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Nome: Joecilia Brenda Oliveira dos Anjos

Por que ler os clássicos (Ítalo Calvino)

Os clássicos são livros em que diversas vezes podemos lê- los e relê-los, mas sempre existirá a
vontade de lê-los novamente.

No ponto de vista do autor essa vontade de reler os clássicos ocorre com aquelas pessoas que
se consideram “grandes leitores”; não vale para a juventude, idade em que o encontro com o
mundo e com os clássicos como parte do mundo vale exatamente enquanto primeiro encontro
e bastará observar que, por maiores que possam ser as leituras “de formação” de um
indivíduo, resta sempre um número enorme de obras que ele não leu.

Dessa forma, os clássicos são caracterizados pelo autor por diferentes formas as quais
traduzem e expressam argumentos com detalhes, níveis e significados que os definem como
“livros que constituem uma riqueza para quem os tenha lido e amado; mas constituem uma
riqueza não menor para quem se reserva a sorte de lê-los pela primeira vez nas melhores
condições para apreciá-los”. Além disso, "Os clássicos são aqueles livros que chegam até nós
trazendo consigo as marcas das leituras que precederam a nossa e através de si os traços que
deixaram na cultura ou nas culturas que atravessaram (ou mais simplesmente na linguagem ou
nos costumes).

Nesse sentido, a leitura de um clássico deve nos proporcionar uma certa surpresa quando relê-
los novamente em relação à ideia que dele tínhamos. Ademais,nunca será demais recomendar
a leitura direta dos textos originais, evitando o mais possível, bibliografia crítica, comentários,
interpretações. O autor pontua que a escola e a universidade deveriam servir para fazer
entender que nenhum livro que fala de outro livro diz mais sobre o livro em questão, mas
fazem de tudo para que se acredite no contrário. Existe uma inversão de valores muito
difundida segundo a qual a introdução, o instrumental crítico, a bibliografia são usados como
cortina de fumaça para esconder aquilo que o texto tem a dizer e que só pode dizer se o
deixarmos falar sem intermediários que pretendam saber mais do que ele.

ZeqContudo, a adoção de um clássico não anula a literatura atual mas o enriquece ainda mais
por ser atemporal, ou seja, o rendimento máximo da leitura dos clássicos advém para
aquele que sabe alterá-la com a leitura da atualidade em uma sábia dosagem. Com isso, uma
biblioteca ideal de clássicos deverá incluir uma metade de livros que já lemos e que
contaram para nós, e outra de livros que pretendemos ler e pressupomos o que possam vir a
contar, separando uma seção a ser preenchida pelas surpresas e pelas eventuais descobertas
que faremos no futuro em relação à adoção das escolhas dessas novas literaturas.

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