramenta diagnóstica que permite
visualizar a presença de fenômenos embólicos vasculares intracranianos in vivo. O Eco
Doppler tem a capacidade de diferenciar porções calcificadas e não calcificadas da
placa. É importante ressaltar que o doppler é restrito à porção cervical das artérias
carótidas internas, além disso, situações como tortuosidade grave de uma das artérias,
alta bifurcação carotídea, obesidade, ou extensa calcificação da vasculatura irão reduzir
a precisão do método (Nether et al, 2020).
Ecocardiograma
Desde a sua aplicação inicial em 1976, o ecocardiograma transesofágico (ETE)
melhorou a detecção de fontes embolígenas cardiovasculares. Embora a sua indicação
em doentes com AVC seja controversa, a sua utilização contribuiu para a identificação
de fontes potenciais de AVC embólico (Cremaschi, 2020 Apoud Melcón et al, 2003).
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vascular oclusiva nos vasos intra e extracranianos, além de contribuir com informações
importantes no diagnóstico de hemorragia intraplaca de ateroma, dissecção arterial,
aneurisma e malformação vascular (Cremaschi, 2020).
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Apoio médico
Quando ocorre infarto cerebral, o objetivo imediato é optimizar a perfusão
cerebral na penumbra isquêmica circundante. Também se dá atenção à prevenção das
complicações comuns de pacientes confinados no leito - infecções (pneumonia,
urinárias e cutâneas) e trombose venosa profunda (TVP) com embolia pulmonar.
Muitos médicos aplicam meias de compressão pneumática para prevenir TVP; a
heparina subcutânea (não fraccionada e de baixo peso molecular) é segura e mais
efetiva e pode ser usada ao mesmo tempo (Smit et al, 2015)
Diversos estudos mostram que apenas aproximadamente 33-50% dos doentes
reconhecem os seus próprios sintomas como um AVC. Júnior et al (2017) comentam
que a atividade física é uma estratégia importante, tanto na prevenção, como no
tratamento das doenças cardiovasculares, Hipertensão arterial, Diabetes Mellitus, AVC,
alguns tipos de Câncer, Osteoporose, Depressão e desequilíbrio no perfil lipídico.
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Trombólise intravenosa
A trombólise intravenosa é tempo dependente e deve ser iniciada
imediatamente nos doentes que sejam elegíveis. A janela de intervenção recomendada
não deve ultrapassar as 4-5h após início dos sintomas. No entanto, os benefícios são
superiores quando a terapia é iniciada até às 3h (Verde, 2020).
De acordo com Amaral (2018) estes são os critérios para inclusão de
trombólise endovenosa por uso de plasminogênio tecidual recombinante (rtPA):
• AVC isquêmico em qualquer território encefálico;
• Possibilidade de se iniciar a infusão do rtPA dentro de 4,5 horas do início dos
sintomas (para isso, o horário do início dos sintomas deve ser precisamente
estabelecido, caso os sintomas forem observados ao acordar, deve-se considerar
o último horário no qual o paciente foi observado normal);
• Tomografia computadorizada (TC) do crânio ou ressonância magnética (RM)
sem evidência de hemorragia;
• Idade superior a 18 anos.
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Tratamento antitrombótico
A terapêutica trombolítica tem o objetivo de reperfundir a zona de penumbra
isquêmica e consequentemente salvar os neurônios situados nessa área. Ela baseia-se no
curto período (de poucas horas) denominado janela terapêutica (Amaral, 2018).
O agente antiplaquetário AAS (ácido acetilsalicílico), até 325 mg/dia, é seguro,
tendo um benefício pequeno mas definitivo no AVCI agudo. Os estudos não apoiam o
uso da heparina ou outros anticoagulantes para o tratamento em pacientes com AVCI
agudo. (Smith et al, 2015).
Técnicas endovasculares
Segundo Denny et al (2020) a trombectomia endovascular é uma técnica que
consiste na remoção de um trombo através da introdução de um Stent guiado por
imagiologia, nas primeiras 24 horas, quando o paciente preenche os requisitos para a
sua realização.
Neuroproteção
Segundo Smith et al (2015) a neuroproteção é o conceito de instituir um
tratamento que prolonga a tolerância do cérebro à isquemia. Os fármacos que bloqueiam
as vias dos aminoácidos excitatórios mostraram-se capazes de proteger os neurônios e a
neuroglia em animais, mas, apesar de vários estudos clínicos humanos, seus efeitos
benéficos ainda não foram demonstrados. A hipotermia é um tratamento neuroprotetor
potente em pacientes com parada cardíaca e é neuroprotetora em modelos de AVC em
animais, mas não foi estudada adequadamente em pacientes com AVC isquémico.
Alvos da neuroproteção
Segundo Verde (2020), a aplicação da neuroproteção tem os seguintes alvos:
• Excitotoxicidade: é um dos principais componentes da fisiopatologia durante
uma lesão isquémica cerebral. O glutamato é o principal neurotransmissor
excitatório do SNC e a sua excessiva libertação é uma característica chave da
excitotoxicidade;
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3. Mobilizações activas;
4. Exercícios de reeducação da marcha;
5. Exercícios de fortalecimento muscular;
6. Exercícios respiratórios.
3.8 COMPLICAÇÕES
Os pacientes diagnosticados com AVC são especialmente vulneráveis a
desenvolver complicações durante o seu internamento. A sua frequência varia segundo a
natureza do AVC, a causa, a gravidade, a demora na consulta e os antecedentes pessoais
do paciente. A sua aparição condiciona o prognóstico, a mortalidade, aumenta o
internamento e os custos do mesmo (Ruiz et al, 2020).
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3.9 PROGNÓSTICO
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3.10 PREVENÇÃO
A prevenção do AVCI utiliza três pilares essenciais: prevenção primária,
tratamento da fase aguda e prevenção secundária. A prevenção primária baseia-se nas
medidas a serem tomadas após a identificação dos factores de risco. Por ser uma
emergência neurológica, o tratamento da fase aguda visa a melhorar o seu prognóstico,
que depende em grande parte, da rapidez no início das medidas terapêuticas, gerais e
específicas a serem tomadas. A prevenção secundária visa a controlar os pacientes com
AIT ou AVCI estabelecido devido ao risco de apresentar um novo AVC ou outras
complicações que impossibilitem a melhoria do doente (Zarranz, 2013).
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1. Avaliação dos sinais vitais: a hipoxia agrava o dano cerebral, ante uma suspeita
clínica fundada, deve realizar-se uma gasometria arterial e analisar se observa-
se uma diminução en la pO2; é necessário assegurar-se de que não há alterações
na via aérea; Os pacientes com enfermidade neurovascular podem estar
comatosos e, em alguns casos, é necessário intubá-los e aplicar ventilacão
mecânica
2. Manter a circulação sanguínea: no caso de hipotensão arterial é necessário
descartar outros procesos associados, como infarto de miocárdio, dissecção
aórtica, sepses ou hipovolemia, que deben tratarse de forma individualizada.
O fluxo sanguíneo na área isquémica sem autorregulação depende da PA
(pressão arterial), a HTA é um achado comum na fase aguda do AVC e em
muitos casos é reactiva, porque se normaliza de forma espontânea nos das
seguintes. Se deve tratar uma HTA quando as cifras de PAS são maiores de 185
mmHg ou as de PAD superam os 110 mmHg, evitando decaídas bruscas
(Powers et al, 2018)
3. Recomenda-se o uso de antitérmicos em pacientes com a temperatura superior
a 37,5°C durante a isquémia cerebral aguda;
4. Tem que manter um correcto estado de hidratação e nutrição: a desidratação
produz um aumento da viscosidade do sangue que provoca um deterioro do
fluxo sanguíneo cerebral;
5. O equilíbrio hidroelectrolítico se mantém com soluções salinas isotónicas;
6. Devem-se realizar analíse de sangue frequentes com determinação da função
renal e iões para controlar o aporte de líquidos e eletrólitos;
7. A glicemia se controla com frequência e a hiperglicemia se trata precocemente
con insulina, mantendo cifras por debaixo de 150 mg/dl;
8. Quanto mais rápido o possível deve-se iniciar o aumento oral ou enteral
com um adequado aporte calórico para evitar a desnutrição que facilita o
desenvolvimento de complicações infecciosas e de úlceras de decúbito;
9. É importante a mobilizção precoce do paciente com AVCI para prevenir
complicações como broncoaspiração, pneumonia ou úlceras de decúbito.
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h. Sequelas
i. Desfecho do caso
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familiar
Quadro Qualitativa Conjunto de sinais e sintomas que o Cefaleia
clínico ordinal paciente apresenta relevando um Paresia
estado mórbido e que está ligado Paralisia ou plegia
aos distúrbios funcionais ou Convulsão
lesionais que os determinam Desvio da
comissura labial
Queda ao solo
Vertigem
Afasia
Disartria
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GÉNERO
18
32
FEMININO MASCULINO
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CATEGORIA
13
24
13
Verificou-se que a categoria com maior números de casos foi Civil com 24
casos (48%) e com igual frequência, temos a categoria Militar e Polícia com 13 casos
(26%).
Não há relatos de estudos correlacionando a categoria com o AVC, mas
segundo o fluxograma de prestação de serviços médicos dos militares, o indivíduo
acorre primeiramente ao Socorrista de pelotão Sanitário de companhia Posto
médico do batalhão Posto médico do Regimento Hospital e enfermaria militar
regional Clínica dos ramos HMP/IS; mas nem todos indivíduos seguem a
hierarquia, e outros acabam por recorrer as clínicas privadas. Isto, pode ser um dos
motivos pelo qual no HMP/IS os doentes com AVC com maior número de casos foram
os Civis.
Apesar do HMP/IS estar vocacionado para o atendimento de militares e seus
familiares, também presta assistência aos civis que têm maior proveito da assistência
médica em um hospital público em relação as clínicas privadas.
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RESIDÊNCIA
15 12 13 12
Frequência
10
4 3
5 2 2 1
0
RESIDÊNCIA
Verificou-se que a residência com maior número de casos foi Kilamba Kiaxi
com 13 casos (26%) e com menor incidência a residência de Saurimo, Lunda Norte (no
contexto Fora de Luanda segundo o preenchimento da variável) com 1 caso (2%).
Não há estudos angolanos que relatam a correlação entre residência e o
aparecimento do AVC, mas estudos demonstram que o AVC é mais frequente em zonas
urbanas que em zonas rurais. Tendo em conta que O HMP/IS na capital (Luanda), a
população está exposta a diversos factores de risco como sedentarismo, alcoolismo,
tabagismo, entre outros, que culminam para o evento agudo do AVC.
O HMP/IS está localizado na província de Luanda, mas conta também com a
assistência médica-medicamentosa aos indivíduos transferidos de outras unidades
militares fora de Luanda. Por ser uma emergência médica, a transferência de casos de
AVC isquémico agudo deve ser evitada pois o doente pode morrer durante o percurso
até chegar ao HMP/IS. Motivo pelo qual, o nosso estudo só encontrou um caso de um
paciente com AVC isquémico diagnosticado no HMP/IS e este, tinha consigo uma guia
de transferência mas teve o AVC enquanto encontrava-se em Luanda.
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Frequência Porcentagem
HTA 13 26%
HTA+ETILISMO 13 26%
HTA+AVC ANTERIOR 5 10%
HTA+TABAGISMO 5 10%
USO DE DROGAS 2 4%
DIABETES MELLITUS 2 4%
COMORBIDADE NÃO TRATADAS 9 18%
HTA+ANEMIA 1 2%
Total 50 100%
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20 18 QUADRO CLÍNICO
18
16
14
Frequência
12 10
10
8
6
5 5 4
4 2 3 2
2
1
0
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TIPO DE AVCI
Aterotrombótico 18
Etiologia indeterminada 8
TIPO DE AVCI
Outras etiologias 6
Lacunar 13
Cardioembólico 5
0 5 10 15 20
Frequência
Verificou-se que o tipo de AVC com maior número de casos foi o AVCI
aterotrombótico, com 36% e com menor frequência o AVCI cardioembólico com 10%.
O estudo entra em concordância com Soares et al (2020) no qual explica que
36% dos AVCIs são do tipo aterotrombótico e com menor frequência o AVCI do tipo
cardioembólico em 8,5% dos casos.
O estudo não entra em concordância com Costa et al (2020) no qual
evidenciou-se que a maioria dos pacientes (13 pacientes - 48%) desenvolveram AVC
isquêmico em virtude de um embolo cardíaco e com menor frequência o AVCI de
etiologia indeterminada em 2 casos (7%).
Segundo o nosso estudo, a HTA e o etilismo foram os factores de risco mais
frequentes, e segundo alguns estudos, a HTA está ligada a todo tipo de AVC. A
fisiopatogenia e a avaliação etiológica, são elementos que devem esclarecidos para a
precisão do tipo de AVC que acometeu a lesão, de acordo com a clasificação TOAST.
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TEMPO DE EVOLUÇÃO
22
25 21
Frequência
20
15
10
7
5
0
ATÉ 7 DIAS
7 A 14 DIAS
MAIS DE 14
DIAS
TEMPO DE EVOLUÇÃO
Verificou-se que o tempo de evolução com maior número de casos foi de até 7
dias com 22 casos (44%) e com menor número de casos mais de 14 dias com 7 casos
(14%). O estudo não entra em concordância com Santos & Waters (2020) no qual teve
como média do tempo de internamento dos pacientes acometidos pelo AVC de 15 dias,
o que podia estar diretamente relacionada ao maior risco de desenvolvimento de
complicações, principalmente as infecciosas, à morbidade e mortalidade desses
pacientes.
Durante a investigação, notou-se que o serviço de Neurologia conta apenas
com 10 camas disponíveis para o internamento. No entanto, por ser um quadro agudo,
os doentes com AVC isquémico, adultos jovens, apresentam melhor tolerância a terapia
aplicada e rápida melhoria dos sintomas, motivo pelo qual pode não haver necessidade
de prolongar a estadia do paciente no Hospital, também é um factor importante para
evitar complicações ou infecções nosocomiais.
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LOCAL DA LESÃO
40 23
Frequência
14
20 2 7 4
0
HEMISFÉRIO
NÃO RELATADO
HEMISFÉRIOS
ENCEFÁLICO/CEREB
CEREBRAL DIREITO
ESQUERDO
CEREBRAL
AMBOS
HEMISFÉRIO
TRONCO
ELO
Verificou-se que o local da lesão com maior número de casos foi o hemisfério
cerebral direito com 23 casos (46%) e com menor frequência o tronco
encefálico/cerebelo com 2 casos (6 %).
O estudo não corrobora com diversos autores como Nunes (2016), Coelho
(2011), no qual explicam que o hemisfério esquerdo é o mais afectado representando
56,3% dos casos.
Apesar de o hemisfério direito ter sido mais predominante no nosso estudo,
vários autores não se referem à incidência da lateralidade hemisférica na sua
generalidade, ou seja, o estudo do local da lesão pela divisão dos hemisférios (esquerdo
e direito) e tronco cerebral/cerebelo, mas sim às síndromes neurológicas que estão
relacionadas com a localização da lesão a nível vascular. Portanto, podem-se detectar
consequentemente os défices apresentados pelo doente através da avaliação topográfica
por imagem, neste caso o mais utilizado é a tomografia computarizada sem contraste de
emergência, verificando-se que os vasos maioritariamente afectados no AVC são: a
artéria cerebral média e a carótida interna, constituindo estes o principal aporte
sanguíneo aos hemisférios.
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EXAMES AUXILIARES
ECG 1
EXAMES AUXILIARES
ECOCARDIO… 1
LABORATO… 5
TC+ECO… 9
TC+RM 2
TC 32
0 5 10 15 20 25 30 35
Frequência
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TRATAMENTO UTILIZADO
TERAPIA COMBINADA 38
TRATAMENTO UTILIZADO
FISIOTERAPIA+ANTITROMBÓTICO 5
APOIO MÉDICO+FISIOTERAPIA 7
0 5 10 15 20 25 30 35 40
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SEQUELAS
30
26
25
20
Frequência
15
10 11
10
5 3
0
MOTORAS EXPRESSIVAS MISTA SEM SEQUELAS
SEQUELAS
De acordo com o estudo, notou-se que as sequelas com maior número de casos
foram as motoras com 26 casos (52% ) e com menor frequência as expressivas com 3
casos (6%). O estudo corrobora com os dados da National Stroke Association relatando
que 40% dos indivíduos acometidos pelo AVC apresentam incapacidade moderada a
grave que necessita de acompanhamento específico sendo a hemiparesia a sequela mais
frequente e que necessita de cuidados de Fisioterapia.
Dentro das sequelas motoras estão incluídas a hemiparesia/hemiplegia, afasia
motora, disartria e crise convulsiva. Nas sequelas expressivas temos o desvio da
comissura labial e a paralisia facial.
A reabilitação física é um processo global e dinâmico com o objectivo de
recuperar a saúde física e psicológica da pessoa portadora de deficiência ou com
funções prejudicadas por doença ou evento traumático. Tem como meta final a
reintegração social do paciente.
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DESFECHO DE CASO
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5. CONCLUSÃO
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6. RECOMENDAÇÕES
1) Que se melhore a área de internamento dos doentes com AVC, com mais camas
para evitar altas sem o o seguimento preciso da doença;
2) Que se crie a Via Verde do AVC, sendo esta, já adotada em muitos países e com
melhoria do atendimento ao paciente com AVC;
3) Pela dificuldade que encontramos em obter dados estatísticos sobre o AVC
isquémico agudo no adulto jovem no nosso país, recomendo a criação de um site
e um aplicativo onde podemos obter conteúdos médicos actualizados e
informativos;
4) Que se realize periodicamente o EMCS como atividade básica de Promoção de
Saúde, visto que é o procedimento fundamental para conhecer de forma integral
o estado de saúde do militar, e avaliar os factores de risco a que está exposto.
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7. BIBLIOGRAFIA
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Incidência do Acidente Vascular Cerebral Isquémico agudo no adulto jovem
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8. APÊNDICE
Frequência Porcentagem
Válido FEMININO 18 36%
MASCULIN 32 64%
O
Total 50 100%
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Incidência do Acidente Vascular Cerebral Isquémico agudo no adulto jovem
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Frequência Porcentagem
Válido TC 32 64%
TC+RM 2 4%
TC+ECO DOPPLER 9 18%
LABORATORIAL 5 10%
ECOCARDIOGRA 1 2%
MA
ECG 1 2%
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Incidência do Acidente Vascular Cerebral Isquémico agudo no adulto jovem
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Total 50 100%
Frequência Percentagem
Válido APOIO 7 14%
MÉDICO+FISIOTERAPI
A
FISIOTERAPIA+ANTIT 5 10%
ROMBÓTICO
TERAPIA COMBINADA 38 76%
Total 50 100%
Frequência Porcentagem
Válido MOTORAS 26 52%
EXPRESSIVAS 3 6%
MISTA 10 20%
SEM 11 22%
SEQUELAS
Total 50 100%
77
Incidência do Acidente Vascular Cerebral Isquémico agudo no adulto jovem
assistidos no HMP/IS de Janeiro de 2017 à Janeiro de 2020
16
20 6
1
0
25-30 30-35 35-40 40-45
IDADE
PATENTE
11
FREQUÊNCIA
2
1
FACTOR DE RISCO
1
FACTOR DE RISCO
USO DE DROGAS
5 5
HTA+AVC ANTERIOR
13 13
HTA
FREQUÊNCIA
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Incidência do Acidente Vascular Cerebral Isquémico agudo no adulto jovem
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Variáveis sociodemográficas
1. Idade: 20-25 25-30 30-35 35-40 40-45
2. Género: Feminino Masculino
3. Categoria: Militar Polícia Civil
4. Patente: Oficial superior Oficial subalterno Sargentos e praças
Inspector Sub chefe Agente
5. Residência: Viana Kilamba Kiaxi Luanda Belas
Cacuaco Cazenga Não relatado Fora de Luanda
Variáveis clínicas
1. Factor de risco: HTA HTA+Etilismo HTA+AVC anterior
HTA+Tabagismo Uso de contraceptivo oral Uso de droga
Diabetes mellitus HTA+Anemia História familiar
Comorbidade associada
2. Quadro clínico: Paresia+desvio da comissura labial Paresia+afasia
Paresia+disartria Paresia+vómitos Tontura
Queda ao solo Paresia+cefaleia Convulsões
Agitação psicomotora
3. Tipo de AVC: Cardioembólico Lacunar Aterotrombótico
Outras etiologias Etiologia indeterminada
4. Tempo de evolução: Até 7 dias 7 à 14 Mais de 14 dias
5. Local da lesão: Hemisfério cerebral direito Hemisfério cerebral esquerdo
Tronco encefalico/Cerebelo Ambos hemisférios
Não relatado
6. Exames auxiliares: TC-CE TC-CE+ RM TC-CE+Eco-doppler
Ecocardiograma Laboratoriais ECG
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Incidência do Acidente Vascular Cerebral Isquémico agudo no adulto jovem
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Angiografia
7. Tratamento utilizado: Apoio médico+neuroprotector Terapia combinada
Apoio médico+antitrombótico
Apoio médico+técnica endovascular
Apoio médico+trombólise intravenosa
8. Sequelas: Motoras Expressivas Mistas Cognitivas
Sem sequelas
9. Desfecho de caso: Melhorado Curado Abandono Falecido
Estudo incompleto
Data: ____/_____/_______
O investigador
__________________________
80
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10. ANEXO
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