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AS CONDIÇÕES DE TRABALHO E FORMALIZAÇÃO DO

FEIRANTE MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (FEIRAS


MÓVEIS EM FORTALEZA: MICROEMPREENDEDOR
INDIVIDUAL E O FENÔMENO DA INFORMALIDADE NO

Encontros Universitários da UFC 2017


COMÉRCIO DE RUA- CH.2016PJ023)

XXVI Encontro de Extensão

Mirza Maria Pontes Lessa, Lara Capelo Cavalcante

A cultura da informalidade é fato persistente no Brasil, e a LC 128/2008 veio


para inserir os pequenos empreendedores na formalidade, visando mais
contribuição fiscal e proteção aos direitos trabalhistas e previdenciários. Contudo,
a adesão ao instituto jurídico do microempreendedor individual (MEI) tem sido
crescente, mas lenta. A pesquisa busca refletir sobre essa cultura nas feiras
móveis que passam pelos bairros Cidade 2000 e Praia do Futuro, analisando os
motivos de o feirante aderir ou resistir ao processo de formalização, através de
investigação etnográfica, por meio da observação participante, tecendo diálogos
com os nativos da feira. Objetiva-se também transmitir informações a eles sobre o
MEI e seus benefícios, como também analisar a aplicabilidade da referia lei aos
trabalhadores do comércio de rua. A realidade heterogênea da feira quanto à
formalização é notável nos relatos, pois a informalidade não é tão generalizada, e
a pesquisa revelou variadas situações, inclusive a dos feirantes que são bem
organizados e registrados como MEI. Os 50 relatos foram categorizados em 3
grupos distintos: o grupo 1 compreende os feirantes que desejam o registro, para
alavancarem seus negócios com linhas de crédito e/ou para estarem resguardados
pela Previdência Social; o 2 engloba aqueles feirantes que já são MEI e se
beneficiam dos mecanismos legais; e o 3 enquadra os feirantes que rejeitam a
formalização, pois já são aposentados ou pagam a previdência como autônomo ou
marisqueira, ou consideram que o custo mensal não compensa, ou, ainda, acham
que a cobertura previdenciária é irrelevante, pois a família pode ajudar em caso de
doença, e, por fim, há os que dizem não ser necessário obter crédito bancário ou
empréstimo. É notável no grupo 3 que muitos dos feirantes têm uma visão
descrente sobre as ações governamentais, a exemplo do peixeiro que se
autodenomina “matuto”, “homem do sertão”, sem necessidade do registro formal
da sua atividade econômica e laboral.

Palavras-chave: Microempreendedor individual. Feiras Móveis. Formalização.


Cultura da Informalidade.

Encontros Universitários da UFC, Fortaleza, v. 2, 2017 3536

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