Você está na página 1de 50

Escola Estadual de

Educação Profissional - EEEP


Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico em Turismo

Agenciamento e Guia I e II
Governador
Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Francisco José Pinheiro

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora de Desenvolvimento da Escola


Maria da Conceição Ávila de Misquita Vinãs

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Thereza Maria de Castro Paes Barreto
Sumário

Sumário........................................................................................................................................1

1. TÉCNICA PROFISSIONAL DE GUIA DE TURISMO REGIONAL.............................................4

TRASLADO DE CHEGADA OU “TRANSFER IN”........................................................................4

1.1. Tomar Providências Preliminares para a Recepção ao Turista.........................4

1.2. Assessorar os turistas em sua chegada............................................................5

1.2.1. Constatar que é permitido o acesso direto ao desembarque da bagagem:.. .5

1.2.2. Constatar que não é permitido o acesso direto à bagagem:..........................5

2. ACOMODAÇÃO DO TURISTA.................................................................................................8

2.1. Tomar providências para a utilização entre o desembarque e o “check-in” no


hotel...........................................................................................................................................8

2.2. Efetuar o traslado de chegada...........................................................................8

2.3. Realizar o “check-in” no hotel............................................................................9

2.4. Realizar os trabalhos finais junto à agência de turismo...................................11

3. TRASLADO DE SAÍDA OU TRANSFER OUT........................................................................12

3.1. Tomar Providências Preliminares a Saída do Turista......................................12

3.2. Realizar o “Check Out” no Hotel......................................................................12

3.3. Efetuar o Traslado de Saída............................................................................12

3.4. Entregar a(s) ordem(ns) de serviço ao gerente do departamento competente.


................................................................................................................................................13

3.5. Relatar oralmente, ou por escrito ao gerente do departamento o transcurso do


traslado....................................................................................................................................13
4. REALIZAÇÃO DO PASSEIO SEM PERNOITE......................................................................14

4.1. Tomar providências preliminares relativas ao roteiro.......................................14

4.2. Reunir o grupo que realizará o passeio...........................................................14

4.2.1. Constatar que o grupo se reunirá num ponto pré-estabelecido....................15

4.2.2. Constatar que deverá reunir o grupo, buscando seus integrantes em pontos
de embarque previamente estabelecidos................................................................................15

4.2.3. Constatar se há turistas ausentes................................................................16

4.3. Realizar o percurso até o local das paradas...................................................16

4.3.1. Constatar se houveram manifestações desfavoráveis por parte dos turistas.


................................................................................................................................................16

4.3.2. Constatar se houveram efetivas sugestões de mudança no programa das


atividades................................................................................................................................16

4.3.3. Constatar que não houve reações desfavoráveis ao programa apresentado.


................................................................................................................................................16

4.4 Realizar paradas exploratórias de pontos turísticos.........................................17

4.5. Acompanhar o grupo aos pontos turísticos definidos no roteiro......................18

4.5.1. Constatar se há integrantes ausentes..........................................................19

4.5.2. Constatar que todos os integrantes estão presentes no meio de transporte.


................................................................................................................................................19

4.6. Realizar paradas para refeição em restaurante..............................................19

4.6.1. No caso de serviços contratados antecipadamente:....................................19

4.6.2. No caso do serviço não contratado previamente:........................................20

4.7. Realizar o percurso de retorno........................................................................20


4.8. Realizar os trabalhos finais junto à agência de viagem...................................21

5. DELIBERAÇÕES NORMATIVAS, LEI N° 8.623/93 E DECRETO N° 946/93 .........................22

6. GUIA DE TURISMO: PROFISSÃO DO FUTURO...................................................................31

6.1. Classificação de Guias....................................................................................31

6.2. Conscientização do Guia.................................................................................33

6.3. Atividades desenvolvidas................................................................................33

7. A COMUNICAÇÃO..................................................................................................................35

7.1. A entonação.....................................................................................................37

..............................................................................................................................37

7.2. Os gestos........................................................................................................39

7.3. A Gíria..............................................................................................................41

7.4. Requisitos de um Guia....................................................................................41

7.4. Alfabeto Fonético Internacional.......................................................................42


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

1. TÉCNICA PROFISSIONAL DE GUIA DE TURISMO REGIONAL

TRASLADO DE CHEGADA OU “TRANSFER IN”

Recepcionar ao Turista

1.1. Tomar Providências Preliminares para a Recepção ao Turista

Receber a ordem de serviço da agência de turismo, para a qual estiver prestando serviços.

Checar, na ordem de serviço, o nome da agência contratante da excursão.

Verificar o nome do condutor do grupo (se for a caso).

Verificar o número de integrantes do grupo.

Checar, na ordem de serviço, o meio de transporte pelo qual os turistas chegarão.

Checar, na ordem de serviço, o local de desembarque dos turistas.

Checar, na ordem de serviço, o horário de desembarque dos turistas.

Checar o número do vôo.

Verificar a compatibilidade dos horários de chegada e “check-in” no hotel.

Verificar, na ordem de serviço ou junto à agência, o local de origem do grupo.

Verificar, na ordem de serviço ou junto à agência, o último ponto de parada do grupo.

Verificar, na ordem de serviço ou junto à agência, se os turistas são nacionais ou estrangeiros.

Verificar, na agenda, o idioma a ser usado na comunicação com os turistas.

Verificar se na ordem de serviço especifica ter sido contratado o meio de transporte local para o
traslado.

Verificar o local onde o meio de transporte estará estacionado.

Solicitar o crachá da agência.

Receber o “rooming list”, se for o caso.

Receber dinheiro da agência para as despesas miúdas de pronto pagamento.

Verificar os sistemas de pagamento de gorjetas (terminais e hotéis).

Agenciamento e Guia 4
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Checar o nome do grupo e/ou nome dos integrantes do grupo.

Verificar o material de identificação do grupo.

Receber ou preparar o material.

Receber as etiquetas de malas e/ou brindes, se for o caso.

Verificar se sua documentação de guia está regular e acessível.

Preparar o material rotineiro de trabalho.

1.2. Assessorar os turistas em sua chegada

Checar a documentação e o material necessários ao reconhecimento do grupo, preparando-os


quando for o caso.

Dirigir-se ao local onde o meio de transporte está estacionado.

Verificar se o meio de transporte está em condições de uso.

Dirigir-se ao local de recepção.

Sustentar, em local visível, uma placa contendo o nome da agência emissiva solicitante do
traslado, os nomes dos turistas e/ou do grupo e o nome da agência receptiva para a qual está
prestando o serviço.

Observar atentamente a reação dos que desembarcam ao ver a placa, visando localizar os
integrantes do grupo.

Indicar um ponto para os turistas aguardarem o grupo ficar completo.

Verificar se é permitido o acesso direto ao desembarque dos turistas.

1.2.1. Constatar que é permitido o acesso direto ao desembarque da bagagem:

a.1.1. Auxiliar fisicamente os turistas no desembarque da bagagem.

a.1.2. Coordenar quem também esteja auxiliando fisicamente o grupo no desembarque da


bagagem.

a.1.3. Auxiliar o grupo na identificação da bagagem de corda integrante.

1.2.2. Constatar que não é permitido o acesso direto à bagagem:

a.2.1. Aguardar que os turistas façam por si mesmos o desembarque e identificação de sua
bagagem.

Agenciamento e Guia 5
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Dirigir-se ao grupo.

Reconfirmar com o grupo o nome da agência.

Identificar-se perante o grupo.

Expressar ao grupo os primeiros votos de boas vindas.

Receber os “vouchers” dos turistas ou do Guia de Excursão, Guia Itinerante do grupo.

Determinar os volumes de bagagem a serem trasladados sob responsabilidade da agência.

Registrar, mediante um sistema de etiquetagem, a propriedade de cada volume dos que serão
trasladados pela agência.

Explicar o sistema de etiquetagem usado.

Solicita aos turistas que reservem os bilhetes de passagem para a confirmação e ao etiquetar a
bagagem de cada turista.

Explicar ao grupo o fluxo de traslado de sua bagagem.

Conduzir o grupo para o meio de transporte.

Despachar a bagagem do grupo para o meio de transporte destinado, ao traslado.

Acomodar o grupo no meio de transporte local.

Entrar no meio de transporte local onde já se encontram acomodados os turistas.

Verificar se todos os componentes do grupo estão acomodados.

Apresentar o condutor do veículo ao grupo.

Solicitar ao condutor que dê a partida no veículo e siga o roteiro determinado.

Obs.: No caso de os turistas não serem localizados no aeroporto:

Dirigir-se ao balcão da companhia aérea.

Solicitar a lista de passageiros.

Consultar outras companhias que façam a mesma rota, verificando se os passageiros


embarcaram.

Telefonar para o hotel previamente estabelecido, verificando se os turistas já estão


hospedados.

Agenciamento e Guia 6
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Entrar em contato com a alfândega, no caso de turistas estrangeiros, verificando se o


passageiro está retido.

Comunicar-se com a agência relatando ocorrido e recebendo informações.

Agenciamento e Guia 7
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

2. ACOMODAÇÃO DO TURISTA

2.1. Tomar providências para a utilização entre o desembarque e o “check-in” no hotel.

Verificar, na ordem de serviço a duração do tempo disponível entre o desembarque e o horário


estipulado para o “check-in” do hotel.

Constatar que tal período de tempo excede, em muito o tempo naturalmente gasto para o
traslado do ponto de desembarque até o hotel.

Receber instruções da agência sobre o procedimento à ser adotado durante a espera.

a.1. Verificar que a agência optou pela realização de um monitor.

a.1.1. Receber o roteiro.

a.1.2. Verificar que a agência optou por realizar uma parada durante o traslado.

Constatar que o período de tempo não excede, ou excede em pouco, o tempo naturalmente
gasto para o traslado do ponto de desembarque ao hotel.

2.2. Efetuar o traslado de chegada.

Com o meio de transporte local em movimento, tornar a expressar o voto


de boas vindas ao grupo, em seu nome e em nome da agência e do condutor do
veículo.

Repetir o seu nome e o nome da agência.

Apresentar o motorista.

Solicitar aos passageiros que entreguem o voucher da agência caso não


tenha sido possível fazê-lo durante a etiquetagem da bagagem e permanecer com o
voucher do hotel à mão para o momento do “check-in”.

Receber os bilhetes de passagem para que o setor de operações


providencie a reconfirmação destes, explicando aos pax que os bilhetes serão
devolvidos no dia do traslado de saída.

Distribuir impresso com o detalhamento geral da programação para o


período de sua estada, ou descrever verbalmente a programação geral para o grupo
durante o período de sua estada.

Tirar dúvidas sobre a estada.

Mencionar para os turistas os serviços que a agência comercializa.

Agenciamento e Guia 8
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Estimular os turistas para que contratem novos serviços da agência para o


período de sua estada.

Colocar-se totalmente à disposição dos turistas para a contratação de tais


serviços.

Enfatizar para o grupo a importância do cumprimento dos horários e das


atitudes que favorecem o bom desenvolvimento do passeio ou excursão.

Reforçar o interesse do grupo pelas atividades que se realizarão, criando


um clima de expectativa e curiosidade a respeito delas.

Narrar os aspectos pitorescos e interessantes das primeiras imagens que


são vistas a bordo do meio de transporte local.

Explicar ao grupo, em linhas gerais, o essencial sobre o processo de


“check-in” que se vai iniciar em seguida.

Dar informações ao grupo sobre a localização do(s) hotel (eis), segurança


na cidade, clima e outros aspectos que julgar necessários.

Solicitar aos passageiros que levem todos os pertences de mão.

Conduzir o grupo do meio de transporte local para o saguão do hotel.

Obs.: O traslado de chegada deverá ser efetuado de acordo com instruções recebidas na
agência.

2.3. Realizar o “check-in” no hotel

Indicar ao grupo um local de espera até que o “check-in” tenha início.

Dirigir-se à recepção do hotel.

Identificar-se perante a recepção do hotel.

Receber a “rooming list” e apresentar o “voucher” da agência.

a.1. Checar na “rooming list” observando se suas especificações coincidem com os serviços
contratados pela agência.

a.2. Constatar que todos os serviços especificados na “rooming list” são aqueles contratados
previamente pela agência.

Confirmar perante a recepção os serviços especificados na “rooming list”.

Ler em voz alta a “rooming list” informando ao grupo os serviços


Agenciamento e Guia 9
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

contratados.

Auxiliar os turistas no cumprimento das rotinas do “check-in” e no


procedimento da Ficha Nacional de Registro de Hóspedes (FNRH).

Entregar as chaves dos apartamentos, informando que a bagagem será


entregue nos aposentos, quando estiverem acomodados.

Fornecer um impresso contendo um número de telefone, um local e nomes


para contatos com os servos contratados.

Definir um período máximo de tempo no qual tal inspeção se realize.

Definir um ponto de encontro ao qual os turistas devem se dirigir, caso


descem modificar, após a inspeção, os serviços contratados.

Ressaltar a necessidade de observar o cronograma da programação que


contrataram, o horário e local de encontro para a próxima atividade e/ou informar o local
onde ficarão afixadas as informações.

Lembrar o fluxo da bagagem e providenciar a devolução enquanto os


turistas vistoriam as acomodações.

a.1. Lembrar que a bagagem foi previamente trasladada para um ponto de guarda.

a.1.1. Decodificar, com os mensageiros, o sistema de etiquetagem da bagagem devolvendo,


cada volume a seu proprietário, nas acomodações.

a.2. Lembrar que a bagagem está sendo trasladada simultaneamente ao traslado ao grupo.

a.2.1. Localizar o meio de transporte da bagagem.

a.2.2. Providenciar a remoção da bagagem para dentro do hotel.

a.2.3. Decodificar o sistema de etiquetagem da bagagem, providenciando a devolução de cada


volume a seu proprietário, nas acomodações.

Aguardar no ponto de encontro, previamente definido, ao qual os turistas


deverão se dirigir após a inspeção dos aposentos.

a.1. Constatar se há turistas que se manifestaram contra as acomodações recebidas

a.1.1. Tomar ciência dos motivos da recusa.

a.1.2. Em comum acordo com as partes envolvidas (turista, agência e administração do hotel)
alterar a “rooming list”.

Agenciamento e Guia 10
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

a.2. Constatar que nenhum turista compareceu ao ponto de encontro até esgotar-se o prazo
para a inspeção.

a.2.1. Concluir que todos os turistas aceitaram as acomodações recebidas.

Efetuar o pagamento das gorjetas dos mensageiros, de acordo as normas


adotadas pelo hotel.

Afixar um cartaz, no local já indicado, contendo as informações sobre as


próximas atividades, se for o caso de excursão.

Contatar a agência, informando o final do traslado e do “check-in”.

Obs.: Os procedimentos acima não são os únicos a serem seguidos. Poderão ocorrer
alterações dependendo do número de hóspedes, hotéis, tipo de hotel, clientela.

2.4. Realizar os trabalhos finais junto à agência de turismo.

 Checar e/ou organizar o “file” (arquivo) do grupo.

 Entregar os bilhetes de passagem e vouchers ao departamento competente.

 Entregar a(s) ordem(ns) de serviço ao gerente do departamento competente.

 Relatar oralmente ou por escrito ao gerente do departamento competente o transcurso


do traslado.

 Entregar o relatório pessoal sobre a qualidade dos serviços contratados para o traslado.

 Proceder a auto-avaliação do seu desempenho durante o passeio ou excursão.

 Devolver à agência os itens de propriedade da mesma (placas, cartazes, sobra de


material, etc.) bem como os objetos esquecidos a bordo pelos turistas.

 Agradecer ao gerente do departamento competente sua indicação para a atividade que


se encerra.

 Colocar-se às ordens para novos serviços.

 Despedir-se dos demais funcionários da agência.

 Dar por encerrado o trabalho.

Agenciamento e Guia 11
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

3. TRASLADO DE SAÍDA OU TRANSFER OUT

3.1. Tomar Providências Preliminares a Saída do Turista

 Receber a ordem de serviço da agência para a qual esteja prestando serviços.

 Informar-se com a agência sobre o destino do grupo, número de integrantes do grupo,


nome do Guia de excursão, se for o caso.

 Informar-se com a agência sobre o meio de transporte local para o traslado de saída.

 Dirigir-se ao local onde os turistas estão hospedados.

 Constatar a presença do meio de transporte local.

3.2. Realizar o “Check Out” no Hotel

 Dirigir-se à recepção do hotel.

 Conferir com a recepção o momento de vencimento das diárias.

 Instruir os mensageiros quanto ao procedimento com a bagagem dos turistas.

 Convocar os turistas para o “check out”

 Esclarecer possíveis dúvidas quanto ao custo dos serviços.

 Presenciar e/ou efetuar a quitação das despesas.

 Certificar-se de que todos os turistas consumaram o “check out”, entregando as chaves


à recepção.

 Fazer o pagamento das gorjetas dos mensageiros.

3.3. Efetuar o Traslado de Saída

Reunir o grupo.

Determinar os volumes componentes da bagagem a ser trasladada sob


responsabilidade da agência.

Registrar, mediante sistema de etiquetagem, a propriedade de cada volume


dos que serão trasladados pela agência.

Explicar ao grupo o fluxo de traslado da bagagem.

Acomodar o grupo no meio de transporte local para o traslado de saída,

Agenciamento e Guia 12
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

solicitando que os turistas preencham o formulário de avaliação dos serviços.

Acomodar a bagagem dos turistas no meio de transporte local destinado


para tal finalidade.

Verificar se não houve esquecimento da bagagem no hotel.

Trasladar o grupo para o ponto de embarque.

Durante o traslado recolher os formulários de avaliação dos serviços e


lembrar aos passageiros os trâmites do “check-in” no terminal de transporte.

Trasladar a bagagem para o ponto de embarque.

Utilizar os momentos finais, durante o traslado de saída, para agradecer a


preferência dos turistas pelos serviços da agência.

Constatar que o meio de transporte chegou ao local de embarque.

Verificar se todos os passageiros estão de posse dos seus volumes de


mão.

Conduzir o grupo e as bagagens codificadas ao saguão de embarque.

3.4. Entregar a(s) ordem(ns) de serviço ao gerente do departamento competente.

3.5. Relatar oralmente, ou por escrito ao gerente do departamento o transcurso do traslado.

Entregar o relatório pessoal sobre a qualidade dos serviços contratados


para o traslado.

Proceder a auto-avaliação do seu desempenho durante o passeio ou


excursão.

Devolver à agência os itens de propriedade da mesma (placas, cartazes,


sobra de material, etc.)

Agradecer ao gerente do departamento competente sua indicação para a


atividade que se encerra.

Colocar-se às ordens para novos serviços.

Despedir-se dos demais funcionários da agência.

Dar por encerrado o trabalho.

Agenciamento e Guia 13
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

4. REALIZAÇÃO DO PASSEIO SEM PERNOITE

4.1. Tomar providências preliminares relativas ao roteiro.

Receber a ordem de serviço da agência.

Verificar o roteiro estabelecido.

Verificar o tempo de duração do passeio.

Verificar a hora de início do passeio.

Constatar o número de pessoas que realizarão o passeio.

Checar qual o meio de transporte que realizará o passeio.

Verificar o(s) ponto(s) de encontro dos turistas.

Receber o roteiro estabelecido.

 Verificar quais as paradas incluídas no roteiro.

a.1. Constatar se há parada em restaurante.

a.1.1. Receber o “voucher” ou dinheiro para efetuar o pagamento dos gastos.

a.2. Constatar se há outras paradas no roteiro que envolva gastos (barcos, trem, lancha,
teleférico, museu).

a.2.1. Receber o dinheiro e/ou o “voucher” para efetuar o pagamento dos ingressos e/ou
passagens.

 Verificar se a documentação esta em ordem.

 Memorizar o roteiro.

 Lembrar suas informações sobre os atrativos turísticos constantes no roteiro.

a.3. Constatar que sua familiaridade com os pontos turísticos é suficiente.

a.3.1. Buscar informações suplementares.

4.2. Reunir o grupo que realizará o passeio

Dirigir-se ao local onde o meio de transporte está estacionado.

Verificar, juntamente com o motorista, o roteiro do passeio.

Agenciamento e Guia 14
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Vistoriar o meio de transporte quanto às condições de limpeza, o


microfone, e anotar as condições para fins de relatório ou renovação de contrato, se for
de terceiros.

Lembrar qual será o modo de reunião do grupo.

4.2.1. Constatar que o grupo se reunirá num ponto pré-estabelecido.

Lembrar a localização do ponto de encontro.

Dirigir-se ao ponto de encontro, com antecedência.

Verificar se o grupo está acompanhado de Guia de Excursão, apresentar-


se a ele, confirmando o roteiro, ou

Receber os turistas no ponto de encontro, apresentando-se a eles


preliminarmente

Receber o “voucher” do Guia de Excursão ou dos turistas individualmente.

Conduzir o grupo ao meio de transporte no qual se realizará o passeio.

Acomodar cada integrante no meio de transporte.

4.2.2. Constatar que deverá reunir o grupo, buscando seus integrantes em pontos de
embarque previamente estabelecidos.

Informar-se sobre a localização dos pontos de embarque.

Embarcar no meio de transporte no qual será realizado o passeio.

Recolher os turistas nos pontos de embarque, recebendo os “vouchers”


individualmente.

Á medida em que os integrantes forem ocupando seus lugares, apresentar-


se preliminarmente.

Esclarecer que os dados sobre o passeio serão fornecidos quando todo o


grupo se encontrar a bordo.

Enquanto o grupo estiver incompleto, manter um diálogo preliminar, para


não ter de repetir perante o grupo completo as mesmas informações.

Checar se efetivamente embarcaram todos os turistas que contrataram o


passeio.

Agenciamento e Guia 15
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

4.2.3. Constatar se há turistas ausentes.

Verificar, perante os membros presentes, ou no hotel, se há notícias sobre


os turistas que não compareceram ao embarque.

Registrar os nomes dos turistas ausentes, bem como as informações


eventualmente colhidas sobre a sua ausência, para posterior à agência.

Constatar que não há turistas ausentes.

Apresentar o motorista ao grupo.

Solicitar ao motorista que dê a partidas ao meio de transporte, iniciando o


passeio.

4.3. Realizar o percurso até o local das paradas.

Apresentar ao grupo, de modo detalhado, o roteiro do passeio.

Ressaltar os pontos mais notáveis que serão visitados.

Fornecer as informações essenciais sobre o percurso.

Ressaltar os momentos principais do cronograma das atividades que se


desenvolverão durante o percurso.

Observar cuidadosamente as reações dos turistas ao roteiro e às


atividades do percurso, tentando verificar se houve quem se manifestasse reação
desfavorável a algum tópico programado.

4.3.1. Constatar se houveram manifestações desfavoráveis por parte dos turistas.

Procurar criar um consenso positivo entre os integrantes que manifestaram


aços desfavoráveis.

4.3.2. Constatar se houveram efetivas sugestões de mudança no programa das atividades.

Adaptar as sugestões do grupo discordante às limitações impostas por


fatores contratuais, pelo interesse dos demais integrantes do grupo e pelos demais
fatores de viabilização.

4.3.3. Constatar que não houve reações desfavoráveis ao programa apresentado.

Iniciar as narrativas sobre os pontos turísticos ao longo do percurso.

Anunciar ao grupo a hora da próxima parada.

Agenciamento e Guia 16
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Constatar que se aproxima o local da próxima parada.

Lembrar ao condutor o ponto onde a próxima parada vai se realizar.

Constatar que o meio de transporte já atingiu o local de parada.

Definir para o condutor a hora de reinício do percurso.

Anunciar ao grupo que a parada vai ter início.

Lembrar ao grupo o objetivo da parada.

Explicar ao grupo, em linhas gerais, a programação das atividades a serem


realizadas na parada.

Definir, perante o grupo o tempo de duração da parada, ressaltando a


importância de obedecer ao cronograma proposto.

4.4 Realizar paradas exploratórias de pontos turísticos.

Indicar aos integrantes do grupo os limites aconselháveis de sua


exploração.

Indicar os pontos de referências ou de encontro que sejam úteis ou seguros


para o caso de pessoas ou grupos se perderem dos demais.

Sugerir alternativas de exploração.

Advertir aos turistas, de modo discreto, sobre os possíveis perigos


envolvidos na parada.

Indicar ao grupo as facilidades do local (restaurantes, shows, pontos


comerciais, etc.)

Oferecer-se para auxiliar em qualquer caso-problema.

Se possível, manter o grupo em contato visual.

Intervir, habilmente, em casos de atritos entre turistas e aqueles com quem


interagiu cultural ou comercialmente.

Traduzir para o universo dos turistas, o significado de ocorrências


pitorescas de caráter cultural local.

Avisar ao grupo, com antecedência compatível com o tempo de duração da


parada, quando o fim da parada se fizer próximo.

Agenciamento e Guia 17
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Auxiliar a reinstalação do grupo no meio de transporte.

Se houver bagagem suplementar volumosa, auxiliar os turistas no traslado


da mesma.

Verificar se todos os integrantes do grupo retornaram.

4.5. Acompanhar o grupo aos pontos turísticos definidos no roteiro.

 Informar o tempo de duração da parada para a visita do ponto turístico.

Lembrar ao condutor o ponto aonde vai se realizar a parada.

Definir com o condutor a hora de reinício do passeio.

Constatar que o meio de transporte já atingiu o local da parada.

Aconselhar os turistas para que não deixem, no interior do meio de


transporte, objetos de valor.

Solicitar que os turistas desembarquem do meio de transporte.

Auxiliar fisicamente os turistas nesse desembarque.

Destacar o nome de cada ponto a ser visitado.

Descrever peculiaridades geográficas do local.

Ressaltar as formações geológicas de destaque.

Ressaltar dados relevantes sobre a ecologia.

Fornecer dados históricos sobre o ponto turístico.

Desenvolver, perante o grupo, narrativas sobre o significado cultural do


ponto sob visita (mencionar lendas, crenças populares, costumes, etc.) ressaltando os
valores sócio-culturais da região.

Informar os dados econômicos relevantes do local.

Oferecer detalhes sobre aspectos arquitetônicos.

Ressaltar dados possuidores de um caráter pitoresco.

Observar atentamente o ponto visitado, a fim de incluir na narrativa aos


turistas, aspectos novos e ocorrências momentâneas interessantes.

Constatar que o momento programado para o término da visita se faz


Agenciamento e Guia 18
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

próximo.

Concluir narrativas.

Avisar aos turistas que a visita terminou.

Se houver bagagem suplementar volumosa, auxiliar os turistas no traslado


da mesma.

Verificar se todos os integrantes do grupo retornaram.

4.5.1. Constatar se há integrantes ausentes.

Informar-se com o grupo onde os integrantes ausentes foram vistos pela


última vez.

Sair em busca dos ausentes, baseando-se nas informações colhidas e nos


pontos de referência e encontro anteriormente definidos.

Caso os ausentes não sejam localizados, comunicar-se assim que possível


com a agência pedindo auxílio e novas instruções.

4.5.2. Constatar que todos os integrantes estão presentes no meio de transporte.

Solicitar ao condutor que seja dada a partida ao transporte

Obs.: Há casos em que não é permitida ou não é conveniente a parada. A visita será realizada
a bordo do meio de transporte, em situação de continuidade com relação ao percurso.

4.6. Realizar paradas para refeição em restaurante.

Aconselhar os turistas para que não deixem, no interior do meio de


transporte objetos de valor.

Informar sobre o restaurante (tipo, comida, localização, etc.).

 Desembarcar com o grupo.

Dirigir-se ao restaurante.

Tomar providências de acordo com o tipo de contratação dos serviços.

4.6.1. No caso de serviços contratados antecipadamente:

Identificar-se perante o responsável pelo salão.

Acomodar os turistas nos lugares reservados.

Agenciamento e Guia 19
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Apresentar aos turistas o cardápio contratado.

Prestar informações essenciais sobre os pratos oferecidos.

Anotar os pedidos dos turistas que desejarem itens não incluídos no


cardápio contratado.

Supervisionar os pratos servidos pelos garçons, checando se


correspondem ao que foi contratado.

4.6.2. No caso do serviço não contratado previamente:

Identificar-se perante o responsável pelo salão.

Solicitar ao responsável pelo salão que acomode o grupo.

Apresentar ao grupo as opções do cardápio.

Auxiliar os garçons no adequado registro das escolhas de cada turista.

Supervisionar os pratos servidos pelos garçons, checando se


correspondem ao que foi solicitado.

Sentar-se com o condutor em lugar que permita boa visão do grupo, ou, se
convidado, junto ao grupo.

Após término da refeição, solicitar conta ao garçom.

Conferir a conta.

Esclarecer possíveis dúvidas com respeito ao custo dos serviços.

Pagar a conta e receber o recibo e nota fiscal.

Auxiliar a reinstalação do grupo no meio de transporte.

Se houver bagagem suplementar volumosa, auxiliar os turistas no traslado


da mesma.

Verificar se todos os integrantes do grupo retornaram.

Solicitar ao condutor que seja dada a partida.

4.7. Realizar o percurso de retorno.

Constatar que o final do percurso do passeio se faz próximo.

Verificar os pontos de desembarque dos turistas.


Agenciamento e Guia 20
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Lembrar ao condutor os pontos de desembarque dos turistas.

Anunciar ao grupo que o fim do percurso se faz próximo.

Fazer a avaliação das atividades realizadas.

Constatar que o meio de transporte atinge o ponto de desembarque.

Informar aos turistas a chegada ao ponto de desembarque.

Agradecer o grupo a preferência pelos serviços da agência.

Solicitar o desembarque dos turistas.

Auxiliar fisicamente os turistas nesse desembarque.

Solicitar ao condutor que permita o acesso ao departamento de bagagem.

Despedir-se dos que desembarcam.

Retornar com o condutor ao meio de transporte.

Verificar se há outros pontos de desembarque.

Constatar que todos os turistas desembarcaram.

Dar por encerrado o percurso de retorno, liberando o meio de transporte,


após a vistoria dos bagageiros e do interior do veículo.

4.8. Realizar os trabalhos finais junto à agência de viagem.

Efetuar a prestação de contas à agência.

Relatar oralmente o transcurso da excursão.

Entregar a ordem de serviço ao gerente do departamento competente.

Proceder a auto-avaliação do seu desempenho.

Comunicar as impressões que os turistas tiveram do passeio.

Devolver a agência os itens de propriedade da mesma.

Agradecer ao gerente a indicação.

Colocar-se as ordens para novos serviços.

Dar por encerrado o serviço.

Agenciamento e Guia 21
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

5. DELIBERAÇÕES NORMATIVAS, LEI N° 8.623/93 E DECRETO N° 946/93

Deliberação Normativa N° 326/94

Recomenda aos órgãos Oficiais de Turismo, das Unidades de Federação que, em


complemento à legislação Federal de Turismo em vigor, estabeleçam normas próprias para
cadastro, classificação, controle e fiscalização de prestadores de serviços, não abrangidos na
legislação federal. Podendo conduzir e orientar o turista em passeios e visitas realizados no
interior de determinado atrativo ou empreendimento turístico;

Deliberação Normativa N° 425, de 04 de Outubro de 2001

A prova do pagamento dos serviços é condição indispensável à análise, pela EMBRATUR e


suas Regionais, dos processos de credenciamento, cadastro, classificação e habilitação à
obtenção de estímulos financeiros;

Deliberação Normativa N° 426, de 04 de Outubro de 2001

Dispõe sobre normas e procedimentos para cadastramento de Guia de Turismo;

Deliberação Normativa N° 427, de 04 de Outubro de 2001

Dispõe sobre os critérios para apreciação dos planos de curso para formação profissional de
Guia de Turismo.

Roteiro de Guia de Turismo

Roteiro - Legislação Vigente

Roteiro para Elaboração de Plano de Curso de Guia de Turismo

Roteiro - Procedimentos para Cadastramento de Guia de Turismo

Lei N° 8.623/93 “Se sentir responsável pela


vida do outro implica esforço,
Dispõe sobre a Profissão de Guia de Turismo e dá outras providências;
cuidado e renúncia”
Decreto N°946/93

Regulamenta a Lei 8.623/93, que dispõe sobre a Profissão de Guia de Turismo.

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO TURISMO

EMBRATUR – INSTITUTO BRASILEIROS DO TURISMO

Agenciamento e Guia 22
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

LEI N° 8.623, DE 28 DE JANEIRO DE 1993

Dispõe sobre a profissão de guia de turismo e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1° - O exercício da profissão de Guia de Turismo, no território nacional, é


regulado pela presente Lei.

Art. 2° - Para os efeitos desta Lei, é considerado Guia de Turismo o profissional que,
devidamente cadastrado no Instituto Brasileiro de Turismo – EMBRATUR, exerça atividades de
acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões
urbanas, municipais, interestaduais, internacionais ou especializadas.

Parágrafo único. (VETADO)

Art. 3° - (VETADO)

Art. 4° - (VETADO)

Art. 5° - Constituem atribuições do Guia de Turismo:

a) acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas,


excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais ou especializadas dentro do território
nacional;

b) acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil;

c) promover e orientar despachos e liberações de passageiros e respectivas


bagagens, em terminais de embarque e desembarque aéreos, marítimos, fluviais, rodoviários e
ferroviários;

d) ter acesso a todos os veículos de transportes, durante o embarque ou


desembarque para orientar as pessoas ou grupos sobre sua responsabilidade, observadas as
normas específicas do respectivo terminal;

e) ter acesso gratuito a museus, galerias de arte, exposições, feiras, bibliotecas e


pontos de interesse turístico, quando estiver conduzindo ou não pessoas ou grupos,
observadas as normas de cada estabelecimento, desde que devidamente credenciado como
Guia de Turismo;

f) portar, privativamente, o crachá de Guia de Turismo emitido pela EMBRATUR:

Art. 6° - (VETADO)

Agenciamento e Guia 23
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Art. 7° - (VETADO)

Art. 8° - (VETADO)

Parágrafo único – Este modelo único deverá diferenciar as diversas categorias de


Guia de Turismo.

Art. 9° - No exercício da profissão, o Guia de Turismo deverá conduzir-se com


dedicação, decoro e responsabilidade, zelando pelo bom nome do turismo no Brasil e da
empresa à qual presta serviços, devendo ainda respeitar e cumprir as leis e regulamentos que
disciplinem a atividade turística, podendo, por desempenho irregular de suas funções, vir a ser
punido pelo seu órgão de classe.

Art. 10° - Pelo desempenho irregular de suas atribuições, o Guia de turismo,


conforme a gravidade da falta e seus antecedentes, ficará sujeito às seguintes penalidades,
aplicadas pela EMBRATUR:

a) Advertência

b) (VETADO)

c) cancelamento do registro

Parágrafo único. As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas após


processo administrativo, no qual se assegurará ao acusado ampla defesa.

Art. 11° - (VETADO)

Art. 12° - (VETADO)

Art. 13° - (VETADO)

Art. 14° - Dentro do prazo de 60 (sessenta) dias de sua publicação, o Poder


Executivo regulamentará esta Lei.

Art. 15° - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 16° - Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 28 de janeiro de 1993, 172° da Independência e 105° da República.

ITAMAR FRANCO

José Eduardo de Andrade Vieira

Agenciamento e Guia 24
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

(Publicada no Diário Oficial da União de 29 de janeiro de 1993, Seção 1, pg. 1229).

Agenciamento e Guia 25
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, DO COMÉRCIO E DO TURISMO

EMBRATUR – INSTITUTO BRASILEIROS DO TURISMO

DECRETO N° 946 DE 1° DE OUTUBRO DE 1993

Regulamenta a Lei n°8.623, de

28 de janeiro de 1993, que dispõe

Sobre a profissão de Guia de

Turismo e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da sua atribuição que lhe confere o artigo


84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no artigo 14 da Lei n° 8.623, de 28 de
janeiro de 1993,

DECRETA

Art. 1° - É considerado Guia de Turismo o profissional que, devidamente cadastrado


na EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo, nos termos da Lei n° 8.623, de 28 de janeiro
de 1993, exerça as atividades de acompanhamento, orientação e transmissão de informações
a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais,
internacionais ou especializadas.

Art. 2° - Constituem atribuições do Guia de Turismo:

I – acompanhar, orientar e transmitir informações a pessoas ou grupos em visitas,


excursões urbanas, municipais, estaduais, interestaduais ou especializadas dentro do território
nacional;

II – acompanhar ao exterior pessoas ou grupos organizados no Brasil;

III – promover e orientar despachos e liberação de passageiros e respectivas


bagagens, em terminais de embarques e desembarques aéreos, marítimos, fluviais, rodoviários
e ferroviários;

IV – ter acesso a todos os veículos de transporte, durante o embarque ou


desembarque, para orientar as pessoas ou grupos sob sua responsabilidade, observadas as
normas específicas do respectivo terminal;

V – ter acesso gratuito a museus, galerias de arte, exposições, feiras, bibliotecas e


pontos de interesse turístico, quando estiver conduzindo ou não pessoas ou grupos,
observadas as normas de cada estabelecimento, desde que devidamente credenciado como
Guia de turismo;
Agenciamento e Guia 26
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

VI – portar, privativamente, o crachá de Guia de Turismo emitido pela EMBRATUR.

Parágrafo único. A forma e o horário dos acessos a que se referem as alíneas III, IV
e V, deste artigo, serão, sempre, objeto de prévio acordo do gruía de turismo com os
responsáveis pelos empreendimentos, empresas ou equipamentos.

Art. 3° - O pedido de cadastramento como Guia de Turismo deverá ser apresentado


pelo profissional interessado, observadas as disposições deste decreto, no órgão ou entidade
delegada da EMBRATUR na unidade de federação em que;

I – o Guia de Turismo vá prestar serviços, caso pretenda o cadastramento nas


classes de Guia Regional e/ou especializado em atrativos turísticos;

II – O Guia de Turismo esteja residindo, caso pretenda o cadastramento nas classes


de Guia de Excursão Nacional e/ou Internacional.

Art. 4° - Conforme a especialidade de sua formação profissional e das atividades


desempenhadas, comprovadas pela EMBRATUR, os guias de turismo serão cadastrados em
uma ou mais das seguintes classes;

I – guia regional – quando suas atividades compreenderem a recepção, o traslado, o


acompanhamento, a prestação de informações e assistência a turistas, em itinerários ou
roteiros locais ou intermunicipais de uma determinada unidade da federação, para visita a seus
atrativos turísticos;

II – guia de excursão nacional – quando suas atividades compreenderem o


acompanhamento e a assistência a grupos de turistas, durante todo o percurso da excursão de
âmbito nacional ou realizada na América do Sul, adotando, em nome da agência de turismo
responsável pelo roteiro, todas as atribuições de natureza técnica e administrativa necessárias
à fiel execução do programa;

III – guia de excursão internacional – quando realizarem as atividades referidas no


inciso II, deste artigo, para os demais países do mundo;

IV – guia especializado em atrativo turístico – quando suas atividades


compreenderem a prestação de informações técnico-especializadas, sobre determinado tipo de
atrativo natural ou cultural de interesse turístico, na unidade da federação para o qual o mesmo
se submeteu a formação profissional específica.

Art. 5° - O cadastramento e a classificação do Guia de Turismo em uma ou mais das


classes previstas neste Decreto estará condicionada à comprovação do atendimento aos
seguintes requisitos:

Agenciamento e Guia 27
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

I – ser brasileiro ou estrangeiro residente no Brasil, habilitado para o exercício da


atividade profissional no País;

II – ser maior de dezoito anos, no caso de guia de turismo regional, ou maior de 21


anos, para atuar como guia de excursão nacional ou internacional;

III – ser eleitor e estar em dia com as obrigações eleitorais;

IV – ter concluído o 2° grau;

VI – ter concluído Curso de Formação Profissional de Guia de Turismo, na classe


para a qual estiver solicitando o cadastramento.

§ 1° - As entidades responsáveis pelos cursos referidos no inciso VI, deste artigo,


deverão encaminhar, previamente ao início de sua realização, os respectivos planejamentos
curriculares e planos de curso, para apreciação da EMBRATUR.

§ 2° - Os certificados conferidos aos concluintes dos cursos mencionados no


parágrafo anterior especificarão o conteúdo programático e a carga horária de cada módulo, a
classe em que o guia de turismo está sendo formado e a especialização em determinada área
geográfica ou tipo de atrativo.

§ 3° - Admitir-se-á, para fins de comprovação do atendimento ao requisito referido no


inciso VI, deste artigo, que o requerente:

 Tenha se formado em curso superior de turismo e cursado cadeira


especializada na formação de guia de turismo; ou

 Tenha concluído o curso de formação profissional à distância, e sido


aprovado em Exame de Suplência Profissionalizante ministrado pelo Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial – SENAC; ou

 Comprove, no prazo de 180 dias de vigência deste Decreto, o efetivo


exercício da profissão por, no mínimo, dois anos, bem como aprovação em
Exame de Suplência nos termos da alínea anterior.

Art. 6° - A EMBRATUR fornecerá ao requerente, após o cumprimento das exigências


a que se refere o artigo anterior, o respectivo crachá de identificação profissional, em modelo
único, válido em todo o território nacional, contendo nome, filiação, número do cadastro e da
cédula de identidade, fotografia, classe e âmbito de atuação prevista em seu curso de
formação.

Art. 7° - Constituem infrações disciplinares;

I – Induzir o usuário a erro, pela utilização de símbolos e informações privativas de


guias de turismo cadastrados;
Agenciamento e Guia 28
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

II – descumprir total ou parcialmente os acordos e contratos de prestação de


serviços, nos termos e na qualidade em que forem ajustados com os usuários;

III – deixar de portar, em local visível, o crachá de identificação;

IV – utilizar a identificação funcional de guia cadastrado fora dos estritos limites de


suas atribuições ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não cadastrados;

V – praticar, no exercício da atividade profissional, ato que contrarie as disposições


do Código de Defesa do Consumidor ou que a lei defina como crime ou contravenção;

VI – faltar a qualquer dever profissional imposto no presente Decreto;

VII – manter conduta e apresentação incompatível com o exercício da profissão.

Parágrafo único. Considera-se conduta incompatível com o exercício da profissão,


entre outras:

a) Prática reiterada de jogo de azar, como tal definido em lei;

b) A incontinência pública escandalosa;

c) A embriaguez habitual.

Art. 8° - Pelo desempenho irregular de suas atribuições, o Guia de Turismo,


conforme a gravidade da falta e seus antecedentes, ficará sujeito às seguintes penalidades,
aplicadas pela EMBRATUR:

I – advertência;

II – cancelamento do cadastro.

§ 1° - As penalidades previstas neste artigo serão aplicadas após processo


administrativo, no qual se assegurará ao acusado ampla defesa.

§ 2° - O Guia de Turismo poderá, independente do processo administrativo a que


se refere o parágrafo anterior, pelo desempenho irregular de suas funções, vir a ser punido pelo
seu órgão de classe.

Art. 9° - Os Guias de Turismo já cadastrados na EMBRATUR terão prazo de 120


dias, contados da data da publicação deste Decreto, para proceder a seu recadastramento,
mediante apresentação dos seguintes documentos:

I – cópia do crachá emitido pela EMBRATUR;

II – ficha de cadastro, segundo modelo fornecido pela EMBRATUR, devidamente

Agenciamento e Guia 29
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

preenchida, acompanhada dos documentos comprobatórios das informações fornecidas.

Art. 10° - A EMBRATUR expedirá normas disciplinando a operacionalização do


cadastramento e classificação dos guias de turismo e definirá a aplicação das penalidades de
que trata o art. 8°, estabelecendo as circunstâncias atenuantes e agravantes.

Art. 11° - A EMBRATUR em ato próprio, instituirá o modelo de crachá de identificação


profissional a ser utilizado no desempenho da atividade regulamentada neste Decreto.

Art. 12° - Este Decrete entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 1° de outubro de 1993; 172° da Independência de 105° da República.

ITAMAR FRANCO

José Eduardo de Andrade Vieira

(Publicada no Diário Oficial da União n° 189, de 04/10/93, Seção I, Pág. 14782)

Agenciamento e Guia 30
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

6. GUIA DE TURISMO: PROFISSÃO DO FUTURO

Mercado busca cada vez mais profissionais capacitados

Uma boa opção para a formação dos jovens que encerram o ensino básico pode ser
a carreira de guia de turismo. Uma atividade em que se pode visitar lugares diferentes e
conhecer gente nova, com salários razoáveis e boas ofertas de empregos.

Para ser guia de turismo (não confundir com guia turístico, que são as publicações
com rotas e roteiros de viagens), porém, é preciso sacrifícios como trabalhar nos finais de
semana e feriados, se ausentar do convívio familiar, além de investimentos em cursos. Mesmo
assim, compensa.

O turismo é atualmente a atividade econômica que registra os maiores índices de


crescimento no Brasil. Para se ter uma idéia, o país saiu do modesto 43° lugar para a posição
de 30° colocado no ranking da OMT – Organização Mundial de Turismo – no quesito vinda de
turistas estrangeiros.

Se o mercado cresce, a procura pelos profissionais especializados também aumenta


na mesma proporção. A EMBRATUR conta com cerca de 11 mil guias cadastrados em todo o
país que, segundo a própria empresa, são insuficientes para atender a demanda atual.

Como funcionam

No Brasil, a maioria dos guias de turismo trabalha como autônomos, prestando


serviços para as agências, empresas ou escolas. Para trabalhar são obrigados a terem o
registro (cadastro) da EMBRATUR e são obrigados a recolher INSS (Imposto Nacional de
Seguridade Social) e o ISS (Imposto sobre Serviços).

A época em que os guias de turismo mais trabalham (e ganha mais) é sem dúvida
durante as férias escolares. Outros grandes atrativos são os eventos anuais como o carnaval e
festas regionais como Oktoberfest, por exemplo. No entanto, durante o restante do ano
também não falta trabalho.

Guias de turismo ganham de acordo com o número de horas ou dias trabalhados


(diárias). Os que atuam regionalmente podem ganhar até R$ 50 por dia (média ponderada de
acordo com a oferta de trabalho) na região de Bauru – SP.

Os que atuam nacionalmente recebem cerca de R$ 21 por hora; e os internacionais,


U$ 100 por cada dia de trabalho, segundo dados das agências consultadas no estado de São
Paulo. Mesmo assim, a maioria dos guias que atuam no mercado reclama que os salários são
baixos para o tipo de serviço prestado.

6.1. Classificação de Guias

Agenciamento e Guia 31
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

 Guias regionais: Classificados pela EMBRATUR como “receptivos”, são


aqueles especializados na cidade e no Estado onde atuam. Recepcionam o turista que
visita a região. Também conhecido como guias locais. Realizam transfer, city tour, e
viagens dentro do seu Estado. Destacam-se por serem grandes conhecedores de seu
Estado: geografia, história, eventos, locais de entretenimentos e lazer, gastronomia,
aspectos culturais, onde comprar, singularidades regionais, etc.

 Guias nacionais: São aqueles que se responsabilizam pelo


desenvolvimento de uma viagem, tem conhecimento genérico sobre lugares visitados,
dar informações, promove animação, coordena programações de visitas e passeios, city
tours, compras, refeições, horários, acomodação, hospedagem, integração e
organização dos turistas durante a viagem em todo o território nacional e MERCOSUL.
Necessita de guias locais (regionais) e especializados para complementaridade de seu
trabalho, estando sempre a seu lado para informações sobre o grupo.

 Guias internacionais: Realizam todas as funções dos guias regional e


nacional, em aspectos genéricos, além de atuar como intérprete. Devem conhecer no
mínimo uma segunda língua.

 Guias especializados: São especialistas em determinado atrativo turístico,


natural (florestas e reservas ecológicas, montanhas) ou cultural (patrimônios, museus,
arte barroca mineira, artesanato e folclore).

Independente da escolha, o candidato à guia de turismo deve ainda ter uma boa
bagagem cultural, disposição para trabalhar nos mais variados horários, manter sempre uma
aparência saudável e de acordo com a proposta, além de se preocupar sempre com a
integridade e harmonia do grupo. Para garantir um bom desempenho profissional é preciso,
além do Curso Técnico em Turismo exigido pela EMBRATUR, estar bastante atento às
novidades do segmento turístico como um todo e se reciclar sempre. Boa viagem.

Guia é (segundo Aurélio Buarque, no que diz respeito à profissão); ato ou efeito de guiar;
pessoa ou profissional que acompanha turistas, viajantes, etc. chamando-lhes atenção pelo
caminho por onde seguem e dando informações sobre ele e sobre as obras de arte, edificações
ou coisas importantes com que vão se deparando. Guiar é servir de guia, orientar, proteger,
amparar, socorrer, aconselhar, levar a..., conduzir, encaminhar, dirigir...

Guia de turismo é (segundo a Lei 8.623/93, que dispõe sobre a profissão de guia de turismo e
o decreto 946/93 que a regulamenta): o profissional que devidamente cadastrado no Instituto
Brasileiro de Turismo – EMBRATUR, exerça atividades de acompanhar, orientar e transmitir
informações a pessoas ou grupos, em visitas, excursões urbanas, municipais, estaduais,
interestaduais, internacionais ou especializados.

Agenciamento e Guia 32
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Guia de turismo é (na prática): o emissário de uma cultura, o realizador de um sonho, o


condutor da segurança, o pacificador, o porto seguro do turista, o promotor da alegria.

6.2. Conscientização do Guia

A conscientização do Guia consiste em estar plenamente ciente de que dele


dependerá o sucesso da viagem e a realização dos sonhos de seus passageiros. Será ele que
fará a entrega do produto ao cliente, ou seja, a mercadoria que foi comprada na agência de
viagem ou operadora, por uma grande soma de dinheiro, dias ou até meses antes, sendo que
no ato da compra, o cliente recebeu apenas recibos, papéis. O Guia, durante a viagem estará
fazendo esta entrega, e se o produto comprado não corresponder a expectativa do sonho do
passageiro, este se frustrará, se sentirá lesado e a conseqüência natural desta insatisfação
será diretamente refletida na imagem da empresa, gerando problemas a todos.

O Guia no comando do seu grupo tem a mesma atuação que um maestro regendo
uma grande orquestra composto por músicos de diferentes experiências, idades e expectativas.
Sendo que, assim como o maestro, ele regerá sua orquestra, sempre dará o tom e fará com
que todos toquem harmoniosamente. O mérito nunca será dos componentes, mas sempre do
regente. O Guia tem em suas mãos o sucesso ou o fracasso de uma viagem. Dele dependerá,
exclusivamente, que estes passageiros retornem felizes ou frustrados. Não existem grupos
fáceis ou difíceis, complicados, existem sim os bons guias e os maus guias.

O grupo é o espelho do guia. Todas as suas atitudes, sentimentos e ações serão


observadas e captadas por antenas muito sensíveis, provocando imediatamente uma reação
positiva ou negativa. Seu comportamento sempre será julgado e avaliado e, tal como a imagem
refletida no espelho, o grupo adotará a mesma conduta. Qualquer deslize ou perda de controle
de uma situação causará grandes danos ao grupo, ao Guia e à empresa que o contratou.
Procure sempre resolver os problemas técnicos, usando de calma e nunca entrando em
pânico, ainda que a situação seja assustadora.

Assim como os comissários de bordo são o referencial dos passageiros a bordo de


um avião, quando este apresenta alguma irregularidade, a primeira reação de todos é olhar
para eles; Se o seu semblante estiver calmo, todos se tranqüilizarão... O guia é sempre p
referencial do passageiro. Se este se descontrolar, todos se descontrolarão, e a situação se
transformará num caos. O fato do Guia se rum grande conhecedor do local e de sua história
não o credencia a guiar, é necessário ainda o carisma, a sedução, a calma transparente. São
precisos treino e conscientização de sua função.

6.3. Atividades desenvolvidas

O transfer: O traslado é o deslocamento de turista do terminal aéreo, rodoviário ou portuário


Agenciamento e Guia 33
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

ao meio de hospedagem ou vice-versa.

O transfer in: é a atividade de recepção aos turistas que desembarca em nossa cidade,
fazendo o percurso do aeroporto, rodoviária ou porto ao meio de hospedagem. No trajeto dá
informações gerais sobre o Estado/Cidade (clima, população, tamanho territorial, perfil da
sociedade), entretenimentos, localização e o meio de hospedagem, o que compõe o pacote
adquirido pelo turista, sedução para compra de opcionais, etc.

O transfer out: é a atividade de assessoramento ao turista na saída deste meio de


hospedagem e o deslocamento ao aeroporto, rodoviária ou porto. Aqui deve-se processar os
agradecimentos pela visita em nome do Estado, empresa e o seu, dá-se as informações sobre
o embarque, guichês, horários, onde de encontram os toaletes, sala de embarque e os
lembretes sobre a bagagem.

City tour: é um passeio que irá contemplar cada ponto de um local, revivendo fatos curiosos
dos pontos turísticos que dão identidade à cidade visitada. O city tour pode ser panorâmico ou
baseado (com descida, in loco). O city tour varia muito em tempo de duração, depende da
agência e o que foi proposto no pacote adquirido, principalmente se este tiver descidas, visitas,
etc. Se este for panorâmico deve ter uma duração de 2 horas à 2 horas e meia.

By night: é uma atividade de entretenimento realizada a noite, seja um show, um city tour, um
jantar, um cinema, uma visita a museus, a um centro temático, a uma praça, a festas, a forrós
etc.

Viagem sem pernoite: é uma viagem para um percurso não prolongado, poderá ter paradas
de reconhecimento no trajeto ou ir direto para o destino. Deve-se buscar sempre um local que
sirva como ponto de apoio para que o turista possa encontrar o guia sempre que necessário.
Este ponto de apoio deve ser do conhecimento de todos os turistas, pode ser um restaurante,
um saguão de hotel, local destinado a visitantes etc.

Viagem com pernoite: pode ter ou não um percurso longo, depende do tempo que irá ser
destinado à excursão. Em viagem deve-se trabalhar o sentimento de solidariedade,
cooperação, participação, entretenimento, valorização do lugar visitado, respeito às diferenças
e a alegria.

Agenciamento e Guia 34
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

7. A COMUNICAÇÃO

“ A comunicação é um processo natural,


ligado a uma arte, a uma tecnologia, a um sistema e a
uma ciência social. Ela ensina, vende, distrai, entusiasma,
dá status, constrói mitos, destrói reputações, faz rir, faz
chorar, reduz a solidão, etc.” (Severiano Lucena)

O guia tem dois grandes trunfos para ser vitorioso: o conhecimento e a habilidade da
comunicação.

O grande Cícero, mestre orador da dialética dignificava qualquer assunto de maneira


elegante, ornada, persuasiva, levando em conta o objetivo, tirando proveito das circunstâncias
e sabendo agradar os ouvintes. São os conhecimentos que constituem a base intelectual da
eloqüência. O falar é dom, entretanto todos podem ter o dom da oratória, desde que estejam
dispostos a treinar e estudar ininterruptamente.

A expressão verbal, a palavra, é o maior veículo da comunicação e associada a


expressões não verbais como tom de voz, os gestos, a expressão do rosto, a postura do corpo,
o mo de movimentar-se, dá a expressão verbal a real dimensão significativa da mensagem que
se quer transmitir. A palavra nestes casos adquire força, alma, vida, sendo transmitida com a
intenção do pensamento e sentimento. As expressões não-verbais, facilmente, podem também
desvirtuar o significado da palavra.

As palavras devem ser bem articuladas. A boa postura e aparência impecável


denotarão um significado positivo, o que já é um grande passo dado. A mensagem deve ser
transmitida com entusiasmo. Redundâncias e profilaxia apenas atrapalham. Toda fala tem
início, meio e fim, seguindo uma seqüência lógica de idéias e não esquecendo de ser
espirituoso. Ao falar tenha criatividade, habilidade, objetividade, entusiasmo e vocabulário
próprio para o perfil de seu interlocutor (erudito, coloquial, técnico). Evite vocabulário que não
se adéqüe ao seu interlocutor, que muitas vezes dificulta a interpretação da mensagem, sendo
o coloquial o melhor compreendido. Uma fala tem seu valor pelo conteúdo (idéias), pela sua
composição (forma) e pela sua elocução (ação). São elementos importantes que constituem
uma comunicação a palavra e o tom de voz.

Aprender a cuidar bem da voz:

“A voz é o instrumento fundamental na apresentação oral. Por isso, ela não só


merece como exige uma atenção especial. A voz saudável é limpa, natural, clara e, por isso,
aprazível ao ouvinte”, ensina a fonoaudióloga Janete Mayer, que há 27 anos trabalha com
estética vocal. A voz pode fazer o diferencial, é a fala com tecnologia e arte. Está sempre à
disposição, quando é convocada; “Você é a sua voz”, lembra Janete. Entre os principais

Agenciamento e Guia 35
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

cuidados para manter a voz saudável estão: beber dois litros de água por dia, umedecer os
ambientes, evitar cafeína, o álcool e o fumo; proporcionar ao corpo exercício físico, boa
alimentação e sono equilibrado. A rouquidão pode indicar alteração na voz e é essencial
empregar sempre um volume moderado da voz. Na prestação de serviços, todas as empresas
podem oferecer a mais moderna tecnologia na comunicação, mas é nos seres humanos,
especialmente nas suas vozes, que está a empresa: na alma e coração é que reside o grande
diferencial em um serviço de atendimento ao público. É necessário mais que tecnologia ou
ambientes luxuosos em locais privilegiados, é preciso pessoas preparadas e sensíveis, para
lidar com o cliente.

A voz transmite muito mais que palavras, ela exprime nossos sentimentos mais
ocultos e nos caracteriza perfeitamente. Características como a articulação, a entonação e a
velocidade de fala também ajudam para que isso aconteça. Apenas ouvindo a voz de alguém
podemos supor o sexo, a idade, a raça e o nível sócio-econômico-cultural da pessoa. As vezes
até imaginamos que o falante é gordo ou magro, alto ou baixo, bonito ou feio. Mais ainda,
formamos conceitos sobre a personalidade dele: é agressivo, calmo, ansioso, distraído,
afetuoso... Você já pensou nas características da sua voz? É uma voz agradável para você? É
confortável produzi-la ou lhe traz fadiga, garganta seca, dor, ardume na garganta? As pessoas
o compreendem ou sempre pedem para você repetir o que falou? Sua voz é apropriada para a
atividade profissional que você desenvolve? Se você estiver tendo dúvidas sobre a efetividade
da sua comunicação ou perceber rouquidão por mais de 15 dias seguidos ou desconforto ao
falar, procure um médico otorrinolaringologista e uma fonoaudióloga. Cuidar da voz é cuidar da
sua saúde e da sua imagem! Valorize-se, valorize sua voz! Caetano Veloso canta o louvor a
voz:

Minha Voz, Minha Vida / Minha voz, minha vida

Meu segredo e minha revelação

Minha luz escondida

Minha bússola e minha desorientação

Minha voz é precisa

Vida que não é menos minha que da canção

Por ser feliz, por sofrer, por esperar eu canto

Por ser feliz, pra sofrer, para esperar eu canto / Meu amor, acredite

Que se pode crescer assim pra nós

Uma flor sem limite

Agenciamento e Guia 36
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

É somente porque eu trago a vida aqui na voz...

7.1. A entonação

“As palavras podem ferir mais que


punhais e o tom mais que as palavras.”
(Frederico da Prússia)

Ao emitir uma mensagem se confia em que o significado que se dá ao interlocutor se


ajuste ao emissor, é a entonação que delata o sentimento, o estado emocional, o conhecimento
e o que motiva a escuta. A credibilidade do que se diz está na entonação dada a mensagem.

Tons que acentuam a comunicação:

 Tom baixo – demonstra insegurança

 Tom alto – demonstra agressividade, querer aparecer

 Tom médio - indicado

Temos ainda os tons:

 autoritá
rio
 brincal
 formal hão
 choros
 deboch  insinua o
ado nte
 de
 meigo escárnio

 tenso

Agenciamento e Guia 37
São elementos da comunicação: o emissor, o receptor, a mensagem e a circunstância.

O emissor, o guia - tem obrigação de transmitir informações e seus clientes,


portanto elabora uma mensagem a partir de fontes de documentação, experiência,
conhecimento, etc.

O receptor, o cliente - a quem se acompanha, o qual recebe a informação


emitida, e cuja mensagem ele decodifica.

A mensagem – cujo significado pode ser compreendido por todos.

A circunstância – o momento e o contexto em que se produz a transmissão


da mensagem.

Obstáculos à comunicação:

§ Do emissor:

- a voz não adequada (afônica, monótona, falta de voz, pronúncia...)

- não falar alto

- falar rápido demais

- uso de gírias e ou termos técnicos

- não usar inflexões adequadas para enfocar melhor a mensagem

- não fazer as pausas necessárias

- não utilizar os gestos no auxílio à comunicação

- não adequar a mensagem ao tipo de cliente

- não detectar as reações do cliente e a real necessidade de feed back

- não decodificação do idioma

§ Do receptor:

- ter deficiência auditiva

- estar distraído

- estar cansado

- não compreensão da língua

- grupo muito fechado, com outros interesses


- adiantar-se as explicações

- as perguntas que interferem

§ Na mensagem: § Da circunstância:

- mensagem não clara - o microfone não funciona

- mensagem longa, cheia de entre-cortes - muito barulho

- meia mensagem - agentes climáticos

Obs.: No permita que estes obstáculos interfiram na sua comunicação, elimine-os.

7.2. Os gestos

Os gestos são excelentes auxiliares à palavra na comunicação. Muitas vezes eles a


substituem totalmente. Existe um acentuado número de expressões gestuais de conhecimento
global, que é incorporado à fala ou na ausência desta. Exemplos:

 acenar com a mão

 dedo indicador sobre os lábios

 dedos indicador e maior de todos em forma de V

 dedo polegar para cima

 bater com a mão na fronte

 levantar o dedo indicador

 gesticular com o braço dobrado e punho fechado

 beijo na mar

 braços que se cruzam em movimentos laterais acima da cabeça

 levantar os ombros

 etc.

Outras expressões corporais que falam e nem sempre não conscientes:

· braços cruzados · olhar o relógio · fechar a mão em punho

· andar de um lado para o outro · roer as unhas · cobrir a boca com a mão

· balançar a cabeça de um lado · cruzar as pernas e · segurar o queixo


para o outro · balançar os pés · ficar batucando

· inclinar a cabeça · coçar a cabeça · cruzar e descruzar as pernas

· agitar o punho · levantar os ombros · gesticular muito

· tocar as pontas dos dedos

As faciais também falam (inconscientes):

· sorriso insosso · franzir a testa · olhos baixos

· riso frouxo · soprar o nada · cabeça erguida

· olhar nos olhos · cabisbaixo · olhar sobre os óculos

· levantar a sobrancelha · olhar para cima · lábios entreabertos

· arregalar os olhos · coçar o nariz · morder os lábios

A comunicação eficiente deve ter um acompanhamento que determine se o


significado da mensagem foi realmente entendido:

· fazer o uso de feed back · simplificar a linguagem

· regular o fluxo da informação · reprodução fidedigna da informação

· regular a quantidade da informação · evitar repasses de boatos

· dar qualidade a informação · saber ouvir

Como saber se você está se comunicando? É importante que você faça esta série
de perguntas que lhe darão um diagnóstico sobre a sua comunicação. Falo o bastante forte
para ser ouvido por todos?

- Tento de todos os meios evitar a monotonia?

- Adapto a minha mímica ao sentido da fala?

- Sou suficientemente claro, estão me entendendo?

- O microfone funciona corretamente?

- Falo algo que capta a atenção de meus clientes?

- Estou adequadamente apresentado, quanto a indumentária?

Se você não presta atenção a estes detalhes, não está se comunicando, como se
espera de um guia, está simplesmente pronunciando palavras ou está exercendo a
comunicação unilateral, que se limita a uma informação que tanto faz o cliente escutar ou não,
atitude inapropriada a figura de um guia.

7.3. A Gíria

A gíria é uma fonte de comunicação que nascei espontaneamente dente grupos e


muitas delas foram facilmente incorporadas na linguagem coloquial. É uma linguagem,
preferencialmente, usada pelos jovens. Porém é aconselhável prudência, principalmente, para
as expressões menos conhecidas, a fim de não tornar sua fala vulgarizada.

Texto em gíria:

Mineirinho foi condenado a 180 anos. Na sua declaração diante de todos os


advogados, delegados, agentes de polícia, comissários de polícia, no Rio de Janeiro em 1946,
o juiz perguntou-lhe: rapaz exponha sua história. E ele disse: senhor doutor, o patuá é o
seguinte: Depois do giro da coitadinha eu resolvi esquiar e procurar uma abrocha que
preparasse a minha marmita e amarrotasse o linho no sabão. Depois de circular pela rua,
abasteci a caveira, troquei um níquel por um JB e guardei com cobertor e saí espairecendo.
Nisso veio um pára-queda se abrindo, eu dei a dica, ela pulou e eu me aproximei. Mas não
notei que ela vinha comboiada por um carneiro. Nisso tive dúvidas, eu não nasci homem e ele
caiu, mas ele era mais forte do que eu. Não tive dúvidas, eu não nasci para gato Félix e nem
tenho vocação papa presunto, queimei-lhe duas espoletas, mas a cor do meu terno não
combinava com o escarlate, dei o fora. Tomei uma borracha branca e desci no fim do carretão.
Mas faltavam quinze para cor de rosa. Tive uma orientação e virei-me a frente de um Chinatoo.
E para lá me dirigi. Chegou um selve serve que me questionou: que quer o senhor? Eu disse:
dois cotocos e um redondo, um prato amaciado e algumas fritas e uma loura bem gostosa.
Levei a mão na caveira, comi, fiquei cheio. Levei a mão na traseira e disse: Selve serve, estou
duro! Tem que falar com o Didilherme. Papo vai, papo vem, chamou-me à prova na rua. Aí não
tive conversa, tomei-lhe uma branquinha e fiz uma avenida na epiderme da cara do homem.
Ele caiu por terra e ficou do tipo América. Porém, um dedo duro me apontou a uns xipófagos,
que disseram: isto é um malandro do morro e não quiseram nem uma palavra e me levaram e
o senhor sabe que um homem como eu não podia estar atrás das grades.

7.4. Requisitos de um Guia

· Liderança · Preciso

· Conhecimento do seu papel · Comunicação carismática

· Manter-se atualizado · Máxima discrição

· Gentileza e cordialidade · Boa percepção

· Comportamento irrepreensível · Coragem

· Disponibilidade · Persuasivo
· Gostar de estar com o outro · Disciplina

· Humildade · Higiene pessoal aprimorada

· Honestidade · Senso organizativo e de limpeza

· Educação refinada, fineza · Admiração pelo que faz

· Solicitude · Segurança no que faz

· Rapidez na execução de tarefas · Saber ouvir

· Conciliador · Alegre

O primeiro contato com o turista é um momento crucial da atividade do Guia, porque


representa o caráter decisivo da empatia do turista pelo guia e pelo que ele representa, a
empresa e o lugar visitado. É bom lembrar que o turista é a razão constituinte da existência de
uma empresa, de uma política elaborada para atração deste e a continuidade de um processo
de desenvolvimento sócio-econômico de um lugar, em que se gera renda e emprego. Esse
momento deve ser encarado como um momento de gratificação para ambos, para o guia, a
grata satisfação da escolha do lugar visitado, para o turista a satisfação de encontrar um porto
seguro em terras alheias, o início da concretização de um sonho.

Características negativas que um guia, em relação ao turista, não pode possuir;

· Desconhecimento do seu papel · Desatenção

· Irresponsabilidade · Falta de valorização de suas raízes

· Prepotência · Medo

· Predileções · Intransigência

· Falta de educação · Curiosidade

· Impaciência · Desamor pelo que faz

· Intimidade · Lundus

7.4. Alfabeto Fonético Internacional

A - ALFA D - DELTA G - GOLFE J - JULIETE M - MIKE P - PAPA S - SIERRA V - VICTOR Y - YANKEE

B - BRAVO E - ECO H - HOTEL K - KILOMETRO N - NOVEMBER Q - QUEBEC T - TANGO W - WHISKY Z - ZULU

C - CHARLIE F - FOX I - INDIA L - LIMA O - OSCAR R - ROMEU U - UNIFORME X - XADREZ


Bibliografia

Título/Periódico Autor Local Editora Ano

Curso Técnico: Turismo, LANDIM, Julieta. Fortaleza CEFET - CE 2005


Agenciamento e Guia.
Disciplina: Teoria,
planejamento e prática de
guia.

Qualidade do atendimento DANTAS, José São Paulo Roca 2002


nas agências de viagens: Carlos de Souza
uma questão de gestão
estratégica.

Competência profissional AGUIAR, Maria de São Paulo Roca 2006


no turismo e compromisso Fátima Aguiar
social: coletânea do XXVI
CBTUR, Congresso
Brasileiro de Turismo

A Sociedade pós-industrial TRIGO, Luiz Campinas, SP Papirus 1998


e o profissional em Turismo Gonzaga Godoi

Lazer: Formação e atuação (org.) MARCELLINO, Campinas, SP Papirus 1995


profissional Nelson Carvalho

Elaboração Técnica

Tereza Neuma Martins de Abreu

Mestre em Gestão de Negócios Turísticos

Consultora Técnica

Ariel Ferreira do Nascimento

Digitação
Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

Você também pode gostar