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O bispo Faure
(sentado, ao centro),
acompanhado
de dom Tomás de
Aquino (à esquerda),
ordena o padre
Zelaya (ajoelhado),
no último dia 28:
cerimônia não
autorizada
FELIPE FITTIPALDI
REBELIÃO
NO ALTAR
Religiosos ultraconservadores instalados na Serra Fluminense,
entre eles um bispo inglês que nega o Holocausto, desafiam
a autoridade do Vaticano e atacam o papa Francisco
Pedro Moraes
FELIPE FITTIPALDI
afronta às determinações de Roma. No último dia
19, o padre francês Jean-Michel Faure foi consa-
grado bispo durante a festa de São José. No co-
mando da cerimônia estava o bispo inglês Richard
Williamson, um dos principais expoentes do tradi-
cionalismo católico. Com a consagração não auto-
rizada, Williamson e Faure estão automaticamente
excomungados por violar a lei canônica. Nem
eles nem seus companheiros parecem se importar
muito com isso. Em uma nova provocação, no úl-
timo sábado, 28, véspera do domingo de Ramos,
Faure ordenou padre o monge nicaraguense André
Zelaya de León, um dos nove internos do monas-
tério. “Nunca recebi nenhum comunicado de que
estou fora da Igreja, portanto me julgo capaz de
exercer minhas atribuições de bispo”, disse Faure
depois da celebração. O responsável pela institui-
ENRIQUE MARCARIAN/REUTERS
ção, o beneditino dom Tomás de Aquino Ferreira
da Costa, é bem menos político em suas declara-
ções. “Não seguimos a doutrina do papa. Ele é
menos católico que nós”, atacou.
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