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Estado Nutricional, Atividade Física e Pressão Arterial em

Estudantes Universitários: Uma Revisão Bibliográfica

INTRODUÇÃO:
A saúde dos estudantes universitários tem se tornado uma preocupação
crescente em todo o mundo, à medida que a transição para a vida universitária
pode acarretar mudanças significativas nos hábitos de vida e no bem-estar
geral dos jovens adultos. Nesse contexto, a avaliação do estado nutricional,
nível de atividade física e pressão arterial emerge como uma área crítica de
pesquisa, uma vez que esses fatores desempenham um papel fundamental na
promoção da saúde e na prevenção de doenças crônicas. Este estudo tem
como objetivo lançar luz sobre a situação de estudantes universitários em
relação a esses três componentes essenciais da saúde, buscando
compreender como as demandas acadêmicas e a transição para a vida
universitária podem influenciar esses aspectos vitais. Além disso, pretende-se
identificar possíveis correlações entre o estado nutricional, nível de atividade
física e pressão arterial, contribuindo assim para a elaboração de estratégias
de promoção da saúde mais eficazes no ambiente universitário. Este artigo
científico visa aprofundar nosso conhecimento sobre a saúde dos estudantes
universitários, fornecendo informações valiosos para profissionais de saúde,
educadores e formuladores de políticas públicas interessados em melhorar a
qualidade de vida dessa população em crescimento. Para compreender
plenamente a importância deste estudo, é crucial reconhecer os desafios
únicos que os estudantes universitários enfrentam em sua jornada educacional
e como esses desafios podem impactar sua saúde física e mental. A vida
universitária frequentemente está associada a uma maior autonomia,
exposição a novas experiências, mudanças nos padrões de sono, estresse
acadêmico e social, bem como a uma transição para hábitos alimentares e de
exercício potencialmente menos saudáveis. Tais fatores podem contribuir para
a deterioração do estado nutricional, redução do nível de atividade física e
aumento da pressão arterial, levando a riscos substanciais para a saúde a
longo prazo. Além disso, é importante destacar que a saúde dos estudantes
universitários não é apenas uma preocupação individual, mas também uma
preocupação de saúde pública. O bem-estar desses jovens adultos
desempenha um papel crítico na formação de cidadãos saudáveis e produtivos,
e seu estado de saúde pode afetar diretamente a sociedade em geral.
Portanto, entender os fatores que influenciam o estado nutricional, nível de
atividade física e pressão arterial nesse grupo demográfico é fundamental para
o desenvolvimento de intervenções preventivas e programas de promoção da
saúde direcionados. Neste contexto, este estudo se propõe a analisar, com
base em pesquisadas realizadas, o estado nutricional dos estudantes
universitários, a fim de identificar áreas de preocupação, tendências e
possíveis associações entre esses fatores. Este artigo científico analisa,
portanto, um tema de relevância crescente e oferece uma base sólida para
futuras investigações e iniciativas de promoção da saúde que visem melhorar a
qualidade de vida dos estudantes universitários, bem como contribuir para a
construção de uma sociedade mais saudável e resiliente

OBJETIVO GERAL

- Pesquisar o estado nutricional, nível de atividade física e pressão arterial de


estudantes universitários, buscando compreender como esses fatores estão
inter-relacionados e como as demandas acadêmicas e a transição para a vida
universitária podem influenciar esses aspectos vitais da saúde.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Pesquisar o nível de atividade física dos estudantes universitários


- Compreender o estado nutricional dos estudantes universitários por meio de
análises de dados sobre hábitos alimentares e consumo de nutrientes
-Entender como a rotina afeta diretamente a saúde física e mental dos
estudantes
- Analisar descritivamente os dados coletados
METODOLOGIA

Neste estudo que visa analisar o estado nutricional, nível de atividade física e
pressão arterial em estudantes universitários, adotaremos uma abordagem de
revisão bibliográfica qualitativa. A coleta de informações será realizada por
meio de pesquisas em bases de dados conceituadas, incluindo Scielo, LILACS
e PubMed, a fim de obter uma ampla gama de informações e estudos
relevantes. Nossa escolha de pesquisa qualitativa e a utilização dessas bases
de dados renomadas garantirão uma análise robusta e abrangente da literatura
existente sobre o tema em questão. Essa abordagem possibilitará uma análise
aprofundada das tendências, descobertas e brechas na pesquisa relacionada
ao estado nutricional, nível de atividade física e pressão arterial em estudantes
universitários. A seleção dessas bases de dados reconhecidas garante que
nossas conclusões se baseiem em fontes confiáveis e de alta qualidade. Em
um estágio posterior, iremos estabelecer associações entre o estado
nutricional, nível de atividade física e pressão arterial dos participantes,
utilizando análises de correlação. Essa metodologia viabilizará uma
investigação inicial desses fatores de saúde entre estudantes universitários,
fornecendo informações valiosas para pesquisas futuras e estratégias de
promoção da saúde nesse grupo demográfico.

JUSTIFICATIVA

A Terceira Lei de Newton (Princípio da Ação e Reação) estabelece que toda


ação gera uma reação igual e oposta. Sob essa premissa, a relevância deste
estudo é evidente, uma vez que a vida acadêmica, apesar de trazer inúmeros
benefícios, pode desencadear reações adversas, afetando o estilo de vida
saudável dos estudantes. Portanto, é crucial compreender como o estado
nutricional, atividade física e pressão arterial se relacionam com a experiência
universitária, uma vez que as ações tomadas durante esse período podem ter
impactos substanciais na saúde e bem-estar dos estudantes, fornecendo uma
justificativa sólida para a realização desta revisão bibliográfica..
REFERENCIAL TEÓRICO

A entrada na universidade é um momento de extrema importância na vida de


qualquer indivíduo, especialmente quando se trata do curso dos seus sonhos.
No entanto, essa transição muitas vezes acarreta mudanças significativas na
rotina. Conforme dados divulgados em 2010 pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 30% dos estudantes universitários
residem em uma cidade diferente daquela em que estudam. Isso
frequentemente resulta em perda de tempo significativa no deslocamento,
superando o tempo efetivamente gasto em sala de aula. Essa rotina prejudicial
tem um impacto considerável na saúde desses indivíduos. Sendo assim, para
abordar os aspectos delineados por este estudo, é essencial iniciar uma
análise sobre a saúde dos universitários, e posteriormente as consequências
acarretadas nesse processo.

A ROTINA COMO FATOR DO DESENVOLVIMENTO DO STRESS

Para introduzir este parágrafo, é relevante destacar um termo amplamente


utilizado atualmente, especialmente quando se trata da gestão estatal: a
"qualidade de vida". A origem desse conceito remonta a 1964, quando Lyndon
Johnson, então presidente dos Estados Unidos, o introduziu, considerando
fatores que influenciam diretamente a expectativa de vida e o desenvolvimento
de doenças em indivíduos. Dentro desse contexto, é pertinente mencionar o
estresse decorrente das rotinas como um fator de suma importância a ser
abordado neste estudo. Conforme Lipp (2010) observa, o estresse é uma
resposta intrínseca do corpo humano a estímulos originados tanto no ambiente
externo quanto como reação a estímulos internos. Essa reação é, na verdade,
uma estratégia adaptativa do organismo para lidar com as demandas do
ambiente em que se encontra. A exposição contínua a situações estressantes
pode criar circunstâncias que conduzem à exaustão do indivíduo, resultando
em problemas de saúde. No que diz respeito aos universitários, um estudo
realizado pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro, envolvendo 400 mil estudantes,
revelou que aproximadamente 83,5% deles relataram dificuldades emocionais,
enquanto 11% admitiram ter tido pensamentos suicidas devido a uma série de
fatores estressantes.

Além disso, preocupações financeiras também emergem como um


desencadeador significativo do estresse. Muitos estudantes universitários
enfrentam obstáculos na obtenção de bolsas de estudo ou no acesso a
instituições de ensino público. Em muitos casos, a única alternativa é arcar com
as despesas da faculdade com recursos próprios, abrangendo não apenas as
mensalidades, mas também despesas relacionadas ao transporte, material
didático e até mesmo alimentação. Essa sobrecarga financeira pode intensificar
o estresse entre os estudantes, impactando não apenas seu desempenho
acadêmico, mas também sua saúde mental e bem-estar emocional. Portanto,
as preocupações financeiras desempenham um papel adicional importante no
aumento do estresse entre os universitários, como apontado por Aliante,
Abacar, Saquina e Aristides (2019). Além disso, como destacado por Araújo et
al. (2016), essa rotina acadêmica também resulta em um distanciamento em
relação à família e aos amigos mais próximos. Esse afastamento não se origina
necessariamente de conflitos interpessoais, mas, sim, da escassez de tempo
devido aos compromissos exigentes das atividades universitárias. Os
estudantes, frequentemente imersos em suas obrigações acadêmicas,
enfrentam agendas apertadas e têm pouca disponibilidade para interações
sociais significativas. Isso não apenas impacta suas relações pessoais, mas
também pode dar origem a sentimentos de isolamento e solidão, contribuindo
para o aumento do nível de estresse e afetando a qualidade de vida de forma
mais ampla. Consequentemente, a carga excessiva de demandas acadêmicas
frequentemente leva a um isolamento social involuntário, aumentando o risco
de desenvolvimento de transtornos mentais.

A ROTINA COMO FATOR DO DESENVOLVIMENTO DA OBESIDADE

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio


Teixeira (INEP), o Brasil conta com aproximadamente 8 milhões de
universitários. No entanto, a transição da educação básica para a vida
universitária se apresenta como um desafio significativo, devido às mudanças
desfavoráveis nos comportamentos de saúde que podem contribuir para o
ganho de peso e, possivelmente, a obesidade (Winpenny EM, Smith M, Penney
T, Foubister C, Guagliano JM, Love R et al, 2020).

Um dos fatores que se destaca como um contribuinte fundamental nesse


processo é a compulsão alimentar (Isnard et al., 2003), que pode desencadear
a obesidade (Melca & Fortes, 2014). Além disso, outros comportamentos
prejudiciais à saúde, como o hábito de comer fora de casa, muitas vezes fora
dos horários adequados, e a falta de atividade física, também são fatores que
merecem destaque nesta questão.

A transição para a vida universitária representa um período crítico em que os


estudantes enfrentam desafios significativos no que diz respeito à manutenção
de um estilo de vida saudável, e a compreensão desses fatores é essencial
para o desenvolvimento de estratégias eficazes de promoção da saúde entre
os universitários brasileiros (NAHAS, 2003).

O sobrepeso, quando combinado com a falta de atividade física, emerge como


um fator de risco de relevância crítica no desenvolvimento de problemas de
saúde, tais como obesidade, câncer, doenças cardiovasculares e diabetes
(USDHHS, 1996). Essas condições de saúde não apenas representam um
desafio substancial para a saúde pública, mas também têm sua correlação bem
estabelecida na literatura científica.
Nesse contexto de grande importância, este estudo visa analisar o índice de
massa corporal (IMC), avaliando o peso e a altura de universitários, a fim de
classificá-los quanto ao seu estado nutricional, contribuindo assim para uma
compreensão mais aprofundada da relação entre o peso, a inatividade física e
os potenciais riscos à saúde.

A ROTINA COMO FATOR QUE ATRAPALHA A REALIZAÇAO DE


ATIVIDADES FÍSICAS

Conforme destacado por Nahas, Barros e Francalacci (2000), a maioria das


pessoas não atinge os níveis desejáveis de atividade física, devido às
complexidades da vida cotidiana. Nesse cenário, a falta de tempo emerge
como uma razão comum para a falta de atividade física. Essa restrição de
tempo é particularmente evidente entre os universitários, como mencionado
anteriormente, muitos deles enfrentam jornadas de trabalho em período integral
durante o dia e, à noite, precisam se deslocar para a faculdade. Isso se torna
ainda mais relevante, pois, conforme observado por Assumpção, Morais e
Fontoura (2002), a prática de atividade física desempenha um papel
fundamental na promoção da saúde pública. Nesse sentindo, conforme Nahas
(2010, p.23) ressalta "O estilo de vida ativo passou a ser considerado
fundamental na promoção da saúde e na redução da mortalidade por todas as
causas." No entanto, entre os universitários, é notável que a manutenção de
um estilo de vida ativo muitas vezes se torna um desafio, dada a complexidade
de suas agendas. O equilíbrio entre as demandas acadêmicas e a prática
regular de atividades físicas é frequentemente comprometido. Para esse
estudo, o nível de atividade física irá se avaliada conforme o questionário
internacional de atividade física (IPAQ), que é uma ferramenta amplamente
utilizada para avaliar o nível de atividade física de indivíduos. É composto por
uma série de perguntas que abordam o tempo gasto em atividades físicas de
diferentes intensidades, como caminhada, atividades moderadas e vigorosas,
bem como o tempo gasto em comportamento sedentário. O IPAQ é
frequentemente utilizado em pesquisas e estudos que visam avaliar os padrões
de atividade física da população e seu impacto na saúde. Existem diferentes
versões do questionário, incluindo o IPAQ-L (versão curta) e o IPAQ-SF (versão
reduzida de 7 questões), que são mais breves e convenientes para coletar
informações sobre o comportamento físico das pessoas.

RESULTADO ESPERADOS:

Espera-se que este estudo abrangente sobre a saúde dos estudantes


universitários resulte em uma série de contribuições significativas.
Primeiramente, quanto às tendências no estado nutricional, a pesquisa busca
identificar a possível correlação entre o início da vida universitária e o
desenvolvimento de tendências patológicas. Os dados coletados têm o
potencial de lançar luz sobre os hábitos alimentares predominantes e as
preocupações nutricionais entre os estudantes.
Além disso, a análise dos níveis de atividade física dos universitários permitirá
avaliar o impacto da transição para a vida universitária em seu envolvimento
em práticas físicas, com implicações para a saúde geral. Isso, por sua vez,
pode informar o desenvolvimento de estratégias que visam promover e
incentivar a atividade física entre os estudantes.
Outro aspecto crucial deste estudo é a investigação do impacto dos hábitos
adquiridos na universidade na saúde cardiovascular dos indivíduos. A
compreensão dessas implicações é de extrema importância, uma vez que a
saúde cardiovascular é um indicador fundamental de bem-estar.
Com base nos resultados obtidos, este estudo visa fornecer informações
valiosas que poderão ser utilizadas para a formulação de estratégias de
promoção da saúde mais eficazes no ambiente universitário. Isso incluirá
recomendações para intervenções e programas que buscam melhorar a
alimentação, incentivar a atividade física e monitorar a saúde cardiovascular
dos estudantes, contribuindo assim para o bem-estar e qualidade de vida
dessa população em crescimento.
REFERENCIAS:

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