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“O público interessa-se por pintura e música, por escultura e literatura, mas não

por arquitetura.” (pag. 51)

“A arquitetura corresponde a exigências de natureza tão diferentes que


descrever adequadamente o seu desenvolvimento significa entender a própria
história da civilização, dos numerosos fatores que a compõem e que, com a
predominância ora de um ora de outro mas sempre com a presença de todos”
(pag. 53)

“O templo grego não era concebido como a casa dos fiéis, mas como a morada
impenetrável dos deuses.” (pag. 65)

“(...) a civilização grega se exprimiu ao ar livre, fora dos espaços interiores e


das habitações humanas, fora mesmo dos templos divinos, nos recintos
sagrados, nas acrópoles, nos teatros descobertos.” (pag. 65 – 66)

“(...) no templo grego, o homem caminha apenas no peristilo, isto é, no corredor


que vai da colunata à parede exterior da cela.” (pag. 66)

“(...) poderíamos até concluir que muitos edifícios romanos não eram obras de
arte, mas nunca poderemos afirmar que não eram arquitetura.” (pag. 67)

“Seria fácil confrontar e opor uma das termas romanas com um templo grego e
demonstrar a total diversidade de uma postura arquitetônica que não encerra,
mas cobre o espaço.” (pag. 68)

“Em Roma, ao lado da necessidade técnica, que se tornou mais precisa devido
à escala monumental da arquitetura imperial, surge o tema social da basílica,
onde os homens vivem e agem segundo uma filosofia e uma cultura que
rompem a contemplação abstrata...” (pag. 69)

“(...) mas como é inadequada a pretensão de alguns historiadores estrangeiros


que desejariam tirar de Roma o mérito da sua originalidade espacial apenas
com base em alguns exemplos morfologicamente semelhantes de épocas
precedentes no Oriente.” (pag. 69)

“Fundamentalmente a arquitetura romana exprime uma afirmação de


autoridade, é o símbolo que domina a multidão dos cidadãos e anuncia que o
império existe, e é potência e razão de toda a vida. A escala da arquitetura
romana é a escala desse mito, depois dessa realidade, dessa nostalgia, não é
e não quer ser a escala do homem.” (pag. 70)

“A igreja cristã não é o edifício misterioso que guarda o simulado de um deus;


em certo sentido, tampouco é a casa de Deus, mas o lugar de reunião, de
comunhão e de oração dos fiéis.” (pag. 71)

“Também em S. Vitale, onde o sentido construtivo dos latinos resiste com oito
robustos pilares à ascese neoplatônica das igrejas orientais, toda a intenção
espacial consiste em dilatar o octógono, negar sua forma geometricamente
fechada e facilmente apreensível, ampliar indefinidamente.” (pag. 75)

“Ao contrário, o espaço bizantino dilata-se continuamente; existe nele um


elemento dinâmico conquistado através da cultura paleocristã, o uso dos
planos brilhantes, das vastas superfícies luminosas que agora se transformam
gradualmente em tapetes cromáticos.” (pag. 76)

“No entanto, o espírito contemporâneo, talvez porque nós também sofremos e,


no fundo, saboreamos um longo período de gestação, está particularmente
inclinado a amar as épocas de formação; nelas encontramos, sob a aparente
decadência, temperamentos robustos e corajosos de artistas que voltam a
propor o problema da arquitetura de uma forma global.” (pag. 77)

“Diferenciada nas tendências dos vários países e, dentro de cada país, nas
cem escolas locais, a arquitetura românica constitui, depois do final do
Impérico, o primeiro período em que a civilização de toda a Europa se agita
sincronicamente em nome de uma mesma renovação do conjunto
arquitetônico.” (pag. 80)

“O organismo românico manifesta-se especialmente através de uma métrica


que tem o seu paralelo exato no aparecimento simultâneo da métrica na poesia
literária.” (pag. 90)

“O conjunto românico torna-se mais leve e se estende, e, nos três séculos


seguintes, mesmo em pleno século XVI, na França, na Inglaterra e na
Alemanha, alcança o paroxismo da tensão, um feixe de ossos, fibras e
músculos, um esqueleto construtivo coberto de cartilagem imaterial.” (pag. 91)

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