Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Abstract: This article aims to understand the repercussions of the decisions of the
Federal Supreme Court (STF) in the application of the second instance for the
application of Brazilian Criminal Law. The instability in the application of law and
procedure has made the subject criminal debate not applicable to law and scientific
material. Behold, the length of the criminal process generates, in most cases, impunity
and the aggravation of structural violence. In vein, a change in the understanding of
the principle of presumption of innocence is discussed, in which the beginning of the
sentence request follows the decision in the second degree, considering that it is the
last instance that discusses the merits, the analysis of evidence and facts. In this
sense, the aforementioned work aims to discover which Brazilian position best suits
the legal system, considering the (neo) constitutional foundations that guide the
1
Ana Keren da Silva Cunha, Graduanda em Direito pela Universidade Potiguar – E-mail:
anakerensilva@yahoo.com.br
2
Orientador: Prof. Vicente Celeste de Oliveira Júnior. Curso de Extensão Universitária
(UnB/UERN/UnP). Graduado em Direito (UnB/UnP). Especialista em Direito Civil e Processo Civil
(UFRN). Especialista em Educação (UERN). Mestrado em Ambiente Tecnologia e Sociedade (Meio
Ambiente - UFERSA - dissertação: Direito e Inclusão). Mestrado em Educação (dissertação: Sistema
Prisional Federal - UERN). Cursa o Doutorado em Arquitetura e Urbanismo (tese: História da
Arquitetura, o Direito e o Poder - UFRN). Autor de livro (Brasília/DF) e autor de capítulo de livro pelo
Doutorado em Educação (UERJ). É citado em 452 artigos científicos no Brasil e exterior, segundo o
site: ACADEMIA (trabalhos acadêmicos e pesquisas). Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/8755911560333981 – E-mail: vicente.oliveira@unp.br
2
application of the right of the country, in which support for contestation is sought as
guarantees offered to the subjects in trial.
1 INTRODUÇÃO
3
“Quando o direito a liberdade individual entra em conflito com o direito à segurança pública, a solução é o
sopesamento entre os direitos. Cada caso concreto irá nos fornecer elementos para averiguar se deve
permanecer a liberdade do indivíduo ouo “poder-dever” do Estado de punir.” (MANO, 2018, p. 12).
3
meios e recursos a eles inerentes. Como também, ninguém deverá ser considerado
culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Desta maneira, o
legislador foi sucinto quanto às possibilidades do andamento do processo,
assegurando as garantias fundamentais ao acusado.
Todavia, nos primeiros anos de vigência da CF/88, o STF era favorável à
admissibilidade do início do cumprimento de pena antes do trânsito em julgado.
Nessas circunstâncias: HC 68.726 (Pleno, j. 28.06.1991 – leading case), HC 72.366
(j. 13.09.1995) etc. (REIS, 2022).
Posteriormente, a esses e outros entendimentos, o STF editou a Súmula 716:
“Admite-se a progressão de regime de cumprimento de pena ou aplicação imediata
de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença
condenatória”. Bem como, a Súmula 717: “Não impede a progressão de regime de
execução da pena, fixada em sentença não transitada em julgado, o fato de o réu se
encontrar em prisão especial”. Diante desses entendimentos, é possível identificar
que o STF se afasta da exigência do trânsito em julgado para a execução provisória
da pena. (THEU, 2020).
Não obstante, em momento ulterior, essa decisão foi alterada com o Habeas
Corpus 84.078 de 05 de fevereiro de 2009, por 7 x 4 ficando estabelecido que a
execução provisória da pena antes do trânsito em julgado da sentença condenatória
contraria o art. 5º, LVII da Constituição (SILVA, 2018). Nesse sentido:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência
de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação
ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (CPP,
1941, online).
Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em primeira e segunda instância pela prática do
crime de corrupção e lavagem de dinheiro. A Suprema Corte negou o pedido do
Habeas Corpus, preservando o entendimento estabelecido nos precedentes
anteriores (HC 126.292, ADCs 43 e 44, medida cautelar e ARE 964.246), por votação
de 6 x 5, autorizou o início do cumprimento da pena proferido em segundo grau de
jurisdição, afirmando não haver o comprometimento do princípio da presunção de
inocência.
Por fim, o STF alterou novamente o entendimento, decidindo em acordo com o
trânsito em julgado, para haver o início do cumprimento de pena, não sendo possível
a execução provisória de acórdão penal condenatório proferido em segunda instância,
mesmo estando sujeito a recurso especial ou extraordinário.
No julgamento de mérito das ADCs 43, 44 e 54, reafirmou a constitucionalidade
do art. 283, CPP, nos moldes do art. 5º, LVII, CF/88. Em conformidade com a nova
redação dada através do Pacote Anticrime, Lei 13.964/2019. Nesse sentido:
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem
escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência
de prisão cautelar ou em virtude de condenação criminal transitada em
julgado. (CPP, 1941, online).
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, colocando a temática ainda em maior evidência.
Esses elementos são destacados por Saldanha (2018), na análise da decisão da
Corte, pelo que:
Ou seja, por mais que sejam identificadas manobras políticas frente ao caso
acompanhado, nacionalmente, este não feriu nenhum princípio, de fato. Isso porque,
cada ministro tinha a possibilidade, juridicamente falando, de entender os fatos do
caso a seu próprio teor.
O problema de todo esse contexto é a derrubada recente de todas as
acusações contra o ex-presidente Lula, sobretudo, porque na visão do então ministro
Edson Fachin, o ex-presidente não poderia ser preso, porque não esgotou todos as
suas possibilidades de recursos para sua defesa. É relevante destacar que o ministro
Edson Fachin foi um dos que votou contra o remédio constitucional, e caso seu voto
fosse contrário, o sujeito não teria sido encarcerado, já que bastava mais um voto
para mudar o cenário que se deu. (LEONARDO, 2021).
Neste sentido, aqueles que votaram a favor da prisão ficam em posição crítica,
incluindo o próprio Edson Fachin, que muda seu discurso, nacionalmente falando, já
4
“o princípio da presunção de inocência como expresso na Carta Política e nas Leis
Infraconstitucionais, garantindo ao acusado a possibilidade de recorrer da sentença em liberdade,
até esgotarem-se todas as instâncias recursais” (VIEIRA, 2018, p. 12).
12
que passam a ser vistos como partes integrantes de uma dificuldade, no cenário
político e judiciário, para tomar decisões assertivas.
Nessa perspectiva, considerando-se o caso do ex-presidente Lula, tem-se
que, no dia 08 de março de 2021, em julgamento do HC 193.726, o Min. Relator
Edson Fachin, por decisão monocrática, concedeu a ordem de habeas corpus para
declarar a incompetência da 13º Vara Federal de Curitiba para o processo e
julgamento das quatro ações penais, que tramitavam na respectiva Vara, contra o
ex-presidente Lula. Acerca disso, discorrem Anna Satie, Murillo Ferrari, Renato
Barcellos e Rafaela Lara (2021) que o ministro:
Fachin julgou que a 13ª Vara Federal de Curitiba, origem da Operação Lava
Jato, não era o órgão competente para julgar as ações que envolvem Lula.
A decisão inclui os casos do triplex do Guarujá, do sítio de Atibaia, da sede
do Instituto Lula e doações à instituição. Com esse movimento, Lula se torna
elegível novamente. A Procuradoria-Geral da República (PGR) recorreu da
decisão. (SATIE; FERRARI; BARCELLOS; LARA, 2021, online).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/politica/nr/2019/11/07/interna_politi
ca_nr,804560/stf-muda-de-posicao-e-volta-a-barrar-prisao-apos-condenacao-em-2-
inst.shtml. Acesso em: 15 mai. 2022.
PACELLI, Eugenio. Curso de processo penal. 18 ed. São Paulo: Atlas, 2014.
RANGEL, Paulo. Direito Processual Penal. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2003.
ROSSI, Amanda. Por 6 votos a 5, STF nega habeas corpus e abre caminho para
prisão de Lula. BBCNEWS, 2016. Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43639714. Acesso em: 15 mar. 2022.
MANO, Bárbara Pivotto Cabrera. Pena privativa da liberdade nos crimes contra
a ordem tributária. 2018. Disponível em:
https://dspace.mackenzie.br/bitstream/handle/10899/20679/BARBARA%20PIVOTTO
%20CABRERA%20MANO.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 15 junho.
2022.