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15 de Dezembro de 2016

10 perguntas e respostas sobre pensão alimentícia

Uma das questões de maior urgência que chegam até o escritório é sobre
pensão alimentícia. Quando um casal que tem filhos se separa, surge tal
questão, que é inevitável. As dúvidas são muitas, tanto da parte de quem
paga quanto de quem recebe, como por exemplo: quem é obrigado a
pagar? Quanto deve se pagar? Se não pagar, o que acontece?

Devido a essas questões, elaboro abaixo um esquema de perguntas e
respostas, com as dúvidas mais frequentes:

1. Quando é devido pensão alimentícia ao filho?
Na dissolução da união do casal, seja mediante divórcio, desfazimento da
união estável, ou mesmo mãe e pai terem tido um relacionamento
ocasional. Assim, a partir do nascimento do filho, com o registro em
certidão de nascimento, automaticamente a criança deverá receber
pensão alimentícia, pois sua necessidade é presumida até que o filho, em
regra, atinja a maioridade civil (18 anos).

2. Qual o procedimento para receber pensão alimentícia?

O primeiro passo é constituir advogado particular ou mesmo, para quem
não possui condições, defensor público. Após essa primeira fase será
distribuída uma ação judicial de alimentos em favor de quem deve
receber. No momento que o juiz aceitar, ele fixa os chamados “alimentos
provisórios”. Como o próprio nome diz, é algo que não possui caráter
definitivo, e tal valor irá ser mantido até o final do processo, e a pessoa
que deve pagar, mesmo antes da sentença, tem que pagar de imediato. No
final da ação, será dado o valor ou percentual final, podendo ser igual,
menor ou maior que o estipulado no início da ação.

3. Qual percentual a pessoa tem que pagar de pensão
alimentícia? Como é realizado o cálculo?

Não existe valor mínimo ou máximo fixado. Até sobre essa questão, ainda
persiste o “mito dos 30%”, de que tem que ser fixado exatamente nesse
percentual para quem paga a pensão, mas não é verdade. O que deve se
ater é na possibilidade de quem deve pagar e na capacidade real de quem
recebe a pensão.

A capacidade de quem paga tem de suportar o custo sem prejudicar seu
próprio sustento. Já a é o suficiente para suprir necessidades básicas
como alimentação, vestuário, moradia, estudo, dentre outros.

4. Quem está desempregado deve pagar pensão?

Sim. Os juízes entendem que a pensão para os filhos como item de
primeira necessidade e sempre fixam um valor, mesmo que pequeno,
para o pai pagar.
5. Sob o regime da guarda compartilhada, mesmo assim é
obrigatório o pagamento da pensão?

Sim. Uma confusão muito corriqueira é de quando há a guarda
compartilhada a pensão deve ser diminuída ou mesmo extinta. Essa
modalidade de guarda nada mais é do que equilibrar o tempo que o filho
passará com o pais e não há na Lei, nenhum tipo de previsão para
exoneração de alimentos. Mesmo na guarda compartilhada, o que se
busca é analisar o binômio necessidade do alimentando e possibilidade
dos alimentantes como parâmetro para determinar o valor que será
estipulado de pensão alimentícia em favor do filho.

6. Quando acaba a obrigação de pagar pensão alimentícia?

Em regra, a obrigação vai até quando o filho atingir os 18 anos, mas como
toda regra, há exceções, como por exemplo quando o filho estiver
estudando em instituição de ensino superior ou curso profissionalizante e
depender do valor da pensão para o sustento, a obrigação de pagar será
expandida até o final do curso.

Cabe um alerta: a exoneração do pagamento não é automática. Quem
verifica que já está no momento de deixar de pagar a pensão deve pedir,
judicialmente, a suspensão ou mesmo exoneração.

7. Não consigo pagar a pensão, e agora?

Deve­se ter em mente que estamos tratando da vida de uma pessoa que
depende de alguém para sobreviver ou viver com a dignidade que lhe é
justa. No entanto, em alguns momentos, é difícil continuar pagando o
valor estabelecido. Nesse momento, oriento o pedido de Se já houver
dívida, tal valor não será diminuído, mas uma readequação poderá ser
feita para pagamentos futuros.

8. Os avós podem ser obrigados a pagar pensão para os netos?
Sim. Tanto avós paternos quanto maternos são responsáveis para
pagamento de pensão alimentícia dos netos quando se estiver esgotado os
meios de cobrança dos pais. Destaco que os critérios para pagamento dos
avós seguem os mesmos dos pais, como a possibilidade de pagamento e
necessidade de quem recebe.

9. Não pagamento de pensão leva à perda do direito de visita?

Não. A falta de pagamento não está relacionada ao direito do pai ou mãe
ter convívio com o filho. Infelizmente o que se vê na prática é um
pensamento errado sobre isso, tendo a mãe ou dependendo do caso, o
pai, exercer o impedimento de contato do filho com seu pai. Se a pessoa
for impedida de ver o filho, cabe solicitar à Justiça o direito de visitação.

10. O que acontece com quem se negar a pagar a pensão?

Se a pessoa se negar a pagar pensão alimentícia determinada por
sentença judicial, é preciso comunicar ao advogado para que seja
proposta uma ação de execução de alimentos. É possível assim penhorar
os bens do devedor, protestá­lo ou mesmo ocorrer a prisão.

Sempre é bom reforçar que é importantíssimo o acompanhamento e
opinião de um profissional da área.

Caso tenham mais alguma dúvida, podem deixar aqui nos comentários.
Sugestões, críticas e elogios são sempre bem­vindos.

Texto publicado em Leonardo Petró Advocacia ­ BLOG.

Disponível em: http://leonardopetro.jusbrasil.com.br/artigos/375854988/10‐perguntas‐e‐respostas‐


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