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Núcleo de Educação a Distância

O assunto estudado nessa disciplina foi planejado por


um professor conteudista, responsável pela produção
de conteúdo didático, desenvolvido e implementado
por uma equipe composta por profissionais de diversas
áreas e, no caso da disciplina em questão, recebeu o
apoio de outros núcleos e setores da Universidade de
Fortaleza. Lista-se abaixo os parceiros e colaboradores
que contribuíram de maneira relevante para a
construção de todo o material, facilitando o processo
de ensino-aprendizagem.

Coordenação do Núcleo de Educação a Distância: Andrea Chagas

Alves de Almeida. Produção de conteúdo didático: Danilo Lopes

Ferreira Lima. Projeto Instrucional: Francisco Felipe Ferreira de

Souza. Pedagoga: Ariane Nogueira Cruz. Produção de Áudio e Vídeo:

José Moreira de Sousa. Arte: Thiago Bruno Costa de Oliveira.

Diagramação: Régis da Silva Pereira. Identidade Visual: Régis da Silva

Pereira, Thiago Bruno Costa de Oliveira. Programação Multimídia:

Jorge Augusto Fortes Moura. Revisão: Janaína de Mesquita Bezerra

O trabalho Atenção ao Idoso- Unidade II: SAÚDE DO IDOSO. de Danilo Lopes Ferreira Lima,
Núcleo de Educação a Distância da UNIFOR está licenciado com uma Licença Creative Commons -
Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
UNIDADE 2: SAÚDE DO IDOSO.

1. O Processo Saúde/Doença no Idoso 04

2. Demência no Idoso 10

3. Atividade Física e a Pessoa Idosa 15

4. Funcionalidade do Idoso 19

Referências Bibliográficas 23
UNIDADE 2: SAÚDE DO IDOSO.

Objetivo
Olá, seja bem-vindo(a) à Unidade II de Atenção ao Idoso. nesta unidade,
teremos como objetivos: diferenciar as patologias que mais acometem o
idoso no Brasil; avaliar a funcionalidade da pessoa idosa; testar o nível de
capacidade da pessoa idosa e ser assertivo na argumentação quanto ao valor
e cuidados do exercício físico na vida do idoso.

1. Processo Saúde/Doença no Idoso

O conceito de saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) como sendo o estado de


completo bem-estar físico, psíquico e social, e não somente a ausência de doenças, ainda
persiste. Contudo, para que se mantenham níveis ótimos de saúde é necessário que sejam
levados em consideração recursos de diversos setores como a educação, alimentação,
infra-estrutura sanitária e habitacional, incentivos ao trabalho, promoções ao estilo de vida
saudável com atividades de lazer e cuidados com o meio ambiente. Quando pensamos em
saúde do idoso devemos pensar em estratégias para mantê-lo com um estilo de vida ativo,
por isso é importante que os profissionais de saúde que lidam com pacientes idosos consigam
fazer a distinção entre as alterações fisiológicas relacionadas ao processo do envelhecimento,
conhecidas como senescência, das alterações patológicas do envelhecimento ou senilidade,
embora fazer essa distinção seja uma tarefa difícil para muitos.

Anteriormente, já estudamos as mudanças fisiológicas que ocorrem durante o envelhecimento,


as transformações epidemiológicas nas principais patologias que causam mortalidade no
idoso nas últimas décadas e como, no Brasil, a saúde do idoso está tendo respaldo legal
quando, através do Estatuto do Idoso, foi dada atenção integral à saúde deste pelo Sistema
Único de Saúde (SUS), assim como a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Além
da caderneta do idoso, criada pelo Governo Federal, na qual são registradas informações
sobre as condições de sua saúde com acompanhamento de sua evolução, diversas cartilhas
de orientações têm sido confeccionadas por governos municipais e estaduais bem como
ações de promoção e prevenção à saúde.

Não é novidade para ninguém que o idoso é quem mais consome os serviços de saúde.
Portador de doenças crônicas, geralmente múltiplas, que duram vários anos gerando um
quadro de morbimortalidade e que exigem tratamento multidisciplinar, o idoso ainda é o
detentor da maioria das internações hospitalares e do maior tempo de ocupação em leitos
comparado às outras faixas etárias, sem que isto se reverta em seu benefício. Todos esses
fatores geram um alto custo direto, com honorários médicos, exames complementares,
diárias hospitalares, medicamentos; alto custo indireto como, por exemplo, o impedimento

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temporário do trabalho por parte de um acompanhante ou um alto custo chamado de
intangível como a alta carga psicológica e o prejuízo gerado em seu bem-estar que, no caso
do idoso, é elevado e, muitas vezes, irreversível (ARAÚJO, 2006).

Atenção
A maior vulnerabilidade ao aparecimento de doenças em um corpo que
envelhece, não faz com que a velhice seja sinônimo de doença. O próprio
fato da maioria das patologias que acometem o idoso ter um caráter crônico
pode fazer com que alternativas que gerem a independência e a autonomia
sejam implementadas.

As doenças ou agravos à saúde que acometem o idoso brasileiro seguem um padrão


internacional. Como vimos anteriormente, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) são
as que mais acometem o idoso, podendo ser divididas em cinco grandes grupos:

Doenças cardiovasculares, representadas principalmente pelo infarto agudo do miocárdio,


acidente vascular encefálico e hipertensão; neoplasias malignas, principalmente câncer
de mama em mulheres e de próstata em homens; doenças do aparelho respiratório como
as pneumonias e a doença pulmonar obstrutiva crônica; doenças do sistema nervoso
como a doença de Alzheimer e outras demências; e causas externas, principalmente quedas
e acidentes domésticos. Diabetes mellitus, perda de audição, osteoartrose e catarata também
devem ser consideradas.

Doenças cardiovasculares

O sistema cardiovascular tem a responsabilidade de transportar oxigênio e nutrientes para


as células no sentido de que essas executem suas tarefas. Alterações no funcionamento do
sistema cardiovascular são conhecidas como doenças cardiovasculares (DCV), dentre as
quais se destacam as doenças isquêmicas do coração e o acidente vascular encefálico (AVE).
Entre os fatores de risco associados às DCV estão a hipertensão arterial, o elevado colesterol,
tabagismo, uso de álcool, hiperglicemia, obesidade, sedentarismo, má alimentação, histórico
familiar, raça, idade, sexo e raça (MAGALHÃES et al. 2014).

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Importante
As doenças isquêmicas do coração fazem parte do grupo de patologias
cardiovasculares que mais causam óbitos, juntamente com o Acidente
Vascular Encefálico (AVE) Isquêmico, chegando a 75% das mortes por
doenças cardiovasculares. As principais doenças isquêmicas do coração são
o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) e a Angina pectoris. Tais alterações
são causadas por um processo aterosclerótico constituindo-se em uma
importante causa de morte nos países desenvolvidos e também naqueles em
desenvolvimento (SANTOS et al. 2008).

A segunda patologia responsável não somente pela mortalidade entre idosos, mas por uma
grande morbidade, deixando sequelas funcionais, psicológicas e sociais são os acidentes
vasculares encefálicos (AVEs). Entre os anos de 2008 e 2011, ocorreram 424.859 internações de
idosos por AVE, com taxa de mortalidade de 18,32. Em sua maioria, os AVEs são isquêmicos,
cuja causa é a mesma do IAM, a formação de uma placa ateromatosa, com consequente
rompimento e bloqueio de uma artéria, o que impede a corrente sanguínea de atingir partes
do cérebro (FARIA et al. 2017). Os AVEs hemorrágicos são menos comuns e são provocados
pela ruptura de um vaso sanguíneo, que leva ao derrame de sangue para dentro do cérebro
ou para a área que o rodeia.

O principal fator de risco para as DCVs é a hipertensão arterial. Segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), hipertensão arterial é uma doença caracterizada por uma elevação crônica
da pressão arterial sistólica e/ou pressão arterial diastólica. Essa alteração é responsável por
80% dos casos de AVEs e 60% dos casos de IAM, constituindo, atualmente, um dos problemas
de saúde de maior prevalência (ZAITUNE et al. 2006).

Importante
Além da hipertensão arterial ser considerada uma patologia importante para o
idoso, ela é um dos fatores de risco mais importantes para várias outras doenças
causadoras de morbidade e mortalidade em indivíduos acima de 60 anos de idade.

Neoplasias malignas

Um dos fatores de risco mais importantes para o aparecimento de neoplasias é o


envelhecimento, visto que 2/3 destas são diagnosticadas após os 65 anos de idade com
mortalidade superior a 80%, tornado-se um problema de Saúde Pública, pois é uma das
doenças crônicas que continuam a crescer no mundo e o seu diagnóstico é, quase sempre,
tardio (VERAS; LOURENÇO, 2010).

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No Brasil, de 2000 a 2005, 507.174 óbitos de idosos ocorreram tendo as neoplasias como causas.
Em 2011, 16,4% dos óbitos entre brasileiros ocorreu devido ao câncer, tornando-se a segunda
causa de mortalidade. A mortalidade e a morbidade hospitalar relacionadas ao câncer são
extremamente elevadas, gerando altos custos para o sistema de saúde. Nos homens, ocorre
uma prevalência de câncer de próstata, seguido de traquéia, brônquios e pulmão, depois
estômago, e, na quarta posição, de cólon, reto e ânus. Nas mulheres, a prevalência é de câncer
de mama, seguido de traquéia, brônquios e pulmão, depois cólon, reto e ânus e, na quarta
posição, estômago. Esses padrões são semelhantes aos observados em países desenvolvidos.
Dados do Sistema Único de Saúde (SUS) apontam que neoplasias foram a terceira causa de
internação no período de 2002 a 2012 (FÊDE et al. 2009; OLIVEIRA et al. 2015).

Doenças do aparelho respiratório

A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é definida como uma doença caracterizada
pela obstrução crônica e não totalmente reversível do fluxo aéreo que ocorre de forma lenta,
progressiva e irreversível como uma resposta inflamatória anormal dos tecidos pulmonares a
uma exposição crônica a partículas e gases nocivos, notadamente o fumo (MARCHIORI et al.
2010). As principais DPOCs são o enfisema pulmonar e a bronquite crônica.

A Pneumonia é uma inflamação aguda no parênquima pulmonar, causada por agentes bacterianos,
viróticos, fúngicos, químicos ou físicos. Elas podem ser adquiridas na comunidade, em ambientes
hospitalares e em instituições asilares. Estados gripais elevam a prevalência de pneumonia em
idosos e está associada a diversas outras patologias típicas da pessoa idosa (COSTA; TEIXEIRA;
VICTOY, 2016). A imunossenescência, diminuição da imunidade devido ao envelhecimento,
predispõe ao aparecimento de doenças pulmonares agudas como a pneumonia.

A morbidade causada por tais doenças no idoso merece destaque, pois é uma das principais
causas de faltas no trabalho, além de exercer enorme pressão sobre os serviços de saúde. No
Brasil, as doenças respiratórias agudas e crônicas, juntas, constam entre as principais causas
de internação no Sistema Único de Saúde (SUS), ocupando o segundo lugar em frequência,
sendo responsáveis por cerca de 16% de todas as internações do sistema (TOYOSHIMA; ITO;
GOUVEIA, 2005). Contudo, levando-se em consideração as doenças respiratórias crônicas, foi
observada entre os anos de 2002 e 2012 uma grande redução no número de internações
(Figura 1). Tal situação deve-se, em grande parte, à diminuição do número de fumantes no
país (SANTOS et al. 2015).

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Figura 1- Tendências das taxas de internação a por doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT) segundo sexo.

Fonte: SANTOS et al. 2015.

Doença do Sistema Nervoso

Dentre as doenças do sistema nervoso a mais prevalente entre os idosos é a Doença de


Alzheimer, uma alteração neurodegenerativa progressiva e irreversível que acarreta perda da
memória e diversos distúrbios cognitivos. Não somente a Doença de Alzheimer como outras
demências não Alzheimer serão abordadas em nosso próximo tópico.

Causas externas

Os agravos provocados por causas externas de morbidade e mortalidade são responsáveis


por uma grande parcela dos problemas de saúde no mundo. Os acidentes e a violência são
os principais representantes dos agravos por causas externas. É de conhecimento geral que
a população jovem brasileira tem morrido, especialmente, em decorrência dessas causas.
Contudo, na população idosa tem aumentado a prevalência de morbidade e mortalidade
devido essas causas. Tal situação gera consequências orgânicas, psicológicas, sociais,
econômicas e culturais, trazendo grandes prejuízos ao sistema de saúde e à população em
geral. Considerando-se os grupos etários, a mortalidade é maior na faixa etária de 80 anos ou
mais, onde os acidentes (atropelamentos e quedas) foram os principais responsáveis, com
aumento no número de mortes por suicídios e uma diminuição nas mortes por homicídios,
considerando-se um período de 10 anos, de 2000 a 2010. Vale ressaltar também que houve
um aumento nas complicações da assistência médica e cirúrgica (MESQUITA FILHO; JORGE,
2007; AMORIM; MOREIRA, 2013).

Diabetes Mellitus

Diabetes mellitus pode ser definida como um grupo de doenças metabólicas caracterizada
pelo acúmulo da taxa de glicose no sangue, chamada de hiperglicemia. Quem controla a

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utilização de glicose por nossas células é um hormônio chamado de insulina, produzido pelo
pâncreas. O Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) está presente entre 5 a 10% dos casos da doença e é
causado pela destruição das células beta pancreáticas promovendo uma completa deficiência
na produção de insulina. Na maioria dos casos, a destruição das células beta é causada por
autoimunidade, mas existem casos em que não há evidências de processo autoimune, sendo
referidos como forma idiopática de DM1. O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) está presente entre
90 e 95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na ação e secreção da insulina. A maioria
das pessoas que é diagnosticada com esse tipo de Diabetes Mellitus apresenta obesidade
ou sobrepeso e idades acima de 40 anos. Os pacientes não dependem de insulina exógena
para sobreviver, mas precisam de insulina para manter o controle metabólico (DIRETRIZES DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2017-2018).

É estimado que 17,4% dos brasileiros com idades entre 60 e 69 anos têm diabetes. Nos
EUA, aproximadamente 25% das pessoas com 65 anos ou mais têm diabetes, enquanto que
na França a prevalência é cerca de 14,2%. Além de complicações crônicas comuns como
nefropatia, neuropatia e retinopatia, o risco relativo de morte por doença cardiovascular (DCV)
em diabéticos, quando ajustado por idade, supera três vezes o mesmo para a população em
geral (SILVA; SIMÕES; LEITE, 2007; LIMA et al. 2017).

Perda de audição

A perda auditiva na população idosa varia de 5 a 20% nos indivíduos com 60 anos de idade,
aumentando para 60% a partir dos 65 anos. Contudo, estudos que contrastam o autorrelato e
a presença da alteração apresentam resultados divergentes. A deficiência auditiva decorrente
do envelhecimento, denominada de presbiacusia, gera efeitos negativos emocionais, sociais
e na qualidade de vida. Esta impede o idoso de desempenhar o seu pleno papel na sociedade,
pois além de provocar uma privação sensorial, acarreta uma dificuldade de compreensão
afetando a comunicação. A privação da audição representa uma das causas de isolamento
social para o idoso (SOUSA; RUSSO, 2009; COSTI et al. 2014).

Osteoartrose

A osteoartrose, osteoartrite ou artorse é a forma mais comum de reumatismo. É uma enfermidade


inflamatória e degenerativa (desgaste) da cartilagem articular. Em torno de 75 anos, 85% das
pessoas apresentam testes radiológicos ou clínicos positivos para a doença como rigidez articular
e incapacidades funcional em diversos níveis, contudo, somente entre 30 e 50% desenvolverão
sintomas como a dor crônica (SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA, 2017).

Catarata

A catarata é a denominação dada a qualquer opacidade do cristalino, sendo a maior causa de


cegueira reversível no mundo. Tal opacidade ocorre durante o processo do envelhecimento, sendo
a catarata senil uma alteração que afeta a qualidade de vida do idoso visto que pode promover

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diminuição no desempenho físico com consequente risco de quedas. Segundo a OMS, 40% das 45
milhões de pessoas cegas no mundo perderam a visão devido à catarata. Epidemiologicamente, a
catarata está associada à idade, com a prevalência aumentando para 50% no grupo etário de 65 a
74 anos e para 75% em pessoas acima de 75 anos (DOMINGUES et al. 2016).

O grande desafio atual está em fazer com que o idoso, mesmo portador de patologias
crônico-degenerativas, se mantenha independente fazendo com que as grandes Síndromes
Geriátricas ou Gigantes da Geriatria se tornem um desafio. Conhecido como os “IS”, a
Imobilidade, a Instabilidade, a Incontinência, a Insuficiência cerebral e Iatrogenia, embora
não constituam um risco de vida iminente, comprometem severamente a qualidade de
vida dos portadores e, muitas vezes, dos familiares. Apresentando-se de forma isolada ou
associada, tais síndromes geram um considerável dano funcional para o indivíduo, impedindo
a realização das atividades de vida diária (AVDs). A insuficiência cerebral, ocasionada pelas
demências, é uma das principais síndromes e será abordada a seguir.

2. Demência no Idoso

A Demência não é apenas um tipo de doença, é uma síndrome clínica caracterizada por
déficits cognitivos múltiplos, adquiridos e persistentes, que interferem nas atividades de vida
diária (AVDs) do indivíduo de forma relevante (TAVARES; AZEREDO, 2003).

Pesquisas realizadas no Brasil demonstram uma prevalência de demências que variam entre
5,15 e 17,1% entre idosos. Quando verificadas as prevalências em outros países da América
Latina podemos encontrar, no Chile, uma frequência de 7%, na Argentina de 8,3%, no México
de 8,6%, em Cuba de 10,8% e no Peru entre 6,5% e 9,3% (BOFF; SEKYIA; BOTTINO, 2015).
Em países desenvolvidos, as Demências variam de 3% aos 70 anos até 20% a 30% aos 85
anos, dobrando a cada cinco anos com o aumento de idade (SCHLINDWEIN-ZANINI, 2010).
A Alzheimer’s Disease International (ADI) estima que, em 2017, o número de pessoas com
demências no mundo atinja perto de 50 milhões, chegando a 75 milhões em 2030 e 131,5
milhões em 2050. Muito desse crescimento ocorrerá em países desenvolvidos. Presume-se
que a cada 3 segundos alguém no mundo desenvolve alguma demência.

Para um correto diagnóstico clínico da demência deve-se considerar o déficit progressivo


de memória e de, pelo menos, uma outra função cortical superior confirmando com uma
avaliação neuropsicológica detalhada, principalmente nas fases iniciais, para confirmação do
prejuízo cognitivo (PENA; VALE, 2010). As funções corticais incluem: afasia ou perturbação da
linguagem; apraxia ou capacidade prejudicada de executar atividades motoras, apesar de um
funcionamento motor intacto; agnosia ou incapacidade de reconhecer ou identificar objetos,
apesar de um funcionamento sensorial intacto, e perturbação do funcionamento executivo
que inclui planejamento, organização, sequenciamento e abstração. A avaliação da realização
das AVDs é, também, de extrema importância.

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Os sintomas comportamentais e psicológicos das demências (SCPD), considerados não-
cognitivos, afetam 60% dos pacientes demenciados e aparecem no decorrer da doença. Tais
sintomas incluem delírios, alucinações, agitação, agressão, depressão, mania, ansiedade,
apatia, desinibição, irritação, comportamento motor aberrante, alterações do sono, alterações
alimentares, alterações da personalidade, sintomas obsessivo-compulsivos entre outros
(PENA; VALE, 2010). Todos esses sintomas reunidos, o que confere às demências a classificação
de síndrome, levam a um comprometimento social e/ou ocupacional do indivíduo. Além
disso, a sobrecarga física, emocional e sócio-econômica da família e do cuidador é imensa
(PESTANA; CALDAS, 2009).

Deficiência de vitamina B12 e folato, hipotireoidismo, depressão (pseudodemência), doenças


infecciosas (sífilis e tuberculose), hidrocefalia de pressão normal, tumores, hematoma subdural,
intoxicação medicamentosa, etilismo, vasculites, hiperparatireoidismo, insuficiência adrenal,
renal, hepática e pulmonar estão entre as causas reversíveis das demências. Dessa forma, a
realização de exames laboratoriais como hemograma, creatinina, hormônio tireoestimulante,
albumina, transaminases hepáticas, vitamina B12, reações sorológicas para sífilis, e, para
pacientes com menos de 60 anos e quadro sugestivo, testagem para o vírus HIV devem
fazer parte dos exames inicias para o diagnóstico das demências. Além destes, exames de
neuroimagem como tomografia computadorizada ou ressonância magnética de crânio são
bastante utilizados, pois podem fazer a diferenciação entre achados comuns em estados
de demência como a atrofia cortical ou subcortical de outras condições, como tumores,
hidrocefalia ou hematoma subdural crônico (CARAMELLI; BARBOSA, 2002; PARMERA; NITRINI,
2015). Apesar da importância de tais exames, é fundamental uma detalhada história clínica
do paciente, que deve ser confirmada por algum parente, amigo ou cuidador.

As principais demências são a Doença de Alzheimer, Demência vascular, Demência


frontotemporal e Demência com corpos de Lewy. Segundo Teixeira (2009), a Doença
de Alzheimer é a mais prevalente de todas, seguida da Demência vascular, Demência
frontotemporal e Demência com corpos de Lewy respectivamente (Tabela 1).

Tabela 1 - Frequência dos tipos de demência

Tipos de Demências < 65 anos > 65 anos


Doença de Alzheimer 34% 55%
Demência Vascular 18% 20%
Demência Frontotemporal 12% ------
Demência com corpos de Lewy 7% 20%
Outros 29% 5%

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Doença de Alzheimer

A doença de Alzheimer (DA) foi descrita pela primeira vez pelo neuropatologista alemão
Alois Alzheimer no ano de 1907. Pode ser considerada como uma afecção neurodegenerativa
progressiva e irreversível que aparece de forma insidiosa, acarretando, além da perda da
memória, diversos distúrbios cognitivos. Pode ocorrer de forma precoce ou tardia, estando
a primeira ligada à tendência familiar e com aparecimento por volta dos 40 anos, enquanto
a segunda ocorre por volta dos 60 anos. Contudo, ambas possuem características clínicas
idênticas (SMITH, 1999).

A Doença de Alzheimer (DA) é a demência que ocorre com maior frequência, atingindo cerca de
5-10% da população com 65 anos ou mais e sendo responsável por mais de, aproximadamente,
50% das demências que ocorrem nesta faixa etária chegando a uma prevalência de 60% a
70% dos casos levando-se em consideração todas as idades (BURLA et al. 2013). O processo
degenerativo que ocorre na doença atinge, inicialmente, a formação hipocampal seguido
de comprometimento de áreas corticais associativas e relativa preservação dos córtices
primários. Isso faz com que o quadro clínico da DA seja caracterizado por alterações cognitivas
e comportamentais, com preservação do funcionamento motor e sensorial até as fases mais
evoluídas da doença (SCHLINDWEIN-ZANINI, 2010).

Devido à grande incidência de Doença de Alzheimer ocorreu, nos últimos anos, um elevado
interesse não somente em um diagnóstico precoce, como também em uma terapêutica mais
completa. Em termos diagnósticos, além do detalhado exame clínico em que levam-se em
consideração sintomas como comprometimento da memória e uma ou mais perturbações
cognitivas (afasia, apraxia, agnosia ou perturbação do funcionamento executivo). O
comprometimento da linguagem tende a ocorrer de forma precoce progredindo para a
afasia motora manifestada por anomia (incapacidade em nomear pessoas e objetos que são
corretamente percebidos) circunlocuções (tentativas em lembrar a palavra que termina em
descrições ou associações relacionadas) e parafrasias (substituição de fonemas ou palavras),
e evoluindo para afasia sensitiva, caracterizada pela dificuldade de compreensão e nas
habilidades visuoespaciais como andar em ambientes estranhos (FORNARI et al. 2010).

Pode-se recorrer a exames de imagens através de Tomografia Computadorizada e/ou


Ressonância Magnética Funcional visto que ocorre uma atrofia da formação hipocampal e do
córtex cerebral (CARAMELLI; BARBOSA, 2002). Todos esses exames podem melhorar a exatidão
diagnóstica, embora ainda não sejam específicos para DA e nem tenham validade absoluta.

O tratamento da patologia é complexo e não deve estar centrado apenas na terapêutica


farmacológica, mas sim de um acompanhamento multiprofissional que prestará, de forma
integral, uma assistência ao portador da Doença de Alzheimer e, consequentemente, aos
seus cuidadores (DOMINGUES; SANTOS; QUINTANS, 2009).

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Demência vascular

A Demência Vascular é a segunda causa mais comum de demência (cerca de 10% dos casos) e
seu início ocorre de forma mais precoce que a Doença de Alzheimer, afetando mais os homens
que as mulheres. Está presente entre 1,2% e 4,2% dos indivíduos acima de 60 anos e associada
aos distúrbios cerebrovasculares ateroscleróticos, com semelhantes fatores de risco como a
idade, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia e tabagismo (CARAMELLI; BARBOSA, 2002).

Tem início tipicamente súbito cuja ocorrência de sinais e/ou sintomas neurológicos focais
é essencial para um correto diagnóstico e diferenciação da Doença de Alzheimer. Os sinais
neurológicos focais incluem resposta extensora plantar, paralisia pseudobulbar, anormalidades
da marcha tais como marcha em petit pas ou apráxica, relato de desequilíbrio, exagero dos
reflexos tendinosos profundos ou fraqueza de uma das extremidades. Ainda podem ser
observados sinais como urgência urinária precoce, além de mudanças na personalidade ou
humor (BALLONE; MOURA, 2008; PARMERA; NITRINI, 2015).

A Demência Vascular compreende uma variedade de síndromes demenciais secundárias a um


comprometimento vascular do Sistema Nervoso Central. Além do quadro clínico relacionado
com as doenças cerebrovasculares, o diagnóstico pode ser dado com o auxílio de exames
complementares de neuroimagem que evidenciam múltiplas lesões vasculares do córtex
cerebral e estruturas subcorticais. (SMID et al. 2001).

A coexistência da Demência Vascular com a Doença de Alzheimer está cada vez mais evidente.
Tal fato leva a uma confusão diagnóstica e dificulta a diferenciação entre as duas patologias.
Nesse caso, as lesões vasculares contribuiriam para a gravidade da Doença de Alzheimer.
Estando presentes os déficits cognitivos típicos do Alzheimer, são os sinais neurológicos
focais que irão fazer a diferença (BALLONE; MOURA, 2008).

Demência frontotemporal

A terceira das demências mais prevalentes é a Demência Frontotemporal (DFT). Ela está
associada à atrofia temporal esquerda ou frontotemporal com quadro clínico de deterioração
mental progressiva com afasia grave e distúrbios comportamentais associados à degeneração
das regiões cerebrais afetadas, onde destacam-se o isolamento social, apatia, desinibição,
impulsividade, irritabilidade, inflexibilidade mental, sinais de hiperoralidade, descuido da
higiene pessoal, embotamento afetivo precoce e perda precoce da crítica (TEIXEIRA JR;
SALGADO, 2006). Os problemas de memória aparecem de forma mais tardia, fato que torna
mais difícil seu diagnóstico. Cognitivamente observa-se uma deterioração das capacidades
executivas, como a sistematização, e da atenção, daí a importância de uma detalhada
avaliação neuropsicológica (MOREIRA et al. 2017).

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A DFT possui evolução rápida e várias patologias de base podem estar associadas, como a
degeneração dos lobos frontais, Doença de Pick e a demência associada à doença do neurônio
motor (esclerose lateral amiotrófica-ELA). Das quatro demências mais prevalentes, a DFT é a
que afeta, predominantemente, pessoas mais jovens (médias de 10 anos a menos), além de
possuir alta incidência familiar, onde cerca de 20% dos casos mostram um padrão de herança
autossômica dominante (MAMFRIM; SCHMIDT, 2016).

Uma atrofia focal das áreas frontais e/ou temporais, frequentemente assimétrica, é encontrada em
exames de imagem. Devem ser descartados no exame de imagem outras condições neurológicas
como patologia infecciosa (neurossífilis; doença de Creutzfeldt-Jakob; encefalopatia por vírus da
imunodeficiência humana), tumores do lobo frontal, esclerose múltipla, entre outros (MOREIRA
et al. 2017). Nunca deve ser desconsiderada uma entrevista com familiares sobre alterações de
personalidade, embora possam ser necessários testes neuropsicológicos mais complexos para
um correto diagnóstico da DFT (BALLONE; MOURA, 2008).

Demência com Corpos de Lewy

A Demência com Corpos de Lewy (DCL) ou doença difusa com corpos de Lewy, é cada vez mais
reconhecida como uma das quatro causas mais freqüentes de demência no idoso. Facilmente
confundida com a doença de Alzheimer, sua principal causa está no acúmulo de grande quantidade
de inclusões citoplasmáticas denominadas corpos de Lewy, que se distribuem difusamente
no córtex cerebral e no tronco encefálico. Esses achados histológicos são fundamentais para o
diagnóstico da doença (TAVARES; AZEREDO, 2003; TEIXEIRA JR; CARDOSO, 2005).

Declínio nas funções cognitivas, alucinações visuais recorrentes, déficit de atenção, das
funções executivas e das capacidades visuoespaciais, além de quedas frequentes, são
sintomas típicos da DCL. Até 90% dos pacientes podem apresentar flutuação cognitiva, sendo
seu sintoma mais prevalente, com sonolência variável ao longo do dia e diferentes respostas
cognitivas da atenção e do nível de consciência. Outro aspecto importante é a presença de
sintomas parkinsonianos, que são agravados pela hipersensibilidade ao uso de neurolépticos
(CARAMELLI; BARBOSA, 2002; PARMERA; NITRINI, 2015).

Atenção
Além da possibilidade de ocorrência de demências múltiplas, como a
associação de DA e DV, outras demências também podem afetar o indivíduo
idoso como a Doença de Pick, Doença de Huntington e a Doença de
Creutzfeldt-Jakob. O importante, contudo, é a prevenção ao aparecimento
de estados demenciais e sendo a realização de atividade física um importante
elemento preventivo.

Atenção ao Idoso - Unidade 2 - Saúde do Idoso 14


3. Atividade Física e a Pessoa Idosa

Aptidão física, atividade física e exercício físico

A prevenção de doenças crônico-degenerativas, o bem-estar e a qualidade de vida estão


diretamente ligados à aptidão física. Através dos tempos, a aptidão física foi definida de
diversas formas. Atualmente, o conceito de aptidão física que mais se aplica é aquele que
define como um estado geral de prontidão motora orientado para o bem-estar físico, psíquico,
social e para a performance. Contudo, os conceitos que mais se aplicam ao idoso consideram-
na como a capacidade fisiológica e/ou física para executar as atividades da vida diária (AVDs)
de forma segura e autônoma, sem revelar fadiga (LEITE, 2009).

Em sua Web Aula, você encontrará Helena, Eduardo e Beatriz que conversarão sobre as
atividades da vida diária.

A aptidão física pode ser abordada de duas formas, uma relacionada ao desempenho
ou à performance e outra relacionada à saúde. Os componentes da aptidão física que se
relacionam com a saúde são a composição corporal, força/resistência muscular, flexibilidade
e aptidão cardiorrespiratória. Agilidade, equilíbrio, coordenação motora, potência muscular
e velocidade objetivam o desempenho esportivo, estando relacionados à performance
(FUHRMANN; PANDA, 2015) (Tabela 1).

Tabela 1- Componentes da aptidão física.

COMPONENTES RELACIONADOS À COMPONENTES RELACIONADOS À


SAÚDE PERFORMANCE

Composição corporal Agilidade


Força muscular Equilíbrio
Resistência muscular Coordenação motora
Flexibilidade Potência muscular
Aptidão cardiorrespiratória Velocidade

Os componentes neuromusculares ainda podem ser divididos, segundo Matsudo (2005), em


aptidão musculoesquelética e aptidão motora. Fazem parte da aptidão musculoesquelética
a força, resistência muscular e flexibilidade, ou seja, aqueles componentes relacionados à
saúde. A aptidão motora é formada por agilidade, equilíbrio, coordenação, potência muscular
e velocidade, os componentes relacionados com a performance.

Atenção ao Idoso - Unidade 2 - Saúde do Idoso 15


O processo de envelhecimento afeta de formas variadas todos os componentes da aptidão
física. A postura do idoso diante de como agir para reparar tais perdas determinará seu bem-
estar e qualidade de vida. O sedentarismo vem ser um dos grandes aliados da baixa aptidão
física presente nos idosos e um dos principais fatores de risco para as doenças que os acometem.
Segundo Matsudo; Matsudo; Barros Neto (2000), dentre os principais efeitos do envelhecimento
nos componentes da aptidão física estão, em relação à composição corporal, um aumento do peso
corporal; diminuição da massa corporal gradativa, pela perda de massa óssea, com consequente
diminuição da massa livre de gordura; diminuição da taxa metabólica basal, da massa muscular
esquelética e óssea e aumento da gordura corporal. A perda na musculatura esquelética, pela
diminuição do número e tamanho das fibras musculares, e a perda da força muscular afetam
o desempenho neuromotor. Nas variáveis metabólicas, a diminuição da potência aeróbia
(consumo máximo de oxigênio) ocorre em torno de 1% ao ano mesmo em indivíduos ativos. No
entanto, apesar dos indivíduos ativos apresentarem perdas na aptidão física com o processo do
envelhecimento, essas perdas parecem ser menores em relação aos indivíduos sedentários.
O exercício físico é toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva que tem como
objetivo a melhoria e a manutenção de um ou mais componentes da aptidão física (MACIEL,
2010). A realização de atividades e exercícios físicos ajuda a promover um envelhecimento
ativo, termo utilizado pela OMS para expressar a conquista de uma vida mais longa que deve
ser acompanhada de oportunidades contínuas de saúde, participação e segurança (OMS, 2002).
Contudo, para o início de qualquer programa de exercícios físicos o idoso deve ser submetido
a uma avaliação física minuciosa, pois faz parte de um grupo que requer atenção especial
quando se propõe à realização de exercícios físicos. A avaliação física é formada por testes
que medem os diversos componentes da aptidão física e podemos encontrar na literatura
variados instrumentos que podem ser utilizados com a finalidade de avaliar a pessoa idosa
(RIKLI; JONES, 1999; MATSUDO, 2005), como veremos a seguir.
Avaliação física da pessoa idosa
Para que um idoso possa participar de um programa de exercícios e, antes de qualquer
utilização de testes, deve-se fazer uma correta anamnese com o intuito de verificar se suas
condições de saúde são compatíveis com os testes que serão aplicados.
Como qualquer indivíduo, o idoso deve manter sua composição corporal em níveis
satisfatórios de saúde. A perda de massa muscular e o acúmulo localizado de gordura que
ocorre com o envelhecimento geram modificações na composição corporal. A má nutrição
ou a ingestão de alimentos calóricos são causadores tanto de obesidade como de magreza
extremas em idosos. O Índice de Massa Corporal (IMC), calculado através da massa corporal
em quilograma dividida pela altura em metros e elevada ao quadrado (kg/m²), é um índice
bastante utilizado para idosos e sedentários e estima a presença de obesidade, sobrepeso e
magreza. As medidas de circunferências ou de dobras cutâneas utilizando protocolos de três
dobras, também são bastante utilizadas (MATSUDO, 2005).

Atenção ao Idoso - Unidade 2 - Saúde do Idoso 16


Para a avaliação dos demais componentes como flexibilidade, força, resistência e equilíbrio
vários autores propuseram baterias de testes, contudo o Teste de Aptidão Física para Idosos
(TAFI), uma bateria de testes proposta por Rikli; Jones (1999), tem se tornado o preferido pela
maioria dos avaliadores. A bateria é composta por 6 testes:

Atenção
1. TESTE DE LEVANTAR E SENTAR DA CADEIRA- Para avaliação da
força de membros inferiores.
2. TESTE DE FLEXÃO DE BRAÇO - Para medir força de membros
superiores.
3. TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS - Para avaliar a resistência
aeróbia. Pode-se fazer o Teste de Marcha Estacionária de 2 minutos
como alternativa.
4. TESTE DE SENTAR E ALCANÇAR OS PÉS- Para avaliar a flexibilidade
de membros inferiores.
5. TESTE DE ALCANÇAR AS COSTAS- Para avaliar a flexibilidade de
membros superiores.
6. TESTE DE LEVANTAR E CAMINHAR- Para avaliar a agilidade e o
equilíbrio dinâmico.

Existem também testes adaptados para o idoso como o teste de impulsão vertical sem auxílio
dos braços para a avaliação da força muscular dos membros inferiores; testes de 1 repetição
máxima (1 RM) com suas variações (de 2 a 20 RM) para avaliar força; teste de sentar e alcançar
no chão, para verificar a flexibilidade de membros inferiores e teste de Shutle Run, para avaliar
a agilidade (MATSUDO, 2005).

Uma vez tendo sido avaliado e estando apto à prática de exercícios físicos mais intensos, o
idoso tem a opção de diversos tipos de práticas esportivas, tendo que procurar um profissional
que prescreverá o treino, no caso o profissional de Educação Física, que seguirá as normas
científicas para trabalhos com idosos, considerado um grupo especial.

A prática esportiva e a prescrição de exercícios

A prescrição de exercícios físicos para idosos obedece aos princípios gerais do treinamento
esportivo e fundamentam-se na(s) modalidade(s) apropriada, intensidade, duração, frequência
e progressão do exercício físico. Não existe esporte ou exercício físico que não possa ser
praticado pelo idoso, o que vai definir são suas condições físicas e de saúde. Esportes aquáticos
como natação e hidroginástica, esportes de contato como os coletivos e as lutas, exercícios
resistidos como musculação, Pilates e treinamento funcional, além das caminhadas, podem ser
realizados sem causar nenhum dano desde que sejam respeitadas as corretas prescrições.

Atenção ao Idoso - Unidade 2 - Saúde do Idoso 17


Para a melhora do componente cardiorrespiratório, o profissional deve seguir as
recomendações que sejam baseadas em estudos científicos. Para cada componente da aptidão
física, recomenda-se o exercício baseado na frequência, duração e intensidade. No caso da
melhoria da capacidade aeróbia, o American College of Sports Medicine (ACSM) preconiza
uma duração de 30 a 60 minutos ao longo do dia, chegando a um total de 150/300 min/
semana, podendo fazer sessões separadas de 10 minutos, no mínimo, 5 dias/semana no caso
de atividades moderadas. Para atividades mais vigorosas deve-se realizar um treinamento
com duração de 20-30 min/dia, até um total de 75/100 min/semana. No caso de atividades
combinadas entre vigorosa e moderada, a frequência deve ser de 3-5 dias/semana. Ciclismo
estacionário e exercícios aquáticos são indicados para aqueles com tolerância limitada a
atividades com sustentação do peso (ACSM, 2014).

Para Okuma (2003), a duração inicial deve estar entre 12-20 min, passando para uma fase
de incremento de 21-30 minutos, atingindo de 45-60 minutos como fase de manutenção,
respeitando uma intensidade de 60-70% da frequência cardíaca de reserva no início da
atividade, atingindo entre 70-80% nas fases de incremento e manutenção.

Para a perda e manutenção do peso corporal, a ACSM faz recomendações para a pessoa adulta,
o que não exclui o idoso. Para prevenir o aumento de peso ou proporcionar uma modesta
perda de peso deve-se realizar de 150 a 250 minutos de atividades físicas moderadas por
semana. A realização de no mínimo 150 minutos de atividades físicas semanais, o equivalente
a 30 minutos durante 5 dias, previne também os fatores de risco cardiovasculares associados
ao sedentarismo. Mais do que 250 minutos/semana proporcionam uma perda de peso
significativa, que pode ser aumentada pela adoção de uma dieta hipocalórica. Atividades
resistidas como musculação e treinamento funcional evitam a perda de massa muscular.
Quando realizar atividades vigorosas, o idoso deverá mudar o tempo, que será de até 3 vezes
por semana e a duração, que passa a ser de 20 minutos (ACSM, 2014).

O treinamento de força durante o envelhecimento traz diversas vantagens, contudo a


prescrição do exercício deve ser realizada de forma cuidadosa obedecendo um repouso de
48 horas entre as sessões, utilizando no máximo 8 a 10 exercícios com 10 a 15 repetições
por cada conjunto, e direcionando a atividade aos grupos musculares mais utilizados para
realização das AVDs. As sessões devem ser curtas, com uma duração de aproximadamente
30 minutos, não devendo ultrapassar os 60 minutos e realizadas, pelo menos, duas vezes por
semana (TRIBESS; VIRTUOSO, 2005; ACSM, 2014).

O treinamento de flexibilidade deve ocorrer no mínimo três vezes por semana, podendo
ocorrer até diariamente, com sessões variando entre 15 e 30 minutos. Os movimentos
dos exercícios devem ser lentos, sem desconforto, com alongamento estático de 10 a 30
segundos e 3 a 4 repetições para cada exercício. Todas as vezes que o idoso for realizar
treinamento aeróbio ou de força deve realizar alongamentos por um período de 10 minutos.
Para trabalhar o equilíbrio, os exercícios como permanecer em pé com um pé à frente, pegar

Atenção ao Idoso - Unidade 2 - Saúde do Idoso 18


objeto no chão, andar sob calcanhares, andar sob dedos dos pés e andar de costas devem
ser executados no início para que as pessoas possam estar descansadas, propiciando uma
melhor performance do exercício. Os exercícios de equilíbrio podem ser do tipo estático e/
ou dinâmico, que envolvam combinações de manipulação, ausência do estímulo visual, giros
lentos e coordenação do corpo. Estes devem acontecer no mínimo 3 vezes por semana, durar
de 10 a 30 segundos com 2 a 3 repetições para cada posição ou exercício, perfazendo um
total de 10-15 minutos (TRIBESS; VIRTUOSO, 2005; ACSM, 2014).

Assim, a prática de exercícios físicos sob orientação de um profissional qualificado gera


inquestionáveis benefícios a todos os componentes da aptidão física, melhorando a
qualidade de vida e o bem-estar, auxiliando na prevenção e tratamento de doenças crônico-
degenerativas e protegendo o idoso das quedas que levam às fraturas e que tanto o debilita.
O que se pretende com o exercício físico não é a formação de idosos atletas, e sim que a
funcionalidade não tenha tantas perdas com o avançar dos anos e que a independência e a
autonomia não se perca com a chegada da velhice.

4. Funcionalidade do Idoso

Funcionalidade é um termo que engloba todas as funções do corpo, além da realização


de atividades e tarefas da vida diária e da participação na sociedade. Quando ocorrem
prejuízos nas funções corporais, dificuldades para desempenhar as atividades da vida diária
(AVDs) e desvantagens na interação entre o indivíduo e a sociedade, estamos diante de uma
incapacidade (SAMPAIO et al. 2005).

A incapacidade funcional refere-se à dificuldade ou necessidade de ajuda para que um


indivíduo possa realizar as suas tarefas cotidianas (BARBOSA et al. 2014). Já capacidade
funcional refere-se à habilidade que um indivíduo tem de realizar de forma autônoma e
independente as atividades consideradas fundamentais à sua sobrevivência, bem como
a manutenção das suas relações sociais (MACIEL; GUERRA, 2008). Capacidade funcional/
funcionalidade são termos utilizados no aspecto positivo e o aspecto negativo corresponde
à incapacidade (FARIAS; BUCHALLA, 2005).

As atividades conhecidas como AVDs podem ser subdivididas em Atividades Básicas da Vida
Diária (ABVDs), que englobam as tarefas relacionadas aos autocuidados como tomar banho,
vestir-se, ir ao banheiro, andar, comer, passar da cama para a cadeira e ter controle sobre suas
eliminações; as Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) que indicam a capacidade de
independência e autonomia do indivíduo para administrar o ambiente em que vive, incluindo
ações como preparar refeições, fazer tarefas domésticas, lavar roupas, manusear dinheiro,
usar o telefone, tomar medicações, fazer compras e utilizar os meios de transporte (COSTA;
NAKATANI; BACHION, 2006; DUARTE ; ANDRADE; LEBRÃO, 2007).

Atenção ao Idoso - Unidade 2 - Saúde do Idoso 19


Autores como Reuben e Solomon (1989) utilizam o termo Atividades Avançadas da Vida
Diária (AAVDs) para funções executadas por uma menor parcela de idosos e estas requerem
capacidades que ultrapassam as AIVDs como participações em grupos sociais, práticas
esportivas, voluntariado, atividades educacionais, hobbies, viagens e emprego. A realização
de AAVDs pode indicar a presença de uma boa saúde, contudo, uma vez observada uma
diminuição no engajamento dessas pode sugerir início de declínio da funcionalidade
(OLIVEIRA et al. 2015).

Epidemiologia da Funcionalidade

Com o avanço da idade há um aumento progressivo da necessidade de assistência para que


um indivíduo possa realizar as AVDs. À medida que a idade aumenta cronologicamente ocorre
uma maior redução da capacidade funcional devido, pincipalmente, à menor atividade do
corpo proporcionada pelo sedentarismo e ao aparecimento de doenças crônico-degenerativas
(BERLEZI et al. 2016). Tal situação implica diretamente na qualidade de vida e bem-estar do idoso.
O envelhecimento do organismo por si só já diminui a capacidade funcional do ser humano
que pode ter esse processo acelerado também pela falta de acompanhamento médico.

A incapacidade funcional também é influenciada pelo gênero, onde 15,9% das mulheres,
segundos dados do IBGE, tinham dificuldade de caminhar 100 metros, contra 10,9% dos
homens. Entretanto, não podemos deixar de considerar que uma população mais envelhecida
possui mais probabilidades de ter incapacidades funcionais e como as mulheres vivem mais
que os homens faz com que devamos ter cuidado ao afirmar que o gênero masculino é mais
capaz funcionalmente (IBGE, 2009).

No Brasil, as diferenças regionais são marcantes e o aspecto socioeconômico também influencia


a capacidade funcional do idoso. Aqueles moradores da Região Nordeste do país, considerada a
mais pobre, encontram-se em séria desvantagem quando comparados com os demais. Também
foi observado que os idosos habitantes de áreas rurais estão em menor risco de incapacidade
funcional quando comparados àqueles que vivem em regiões urbanas (IBGE, 2009).

Outros dados interessantes também demonstram que idosos mais pobres (até 1 salário-
mínimo per capita) possuem capacidade funcional menor do que as dos idosos com maior
rendimento (mais de 5 salários mínimos per capita) (IBGE, 2009).

Avaliando a Capacidade Funcional

A capacidade funcional dos indivíduos idosos é medida e quantificada desde meados do


século passado e tantos foram os instrumentos de avaliação utilizados quanto são os
pesquisadores que estudam o processo de envelhecimento. Antes de detalharmos qualquer
índice é interessante que o funcionamento físico do idoso, proposto por Spirduso e dividido
em cinco categorias hierárquicas que detectam os diferentes níveis de capacidade funcional,
seja detalhado (SPIRDUSO, 2005).

Atenção ao Idoso - Unidade 2 - Saúde do Idoso 20


As cinco categorias são:

1. Fisicamente dependentes: pessoas que não podem executar atividades básicas da vida
diária (caminhar, vestir-se, tomar banho, alimentar-se e transferir-se), e precisam de cuidados
em casa ou institucionais.

2. Fisicamente frágeis: indivíduos que conseguem executar atividades básicas da vida diária,
mas não todas as atividades instrumentais da vida diária;

3. Fisicamente independentes: aqueles que podem realizar todas as atividades básicas e


instrumentais da vida diária e podem realizar trabalho físico muito leve como caminhada,
dança de salão, viagens ou dirigir automóveis;

4. Fisicamente ativos: podem realizar trabalho físico moderado e podem praticar todos os
jogos e esportes de resistência, incluindo todos os hobbies;

5. Elite física (atletas): correspondem à pequena porcentagem da população, pessoas


engajadas em atividades competitivas e esportes de alto risco e potência.

Dentre os instrumentos que avaliam a capacidade funcional temos 2 testes propostos nos
anos 1960 para mensurar as ABVDs. O índice de AVD de Katz et al. (1963) parte da premissa
de que a perda da funcionalidade em idosos segue um mesmo padrão de evolução, onde
primeiro perde-se a capacidade para banhar-se e, em seguida, vestir-se, transferir-se da
cadeira para a cama e vice-versa e alimentar-se. A recuperação dá-se na ordem inversa.

Já o Índice de Barthel (MAHONEY; BARTHEL, 1965) foi descrito pelos próprios autores como “um
simples índice de independência para pontuar a habilidade musculoesquelética e neurológica
do paciente em autocuidados” e é composto por 10 itens cuja pontuação varia de 0 a 100, indo
da máxima dependência (0 pontos) até a máxima independência (100 pontos). Os pacientes
com pontuação abaixo de 70 necessitam de supervisão ou assistência para a maioria das
atividades. Pontuações abaixo de 50 pontos indicam dependência em atividades de vida diária.

Testes para avaliação das AIVDs começaram a ser publicados na literatura desde os anos 1970.
O Índice de Lawton e Brody, destinado à avaliação das AIVDs, contém 8 itens: capacidade de
usar o telefone; fazer compras; preparar refeição; realizar limpeza doméstica; lavar a roupa; usar
meios de transporte; responsabilidade a respeito de sua medicação e manejo de seus assuntos
econômicos. Ele varia de zero pontos (máxima dependência) a 8 pontos (independência total).

Um teste que visa mensurar o equilíbrio funcional de idosos é a escala de equilíbrio de Berg,
que é constituída por 14 tarefas comuns que envolvem o equilíbrio estático e dinâmico. A
avaliação é realizada por observação, possuindo uma escala ordinal de cinco alternativas
(de zero a quatro), com um escore máximo de 56 pontos. Pode ocorrer uma diminuição
dos pontos se o tempo ou a distância não forem atingidos ou o indivíduo necessite de
supervisão para execução da tarefa ou de algum suporte. Em 2004, a escala de Berg foi

Atenção ao Idoso - Unidade 2 - Saúde do Idoso 21


adaptada culturalmente para o Brasil (ABREU; CALDAS, 2008). No Brasil, a Bateria de Testes de
Atividades da Vida Diária de Andreotti; Okuma (1999) e a Avaliação da Capacidade Funcional
do CELAFISCS são bastante utilizadas (MATSUDO, 2005).

Testes de auto-avaliação da capacidade funcional também são encontrados. O Índice de


Funcionalidade MPAV (LIMA, 2015) avalia a funcionalidade do idoso através de uma auto-
avaliação ou através de respostas dos cuidadores. As 25 questões são baseadas na Classificação
Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) (OMS/OPAS, 2003). Este índice
leva em consideração as AVDs na perspectiva do movimento, autocuidados, vida doméstica
e vida comunitária e social considerando aspectos do envelhecimento ativo e engloba tanto
as ABVDs quanto as AIVDs.

A quantidade de testes existente demonstra a grande necessidade de verificar modificações na


capacidade funcional do idoso, sabendo-se que a incapacidade funcional gera impactos não
somente sociais, mas de gastos públicos. Envelhecer com funcionalidade é o grande desafio.

Parabéns! Você concluiu a Unidade II com êxito! Aqui você estudou sobre as patologias que
mais acometem o idoso no Brasil, viu como avaliar a funcionalidade da pessoa idosa, bem
como conheceu os benefícios e limitações da prática da atividade física pelo idoso, além de
saber mais sobre as demências.

Não se esqueça de acompanhar a história dos Irmãos em sua Web Aula! Também faça todas
as atividades propostas e assista a todos os vídeos, pois eles são essenciais para um bom
desempenho na Disciplina!

Na Unidade III, você estudará sobre a nutrição da pessoa idosa, sobre os aspectos psicossociais
do envelhecimento e entenderá sobre as novas tecnologias e as tecnologias assistivas, além da
saúde bucal do idoso.

Até logo!

Atenção ao Idoso - Unidade 2 - Saúde do Idoso 22


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