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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

FACULDADE DE GEOGRAFIA E CARTOGRAFIA

RELATÓRIO - A BNCC DO ENSINO MÉDIO E O ENSINO DE


CARTOGRAFIA

Discente: Bruno Luiz Jesus de Sousa


Maycon Douglas R. do Nascimento
Thiago Thamyson Almeida
Nascimento
Aldo Albernas
BNCC NO ENSINO MÉDIO

Maycon escreveu

Como se compreende, a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), norteia os


diversos sistemas educacionais de ensino, se estabelecendo no que diz a
composição e organização da educação básica. Esta base que norteia os diferentes
níveis de ensino na educação brasileira, serve de parâmetro para orientar e
organizar os currículos dos ensinos: infantil, fundamental e médio.

A Base Nacional Comum Curricular, foi aprovada no dia 20 de dezembro de


2017, um documento proposto pelo MEC para orientar e organizar os diferentes
níveis/etapas da educação básica nacional.

A geografia escolar, como disciplina que está atualmente, presente no


currículo educacional da BNCC, veio a ser implantada desde o século XIX,
perpassando por normas e leis educacionais dos diversos governos e períodos
históricos do nosso país. Perpassando por governos ditatoriais (período histórico dos
governos militares), a Geografia serviu aos interesses ideológicos desses governos,
nos períodos de 60 a 70 do século passado.

Após a ditadura militar (e os governos ditatoriais serem depostos), a


Geografia passa a presentar em suas formulações, reflexões e produções teóricas,
um caráter crítico que deram suporte a novas propostas curriculares para a
Geografia no ensino básico, através de leis e parâmetros curriculares o final da
década de 1990. Com isso, os parâmetros curriculares (PCNs) propostos e
aprovados, tinham em suas proposições desenvolver e valorizar a
interdisciplinaridade entre as disciplinas no ensino básico.

Por fim, nos últimos cinco anos, a geografia como disciplina no ensino básico
se estabelece e se desenvolve com outras concepções que pretendem atender as
normativas e orientações da Base Nacional Comum Curricular – BNCC.

A Geografia no Ensino Médio de acordo com a BNCC


O presente resumo, tem como objetivo apresentar a contribuição
interdisciplinar que a BNCC estabelece á Cartografia, frente a proposta da inserção
de linguagens, no ambiente escolar compostas por tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDIC) com o proposito de desenvolver o pensamento
espacial, além do raciocínio geográfico, gráfico e cartográfico nas leituras de mundo.

Estruturado em três diferentes tópicos, no primeiro há uma detalhada


discussão, mensurada por textos e tabelas, acerca das competências e habilidades,
referentes à cartografia para a educação básica no Brasil proposta pela Base. No
segundo, apresenta-se os precedentes da Semiologia Gráfica e da Geovisualização,
que discute o Mapa como meio de comunicação e como meio de visualização.
Também, ineditamente traz uma evolução temporal da Geovisualização, organizada
em um mural virtual colaborativo e acessada por meio do QRCode,
contextualizando-a conforme os termos à deriva no âmbito científico. Por fim, no
terceiro tópico, traz-se alguns softwares, de fácil acesso aos professores da rede,
que possibilitam mediações apoiadas neste paradigma.

Ainda há uma práxis, composta por uma sequência didática que foi planejada
e estruturada tomando como base o encontro entre a Cartografia Escolar e a
Geovisualização, o que torna possível a elaboração de mapas com fins didáticos
dotados de processos interativos e de análise de dados.

Bruno escreveu:

A Base Nacional Comum Curricular possui como um dos seus fundamentos


pedagógicos, incitar o desenvolvimento de competências e habilidades para que os
alunos possam torna-se cidadãos capazes de atuar do mundo atual. A cartografia,
ou mais, a linguagem cartográfica tem um papel fundamental no que tange ao
desenvolvimento dessas competências e habilidades.

A palavra cartografia está presente em todo o documento apenas três vezes. A


primeira se refere a cartografia animada, presente no Campo das práticas de estudo
e pesquisa, que tem por objetivo “ampliar e qualificar a participação dos estudantes
nas práticas relativas ao estudo e à pesquisa, de forma significativa e na articulação
com outras áreas e com os projetos e escolhas pessoais dos jovens” (BNCC, 2016).
A proposta é fomentar a curiosidade intelectual e o desenvolvimento de uma
autonomia de estudo e de pensamento, principalmente por meio de cinco
habilidades que irão envolver um domínio progressivo, por etapas, e considerando e
contextualizando alguns procedimentos de pesquisa já vistos na BNCC do ensino
fundamental.

A segunda vez que a palavra cartografia aparece presente no documento é quando


trata da matemática em diferentes campos que serão abordados de maneira mais
consistente e serão definidos em pares de ideias fundamentais que irá requerer
articulação com vários campos da Matemática, como: álgebra, geometria e
probabilidade por exemplo. Áreas essas que são importantes para o
desenvolvimento do pensamento matemático. A cartografia está presente nos pares
Movimento e posição, em que, o uso das geotecnologias através de softwares que
interrelacionem movimento e posição podem também promover o desenvolvimento
dessas ideias, importantes em cartografia e na movimentação diária do cidadão
comum.

E por fim, a última vez que é falado em cartografia na BNCC do ensino médio, nos
remete ainda a área da Matemática e suas tecnologias. Agora ela se faz presente
em uma das cinco competências específicas dessa área, mais precisamente na
competência 5 que diz: “Investigar e estabelecer conjecturas a respeito de diferentes
conceitos e propriedades matemáticas, empregando recursos e estratégias como
observação de padrões, experimentações e tecnologias digitais, identificando a
necessidade, ou não, de uma demonstração cada vez mais formal na validação das
referidas conjecturas.” E na habilidade (EM13MAT509) que nos orienta a “Investigar
a deformação de ângulos e áreas provocada pelas diferentes projeções usadas em
cartografia, como a cilíndrica e a cônica.” Aqui, é notório a dimensão multidisciplinar
que a cartografia possui na BNCC do ensino médio.”

Presente também nas competências específicas das Ciências Humanas e


Sociais Aplicadas, a cartografia aparece basicamente como recurso que auxilia no
entendimento e no processo de “analisar processos políticos, econômicos, sociais,
ambientais e culturais nos âmbitos local, regional, nacional e mundial em diferentes
tempos, a partir de procedimentos epistemológicos e científicos, de modo a
compreender e posicionar-se criticamente com relação a esses processos e às
possíveis relações entre eles”
Os vários âmbitos, como diz o documento nos remete a diferentes escalas
para compreender de micro a macro processos, para isso, faz-se importante a
utilização de mapas para melhor compreender esses processor e estão previstos na
habilidade (EM13CHS103) que diz, “Elaborar hipóteses, selecionar evidências e
compor argumentos relativos a processos políticos, econômicos, sociais, ambientais,
culturais e epistemológicos, com base na sistematização de dados e informações de
natureza qualitativa e quantitativa (expressões artísticas, textos filosóficos e
sociológicos, documentos históricos, gráficos, mapas, tabelas etc.)” BNCC, 2016.

E também na habilidade (EM13CHS106) orientando-nos a “Utilizar as linguagens


cartográfica, gráfica e iconográfica e de diferentes gêneros textuais e as tecnologias
digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética
nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e
disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer
protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.”

Percebe nesta ultima uma maior utilização de sistemas de geoinformação no auxilio


para a compreensão de todos esses processos citados anteriormente.

Apesar de estar bem presente nas habilidades (EM13CHS103) e


(EM13CHS106) da Competência Específica 1 da Área de Ciências humanas e
sociais aplicadas, o uso da cartografia tornasse fundamental na compreensão de
questões étnicas, territoriais e fronteiriças, dos fluxos populacionais etc. presentes
em outras competências específicas ou mesmo processos ligados à natureza, que
pode ser bastante requerida no estudos de questões ambientais auxiliada pelas
ferramentas de geotecnologias.

REFERÊNCIA

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Versão Final.


Brasília: MEC, 2017.

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