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Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da

Universidade de São Paulo

Docente José Henrique de Hildebrand e Grisi Filho


VPS 1201 - Métodos Quantitativos em Medicina Veterinária

Influência da vida acadêmica no consumo de café


dos estudantes brasileiros

Discentes:
Sabrina Santana de Souza 12822184
Renata Felix Galdino 12726919
Mirela Soares Vilioti 11846769
Fabricio Akio Yoshida 12733640

SÃO PAULO

2021
INTRODUÇÃO
O café faz parte da família botânica Rubiaceae, sendo esta família constituída de
aproximadamente 500 gêneros e mais de 6.000 espécies. Dessa quantidade de espécies
diferentes, duas do gênero Coffea têm maior importância: a Coffea arabica (popularmente
conhecida como “café arábica”) e a Coffea canephora (ou “café robusta”). No mundo inteiro
o café é grandemente apreciado por muitos, sendo classificado como uma das bebidas mais
consumidas no mundo, no Brasil tal fato não é diferente, sendo bastante presente no cotidiano
do brasileiro.
Por causa desse grande consumo do café, vários pesquisadores têm levantado dúvidas
quanto aos seus benefícios terapêuticos e se existe algum risco em seu consumo. A partir
disso, várias são as pesquisas feitas que associam o café como precursor de doenças
cardiovasculares e cânceres, mas nada ainda muito fundamentado e que tenha uma grande
veracidade, porém estudos comprovando seus benefícios se mostram com valores bem
maiores que tais pesquisas sobre riscos hipotéticos. O fato é que seu consumo exagerado pode
sim causar problemas, assim como todo alimento consumido em excesso. Dentre os sintomas
pode-se citar a dor de estômago, tremores ou insônia.
O composto principal do café é a cafeína, que pertence a uma família de compostos
naturais denominadas xantinas, sendo classificada como uma droga psicotrópica que estimula
o sistema nervoso central. De forma geral, os seus efeitos sobre o corpo consistem em
aumentar o estado de alerta e reduzir a sensação de fadiga, como consequência a cafeína
aumenta a capacidade para realizar determinadas tarefas, evitar o sono e ampliar a
concentração. Porém é preciso tomar cuidado, pois como sendo uma droga ela pode causar
dependência.
Além disso, tal bebida é muito popular entre os jovens, principalmente os que são
estudantes. Isso se deve ao fato dos benefícios que ela permite ao ser consumida, pois
possibilita que o estudante tenha uma capacidade de estudo e concentração maior. Dessa
forma, o café se torna um aliado e também um inimigo dos jovens, sendo necessário um
consumo moderado, por causa que cafeína pode causar a tolerância, fazendo com que a
pessoa precise de doses cada vez maiores para sentir os efeitos da substância, portanto o
indivíduo se torna dependente e acaba prejudicando sua qualidade de vida.

OBJETIVOS
Estabelecer uma relação entre o consumo de café e a rotina de estudantes em
diferentes graus de escolaridade a partir da análise estatística de dados coletados entre alunos
de idades, gêneros e níveis escolares diversos, a fim de determinar uma possível ligação entre
a administração dos estudos e o consumo de cafeína e como essa substância pode afetar o
cotidiano do estudante.

MATERIAIS E MÉTODOS
Parte dos dados utilizados neste estudo foram coletados por meio da aplicação de um
questionário através do aplicativo de gerenciamento de pesquisas Google. Os dados foram
coletados em um período de 7 dias, resultando em uma amostra de 200 pessoas. A divulgação
e realização da pesquisa ocorreram de forma digital entre grupos de estudantes de diferentes
escolaridades, com enfoque maior aos universitários. Ademais, foram utilizadas informações
obtidas através do estudo realizado pela faculdade de saúde pública da USP, que definiu como
ideal o consumo diário de uma a três xícaras de café, com o intuito de promover benefícios à
saúde.
As planilhas e tabelas utilizadas na construção, representação e organização do estudo
foram elaboradas por meio do editor Microsoft Excel, assim como todos os gráficos e
cálculos foram realizados a partir do software R, com a extensão da biblioteca Rcmdr.
Visando a análise do consumo de café como algo cultural entre estudantes, foram
coletados os seguintes dados: idade, sexo, escolaridade, quantidade diária de café consumido,
motivações pessoais e época em que iniciou-se o interesse por café. Após o encerramento do
período de envio de respostas pelo questionário, todas as informações obtidas foram
organizadas em planilhas que permitiram uma visão geral dos dados coletados em relação às
variáveis, além da leitura correta pelo software R.
Para a análise da idade dos estudantes que participaram da entrevista, realizou-se o
cálculo das medidas de posição e dispersão. Os valores obtidos foram representados
graficamente por meio de um boxplot e um histograma da variável quantitativa idade.
A análise independente do gênero dos entrevistados baseou-se no teste de proporção
para uma variável. Tendo os resultados disponíveis, desenvolveu-se um gráfico de setores
para melhor compreensão.
Por sua vez, a relação entre a variável idade e o consumo de café foi realizada por
meio do desenvolvimento de uma tabela representando as faixas etárias e a frequência
absoluta de cada uma.
Em seguida, utilizou-se o teste qui-quadrado com o intuito de esclarecer a relação
entre a variável gênero e o consumo de café. Após esse processo, os dados foram organizados
em uma tabela.
A etapa seguinte deste estudo buscou determinar uma relação entre o consumo de café
e o estresse da rotina estudantil. Para tal análise, primeiramente foram elaboradas
representações gráficas do período em que se iniciou o consumo de café e a quantidade
consumida diariamente pelos entrevistados. Durante a segunda fase da análise em questão,
foram utilizados os testes t, Shapiro-Wilk, Kruskal-Wallis, Wilcoxon, e qui-quadrado.

RESULTADOS

Análise independente da idade dos entrevistados

Com objetivo de analisar o perfil dos entrevistados e relacioná-los ao consumo ou não


de café, foi acrescentada ao formulário uma pergunta sobre a idade dos entrevistados.
Primeiramente, a partir das idades coletadas através da pesquisa, organizou-se a
Tabela 1, apresentada abaixo, onde é possível analisar a média geral que é 21,5; o desvio
padrão de 6,0; os limites inferior (14 anos) e superior (71 anos) dos dados obtidos; o 1°quartil
(19 anos); a mediana de 20 anos; o 3° quartil (22 anos); e o intervalo interquartil de 3. O
número total de dados é de 200.
Tabela 1: Resumo numérico das idades dos entrevistados

Para melhor visualizar os dados obtidos no resumo numérico (quartis e mediana), foi
construído o boxplot representado abaixo (Gráfico 1) . Além disso, foi construído um
histograma, também representado abaixo, para melhor compreender a frequência absoluta das
idades dos entrevistados (Gráfico 2).

Gráfico 1: Boxplot representando a variável idade

Gráfico 2: Histograma representando a variável idade

Análise independente do gênero dos entrevistados


A segunda pergunta contida no formulário foi relacionada ao gênero dos
entrevistados, justificada pela possível relação do gênero ao maior ou menor consumo de
café.
Primeiramente, foi feito um teste de proporção de uma variável. No entanto, para tal
teste foram excluídas 5 respostas (4 cuja resposta era “prefiro não dizer” e 1 cuja resposta era
“agênero”), de modo a tornar a variável dicotômica.
A premissa para o teste de proporção de sucessos deve ser n * p > 10 E n * (1-p) > 10,
nesse caso a premissa é aceita e é feito o teste com o valor X de proporção equivalente a 0,5
(p=0,5). Obtivemos o p-valor igual a 0.0000003688 (IC 95% - 0.6137123; 0.7433561), de
modo a rejeitar H0. O teste pode ser visualizado de maneira resumida na tabela abaixo
(Tabela 2).

Tabela 2: Teste de proporção variável de gênero.

No gráfico representado abaixo, pode-se observar a quantidade de entrevistados, de


modo a considerar as respostas excluídas no teste de proporção. Com isso, a proporção dos
entrevistados foi de 133 do gênero feminino, 62 masculino, 1 agênero e 4 optaram por não
informar, tais dados estão representados no gráfico de setores abaixo (Gráfico 3)

Gráfico 3: Gráfico de setores variável de gênero.

Análise das idades em relação ao consumo de café

Com objetivo analisar a relação entre idade e consumo de café, foi construída a tabela
apresentada abaixo, onde as idades foram agrupadas em faixas etárias e pôde-se observar a
frequência absoluta de cada uma das faixas, juntamente com o consumo de café (Tabela 3).
Tabela 3: relação faixa etária X consumo

Análise do gênero em relação ao consumo de café

Para analisar a relação entre o consumo de café e o gênero dos entrevistados, foi
construída a tabela de dupla entrada representada abaixo (Tabela 4) e realizado um teste
qui-quadrado de Pearson (Tabela 5). A partir disso, foi obtido um p-valor igual a 0,2202. A
hipótese nula (H0) de que as proporções são iguais foi aceita, demonstrando que as variáveis
são independentes, ou seja, o consumo de café não depende do gênero do entrevistado.

Tabela 4: Demonstra a relação entre o gênero dos entrevistados e se costumam tomar café ou não.

Tabela 5: Teste qui-quadrado entre as variáveis gênero e consumo de café.

Análise do momento em que surgiu o interesse pelo café

Para entender se o estresse da vida estudantil influencia uma tendência ao estudante a


tomar café, primeiro é preciso avaliar em que momento os estudantes decidiram implantar tal
ato em seus cotidianos. A partir disso, uma das perguntas realizada no formulário foi o
momento em que o participante teve interesse pelo café, com isso as respostas para tal foram
as das mais variadas, desta forma, para se interpretar os dados obtidos realizou uma
organização destes dados em um gráfico de barras em que mostra a frequência de cada
resposta dos participantes nesta pergunta, como se pode ver no gráfico 4.
Gráfico 4: Representa em que fase se deu início ao consumo do café pela frequência. A variável “Não toma”
representa as pessoas que em nenhum momento tiveram interesse pelo consumo da bebida. “Ensino
fundamental”, “Ensino médio”, “Vestibular” e “Ensino superior” correspondem à fase de estudos em que os
candidatos optaram pelo consumo. “Outros” são indivíduos que tiveram influências diferentes de alguma fase
estudantil para o consumo da bebida.

A partir do gráfico é perceptível que mesmo a grande parte dos entrevistados estarem
cursando o ensino superior atualmente, a maioria iniciou cedo no consumo da cafeína (ensino
fundamental/médio). Além disso, o total de respostas para pessoas que iniciaram o consumo
em alguma fase estudantil equivale a 133 respostas (66,5% do total de respostas), já para os
que não tomam café são 63 (31,5%) e por outros motivos houve apenas 4 respostas (2%).

Análise das xícaras de café consumidas

A partir das xícaras de café é possível ver qual é o número médio consumido pelos
estudantes, além de analisar a quantidade de pessoas que consomem de forma exagerada, tal
distribuição pode ser observada no gráfico 5.

Gráfico 5: frequência da quantidade de xícaras de café consumidas por dia pelos entrevistados
Pela análise do gráfico que contém 134 respostas é visível que a maior parte das
pessoas responderam que consomem de uma a duas xícaras de café por dia, além disso, desse
total de entrevistados, 29 consomem mais do que 3 xícaras (aproximadamente 22% do total)
e 6 (aproximadamente 4,5%) consomem mais de 6 xícaras de café, sendo um consumo
exagerado, pois o recomendado é a ingestão de no máximo 3 xícaras por dia.

● Relação da média consumida com a média da população:


Com os dados obtidos, pode-se estabelecer um teste para averiguar se os jovens que
estão em fase de estudo consomem mais ou menos que a média brasileira, que, de acordo com
o IBGE o consumo médio é entre 3 a 4 xícaras de café diariamente. A partir do teste t
elaborou as seguintes hipóteses:

H0: Consumo médio da amostra é igual a da população.

H1: Consumo médio da amostra não é igual ao da população.

Tabela 6: Teste t para ver se os jovens consomem mais ou menos que a média brasileira

Através do teste t houve evidências que a média da nossa amostra foi menor que a da
população, indicando que os estudantes bebem menos café que a população.

● Relação do consumo exagerado do café com a da população:


A bebida pode ser um aliado na maioria dos casos, porém o consumo exagerado pode
gerar complicações como dor de estômago, tremores ou insônia. A partir dos dados obtidos
pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) em uma pesquisa contendo 4.200
pessoas, 30% deste total bebe mais do que seis xícaras de café diariamente, enquanto que na
nossa pesquisa aproximadamente 4,5% bebe mais do que seis xícaras. Assim é realizado um
teste de Shapiro-Wilk para determinar se nas duas pesquisas:

H0: A distribuição é igual a uma distribuição normal.

H1: A distribuição não é igual a uma distribuição normal.

Em seguida é realizado um teste wilcoxon (amostras pareadas) para visualizar se:

H0: As medianas são iguais.

H1: As medianas não são iguais.


Tabela 7: Testes de Shapiro-Wilk e Wilcoxon para levantar evidências para uma hipótese.

A partir dos testes há evidências de que as medianas das duas pesquisas são diferentes,
pois a pesquisa da ABIC se aproxima com a população que tem um consumo maior, já a
nossa destina-se aos mais jovens que tem um consumo menor, assim o nosso gráfico é mais
deslocado para direita, desta forma ao se comparar valores mais extremos à esquerda a
população terá uma maior porcentagem de indivíduos enquanto que a dos jovens nessa região
será menor.

Motivos que levaram ao consumo de café

Na pesquisa também foi perguntado sobre os seus motivos (tabela 8), a partir disso é
possível estabelecer uma relação com o início do consumo de café pelos estudantes e desta
forma analisar se a fase de estudo em que os participantes se encontravam na época resultou
em mais motivos ou não para o início do consumo.

Tabela 8: Organização dos motivos que levaram o participante ao consumo do café, podem ser ditos mais de um
motivos, por isso a quantidade de respostas excede ao número da amostra
Gráfico 6: vários histogramas relacionando o número de motivos que o influenciaram a tomar café com a época
de estudo do participante em que ele iniciou pelo consumo do café.
A partir do gráfico 6 é possível realizar um teste de Shapiro-Wilk para determinar se
em cada gráfico:

H0: A distribuição é igual a uma distribuição normal.

H1: A distribuição não é igual a uma distribuição normal.

E em seguida é realizado o teste Teste Kruskal-Wallis para determinar se:

H0: As medianas entre as tabelas são iguais.

H1: As medianas entre as tabelas não são iguais.

Tabela 9: teste de normalidade Shapiro-Wilk e teste não paramétrico Kruskal-Wallis.


Tabela 10: mediana das fases de estudo.

A partir dos testes realizados houve evidências de que as medianas entre cada fase de
estudo em que os participantes se encontravam na época são iguais, portanto ao analisar um
grupo de pessoas em uma fase de estudo o seu valor da mediana da quantidade de motivos
para a decisão do consumo do café será em torno de 2.

Análise e associação se o café é essencial diariamente

A última pergunta do nosso questionário tem como intuito ver se o café é essencial no
dia da pessoa (gráfico 7) e assim analisar se os estudantes acabam se tornando dependentes
ou não do seu consumo.

Gráfico 7: indica as respostas dos participantes se o café é essencial ou não no seu dia a dia. Foi criado dois
histogramas para separar aqueles que não tomam café dos que tomam café. Legenda: "1": O café não é
essencial. “2” O café é parcialmente essencial. “3” O café é essencial.

A partir do histograma é possível estabelecer um teste de Wilcoxon e Shapiro-Wilk


para descobrir se os dados têm uma distribuição e qual sua mediana. Hipóteses para o teste
Shapiro-Wilk:

H0: A distribuição é igual a uma distribuição normal.

H1: A distribuição não é igual a uma distribuição normal.

Hipóteses para o teste Wilcoxon:


H0: As medianas são iguais.

H1: As medianas não são iguais.

Tabela 11: Teste de normalidade Shapiro-Wilk e de medianas Wilcoxon

Tabela 12: medianas para a necessidade do café. “3” O café é essencial. “1” O café não é essencial.

A partir dos testes, há evidências de que estudantes que não tomam café não o acham
necessário para o cotidiano. Já os que tomam café existe uma boa parte que necessita do café
diariamente, indicando que grande parte dos jovens são dependentes do café.

DISCUSSÃO
Em nossa pesquisa houve 200 pessoas que responderam o questionário. A partir disso
realizou-se uma organização dos dados. Em primeiro lugar, discutiremos sobre a variável
idade. O seu limite inferior foi de 14 anos, enquanto o limite superior foi de 71 anos, porém a
média e a mediana ficaram em 21,5 anos e 20 anos, respectivamente, indicando que a nossa
amostra consiste de pessoas mais jovens. A partir do boxplot (gráfico 1) e do histograma
(gráfico 2) entendemos melhor a frequência absoluta da idade dos entrevistados. Dessa
forma, pode-se considerar que boa parte dos entrevistados estão dentro da faixa etária que
compreende estudantes de graduação.
Em relação à variável gênero, pudemos observar que nossa amostra não era
homogênea, já que 133 entrevistados eram mulheres, 62 eram homens, 1 era agênero e 4
preferiram não dizer, o que pode ser explicitado pelo gráfico de setores (gráfico 3). Além
disso, considerando apenas as respostas referentes ao gênero feminino e masculino (de modo
a torná-la dicotômica), foi feito um teste de proporção para a variável (tabela 2). Tal teste
rejeitou H0, trazendo como conclusão que a amostra não era estatisticamente homogênea, já
que o p-valor foi diferente de 0,5, ou seja, diferente de 50%.
Para analisar a relação entre as idades e o consumo de café construiu-se uma tabela
(tabela 3), onde foram trazidos dados relativos às faixas etárias associados com a frequência
absoluta de entrevistados nas respectivas faixas, bem como quantos desses entrevistados
consomem café. Ao analisar a tabela, portanto, pode-se perceber que a maior parte dos
envolvidos na pesquisa consomem café. Obviamente que devido ao maior número de
respondentes com faixa etária entre 19 e 23 anos, a quantidade bruta de consumidores de café
apresentou-se mais elevada nesta faixa.
Com objetivo de analisar a relação entre o consumo de café e o gênero dos
entrevistados, foi construída uma tabela de dupla entrada (tabela 4) e realizado o teste
qui-quadrado de Pearson (tabela 5). A partir da tabela 4, é possível visualizar melhor a
frequência absoluta de consumidores de café considerando o gênero dos respectivos
entrevistados. Com o teste qui-quadrado é possível inferir a independência da variável gênero
em relação à variável consumo de café, já que H0 foi aceita devido ao fato do p-valor ser
maior que 0,05.
A respeito da análise do momento em que surgiu o interesse pelo café, a construção de
um gráfico de barras com a frequência de cada resposta (gráfico 4) permitiu determinar que,
apesar da maior parte dos estudantes que participaram da pesquisa cursarem o ensino
superior, o período em que a maioria dos entrevistados começou a consumir café corresponde
ao ensino fundamental/médio. Tal fato possibilitou o entendimento de que boa parte dos
participantes da pesquisa desenvolveram o interesse pela bebida bem cedo, e mantiveram o
hábito de ingerir café durante o ensino superior.
Com relação a variável xícaras de café foi criado o Gráfico 5 de frequência para a
quantidade de xícaras de café que cada entrevistado toma em média, a partir disso foi feito
um teste t (Tabela 6), como resultado a hipótese nula foi rejeitada, podendo inferir que os
estudantes bebem menos café que a população, assim, é fato que os jovens mesmo sofrendo
do estresse escolar são mais controlados em relação aos adultos. Tal fato pode ser evidenciado
nos testes seguintes, Shapiro-Wilk e o de Wilcoxon (amostras pareadas) (Tabela 7), em que o
resultado dos testes levou a rejeição da hipótese nula, podendo afirmar que os dados não tem
distribuição normal e que as mediana das duas pesquisas não são equivalentes, como
consequência a taxa de pessoas que consomem mais xícaras de café que o normal na nossa
pesquisa é menor que a da população.
Para as variáveis motivos foi feito uma análise entre a fase de estudo em que o
estudante se encontrava quando iniciou o consumo do café e os motivos que levaram a isso,
para tal realizou o teste de Shapiro-Wilk e o teste de Kruskal-Wallis (tabela 9), como
resultado houve evidências de que a mediana entre as quantidades de motivos foi igual em
todas as fases de estudo (tabela 10), desta forma, a dificuldade do estudo não impactou de
forma significativa para alterar a mediana.
Como último elemento foi feito uma análise entre o costume de tomar café com a
importância do café no dia a dia (gráfico 7) para isso realizou-se um teste de Shapiro-Wilk e
teste de Wilcoxon (2 amostras) (tabela 11), como resultado houve evidências de que os
dados não têm distribuições normais e que as medianas entre as amostras não são iguais
(tabela 12), assim, como a mediana das pessoas que tomam café foi 3 (café é essencial
diariamente), também é possível inferir que a maior parte dos estudantes tem uma certa
dependência pelo café, mesmo que eles sejam mais controlados com relação a quantidade de
consumo.
Contudo é importante lembrar que estes dados tiveram como base uma amostra
pequena (200 indivíduos), além disso a maior parte dos participantes são de uma mesma
região, assim os resultados aqui obtidos não podem ser afirmados em um contexto geral e
podem se diferir em alguns aspectos caso haja uma pesquisa com mais pessoas e mais
abrangente.

CONCLUSÃO
Em síntese, com o estudo dos dados apresentados conclui-se que o café está de fato
presente na rotina dos estudantes, auxiliando em atividades do dia a dia que necessitam de um
foco maior, por exemplo, os estudos. Tal fato foi constatado após a análise dos motivos pela
preferência de café entre os entrevistados, que evidenciou o apreço pelo sabor do café como
um dos fatores mais importantes, mas também apontou o auxílio que o café oferece ao foco e
concentração dos alunos como um dos motivos de consumo.
O presente relatório também permitiu concluir que a maioria dos estudantes
entrevistados considera o café essencial para o seu dia a dia, evidenciando uma possível
dependência para essa bebida.
Ademais, diante dos dados apresentados foi possível determinar que a quantidade de
café consumido diariamente pela maioria dos estudantes encontra-se dentro dos valores
recomendados (uma a três xícaras). Entretanto, aproximadamente 22% dos alunos
entrevistados apresentaram um consumo de café acima do recomendado diariamente.
Assim sendo, o levantamento de dados por meio da aplicação de um questionário
digital mostrou-se eficiente para o estudo em questão, permitindo a coleta de dados entre
estudantes em diferentes níveis de ensino durante um curto período. Todavia, é importante
evidenciar as limitações das análises realizadas neste relatório, como número amostral
reduzido e predominantemente composto por universitários. Desse modo, análises mais
aprofundadas sobre o tema são necessárias e os resultados deste estudo não representam um
contexto geral com precisão.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Sónia. Consumo de café dos estudantes da universidade da Beira Interior. U


Bibliorum UBI. Maio de 2015.

ARRUDA, Aline; et al. Justificativas e motivações do consumo e não consumo do café.


Ciência e Tecnologia de Alimentos. Campinas, 29(4) p. 754-763, out.-dez. 2009.

VINHOLES, Maeli; FUNARI, Catiucia; SILVA, Elisabete. O Consumo de Café no Âmbito


Estudantil como Ferramenta de Auxílio no Processo de Aprendizagem. SIEPE Universidade
Federal do Pampa. Santana do Livramento, 21 a 23 de novembro de 2017.

CAFÉ e Saúde: O que as evidências científicas dizem? Saber Atualizado. 2017. Disponível
em:
<https://www.saberatualizado.com.br/2017/07/dois-gigantescos-estudos-reforcam-que-o.htm
>. Acesso em: 24 de novembro de 2021.
KAROLYNE, Audryn. Cafeína e estudos: Ajuda ou atrapalha? Folha Cursos. 2020.
Disponível em: <https://folhadirigida.com.br/blog/cafeina-estudos/>. Acesso em: 24 de
novembro de 2021.

GUERRA, Ricardo; BERNARDO, Gerlane; GUTIÉRREZ, Carmen. Cafeína e esporte.


Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 6, n. 2, p. 60-62, 2000.

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