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A construção de vários modelos de locomotivas levou a que os ingleses, pioneiros neste campo devido à revolução industrial,

adoptassem uma nomenclatura para distingir as várias máquinas. Essa designação passou pelo número de rodas das
locomotivas, já que nessa altura as máquinas que se construíam, para além de terem eixos de tracção tinham também eixos
chamados eixos directores. Na altura pensava-se que sem esses eixos, a locomotiva a alta velocidade não tinha capacidade
para fazer uma curva e descarrilava. A notação inglesa ficou conhecida pela notação wheel (roda) visto que eles contavam o
número de rodas para designar a locomotiva.

Os alemães, logo a seguir aos ingleses, também desenvolveram o seu caminho de ferro e sentiram a mesma necessidade de
numeração das locomotivas. Acontece que por razões políticas e históricas, a rivalidade falava mais alto e os alemães
adoptaram uma nomenclatura ligeiramente diferente daquela que foi criada pelos fundadores do caminho de ferro. Algum
tempo depois os novos construtores chegaram à conclusão que ao olharem lateralmente uma locomotiva o que se vê não são
as rodas de ambos os lados, mas apenas as rodas de um dos lados da máquina. Dessa observação surge uma nomenclatura
baseada na contagem do número de eixos, que é equivalente à contagem das rodas de apenas um dos lados da locomotiva.
Esta nomenclatura é actualmente conhecida por notação de eixos.

Os franceses, embora mais tarde, sentiram a mesma necessidade de numeração das locomotivas mas optaram pela criação
de uma nomenclatura completamente diferente das notações inglesa e alemã. Desta forma, os franceses criaram uma
nomenclatura que utiliza letras maiúsculas para definir eixos motores e utilizam letras minúsculas para definir eixos livres.
Finalmente é utilizado um dígito numérico que tem por objectivo designar o número de eixos livres atrás. Destas três
designações foi a nomenclatura francesa que vingou.

Para melhor compreender as diferentes nomenclaturas, vamos ver a partir desta locomotiva, como é que as três designações
a definem. Esta máquina tem 2 eixos livres à frente, 3 eixos motores e 2 eixos livres atrás.

Notação inglesa
A notação inglesa tem por objectivo a contagem das rodas e agrupa-as consoante sejam rodas livres ou de tracção.

4-6-4
Da esquerda para a direita:

primeiro dígito: relativo às 4 rodas livres da frente da máquina.


segundo dígito: relativo às 6 rodas motoras da locomotiva (as rodas do centro de maior dimensão).
terceiro dígito: relativo às 4 rodas livres da retaguarda, sob a cabine do maquinista.

Notação de eixos (Alemã)


Os alemães fizeram a simplificação da notação inglesa e contaram apenas os eixos da locomotiva.

2-3-2
Da esquerda para a direita:

primeiro dígito: relativo aos 2 eixos livres da frente da máquina.


segundo dígito: relativo aos 3 eixos motores da locomotiva (suportam as rodas do centro, de maior dimensão).
terceiro dígito: relativo aos 2 eixos livres da retaguarda, sob a cabine do maquinista.

Notação francesa
A notação francesa, à partida mais complicada, define os eixos motores com letras maiúsculas e sempre que a máquina
tenha um motor por cada eixo é adicionado à letra um zero em forma de índice. De salientar que a letra maiúscula apenas
representa um conjunto de eixos de tracção, isto é, eixos que tenham biela comum. Por isso o número de letras maiúsculas
na sigla que define a locomotiva, é igual ao número de eixos de tracção que tenham biela comum, independentemente se
cada eixo tem ou não um respectivo motor.

2-B-2
Da esquerda para a direita:

primeiro dígito: relativo aos 2 eixos livres da frente da máquina.


segundo dígito: relativo aos 3 eixos motores da locomotiva (suportam as rodas do centro, de maior dimensão). A um
eixo motor; B dois eixos motores; C três eixos motores; D três eixos motores.
terceiro dígito: relativo aos 2 eixos livres da retaguarda, sob a cabine do maquinista.

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