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O trabalho Atenção ao Idoso- Unidade II: SAÚDE DO IDOSO. de Danilo Lopes Ferreira Lima,
Núcleo de Educação a Distância da UNIFOR está licenciado com uma Licença Creative Commons -
Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
UNIDADE 2: SAÚDE DO IDOSO.
2. Demência no Idoso 10
4. Funcionalidade do Idoso 19
Referências Bibliográficas 23
UNIDADE 2: SAÚDE DO IDOSO.
Objetivo
Olá, seja bem-vindo(a) à Unidade II de Atenção ao Idoso. nesta unidade,
teremos como objetivos: diferenciar as patologias que mais acometem o
idoso no Brasil; avaliar a funcionalidade da pessoa idosa; testar o nível de
capacidade da pessoa idosa e ser assertivo na argumentação quanto ao valor
e cuidados do exercício físico na vida do idoso.
Não é novidade para ninguém que o idoso é quem mais consome os serviços de saúde.
Portador de doenças crônicas, geralmente múltiplas, que duram vários anos gerando um
quadro de morbimortalidade e que exigem tratamento multidisciplinar, o idoso ainda é o
detentor da maioria das internações hospitalares e do maior tempo de ocupação em leitos
comparado às outras faixas etárias, sem que isto se reverta em seu benefício. Todos esses
fatores geram um alto custo direto, com honorários médicos, exames complementares,
diárias hospitalares, medicamentos; alto custo indireto como, por exemplo, o impedimento
Atenção
A maior vulnerabilidade ao aparecimento de doenças em um corpo que
envelhece, não faz com que a velhice seja sinônimo de doença. O próprio
fato da maioria das patologias que acometem o idoso ter um caráter crônico
pode fazer com que alternativas que gerem a independência e a autonomia
sejam implementadas.
Doenças cardiovasculares
A segunda patologia responsável não somente pela mortalidade entre idosos, mas por uma
grande morbidade, deixando sequelas funcionais, psicológicas e sociais são os acidentes
vasculares encefálicos (AVEs). Entre os anos de 2008 e 2011, ocorreram 424.859 internações de
idosos por AVE, com taxa de mortalidade de 18,32. Em sua maioria, os AVEs são isquêmicos,
cuja causa é a mesma do IAM, a formação de uma placa ateromatosa, com consequente
rompimento e bloqueio de uma artéria, o que impede a corrente sanguínea de atingir partes
do cérebro (FARIA et al. 2017). Os AVEs hemorrágicos são menos comuns e são provocados
pela ruptura de um vaso sanguíneo, que leva ao derrame de sangue para dentro do cérebro
ou para a área que o rodeia.
O principal fator de risco para as DCVs é a hipertensão arterial. Segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), hipertensão arterial é uma doença caracterizada por uma elevação crônica
da pressão arterial sistólica e/ou pressão arterial diastólica. Essa alteração é responsável por
80% dos casos de AVEs e 60% dos casos de IAM, constituindo, atualmente, um dos problemas
de saúde de maior prevalência (ZAITUNE et al. 2006).
Importante
Além da hipertensão arterial ser considerada uma patologia importante para o
idoso, ela é um dos fatores de risco mais importantes para várias outras doenças
causadoras de morbidade e mortalidade em indivíduos acima de 60 anos de idade.
Neoplasias malignas
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é definida como uma doença caracterizada
pela obstrução crônica e não totalmente reversível do fluxo aéreo que ocorre de forma lenta,
progressiva e irreversível como uma resposta inflamatória anormal dos tecidos pulmonares a
uma exposição crônica a partículas e gases nocivos, notadamente o fumo (MARCHIORI et al.
2010). As principais DPOCs são o enfisema pulmonar e a bronquite crônica.
A Pneumonia é uma inflamação aguda no parênquima pulmonar, causada por agentes bacterianos,
viróticos, fúngicos, químicos ou físicos. Elas podem ser adquiridas na comunidade, em ambientes
hospitalares e em instituições asilares. Estados gripais elevam a prevalência de pneumonia em
idosos e está associada a diversas outras patologias típicas da pessoa idosa (COSTA; TEIXEIRA;
VICTOY, 2016). A imunossenescência, diminuição da imunidade devido ao envelhecimento,
predispõe ao aparecimento de doenças pulmonares agudas como a pneumonia.
A morbidade causada por tais doenças no idoso merece destaque, pois é uma das principais
causas de faltas no trabalho, além de exercer enorme pressão sobre os serviços de saúde. No
Brasil, as doenças respiratórias agudas e crônicas, juntas, constam entre as principais causas
de internação no Sistema Único de Saúde (SUS), ocupando o segundo lugar em frequência,
sendo responsáveis por cerca de 16% de todas as internações do sistema (TOYOSHIMA; ITO;
GOUVEIA, 2005). Contudo, levando-se em consideração as doenças respiratórias crônicas, foi
observada entre os anos de 2002 e 2012 uma grande redução no número de internações
(Figura 1). Tal situação deve-se, em grande parte, à diminuição do número de fumantes no
país (SANTOS et al. 2015).
Causas externas
Diabetes Mellitus
Diabetes mellitus pode ser definida como um grupo de doenças metabólicas caracterizada
pelo acúmulo da taxa de glicose no sangue, chamada de hiperglicemia. Quem controla a
É estimado que 17,4% dos brasileiros com idades entre 60 e 69 anos têm diabetes. Nos
EUA, aproximadamente 25% das pessoas com 65 anos ou mais têm diabetes, enquanto que
na França a prevalência é cerca de 14,2%. Além de complicações crônicas comuns como
nefropatia, neuropatia e retinopatia, o risco relativo de morte por doença cardiovascular (DCV)
em diabéticos, quando ajustado por idade, supera três vezes o mesmo para a população em
geral (SILVA; SIMÕES; LEITE, 2007; LIMA et al. 2017).
Perda de audição
A perda auditiva na população idosa varia de 5 a 20% nos indivíduos com 60 anos de idade,
aumentando para 60% a partir dos 65 anos. Contudo, estudos que contrastam o autorrelato e
a presença da alteração apresentam resultados divergentes. A deficiência auditiva decorrente
do envelhecimento, denominada de presbiacusia, gera efeitos negativos emocionais, sociais
e na qualidade de vida. Esta impede o idoso de desempenhar o seu pleno papel na sociedade,
pois além de provocar uma privação sensorial, acarreta uma dificuldade de compreensão
afetando a comunicação. A privação da audição representa uma das causas de isolamento
social para o idoso (SOUSA; RUSSO, 2009; COSTI et al. 2014).
Osteoartrose
Catarata
O grande desafio atual está em fazer com que o idoso, mesmo portador de patologias
crônico-degenerativas, se mantenha independente fazendo com que as grandes Síndromes
Geriátricas ou Gigantes da Geriatria se tornem um desafio. Conhecido como os “IS”, a
Imobilidade, a Instabilidade, a Incontinência, a Insuficiência cerebral e Iatrogenia, embora
não constituam um risco de vida iminente, comprometem severamente a qualidade de
vida dos portadores e, muitas vezes, dos familiares. Apresentando-se de forma isolada ou
associada, tais síndromes geram um considerável dano funcional para o indivíduo, impedindo
a realização das atividades de vida diária (AVDs). A insuficiência cerebral, ocasionada pelas
demências, é uma das principais síndromes e será abordada a seguir.
2. Demência no Idoso
A Demência não é apenas um tipo de doença, é uma síndrome clínica caracterizada por
déficits cognitivos múltiplos, adquiridos e persistentes, que interferem nas atividades de vida
diária (AVDs) do indivíduo de forma relevante (TAVARES; AZEREDO, 2003).
Pesquisas realizadas no Brasil demonstram uma prevalência de demências que variam entre
5,15 e 17,1% entre idosos. Quando verificadas as prevalências em outros países da América
Latina podemos encontrar, no Chile, uma frequência de 7%, na Argentina de 8,3%, no México
de 8,6%, em Cuba de 10,8% e no Peru entre 6,5% e 9,3% (BOFF; SEKYIA; BOTTINO, 2015).
Em países desenvolvidos, as Demências variam de 3% aos 70 anos até 20% a 30% aos 85
anos, dobrando a cada cinco anos com o aumento de idade (SCHLINDWEIN-ZANINI, 2010).
A Alzheimer’s Disease International (ADI) estima que, em 2017, o número de pessoas com
demências no mundo atinja perto de 50 milhões, chegando a 75 milhões em 2030 e 131,5
milhões em 2050. Muito desse crescimento ocorrerá em países desenvolvidos. Presume-se
que a cada 3 segundos alguém no mundo desenvolve alguma demência.
A doença de Alzheimer (DA) foi descrita pela primeira vez pelo neuropatologista alemão
Alois Alzheimer no ano de 1907. Pode ser considerada como uma afecção neurodegenerativa
progressiva e irreversível que aparece de forma insidiosa, acarretando, além da perda da
memória, diversos distúrbios cognitivos. Pode ocorrer de forma precoce ou tardia, estando
a primeira ligada à tendência familiar e com aparecimento por volta dos 40 anos, enquanto
a segunda ocorre por volta dos 60 anos. Contudo, ambas possuem características clínicas
idênticas (SMITH, 1999).
A Doença de Alzheimer (DA) é a demência que ocorre com maior frequência, atingindo cerca de
5-10% da população com 65 anos ou mais e sendo responsável por mais de, aproximadamente,
50% das demências que ocorrem nesta faixa etária chegando a uma prevalência de 60% a
70% dos casos levando-se em consideração todas as idades (BURLA et al. 2013). O processo
degenerativo que ocorre na doença atinge, inicialmente, a formação hipocampal seguido
de comprometimento de áreas corticais associativas e relativa preservação dos córtices
primários. Isso faz com que o quadro clínico da DA seja caracterizado por alterações cognitivas
e comportamentais, com preservação do funcionamento motor e sensorial até as fases mais
evoluídas da doença (SCHLINDWEIN-ZANINI, 2010).
Devido à grande incidência de Doença de Alzheimer ocorreu, nos últimos anos, um elevado
interesse não somente em um diagnóstico precoce, como também em uma terapêutica mais
completa. Em termos diagnósticos, além do detalhado exame clínico em que levam-se em
consideração sintomas como comprometimento da memória e uma ou mais perturbações
cognitivas (afasia, apraxia, agnosia ou perturbação do funcionamento executivo). O
comprometimento da linguagem tende a ocorrer de forma precoce progredindo para a
afasia motora manifestada por anomia (incapacidade em nomear pessoas e objetos que são
corretamente percebidos) circunlocuções (tentativas em lembrar a palavra que termina em
descrições ou associações relacionadas) e parafrasias (substituição de fonemas ou palavras),
e evoluindo para afasia sensitiva, caracterizada pela dificuldade de compreensão e nas
habilidades visuoespaciais como andar em ambientes estranhos (FORNARI et al. 2010).
A Demência Vascular é a segunda causa mais comum de demência (cerca de 10% dos casos) e
seu início ocorre de forma mais precoce que a Doença de Alzheimer, afetando mais os homens
que as mulheres. Está presente entre 1,2% e 4,2% dos indivíduos acima de 60 anos e associada
aos distúrbios cerebrovasculares ateroscleróticos, com semelhantes fatores de risco como a
idade, hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia e tabagismo (CARAMELLI; BARBOSA, 2002).
Tem início tipicamente súbito cuja ocorrência de sinais e/ou sintomas neurológicos focais
é essencial para um correto diagnóstico e diferenciação da Doença de Alzheimer. Os sinais
neurológicos focais incluem resposta extensora plantar, paralisia pseudobulbar, anormalidades
da marcha tais como marcha em petit pas ou apráxica, relato de desequilíbrio, exagero dos
reflexos tendinosos profundos ou fraqueza de uma das extremidades. Ainda podem ser
observados sinais como urgência urinária precoce, além de mudanças na personalidade ou
humor (BALLONE; MOURA, 2008; PARMERA; NITRINI, 2015).
A coexistência da Demência Vascular com a Doença de Alzheimer está cada vez mais evidente.
Tal fato leva a uma confusão diagnóstica e dificulta a diferenciação entre as duas patologias.
Nesse caso, as lesões vasculares contribuiriam para a gravidade da Doença de Alzheimer.
Estando presentes os déficits cognitivos típicos do Alzheimer, são os sinais neurológicos
focais que irão fazer a diferença (BALLONE; MOURA, 2008).
Demência frontotemporal
A terceira das demências mais prevalentes é a Demência Frontotemporal (DFT). Ela está
associada à atrofia temporal esquerda ou frontotemporal com quadro clínico de deterioração
mental progressiva com afasia grave e distúrbios comportamentais associados à degeneração
das regiões cerebrais afetadas, onde destacam-se o isolamento social, apatia, desinibição,
impulsividade, irritabilidade, inflexibilidade mental, sinais de hiperoralidade, descuido da
higiene pessoal, embotamento afetivo precoce e perda precoce da crítica (TEIXEIRA JR;
SALGADO, 2006). Os problemas de memória aparecem de forma mais tardia, fato que torna
mais difícil seu diagnóstico. Cognitivamente observa-se uma deterioração das capacidades
executivas, como a sistematização, e da atenção, daí a importância de uma detalhada
avaliação neuropsicológica (MOREIRA et al. 2017).
Uma atrofia focal das áreas frontais e/ou temporais, frequentemente assimétrica, é encontrada em
exames de imagem. Devem ser descartados no exame de imagem outras condições neurológicas
como patologia infecciosa (neurossífilis; doença de Creutzfeldt-Jakob; encefalopatia por vírus da
imunodeficiência humana), tumores do lobo frontal, esclerose múltipla, entre outros (MOREIRA
et al. 2017). Nunca deve ser desconsiderada uma entrevista com familiares sobre alterações de
personalidade, embora possam ser necessários testes neuropsicológicos mais complexos para
um correto diagnóstico da DFT (BALLONE; MOURA, 2008).
A Demência com Corpos de Lewy (DCL) ou doença difusa com corpos de Lewy, é cada vez mais
reconhecida como uma das quatro causas mais freqüentes de demência no idoso. Facilmente
confundida com a doença de Alzheimer, sua principal causa está no acúmulo de grande quantidade
de inclusões citoplasmáticas denominadas corpos de Lewy, que se distribuem difusamente
no córtex cerebral e no tronco encefálico. Esses achados histológicos são fundamentais para o
diagnóstico da doença (TAVARES; AZEREDO, 2003; TEIXEIRA JR; CARDOSO, 2005).
Declínio nas funções cognitivas, alucinações visuais recorrentes, déficit de atenção, das
funções executivas e das capacidades visuoespaciais, além de quedas frequentes, são
sintomas típicos da DCL. Até 90% dos pacientes podem apresentar flutuação cognitiva, sendo
seu sintoma mais prevalente, com sonolência variável ao longo do dia e diferentes respostas
cognitivas da atenção e do nível de consciência. Outro aspecto importante é a presença de
sintomas parkinsonianos, que são agravados pela hipersensibilidade ao uso de neurolépticos
(CARAMELLI; BARBOSA, 2002; PARMERA; NITRINI, 2015).
Atenção
Além da possibilidade de ocorrência de demências múltiplas, como a
associação de DA e DV, outras demências também podem afetar o indivíduo
idoso como a Doença de Pick, Doença de Huntington e a Doença de
Creutzfeldt-Jakob. O importante, contudo, é a prevenção ao aparecimento
de estados demenciais e sendo a realização de atividade física um importante
elemento preventivo.
Em sua Web Aula, você encontrará Helena, Eduardo e Beatriz que conversarão sobre as
atividades da vida diária.
A aptidão física pode ser abordada de duas formas, uma relacionada ao desempenho
ou à performance e outra relacionada à saúde. Os componentes da aptidão física que se
relacionam com a saúde são a composição corporal, força/resistência muscular, flexibilidade
e aptidão cardiorrespiratória. Agilidade, equilíbrio, coordenação motora, potência muscular
e velocidade objetivam o desempenho esportivo, estando relacionados à performance
(FUHRMANN; PANDA, 2015) (Tabela 1).
Atenção
1. TESTE DE LEVANTAR E SENTAR DA CADEIRA- Para avaliação da
força de membros inferiores.
2. TESTE DE FLEXÃO DE BRAÇO - Para medir força de membros
superiores.
3. TESTE DE CAMINHADA DE 6 MINUTOS - Para avaliar a resistência
aeróbia. Pode-se fazer o Teste de Marcha Estacionária de 2 minutos
como alternativa.
4. TESTE DE SENTAR E ALCANÇAR OS PÉS- Para avaliar a flexibilidade
de membros inferiores.
5. TESTE DE ALCANÇAR AS COSTAS- Para avaliar a flexibilidade de
membros superiores.
6. TESTE DE LEVANTAR E CAMINHAR- Para avaliar a agilidade e o
equilíbrio dinâmico.
Existem também testes adaptados para o idoso como o teste de impulsão vertical sem auxílio
dos braços para a avaliação da força muscular dos membros inferiores; testes de 1 repetição
máxima (1 RM) com suas variações (de 2 a 20 RM) para avaliar força; teste de sentar e alcançar
no chão, para verificar a flexibilidade de membros inferiores e teste de Shutle Run, para avaliar
a agilidade (MATSUDO, 2005).
Uma vez tendo sido avaliado e estando apto à prática de exercícios físicos mais intensos, o
idoso tem a opção de diversos tipos de práticas esportivas, tendo que procurar um profissional
que prescreverá o treino, no caso o profissional de Educação Física, que seguirá as normas
científicas para trabalhos com idosos, considerado um grupo especial.
A prescrição de exercícios físicos para idosos obedece aos princípios gerais do treinamento
esportivo e fundamentam-se na(s) modalidade(s) apropriada, intensidade, duração, frequência
e progressão do exercício físico. Não existe esporte ou exercício físico que não possa ser
praticado pelo idoso, o que vai definir são suas condições físicas e de saúde. Esportes aquáticos
como natação e hidroginástica, esportes de contato como os coletivos e as lutas, exercícios
resistidos como musculação, Pilates e treinamento funcional, além das caminhadas, podem ser
realizados sem causar nenhum dano desde que sejam respeitadas as corretas prescrições.
Para Okuma (2003), a duração inicial deve estar entre 12-20 min, passando para uma fase
de incremento de 21-30 minutos, atingindo de 45-60 minutos como fase de manutenção,
respeitando uma intensidade de 60-70% da frequência cardíaca de reserva no início da
atividade, atingindo entre 70-80% nas fases de incremento e manutenção.
Para a perda e manutenção do peso corporal, a ACSM faz recomendações para a pessoa adulta,
o que não exclui o idoso. Para prevenir o aumento de peso ou proporcionar uma modesta
perda de peso deve-se realizar de 150 a 250 minutos de atividades físicas moderadas por
semana. A realização de no mínimo 150 minutos de atividades físicas semanais, o equivalente
a 30 minutos durante 5 dias, previne também os fatores de risco cardiovasculares associados
ao sedentarismo. Mais do que 250 minutos/semana proporcionam uma perda de peso
significativa, que pode ser aumentada pela adoção de uma dieta hipocalórica. Atividades
resistidas como musculação e treinamento funcional evitam a perda de massa muscular.
Quando realizar atividades vigorosas, o idoso deverá mudar o tempo, que será de até 3 vezes
por semana e a duração, que passa a ser de 20 minutos (ACSM, 2014).
O treinamento de flexibilidade deve ocorrer no mínimo três vezes por semana, podendo
ocorrer até diariamente, com sessões variando entre 15 e 30 minutos. Os movimentos
dos exercícios devem ser lentos, sem desconforto, com alongamento estático de 10 a 30
segundos e 3 a 4 repetições para cada exercício. Todas as vezes que o idoso for realizar
treinamento aeróbio ou de força deve realizar alongamentos por um período de 10 minutos.
Para trabalhar o equilíbrio, os exercícios como permanecer em pé com um pé à frente, pegar
4. Funcionalidade do Idoso
As atividades conhecidas como AVDs podem ser subdivididas em Atividades Básicas da Vida
Diária (ABVDs), que englobam as tarefas relacionadas aos autocuidados como tomar banho,
vestir-se, ir ao banheiro, andar, comer, passar da cama para a cadeira e ter controle sobre suas
eliminações; as Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) que indicam a capacidade de
independência e autonomia do indivíduo para administrar o ambiente em que vive, incluindo
ações como preparar refeições, fazer tarefas domésticas, lavar roupas, manusear dinheiro,
usar o telefone, tomar medicações, fazer compras e utilizar os meios de transporte (COSTA;
NAKATANI; BACHION, 2006; DUARTE ; ANDRADE; LEBRÃO, 2007).
Epidemiologia da Funcionalidade
A incapacidade funcional também é influenciada pelo gênero, onde 15,9% das mulheres,
segundos dados do IBGE, tinham dificuldade de caminhar 100 metros, contra 10,9% dos
homens. Entretanto, não podemos deixar de considerar que uma população mais envelhecida
possui mais probabilidades de ter incapacidades funcionais e como as mulheres vivem mais
que os homens faz com que devamos ter cuidado ao afirmar que o gênero masculino é mais
capaz funcionalmente (IBGE, 2009).
Outros dados interessantes também demonstram que idosos mais pobres (até 1 salário-
mínimo per capita) possuem capacidade funcional menor do que as dos idosos com maior
rendimento (mais de 5 salários mínimos per capita) (IBGE, 2009).
1. Fisicamente dependentes: pessoas que não podem executar atividades básicas da vida
diária (caminhar, vestir-se, tomar banho, alimentar-se e transferir-se), e precisam de cuidados
em casa ou institucionais.
2. Fisicamente frágeis: indivíduos que conseguem executar atividades básicas da vida diária,
mas não todas as atividades instrumentais da vida diária;
4. Fisicamente ativos: podem realizar trabalho físico moderado e podem praticar todos os
jogos e esportes de resistência, incluindo todos os hobbies;
Dentre os instrumentos que avaliam a capacidade funcional temos 2 testes propostos nos
anos 1960 para mensurar as ABVDs. O índice de AVD de Katz et al. (1963) parte da premissa
de que a perda da funcionalidade em idosos segue um mesmo padrão de evolução, onde
primeiro perde-se a capacidade para banhar-se e, em seguida, vestir-se, transferir-se da
cadeira para a cama e vice-versa e alimentar-se. A recuperação dá-se na ordem inversa.
Já o Índice de Barthel (MAHONEY; BARTHEL, 1965) foi descrito pelos próprios autores como “um
simples índice de independência para pontuar a habilidade musculoesquelética e neurológica
do paciente em autocuidados” e é composto por 10 itens cuja pontuação varia de 0 a 100, indo
da máxima dependência (0 pontos) até a máxima independência (100 pontos). Os pacientes
com pontuação abaixo de 70 necessitam de supervisão ou assistência para a maioria das
atividades. Pontuações abaixo de 50 pontos indicam dependência em atividades de vida diária.
Testes para avaliação das AIVDs começaram a ser publicados na literatura desde os anos 1970.
O Índice de Lawton e Brody, destinado à avaliação das AIVDs, contém 8 itens: capacidade de
usar o telefone; fazer compras; preparar refeição; realizar limpeza doméstica; lavar a roupa; usar
meios de transporte; responsabilidade a respeito de sua medicação e manejo de seus assuntos
econômicos. Ele varia de zero pontos (máxima dependência) a 8 pontos (independência total).
Um teste que visa mensurar o equilíbrio funcional de idosos é a escala de equilíbrio de Berg,
que é constituída por 14 tarefas comuns que envolvem o equilíbrio estático e dinâmico. A
avaliação é realizada por observação, possuindo uma escala ordinal de cinco alternativas
(de zero a quatro), com um escore máximo de 56 pontos. Pode ocorrer uma diminuição
dos pontos se o tempo ou a distância não forem atingidos ou o indivíduo necessite de
supervisão para execução da tarefa ou de algum suporte. Em 2004, a escala de Berg foi
Parabéns! Você concluiu a Unidade II com êxito! Aqui você estudou sobre as patologias que
mais acometem o idoso no Brasil, viu como avaliar a funcionalidade da pessoa idosa, bem
como conheceu os benefícios e limitações da prática da atividade física pelo idoso, além de
saber mais sobre as demências.
Não se esqueça de acompanhar a história dos Irmãos em sua Web Aula! Também faça todas
as atividades propostas e assista a todos os vídeos, pois eles são essenciais para um bom
desempenho na Disciplina!
Na Unidade III, você estudará sobre a nutrição da pessoa idosa, sobre os aspectos psicossociais
do envelhecimento e entenderá sobre as novas tecnologias e as tecnologias assistivas, além da
saúde bucal do idoso.
Até logo!
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